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Ebook -Andando nos passos de Jesus

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  • 1.L a r ry M c C A L LE studo s no C arter de C risto Nisto sabemos que estamos nele:Aquele que diz que permanece nele,esse deve tambm andar assim como ele andou.1 Joo 2.5b-6 Editora Fiel

2. Andando nos Passos de JesusTraduzido do original em ingls:Walking Like Jesus Did, por Larry McCallCopyright 2005 by Larry E. McCallPublicado originalmente no Estados Unidos porBMH Books, P.O Box 544, Winona Lake,Indiana - 46590Traduo feita com permisso e administraode F. J. Rudy and AssociatesPrimeira Edio em PortugusEditora Fiel 2009Todos os direitos em lngua portuguesareservados por Editora Fiel da MissoEvanglica LiterriaProibida a reproduo deste livro porquaisquer meios, sem a permisso escritados editores, salvo em breves citaes, comindicao da fonte.Presidente: James Richard Denham IIIEditor: Tiago J. Santos FilhoEditora FielTraduo: Laura MacalReviso: Marilene PaschoalCaixa Postal 1601 Capa: Edvnio Silva CEP 12230-990Diagramao: Wirley Correa e Edvnio SilvaSo Jos dos Campos-SPDireo de Arte: Rick Denham PABX.: (12) 3936-2529www.editorafiel.com.brISBN: 978-85-99145-64-7 3. DedicatriaEste livro carinhosamente dedicadoa meus pais, Carl e Connie McCall, que pordcadas tm, de forma constante, refletidoCristo em sua pequena comunidade da mina decarvo, na Pensilvnia. Creio no estar falandoapenas a seus filhos e netos, mas tambm a umgrande nmero de pessoas cujas vidas tm sidoimpactadas por seu simples, porm profundo,exemplo de semelhana a Cristo. Agradeo aDeus por eles.Papai e mame, obrigada por me mostraremo que significa andar como Jesus andou navida cotidiana. Sou eternamente grato. 4. Agradecimentos Tem sido uma imensa alegria para mim, durante os ltimos vinteanos, pregar e ensinar sobre andar como Jesus andou. Das muitas pes-soas que tm se unido a mim nesses desafiantes estudos sobre o carterde Cristo, duas em particular tm me encorajado a publicar este ensino.Durante anos, elas tm orado por mim e me incentivado a realizar acomisso de escrever este livro. Quero expressar profunda apreciao minha preciosa esposa, Gladine, e a Ron Mayer, h tanto tempo meuamigo e o companheiro de responsabilidades espirituais. Este livro tambm contm as digitais de muitos amigos graciosose competentes, que voluntariamente dedicaram seu precioso tempo meajudando a aprimorar e esclarecer seu contedo. Quero agradecer a Su-san Hight, Dee Woods, Don Clemens e Steve Smilay. Deus permita queseus esforos ajudem este livro a ser mais til na vida dos leitores. Terry White, principal redator da BMH livros, juntamente comsua fiel equipe tm sido um encorajamento para mim, ao ver os frutosdeste projeto. So amigos e tambm cooperadores no servio do Senhor. Acima de tudo, porm, agradeo a meu Senhor Jesus Cristo, queme amou e a si mesmo se entregou por mim (Glatas 2.20). Que dealgum modo, ainda que pequeno, minha vida reflita sua glria, enquantobusco, por sua graa, andar como Ele andou. E que este livro seja usadopelo Senhor para encorajar as pessoas a serem fiis em sua jornada.Larry McCall Winona Lake, Indiana - Novembro de 2005 5. Prefcio O Novo Testamento mostra com clareza que o objetivo fi-nal de Deus para todos os crentes que se assemelhem a JesusCristo. O Apstolo Paulo escreveu em Romanos 8.29 que Deusnos predestinou para sermos conformes imagem, ou semelhana,de seu Filho. Tendo nos predestinado a este fim, Deus comea atransformar-nos nesta imagem por meio de seu Esprito, que operaem ns (2 Corntios 3.18). Ento, o escritor aos Hebreus nos dizque devemos ter parte em sua santidade. Esta simplesmente ou-tra forma de dizer que temos sido conformados sua imagem. O processo de conformar-nos imagem de Jesus Cristo ,em geral, chamado de santificao. um processo continuado peloEsprito Santo; entretanto, envolve a resposta intencional e a coo-perao do crente. Todos os imperativos ticos e morais da Escri-tura implicam a necessidade de uma resposta de nossa parte. emgeral a estes imperativos que ns, que somos mestres da Escritura,nos voltamos quando queremos tratar das questes do cotidianoda vida crist. Neste livro, Andando nos Passos de Jesus, Larry McCall nosrelembra outra dimenso do ensino bblico designado a promovernossa santificao o exemplo de Jesus, enquanto vivia entre aspessoas de seu tempo. triste dizer, mas, o exemplo da caminhada de Jesus entrens tem sido com freqncia ignorado ou at rejeitado no meioevanglico. Isto tem sido, sem dvida, uma reao mensagem 6. 10daqueles que negam a divindade de Jesus e sua substitutiva ex-piao por nossos pecados, mas que ensinam que Ele foi umbom homem, cujo exemplo devemos seguir. Como resultado, nsque propriamente enfatizamos a obra objetiva de Cristo e seusacrifcio expiatrio, temos nos inclinado a deixar de ensinar quea vida de Cristo para ns um exemplo a ser seguido. Entretanto, a Bblia no faz isso. Naquele incidente ondeJesus lava os ps de seus discpulos, Jesus mesmo disse: Por-que eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, faais vstambm (Joo 13.15). E o Apstolo Pedro escreveu a respeitodo sofrimento de Cristo por ns: Deixando-vos exemplo paraseguirdes os seus passos (1 Pedro 2.21). Estes dois versculos devem lanar fora qualquer dvidade que ns crentes devemos prestar ateno vida de Jesus eseguirmos o seu exemplo. Para muitos de ns bastante familiar a frase: O que fariaJesus? Infelizmente, a questo colocada desta maneira possibi-lita todos os tipos de respostas subjetivas. O que eu acho queJesus teria feito numa situao especfica pode ser diferente da-quilo que voc pensa que Ele teria feito. O Pastor McCall tem, com efeito, proveitosamente re-construdo aquela pergunta da seguinte maneira: O que fez Je-sus?. Dando-nos uma espcie de vdeo de Jesus em ao, em 14cenrios diferentes, ele nos ajuda a responder esta pergunta demodo que tenhamos exemplos concretos do que significa andarcomo Jesus andou. Uma das bases deste livro que ele nos leva para fora daesfera do que normalmente pensamos ser o carter cristo. Ve-mos Jesus em misso; e, atravs do seu exemplo, somos desafia-dos a viver nossas prprias vidas com propsito, como pessoasem misso. Vemos Jesus em orao e, novamente por meio deseu exemplo, somos condenados por nossas prprias medocresvidas de orao. Vemos Jesus lavando os ps de seus discpulos e 7. Prefcio 11aprendemos o que significa servir aos outros. Tenho sido pessoalmente desafiado por este livro a prestar maisateno s aes de Jesus, registradas nos evangelhos, e a aprendercom tais aes a andar mais e mais como Ele andou. Creio que estelivro causar um impacto semelhante a todos aqueles que o lerem.Jerry BridgesJerry Bridges membro da equipe do Navigator collegiateministry group (Navegadores). Prolfico autor de best-sellers,entre seus livros mais recentes esto: The Gospel for Real Life(O Evangelho para a Vida Real) 2002, e Growing Your Faith(Aumentando a sua f) 2004, ambos pela NavPress. 8. SumrioIntroduo_ Andando nos Passos de Jesus...............................................15Captulo 11 _ Por que devemos andar nos passos de Jesus?......................19Captulo 12 _ Andando em humildade como Jesus....................................27 .Captulo 13 _ Vivendo com uma misso assim como Jesus........................35Captulo 14 _ Vivendo as fragilidades da vida como Jesus.........................45.Captulo 15 _ Andando em santidade como Jesus......................................55Captulo 16 _ Aceitando os outros como Jesus...........................................63.Captulo 17 _ Compadecendo-se como Jesus..............................................73Captulo 18 _ Sofrendo como Jesus.............................................................83Captulo 19 _ Perseverando como Jesus......................................................93 .Captulo 10 _ Praticando a pacincia como Jesus.....................................101Captulo 11 _ Perdoando como Jesus. .......................................................109.Captulo 12 _ Orando como Jesus.............................................................117 .Captulo 13 _ Servindo como Jesus...........................................................127Captulo 14 _ Experimentando alegria como Jesus...................................135Captulo 15 _ Amando como Jesus............................................................147Captulo 16 _ O preo de andar nos passos de Jesus. ..............................157.Captulo 17 _ A recompensa de andar nos passos de Jesus......................165 9. IntroduoAndando nosPassos de Jesus Imagine que h um colega novo no seu trabalho ou na sua escola.Ele imigrante de Abu Dhabi, e seu nome Abdul. H pouqussimoscristos em Abu Dhabi. De fato, Abdul nunca conheceu pessoalmenteum cristo, at que se mudou para esta nova comunidade. Desde suachegada, ele tem, ocasionalmente, escutado vrias pessoas falando coi-sas sobre tal pessoa um cristo ou tal pessoa no cristo. Certo dia, no intervalo, Abdul pergunta se pode falar com voc.Ele pergunta se voc cristo. Voc assume a ele que , de fato. Ento,ele pergunta: Todos no Brasil so cristos? Voc tristemente admite:No, nem todos no Brasil so cristos. Na verdade, Abdul, nem todoque se diz cristo o de fato. Ento, seu novo amigo, Abdul, lhe faz esta indagao: Bem, ento,como posso dizer que algum ou no realmente um cristo? Comovoc responder a esta pergunta to crucial? O que voc dir a Abdul? Aqui est algum auxlio direto da Palavra de Deus. 1 Joo 2.3-6explica: Ora, sabemos que o temos conhecido por isto: se guardamos osseus mandamentos. Aquele que diz: eu o conheo, e no guarda os seusmandamentos mentiroso, e nele no est a verdade. Aquele, entretanto,que guarda a sua palavra, nele, verdadeiramente, tem sido aperfeioadoo amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele: aquele que diz quepermanece nele, esse deve tambm andar assim como ele andou. Com esta slida base na Palavra de Deus, voc pode explicar a Ab-dul que ele reconhecer um verdadeiro seguidor de Jesus Cristo atravsda resposta a estas duas perguntas: Primeiro, esta pessoa obedece a Pala- 10. 