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Criminosos arrependidos - verger a bernoist

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Um criminoso é um indivíduo que viola uma ou mais Um criminoso é um indivíduo que viola uma ou mais leis ou regulamentos estabelecido pela sociedade. leis ou regulamentos estabelecido pela sociedade. Segundo Pinatel*,o criminoso é um homem como Segundo Pinatel*,o criminoso é um homem como outro qualquer, só se diferenciando por uma maior outro qualquer, só se diferenciando por uma maior aptidão para ato criminoso; assim a personalidade aptidão para ato criminoso; assim a personalidade criminosa seria descrita através de traços criminosa seria descrita através de traços psicológicos agrupados numa determinada psicológicos agrupados numa determinada característica;característica;

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A classificação dos criminosos segundo Candido Motta pode ser A classificação dos criminosos segundo Candido Motta pode ser assim resumida :assim resumida :

Criminosos impetuosos - são aqueles que comentem crimes movidos Criminosos impetuosos - são aqueles que comentem crimes movidos por impulso emotivo, por exemplo, os crimes passionais ou por impulso emotivo, por exemplo, os crimes passionais ou crimes que ocorrem em uma discussão de trânsito. O criminoso crimes que ocorrem em uma discussão de trânsito. O criminoso impetuoso costuma se arrepender em seguida.impetuoso costuma se arrepender em seguida.

Criminosos ocasionais - são aqueles que decorrem da influência do Criminosos ocasionais - são aqueles que decorrem da influência do meio, isto é, são pessoas que acabam caindo em "tentação" meio, isto é, são pessoas que acabam caindo em "tentação" devido a alguma circunstância facilitadora. Neste caso aplica-se o devido a alguma circunstância facilitadora. Neste caso aplica-se o ditado "a ocasião faz o ladrão". Os delitos mais comuns são furto ditado "a ocasião faz o ladrão". Os delitos mais comuns são furto e estelionato. O criminoso ocasional tem chances de se redimir.e estelionato. O criminoso ocasional tem chances de se redimir.

Criminosos habituais - são os profissionais do crime. Normalmente se Criminosos habituais - são os profissionais do crime. Normalmente se iniciam no crime durante a adolescência e progressivamente iniciam no crime durante a adolescência e progressivamente adquirem habilidades mais sofisticadas. Praticam todo tipo de adquirem habilidades mais sofisticadas. Praticam todo tipo de crime. A violência tem o intuito de intimidar a vítima.crime. A violência tem o intuito de intimidar a vítima.

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Criminosos fronteiriços - são criminosos que se enquadram em Criminosos fronteiriços - são criminosos que se enquadram em zona fronteiriça entre a doença mental e os indivíduos zona fronteiriça entre a doença mental e os indivíduos normais. São pessoas que delinqüem devido a distúrbios de normais. São pessoas que delinqüem devido a distúrbios de personalidade, por exemplo, transtorno de personalidade personalidade, por exemplo, transtorno de personalidade anti-social (psicopatia); transtornos sexuais etc. Em geral, anti-social (psicopatia); transtornos sexuais etc. Em geral, são pessoas frias, sem valores éticos e morais, que cometem são pessoas frias, sem valores éticos e morais, que cometem crimes com extrema violência desmotivada.crimes com extrema violência desmotivada.

Loucos criminosos - são pessoas que possuem doença mental, Loucos criminosos - são pessoas que possuem doença mental, isto é, alteração qualitativa das funções psíquicas que isto é, alteração qualitativa das funções psíquicas que comprometem o entendimento e a autodeterminação do comprometem o entendimento e a autodeterminação do indivíduo. Por exemplo: esquizofrênicos, paranóicos, indivíduo. Por exemplo: esquizofrênicos, paranóicos, psicóticos, toxicômanos graves etc. Em geral agem sozinhos, psicóticos, toxicômanos graves etc. Em geral agem sozinhos, impulsivamente, sem premeditação e remorso. impulsivamente, sem premeditação e remorso.

Pela justiça terrena os criminosos são classificados segundo o Pela justiça terrena os criminosos são classificados segundo o crime cometido e sofrem a sanção da lei correspondente a crime cometido e sofrem a sanção da lei correspondente a ele.ele.

