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VIII AVISOS REUNIÕES Mosteiro da Santa Cruz (Diretor Dom André OSB): todo segundo domingo do mês, às 8h30min. Capela Nossa Senhora das Alegrias (Diretor Padre Joaquim): num domingo a confirmar com a zeladora (Leticia), às 9h. Capela Nossa Senhora da Esperança (Diretor Dom André OSB): todo último domingo do mês. CONTATOS AO do Mosteiro da Santa Cruz (Nova Friburgo - RJ) EMAIL: [email protected] VISITE: http://beneditinos.org.br/ AO da Capela Nossa Senhora das Alegrias (Vitória - ES) EMAIL: [email protected] VISITE: http://www.nossasenhoradasalegrias.com.br/ AO da Capela Nossa Senhora da Esperança (Ipatinga - MG) EMAIL: [email protected] VISITE: http://valelagrimas.blogspot.com.br/ A oportunidade para os grandes atos pode nunca chegar, mas a oportunidade para as boas ações se renova dia a dia” Pe. William Faber 8 ALTO! O CORAÇÃO DE JESUS ESTÁ COMIGO! VENHA A NÓS O VOSSO REINO! BILHETE MENSAL do Apostolado da Oração EDIÇÃO Nº I — JUNHO DE 2016 INTENÇÃO DO MÊS PELO AUMENTO DO NOSSO AMOR A DEUS E DESAPEGO DAS CRIATURAS 1 Salve Maria, associados! É com grande alegria que vos anunciamos a primeira edição de nosso BILHETE MENSAL do Apostolado da Oração. Este bilhete circulará entre todos os AO da Resistência. Dois são os textos escolhidos para inaugurar este tão esperado lançamento. O primeiro foi retirado do Manual dos devotos do Sagrado Coração de Jesus e consiste numa breve e introdutória explicação sobre como Nosso Senhor Jesus Cristo deve reinar em nossos corações. O segundo, de autoria do Pe. Mateo Crawley-Boevey SS.CC., foi retirado de seu livro Jesus, Rei de Amor. Consiste num apanhado de parágrafos especiais sobre em que consiste a entronização do Sagrado Coração e sua importância. Pe. Mateo reflete profundamente sobre os perigos dum conhecido pretexto farisaico que invade certos corações temerosos: de que Nosso Senhor não pode reinar em seu lar porque somos indignos de tamanha honra! Longe de nós este pensamento absurdo! Longe de nós querermos dar uma lição, alegando respeito, ao Deus de toda majestade! Jesus não quer viver à distância, e sim como o Rei de todas as famílias católicas! Ao fim, encontrareis dois breves textos sobre os santos padroeiros do AO neste mês: São Luís Gonzaga e São Pedro e São Paulo. Não nos esqueçamos de incluí-los nas jaculatórias que fizermos entre as dezenas de nossos terços.

Bilhete mensal 1

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Page 1: Bilhete mensal 1

VIII

AVISOS

REUNIÕES

Mosteiro da Santa Cruz (Diretor Dom André OSB): todo segundo domingo do mês, às 8h30min.

Capela Nossa Senhora das Alegrias (Diretor Padre Joaquim): num domingo a confirmar com a

zeladora (Leticia), às 9h.

Capela Nossa Senhora da Esperança (Diretor Dom André OSB): todo último domingo do mês.

CONTATOS

AO do Mosteiro da Santa Cruz (Nova Friburgo - RJ)

EMAIL: [email protected]

VISITE: http://beneditinos.org.br/

AO da Capela Nossa Senhora das Alegrias (Vitória - ES)

EMAIL: [email protected]

VISITE: http://www.nossasenhoradasalegrias.com.br/

AO da Capela Nossa Senhora da Esperança (Ipatinga - MG)

EMAIL: [email protected]

VISITE: http://valelagrimas.blogspot.com.br/

“A oportunidade para os grandes atos pode nunca

chegar, mas a oportunidade para as boas ações se renova

dia a dia” Pe. William Faber

8

ALTO! O CORAÇÃO DE JESUS ESTÁ COMIGO! VENHA A NÓS O VOSSO REINO!

