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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS ENDIVIDAMENTO E PLANEJAMENTO DE LIQUIDEZ FAMILIAR: CASO DE ESTUDO MOTORISTAS CADASTRADOS NO SITRAROIT NO PERÍODO DE 2006 A 2008 JACKELINE DIAS ITAJAÍ 2009

ENDIVIDAMENTO E PLANEJAMENTO DE LIQUIDEZ FAMILIAR: CASO DE ESTUDO MOTORISTAS CADASTRADOS NO SITRAROIT NO PERÍODO DE 2006 A 2008

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE EDUCAÇÃO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

ENDIVIDAMENTO E PLANEJAMENTO DE LIQUIDEZ FAMILIAR: CASO DE

ESTUDO MOTORISTAS CADASTRADOS NO SITRAROIT NO PERÍODO

DE 2006 A 2008

JACKELINE DIAS

ITAJAÍ 2009

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JACKELINE DIAS

ENDIVIDAMENTO E PLANEJAMENTO DE LIQUIDEZ FAMILIAR: CASO DE

ESTUDO MOTORISTAS CADASTRADOS NO SITRAROIT NO PERÍODO

DE 2006 A 2008

Monografia apresentada como

requisito parcial à obtenção do Grau de

Bacharel em Ciências Econômicas, Curso

de Graduação em Ciências Sociais

Aplicadas da Universidade do Vale do

Itajaí.

Orientadora: Profª Dra. Sônia

Maria Kohler Dias

ITAJAÍ

2009

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ENDIVIDAMENTO E PLANEJAMENTO DE LIQUIDEZ FAMILIAR: CASO DE

ESTUDO MOTORISTAS CADASTRADOS NO SITRAROIT NO PERÍODO

DE 2006 A 2008

Por

JACKELINE DIAS

Monografia aprovada como

requisito parcial para a obtenção do grau de

Bacharel em Ciências Econômicas, pela

Banca examinadora formada por:

___________________________________________________________________________

Presidente

___________________________________________________________________________

Membro 1

___________________________________________________________________________

Membro 2

Itajaí, mês de 2009

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TERMO DE APROVAÇÃO

JACKELINE DIAS

ENDIVIDAMENTO E PLANEJAMENTO LIQUIDEZ FAMILIAR: CASO DE

ESTUDO MOTORISTAS CADASTRADOS NO SITRAROIT NO PERÍODO

DE 2006 A 2008

Monografia aprovada, obtendo nota _____ como requisito parcial para obtenção do grau de

Bacharel em Ciências Econômicas, Curso de Graduação em Ciências Econômicas, Centro de

Ciências Sócias Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí, pela Banca Examinadora:

Orientadora: Profª Dra. Sônia Maria Kohler Dias

Prof.

Prof.

Itajaí, mês de 2009

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Somos o que fazemos repetidamente.

Por isso o mérito não está na ação, e

sim no hábito.

(Aristóteles)

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DEDICATÓRIA

Este trabalho é dedicado com todo meu

amor e carinho a minha MÃE , Marta Dias,

meu irmão Jackson Dias, minha cunhada

Sabrina Wandrey e minhas primas Renata

Bombazaro e Priscila de Almeida, que

tiveram compreensão e paciências nesse

período.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ter

me dado forças em toda essa jornada onde

aconteceram momentos difíceis.

Agradeço minha mãe que não me deixou

desistir, meu pai, que me deu apoio aos 45

min. do segundo tempo, ao meu irmão,

minha cunhada, minhas primas, meu primo

Diego e amigos que tiveram paciência

nesse período e também aos colegas de

trabalho que me ajudaram.

Obrigada a todos!

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RELAÇÃO DE QUADROS E IMAGENS

Quadro 01 - Rendimento monetário e não-monetário médio familiar, IBGE 2000 a 2005.

Quadro 02 - Distribuição das Famílias, IBGE, Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003.

Quadro 03 - Tabela de contribuição especial 2006 á 2008, os autores da presente pesquisa baseada na Convenção Coletiva.

Quadro 04 - Arrecadação da Contribuição Especial nos anos de 2006 a 2008, os autores da presente pesquisa baseada na Convenção Coletiva. Variação percentual da arrecadação da Contribuição Especial.

Quadro 05 - Motoristas de transportes de carga inflamável, os autores da presente pesquisa baseada na Convenção Coletiva.

Quadro 06 - Tabelas de Salários dos Motoristas no Período de 2006 a 2008, os autores da presente pesquisa baseada na Convenção Coletiva.

Quadro 07 - Resultado da Pesquisa junto aos Motoristas cadastrados no SITRAROITautores da presente pesquisa.

Imagem 01 - Esquematização do Método Hipotético Dedutivo segundo Popper, Lakatos (1991, p. 65).

Imagem 02 - Esquematização do Método Hipotético Dedutivo segundo Popper (1), Köche, 1997, p.70.

Imagem 03 - Restrição Orçamentária de um Individuo, os autores da presente pesquisa, baseada em uma restrição orçamentária que um indivíduo possa ter.

Imagem 03a - Demanda de Remédios, os autores da presente pesquisa.

Imagem 03b: Demanda de Alimentos, os autores da presente pesquisa.

Imagem 04 - Gráfico de Substituto Perfeitos entre suco de maçã e suco de laranja, os autores da presente pesquisa, baseada nos substitutos perfeitos.

Imagem 05 - Pesquisa de orçamentos familiares 2002-2003, IBGE.

Imagem 06 – Fumo, os autores da presente pesquisa.

Imagem 07 – Educação, os autores da presente pesquisa.

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Imagem 08 - Distribuição das famílias de acordo com o grau de dificuldade para chegar ao fim do mês com rendimento total familiar segunda a situação do domicílio - Brasil 2002-2003, IBGE 2002 a 2003.

Imagem 09 - Números de motoristas asociados e de motoristas associados com dependentes, os autores da presente pesquisa, baseada nos dados retirados do SITRAROIT de 2006 à 2008.

Imagem 10 - Idade dos Motoristas cadastrados no SITRAROIT, os autores da presente pesquisa.

Imagem 11 - Opção de descontos a vista, prazos de pagamento, taxas de juros e brindes, os autores da presente pesquisa.

Imagem 12 -: Taxa de juros que os motoristas aceitam pagar, os autores da presente pesquisa.

Imagem 13 – Aquisições, autor da presente pesquisa.

Imagem 14 - Aquisição de um bem de maior valor, autor da presente pesquisa.

Imagem 15 - Orientação sobre investimentos, autor da presente pesquisa.

Imagem 16 - Uso do limite do cheque especial, autor da presente pesquisa.

Imagem 17 - Sobre cartão de credito, autor da presente pesquisa.

Imagem 18 - Compras no Supermercado, autor da presente pesquisa.

Imagem 19 - tempo que a poupança sustentaria a família, autores da presente pesquisa.

Imagem 20 - Plano de aposentadoria, autores da presente pesquisa.

Imagem 21 - Controle dos gastos, autores da presente pesquisa.

Imagem 22 - Com relação as compras, autores da presente pesquisa.

Imagem 23 - Pesquisa aplicada junto aos Motoristas cadastrados no SITRAROIT, autores da presente pesquisa.

