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1 Não há dúvida de que a ausên- cia de palavras e frases motivadoras, cada vez mais comum nos ambien- tes domésticos, prejudica a relação parental. Raramente observam-se homens estimulando com palavras edificantes suas mulhe- res e vice-versa, não se constatam regularmente chefes estimulando com sinceridade o trabalho de seus subordinados, não é muito comum pais e filhos se estimularem com pala- vras afetuosas. Óbvio que o bom profissional, inobstante não almeje, valoriza uma palavra de estímulo, o bom filho gosta de ser re- conhecido, o bom pai ou a boa mãe exultam ao ser avaliados positivamente, o bom amigo, a boa dona de casa, a mulher que se cuida, o homem que se dedica, enfim, vivemos numa socie- dade em que um precisa do outro; é impossível um homem viver sozinho, e as palavras motivadoras (que não po- dem resvalar para elogios) são a oxi- genação de ânimo na vida de qualquer pessoa. Desde que adentramos nos portais dos ensinos espíritas, apren- demos que o elogio (ainda que bem intencionado) nos afrouxa a vigília e ilude. E nada existe de mais frágil que uma criatura iludida a seu próprio respeito. É ver- dade, os benfeitores nos advertem a fim de que não percamos nossa in- dependência construtiva a troco de considerações humanas (bajulações), posto que a armadilha que pune o animal crimi- noso é igual à que sur- preende o canário negli- gente. Até mesmo nos momentos de angústias de alguém, nas horas difíceis, em que vemos um companheiro despenhar-se nas sombras interiores, não olvidemos que, para auxiliá-lo, é tão desaconse- lhável a condenação, quanto o elogio. Sussurra a prudência cristã que nunca cederíamos campo à vaidade se não vivêssemos reclamando o venenoso coquetel da lisonja ao nosso egocen- Informativo Mensal do Posto de Assistência Espírita - Ano II, Número 15 - Outubro/2016. A lisonja no rastro do orgulho Editorial Jorge Hessen

Boletim o pae outubro

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Não há dúvida de que a ausên-cia de palavras e frases motivadoras, cada vez mais comum nos ambien-tes domésticos, prejudica a relação parental. Raramente observam-se homens estimulando com palavras edificantes suas mulhe-res e vice-versa, não se constatam regularmente chefes estimulando com sinceridade o trabalho de seus subordinados, não é muito comum pais e filhos se estimularem com pala-vras afetuosas.

Óbvio que o bom profissional, inobstante não almeje, valoriza uma palavra de estímulo, o bom filho gosta de ser re-conhecido, o bom pai ou a boa mãe exultam ao ser avaliados positivamente, o bom amigo, a boa dona de casa, a mulher que se cuida, o homem que se dedica, enfim, vivemos numa socie-dade em que um precisa do outro; é impossível um homem viver sozinho, e as palavras motivadoras (que não po-dem resvalar para elogios) são a oxi-genação de ânimo na vida de qualquer

pessoa.Desde que adentramos nos

portais dos ensinos espíritas, apren-demos que o elogio (ainda que bem intencionado) nos afrouxa a vigília e ilude. E nada existe de mais frágil que

uma criatura iludida a seu próprio respeito. É ver-dade, os benfeitores nos advertem a fim de que não percamos nossa in-dependência construtiva a troco de considerações humanas (bajulações), posto que a armadilha que pune o animal crimi-noso é igual à que sur-preende o canário negli-gente.

Até mesmo nos momentos de angústias de alguém, nas horas difíceis, em que vemos

um companheiro despenhar-se nas sombras interiores, não olvidemos que, para auxiliá-lo, é tão desaconse-lhável a condenação, quanto o elogio. Sussurra a prudência cristã que nunca cederíamos campo à vaidade se não vivêssemos reclamando o venenoso coquetel da lisonja ao nosso egocen-

Informativo Mensal do Posto de Assistência Espírita - Ano II, Número 15 - Outubro/2016.

A lisonja no rastro do orgulhoEditorialJorge Hessen

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............ Espaço da Codificação ............

“O Evangelho segundo o Espiritismo” - Cap. 7, item 11

O orgulho é o terrível adversário da humildade. Se o Cristo pro-meteu o reino dos Céus aos mais humildes, foi porque os podero-sos da Terra imaginam que os títulos e as riquezas são as recompensas dadas ao seu mérito, e que sua origem é mais pura do que a do pobre. Acre-ditam que isso lhes é devido por direito e, quando Deus as retira, acusam-no de injustiça. Ridícula cegueira! Deus vos distingue pelo corpo? Acaso o do pobre não é igual ao do rico? O Criador fez duas espécies de homens? Tudo o que Deus fez é grandioso e sábio; nunca crediteis a Deus as ideias que os vossos cérebros orgulhosos imaginam.

trismo doentio.Invariavelmente, ficamos sub-

missos às injunções sociais quando buscamos aprovação (bajulações) dos outros, quando permanecemos na po-sição de permanentes escravos e pe-dintes do aplauso hipócrita e do verniz, da lisonja, condicionando-nos a viver sem usufruir de liberdade de consciên-cia, submetendo-nos a ser manipula-dos pelos juízos e opiniões alheias.