BILHETE MENSAL do Apostolado da Oração

EDIÇÃO Nº I — JUNHO DE 2016

INTENÇÃO DO MÊS PELO AUMENTO DO NOSSO AMOR A DEUS E DESAPEGO DAS CRIATURAS

1

Salve Maria, associados! É com grande alegria que vos anunciamos a primeira edição

de nosso BILHETE MENSAL do Apostolado da Oração. Este bilhete circulará entre

todos os AO da Resistência.

Dois são os textos escolhidos para inaugurar este tão esperado lançamento. O primeiro

foi retirado do Manual dos devotos do Sagrado Coração de Jesus e consiste numa breve e

introdutória explicação sobre como Nosso Senhor Jesus Cristo deve reinar em nossos

corações.

O segundo, de autoria do Pe. Mateo Crawley-Boevey SS.CC., foi retirado de seu livro

Jesus, Rei de Amor. Consiste num apanhado de parágrafos especiais sobre em que consiste a

entronização do Sagrado Coração e sua importância. Pe. Mateo reflete profundamente sobre

os perigos dum conhecido pretexto farisaico que invade certos corações temerosos: de que

Nosso Senhor não pode reinar em seu lar porque somos indignos de tamanha honra! Longe

de nós este pensamento absurdo! Longe de nós querermos dar uma lição, alegando respeito,

ao Deus de toda majestade! Jesus não quer viver à distância, e sim como o Rei de todas as

famílias católicas!

Ao fim, encontrareis dois breves textos sobre os santos padroeiros do AO neste mês:

São Luís Gonzaga e São Pedro e São Paulo. Não nos esqueçamos de incluí-los nas

jaculatórias que fizermos entre as dezenas de nossos terços.

Page 2: Bilhete mensal 1

II

PRIMEIRA PARTE

NOÇÕES A RESPEITO DA DEVOÇÃO DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

ARTIGO I

FUNDAMENTOS EM QUE SE BASEIA ESTA DEVOÇÃO

Que toda a santidade, toda a perfeição do cristão consiste em imitar a Jesus Cristo,

reproduzindo as virtudes deste divino modelo, é uma verdade que ninguém pode por em

dúvida. “Aqueles que Deus conheceu antecipadamente como predestinados para si, quis

que fossem conforme ao seu Filho”. [1]

Que Jesus Cristo seja o princípio da vida sobrenatural para os membros do corpo

de que ele é a cabeça, de maneira que de Cristo, como raiz que é, provém a seiva que nutre

todos os ramos desta grande árvore, é coisa que ninguém pode negar. Eu, diz ele mesmo,

sou a vida, e vós os ramos ou sarmentos. (Joan. 15).

Que o divino Salvador seja fonte única das graças que se concedem a seus mem-

bros; regra universal a que tudo se deve conformar; meio necessário pelo qual tudo se

deve fazer na ordem sobrenatural; fim próprio e imediato do cristão, que não pode chegar

a Deus senão por Jesus Cristo, é ponto não menos certo. [2]

Unir-se a Jesus Cristo como à sua cabeça; imitá-lo como ao seu modelo; apoiar-se

nele como no fundamento que sustenta todo o edifício; encaminhar-se a ele como a seu

fim, — eis aqui o estudo e trabalho da sua vida inteira; eis aqui a origem e o progresso e o

termo da perfeição. [3]

Jesus Cristo, diz Santo Agostinho, não pode ser considerado separado dos homens

porque está unido a eles pela Encarnação. A cabeça e o corpo não constituem mais que

um só homem, um só Cristo. O Salvador do corpo e os membros do corpo estão reunidos,

para assim dizer, na própria carne; sua oração é comum; comuns também seus padeci-

mentos: e quando o tempo da iniquidade haja passado, o repouso e a dita serão igualmen-

te comuns. [4]