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RESUMO

O trabalho acadêmico apresentado demonstrou as preferências do consumidor em frente às cestas de bens de consumo, as restrições orçamentárias e os substitutos perfeitos. Apresentou as classes mais endividadas e quais os bens que mais afetam o endividamento dos motoristas, além da possibilidade de identificação do perfil sócio econômico das famílias dos motoristas cadastrados no Sindicato dos Condutores de Veículos Automotores e de Trabalhadores em Empresas de Transportes de Passageiros Urbanos, Interurbanos, Intermunicipal, Interestadual, Turismo, Alternativo e Similares; Trabalhadores em Empresas de Transporte de Cargas Secas e Inflamáveis, Líquidas e Gasosas de Produtos químicos, Tóxicos e Similares de Itajaí e Região (SITRAROIT). Foi possível mostrar a realidade assalarial dos motoristas de transportes rodoviários da cidade de Itajaí, com o apoio de indicadores macroeconômicos. O presente trabalho acadêmico utilizou o método dedutivo, lógico e descritivo, que expõe características de determinada população, dados e informações apresentadas por meio de pesquisa amostral. Os resultados obtidos mostram que os motoristas cadastrados no SITRAROIT possuem de 41 a 60 anos, costumam pagar suas compras à prazo, questionam sobre desconto à vista e prazo de pagamento, aceitam pagar até 3% de juros nas compras, guardam seu dinheiro para fazer novas aquisições, conversam com parentes e amigos sobre qual o melhor investimento, utilizam o cheque especial por falta de dinheiro no final do mês, costumam pagar o valor total do cartão de crédito, as compras no supermercado são feitas toda semana com lista de compras, possui investimento que se caso ficasse desempregado o susteria por seis meses a um ano, com relação a aposentadoria possui uma previdência privada ou própria, com relação aos gastos, possui alguma forma de controle e quando faz compras, faz pesquisa e compra onde lhe oferece mais vantagens.

Palavras Chaves: Endividamento Familiar. Motoristas. Orçamento. Gastos.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................12

1.1 JUSTIFICATIVA......................................................................................................12

1.2 PROBLEMA.............................................................................................................13

1.3 HIPÓTESE................................................................................................................13

1.4 OBJETIVOS..............................................................................................................13

1.4.1 Objetivo Geral................................................................................................13

1.4.2 Objetivos Específicos.....................................................................................14

1.5 METODOLOGIA.....................................................................................................14

2 ASPECTOS PRELIMINARES DA MICROECONOMIA..................................21

3 INDICADORES MACROECONOMICOS...........................................................27

3.1 Situação no nível de renda das famílias no Brasil ....................................................27

3.2 Planejamento Econômico..........................................................................................35

4 RESULTADOS DA PESQUISA.............................................................................38

4.1 DADOS DO SITRAROIT.........................................................................................38

4.2 PESQUISA APLICADA JUNTO AOS MOTORISTAS.........................................44

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................52

6 LIMITAÇÕES DA PESQUISA..............................................................................56

7 RECOMENDAÇÕES PARA FUTUROS TRABALHOS....................................56

8 REFERÊNCIAS.......................................................................................................57

9 APÊNDICES.............................................................................................................59

9.1 Questionário Aplicado Junto aos Motoristas............................................................59

9.2 Resultado da Pesquisa Aplicada Junto aos Motoristas..............................................61

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1. INTRODUÇÃO

No decorrer da pesquisa, na busca por dados que respondesse satisfatoriamente essas questões

acima mencionadas, foram elaborados 4 capítulos, objetivando-se atender a tais questões da

seguinte maneira:

Foram apresentados aspectos preliminares da microeconomia. Pode-se ver como a teoria e as

preferências do consumidor diante de cestas de bens de consumo, os substitutos perfeitos, e

como se comporta a restrição orçamentária com um aumento ou redução da renda.

Também foram demonstrados indicadores macroeconômicos, dados do IBGE identificando os

fatores que mais influenciam no endividamento das famílias e definido planejamento

Foi possível retirar e analisar os dados do Sindicato dos Condutores de Veículos Automotores

e de Trabalhadores em Empresas de Transportes de Passageiros Urbanos, Interurbanos,

Intermunicipal, Interestadual, Turismo, Alternativo e Similares; Trabalhadores em Empresas

de Transporte de Cargas Secas e Inflamáveis, Líquidas e Gasosas de Produtos químicos,

Tóxicos e Similares de Itajaí e Região (SITRAROIT), além da analise os dados da pesquisa

feita com os motoristas, ou suas esposas.

1.1JUSTIFICATIVA

O aquecimento da economia brasileira, aliada a fatores como o apelo do marketing no

incentivo ao consumo e o status de consumidor em potencial ocasionou nas últimas décadas

um salto em direção ao consumo exagerado, compulsivo e sem planejamento.

Por ser o consumo considerado um símbolo da maior inclusão social, muitas famílias

expandem seus gastos ao mesmo tempo em que suas receitas permanecem inalteradas.

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A combinação da fórmula mais consumo e menos receita, gera um trágico déficit no

orçamento doméstico e alguns grandes problemas para a economia.

O presente trabalho justifica-se por buscar entender como o endividamento afeta a estrutura

familiar dos motoristas.

1.2PROBLEMA

O presente trabalho procura responder o seguinte questionamento; Quais os fatores de maior

influência no endividamento das famílias de motoristas cadastrados no Sindicato dos

Condutores de Veículos Automotores e de Trabalhadores em Empresas de Transportes de

Passageiros Urbanos, Interurbanos, Intermunicipal, Interestadual, Turismo, Alternativo e

Similares; Trabalhadores em Empresas de Transporte de Cargas Secas e Inflamáveis,

Líquidas e Gasosas de Produtos químicos, Tóxicos e Similares de Itajaí e Região

(SITRAROIT) e como o planejamento do orçamento doméstico pode resolver este problema?

1.3HIPÓTESE

A maioria das famílias no Brasil ganham entre R$ 600,00 à R$ 1.000,00, IBGE 2000 – 2005.

Com isso muitas famílias encontram dificuldades para chegar ao final do mês com algum

rendimento monetário.

Os fatores que mais influenciam no endividamento das famílias brasileiras segundo IBGE

2000-2005, são os gastos com habitação e aquisição de bens de consumo duráveis.

1.4OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral

• Mostrar a realidade assalarial como endividamento e planejamento de liquidez dos

motoristas de transportes rodoviários da cidade de Itajaí, com o apoio de indicadores

macroeconômicos, dados e informações apresentados por meio de pesquisa amostral.

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1.4.2 Objetivo Especifico

• Identificar o perfil sócio econômico e financeiro dos motoristas das empresas de

transportes de Itajaí, cadastrados no Sindicato, SITRAROIT;

• Buscar dados sobre salários e remunerações dos motoristas, visando obter a situação

do seu planejamento e liquidez;

• *Organizar e tabular indicadores dos pagamentos das contribuições;

• Enumerar os motoristas cadastrados, cadastrados com dependentes, e os que não

pagam o sindicato;

• Enumerar os valores recolhidos pelas empresas para o SITRAROIT de 2006 a 2008.

1.5METODOLOGIA

Para a elaboração desta monografia utilizará dados bibliográficos e documentais como: livros,

revistas, artigos, jornais, internet, trabalhos científicos, para identificar os fatores responsáveis

pelo endividamento familiar dos motoristas sindicalizados no SITRAROIT.

Foi utilizado o método dedutivo; que segundo Descartes, “é um método lógico que pressupõe

que existam verdades gerais já afirmadas e que sirvam de base (premissas) para se chegar

através dele a conhecimentos novos”. Dessa forma será possível conhecer e investigar as

causas do endividamento familiar

Para identificar o nível de endividamento das famílias será utilizado o método descritivo; que

segundo Vergara, “expõe características de determinada população ou de determinado

fenômeno, podendo estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza”.

Análise do grau de endividamento relacionando-o a renda familiar o método descritivo e

histórico; que segundo Munhoz, “consistiria no levantamento de fatos ou fenômenos

observados ao longo do tempo, sem privilegiar a sua interpretação, podendo revelar – se

insuficiente para conhecimento das inter–relações de variáveis que tenham condicionado os

resultados apurados”.