16vra de Jesus (versos 3-5a)? Segundo, esta pessoa segue os passos da vidade Jesus? Ou seja, esta pessoa anda como Jesus andou (versos 5b-6)? Este livro um empenho humilde em auxiliar queles que sedenominam cristos a melhor entenderem o que significa andar comoJesus andou. Nosso dizer (eu sou cristo) deve estar de acordo comnossa conduta (andando nos passos de Jesus). A prova verdadeira consisteem avaliar o quanto nossa vida diria um reflexo claro do carter deJesus Cristo, Aquele a quem dizemos estar seguindo. O padro normalda vida do cristo deve ser refletir o carter de Cristo, enquanto vive seucotidiano no trabalho, na escola, em seu bairro e em sua casa. Nos captulos seguintes focalizaremos certos aspectos do car-ter de Jesus, demonstrados durante seu ministrio terreno. Tambmexaminaremos mandamentos bblicos explcitos para refletirmos estesatributos do carter de Jesus em nossa vida diria. O desejo do meu corao no que o leitor termine de ler estelivro e diga: Foi bom. Ao contrrio, minha esperana e orao quecada leitor ao concluir a leitura deste livro, diga: Senhor, transforma-me! Molda-me e faz-me ser cada vez mais como Jesus, para que eupossa impactar minha famlia, minha igreja e minha comunidade parao teu louvor! Espero, com fervor, que sejamos gradual, e finalmente, confor-mados Cristo, na medida em que o Esprito Santo aplique o ensinoda Palavra de Deus em nossas vidas. E todos ns, com o rosto des-vendado, contemplando, como por espelho, a glria do Senhor, somostransformados, de glria em glria, na sua prpria imagem, como peloSenhor, o Esprito (2 Corntios 3.18). Querido Redentor e Senhor meu, Li minha tarefa em tua Palavra; Mas em tua vida a lei aparece Estampada em vivos atributos. Tua verdade foi tal, e tamanho foi o teu zelo; Pela vontade de teu Pai, tamanho respeito; Tanto amor, e to divina humildade, 11. Introduo17Eu os transcreverei e meus os farei.Seja o Senhor meu modelo;Faa-me gerar mais de tua graciosa imagemEnto, Deus, o Juiz, meu nome contarEntre os seguidores do Cordeiro Isaac Watts Perguntas para discussoAndandonos passos deJesus1 - Em suas prprias palavras, defina a palavra cristo.2 - De acordo com 1 Joo 2, qual a importncia de que o dizer de umcristo professo como seguidor de Cristo esteja unido a uma con-duta diria? Tornar a minha conduta adequada ao que eu falo, oque significa esta frase para voc?3 - Voc tem visto este mesmo foco em seu meio cristo (igreja, amigos, escola)? Quais seriam alguns dos perigos de algum testemunhar sobre a salvao, se o nico critrio for apenas a afirmao verbal?4 - Quais so alguns dos atributos do carter de Jesus que voc espe-cialmente gostaria de ver melhor refletidos em sua prpria vidacomo resultado deste estudo?5 - Passe algum tempo orando ao Esprito Santo para que trabalhe emsua vida especificamente nestas caractersticas que voc mencio-nou na resposta anterior. 12. 1 Por que devemosandar nos passosde Jesus? Por sculos, Jesus Cristo tem atrado a ateno de milhes depessoas. Muitos de ns temos professado ser seus seguidores. Entre-tanto, ser que conhecemos bem o Jesus da Bblia? grande a necessi-dade que temos de conhecer esta pessoa que afirmamos ser Salvador eSenhor. Ser que a nossa vida um reflexo do carter daquele a quemdizemos estar seguindo? A Bblia diz claramente que ns, como cristos, devemos moldarnossa vida de acordo com o procedimento de Jesus Cristo. O tipo decarter que visto em Jesus deve ser visto em ns tambm. O apstoloJoo disse isso da seguinte forma: Aquele que diz que permanece nele,esse deve tambm andar assim como ele andou (1 Joo 2.6, nfase acrescen-tada). Por que devemos dedicar tempo ao estudo do carter de Jesus?Por que devemos nos preocupar em sermos parecidos com Jesus? Umestudo do Novo Testamento revela cinco razes.P orqueparecer comC risto nosso chamadoDiante de uma multido de galileus, Jesus disse: Vinde a mim,todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. To-mai sobre vs o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso ehumilde de corao; e achareis descanso para a vossa alma (Mateus11.28-30). O prprio Rei Jesus nos deu a graciosa ordem de ir a Ele afim de aprender. 13. 20 No somos chamados, em primeiro lugar, a uma instituio oua uma doutrina em particular, e sim, a uma Pessoa verdadeira. dessaPessoa, com todos os seus atributos, que devemos aprender. O Rei Jesusmanda que nos aproximemos dele para aprender e devemos obedecer-Lhe o chamado. Quando respondemos a este chamado, nossos primeirospassos com Cristo devem ser caracterizados pela atitude de imit-Lo. P orque parecer com C risto nossa obrigaoProfessar que estamos ligados a Cristo pela salvao, nos levaao dever de endossar esse testemunho verbal com um estilo de vidaque reflete o carter de Cristo. Essa verdade encontra-se no mago daseguinte declarao de Joo: Nisto sabemos que estamos nele: aqueleque diz que permanece nele, esse deve tambm andar assim como eleandou (1 Joo 2.5b-6). F em Jesus como Salvador e conformidadecom seu carter so inseparveis.O comentador bblico William Hendriksen observou: O aps-tolo [Paulo] nunca proclamou um Cristo que era Salvador, sem ser umExemplo; nem um Cristo que era um Exemplo, sem ser um Salvador.De fato, para Paulo, o cristianismo era vida, mas uma vida baseadanuma doutrina. E para as pessoas somente para as pessoas! queaceitam Cristo como sendo, pela graa soberana de Deus, Senhor, Sal-vador e, assim, Capacitador, Ele pode ser tambm um Exemplo.1Ser como Cristo um padro necessrio para o cristo. O te-logo e pastor escocs Sinclair Ferguson escreveu: Simplificando, amaturidade iguala-se semelhana com Cristo. Nenhum outro padropode substituir essa semelhana. Todos os outros padres so inferio-res, alternativas criadas por homens, as quais encobrem o alto padroque Deus nos apresenta nas Escrituras.2No Novo Testamento, ns, cristos, somos chamados vrias1 Hendriksen, William. Comentrio de Colossenses e Filemom. Cultura Crist, So Paulo.2 Ferguson, Sinclair B. Being Like Jesus in Discipleship Journal, 24 (November 1, 1984), p.20. 14. Por que devemos andar nos passos de Jesus?21vezes a seguir Cristo em nossos caminhos rumo maturidade crist.Alm de 1 Joo 2.5b-6, considere os seguintes chamados para sermoscomo Cristo: Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, faais vs tambm. (Joo 13.15). Tende em vs o mesmo sentimento que houve tam- bm em Cristo Jesus. (Filipenses 2.5). Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos. (1 Pedro 2.21). Se no buscamos refletir o carter de Cristo em nossa prpriavida, que direito temos de alegar que somos cristos?P orque parecer comC risto nossa paixo Na salvao, ao sermos levados a Cristo, percebemos que Ele setorna precioso para ns (1 Pedro 2.7). Quanto mais O conhecemos, maisdesejamos conhec-Lo. Ento, ao conhec-Lo mais e mais passamos a sermais parecidos com nosso Salvador, em nosso dia-a-dia. Dcadas apssua converso, Paulo, um missionrio prisioneiro, ainda escrevia, cheiode paixo: Para o conhecer, e o poder da sua ressurreio, e a comu-nho dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte(Filipenses 3.10). No incio do sculo XX, Charles H. Gabriel escreveu uma m-sica evanglica que o brado que est no corao de cada crente. Essehino comea com o seguinte anseio: Mais parecido com o Mestre euqueria ser. O telogo B. B. Warfield escreveu com uma paixo igual:Cristo, nosso Exemplo, logo depois de escrever: Cristo, nosso Re-dentor, no h palavras que toquem mais profundamente o coraodo cristo do que essas.33 Warfield, B. B. The Person and Work of Christ. Philadelphia: Presbyterian and Reformed PublishingCo., 1950, p. 563. 15. 22P orque parecer com C risto nosso testemunho Muito do que o mundo conhece a respeito de Jesus Cristo resul-ta da observao da vida daqueles que alegam estar unidos a Cristo.As opinies que o mundo tem sobre Cristo refletem as opinies queas pessoas tm sobre os seguidores de Cristo. Em 1941, E. F. Harri-son, um estudioso do Novo Testamento, escreveu um artigo sobre aprimeira carta de Pedro, comentando acerca da necessidade de os cris-tos do primeiro sculo imitarem o carter de Cristo. Naquele tempo,o cnone das Escrituras ainda no estava completo e compilado. Oque os descrentes sabiam de Cristo era no somente o que eles junta-vam aos poucos do testemunho verbal daqueles que professavam serseguidores de Cristo, mas do que viam no cotidiano dos cristos queeles conheciam. Era essencial que cada crente pregasse com sua vida,embelezando assim a doutrina e recomendando-a a outros.4 Em nossos dias, a Bblia muito negligenciada. O resultado que espelhamos a falta de conhecimento do primeiro sculo a respeitodo Novo Testamento. Mais uma vez, a maior parte do conhecimentoque o mundo tem a respeito de Cristo adquirido ao observar o coti-diano dos cristos. O cristo atual tem o ministrio de oferecer umaconstante demonstrao em carne e osso do verdadeiro cristianis-mo.5 Por outro lado, nada dificulta mais o testemunho da igreja cristdo que a distncia entre nossas afirmaes e nosso agir, entre o Cristoque proclamamos verbalmente e o que apresentamos em aes.6P orque parecer com C risto nosso destinoH um propsito para nossa vida. Como cristos, estamos nos4 Harrison, E. F. Exegetical Studies in 1 Peter in Bibliotheca Sacra, 392 (October December 1941), p. 459.5 Idem.6 Stott, John. Focus on Christ, New York: William Collins Publishers, 1979, p. 153. 16. Por que devemos andar nos passos de Jesus? 23dirigindo a um destino que Deus planejou para ns antes mesmo dedizer Haja luz. Paulo escreveu acerca desse destino em Romanos 8.Muitos cristos encontram grande conforto ao citar Romanos 8.28:Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles queamam a Deus, daqueles que so chamados segundo o seu propsi-to. Infelizmente, poucos crentes tm usado a mesma passagem paradescobrir a que Paulo se referia, quando falou no bem que Deusfaz em nossa vida. So exatamente as palavras seguintes do apstoloque explicam: Porquanto aos que de antemo conheceu, tambm ospredestinou para serem conformes imagem de seu Filho (Romanos 8.29,nfase acrescentada). Para avaliarmos melhor a importncia do nosso destino, o qualfoi determinado por Deus, observemos os primeiros dias de existnciada raa humana. Deus decidiu tornar especial uma de suas criaes.Essa criatura especial seria colocada acima de todas as demais coisascriadas, a fim de govern-las em nome de Deus, o Grande Rei. Tam-bm disse Deus: Faamos o homem nossa imagem, conforme a nossasemelhana; tenha ele domnio sobre os peixes do mar, sobre as avesdos cus, sobre os animais domsticos, sobre toda a terra e sobre todosos rpteis que rastejam pela terra (Gnesis 1.26). Ado e Eva foram criados por Deus como especiais em suaprpria imagem, em sua prpria semelhana a fim de O repre-sentarem e governarem, como prncipe e princesa, em nome do GrandeRei. No entanto, o prncipe e a princesa se rebelaram contra o Gran-de Rei, desejando ser seus prprios mestres, em vez de servir comorepresentantes do Soberano. Por causa de sua rebelio, a semelhanade Deus no homem foi embaada pelo pecado e o domnio que ohomem deveria exercer sobre a criao no foi efetuado. O autorde Hebreus menciona esse destino incompleto ao citar o Salmo 8,fazendo, ento, uma sincera observao: Que o homem, que delete lembres? Ou o filho do homem, que o visites? Fizeste-o, por umpouco, menor que os anjos, de glria e de honra o coroaste [e oconstituste sobre as obras das tuas mos]. Todas as coisas sujeitaste 17. 24debaixo dos seus ps (Hebreus 2.6-8a). Ento, encontramos o tristelembrete: Ora, desde que lhe sujeitou todas as coisas, nada deixoufora do seu domnio. Agora, porm, ainda no vemos todas as coisas a elesujeitas (Hebreus 2.8b, nfase acrescentada).Se no fosse pelas palavras seguintes, poderamos ficar deses-perados: Vemos, todavia, aquele que, por um pouco, tendo sido feitomenor que os anjos, Jesus, por causa do sofrimento da morte, foi coro-ado de glria e de honra, para que, pela graa de Deus, provasse a mor-te por todo homem (Hebreus 2.9). Em outras palavras, o primeiroAdo no cumpriu suas obrigaes como aquele que tem a imagemde Deus. Contudo, Deus nunca abandonou seu objetivo de fazer dohomem seu representante especial, dominando esse mundo em nomedo Grande Rei. Quando o primeiro Ado falhou em sua misso,Deus colocou em prtica seu plano de redeno e restaurao. Eleenviou seu Filho perfeito em forma humana como o ltimo Ado(1 Corntios 15.45) para restaurar o que fora perdido pelo pecadodaquele que foi o primeiro a ter sua imagem.Agora, como o grande alvo de nossa redeno, Deus faz tudoem nossa vida para o bem de nos tornar parecidos com Cristo. Eleest nos moldando e ajustando para que nos conformemos seme-lhana de seu Filho. Atualmente estamos na escola da redeno, nostornando mais e mais parecidos com Jesus. O alvo fundamental daredeno fazer cada crente assemelhar-se a Jesus Cristo.7 Todo opropsito de Deus, concebido na eternidade passada, sendo realizadopor seu povo e em seu povo, no decorrer da histria; propsito esseque ser completo na glria por vir, pode ser resumido nesse simplesconceito: Deus tem a inteno de nos tornar parecidos com Cristo8 (nfaseacrescentada).O dia da colao de grau nos aguarda! Sabemos que, quandoele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos dev-lo como ele (1 Joo 3.2). E, ento, tendo sido conformados 7 Flynn, Leslie B. The Power of Christlike Living, Grand Rapids: Zondervan, 1962, p. 13.8 Stott, John, p. 142. 