Porém, se assim é, segundo a doutrina de Santo Agostinho, que é também a de São

Paulo, não fazemos mais que um só corpo com Jesus Cristo (duo in carne uma); se a sua

oração é a nossa (et in voce una); se os padecimentos que sofremos e os gozos que espera-

mos nos são comuns com ele (et in passione una, et in requie una); se, por último, não há

na Igreja mais que uma só cabeça, e esta é Jesus Cristo (caput Christus — Ephes. 4), não

deve no mesmo sentido dizer-se que igualmente não há mais que um só coração? “Sim,

dizia São Bernardo, Vosso Coração, ó Jesus, é também o meu” (Serm. 3º de Passione).

2 VII

Nasceu em 1568 e morreu em 1591, portanto,

com apenas 23 anos. Este padroeiro da juventude era

de família italiana nobilíssima. Já aos 5 anos mar-

chava atrás do exército de seu pai e manejava armas

com muita facilidade.

Luís tornou-se o modelo da pureza para todos

os jovens, mesmo em meio às vaida-

des e tentações do seu tempo. Seu

pai, ao saber que desejava tornar-se

sacerdote, passou a levá-lo a festas

mundanas. Quando lhe perguntou se

ainda desejava o sacerdócio, Luís

respondeu “É nisto que penso noite e

dia”.

Aos 14 anos, então, renunciou

a tudo para fazer-se noviço na Com-

panhia de Jesus, sob a direção de

São Roberto Belarmino. Quando ti-

nha algo importante a fazer, São Luís

sempre se perguntava: “De que

serve isto para a Eternidade?”. São Luís Gonza-

ga teve de ir para Roma em 1590 para estudar, mas

ao deparar-se com as vítimas do tifo, compadeceu-se

delas. Envolveu-se tanto neste apostolado que pegou

a doença e morreu, em nome da caridade e da pureza,

neste dia do mês que em que comemoramos sua exis-

tência.

ORAÇÃO Ó Luís Santo, adornado de angélicos

costumes, eu, vosso indigníssimo devoto,

vos recomendo singularmente a castida-

de da minha alma e do meu corpo. Rogo

-vos por vossa angélica pureza, que in-

tercedais por mim ante ao Cordeiro

Imaculado, Cristo Jesus, e sua santíssi-

ma Mãe, a Virgens das virgens, e que me

preserveis de todo o pecado. Não permi-

tais que eu seja manchado com a míni-

ma nódoa de impureza; mas quando me

virdes em tentação ou perigo de pecar,

afastai do meu coração todos os pensa-

mentos e afetos impuros e, despertando

em mim a lembrança da eternidade e de

Jesus crucificado, imprimi profunda-

mente no meu coração o sentimento do santo temor de

Deus e inflamai-me no amor divino, para que, imitando-

vos cá na terra, mereça gozar a Deus convosco lá no céu.

Amém.

7

29— São Pedro e São Paulo

Muito sabemos sobre a vida e a morte de São Pedro e São Paulo, mas poucas vezes le-mos os testemunhos de quem lhes era contemporâneo. Por isso, trouxemos pequenos trechos retirados da Legenda Áurea, de Jacopo de Varazze, em que Dioniso, discípulos de São Paulo, relata sobre a morte de nossos gloriosos mártires. São Pedro, sendo estrangeiro, foi condena-do a ser crucificado, enquanto São Paulo, na qualidade de cidadão romano, foi condenado a ser decapitado. Comentando a sentença dada aos santos, Dionísio, em carta a Timóteo, relata o que segue: “Ó meu irmão Timóteo, se você tivesse assistido aos últimos momentos desses márti-res, teria desmaiado de tristeza e de dor. Quem não teria chorado quando foi pronunciada a sentença que condenava Pedro a ser crucificado e Paulo a ser decapitado? Teria visto a multi-dão de gentios e de judeus bater neles e cuspir-lhes na cara. Chegado o terrível momento da consumação do martírio, separaram um do outro e amarraram essas colunas do mundo, sob os gemidos e lamentos dos irmãos. Paulo disse então a Pedro: "Que a paz esteja consigo, fundamento das igrejas, pastor das ovelhas e cordeiros de Cristo". Pedro disse a Paulo: "Vá em paz, pregador dos bons costumes, mediador e guia da salvação dos justos" Quando separaram um do outro,