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Na visão espírita ...”Na raiz da violência encontra-se a falta Na visão espírita ...”Na raiz da violência encontra-se a falta de desenvolvimento do senso moral, que o Espírito de desenvolvimento do senso moral, que o Espírito aprimora através da educação, do exercício dos valores aprimora através da educação, do exercício dos valores éticos, da amplitude de consciência.”(Divaldo)éticos, da amplitude de consciência.”(Divaldo)

Segundo Rizzini* a causa geral de qualquer perturbação Segundo Rizzini* a causa geral de qualquer perturbação psíquica reside na desobediência constante às psíquica reside na desobediência constante às determinações da Lei de Deus (abandono sistemático determinações da Lei de Deus (abandono sistemático das obrigações impostas pela Lei). Uns estão rebelados das obrigações impostas pela Lei). Uns estão rebelados contra a vida, o mundo e Deus; outros estão contra a vida, o mundo e Deus; outros estão desanimados ante os obstáculos a remover do próprio desanimados ante os obstáculos a remover do próprio caminho. Um dia, eclodem os variados sintomas caminho. Um dia, eclodem os variados sintomas neuróticos ou psicóticos, conforme a intensidade da neuróticos ou psicóticos, conforme a intensidade da perturbação íntima. Temos assim, como causa perturbação íntima. Temos assim, como causa específica as imperfeições afetivas do Espírito, sendo o específica as imperfeições afetivas do Espírito, sendo o egoísmo a base dos sentimentos desequilibrantes da egoísmo a base dos sentimentos desequilibrantes da alma, esse excessivo apego ao próprio bem, sem alma, esse excessivo apego ao próprio bem, sem considerar o dos outros. É a chamada "hipertrofia considerar o dos outros. É a chamada "hipertrofia congênita do eu" ou ainda "obsessão neurótica do eu". congênita do eu" ou ainda "obsessão neurótica do eu".

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Como é e como se processa a justiça divina? E ao Como é e como se processa a justiça divina? E ao desencarnarem como ficam os criminosos?desencarnarem como ficam os criminosos?

Deus, que é inteligência suprema e causa primária de Deus, que é inteligência suprema e causa primária de todas as coisas, estabeleceu leis, chamadas de naturais todas as coisas, estabeleceu leis, chamadas de naturais ou divinas. Elas englobam todas as ações do homem: ou divinas. Elas englobam todas as ações do homem: para consigo para com o próximo e para com o meio para consigo para com o próximo e para com o meio ambiente.Na fase inicial, mais rudimentar, da ambiente.Na fase inicial, mais rudimentar, da caminhada do Espírito à perfeição, funciona o caminhada do Espírito à perfeição, funciona o determinismo divino. Com o desenvolvimento do ser, determinismo divino. Com o desenvolvimento do ser, desperta-se-lhe o livre-arbítrio, a fim de que sinta desperta-se-lhe o livre-arbítrio, a fim de que sinta responsabilidade pelos atos praticados. A Ação responsabilidade pelos atos praticados. A Ação inteligente do homem é um contrapeso que Deus inteligente do homem é um contrapeso que Deus dispôs para estabelecer o equilíbrio entre as forças da dispôs para estabelecer o equilíbrio entre as forças da Natureza e é ainda isso o que o distingue dos animais, Natureza e é ainda isso o que o distingue dos animais, porque ele obra com conhecimento de causa . Já a porque ele obra com conhecimento de causa . Já a Reação ,é a conseqüência que a ação humana acarreta Reação ,é a conseqüência que a ação humana acarreta ao ser defrontada com a Lei Natural. ao ser defrontada com a Lei Natural.

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““Pela Lei de Causa e Efeito, toda ação praticada Pela Lei de Causa e Efeito, toda ação praticada recebe o retorno correspondente no devido tempo recebe o retorno correspondente no devido tempo Assim, o homem tem uma lei, uma diretriz, um Assim, o homem tem uma lei, uma diretriz, um modelo colocado em sua consciência, no sentido de modelo colocado em sua consciência, no sentido de nortear-lhe os seus atos”(Kardec, Allan,"O Livro dos nortear-lhe os seus atos”(Kardec, Allan,"O Livro dos Espíritos", questão 621.).Espíritos", questão 621.).