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Esta pesquisa é de natureza teórico-empírica, por caracterizar-se de um levantamento em nível

exploratório, em que os dados para sua estruturação foram coletados por meio de pesquisa de

campo. A metodologia de trabalho, utilizando-se a tipologia de Lakatos e Marconi (1991),

envolve:

• técnica de coleta de dados; de documentação indireta; de base bibliográfica de

documentação direta, com observação extensiva, envolvendo especialistas na área pela

autoridade no assunto.

• método de procedimento no estudo é funcionalista, por tratar de administração de

técnicas, respeitando a cultura local, ou seja, não é operacional.

Sabe-se que os métodos científicos podem se classificar pelo raciocínio lógico, de acordo com

Köche (1997, p. 87), como sendo uma versão simplificada daquilo que acontece ou o que

pode acontecer no processo de realização de descobertas. Neste estudo, optou-se pelo método

hipotético-dedutivo como referência. Com esse método, o pesquisador, segundo Figura 1,

apresentada por Lakatos (1991, p. 67), e de acordo com a proposição de Popper (1975a); a

partir de um levantamento baseado na teoria existente, encontra uma lacuna, um problema;

situa e testa hipóteses para análise dos resultados e, propondo-se a explicar a contradição, ou

problema inicial, determina um novo paradigma, uma nova lacuna, contradição ou problema.

A proposta de Popper pode ser melhor compreendida na apresentação da Imagem 01.

Observa-se que na Imagem 01, existem passos para composição do método hipotético-

dedutivo, não há como afirmar que o conhecimento encontrado é verdadeiro, absoluto ou

definitivo.

O estudo de caso estimula novas descobertas. A Epistemologia para Popper (1975, p. 08),

citado por Köche (1997, p. 78) mostra que um enunciado científico permanece provisório

para sempre; isto é, a ciência é modificada alterada e, por constantes variáveis.

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CONHECIMENTO PRÉVIO

TEORIAS EXISTENTES

LACUNA, CONTRADIÇÃO OU PROBLEMA

CONJECTURAS, SOLUÇÕES OU HIPÓTESES

CONSEQÜÊNCIAS FALSEÁVEIS

ENUNCIADOS DEDUZIDOS

TÉCNICAS DE FALSEABILIDADE

TESTAGEM

ANÁLISE DOS RESULTADOS

AVALIAÇÃO DAS CONJECTURAS, SOLUÇÕES OU HIPÓTESES

REPUTAÇÃO

(rejeição)

CORROBORAÇÃO

(não rejeição)

Nova teoria

Nova lacuna, contradição ou problemaImagem 01: Esquematização do Método Hipotético Dedutivo segundo Popper Fonte: Lakatos (1991, p. 65)

Frigotto (1987, p.15) prioriza os passos da investigação científica: “um primeiro aspecto pode

se observar no campo da pesquisa é que há uma tendência de tomar o “método”, ainda que

dialético, como um conjunto de estratégias, técnicas, instrumentos. Não só o método aparece

isolado, como a questão da concepção de realidade de mundo, a questão ideológica”. O

método de análise (ibidem, p. 6), na perspectiva dialética materialista, “não se constitui na

ferramenta asséptica, uma espécie de metrologia dos fenômenos sociais, que nas perspectivas

que aqui denomino metafísica, é tomada como garantia da cientificidade, da objetividade e da

neutralidade [...] a reflexão implica subjetividade”.

No método hipotético dedutivo, o cientista (Kneller, 1991, p. 64), “em vez de raciocinar a

partir dos dados para uma hipótese, o cientista pode começar com uma hipótese e deduzir

conclusões. Enunciados gerais ou predições particulares baseados nela”.

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Sintetizando as informações de acordo com a Imagem 02, em apresentação do problema,

construção de um modelo teórico, dedução de conseqüências particulares, teste de hipóteses,

adição ou introdução das conclusões na teoria.

Na Imagem 02, observa-se que

o pesquisador tem necessidade de encontrar respostas ou soluções para um possível problema,

uma lacuna; decorrente da explicação dos fundamentos teóricos, conceitos, comportamentos

que neste caso busca respostas para a sedução atual em relação ao Endividamento e

planejamento de liquidez familiar: caso de estudo motoristascadastrados no sitraroit no

período de 2006 A 2008.

1.5.1 Caracterização da pesquisa

Foi utilizado o estudo de caso com modelagem para busca de respostas, uma estratégia

qualitativa que requer, no entanto, uma ampla abordagem quantitativa de determinados

17

Conhecimento Prévio observação dos fatos fenômenos ....

(referencial teórico) (percepção significativa)

Imaginação PROBLEMA

Criativa (dúvidas) dúvidas

CONTEXTO

DE

DESCOBERTA

HIPÓTESES

(dúvidas)Testagem das Hipóteses

(Observação Descritiva ou

Experimentação)

Intersubjetividade e Interpretação e Avaliação da Testagem das Hipóteses

Rejeição das

Hipóteses

Não Rejeição das

hipóteses(corroboração)Nova

Teoria

Novo

Problema

CONTEXTO

DE

JUSTIFICAÇÃ

Imagem02: Esquematização do Método Hipotético Dedutivo segundo Popper (1)Fonte: Köche, 1997, p.70

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aspectos do caso em estudo. Tal estudo bem conduzido não poderia se contentar em fornecer

uma simples descrição que não desembocasse em uma explicação, pois, como sempre, o

objetivo de uma pesquisa não é ver, mas sim, compreender (LAVILLE & DIONNE, 1999,

p.157).

1.5.2 População e Amostra

Para maior precisão das características da população, esta monografia apresenta a constatação

dos resultados por meio de análises probabilísticas correspondentes: a) estatística descritiva

que envolve a coleta, a apresentação e a caracterização de um conjunto de dados que

descrevem apropriadamente as características deste conjunto, por grupos e categorias, e, a

b) inferência estatística, que tornam possível a estimativa de características de uma população.

A população deste estudo é constituída pelo total dos 2.888. A amostra intencional é realizada

de acordo com a estratégia adequada no qual, os elementos da amostra são escolhidos, ou

seja, a amostra provém do total de elementos que podem ser considerados, na composição do

objeto de estudo: motoristas cadastrados no SITRAROI com erro de 4,9%, com intervalo de

confiança 95% (Apêndice A), com apoio de Barbetta (1998, p. 58), serão apresentadas as

fórmulas para o cálculo o tamanho mínimo da amostra dada por:

em que:

N tamanho (número de elementos) da população;

n tamanho (número de elementos) da amostra;

n0 uma primeira aproximação para o tamanho da amostra;

E0 erro amostral tolerável.

Ou seja, apresentam-se os valores de:

n0 = 1___

18

n0 = 1 .

E02

n = N. n0

N + n0

E= N . no = 2.888 . 411 = 1.186.968 = 359,79

N+no 2.888+411 3.299

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(0,049) 2

n = 411

* logo, = 360, amostras.

Assim foi planejado o levantamento da amostra inicial e posterior identificação das diversas

características da população da pesquisa em epígrafe, identificam formas de comportamento

dos indivíduos e suas decisões de orçamento de acordo com a cesta de mercadorias

disponível.

1.5.3 Tratamento e análise dos dados

Os dados foram analisados e concluídos utilizando-se a análise de conteúdo demonstrada por

meio de tabelas, planilhas, textos explicativos e conclusivos, bem como os resultados de

gráficos, cálculos e interpretações apresentados através de recursos computacionais

utilizando-se Software’s como o Microsoft Excel 7.0, Word 6.0.