segui meu mestre, porque não foram mortos no mesmo local.” Dioniso também relatou que, depois de mortos, os santos lhe apareceram: "Timóteo, meu irmão, preste atenção no milagre, veja o prodígio ocorrido no dia do suplício deles. Estive com eles até o momento em que foram separados, e depois da morte deles eu os vi, de mãos dadas, entrar pelas portas da cidade, em trajes luminosos, ornados de coroas de claridade e de luz". Não foi por acaso que num mesmo dia e num mesmo lugar eles receberam sua sen-tença do mesmo tirano. Sofreram no mesmo dia, para irem juntos até Cristo; no mesmo lugar, para que Roma possuísse os dois; sob o mesmo perseguidor, para que a mesma crueldade atingisse a ambos. O mesmo dia para celebrar de uma só vez o mérito dos dois; o mesmo lugar para cobri-los com a mesma glória; o mesmo perseguidor para ressaltar a coragem deles.

21— São Luís Gonzaga

Page 3: Bilhete mensal 1

VI

[...] Como pretender vê-lO conhecido, amado com paixão divina, se nosso Cristia-

nismo e nossa piedade não se fundamentam em aproximação e intimidade? Como amá-lO

com santa e deliciosa embriaguez se o contemplamos desfigurado e à distância? E, no en-

tanto, quem, depois de contemplar Tua beleza, não estimará tudo o mais em tristeza e

desventura?

[...] Recebei Jesus em vossos lares, como a um Rei e como a um Amigo.

Em tom de majestade sublime Ele próprio afirmou-se Rei, diante do covarde Pila-

tos.

E quer que todas as famílias e, portanto, as nações reconheçam e proclamem a sua

Realeza Social.

Jesus pede e exige isso, porque é Rei de direito, pela Criação e pela Redenção. Di-

reito absoluto: “Jesus Nazarenus Rex!”

Pede também em desagravo, como um consolo para seu Coração. Vede: à porta de

tantas casas, ricas e pobres, bate Jesus coroado de espinhos, cingindo um diadema de

sangue e ignomínia, com os cabelos úmidos do sereno da noite. Roga e suplica que Lhe

abram, que Lhe ofereçam um asilo de amor e um trono de glória em meio da tempestade

adversamente desencadeada.

Vede-O escorraçado dos parlamentos e tribunais, excluído das leis e das escolas,

desterrado de tantos lares e, algumas vezes, de seus próprios templos...

Vede-O: Peregrino, empoeirado, triste e desvalido, errante pelos caminhos deser-

tos, saturado de opróbrios, amargurado pelos ultrajes dos pérfidos ingratos.

Escutai-O: bate com a mão ferida, e diz: “Abri, sou Jesus, não temais, sou o Rei de

Amor, abri!”

[...] Abri de par em par as vossas portas, dizei-Lhe: “Nós Te queremos e Te conju-

ramos que reines nesta casa. Sê nosso Rei!”

Atenção! Esta hospedagem, que vos pede com insistência divina, será a bênção das

bênçãos para vós todos: é para vosso bem que deseja entrar!

[...] Logo que O entronizeis, em espírito e em verdade, vereis, por grata experiên-

cia, como transborda e vos cumula seu divino Coração.