18. Por que devemos andar nos passos de Jesus? 25imagem de Jesus, o ltimo Ado (exatamente aquilo que foi predes-tinado para ns), reinaremos pelos sculos dos sculos sua seme-lhana e sob sua perfeita liderana (Apocalipse 22.5).Se nosso Pai celeste nos predestinou para sermos como Jesus,e se hoje Ele est fazendo com que todas as coisas cooperem para obem em nossa vida, ento deveramos estar muito interessados em sa-ber tudo que pudermos sobre nosso Salvador, em cuja imagem estamossendo restaurados. Por qu? Porque o nosso destino ser como Jesus.C onclusoPor que devemos ter o desejo de ser como Jesus? Existem vriasrazes cruciais pelas quais devemos dedicar nossa vida ao conheci-mento de Jesus Cristo, de modo que sejamos mais parecidos com Ele.Ser como Jesus nosso chamado, nossa obrigao e paixo, nosso teste-munho e, fundamentalmente, nosso destino. Devemos nos devotar aoestudo da pessoa de Cristo por meio de sua santa Palavra, orando paraque seu Santo Esprito nos conforme mais e mais imagem de nossobendito Salvador.Que a mente de Cristo, meu SalvadorViva em mim, dia aps dia,E tudo o que eu diga e tudo o que eu forQue Ele controle com poder e amor.Possa o amor de Jesus encher-me,Como as guas cobrem o mar.Em exalt-lo e em humilhar-me,Est a vitria e o meu almejar. Kate B. Wilkinson 19. 26 Q uestes para discusso P or que devemos andar nos passos de J esus ?1 - D cinco razes pelas quais deveramos nos preocupar em parecer-mos com Cristo.2 - Qual dessas cinco razes chama mais a sua ateno? Por qu?3 - Fale brevemente sobre alguma pessoa que pregava com sua vida.Que tipo de impacto esse exemplo teve em voc?4 - Complete a frase: Deus tem a inteno de nos tornar __________ ___________________________________________________________ ________________________________________________________.5 - Segundo a sua experincia crist, o que voc entende por matu-ridade crist? Em que aspectos voc acha que esse pensamentomudaria, aps um estudo acerca da semelhana com Cristo?6 - Dedique tempo orao, pedindo que Deus d continuidade aoseu trabalho de torn-lo mais parecido com Jesus, custe o que cus-tar. 20. 2Andando emhumildadecomo JesusQue sinal este deve ter sido! Um grupo de estrangeiros pas-sava pelas ruas de Jerusalm gentios do leste. Esta comitiva de es-trangeiros, homens que observavam, sondavam, e procuravam umrei. Eles perguntaram aos habitantes locais qual era o caminho parao palcio real. Que surpresa devem ter tido esses viajantes quando,finalmente, chegaram ao palcio do rei, apenas para descobriremque nenhum beb rei poderia ser encontrado ali! Pelo contrrio,estes magos do leste foram ordenados pelos conselheiros do ReiHerodes para que procurassem no vilarejo prximo, Belm. Ali, na-quela menor e mais humilde cidadela, eles encontrariam o Rei aquem procuravam. Ali encontrariam o jovem Rei o Rei que havianascido em um estbulo.Esta histria do nascimento de Jesus e dos sbios to fami-liar que freqentemente perdemos uma significativa incompatibilida-de. Esquecemo-nos como era incomum que o Rei dos reis no nascesseno palcio real, mas em um estbulo designado para cavalos, jumentose camelos. Porque o Rei dos reis escolheria fazer sua entrada neste mun-do de uma maneira to humilde?No captulo anterior aprendemos sobre o gracioso mandamentode Jesus Aprendei de mim (Mateus 11.29). Voc se recorda o queJesus disse a respeito de Si mesmo naquele convite? Ele disse: Apren-dei de mim, porque sou manso e humilde de corao. A palavra man-so pode tambm ser traduzida por humilde ou submisso. Somosconvidados na verdade ordenados a aprender dAquele que a Si mes- 21. 28mo se descreve como manso e humilde de corao. Respondamos a estagraciosa ordem e venhamos, aprendamos da humildade de Cristo.O que humildade ? Uma definio para humilde paciente e manso; no inclina-do a irar-se ou ressentir-se; amvel e dcil.1 Alguns fazem uma conside-rvel distino entre humildade e brandura. A humildade vista comouma atitude ou atributo que uma pessoa possui em si. Brandura a for-ma como aquela humilde pessoa relaciona-se com outros. Em nossa cultu-ra, brandura, mansido, por vezes entendida com uma conotaonegativa. Alguns afirmam que uma pessoa mansa fraca ou impotente.Esta distoro do conceito certamente no se ajusta a Jesus Cristo. Elecaracterizou-Se como sendo manso, ainda que certamente no fosse fra-co ou impotente. De fato, Jesus reconheceu que era maior que Abrao.Ele demonstrou seu senhorio sobre a doena, os demnios, a morte at sobre o pecado. No devemos permitir que distores modernasdeterminem nosso entendimento do conceito bblico de humildade. Na Bblia, mansido o comportamento de uma pessoa queaceita o lugar que Deus lhe tem apontado. Uma pessoa mansa abraao papel que Deus lhe ordenou. Por fim, aprendemos o significado demansido no atravs de dicionrios ou de conceitos populares, mas porobservarmos Aquele que em Si mesmo a referncia de mansido. Ele o eptome o padro definido a prpria encarnao da humildade.J esusera humilde em suas atitudesFilipenses 2.5-6 diz: Tende em vs o mesmo sentimento quehouve tambm em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus,no julgou como usurpao o ser igual a Deus. importante lembrar-mos que Jesus Cristo j existia como Deus desde toda a eternidade pas-1 Websters, new twentieth century dictionary of the English language. No abreviado. New York: Collins World, 1978. p. 1119. 22. Andando em humildade como Jesus 29sada. Ele experimentou todas as indescritveis glrias do cu (Joo 17.5).Ainda assim, enquanto andou por esta terra, no reivindicou este papelnem exigiu esta glria. Ele nunca usou sua divindade como pretextode auto-promoo ou auto-proteo. Escolheu amar a ns, seu povo,assim como escolheu no agarrar-se aos privilgios que eram seus por di-reito. Ele se disps a renunciar a seus direitos, a fim de servir aos outros.Jesus no usurpou autoridade. Ao contrrio, Ele se humilhou e volunta-riamente escolheu em todas as coisas tornar-se semelhante aos irmos,para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes aDeus e para fazer propiciao pelos pecados do povo (Hebreus 2.17).J esusera humilde em suas aesEm Filipenses 2.7-8, Paulo escreveu: Antes, [Ele] a si mesmo seesvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhana dehomens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou,tornando-se obediente at a morte, e morte de cruz. Jesus desceu do cu para a terra O Prncipe da glria tornou-se o Filho do Homem. QuandoDeus, o Filho, veio a este mundo cado, colocou de lado o uso inde-pendente de suas divinas prerrogativas. Ele que, desde o momentoem que criou os seres celestiais, ouviu o contnuo louvor de Santo,Santo, Santo, nasceu em um estbulo entre os desagradveis rudosde jumentos e camelos. Ele, que aspirava o incenso celestial, estavaagora sujeito aos odores de palha mofada, estrume de animais e suorhumano. Aquele que havia sido rico sem limites tornou-se pobre porns. Pois conheceis a graa de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendorico, se fez pobre por amor de vs, para que, pela sua pobreza, vostornsseis ricos (2 Corntios 8.9). Ele, que havia sido o Legislador,humilhou-se a si mesmo para tornar-se o Cumpridor da Lei. Vindo,porm, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mu-lher, nascido sob a lei (Glatas 4.4). 23. 30O autor americano Les Carter nos desafia: Pode voc compre-ender a grandiosidade deste acontecimento da manjedoura? Apenasum encontro face a face com o Cordeiro no cu nos permitir verda-deiramente apreciar a sua encarnao. Quando virmos Jesus envolvi-do na glria que era legitimamente sua, estaremos verdadeiramenteadmirados diante de sua disposio em abraar a humanidade destamaneira, e entenderemos que sua grandeza est ancorada na caracte-rstica mpar de sua humildade.2 Jesus desceu da glria para a humildade Do momento em que deixou o trono celeste at o momento emque ressuscitou, Jesus viveu uma vida no de glria, mas de humilda-de. Deus, o Criador, andou sobre o prprio planeta que pessoalmentechamou existncia. Ainda assim: O verbo estava no mundo, o mun-do foi feito por intermdio dele, mas o mundo no o conheceu. Veiopara o que era seu, e os seus no o receberam (Joo 1.10-11). Em vo,tentamos imaginar a humilhao de ser o Rei dos reis, caminhandopor uma rua movimentada, e no ser reconhecido por ningum. Nin-gum se importou. Jesus viveu sendo mal entendido, sendo rejeitado,sendo perseguido. Jesus desceu de mestre a servo. O Rei dos reis tornou-se servo dos pecadores. Durante aquelesanos de silncio da primeira infncia at aos trinta anos, Jesus viveuuma vida humilde. Durante sua infncia submeteu-se a seus pais ter-renos (Lucas 2.51), mesmo sendo o Senhor deles. Ele humilhou-Se aviver num lar com pais pecadores e meio-irmos. Teve um trabalho co-mum, como algum contratado para construir e consertar coisas paraoutras pessoas, em sua comunidade, em Nazar. Ningum no vilare-jo O reconheceu como algum especial. Quando pregou seu primeirosermo pblico, a reao de seus vizinhos foi: No este o filho deJos? (Lucas 4.22). De fato, Mateus acrescenta: E escandalizavam-2 Carter, Les, Dr. Reflecting the character of Christ. Nashville: Thomas Nelson Publishers, 1995. p. 14. 24. Andando em humildade como Jesus 31se nele (Mateus 13.57). Na verdade, os primeiros trinta anos de Jesusforam marcados por humildade. Ento, durante seus anos de ministrio pblico, demonstrou ahumildade como estilo de vida. Com quem Ele se associava? A quemEle servia? Jesus gastou tempo, e ministrou a pescadores, coletores deimpostos, mendigos, leprosos, prostitutas e gentios estrangeiros. Quodiferente era o humilde Jesus dos orgulhosos e pomposos fariseus, quese distanciavam desses marginalizados da sociedade judaica! Jesus erade fato um amigo dos pecadores. Enquanto realizou seu ministriopblico, o Po da Vida tornou-se faminto, a gua da Vida tornou-sesedento, e o Criador do Universo no tinha onde reclinar a cabea(Mateus 8.20). Mesmo em seu suposto momento de glria, naqueledomingo de ramos, foi dito de Jesus (citando Zacarias 9.9): Eis ate vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento,num jumentinho, cria de animal de carga (Mateus 21.5). Na verdade dito deste humilde Jesus: Tal como o Filho do Homem, que noveio para ser servido, mas para servir, e dar a sua vida em resgate pormuitos (Mateus 20.28). Jesus desceu da vida para a morte Como ato final de humildade, o Filho de Deus desceu da vidapara a morte. Aquele que era identificado como o Autor da vida (Atos3.15), voluntariamente submeteu-se morte nas mos de mpios.Aquele que tinha vida em Si mesmo voluntariamente abriu mo desua prpria vida para morrer por indignos pecadores. Ele se dispsa morrer de forma dolorosa e vergonhosa. A si mesmo se humilhou,tornando-se obediente at morte, e morte de cruz (Filipenses 2.8).Como a humildade de Cristo deve nos impactar? De acordo com Filipenses 2.5, nossa atitude deve ser a mesma deCristo Jesus. Nossos relacionamentos esto marcados por atitudes que 25. 