1.5.4 Procedimentos

Foram realizadas consultas à fatos brutos, leituras prévias de livros, artigos, relatórios, e

demais obras com publicações sobre o tema em questão. De posse das devidas investigações

dos autores e suas mais diversas interpretações sobre o assunto, iniciou-se a busca de dados e

a pesquisa em laboratório por meio dos instrumentos: questionários e entrevistas Apêndice A,

completados pela observação do Apêndice B. O método de procedimento do presente

estudo é funcionalista, por tratar de administração de técnicas, respeitando a cultura local, ou

seja, não é operacional.

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2. ASPECTOS PRELIMINARES DA MICROECONOMIA.

Neste capitulo será demonstrada o conceito da Teoria do Consumidor, seu comportamento em

frente as cestas de bens de consumo.

A teoria de Keynes (Keynes, 1996, p. 59) é baseada no principio de que os consumidores

aplicam as proporções de seus gastos em bens e poupança, em função da renda. Quanto maior

a renda, maior a percentagem da renda poupada. Assim se a renda agregada aumenta, em

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função do aumento do emprego, a taxa de poupança aumenta simultaneamente. E como a taxa

de acumulação de capital aumenta, a produtividade marginal do capital se reduz, e o

investimento é reduzido já que a lucratividade é proporcional a produtividade marginal do

capital. Então ocorre um excesso de poupança, em relação ao investimento, o que faz com que

a demanda efetiva fique abaixo da oferta e assim o emprego se reduza para um ponto de

equilíbrio onde a poupança e o investimento fiquem iguais. Como esse equilíbrio pode

significar a ocorrência de desemprego involuntário em economias avançadas (onde a

quantidade de capital acumulado seja grande e sua produtividade seja pequena), Keynes

defendeu a tese de que o Estado deveria intervir na fase recessiva dos ciclos econômicos com

sua capacidade de imprimir moeda para aumentar a demanda efetiva através de déficits do

orçamento do Estado e assim manter o pleno emprego. É importante lembrar que o autor não

defende o carregamento de déficits de um ciclo econômico para outro, nem muito menos

operar orçamentos deficitários na fase expansiva dos ciclos.

Deve se notar que, para o estado aumentar a demanda efetiva, aquela que define a produção,

ele deve gastar mais do que arrecada, porque a arrecadação de impostos reduz esta variavel,

enquanto que os gastos aumentam a demanda efetiva.

O ciclo de negócios segundo Keynes ocorre porque os empresários têm "impulsos animais"

psicológicos que os impedem de investir a poupança dos consumidores, o que gera

desemprego e reduz a demanda efetiva novamente, e por sua vez causa uma crise econômica.

A crise, para terminar, deve ter uma intervenção estatal que aumente a demanda efetiva

através do aumento dos gastos públicos.

Para Solomon (2002, p. 96), o comportamento do consumidor é entendido como “o estudo

dos processos envolvidos quando indivíduos ou grupos selecionam, compram, usam, dispõem

de produtos, serviços, idéias ou expectativas para satisfazer necessidades e desejos”. Assim,

Pinheiro et al (2006, p. 75) ressaltam que o comportamento do consumidor é uma área

interdisciplinar, envolvendo conceitos e ferramentas metodológicas de diferentes áreas do

conhecimento tais como: psicologia, economia, sociologia, antropologia cultural, semiótica,

demografia e história. Isto é, na economia as decisões afetam a microeconomia e a

macroeconomia. Como por exemplo, se o consumidor decide comprar um carro importado,

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irá afetar o déficit da balança comercial do Brasil, e se o consumidor resolve poupar ou

investir irá afetar o crescimento da economia.

Pindyck (1994, p. 73) afirma que o consumidor tem preferências, mas que tem três premissas

básicas. A primeira parte do principio de que as preferências sejam completas, o que significa

que dois consumidores poderiam comparar e ordenar todas as cestas de mercado. A segunda

premissa afirma que as preferências são transitivas, essa premissa assegura que as

preferências do consumidor seja racional, isto é coerente. A terceira premissa segue o

raciocínio de que todas as mercadorias sejam boas, isto é desejável, de tal forma que, não se

levando em consideração os preços, os consumidores sempre preferem levar uma quantidade

maior de alguma mercadoria.

Pindyck (1994, p. 73) ainda afirma: sabe-se que o consumidor poderá sempre manifestar suas

preferências por uma determinada cesta em relação a outra, ou então sua indiferença em

relação às duas. Esta informação poderá então, ser utilizada para ordenar todas as possíveis

alternativas de consumo.

Assim, as preferências não explicam todo o comportamento do consumidor. Determinadas

escolhas são também influenciadas por restrições orçamentárias, as quais limitam a

possibilidade das pessoas exercerem o consumo em razão dos preços que necessitam pagar

por diversos bens e serviços, representada pela Imagem 03 da restrição orçamentária de um

indivíduo.

Restrição Orçamentária

0

50

100

150

200

250

300

350

1 2

Remédios

Ali

men

tos

22

5 10 15 20

B

A

Imagem 03: Restrição Orçamentária de um IndividuoFonte: os autores da presente pesquisa, baseada em uma restrição orçamentária que um indivíduo possa ter.

RESTRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA

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1 2 3 4

A Imagem 03 mostra o consumidor tem R$ 300,00 por semestre para gastar. Supõe-se que há

dois bens, alimentos e remédios. E que o alimento custe R$ 1,00 e um remédio custa R$

15,00. Se o consumidor gastar todo o seu dinheiro em alimentos, vai poder comprar 300

alimentos (ponto A na restrição orçamentária), se gastar tudo em remédios o consumidor

poderá comprar 20 remédios (ponto B na restrição orçamentária). O consumidor pode

escolher qualquer ponto intermediário na linha AB. Por exemplo, 10 remédios por R$ 150,00

(Imagem 03a) e 150 alimentos por R$ 150,00 (Imagem 03b) ou ainda 15 remédios por R$

225,00 e 75 alimentos por R$ 75,00. O consumidor pode escolher qualquer combinação que

totalize R$ 300,00, ou decorrente de um aumento na renda, aumenta seu consumo

representada pela linha tracejada.

Demanda de Remédios

100

120

140

160

180

200

220

240

1 2

Preço

qu

anti

dad

e d

e re

méd

ios

Demanda de Alimentos

100

120

140

160

180

200

220

240

1 2

Preço

qu

anti

dad

e d

e al

imen

tos

Substituto Perfeito

0

1

2

3

4

5

1 2

Suco de Laranja

Su

co d

e M

açã

23

Imagem 04: Gráfico de Substituto Perfeitos entre suco de maçã e suco de laranjaFonte: os autores da presente pesquisa, baseada nos substitutos perfeitos.

10 15 150 225

1 2 3 4

Imagem 03a : Demanda de RemédiosFonte: os autores da presente pesquisa. Imagem 03b: Demanda de Alimentos

Fonte: os autores da presente pesquisa. SUBSTITUTOS PERFEITOS

Suco de Laranja

Suco

de

Maç

ã

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O consumidor também pode ter substituto perfeito por um bem. Por exemplo, a Taxa

Marginal de Substituição do suco de maçã por suco de laranja. O consumidor está sempre

desejando trocar um copo de um por um copo de outro. Pindyck (1994) cita que dois bens são

substitutos perfeitos quando é constantemente a taxa de marginal de substituição de um pelo

outro, ou seja, as curvas de indiferenças que descrevem a permuta entre o consumo das

mercadorias apresentam-se como linhas retas, como visto na Imagem 04.

Para cuidar de maneira correta dos clientes, Richard (2001, p. 83), destaca que deve-se ter as

seguintes características:

·Credibilidade- Credibilidade ou sua reputação, é realmente tudo o que você tem no mundo

do negócio. Os clientes devem, acreditar em seus produtos, serviços;

·Acessibilidade- Acesso rápido e fácil ao sistema de serviços;

·Confiabilidade- Você deve realizar o que promete, no tempo prometido;

·Excelência- Os clientes acreditam que eles próprios sejam importantes e excelentes, e

querem trabalhar com excelentes empresas.