"A lei de Deus é a mesma para todos; porém, o mal "A lei de Deus é a mesma para todos; porém, o mal depende principalmente da vontade que se tenha depende principalmente da vontade que se tenha de o praticar. O bem é sempre o bem e o mal de o praticar. O bem é sempre o bem e o mal sempre o mal, qualquer que seja a posição do sempre o mal, qualquer que seja a posição do homem. Diferença só há quanto ao grau da homem. Diferença só há quanto ao grau da responsabilidade.“ - Kardec, Allan,"O Livro dos responsabilidade.“ - Kardec, Allan,"O Livro dos Espíritos", questão 636Espíritos", questão 636

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No livro “O Céu e o Inferno”(As Penas Futuras No livro “O Céu e o Inferno”(As Penas Futuras Segundo o Espiritismo, item III)...“A justiça humana Segundo o Espiritismo, item III)...“A justiça humana não faz distinção de individualidade dos seres que não faz distinção de individualidade dos seres que castiga, medindo o crime por si mesmo. Atinge castiga, medindo o crime por si mesmo. Atinge indistintamente aqueles que o cometeram e a indistintamente aqueles que o cometeram e a mesma pena é atribuída ao culpado, sem distinção mesma pena é atribuída ao culpado, sem distinção de sexo ou grau de educação. A justiça divina de sexo ou grau de educação. A justiça divina procede diferente: as punições são impostas de procede diferente: as punições são impostas de acordo com o grau de progresso dos culpados. acordo com o grau de progresso dos culpados. Crimes iguais não significa que os indivíduos sejam Crimes iguais não significa que os indivíduos sejam iguais. (...) Então, não são mais as trevas que iguais. (...) Então, não são mais as trevas que castigam e sim a intensidade da luz espiritual, que castigam e sim a intensidade da luz espiritual, que ultrapassa a inteligência terrena e o faz sentir a ultrapassa a inteligência terrena e o faz sentir a angústia de uma ferida aberta”. angústia de uma ferida aberta”.

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No dia 03/01/1857 Verger feriu mortalmente o No dia 03/01/1857 Verger feriu mortalmente o arcebispo de Paris, Monsenhor Sibour.arcebispo de Paris, Monsenhor Sibour.

Foi condenado à morte e executado em 30 de JaneiroFoi condenado à morte e executado em 30 de Janeiro

Até o último momento não Até o último momento não manifestou qualquer manifestou qualquer sentimento de pesar ou sentimento de pesar ou arrependimento.arrependimento.

Monsenhor SibourMonsenhor Sibour

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Evocado no mesmo dia da execução:Evocado no mesmo dia da execução:

- Ainda estou preso ao corpo.Ainda estou preso ao corpo.

- Não estou morto, não é assim?- Não estou morto, não é assim?

P: - Arrependei-vos do que fizeste?P: - Arrependei-vos do que fizeste?R: - Fiz mal em matar...R: - Fiz mal em matar...

- Quanto a mim, não sei onde estou... Estou doidoQuanto a mim, não sei onde estou... Estou doido

P: - Se orásseis, talvez pudésseis concentrar os vossos P: - Se orásseis, talvez pudésseis concentrar os vossos pensamentos... pensamentos...

R: - Intimido-me... não me atrevo a orar.R: - Intimido-me... não me atrevo a orar.

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P: - Orai, que grande é a misericórdia de Deus! Oraremos P: - Orai, que grande é a misericórdia de Deus! Oraremos convosco. convosco.

R: - Sim; eu sempre acreditei na infinita misericórdia de Deus.R: - Sim; eu sempre acreditei na infinita misericórdia de Deus.

P: - Vedes a vossa vítima? P: - Vedes a vossa vítima? R: - Parece-me ouvir uma voz semelhante à sua, dizendo-me: R: - Parece-me ouvir uma voz semelhante à sua, dizendo-me:

“Não mais te quero...” Será, talvez, um efeito da “Não mais te quero...” Será, talvez, um efeito da imaginação!... Estou doido, vo-lo asseguro, pois que vejo imaginação!... Estou doido, vo-lo asseguro, pois que vejo meu corpo de um lado e a cabeça de outro... afigurando-se-meu corpo de um lado e a cabeça de outro... afigurando-se-me, porém, que vivo no Espaço, entre a Terra e o que me, porém, que vivo no Espaço, entre a Terra e o que denominais céu... Sinto como o frio de uma faca prestes a denominais céu... Sinto como o frio de uma faca prestes a decepar-me o pescoço, mas isso será talvez o terror da decepar-me o pescoço, mas isso será talvez o terror da morte... Também me parece ver uma multidão de Espíritos morte... Também me parece ver uma multidão de Espíritos a rodear-me, olhando-me compadecidos... E falam-me, mas a rodear-me, olhando-me compadecidos... E falam-me, mas não os compreendo.não os compreendo.