32refletem a humildade das atitudes de Jesus? Quando consideramos nos-so relacionamento com Deus, devemos crescer no entendimento de queEle Deus, e ns no. Temos segurana em nossos relacionamentos comDeus atravs de Jesus Cristo? O Apstolo Paulo nos mostrou o funda-mento desta atitude do assemelhar-se humildade de Cristo por meiodestas palavras: Se h, pois, alguma exortao em Cristo, alguma con-solao de amor, alguma comunho do Esprito... (Filipenses 2.1). Seentendemos que nosso relacionamento com Deus Pai est fundamen-tado em nossa imerecida unio com Cristo, este entendimento deve,ento, produzir um comportamento humilde em nossa vida. No hlugar para o orgulho, quando reconhecemos que nosso relacionamentocom Deus est inteiramente fundamentado na graa.3 Do mesmo modo, nossos relacionamentos com as outras pessoastambm devem ser marcados pela humildade de Cristo. Ns realmentecompreendemos nossa posio em relao s outras pessoas? Temos nsvivido em humildade, considerando cada um os outros superiores a simesmo? (Filipenses 2.3, nfase acrescentada.) Ou caracteristicamentepromovemos a ns mesmos? Fazemos valer nossos direitos? Defende-mos a ns mesmos? Um indicador certo de que no somos humildes oempregar energia emocional, a fim de evitar a humilhao. Humildadede nossa parte contribuir com a busca da unio em nossa famlia e emnossa igreja. Ao invs de orgulhosamente promovermos nossas prpriaspreferncias e agendas, a humildade deve levar-nos a considerar os ou-tros superiores a ns mesmos. Podemos trabalhar com os outros crentesno sentido de: Penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejaisunidos de alma, tendo o mesmo sentimento (Filipenses 2.2). Nossas aes refletem as aes de Jesus, que manso e hu-milde de corao (Mateus 11.29)? Fazemos as coisas sem parti-darismo? Buscamos os interesses dos outros? Nosso estilo de vidarevela uma prestativa atitude semelhante a de Cristo com relaoaos outros? Como nosso humilde Salvador, nossa vida indica que3 Leia 1 Corntios 1.26-31, para outra ilustrao que traz entendimento da realidade da salvaosomente pela graa, com o efeito de banir toda a soberba humana. 26. Andando em humildade como Jesus33estamos dispostos a servir outros, mesmo que isto signifique nossosacrifcio pessoal? Jesus Cristo tinha suas aes e atitudes marcadas pela humilda-de. Ele graciosamente nos mandou vir a Ele e aprender dEle dAqueleque manso e humilde de corao. medida que contemplamosnosso Salvador e Mestre, seremos transformados... na sua prpriaimagem de humildade (2 Corntios 3.18). O Pastor sul-africano, An-drew Murray, escreveu: Um soberbo seguidor do humilde Jesus istoeu no posso, no devo ser.4 Senhor, faa sua obra de refinao. Faa-nosmais conformes ao nosso humilde Salvador. O Varo de grande dor o Filho do Senhor. Aleluia! meu Cristo. Veio ao mundo por amor. A cruenta cruz levou; a minha alma resgatou. Aleluia! meu Cristo, quem minha conta pagou.Philip P. BlissP erguntas para discusso A ndando em humildade como J esus1 - Leia com ateno Filipenses 2.1-11, diversas vezes.2 - Como voc definiria a palavra humilde?3 - De que maneira Jesus mostrou humildade em suas atitudes?4 - De que maneira Jesus mostrou humildade em suas aes?4 Murray, Andrew. Like Christ. Philadelphia: Henry Altemus Co., p. 173 27. 345 - Como ser humilde como Jesus se relaciona com a noo popularde ter auto-estima?6 - De que maneira voc pode mostrar humildade ao seu prximo(famlia, amigos, membros da igreja)?7 - Como a humildade de Jesus deve afetar a vida no corpo da igreja? 28. 3Vivendo comuma missoassim como Jesus A inteno missionria de J esus Era um dia de primavera em uma das mais belas cidades doOriente Mdio. Nesta quinta-feira especial, um tipo de passeata pa-recia ocorrer ao longo deste osis, cujas ruas eram delineadas por pal-meiras, conhecido como o pequeno paraso. Era a semana preceden-te Pscoa, e muitos viajantes passavam pela pitoresca cidade que selocalizava no vale, Jeric, enquanto faziam sua jornada em direo aocume, para a cidade de Jerusalm, onde acontecia a festividade. To-davia, um viajante parecia estar atraindo a si toda a ateno. De fato,multides se ajuntaram nas ruas delineadas por palmeiras, a fim deconseguirem um vislumbre deste homem afamado e de sua comitiva. O objeto de curiosidade era um jovem rabino cuja extraordin-ria pregao e obras miraculosas deram-lhe uma significativa quanti-dade de ateno. Sem dvida, muitos cidados de Jeric se pergunta-vam se este jovem rabino e seus seguidores passariam a noite naquelabela cidade, para descansarem, antes da rdua escalada do vale fundodo Jordo rumo a Jerusalm, situada acima, nas montanhas da Judia.O jovem pregador se hospedaria na casa de um dos sacerdotes ourabinos locais? Isto seria bem apropriado. Quando viajam, pregadoresgeralmente se hospedam na casa de pregadores companheiros. Enquanto as pessoas se acotovelavam e empurravam, tentandoachar uma posio nas fileiras da frente, para melhor avistarem Jesus, 29. 36o rabino de quem todos falavam, uma cena interessante se desenvolviadespercebidamente, atrs delas. Um homem bem vestido, obviamenteuma pessoa de bem, achava difcil conseguir um bom lugar de ondepudesse ver Jesus e seu grupo de seguidores. Ningum na multido pa-recia disposto a deixar este rico, porm desconhecido homem, passar frente. Ningum se movia para dar lugar a Zaqueu. Por que deveriam?Para os judeus de Jeric, ele tinha um dos trabalhos mais detestveisque se podia imaginar. Era cobrador de impostos. Como voc podeimaginar, um judeu que aceitava trabalhar como coletor de impostostinha de estar motivado pela mera cobia de juntar grandes somas emdinheiro e impedernir-se at o ponto de desdenhar por completo a msituao financeira de seus compatriotas.1 Mas este no era um qualquer, um simples cobrador de impos-tos. Era Zaqueu, o chefe dos cobradores de impostos. Era o encar-regado de todo o distrito ao redor da rea um dos trs chefes doscobradores de impostos em toda a Palestina. Zaqueu era duplamenteimpopular para seus vizinhos em Jeric. Ele no somente era desres-peitado por encher seus bolsos custa de seus companheiros judeus,mas tambm por trabalhar para aqueles odiados ocupantes gentios, osromanos. Imagine, um judeu enriquecendo atravs da espoliao deseus companheiros judeus em nome do governo romano. No de seadmirar que ningum quisesse deixar para Zaqueu um lugar na fileirada frente, para ver Jesus! Zaqueu no era somente rico e desprezado; era tambm de bai-xa estatura! Homem de iniciativa que era, chegou a uma inusitadasoluo: subiu em um dos sicmoros que ficava prximo da rua. Quecena deve ter sido aquela! Um dos cidados mais notrio e rico cor-rupto de Jeric escalando uma rvore como um menino de escola. Logo, as multides podiam ver Jesus se aproximando. Eles es-ticavam o pescoo para terem um melhor vislumbre. Ele certamenteparecia algum comum, mas as histrias a seu respeito estavam longede serem rotineiras. Muitas das pessoas simples o achavam fascinante.1 Carter, Les, Dr. Reflecting the character of Christ. Nashville: Thomas Nelson Publishers, 1995. p. 148. 30. Vivendo com uma misso assim como Jesus 37Ele pregava de um modo que eles entendiam. Era to bondoso! Mos-trava compaixo a pessoas simples, humildes, assim como ele. Entretanto, os lderes religiosos ressentiam-se imensamente deJesus. Espalhavam-se rumores de que alguma coisa estava para aconte-cer durante a Pscoa. Haveria ali um confronto decisivo entre o rabinoda Galilia, que operava milagres, e a instituio religiosa de Jerusa-lm? Quem ficaria no topo? Enquanto os habitantes de Jeric observavam e se admiravam,Jesus de sbito parou sob o sicmoro onde Zaqueu estava. Sorrisoscnicos comearam a se espalhar pelos rostos dos judeus observadores.Sem dvida, muitos naquela multido estavam observando esta cenacom alegre antecipao. Talvez este rabino da Galilia colocaria o ricotraidor, Zaqueu, em seu devido lugar. Talvez Jesus censuraria Zaqueudiante de toda aquela gente que ele havia roubado. Seria timo! Cer-tamente Zaqueu ficou chocado quando percebeu que o grupo paroubem embaixo de sua rvore. Contudo, Zaqueu no foi o nico a ficar surpreso com o queaconteceu a seguir. A Bblia nos informa: Quando Jesus chegou que-le lugar, olhando para cima, disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, poisme convm ficar hoje em tua casa (Lucas 19.5). O que Jesus disse?Ele disse que estava indo se hospedar na casa de um pecador? Por quefaria tal coisa? As palavras de Jesus a Zaqueu revelam que Ele estava ciente deque seu encontro fora um decreto divino. Literalmente, Jesus disse:Convm que eu fique hoje em sua casa. Jesus no estava apenas depasseio casual pela tarde. Ele estava numa misso divina. Tinha umpropsito em ir casa deste corrupto homem de negcios. Apesar deZaqueu ter ficado alegre em ter parte neste decreto divino, as multidesficaram visivelmente desapontadas. Todos os que viram isto murmura-vam, dizendo que ele se hospedara com homem pecador (Lucas 19.7). Mas Jesus sabia de sua misso. Seu propsito divino era toclaro que Ele no se deixava dissuadir pela reprovao da multidoque resmungava. Enquanto seguimos Jesus e Zaqueu at a vila dos 31. 