O uso contínuo de um bem, seja ele um produto ou um serviço, segundo Pinheiro (2006, p.

89), leva a um decréscimo da percepção de utilidade por parte do consumidor, ou seja, o grau

de satisfação psicológica decresce à medida que quantidades adicionais deste bem vão sendo

consumidas. Tal decréscimo de prazer com o uso constante dos bens é denominado taxa de

utilidade marginal, o que explica a sensação de retorno decrescente que o consumidor

experimenta após o uso prolongado de qualidade significativa de um determinado produto.

Pinheiro (2006, p. 93) ressalta que a teoria cognitiva, defendida por Piaget que parte do

princípio de que existe certa continuidade entre os processos puramente biológicos e

adaptação ao meio e a inteligência, não admitindo que a inteligência seja inerente à própria

vida, mas sim assumindo que a inteligência é uma das formas de adaptação criadas pela vida

em sua evolução enfatiza o comportamento do consumo como um processo de tomada de

24

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decisão implica ver o consumidor como aquele que opta por diferentes produtos, tendo por

pano de fundo a influência de fatores cognitivos tais como percepção, motivação,

aprendizagem, memória, atitudes, valores e personalidade, assim são os socioculturais, isto é,

influência de grupo, família, cultura e classe social e ainda os situacionais, tais como

influência localizada no meio ambiente por ocasião da compra.

Contudo, ainda acerca do raciocínio de Pinheiro e outros (2006, p. 93), para os cognitivos, as

decisões de compra são variadas, podendo ser classificadas pelo tipo de produto, motivação

do consumidor, freqüência de compra, busca e processamento da informação, percepção das

alternativas por parte do consumidor e influências situacionais. A seguir, fatores que

influenciam o comportamento de compra:

*Fatores psicológicos- dizem respeito ao conjunto das funções cognitivas (pensamentos),

conativas (comportamento) e efetivas (sentimentos) no processo de compra, envolvendo o

estudo da percepção, da aprendizagem, da memória, das atitudes, dos valores, das crenças, da

motivação, da personalidade, e dos estilos de vida dos consumidores. Neste primeiro nível, o

consumidor é visto de maneira isolada, tomando decisões de acordo com suas características

psicológicas;

*Socioculturais- envolvem influência do grupo e da família, a classe social e os efeitos da

cultura e das subculturais no comportamento de compra. Neste segundo nível o consumidor

não é mais visto como um indivíduo isolado, mas um ser social que reage e é transformado

pelo contexto no qual será inserido;

*Situacionais- dizem respeito a uma gama de influência momentâneas e circunstanciais por

ocasião de compra, tais como ambientação de loja, displays nos ponto-de-venda, disposição

dos corredores de prateleiras, posição dos produtos nas gôndolas e outros. Esta é uma das

áreas em que mais cresce a pesquisa atual a respeito das ações de compra, destacando-se os

estudos da antropologia dos ambientes varejistas desenvolvidos por Underhill (1999, p. 33).

O cliente pode realizar a compra devido às suas decisões de acordo com as características

envolvidas em um conjunto de funções, tais como: pensamento, comportamento e sentimento.

O fator sociocultural relaciona-se com a influência do grupo e da família.

25

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A teoria de Maslow (1975, p. 47) é conhecida como uma das mais importantes teorias de

motivação. Para ele, as necessidades dos seres humanos obedecem a uma hierarquia, ou seja,

uma escala de valores a serem transpostos. Isto significa que no momento em que o indivíduo

realiza uma necessidade, surge outra em seu lugar, exigindo sempre que as pessoas busquem

meios para satisfazê-la. Poucas pessoas procurarão reconhecimento pessoal e status se suas

necessidades básicas estiverem insatisfeitas.

Para Maslow (1975, p. 49), as necessidades fisiológicas constituem a sobrevivência do

indivíduo e a preservação da espécie: alimentação, sono, repouso, abrigo, entre outros. As

necessidades de segurança constituem a busca de proteção contra a ameaça ou privação, a

fuga e o perigo. As necessidades sociais incluem a necessidade de associação, de participação,

de aceitação por parte dos companheiros, de troca de amizade, de afeto e amor. A necessidade

de estima envolvem a auto apreciação, a autoconfiança, a necessidade de aprovação social e

de respeito, de status, prestígio e consideração, além de desejo de força e de adequação, de

confiança perante o mundo, independência e autonomia. As necessidades de auto realização

são as mais elevadas, de cada pessoa realizar o seu próprio potencial e de auto desenvolver-se

continuamente, que pode estar associado a sua decisão de compra.

3. INDICADORES MACROECONÔMICOS.

3.1 Situação no nível de renda das famílias no Brasil.

De acordo com dados do IBGE 2008, a renda familiar é analisada durante um período de 12

meses anteriores a data de realização de coleta das informações e inclui: rendimentos

monetários (rendimento do trabalho, transferências, aposentadoria, bolsa de estudo, pensão

alimentícia, mesada e doação, transferências transitórias, rendimento de aluguel, vendas

esporádicas, empréstimos, aplicações de capital e outros) e rendimento não-monetário (inclui

o que é produzido, pescado, caçado, coletado ou recebido em bens, utilizados ou consumidos

durante o período de referencia da pesquisa e que, pelo menos na ultima transação, não tenha

passado pelo mercado.

26

Page 27: ENDIVIDAMENTO E PLANEJAMENTO DE LIQUIDEZ FAMILIAR: CASO DE ESTUDO MOTORISTAS CADASTRADOS NO SITRAROIT NO PERÍODO DE 2006 A 2008

O IBGE, também apresenta dados sobre as despesas correntes que inclui despesas de

consumo (aquisições de bens e o serviços utilizados para atender diretamente as necessidades

e desejos pessoais da família) e outras despesas correspondentes a despesas com impostos

pagos, contribuições trabalhistas, serviços bancarias, pensões, mesadas, doações e previdência

privada entre outras. Segundo o IBGE 2008 o aumento do ativo corresponde a despesas com

aquisição de imóveis, construção e melhoramento de imóveis próprios e outros investimentos.

A diminuição do passivo corresponde a despesas com pagamentos de débitos com

empréstimos pessoais e carnês de mercadorias, as dividas judiciais e prestação de imóveis.

Conforme observado no Quadro 01.

No Brasil, segundo o Quadro 1, os rendimentos monetários variam em R$ 1.789,66 e não

monetários em 14,6%, 62% dos rendimentos têm origem no trabalho. A classe de renda até

R$ 400,00 são as que têm menos rendimento e mais despesas. As despesas correntes no Brasil

corresponde a 93,26%, aumento do ativo 4,76%, diminuição do passivo 1,98%.

A família brasileira gasta em média, R$ 1.778,03 por mês, de acordo com o Quadro 01, valor

ligeiramente inferior ao seu rendimento mensal, que é de R$ 1789,66, isso ocorre em quase

todas as classes de rendimento. Na classe de até R$ 400,00 de rendimento, gasta-se em média

R$ 454,70 por mês. Apenas as classes acima de R$ 3.000,00 gastam, em média, menos do que

recebem.

Em quase todas as classes de rendimento, o valor médio das despesas é maior que o valor do

rendimento. Por exemplo, na classe de até R$ 400,00 de rendimento, em media gasta-se R$

454,70. Apenas as classes acima de R$ 3.000,00 gastam, em media, menos do que recebem.