6 III

Não consideremos, pois, o Coração de Jesus Cristo como Coração do Filho de Deus so-

mente, senão também como coração de todos os homens. Se ele há sido cheio de graça e

inundado de um amor infinito, tem-no sido com o fim de que difundisse em nós sua ple-

nitude, e de que o santo fogo em que arde consumisse o nosso: — De plenitudine in ejus

nos omnes accepimus (Joan.1).

O Coração de Jesus é o foco universal que distribui seus raios entre todas as almas

que amam a Deus. É o precioso suplemento concedido à nossa debilidade, e destinado a

elevar até ao infinito nossas ações e virtudes, nossas orações e merecimentos. Ele é o ór-

gão admirável dado ao gênero humano para cumprir com perfeição o grande preceito de

amar.

O Coração de Jesus é a vida dos corações, enquanto lhes comunica a graça e a for-

ça, o amor e a fecundidade das boas obras.

O Coração de Jesus é o modelo de todos os corações; pois que os alumia com sua

luz e nele se encontram praticadas na mais alta perfeição todas as virtudes.

O Coração de Jesus é o rei dos corações, enquanto dirige e regula todos os seus afe-

tos. Do mesmo modo que o sol determina todos os movimentos e rege as evoluções dos

corpos celestes que compõe nosso sistema planetário, assim este benéfico sol dos espíritos

tem a seu cargo a direção e o movimento dos demais corações, exercendo em todos seu

poder de atração para que se não desviem da órbita que lhes está marcada.

Tais são os ofícios do adorável Coração de Jesus. Se o Salvador divino é justamente

chamado o homem por excelência (Ecce homo), seu Coração deve considerar-se como o

Coração único e verdadeiramente santo e digno de Deus, posto que somente por ele e nele

podem os demais corações chegar a ser agradáveis à divina Majestade. Eis o ponto de vis-

ta em que devemos colocar-nos para formar uma ideia justa da devoção de que se trata.

Assim nos será fácil compreender qual é o seu objeto e o seu verdadeiro espírito; qual a

prática mais sólida e substancial a que convém se apliquem com preferência a tudo as

pessoas que fazem profissão de honrar o Coração de Jesus.

[1] Quos paescivit et praedestinavit conformes fieri imaginis Filii sui (Rom. 8) [2] Ego sum via, veritas et vita (Joan. 14). – Sine me mihil potestis facere (Ibid. 15). – Omnia vestra sunt, vos autem Christi (Rom. 3) [3] Ego sum principium (Apoc. 22). —Ego sum via. Ego sum finis. (Ibid.) [4] Unus enin homo cum capite et corpore suo Jesus Christus. Salvator corpori et membra corporis, duo in carne una, et in voce una, et in passione una; et quum transierit iniquitas in requie una (Aug. in Ps. 61)

3

Page 4: Bilhete mensal 1

IV

A ENTRONIZAÇÃO DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

EM QUE CONSISTE E IMPORTÂNCIA

Podemos defini-la: O reconhecimento oficial e social da soberania amorosa do Co-

ração de Jesus sobre a família cristã.

Reconhecimento sensível pela instalação definitiva e solene de uma imagem do Sa-

grado Coração em lugar de honra, e ela inteira oferta do lar por meio do ato de consagra-

ção.

Disse o Deus de misericórdia em Paray-le-Monial que, sendo Ele mesmo a fonte de

todas as bênçãos, copiosamente as distribuiria onde fosse colocada a imagem de seu Co-

ração, com o fim de ser amada e honrada.

Disse mais: “Reinarei apesar dos meus inimigos e de todos quantos pretendam

opor-se”.

A Entronização, portanto, não satisfaz apenas este ou aquele pedido do Salvador a

Santa Margarida Maria, mas realiza completa e integralmente todos eles, atraindo o cum-

primento de todas as promessas esplêndidas que os enriqueceram.