38coletores de impostos, em Jeric, encontramos uma cena surpreen-dente. Zaqueu se tornara um homem transformado. Aquele homemque anteriormente havia sido desonesto e ganancioso em seus neg-cios, torna-se agora humilde e arrependido. Ele se dispe: Senhor,resolvo dar aos pobres metade dos meus bens; e, se nalguma coisatenho defraudado algum, restituo quatro vezes mais (Lucas 19.8).Como algum poderia explicar esta surpreendente transformao?Jesus disse: Hoje, houve salvao nesta casa. A transformao deZaqueu era inexplicvel em termos humanos. Foi uma obra divina.Uma transformao assim pode acontecer apenas pela interveno dagraa salvadora. Antes de Jesus deixar a casa de Zaqueu para completar sua jor-nada para Jerusalm, e a crucificao que O aguardava, claramentedeclarou seu propsito sua misso. Disse ao grato Zaqueu e multi-do que murmurava: Porque o Filho do Homem veio buscar e salvaro perdido (Lucas 19.10). A inteno missionria declarada porJ esus Esta no foi a nica vez que Jesus declarou o propsito de suamisso. Muitas vezes foi dito dEle e por Ele que estava aqui, nestemundo repleto de pecado, como Homem com uma misso. A vida deJesus era marcada pelo propsito. Antes mesmo de Jesus nascer em Belm, o anjo anunciou quesua vinda teria um propsito. Disse o anjo: E lhe pors o nome de Jesus,porque ele salvar o seu povo dos pecados deles (Mateus 1.21). Quan-do ainda era criana, Jesus perguntou sua me e a seu pai adotivo:No sabeis que me cumpria estar na casa de meu Pai? (Lucas 2.49).Quando deu incio a seu ministrio pblico, revelou que estava cientedo motivo de estar aqui no planeta Terra: Vim para cumprir a Lei e osProfetas (Mateus 5.17). A minha comida consiste em fazer a vontadedaquele que me enviou e realizar a sua obra (Joo 4.34). Mais tarde, 32. Vivendo com uma misso assim como Jesus 39Ele explicou a seus discpulos: O Filho do homem... veio... para servire dar a sua vida em resgate por muitos (Mateus 20.28). No captulo16, verso 21, Mateus comenta, no final do ministrio de Jesus: Desdeesse tempo, comeou Jesus Cristo a mostrar a seus discpulos que lheera necessrio seguir para Jerusalm. Enquanto passava pela semanada paixo, Ele explicou a seus discpulos: Agora, est angustiada a mi-nha alma, e que direi eu? Pai, salva-me desta hora? Mas precisamentecom este propsito vim para esta hora. Pai, glorifica o teu nome (Joo12.27-28). E quando estava de p diante de Pilatos, durante aquelanoite de provao, Jesus reiterou: Eu para isso nasci e para isso vim aomundo, a fim de dar testemunho da verdade (Joo 18.37). A clara conscincia de Jesus a respeito de sua misso foi ouvidanaquele clamor triunfante da cruz: Est consumado! (Joo 19.30).Misso cumprida! Jesus veio cumprir a vontade de seu Pai. Ele veio bus-car e salvar os que estavam perdidos. Veio para glorificar o nome de seuPai. E o glorificou. Concluiu a obra que seu Pai lhe dera (Joo 17.4). Depois que Jesus voltou ao cu, os apstolos foram relembra-dos, pelo Esprito Santo, da misso de Jesus e de como Ele esteve cons-ciente de seu propsito na terra. Paulo, mais tarde, ensinaria: Deusenviou seu Filho... para resgatar os que estavam sob a lei (Glatas4.4,5). E o autor aos Hebreus escreveu: Por isso mesmo, convinhaque, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmos, para sermisericordioso e fiel sumo sacerdote (Hebreus 2.17). As palavras de Jesus e de seus apstolos, repetidamente, nos ensi-nam que Ele foi um Homem com uma misso. No houve algo aciden-tal em sua vida nem em seu ministrio. Tudo foi feito com um propsi-to. A prpria vida de Jesus foi marcada por sua misso. Eis aqui estou(no rolo do livro est escrito a meu respeito), para fazer, Deus, a tuavontade (Hebreus 10.7), e ao fazer a vontade de Deus, Jesus glorificoua seu Pai. Seu propsito estava focalizado em buscar e salvar os queestavam perdidos. Quando olhamos para vida e o carter de Jesus, Ovemos desta maneira como um Homem em misso determinado aalcanar o alvo de glorificar o Pai e realizar a vontade do Pai. 33. 40 A inteno missionria de J esus repetida por seus apstolosPassar o basto da misso a seus apstolos era claramente oplano de Jesus, enquanto se preparava para partir fisicamente destemundo. Ao orar a seu Pai celestial, uma noite antes de sua crucifi-cao, Jesus disse: Assim como tu me enviaste ao mundo, tambmeu os enviei ao mundo (Joo 17.18). Muitos dias depois, no dia daressurreio, noite Jesus apareceu a seus discpulos e anunciou: As-sim como o Pai me enviou, eu tambm vos envio (Joo 20.21). Equais foram as ltimas palavras de Jesus ao ascender aos cus? Masrecebereis poder, ao descer sobre vs o Esprito Santo, e sereis minhastestemunhas tanto em Jerusalm como em toda a Judia e Samaria eat aos confins da terra (Atos 1.8).Como a inteno missionria de Jesus Cristo afetou a vida e oministrio de seus apstolos? Veja o testemunho do apstolo Paulo. Eleviu sua vida envolvida em dar continuao misso de Jesus, de levar amensagem da salvao a pecadores injustos. Paulo escreveu: De sorteque somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortassepor nosso intermdio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos recon-cilieis com Deus (2 Corntios 5.20). Paulo no pde parar de falar spessoas as boas novas da salvao em Jesus Cristo. Ele explicou o pro-psito de sua vida da seguinte maneira: Se anuncio o evangelho, notenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigao; porque aide mim se eu no pregar o evangelho! (1Corntios 9.16) A inteno missionria de J esus confiada a nsComo devemos andar nos passos de nosso glorioso e determi-nado Salvador? No devemos vagar pela vida, vivendo para agradar ans mesmos, com o que quer que capture nosso desejo ou interesse,durante nosso tempo aqui. Como seguidores de Jesus Cristo, nossa 34. Vivendo com uma misso assim como Jesus 41vida tem um propsito. No devemos viver uma vida sem sentido, aesmo, mas devemos ser um povo em misso. O prprio Jesus nos deu a misso. Suas ltimas palavras, antesde voltar ao cu, foram: Toda autoridade me foi dada no cu e naterra. Ide, portanto, fazei discpulos de todas as naes, batizando-osem nome do Pai, e do Filho, e do Esprito Santo; ensinando-os a guar-dar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convoscotodas os dias, at a consumao do sculo (Mateus 28.18-20). O apstolo Pedro explicou nossa misso da seguinte maneira:Vs porm, sois raa eleita, sacerdcio real, nao santa, povo de pro-priedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele quevos chamou das trevas para sua maravilhosa luz (1 Pedro 2.9 nfaseacrescentada). Toda a nossa vida deve ser vivida com propsito, enquan-to buscamos realizar nossa designada misso de falar ao mundo sobrenosso glorioso Salvador. Frequentemente, quando ouvimos a palavra misses, nossamente, de forma imediata, se inclina a pensar em pequenos e seletosgrupos de pessoas que so chamadas a levar o evangelho a distantesterras exticas. Ao mesmo tempo em que somos gratos, e sustentamosestes missionrios enviados a povos de outras culturas, no podemosperder as oportunidades de cada dia, para realizarmos a misso queo Senhor nos confiou. Temos o privilgio de proclamar as virtudesdaquele que nos chamou das trevas para sua maravilhosa luz, emnossos encontros dirios com as pessoas que nos rodeiam. Podemos refletir a inteno missionria de Jesus, quando vamos escola e ao trabalho, de segunda sexta-feira. medida que refleti-mos mais e mais o carter de nosso Senhor Jesus em nossa vida diria,os incrdulos que vemos a cada dia tero uma curiosidade crescente.O que nos faz diferentes de tantos de nossos colegas de classe ou detrabalho? O apstolo Pedro recomendou: Antes, santificai a Cristo,como Senhor, em vosso corao, estando sempre preparados para res-ponder a todo aquele que vos pedir razo da esperana que h em vs,fazendo-o, todavia, com mansido e temor (1 Pedro 3.15). 35. 42 Podemos refletir a inteno missionria de Jesus, enquanto vive-mos em nossa comunidade. Orando para que, de modo mais concreto,tenhamos os olhos e o corao de Jesus, comearemos a ver as pessoasque encontramos em nosso bairro e no comrcio como indivduos quenecessitam ouvir as boas novas da salvao somente em Cristo. Tambm comeamos a refletir, de modo mais brilhante, a in-teno missionria de nosso Senhor com nossos familiares ainda no-salvos. Com mansido e respeito (1 Pedro 3.15-16), falamos afetuosa-mente de nosso Salvador, orando para que Ele abra os olhos de nossosfamiliares, assim como abriu os nossos.Oh! Se eu tivesse mil vozes,Para meu Redentor louvar;A glria de meu Deus e Rei,E o triunfo de sua graa, exaltar.Meu gracioso Mestre e meu Deus,Ajuda-me a proclamar,E, por todo o mundo, inteiro,Teu nome sempre honrar!Charles Wesley 36. Vivendo com uma misso assim como Jesus 43Perguntaspara discussoVivendocom uma misso assim comoJesus1 - Leia Lucas 19.10 e escreva a declarao da misso de Jesus.2 - Jesus projetou sua prpria misso, ou foi-lhe designada? Leia Ma-teus 1.21 e Joo 17.4.3 - Enquanto Jesus viveu aqui na terra, quo sensvel Ele foi suamisso? Leia Lucas 2.49,50; Lucas 4.16-21; Joo 4.34; Mateus16.21-23; Joo 19.30.4 - Como esta sensibilidade sua misso afetou a Jesus? Leia Joo12.23-28; Mateus 26.36-42; Joo 18.36,37.5 - A responsabilidade de nossa misso algo que assumimos por nsmesmos, ou algo que j foi designado para ns? Leia Joo 20.21e Mateus 28.18-20.6 - Em um pedao de papel, anote o nome de trs pessoas s quaisvoc gostaria de falar a respeito de Jesus. Use este pedao de papelcomo marcador para sua leitura bblica, relembrando-se a cada diade orar por oportunidades de testemunhar a estas pessoas. 37. 4Vivendo asfragilidades davida como Jesus Ele estava muito cansado. Tinha sido um dia bastante exausti-vo. Havia pregado muitas vezes durante aquele dia, e tinha lidado coma presso da multido. Subiu para a popa do barco, improvisou umaalmofada, e logo caiu em profundo sono. To profundo, que, de fato,Jesus nem despertou mesmo quando o barco comeou a agitar-se e abater-se contra as ondas. gua estava caindo torrencialmente do cu ejorrava pelas amuradas do barco. E Ele continuava a dormir. A situao se tornou desesperadora. Logo, os discpulos, tensose de olhos arregalados, estavam sacudindo Jesus de seu to necessriosono. Vejo-o tirando os cabelos encharcados de seus olhos, enquantose vira em direo s vozes em pnico que gritavam na tempestade:Senhor, salva-nos! Vamos submergir!. Jesus despertou de seu profundo sono e lanou de lado sua al-mofada encharcada. Apoiando-se, levantou do fundo daquele barcoagitado. Sem dvida, a ordem de Jesus ao vento e s ondas soou comoa de um dono ao seu co, porta da casa, no meio da noite: Calai-vos! Aquietai-vos!. E como um co mal-comportado, o vento e as on-das conheciam a voz de seu Mestre e, imediatamente, acalmaram-se,tornando-se completamente quietos diante de sua ordem. Os escritores dos evangelhos no nos dizem se Jesus voltou a dor-mir (no ficaria surpreso se Ele o tivesse feito); porm, eles nos dizemo que aconteceu com seus companheiros, naquela noite inesquecvel,como Mateus recorda: E maravilharam-se os homens, dizendo: Quem este que at os ventos e o mar lhe obedecem? (Mateus 8.27). 38. 46 De fato, que homem este? Em que categoria algum como Jesusse encaixa? Que homem pode, num momento cair em profundo sonoe, no prximo instante, ordenar ao vento e s ondas que se calem? Quehomem este? Para encontrar a resposta, precisamos voltar ao comeo.Voltar no apenas ao comeo do ministrio de Jesus. No somente aocomeo de sua vida aqui na terra. No apenas ao incio dos tempos.Temos de voltar at mesmo antes disso. Temos de descortinar o tempoe perscrutar a eternidade passada. A passagem de Joo 1.1-3 nos permite olhar para trs, antesdo dia em que Deus criou o universo: No princpio era o Verbo, e oVerbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princpiocom Deus. Todas as coisas foram feitas por intermdio dele, e, semele, nada do que foi feito se fez. Ento, o escritor do evangelho nossurpreende com este texto: E o Verbo se fez carne, e habitou entrens, cheio de graa e de verdade, e vimos a sua glria, glria como dounignito do Pai (Joo 1.14). Unignito! Voc captou este fascinante ttulo de Jesus? A pa-lavra que descreve unignito, no grego, significa nico. Jesus onico em sua natureza, em sua categoria. por isso que aqueles disc-pulos encharcados pela tempestade, estavam perplexos. Jesus desafioua categoria. Confusos, eles perguntaram: Quem este homem? Elesno foram capazes de encaixar Jesus em nenhuma categoria, porqueEle era nico em sua natureza. Somente Jesus Deus e homem. Jesus Deus em carne. Jesus Deus encarnado. O queJ esus sempre foiA Bblia ensina que Jesus sempre existiu na eternidade passada.No princpio era o Verbo (Joo 1.1). Voc j se perguntou como era avida de Jesus antes de vir terra? Jesus deixou que seus discpulos o es-piassem, enquanto Ele conversava com seu Pai celestial, na noite anterior cruz: E agora, glorifica-me, Pai, contigo mesmo, com a glria que eutive junto de ti, antes que houvesse mundo (Joo 17.5 nfase acrescentada). 