27

Quadro 01: Rendimento monetário e não-monetário médio familiar.Fonte: IBGE 2000 a 2005

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Como na média do país, as despesas com habitação ocupam o primeiro lugar no ranking nos

dois extremos de rendimento, mas chegam a 37,15% na faixa mais baixa, enquanto na mais

alta ficam em 22,79%. Só o item aluguel consome 17,27% na mais baixa e 10,08% na mais

alta investe uma parcela maior em aquisição de imóvel, 7,15%, que faz parte do grupo de

despesas com aumento do ativo, do que a mais baixa 0,68%. Melhor observado na Imagem

05.

Segundo a Imagem 05, o grupo de despesas que mais afeta o rendimento das famílias

brasileiras é habitação, 29,26% das despesas total ou R$ 520,22 mensais, que inclui aluguel,

telefone, luz, água, gás, manutenção e moveis, entre outros itens. O segundo grupo de maior

peso é alimentação, R$ 304,12 ou 17,10%, e o terceiro, transporte, R$ 270,16 ou 15,19%. Os

três grupos fazem parte das chamadas despesas de consumo. Os outros grupos que compõem

as despesas de consumo são: assistência a saúde, 5,35%, vestuário, 4,68%, educação, 3,37%,

despesas diversas, 2,30%, recreação e cultura, 1,97%, higiene e cuidados pessoais, 1,79%,

serviços pessoais, 0,84%, e fumo, 0,57%.

Uma comparação entre os dois extremos das classes de rendimento familiar mensal revela as

desigualdades no consumo do país. A faixa de mais baixo rendimento (até R$ 400,00)

representa 16,38% das famílias e a faixa mais alta (mais de R$ 6.000,00) 5,08%. De forma

geral, em valores absolutos, os gastos aumentam conforme a renda, em todos os grupos de

28

Imagem 05: Pesquisa de orçamentos familiares 2002-2003Fonte: IBGE

Page 29: ENDIVIDAMENTO E PLANEJAMENTO DE LIQUIDEZ FAMILIAR: CASO DE ESTUDO MOTORISTAS CADASTRADOS NO SITRAROIT NO PERÍODO DE 2006 A 2008

despesas. No entanto, em termos percentuais, é possível perceber as diferenças nos padrões de

consumo.

Na faixa menor de renda, a alimentação consome a segunda maior fatia das despesas, 32,68%,

o triplo do que se gasta na faixa mais alta, 9,04%. Assim, apenas habitação e Alimentação,

somadas, respondem por cerca de 70% das despesas de quem recebe até R$ 400 e, na faixa de

mais de R$ 6 mil, cerca de 31,83%.

Em terceiro lugar, na faixa de renda menor, vem o Transporte, com 8,15% da despesa, boa

parte desta destinada a transporte urbano, 3,94%, contra 0,87% da classe alta. Já na faixa mais

alta de renda, o Transporte fica em segundo, consumindo 17,26% da despesa total. Grande

parte deste percentual refere-se a despesas com veículo próprio 8,20% com aquisição de

veículos, 3,40% com gasolina, 0,33% com álcool, e 1,31% com manutenção. Na faixa mais

baixa gasta-se apenas 1,66% com aquisição de veículos.

Em quarto lugar, no extremo inferior de renda, situam-se as despesas com Vestuário, 5,29% e

em quinto, com Assistência a Saúde, 4,08%. Os gastos com saúde consomem um percentual

maior da despesa da classe mais alta, 5,62% e vêm em quarto lugar. Mas enquanto as famílias

de renda mais baixa reservam um percentual maior para remédios, 3,09% contra 1,33%, as de

renda mais elevada gastam mais com plano de saúde, 2,09% contra 0,28%, e tratamento

dentário, 0,68% contra 0,12%, por exemplo.

A sexta posição, na faixa inferior, é ocupada por Higiene e cuidados pessoais, 2,40%, e a

sétima, por Despesas diversas,1,46%. Neste último grupo, as famílias de renda superior

gastam mais com os itens cerimônias e festas, 0,52% contra 0,23% e imóveis de uso ocasional

0,55% contra 0,21%.

Na oitava posição, na classe mais baixa, estão os gastos com Fumo, R$ 5,20 por mês ou

1,14%, à frente de Recreação e cultura, R$ 3,66 ou 0,81%, Serviços Pessoais, R$ 2,91 ou

0,64%, e Educação, R$ 3,63 ou 0,80%. Na faixa superior de renda o Fumo vem em último

lugar no ranking, 0,23%, embora em termos absolutos o gasto seja maior, R$ 20,08. Na média

do Brasil, gasta-se mais com Fumo, R$ 10,20 por mês, do que com periódicos, livros e

revistas (R$ 5,81), por exemplo. Observa-se, no Imagem 06, que quanto menor a renda do

29

G

asto

s co

m F

umo

Page 30: ENDIVIDAMENTO E PLANEJAMENTO DE LIQUIDEZ FAMILIAR: CASO DE ESTUDO MOTORISTAS CADASTRADOS NO SITRAROIT NO PERÍODO DE 2006 A 2008

individuo, maior é o gasto com fumo. Outros itens não essenciais que consomem um

percentual maior da faixa mais baixa de rendimento do que da mais alta são perfume, 0,91%,

contra 0,36% da faixa mais alta, cabeleireiro, 0,45% contra 0,41%, e jogos e apostas, 0,22%

contra 0,14%.

Fumo

0123456789

10

1 2

Renda

Gasto

s C

om

Fu

mo

O item educação, em último no ranking das famílias de mais baixa renda, conforme Imagem

05 tem peso bem maior nos gastos das famílias de renda mais alta, 4,89%, vindo em quinto

lugar. Estas famílias gastam mais com cursos e livros, e as de renda mais baixa empregam

percentual maior da despesa em artigos escolares, 0,38% contra 0,12%. Conforme Imagem

07.

Educação

0123456789

10

1 2

Renda

Gasto

s C

om

Ed

ucação

30

Até R$ 400,00 mais de R$6000,00

Imagem 06: FumoFonte: os autores da presente pesquisa.

Até R$ 400,00 mais de R$6000,00

Imagem 07: EducaçãoFonte: os autores da presente pesquisa.

Renda

FUMO

Renda

EDUCAÇÂO

Renda

Gas

tos

com

Edu

caçã

o

Page 31: ENDIVIDAMENTO E PLANEJAMENTO DE LIQUIDEZ FAMILIAR: CASO DE ESTUDO MOTORISTAS CADASTRADOS NO SITRAROIT NO PERÍODO DE 2006 A 2008

A distribuição desigual dos rendimentos, com base nas classes, pode ser um fator

determinante do consumo e do investimento. A quantidade dos gastos em bens de consumo

depende dos rendimentos da classe trabalhadora. Os trabalhadores gastam necessariamente

todo ou quase todo o seu rendimento em bens de consumo de acordo com suas necessidades

eleitas relativo ao orçamento nas cestas de mercado.

As famílias de renda mais elevada também despendem mais com Recreação e cultura, grupo

em que se destacam os itens periódicos, livros e revistas, 0,43% contra 0,08% das famílias

mais pobres, e aparelho celular e acessórios 0,19% contra 0,09%.

Há também grandes diferenças na forma como as famílias de alta e baixa renda organizam seu

orçamento com outras despesas alem das de consumo, conforme dados da Imagem 06. A fatia

destinada a outras despesas correntes é de 2,55% para as da faixa mais baixa e de 19% para a

faixa mais alta. Em todos os itens deste grupo a classe de renda superior gasta mais, com

destaque para os impostos, que consomem 8,96% da despesa desta faixa, R$ 781,31 mensais,

e 1,23% dos gastos da faixa inferior, 5,61% mensais. O percentual gasto com impostos

aumenta progressivamente com as classes de renda familiar. Ainda neste grupo de despesas, a

faixa superior de renda destina 2,52% do dispêndio total para pensões, mesadas e doações,

contra 0,66% da faixa inferior. Os gastos com previdência privada correspondem a 0,76% do

total da faixa superior e ficam bem próximos de zero na faixa inferior.