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Três dias depois:Três dias depois:

P: - Reconhecei-vos melhor agora? P: - Reconhecei-vos melhor agora? R: - Já sei que não mais pertenço a esse mundo, e não R: - Já sei que não mais pertenço a esse mundo, e não

o deploro. Pesa-me o que fiz, porém meu Espírito o deploro. Pesa-me o que fiz, porém meu Espírito está mais livre. Sei a mais que há uma série de está mais livre. Sei a mais que há uma série de encarnações que nos dão conhecimentos úteis, a encarnações que nos dão conhecimentos úteis, a fim de nos tornarmos tão perfeitos quanto possível fim de nos tornarmos tão perfeitos quanto possível à criatura humana.à criatura humana.

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P: - Sois punido pelo crime que cometestes? P: - Sois punido pelo crime que cometestes? R: - Sim; lamento o que fiz e isso faz-me sofrer.R: - Sim; lamento o que fiz e isso faz-me sofrer.

P: - Qual a vossa punição? P: - Qual a vossa punição? R: - Sou punido porque tenho consciência da minha falta, e R: - Sou punido porque tenho consciência da minha falta, e

para ela peço perdão a Deus; sou punido porque reconheço para ela peço perdão a Deus; sou punido porque reconheço a minha descrença nesse Deus, sabendo agora que não a minha descrença nesse Deus, sabendo agora que não devemos abreviar os dias de vida de nossos irmãos; sou devemos abreviar os dias de vida de nossos irmãos; sou punido pelo remorso de haver adiado o meu progresso, punido pelo remorso de haver adiado o meu progresso, enveredando por caminho errado, sem ouvir o grito da enveredando por caminho errado, sem ouvir o grito da própria consciência que me dizia não ser pelo assassínio que própria consciência que me dizia não ser pelo assassínio que alcançaria o meu desiderato. Deixei-me dominar pela inveja alcançaria o meu desiderato. Deixei-me dominar pela inveja e pelo orgulho; enganei-me e arrependo-me, pois o homem e pelo orgulho; enganei-me e arrependo-me, pois o homem deve esforçar-se sempre por dominar as más paixões - o deve esforçar-se sempre por dominar as más paixões - o que aliás não fiz.que aliás não fiz.

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Por esta resposta percebe-se a inexistência de um tribunal Por esta resposta percebe-se a inexistência de um tribunal acusatório, de um juízo final, onde Deus colocado como Juiz acusatório, de um juízo final, onde Deus colocado como Juiz supremo determinaria a pena a ser cumprida. Pelo contrário, supremo determinaria a pena a ser cumprida. Pelo contrário, coloca Deus , como Pai amoroso e suas Leis estabelecidas na coloca Deus , como Pai amoroso e suas Leis estabelecidas na consciência de cada um, como colocado à Allan Kardec pela consciência de cada um, como colocado à Allan Kardec pela Espiritualidade Superior:Espiritualidade Superior:

.”...o homem perverso (o criminoso) necessariamente reconhece as .”...o homem perverso (o criminoso) necessariamente reconhece as faltas que praticou: "Sempre as reconhece e, então, mais sofre, faltas que praticou: "Sempre as reconhece e, então, mais sofre, porque sente em si todo o mal que praticou, ou de que foi porque sente em si todo o mal que praticou, ou de que foi voluntariamente causa. Contudo, o arrependimento nem sempre voluntariamente causa. Contudo, o arrependimento nem sempre é imediato. Há Espíritos que se obstinam em permanecer no mau é imediato. Há Espíritos que se obstinam em permanecer no mau caminho, não obstante os sofrimentos por que passam. Porém, caminho, não obstante os sofrimentos por que passam. Porém, cedo ou tarde, reconhecerão errada a senda que tomaram e o cedo ou tarde, reconhecerão errada a senda que tomaram e o arrependimento virá. Para esclarecê-los trabalham os bons arrependimento virá. Para esclarecê-los trabalham os bons Espíritos e também vós podeis trabalhar". (Kardec, Allan, O Céu e Espíritos e também vós podeis trabalhar". (Kardec, Allan, O Céu e o Inferno, As Penas Futuras – Segundo o Espiritismo, item III)o Inferno, As Penas Futuras – Segundo o Espiritismo, item III)

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P: - Desejais reencarnar na Terra?P: - Desejais reencarnar na Terra?R: - Até o peço e desejo achar-me constantemente R: - Até o peço e desejo achar-me constantemente

exposto ao assassínio, provando-lhe o temor.exposto ao assassínio, provando-lhe o temor.