39. Vivendo as fragilidades da vida como Jesus 47Jesus sempre existiu na eternidade passada, com Deus (Joo1.1 nfase acrescentada). Podemos apenas tentar imaginar o eternoe perfeito relacionamento de amor entre Deus, o Pai, e Deus, o Filho.Jesus orou: Porque me amaste antes da fundao do mundo (Joo17.24). Sem pecado. Sem inimizade. Sem rejeio. Nem mesmo medode rejeio. Apenas perfeito e eterno amor.Jesus sempre existiu na eternidade passada como Deus: E o Ver-bo era Deus (Joo 1.1). Como Deus eterno, Jesus era o dono douniverso. Voc j pensou que Jesus, antes de nascer em Belm era odono do universo? Pois so meus todos os animais do bosque e asalimrias aos milhares sobre as montanhas. Conheo todas as avesdos montes, e so meus todos os animais que pululam no campo. Seeu tivesse fome, no to diria, pois o mundo meu e quanto nele secontm (Salmos 50.10-12). Joo nos abre os olhos para uma surpre-endente verdade sobre Jesus, antes de nascer em Belm. Ele escreveque o Profeta do Antigo Testamento, Isaas viu a glria dele e falou aseu respeito (Joo 12.41 nfase acrescentada). O que realmente Isaasviu e de que falou a respeito? Vejamos o que o profeta testemunhoua respeito do que viu, ou seja, de como era Jesus antes de nascer emBelm: Eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e asabas de suas vestes enchiam o templo. Serafins estavam por cima dele;cada um tinha seis asas; com duas cobria o rosto, com duas cobria seusps e com duas voava. E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo,santo, santo o Senhor dos Exrcitos; toda a terra est cheia da suaglria (Isaas 6.1-3). Que impressionante encontro Isaas teve comJesus, antes dEle nascer em Belm!Jesus tambm foi o Criador do universo: como segunda pessoada Trindade, Ele chamou existncia todo este universo por meio desuas poderosas palavras: Pois, nele, foram criadas todas as coisas, noscus e sobre a terra, as visveis e as invisveis, sejam tronos, sejam so-beranias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meiodele e para ele (Colossenses 1.16). uma incrvel realizao, no ? Jesus sempre existiu na eterni- 40. 48dade passada como o Eterno. Ele sempre esteve com Deus. Ele semprefoi Deus. Foi o criador do universo. Quer uma experincia dissonante?Leia a descrio de Jesus como Deus que se encontra em Joo 1.1-3;ento, imediatamente, v ao verso 14. No princpio era o Verbo, e oVerbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princpiocom Deus. Todas as coisas foram feitas por intermdio dele, e, semele, nada do que foi feito se fez... E o Verbo se fez carne, e habitouentre ns! Oque o E terno se fez Perceba os contrastes excepcionais nesta passagem. O primeirocontraste que o Eterno Deus se fez carne (Joo 1.14). O EspritoSanto poderia ter levado Joo a usar uma palavra menos evidente. Elepoderia ter dito: O Verbo se tornou ser humano, mas ele no o fez.O Esprito Santo escolheu uma palavra bruta para deixar bem claroseu ponto: O Verbo se fez carne. s vezes, se estamos tentando serenfticos, diremos: carne e sangue verdadeiros. Esta a fala enftica ebrusca que Joo est usando. Jesus Cristo foi Deus em forma de carne.O Eterno Deus assumiu um corpo humano, restrito ao tempo e aoespao. O Ancio de Dias agora tinha um corpo que se cansava, sentiafome e sede. O Deus-encarnado sentiu a dor e a tentao. Ele derra-mou sangue verdadeiro e morreu uma morte verdadeira na cruz. O segundo contraste que Aquele que vivia em toda a eter-nidade passada com Deus veio e habitou entre ns. No assus-tador perceber que o Eterno Deus fez sua entrada neste mundo porum estbulo mal-cheiroso? Em seu livro, Conhecendo a Deus (KnowingGod), J. I. Packer, escreveu; A histria sempre embelezada quando acontamos, de Natal a Natal, mas ela realmente ao contrrio: cruele detestvel.1 Aquele que havia gozado o perfeito amor do Pai veiopara o que era seu, e os seus no o receberam (Joo 1.11). Por queJesus nasceu num estbulo? Porque ningum cedeu uma cama jovem1 Packer, J.I. Knowing God. Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 1973, p. 47. 41. Vivendo as fragilidades da vida como Jesus49mulher em trabalho de parto, para nascer o Filho do Homem. O nas-cimento de Jesus foi o prenncio da vida que Ele viveria neste mundo.Ele experimentaria uma vida de rejeio por parte das prprias pessoass quais Ele deu vida. O terceiro contraste que Jesus, que viveu por toda a eternida-de passada como Deus (Joo 1.1), agora vivia a vida comum de um car-pinteiro judeu. Aquele que vestiu as vestes reais do cu despiu-se delase foi envolvido em roupinhas de beb. Aquele que havia sentado notrono do universo estava deitado num cocho para alimentao de ani-mais. Aquele que conhecia o incenso do cu agora sentia os odores deurina e de estrume de animais, ardendo em suas narinas de beb. Eleque conhecia o louvor de seres anglicos, chamando-o Santo, Santo,Santo, agora ouvia os sons de ovelhas, burros e camelos. E o quarto contraste chocante: Aquele que havia sido o Criadordo Universo era agora um bebezinho dependente. Aquele que chamouo universo existncia agora emitia os suaves sons de um beb recm-nascido. Aquele que havia sustentado o universo pelo seu divino poderera agora dependente de uma jovem judia para amament-Lo e trocarsuas fraldas. Henry Gariepy comentou em seu livro, 100 Portraits ofChrist (100 Retratos de Cristo):O Cristo que caminhou pelas ruas poeirentas daGalilia era o Deus que havia passado pelas trilhasdas galxias. O Cristo que acendeu o fogo beirado lago para preparar o caf da manh para os seusdiscpulos cansados e famintos, havia acendido bi-lhares de estrelas, pendurando-as pelo cu da meianoite. Ele que pediu de beber ao excludo, havia en-chido de gua cada rio, lago e oceano. Cristo se fez aprpria revelao de Deus. Em Jesus, Deus adentrou humanidade. A eternidade invadiu o tempo.22 Gariepy, Henry. 100 portraits of Christ. Colorado Springs: Victor Books, 1987, p. 35. 42. 50Quem este homem? Este homem, Jesus de Nazar, o Deus-em-carne. Deus veio e viveu em nosso mundo como um ser humanoverdadeiro. Jesus Deus encarnado.O que a encarnao de J esussignifica para ns ? O impacto final da encarnao de Jesus Cristo que nspodemos ter salvao eterna. O apstolo Paulo nos lembra em 1 Timteo 1.15: Fiel apalavra e digna de toda aceitao: que Cristo Jesus veio ao mundopara salvar os pecadores. Se Jesus no tivesse vindo ao nossomundo, no haveria salvao. Porm, h ainda outra maneira pela qual a encarnao deJesus vem impactar nossas vidas como seus seguidores. Na noiteantes de Jesus ir cruz para completar a salvao de seu povo,Ele orou: Assim como tu me enviaste ao mundo, tambm eu osenviei ao mundo (Joo 17.18). E, depois de Jesus morrer na cruze ressuscitar, Ele anunciou a seus discpulos: Assim como o Pai meenviou, eu tambm vos envio (Joo 20.21).Como seguidores do Salvador que veio em carne, ns tam-bm precisamos viver uma vida de fragilidades. No podemos nosesconder em comunidades crists, tendo contato mnimo com omundo. Desde o comeo, Jesus ensinou a seus discpulos: Vssois a luz do mundo. No se pode esconder a cidade edificada so-bre um monte; nem se acende uma candeia para coloc-la debaixodo alqueire, mas no velador, e alumia a todos que se encontramna casa. Assim brilhe tambm a vossa luz diante dos homens, paraque vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que estnos cus (Mateus 5.14-16). O apstolo Pedro estava na encosta da Galilia aquele dia,ouvindo o Salvador explicar o tipo de ministrio que seus segui-dores teriam. Ele escreveu mais tarde: Mantendo exemplar o 43. Vivendo as fragilidades da vida como Jesus 51vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo quefalam contra vs outros como de malfeitores, observando-vosem vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitao(1 Pedro 2.12). Aqueles que se dizem seguidores do Senhor Jesus que veioem carne, devem permear o nosso mundo, a fim de chamar a aten-o das pessoas para Deus. Devemos refletir o carter de Cristoem nossas escolas, locais de trabalho, nossos bairros e em nossacasa. No devemos nos esconder do mundo. Pelo contrrio, comoo nosso Salvador, devemos andar na vida diria de modo digno everdadeiro, para a glria dEle. Alguns de nossos ministrios pessoais podem incluir atosde misericrdia, ao adentrarmos o mundo das pessoas necessi-tadas. Podemos refletir nosso Salvador, enquanto auxiliamosqueles que esto lutando com a doena ou as enfermidades davelhice, fazendo o que pudermos para ajud-los em seu tempo denecessidade. Podemos acompanhar aqueles que lutam com vcios,buscando com firmeza, mas em amor, ajud-los a encontrar suaesperana em Cristo. Podemos adentrar o mundo daqueles queso socialmente banidos na escola ou no trabalho, sentando comeles no refeitrio ou no ptio, mostrando a estes o amor de nossoSalvador. Talvez Deus chame alguns de ns a sairmos de nossazona de conforto e a dispor nosso tempo e energias para serviruma refeio, em um bazar, em um asilo ou em uma clnica derecuperao de doentes. Outros ministrios pessoais sero diretamente focados noevangelho. medida que ns, cristos, refletimos a disposio denosso Senhor em deixar o conforto do cu e adentrar um mundocado, que possamos sair de nossa zona de conforto e falar de Je-sus aos outros. Talvez o Senhor nos chame a auxiliar um imigran-te que precise ouvir o plano de salvao. O Senhor pode nos levara ministrar numa cadeia ou presdio. Podemos ser direcionados aajudar com estudos bblicos, em uma misso evangelstica. 44. 52Curvemo-nos e oremos para que nosso Senhor Jesus nos dolhos para enxergarmos as oportunidades que Ele tem providencial-mente colocado ao nosso redor, para que imitemos sua disposio emdeixar seu mundo para viver no nosso. Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram. Tende o mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que humilde; No sejais sbios aos vossos prprios olhos.Romanos 12.15,16. 45. Vivendo as fragilidades da vida como Jesus 53 P erguntas para discussoV ivendo as fragilidades da vida como J esus1 - Leia em voz alta Joo 1.1-14, em duas diferentes verses daBblia.2 - Explore como a vida teria sido para Jesus antes de Ele tersido concebido no ventre de Maria. Leia Isaas 6.1-4. Es-creva e discuta algumas de suas observaes a respeito dasvises, dos sons e dos cheiros que Jesus tinha experimen-tado no cu.3 - O que vem sua mente quando voc contrasta a vida deJesus na terra com a vida que Ele experimentava antes daencarnao?4 - Por que Jesus voluntariamente veio a este mundo em car-ne? Leia Hebreus 2 como um catalisador de suas idias.5 - Que ministrios de misericrdia esto sua disposio, nosquais voc pode exercer um ministrio pessoal de acompa-nhar pessoas que sofrem?6 - Que ministrios evangelsticos esto disponveis a voc queo tirariam de sua zona de conforto e de seu tpico estilo devida para inseri-lo no mundo de outras pessoas?7 - Acrescente sua jornada de orao diria esta orao: Se-nhor, mostra-me hoje algum em cujo mundo eu devo en-trar a fim de mostrar o amor de Cristo e compartilhar amensagem dEle. 46. 