31

Page 32: ENDIVIDAMENTO E PLANEJAMENTO DE LIQUIDEZ FAMILIAR: CASO DE ESTUDO MOTORISTAS CADASTRADOS NO SITRAROIT NO PERÍODO DE 2006 A 2008

Distribuição das familias de acordo com o grau de dificuldade para chegar ao fim do mês com rendimento total familiar segunda a situação do domicílio -

Brasil 2002-2003

100

27,1523,73

34,57

8,864,96

0,720

20

40

60

80

100

120

Total MuitaDificuldade

Dificuldade AlgumaDificuldade

AlgumaFacilidade

Facilidade MuitaFacilidade

Na Imagem 08, cerca de 85% das famílias brasileiras referiram algum grau de dificuldade

para chegar ao final do mês com o rendimento familiar, enquanto quase metade delas, 47%

considerou insuficiente a quantidade de alimento consumida habitualmente. Para 73% das

famílias, nem sempre ou, raramente, os alimentos consumidos eram do tipo preferido.

Quanto aos rendimentos, 27,14% das famílias brasileiras declaram ter muita dificuldade para

chegar ao final do mês com o rendimento familiar; 23,7% afirmam ter dificuldade e 34,6%,

alguma dificuldade. Entre os que encontraram graus de diferentes de facilidade para chegar ao

final do mês, 8,9% encontraram alguma facilidade; 4,9 % facilidade e 0,7% muita facilidade.

Analisando o Quadro 04, pode-se observar que quanto menor a renda, maior é a dificuldade

para chegar ao mês com algum rendimento monetário. As famílias que tem rendimento de até

R$ 400,00 a R$ 1.000,00, são as que tem muitas dificuldade em chegar ao final do mês com

algum rendimento monetário. Já as famílias que tem rendimento de R$ 3.000,00 a mais de R$

6.000,00 são as que tem muita facilidade de chegar ao final do mês algum rendimento

monetário.

32

Imagem 08: Distribuição das famílias de acordo com o grau de dificuldade para chegar ao fim do mês com rendimento total familiar segunda a situação do domicílio - Brasil 2002-2003Fonte IBGE 2002 a 2003

Page 33: ENDIVIDAMENTO E PLANEJAMENTO DE LIQUIDEZ FAMILIAR: CASO DE ESTUDO MOTORISTAS CADASTRADOS NO SITRAROIT NO PERÍODO DE 2006 A 2008

Observando o Quadro 02, no grau de muita dificuldade para chegar ao final do mês com

algum rendimento monetário familiar as famílias que ganham até R$ 400,00 reais são as que

tem a maior dificuldade. No grau de dificuldade para chegar ao final do mês com algum

rendimento monetário familiar as famílias que ganham mais de R$ 600 00 a R$ 1.000,00 são

as que têm dificuldade. Em relação ao item de alguma dificuldade para chegar ao final do mês

com algum rendimento monetário familiar as famílias que ganham mais de R$ 2.000 00 a R$

3.000,00 são as que têm maior dificuldade. No grau de alguma facilidade para chegar ao final

do mês com algum rendimento monetário familiar quanto maios o rendimento familiar mais

facilidade para chegar ao mês com algum rendimento monetário. Para chegar ao final do mês

com algum rendimento monetário familiar quanto maios o rendimento familiar mais

facilidade para chegar ao mês com algum rendimento monetário. As famílias com rendimento

familiar acima de R$ 6.000,00 são as tem muita facilidade em chegar ao final do mês com

algum rendimento familiar.

Atualmente, o IBGE (2000-2005) mostra, cerca de dois terços de todos os possuidores de

cartões têm saldos e pagam encargos financeiros todos os meses, sendo que o saldo negativo

médio por possuidor de cartão subiu para $ 4.956,00 dólares no final de 2005. Nos últimos

anos, houve uma mudança de cartões de taxa fixa para taxa variável, quando as taxas de juros

começam a subir, havendo neste momento cerca de dois terços de todos os cartões com taxas

variáveis, um pouco mais do que há meio ano. A parte dos lucros dos emissores de cartões de

crédito correspondentes às taxas subiu de 28% em 2000 para 39% em 2004. No seu conjunto,

os saldos não pagos de cartões de crédito no final de 2005 totalizaram US$ 838 milhões de

dólares. De algum modo os efeitos recaem mais pesadamente nas classes trabalhadoras e nas

famílias de rendimento médio.

33

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Situação do domicílio e classe de rendimento

monetário e não-monetário mensal

familiar (R$)

Distribuição das famílias (%)

Total

Avaliação do grau de dificuldade para chegar ao fim do mês com rendimento monetário familiar.

Muita Dificuldade

Dificuldade Alguma

DificuldadeAlguma

FacilidadeFacilidade

Muita Facilidade

Total 100 27,15 23,73 34,57 8,86 4,96 0,72Classes de rendimento monetário e não monetário mensal familiar (R$)

Até 400 (2) 100 51,52 25,59 17,95 2,83 1,54 0,56

Mais de 400 a 600 100 39,62 26,17 27,88 3,67 2,01 0,65

Mais de 600 a 1 000 100 29,07 26,81 35,42 5,8 2,43 0,48

Mais de 1 000 a 1 200 100 22,91 25,62 38,47 9,36 3,33 0,32

Mais de 1 200 a 1 600 100 18,27 25,18 41,84 9,82 4,34 0,55

Mais de 1 600 a 2 000 100 15,76 24,27 42,94 10,25 6,16 0,61

Mais de 2 000 a 3 000 100 12,6 19,69 46,62 12,97 7,61 0,51

Mais de 3 000 a 4 000 100 8,81 19,9 43,01 17,09 10,23 0,96

Mais de 4 000 a 6 000 100 9,4 14,82 39 21,78 14,31 0,69

Mais de 6 000 100 6,66 11,05 36,74 23,58 18,26 3,72 Quadro 02: Distribuição das Famílias

Fonte: IBGE, Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003.

34

34

Page 35: ENDIVIDAMENTO E PLANEJAMENTO DE LIQUIDEZ FAMILIAR: CASO DE ESTUDO MOTORISTAS CADASTRADOS NO SITRAROIT NO PERÍODO DE 2006 A 2008

O planejamento financeiro pessoal não restringe-se a um apanhado de técnicas para

disciplinar gastos e acumular poupança envolve entender o que é importante gastar hoje e o

que pode ser adiado. Planejar as finanças significa, portanto, entender o máximo que se pode

gastar hoje sem comprometer esse padrão de vida no futuro. É fazer escolhas como viver bem

o presente, mesmo que isso signifique adiar o sonho de comprar determinado carro ou um

apartamento mais confortável. Pela segurança de manter um orçamento mais estável.

Pressupõe-se que, um pequeno abaixamento dos preços das casas poderá provocar o risco de

uma cascata em direção a uma situação liquida negativa.

Uma pesquisa de orçamento familiar do IBGE (2000 – 2005) analisou a composição dos

gastos e do consumo das famílias de acordo com as classes de rendimento, e pode se verificar

que houve mudanças expressivas nas despesas e nos hábitos dos brasileiros. A diversidade foi

na alimentação, reduzindo os gêneros tradicionais e aumentando o consumo per capita do

iogurte por exemplo. Como as família brasileira gastam em media, R$ 1.778,03 por mês,

valor ligeiramente inferior ao rendimento médio mensal que é de R$ 1.789,66. As despesas

não-monetárias representam 15,9% do total, ou seja, a situação é muito preocupante e

desconfortável, levando – se em conta que uma grande parcela das famílias brasileiras tem

salários baixos, alem de impulsionados pelo marketing, isso pode acarretar um déficit

monetário familiar e alguns grandes problemas para o país

3.2 Planejamento Econômico e Liquidez

Neste capitulo será apresentado informações sobre planejamento econômico.