P: - O homem que mata sabe que, ao escolher nova P: - O homem que mata sabe que, ao escolher nova existência, nela se tornará assassino?existência, nela se tornará assassino?

R: - Não; ele sabe que, escolhendo uma vida de luta, R: - Não; ele sabe que, escolhendo uma vida de luta, tem probabilidades de matar um semelhante, tem probabilidades de matar um semelhante, ignorando porém se o fará, pois está quase sempre ignorando porém se o fará, pois está quase sempre em luta consigo mesmo.em luta consigo mesmo.

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Monsenhor Sibour, evocado, disse que perdoava ao Monsenhor Sibour, evocado, disse que perdoava ao assassino e orava para que ele se arrependesse.assassino e orava para que ele se arrependesse.

A situação de Verger, ao morrer, é a de quase todos os A situação de Verger, ao morrer, é a de quase todos os que sucumbem violentamente. Não se verificando que sucumbem violentamente. Não se verificando bruscamente a separação, eles ficam como bruscamente a separação, eles ficam como aturdidos, sem saber se estão mortos ou vivos. A aturdidos, sem saber se estão mortos ou vivos. A visão do arcebispo foi-lhe poupada por visão do arcebispo foi-lhe poupada por desnecessária ao seu remorso; mas outros desnecessária ao seu remorso; mas outros Espíritos, em circunstâncias idênticas, são Espíritos, em circunstâncias idênticas, são constantemente acossados pelo olhar das suas constantemente acossados pelo olhar das suas vítimas.vítimas.

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À enormidade do delito, Verger acrescentara a À enormidade do delito, Verger acrescentara a agravante de se não ter arrependido ainda em vida, agravante de se não ter arrependido ainda em vida, estando, pois, nas condi- ções requeridas para a estando, pois, nas condi- ções requeridas para a eterna condenação. Mas, logo que deixou a Terra, eterna condenação. Mas, logo que deixou a Terra, o arrependimento invadiu-lhe a alma.o arrependimento invadiu-lhe a alma.

Por que não considerar valioso esse arrependimento? Por que não considerar valioso esse arrependimento? Por que admiti-lo dias antes como salvante do Por que admiti-lo dias antes como salvante do inferno, e depois não? E por que, finalmente, o inferno, e depois não? E por que, finalmente, o Deus misericordioso para o penitente, em vida, Deus misericordioso para o penitente, em vida, deixaria de o ser, por questão de horas, mais tarde?deixaria de o ser, por questão de horas, mais tarde?

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A obstinação no mal, em vida, provém às vezes do A obstinação no mal, em vida, provém às vezes do orgulho de quem recusa submeter-se e confessar orgulho de quem recusa submeter-se e confessar os próprios erros.os próprios erros.

A manifestação imediata de melhores sentimentos é A manifestação imediata de melhores sentimentos é sempre indício de um progresso moral realizado, sempre indício de um progresso moral realizado, que apenas aguarda uma circunstância favorável que apenas aguarda uma circunstância favorável para se revelar, ao passo que a persistência mais ou para se revelar, ao passo que a persistência mais ou menos longa no mal, depois da morte, é menos longa no mal, depois da morte, é incontestavelmente a prova de atraso do Espíritoincontestavelmente a prova de atraso do Espírito

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Condenado à pena última pelo júri de Aisne, e executado a Condenado à pena última pelo júri de Aisne, e executado a 31 de dezembro de 1857. Evocado em 29 de janeiro de 31 de dezembro de 1857. Evocado em 29 de janeiro de 1858.1858.

P: - Vendo-nos, que sensação experimentais?P: - Vendo-nos, que sensação experimentais?R: - A da vergonha.R: - A da vergonha.

P: - Após a execução tivestes imediata noçãoP: - Após a execução tivestes imediata noçãodessa nova existência?dessa nova existência?

R: - Eu estava imerso em grande perturbação, da qual, R: - Eu estava imerso em grande perturbação, da qual, aliás, ainda me não libertei. Senti uma dor imensa, aliás, ainda me não libertei. Senti uma dor imensa, afigurando-se-me ser o coração quem a sofria. Vi rolar afigurando-se-me ser o coração quem a sofria. Vi rolar não sei quê aos pés do cadafalso; vi o sangue que corria não sei quê aos pés do cadafalso; vi o sangue que corria e mais pungente se me tornou a minha dor.e mais pungente se me tornou a minha dor.