5Andando em santidade como Jesus Santo: pertencente ou vindo de Deus; santificado: consagrado ou sepa-rado para Deus.1 Esta parece ser a essncia da santidade ser dedi-cado a Deus e a seus propsitos. Viver em santidade viver para ospropsitos de Deus, para agradar a Deus, em vez de vivermos paranossos prprios interesses e prazeres. De modo contrrio, uma vidapecaminosa vivida para si mesma para seus prazeres e propsitos.De que maneira Jesus foi santo? Como podemos ser santos como Ele,ou seja, como podemos viver em santidade? Visitemos Jesus em umtempo bastante penoso de sua vida, e vejamos sua dedicao a seu Paicelestial sendo testada, experimentada e provada em santidade.O C enrio O ministrio de Jesus ainda se achava no incio, logo depoisde ter sido batizado por Joo, no rio Jordo; ali Jesus posicionou-se,junto aos homens cados. Ainda que Ele mesmo no tivesse pecado,identificava-se com outros seres humanos, mostrando-se como Deus-Homem. s margens do rio Jordo, Jesus experimentou a maravilhosaaprovao de seu Pai celestial: Tu s o meu Filho amado, em ti mecomprazo (Lucas 3.22 nfase acrescentada). Ali Jesus tambm expe-rimentou o poder capacitador do Esprito Santo, que descera sobre Eleem forma visvel. Que momento confortante e reanimador deve ter1 Websters, New Twentieth Century Dictionary of the English Language, no abreviado. Nova York:Collins World, 1978. p. 868 47. 56sido aquele, para o carpinteiro da Galilia, aos trinta anos de idade! Depois daquela momentnea experincia, Jesus foi conduzidopelo Esprito Santo ao deserto rido e isolado da Judia. O que Elefaria num lugar como aquele? O deserto estava a uma grande distnciado paraso, do qual o primeiro Ado desfrutou o Jardim do den.O deserto da Judia era ngreme, rochoso, quente e rido. Jesus fora aesses montes ridos por ordem divina. O Esprito Santo havia condu-zido Jesus ali com um propsito especfico para ficar frente a frentecom Satans. O Filho foi divinamente conduzido ao deserto, a fim deque sua lealdade ao Pai fosse testada e provada. Jesus jejuou por quarenta dias. Ele permaneceu sozinho diantede seu Pai, sem ao menos um bocado de comida para distra-Lo. Estedeve ter sido um tempo para contemplar sua misso neste mundo,tempo de comunho com seu amado Pai celestial, e tempo de prepara-o para o ministrio pblico que estaria adiante, durante os prximostrs anos. Como Israel esteve por quarenta anos no deserto, Jesus este-ve por quarenta dias no deserto. Ento, veio Satans. Satans comeou seu ataque quando Jesus estava com fome e,sem dvida, fraco e cansado. Satans tentaria Jesus, o ltimo Ado,de maneira semelhante que fez com o primeiro Ado. Satansestava para colocar em prtica a sua melhor estratgia com o intuitode destruir a consagrao de Jesus a seu Pai celestial a fim de des-truir a santidade de Jesus. Poderia Satans fazer com que este Homemdeixasse sua dedicao a seu Pai para, ao invs disso, lev-Lo a buscarseus prprios interesses e prazeres? Trs vezes Satans atacou, e trsvezes Jesus resistiu.A tentao de ser egosta O primeiro ataque de Satans est registrado em Lucas 4.3. Aliencontramos: Disse-lhe, ento, o diabo: Se s o Filho de Deus, mandaque esta pedra se transforme em po. Voc poderia imaginar o quan-to Jesus estava faminto, aps quarenta dias de jejum? Cada uma das 48. Andando em santidade como Jesus57milhares de pedras que via diante de seus olhos devia lembr-lo do poasmo que comera quase todos os dias de seus trinta anos nesta terra.Satans atacou a lealdade de Jesus a seu Pai celestial, apelando paraseu legtimo apetite fsico por comida, do mesmo modo como fez comAdo e Eva (Gnesis 3.6) e com os filhos de Israel (Salmos 78.18). Assim, Satans distorceu sua seduo, tentando fazer com queJesus satisfizesse seu legtimo desejo por comida de um modo ilegtimo.O apelo veio com o prefcio: Se s o Filho de Deus. De fato, seriabem apropriado traduzir esta frase como: Desde que s o Filho deDeus. Com efeito, Satans estava dizendo: Tire vantagem de serFilho! Veja, voc est com fome. Voc no tem de esperar que seuPai satisfaa suas necessidades. Talvez Ele no satisfaa! Mas, voctem o poder de satisfazer-se. V em frente! Voc tem o poder! Use-o!Satisfaa-se! Seja independente! Seja egosta! Como Jesus respondeu tentao de satisfazer-se ilegitimamen-te? Ele citou Deuteronmio 8.3 e replicou2: Est escrito: No s depo viver o homem (Lucas 4.3). Por que Jesus citaria este versculoem particular? Parece que Jesus insistia com Satans, inferindo: Noso realmente as coisas materiais que contam na vida e sim a confian-a e a lealdade de algum ao que quer que Deus diga. Jesus indicava que o homem mais que um animal com apetitesfsicos. Ele um ser espiritual, em um relacionamento especial com oprprio Deus. A esperana do homem no est tanto no suprimento,mas no Supridor no tanto na ddiva, mas no Doador. Jesus resistiuclaramente a Satans e manteve sua santidade, entregando ao adver-srio a mensagem: Posso confiar em meu Pai. Minha confiana noest naquilo que Ele providencia e sim no fato de que Ele o meu Pai.Confio em meu Pai celestial. No preciso fazer as coisas por minhasprprias mos. No serei egosta! Serei leal a meu Pai celestial.2 Como mencionou o Dr. Don Garlington em seu excelente livrete, Jesus the Unique Son of God: Tested andFaithful: Uma vez que Deuteronmio focaliza o fator provao, natural que as respostas de Jesus aSatans sejam todas derivadas deste livro (p. 13). Este livrete recomendado para se obter uma com-preenso mais completa da provao de Jesus no deserto. Pode ser adquirido na Canadian ChristianPublications, 30 Harding Blvd. W., Suite 612, Richmond Hill, Ontario, Canada L4C 9M3. 49. 58 A tentao de ser bem - sucedido Jesus havia resistido com fora; contudo, Satans veio a Elenovamente, buscando fazer com que Jesus vacilasse em sua lealdadeao Pai. Em Lucas 4.5-7, encontramos Satans mostrando a Jesus umpanorama de todos os reinos do mundo. Ele tentou fazer com queJesus negasse seu compromisso em buscar a vontade e a honra de seuPai. Ele queria que Jesus abandonasse aquela busca e, ao invs disso,buscasse sua prpria glria. Ele apelou para que Jesus fosse bem-sucedido. Satans insinuou que ele mesmo tinha a posse de todos os rei-nos do mundo. Tentou lograr Jesus com: Dar-te-ei toda esta autorida-de e a glria destes reinos, porque ela me foi entregue, e a dou a quemquiser (Lucas 4.6). Que usurpador ele ! De acordo com o Salmo 2,todas as naes foram prometidas ao Messias. No obstante, o grandeenganador procurou seduzir a Jesus, dizendo, em essncia: Apenaspense, Jesus. Voc pode ter todos esses reinos sem enfrentar a vergo-nha e a dor da cruz! Isso no seria timo? Voc pode ter a coroa sema cruz! A est um atalho! Esta oferta certamente foi atraente. Contudo, havia um peque-no detalhe. Havia um preo que Jesus teria de pagar, se aceitasse aoferta de Satans. Satans disse: Portanto, se prostrado me adorares,toda ser tua (Lucas 4.7). Satans procurava fazer com que Jesus oadorasse, em vez de adorar ao Pai celestial. Que mercenrio enganosoSatans ! Entretanto, note como Jesus respondeu. Uma vez mais Jesus recusou-se a comprometer sua santidade sua dedicao ao Pai celestial. Ao invs de adorar o diabo, Jesus orepreendeu, recorrendo a Deuteronmio 6.13. Ao Senhor, teu Deus,adorars e s a ele dars culto (Lucas 4.8). O que Jesus replicou? Eledisse: Somente Deus soberano. Somente Ele digno de nossa adora-o e servio. No importa o custo, devemos adorar somente a Deus. Jesus no veio a esta terra para ser bem-sucedido aos olhos domundo. Ele no veio para ser servido, mas para servir, e dar a sua 50. Andando em santidade como Jesus 59vida em resgate por muitos (Mateus 20.28). Jesus no seria tapeadopela maquinao enganosa de Satans para faz-Lo bem-sucedido,malogrando a cruz. Jesus estava disposto a manter sua santidade sua lealdade ao Pai celestial. Ele estava disposto a seguir o caminhotraado pelo Pai, no importando o quo humilhante e doloroso essecaminho pudesse ser. A tentao de ser espetacular Uma vez mais Satans atacou Jesus. Jesus tinha permanecidofirme em sua lealdade a seu Santo Pai, durante as tentaes de Sata-ns para que fosse egosta e bem-sucedido. Em sua terceira tentao,Satans apelou para que Jesus fosse espetacular Ento, o levou aJerusalm, e o colocou sobre o pinculo do templo, e disse: Se s o Fi-lho de Deus, atira-te daqui abaixo; porque est escrito: Aos seus anjosordenar a teu respeito que te guardem; e: Eles te sustero nas suasmos, para no tropeares nalguma pedra (Lucas 4.9-11). Como Satans foi audacioso em usar a prpria Palavra de Deus(Salmos 91.11,12) em seu esquema! Voc v o que Satans pretendia?De fato, ele perguntava a Jesus: Tem certeza de que seu Pai celestialrealmente se importa com voc? Voc pode de fato confiar em suaspalavras de amor e de certeza? Talvez voc tenha de pr prova apreocupao dEle. Force a mo de Deus Pai. Faa-o provar seu amore preocupao. Faa alguma coisa espetacular, apenas para ter certezade que Ele realmente proteger voc. Pule! Uma vez mais Jesus mostrou sua santidade sua firme obedin-cia ao Pai celestial. Uma vez mais Jesus rejeitou os apelos do adversrioao citar Deuteronmio. Jesus recitou Deuteronmio 6.16, em seu con-texto apropriado: No tentars o Senhor, teu Deus (Lucas 4.12). Quando Israel esteve no deserto (assim como Jesus esteve nessetempo de prova), eles se recusaram a crer na Palavra de Deus. Os he-breus queriam provas de que Deus se importava. Eles queriam provasespetaculares do cuidado de Deus para com eles. O comentrio de 51. 60Deus a respeito daquela atitude foi que os israelitas tinham coraesendurecidos. Embora os israelitas (e Ado antes deles) tivessem fa-lhado em crer na Palavra de Deus, Jesus permaneceu firme! Podemos parafrasear a resposta de Jesus a Satans do seguintemodo: A Palavra de Deus o suficiente. Eu creio nEle. No precisocoloc-Lo prova. Isto no confiar. Isto presuno. Ordenar queDeus faa alguma coisa alm de sua vontade j revelada, a fim deprovar seu amor por mim, um jogo barato. A verdadeira confiananunca faz uso de truques. A vontade revelada do Pai suficiente paramim. V embora, Satans! Voc no me arrancar de meu Pai celes-tial! Eu confiarei nEle! Serei leal a Ele!. Lucas registra no captulo 4, versculo 13: Passadas que foramas tentaes de toda a sorte, apartou-se dele o diabo, at momentooportuno. N ossa prpria santidade Como esta narrativa da santidade de Jesus afeta a voc e amim? Primeiramente, ela nos relembra da grande esperana que temosem Jesus nosso vitorioso Lder! Ainda que o primeiro Ado tenha fa-lhado no teste, no Jardim do den, e mesmo que Israel tenha falhadono teste do deserto, Jesus passou, e com louvor! Sua santidade suadedicao s prioridades e vontade de seu Pai manteve-se imutvele imaculada naquele encontro com o inimigo. O primeiro Ado falhou.O ltimo Ado conquistou! Jesus Aquele que foi tentado em todasas coisas, nossa semelhana, mas sem pecado (Hebreus 4.15). Como crentes, ns tambm podemos conhecer a vitria: Em todasestas coisas, porm, somos mais que vencedores, por meio daquele quenos amou (Romanos 8.37). Como pessoas que esto em Cristo, noestamos mais sob a escravido do pecado. Satans no possui reivindi-cao sobre ns. Somos livres para rejeitar a nos rendermos aos ardisde Satans. Ele nos libertou do imprio das trevas e nos transportoupara o reino do Filho do seu amor (Colossenses 1.13). 