Observe-se que dizemos “realiza integralmente” o conjunto dos pedidos formula-

dos em Paray, porque seu fim supremo, transcendental, não é, nem deve ser, o fomento

de umas tantas devoçõezinhas e sim a santificação profunda do lar — segundo o espírito

do Sagrado Coração — para que se converta em primeiro trono do Rei divino, trono vivo e

de caráter social.

Para transformar e salvar o mundo é imprescindível que o Natal se perpetue, palpi-

tante e permanente, isto é, que Jesus, o Deus Emanuel, seja deveras “Deus conosco”, que

habite real e efetivamente entre nós, irmãos seus exilados, bem mais fracos que maus...

Não nos enganemos: para em dia mais ou menos próximo chegarmos ao Reinado

Social de Jesus Cristo, fazendo-o reconhecido e acatado como Rei soberano, será preciso

reconstruir a sociedade moderna desde seus alicerces, reedificá-la nas bases de Nazaré, da

família profundamente cristã.

Aquilata-se o valor de um povo pelo valor moral da família. Em santidade ou cor-

rupção, vale um povo o que vale o lar. Regra sem exceção.

[...] O lar é o templo por excelência, o Tabernáculo três vezes santo. Por muito artís-

ticas e venerandas que possam ser, basílicas e catedrais não salvarão o mundo. Ele será

redimido pelas famílias santas, Nazaré divino.

4 V

[...] Numa palavra: A Entronização visa perpetuar a convivência com o Jesus do

Evangelho, o Emanuel que volta para habitar as tendas dos filhos dos homens.

Mas quão pouco conhecido é Cristo! E por isso, quão pouco amado! A maioria da-

queles que se dizem cristãos tem-lhe medo e vive à distância. Diz-lhe, não talvez com os

lábios, mas com suas atitudes: “Fica, Senhor, em teu tabernáculo; quanto a nós, vivere-

mos por nossa conta e risco, viveremos nossa vida familiar, sem que te intrometas dema-

siado intimamente nela... Não te chegues demais, não nos fales, para que não aconteça

morrermos de medo” (Ex. 20,19).

[...] Alegamos nossa indignidade! ... Que absurdo! Como se tivesse sido digno Za-

queu a quem a curiosidade, e não outro motivo, pôs no caminho do Salvador... Como se

tivessem sido dignas — ou santas — a Cananéia e a Samaritana; santo, Simão o Fariseu, e

tantos companheiros nossos na lepra moral, na miséria e maldade...

Não, nenhum deles era digno, mas todos tiveram fé no amor misericordioso do

Mestre, e aceitaram com simplicidade a sua condescendência. Felizes desgraçados, cujo

infortúnio atraiu e comoveu o coração do Salvador! Em suas casas e em suas almas, com

Jesus entrou a felicidade, a paz e a conversão... “Hoje entrou a salvação nesta casa” (Lc.

19,9).

Pretexto farisaico, o respeito!

O Deus de toda majestade, despojando-se de seu esplendor, nos chama e, de braços

estendidos, oferece-nos a mão... Chega a ser atrevimento e insolência pretendermos dar-

lhe uma lição e, alegando respeito, mantermo-nos à distância, como que a dizer-lhe:

“Lembrai-Vos de que sois Deus e Rei, afastai-Vos”.

Estão aí para se verem os milhares de pseudo-cristãos que apesar da Redenção pre-

tendem servir ao Redentor abrindo vales entre si e Ele, erguendo montanhas, cavando

abismos. E isto, sempre por respeito!

O respeito, em sua essência, é amor e não etiqueta, pelo menos em relação a Jesus.

Por vontade Sua explícita, o respeito não é distância, uma vez que Ele já a suprimiu com a

Encarnação e a Eucaristia.

[...] Quantas vezes esses respeitos não passam de camuflagens do respeito humano

e também da soberba!...

[...] Triste realidade: depois de vinte séculos de Cristianismo, o Amor não é amado,

não é amado, absolutamente!

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