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P: - Era uma dor puramente física, análoga à que P: - Era uma dor puramente física, análoga à que proviria de um grande ferimento, pela amputação proviria de um grande ferimento, pela amputação de um membro, por exemplo?de um membro, por exemplo?

R: - Não; figurai-vos antes um remorso, uma grande R: - Não; figurai-vos antes um remorso, uma grande dor moral.dor moral.

P: - Mas a dor física do suplício, quem a P: - Mas a dor física do suplício, quem a experimentava: o corpo ou o Espírito?experimentava: o corpo ou o Espírito?

R: - A dor moral estava em meu Espírito, sentindo o R: - A dor moral estava em meu Espírito, sentindo o corpo a dor física; mas o Espírito desligado também corpo a dor física; mas o Espírito desligado também dela se ressentia. dela se ressentia.

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P: - Qual o primeiro sentimento que experimentastes P: - Qual o primeiro sentimento que experimentastes ao penetrar na vossa nova existência?ao penetrar na vossa nova existência?

R: - Um sofrimento intolerável, uma espécie de R: - Um sofrimento intolerável, uma espécie de remorso pungente cuja causa ignorava.remorso pungente cuja causa ignorava.

P: - Acaso vos achastes reunido aos vossos cúmplices P: - Acaso vos achastes reunido aos vossos cúmplices concomitantemente supliciados?concomitantemente supliciados?

R: - Infelizmente, sim, por desgraça nossa, pois essa R: - Infelizmente, sim, por desgraça nossa, pois essa visão recíproca é um suplício contínuo, visão recíproca é um suplício contínuo, exprobrando-se uns aos outros os seus crimes. exprobrando-se uns aos outros os seus crimes.

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P: - Tendes encontrado as vossas vítimas?P: - Tendes encontrado as vossas vítimas?R: - Vejo-as... são felizes; seus olhares perseguem-R: - Vejo-as... são felizes; seus olhares perseguem-

me... sinto que me varam o ser e debalde tento me... sinto que me varam o ser e debalde tento fugir-lhes.fugir-lhes.

P: - Que impressão vos causam esses olhares?P: - Que impressão vos causam esses olhares?R: - Vergonha e remorso. Ocasionei-os R: - Vergonha e remorso. Ocasionei-os

voluntariamente e ainda os abomino.voluntariamente e ainda os abomino.

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P: - O pendor para o mal estava na vossa natureza, ou P: - O pendor para o mal estava na vossa natureza, ou fostes ainda influenciado pelo meio em que fostes ainda influenciado pelo meio em que vivestes?vivestes?

R: - Sendo eu um Espírito inferior, a tendência para o R: - Sendo eu um Espírito inferior, a tendência para o mal estava na minha própria natureza. Quis elevar-mal estava na minha própria natureza. Quis elevar-me rapidamente, mas pedi mais do que me rapidamente, mas pedi mais do que comportavam as minhas forças. Acreditando-me comportavam as minhas forças. Acreditando-me forte, escolhi uma rude prova e acabei por ceder às forte, escolhi uma rude prova e acabei por ceder às tentações do mal.tentações do mal.

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P: - O pendor para o mal estava na vossa natureza, ou P: - O pendor para o mal estava na vossa natureza, ou fostes ainda influenciado pelo meio em que fostes ainda influenciado pelo meio em que vivestes?vivestes?

R: - Sendo eu um Espírito inferior, a tendência para o R: - Sendo eu um Espírito inferior, a tendência para o mal estava na minha própria natureza. Quis elevar-mal estava na minha própria natureza. Quis elevar-me rapidamente, mas pedi mais do que me rapidamente, mas pedi mais do que comportavam as minhas forças. Acreditando-me comportavam as minhas forças. Acreditando-me forte, escolhi uma rude prova e acabei por ceder às forte, escolhi uma rude prova e acabei por ceder às tentações do mal.tentações do mal.

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P: - Se tivésseis recebido sãos princípios de educação, P: - Se tivésseis recebido sãos princípios de educação, ter-vos-íeis desviado da senda criminosa? ter-vos-íeis desviado da senda criminosa?

R: - Sim, mas eu havia escolhido a condição do R: - Sim, mas eu havia escolhido a condição do nascimento. nascimento.