52. Andando em santidade como Jesus 61Em segundo, nesta narrativa verdadeira, Jesus o supremo exem-plo de santidade. Em Joo 5.30, Jesus explicou: No procuro a minhaprpria vontade, e sim a daquele que me enviou. Como crentes,temos a obrigao de andar nos passos de Jesus. Assim como fez nos-so Senhor no deserto da Judia, ns tambm podemos, e devemos,resistir aos esquemas sutis de Satans. Tambm somos chamados asermos filhos de Deus. Devemos andar de modo digno do chamadoque recebemos (Efsios 4.1), vivendo uma vida de obediente lealda-de ao Pai que nos chamou.Satans nos tentar, assim como tentou Ado, aos israelitas e aJesus, a sermos egostas, bem-sucedidos e espetaculares. Seguin-do o exemplo de Jesus, devemos resistir s tramas de Satans, confian-do na Palavra de Deus. Como Jesus, devemos ter uma inabalvel leal-dade s prioridades, aos propsitos e vontade de nosso Pai celestial.Assim como foi para Jesus, nosso deleite deve ser o de fazer a vontadede nosso Pai (Joo 4.34). Devemos estar dispostos a usar a Palavra deDeus como espada empunhada, quando estivermos em batalha contranosso arquiinimigo. Satans tanto sutil quanto audaz. Entretanto,como filhos de Deus, andemos no Esprito, empunhando a espada daPalavra de Deus, pois em todas estas coisas, porm, somos mais quevencedores, por meio daquele que nos amou (Romanos 8.37).A nossa fora nada faz, estamos, sim, perdidos;Mas nosso Deus socorro traz e somos protegidos.Defende-nos Jesus, o que venceu a cruz,Senhor dos altos cus;E, sendo o prprio Deus, triunfa na batalha.Se nos quisessem devorar demnios no contados,No nos podiam assustar, nem somos derrotados.O grande acusador dos servos do SenhorJ condenado est; vencido cairPor uma s palavra. Martin Luther 53. 62 P erguntas para discusso A ndando em santidade como J esus1 - Em suas palavras, qual a essncia da santidade?2 - Quais seriam alguns exemplos da vida cotidiana em queSatans tenta os crentes a deixarem sua lealdade a Deuspara se tornarem egostas, bem-sucedidos e espe-taculares?3 - Quando os cristos esto mais vulnerveis aos ataques deSatans?4 - Como a vitria de Jesus sobre Satans causa impacto namaneira como voc responde s tentaes?5 - Com quais verdades devemos nos armar como seguidoresde Jesus, a fim de resistirmos s sedues de Satans? Paraestimular suas idias, leia estas passagens: Romanos 6.11-14; Efsios 6.10-18; Tiago 4.7; 1 Pedro 5.8-9.6 - Que esperana h quando nos rendemos s tentaes deSatans? Veja Provrbios 28.13 e Joo 1.9. Em seu tempoparticular com Deus, leia Salmos 32 e 51. Fale com Deusa respeito de seu desejo de ser perdoado e de viver umavida de santidade.7 - Como podemos nos ajudar uns aos outros no corpo deCristo em nossa resistncia contra as artimanhas sutis deSatans para seduzir os crentes? Leia Efsios 6.18 e He-breus 3.12-14. 54. 6 Aceitando osoutros como JesusD iversidades entre os apstolos Voc j considerou quanta diversidade havia entre os doze ho-mens que Jesus escolheu para ser seus apstolos? Darrel Bock, pro-fessor de Estudos do Novo Testamento no Seminrio Teolgico deDallas, comentou: A escolha dos Doze por Jesus reflete um gruponico e diversificado. Ele no escolheu um grupo homogneo.1 Jesus escolheu homens que representavam uma variedade de di-ferentes personalidades. Pedro, por exemplo, se lana sobre ns comoum verdadeiro extrovertido, sempre pronto para dizer o que tem emmente, sempre pronto a reagir. Seu irmo Andr, entretanto, pareceser introvertido, quieto e reservado. Jesus tambm escolheu homensque possuam diferentes extremos de espectro poltico. Ele escolheuSimo, o zelote, para incluir em seu grupo de seguidores. A expressoZelote revela que Simo fora um fantico patriota judeu, opondo-seveementemente aos ocupantes romanos. Podemos imaginar que tipode discusses Simo teve com Mateus, enquanto se assentavam aoredor da fogueira, ao anoitecer. Antes de conhecer Jesus, Mateus foracoletor de impostos. Na verdade, ele tinha colaborado com o governoromano em sua desprezada, porm lucrativa, ocupao.1 Bock, Darrel L. The NIV Application Commentary: Luke. Grand Rapids: Zondervan, 1996, p. 181. 55. 64 O grupo de apstolos de Jesus no era uma coleo de volun-trios casuais. Jesus os escolheu. Na noite que antecedeu sua mortena cruz, Jesus relembrou a este diversificado grupo: No fostes vsque me escolhestes a mim; pelo contrrio, eu vos escolhi a vs outros(Joo 15.16). Jesus aceitou tanto extrovertidos como introvertidos.Ele aceitou conservadores e liberais polticos. O fator unificadorera o prprio Jesus.2 D iversidade em nossas igrejasQuo diversa a congregao de sua igreja local? H pessoas devrias raas, formaes tnicas, nveis educacionais, vocaes, estadoscivis, idades e comunidades residenciais, todas mescladas na igreja t-pica de nossa cultura ocidental. Somadas a estas diferenas esto asdiferentes histrias de salvao dos muitos membros da igreja. Algunsforam salvos quando criana e cresceram em lares cristos. Outrosforam salvos quando eram adolescentes ou quando estavam na facul-dade, e ainda outros foram salvos quando eram mais velhos, sendotirados para fora dos estilos de vida do vergonhoso mundanismo. Epara adicionar ainda mais diversidade, as pessoas na igreja possuemdiferentes convices e preferncias concernentes a estilo de msica,estilo de vestir e gostam de variadas verses da Bblia!Ainda assim, todos os membros da igreja professam crer e seguirao mesmo Senhor. Todos ns professamos ser parte de um corpo decrentes. Como isto pode funcionar? Como um grupo to diversifica-do de pessoas pode viver e exercer suas funes em unidade e paz?Como pode to variado conjunto de indivduos funcionar como umcorpo coesivo de crentes? Como pode uma igreja trabalhar junto empromover a causa de Cristo em sua prpria gerao e comunidade? Halguma surpresa no fato de que algumas igrejas experimentem a dorde uma diviso? Sua igreja enfrentou este desafio? Nossas igrejas hojeno so as primeiras a enfrentar esta desencorajadora realidade.2 Para obter mais a respeito de Jesus como fator unificador, veja Joo 17.20-23. 56. Aceitando os outros como Jesus 65D iversidade na igreja do N ovo T estamento Nos dias de Paulo, a igreja em Roma uma igreja constituda depessoas de diferentes convices e formaes lutou com esta questode unidade e aceitao. Quais eram as questes potenciais em Roma?Quais eram as diferenas que fizeram com que a aceitao mtua unsdos outros fosse difcil de ser alcanada, naquela igreja local? Em Ro-manos 14 e 15, o apstolo descreve dois campos notavelmente dife-rentes de grupos, dentro daquele corpo local de crentes. Em Romanos14.2 Paulo escreve: Um cr que de tudo pode comer, mas o dbilcome legumes. E, em Romanos 14.5, ele explica: Um faz diferenaentre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Assim, as diferenascom que esta igreja lutava centralizavam-se em diferentes convicesa respeito de dieta e dias. Parte um: os conservadores Uma notvel parte na igreja tinha fortes convices a respeitode no comer determinados tipos de comida e no fazer certas coisasem determinados dias. Paulo se referiu s pessoas neste grupo comoaqueles cuja f fraca. Este grupo era muito provavelmente consti-tudo de pessoas com formao judaica. Estes crentes estavam tendoproblemas em confiar na suficincia do cumprimento da Antiga Alian-a por Cristo. Eles achavam necessrio completar a obra de Cristo coma observncia de certas leis da Antiga Aliana. Eles estavam tendodificuldades em deixar as prticas da Antiga Aliana, como restriesalimentares e observncia do sbado e de outros dias santificados. Parte dois: os progressistas Outra parte identificvel na igreja local tinha fortes convicesa respeito de sua liberdade de comer qualquer tipo de comida e defazer uma variedade de coisas em qualquer dia da semana. A confian-a deles na suficincia do ministrio de Cristo em cumprir a Lei eraforte. Este grupo era constitudo, muito provavelmente, de pessoas 57. 66com formao gentlica. Contudo, alguns cristos com formao ju-daica tambm se encontravam neste grupo. Paulo era um judeu tnico(sendo at instrudo como fariseu), mas se considerava parte do grupodos gentios (Romanos 15.1). Em Romanos 14.14, o apstolo afirmouenfaticamente: Eu sei e estou persuadido, no Senhor Jesus, de quenenhuma coisa de si mesma impura. Paulo se referia a este grupo,ao qual ele pertencia, como sendo os irmos mais fortes. O que os dois grupos tinham em comum Estes dois diferentes grupos tinham algumas coisas em co-mum. Ambos os grupos eram constitudos de crentes que desejavamsinceramente agradar a Deus (Romanos 14.3, 13). Em Romanos14.6, Paulo explica: Quem distingue entre dia e dia para o Senhoro faz; e quem come para o Senhor come, porque d graas a Deus; equem no come para o Senhor no come e d graas a Deus. Outracoisa em comum que Paulo menciona repetidamente que todosos crentes, em ambos os grupos, prestariam contas de suas vidas aoprprio Deus (Romanos 14.4 e 10-12). H algo mais que era comum a estes dois diferentes grupos emRoma. Ambos eram crticos do grupo que era diferente. Os dois gruposse desprezavam, mantendo-se distantes, exceto ao debaterem. Os cris-tos mais fracos estavam olhando de cima para os cristos mais fortes. Al-gum poderia quase imaginar os irmos mais fracos sussurrando bandode liberais meia voz, assegurando-se de manterem distncia deles. Igualmente culpados, os cristos mais fortes eram crticos de seusirmos e irms mais fracos. No preciso forar muito a imaginaopara ouvir estes membros da igreja resmungando entre si sobre aqueleslegalistas com os seus escrpulos sobre comida e dias especiais. Tal-vez consideravam-se saturados daqueles cristos imaturos que preci-savam crescer. Aparentemente os limites de relao estavam sendoerguidos pelas pessoas de ambos os lados destas questes. Sem dvida,eles expressavam atitudes como Por que devo eu ser amigo dele? Seique estou certo e ele est errado! 58. Aceitando os outros como Jesus 67O conselho deP aulo para igrejas diversificadas : A ceitem - se unsaos outros Ento, que conselho o apstolo Paulo deu a esta igreja dividida?Primeiramente, ele escreveu: Quem come no despreze o que nocome; e o que no come no julgue o que come, porque Deus o aco-lheu (Romanos 14.3). Ele tambm exortou: No nos julguemos maisuns aos outros (Romanos 14.13). Paulo deixou claro que nem todos concordariam nestes assun-tos disputveis (Romanos 14.1). Nesta extensa passagem, o apstolonunca disse que os dois grupos deveriam ao final concordar um como outro. Ele nunca pediu a um grupo que abandonasse suas convices(apesar de que ele mesmo no esconde seu prprio ponto de vistaconcernente a estas questes de dieta e dias). Ele no solicitou umaposio central de acordo. Mas, pediu igreja que parasse com as cr-ticas e o julgamento. A responsabilidade de julgar do prprio Deus. Os crentes nodevem procurar assumir o papel de Deus em julgar as convices deoutros crentes, em questes de dieta ou dias. Tu, porm, por quejulgas teu irmo? E tu, por que desprezas o teu? Pois todos comparece-remos perante o tribunal de Deus (Romanos 14.10). Os cristos nodevem erguer barreiras que Jesus, o cabea da igreja, nunca ergueu. Ao invs de gastar tempo e energia procurando julgar o cristoque diferente, o membro da igreja deve gastar seu tempo e ener-gia naquilo que promover paz e crescimento cristo na igreja. EmRomanos 14.19, Paulo desafia cada membro de igreja: Assim, pois,seguimos as coisas da paz e tambm da edificao de uns para