O elogio nos arremessa à pre-sunção, a afetação nos remete à vai-dade. Nesse insofreável desejo de chamar a atenção alheia, queremos ser ovacionados e reverenciados pe-rante os outros. Atualmente, adota-se perigosamente o hábito dos dirigentes desatentos de elogiar e exaltar ora-dores em público. Essas pompas e grandiloquências, observadas à volta de alguns oradores (famosos ou não), é bem a repetição das ostentações do cristianismo sem o Cristo.

A rigor, se alguém vem a público dizer que um orador é “maravilhoso”,

“fantástico”, “brilhante”, “inesquecí-vel”, “insubstituível” e outras bajulices, logicamente está elogiando, porém, jamais estimulando ou motivando tal “homenageado”. Por essas razões, im-porta vigiarmos as próprias manifesta-ções, não nos julgando indispensáveis e preferindo a autocrítica ao autoelo-gio, recordando que o exemplo da hu-mildade é a maior força para a nossa transformação moral. “Toda presunção evidencia afastamento do Evangelho.”

É imprescindível não elogiar (adular) as pessoas que estejam agin-do em conformidade com as nossas conveniências, para não lhes criar em-pecilhos à caminhada enobrecedora, embora nos constitua dever prestar-lhes assistência e carinho para que mais se agigante nas boas obras. O elogio (adulação) é peçonha em forma verbal. Por essa razão, não esqueça-mos que “ainda quando provenha de círculos bem-intencionados, urge re-cusar o tóxico da lisonja, pois no rastro do orgulho, segue a ruína”.

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Livro: O ConsoladorPsicografia: Chico XavierEditora: FEB

Questão 208:Há uma tarefa especializada da inteligência no orbe ter-

restre?

Assim como numerosos Espíritos recebem a provação da fortuna, do poder transitório e da autoridade, há os que recebem a incumbência sagrada, em lutas expiatórias ou em missões santificantes, de desenvolve-rem a boa tarefa da inteligência em proveito real da coletividade.

Todavia, assim como o dinheiro e a posição de realce são ambientes de luta, onde todo êxito espiritual se torna mais porfiado e difícil, o des-taque intelectual, muitas vezes, obscurece no mundo a visão do Espírito encarnado, conduzindo-o à vaidade injustificável, onde as intenções mais puras ficam aniquiladas.

Refletindo com EmmanuelRefletindo com Emmanuel

- Lacordaire em “O Evangelho segundo o Espiritismo”, cap 15: “Sede generosos e caridosos, sem ostentação, isto é, fazei o bem com humil-

dade. Que cada um proceda pouco a pouco à demolição dos altares que todos ergueram ao orgulho”.

- Revista Espírita, abril de 1859, em “Conversas Familiares de Além-Tú-mulo”: “(...) o orgulho está sempre em ação, criando-nos ilusões. Aliás, isso é bem próprio dos ignorantes: não querem estudar senão aquilo

que preferem e só dão ouvidos aos que os lisonjeiam”.

- “O Livro dos Médiuns”, cap. XX, nº 228: “Todas as imperfeições morais são outras tantas portas abertas ao acesso dos maus Espíritos. A que, porém, eles exploram com mais habilidade é o orgulho, porque é a que

a criatura menos confessa a si mesma”.

- “O Evangelho segundo o Espiritismo”, prefácio: “Eu vos digo, em verdade, que são chegados os tempos em que todas as coisas hão de ser restabelecidas no seu verdadeiro sentido, para dissipar as trevas,

confundir os orgulhosos e glorificar os justos”.

Orgulho, matriz de todos os vícios

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Conselho Diretor - Presidente: Wilson Barbosa / Vice-Presidente: Jorge HessenSecretária: Diomarsi Souza / 2.º Secretário: Josias da Silva

Tesoureiro: João BatistaConselho Fiscal - José Amin, Francisco Soares e Marcos Marques

Editores - Jorge Hessen e Fabiano AugustoSite - http://opaespirita.wixsite.com/opaeBlog - http://paespirita.blogspot.com.br/

QNM 40 AE N.° 02, Taguatinga Norte/DF - Fone: (61) 3491-2552Associe-se e colabore com o PAE!

Expediente

Sábados - 18 horasDia 1 - Jorge Hessen (PAE)

Dia 8 - Eliomar Pereira (CEEB)Dia 15 - Sidney de Paula (FEB) Dia 22 - Jackson Almeida (CEB)

Dia 29 - Carlos Sá (FEB)

Quartas-feiras - 20 horasDia 5 - Francisco Soares (PAE)Dia 12 - Cirne Ferreira (FEB)Dia 19 - Maria Omilta (PAE)

Dia 26 - Arildo Marques (B. Menezes)

Quadro de Reuniões Públicas e Expositores do Mês de Outubro

Site - http://opaespirita.wixsite.com/opaeBlog - http://paespirita.blogspot.com.br/

- Almoço Fraterno -Data: 9 de outubro de 2016

Local: Posto de Assistência Espírita- PAEHorário: Das 12h às 14h

Valor: R$ 15,00 por pessoaObservações: Crianças com até 5 anos não pagam,

as sobremesas e refrigerantes serão vendidos à parte.

Cardápio: Frango xadrez, arroz, feijão, macarrão, saladae opção para vegetarianos.

Participem!