P: - Acaso não vos poderíeis ter feito homem de bem?P: - Acaso não vos poderíeis ter feito homem de bem?R: - Um homem fraco é incapaz, tanto para o bem R: - Um homem fraco é incapaz, tanto para o bem

como para o mal. Poderia, talvez, corrigir na vida o como para o mal. Poderia, talvez, corrigir na vida o mal inerente à minha natureza, mas nunca me mal inerente à minha natureza, mas nunca me elevar à prática do bem.elevar à prática do bem.

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P: - Esperais obter o perdão dos vossos crimes?P: - Esperais obter o perdão dos vossos crimes?R: - Não sei.R: - Não sei.

P: - Como pretendeis repará-los?P: - Como pretendeis repará-los?R: - Por novas provações, conquanto me pareça que R: - Por novas provações, conquanto me pareça que

uma eternidade existe entre elas e mim.uma eternidade existe entre elas e mim.

P: - ...sob que forma vos veríamos, se tal nos fosse P: - ...sob que forma vos veríamos, se tal nos fosse possível?possível?

R: - Ver-me-íeis sob a minha forma corpórea: a cabeça R: - Ver-me-íeis sob a minha forma corpórea: a cabeça separada do tronco.separada do tronco.

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Um Espírito apresenta-se espontaneamente ao médium, em Um Espírito apresenta-se espontaneamente ao médium, em 1862, sob o nome de Benoist, dizendo ter morrido em 1704 1862, sob o nome de Benoist, dizendo ter morrido em 1704 e padecer horríveis sofrimentos.e padecer horríveis sofrimentos.

Falando sobre si: Fui Frade sem fé ... Pobre e indolente, Falando sobre si: Fui Frade sem fé ... Pobre e indolente, ordenei-me para ter uma posição, sem pendor aliás para tal ordenei-me para ter uma posição, sem pendor aliás para tal encargo. Inteligente, consegui essa posição; influente, encargo. Inteligente, consegui essa posição; influente, abusei do meu poderio; vicioso, corrompi aqueles que tinha abusei do meu poderio; vicioso, corrompi aqueles que tinha por missão salvar; cruel, persegui os que me pareciam por missão salvar; cruel, persegui os que me pareciam querer verberar os meus excessos; os pacíficos foram por querer verberar os meus excessos; os pacíficos foram por mim inquietados. As torturas da fome de muitas vítimas mim inquietados. As torturas da fome de muitas vítimas eram extintas amiúde pela violência. Agora, sofro todas as eram extintas amiúde pela violência. Agora, sofro todas as torturas do inferno, ateando-me as vítimas o fogo que me torturas do inferno, ateando-me as vítimas o fogo que me devora. A luxúria e a fome insaciáveis perseguem-me; devora. A luxúria e a fome insaciáveis perseguem-me; cresta-me a sede os lábios escaldantes, sem que uma gota cresta-me a sede os lábios escaldantes, sem que uma gota lhes caia em refrigério. Orai pelo meu Espírito.lhes caia em refrigério. Orai pelo meu Espírito.

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P: - As preces feitas pelos finados deverão ser-vos P: - As preces feitas pelos finados deverão ser-vos atribuídas como aos outros?atribuídas como aos outros?

R: - Acreditais que sejam edificantes, e no entanto elas R: - Acreditais que sejam edificantes, e no entanto elas têm para mim o valor das que eu simulava fazer. têm para mim o valor das que eu simulava fazer. Não executei o meu trabalho, e, assim, recebo o Não executei o meu trabalho, e, assim, recebo o saláriosalário

P: - Nunca vos arrependestes?P: - Nunca vos arrependestes?R: - Há muito tempo; mas ele só veio pelo sofrimento. R: - Há muito tempo; mas ele só veio pelo sofrimento.

E como fui surdo ao clamor de vítimas inocentes, o E como fui surdo ao clamor de vítimas inocentes, o Senhor também é surdo aos meus clamores. Senhor também é surdo aos meus clamores. Justiça!Justiça!

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P: - Reconheceis a Justiça do Senhor; pois bem, confiai na P: - Reconheceis a Justiça do Senhor; pois bem, confiai na sua bondade e socorrei-vos do seu auxílio.sua bondade e socorrei-vos do seu auxílio.

R: - Os demônios berram mais do que eu; seus gritos R: - Os demônios berram mais do que eu; seus gritos sufocam-me; enchem-me a boca de pez fervente!... Eu sufocam-me; enchem-me a boca de pez fervente!... Eu o fiz, grande... (O Espírito não pôde escrever a palavra o fiz, grande... (O Espírito não pôde escrever a palavra Deus.)Deus.)

P: - Não estais suficientemente liberto das idéias terrenas P: - Não estais suficientemente liberto das idéias terrenas de modo a compreender que essas torturas são todas de modo a compreender que essas torturas são todas morais?morais?

R: - Sofro-as... sinto-as... vejo os meus carrascos, que têm R: - Sofro-as... sinto-as... vejo os meus carrascos, que têm todos uma cara conhecida, um nome que repercute em todos uma cara conhecida, um nome que repercute em meu cérebro.meu cérebro.

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P: - E quando estáveis na Terra temíeis esses P: - E quando estáveis na Terra temíeis esses demônios?demônios?

R: - Não, absolutamente, visto que só cria em o nada. R: - Não, absolutamente, visto que só cria em o nada. Os prazeres a todo o transe constituíam o meu Os prazeres a todo o transe constituíam o meu culto. E, pois que lhes consagrei a vida, as culto. E, pois que lhes consagrei a vida, as divindades do inferno não mais me abandonaram, divindades do inferno não mais me abandonaram, nem abandonarão!nem abandonarão!

P: - Então não lobrigais um termo para esses P: - Então não lobrigais um termo para esses sofrimentos?sofrimentos?

R: O infinito não tem termoR: O infinito não tem termo.

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P: - E esses demônios não vos inibem de escrever?P: - E esses demônios não vos inibem de escrever?R: - Não, mas conservam-se à minha frente, e esperam-me... R: - Não, mas conservam-se à minha frente, e esperam-me...

Também por isso, eu desejaria não terminar.Também por isso, eu desejaria não terminar.

P: - Procurai assegurar-vos do vosso estado, porque os bons P: - Procurai assegurar-vos do vosso estado, porque os bons Espíritos que vos cercam vos ajudarão.Espíritos que vos cercam vos ajudarão.

R: - Não, que os anjos não vêm ao inferno. Tu não estás só?R: - Não, que os anjos não vêm ao inferno. Tu não estás só?

P: - Implorai a assistência dos vossos protetores. Vamos pedir P: - Implorai a assistência dos vossos protetores. Vamos pedir ambos. ambos.

R: - Queres deixar-me? Fica comigo, porque vão reapossar-se R: - Queres deixar-me? Fica comigo, porque vão reapossar-se de mim. Eu to peço... Fica! Fica!...de mim. Eu to peço... Fica! Fica!...

P: - Não posso demorar-me por mais tempo. Voltai diariamente P: - Não posso demorar-me por mais tempo. Voltai diariamente para orarmos juntos e os bons Espíritos vos auxiliarão.para orarmos juntos e os bons Espíritos vos auxiliarão.

R: - Sim, desejo o perdão. Orai por mim, que não posso fazê-lo.R: - Sim, desejo o perdão. Orai por mim, que não posso fazê-lo.

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O guia do médium então se manifestou:O guia do médium então se manifestou:““As atrocidades por ele cometidas não têm número As atrocidades por ele cometidas não têm número

nem conta, e maior é a sua culpa porque possuía nem conta, e maior é a sua culpa porque possuía inteligência, instrução e luzes para guiar-se. Tendo inteligência, instrução e luzes para guiar-se. Tendo falido com conhecimento de causa, mais terríveis falido com conhecimento de causa, mais terríveis lhe são os sofrimentos, os quais, não obstante, se lhe são os sofrimentos, os quais, não obstante, se suavizarão com o auxílio e o exemplo da prece, de suavizarão com o auxílio e o exemplo da prece, de modo a que lhes veja o termo, confortado pela modo a que lhes veja o termo, confortado pela esperança. Deus o vê no caminho do esperança. Deus o vê no caminho do arrependimento, e já lhe concedeu a graça de arrependimento, e já lhe concedeu a graça de poder comunicar-se a fim de ser encorajado e poder comunicar-se a fim de ser encorajado e confortado”confortado”

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““Ao seu arrependimento sucederá o desejo da Ao seu arrependimento sucederá o desejo da reparação, e pedirá então uma nova existência para reparação, e pedirá então uma nova existência para praticar o bem como compensação do mal que fezpraticar o bem como compensação do mal que fez..””