Para Matus (1997, p. 41) o planejamento é como calculo situacional que relaciona o presente

com o futuro e o conhecimento com a ação. A pratica do planejamento, data de tempos mais

remotos, podendo ser identificada mesmo no Egito e na Mesopotâmia, como relata Nunan

(1960, p. 10)

35

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É essencial notar que, desde então, o planejamento econômico, atividade Estatal por

excelência, atinge, em primeiro plano os particulares e, em especial, aqueles que se

dispunham a explorar determinadas atividades econômicas de forma organizada. A atividade

empresarial, por uma ou outra razão, sempre despertou o interesse regulatório do Estado, ora

na promoção do crescimento econômico nacional, ora na defesa dos interesses casuísticos do

governante. É também Nunan (1960, p. 10-11), quem assevera:

Na idade Média, a regulamentação, pelo Estado, de alguma das atividades privadas marca o inicio de um planejamento econômico social de maior porte, o que foi feito em alguns países da Europa com a institucionalização das corporações que tiveram importância destacada naquela época. De outra parte, a consolidação política do poder dos soberanos europeus carecia de base estrutural econômica, o que levou os estadistas a regulamentarem a economia dos países que governavam. Como exemplo podemos citar Colbert que propôs, em 167, um sistema tarifário protecionista para incrementar o consumo de produtos manufaturados na própria França, criando também, um sistema de transportes para facilitar a circulação da produção.

Lafer (1997, p. 7) diz que o planejamento deve ser mais maleável. “O planejamento nada mais

é do que um modelo teórico para ação, em que propõe-se a organizar racionalmente o sistema

econômico a partir de certas hipóteses sobre a realidade. Naturalmente, cada experiência de

planejamento se afasta de sua formulação teórica e o que é interessante na análise dos planos

é justamente separar a história do modelo e verificar porque os fatos ocorrem de maneira

diferente da prevista.”

Reconhecer o planejamento como processo implica, portanto, aceitar que não é uma atividade

que se esgote na concepção de um plano, de um programa ou de um projeto. Esses são

mecanismos instituídos para facilitar o alcance de metas, ou seja, são meios para estruturar

recursos e ações voltados para certos objetivos que dessa forma podem ser geridos de forma

melhor (Oliveira, 1991, p. 62).

O planejamento é um processo dinâmico de racionalização coordenada das opções,

permitindo prever e avaliar cursos de ação alternativos e futuros, com vista na tomada de

decisões mais adequadas e racionais.

36

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No geral, os três primeiros meses do ano são os mais difíceis para decisões de investimentos.

No mês de Janeiro, por exemplo, concentram-se os pagamento de impostos, os gastos com

material escolar também aumentam nesse período, tem as prestações das compras feitas no

Natal, que começam a vencer, o desemprego que aumentou por causa da crise econômica,

piora a situação de quem já enfrentava dificuldades com o orçamento familiar. Para evitar

problemas maiores com empréstimos, o economista Almeida

(www.globo.com/jornalnacional, 14/04/09), afirma que: “O consumidor pode continuar

comprando, desde que ele tenha condições de pagar. Aquele que já carrega dívidas tem que

tomar cuidado. Nós devemos ter aí a inadimplência crescendo, pelo menos por todo esse

semestre, pela própria característica da crise, o desemprego do final do ano e a expectativa

fica numa melhora, mas é mais para o terceiro para o quarto trimestre”. Ou seja, para o autor

da pesquisa, o planejamento familiar é a base da sustentação de seu orçamento. Nunca

exceder as despesas,comparando a sua receita. Afirma ainda, que todos podem comprar,

desde que respeite sua condição financeira e tenha condições de pagar. Procurar tomar

decisões racionais mais adequada possível, para que não tenha que recorrer a empréstimos

bancários com isso piorar sua situação econômica familiar, aumentando suas dividas e por

conseqüência a inadimplência.

37

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4. RESULTADOS DA PESQUISA

4.1 Dados do SITRAROIT

Para complemento na manutenção da representação sindical profissional, a empresa desconta

mensalmente de todos os funcionário, sindicalizados , ou não, a titulo de reversão salarial, 1%

(um por cento) da remuneração de todos os meses laborados, que é repassado aos cofres do

Sindicato dos Empregados, SITRAROIT, em forma de taxa.

Com essa taxa o motorista tem o direito de usar os médicos (clinico geral, cardiologista,

ginecologista, pediatra), dentistas e advogados que o sindicato possui, e os convênios com

oftalmologista, dentista (estético), laboratórios e clinicas para exames médicos. Os motoristas

associados tem a opção de colocar dependentes, que resume-se em mulher ou companheira,

filhos e entiados. Pelos dependentes o motorista paga uma mensalidade de R$ 10,00 (dez

reais) por mês, tendo o direito de usar os medicos e advogados disponibilizados pelo

sindicato. Informações adicionais são apresentadas na Imagem 09.

Os dados da Imagem 07, mostra que 17,4% dos motoristas associados possui dependentes. Os

demais não possuem dependentes, que pode ser decorrente da falta de informação sobre os

beneficios que o sindicato oferece para os motoristas e seus familiares.

Imagem 09: Números de motoristas asociados e de motoristas associados com dependentes.

Fonte: os autores da presente pesquisa, baseada nos dados retirados do SITRAROIT de 2006 à 2008.

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As empresas também pagam uma contribuição, contribuição especial, a título de manutenção

da taxa descontada dos motoristas. O valor da contribuição depende do número de

funcionários que a empresa tem, como demostrada no Quadro 03.

Número de

funcionários

Valor Número de

funcionários

Valor

Entregador R$ 20,00 31 a 50 R$1390,00

1 a 5 R$ 25,00 51 a 70 R$ 350,00

6 a 10 R$ 40,00 71 a 100 R$ 500,00

11 a 20 R$ 70,00 Acima de 100 R$ 900,00

21 a 30 R$ 90,00

Quadro 03: Tabela de contribuição especial 2006 á 2008Fonte: os autores da presente pesquisa baseada na Convenção Coletiva.

Foi extraido do SITRAROIT dados da arecadação de 2006 á 2008, e pode-se observar que o

número de empresas de 2006 para 2008 houve um aumento de 44% com relação ao número

de empresas cadastradas. E assim aumentando a arrecadação do SITRAROIT.

Em 2006 a arrecadação foi de R$ 17.170,00, em 2007 R$ 19.375,00 e em 2008 R$ 21.375,00,

totalizando nesses 3 anos R$ 57.910,00. conforme Quadro 04 (página 39).

De acordo com o Quadro 04, é possive notar que, a variação percentual das arrecadações de

2006 a 2008, que as empresas de 71 a 100 funcionários de 2006 a 2007 teve a maior variação

percentual, 100%. E em 2006 a 2007 em empresas de 51 a 70 funcionários a maior queda na

variaçao percentual, -57,14%.

Ainda analizando a Quadro 04, observa-se que em 2006 que as empresas de 1 a 5

funcionarios são as que mais contribuiem com o sindicato, totalizando 246 empresas e R$

6150,00 por mês, isso tambem pode ser observado nos anos seguintes, em 2007 as empresas

de 1 a 5 funcionárioa arrecadaram R$ 9.425,00 e em 2008 arredaram R$ 9.725,00. Em 2006

não possui cadastrado no SITRAROIT empresas de 71 a 100 funcionários e em 2007 teve um

aumento de 100% já em 2008 o numero de empresas de 71 a 100 funcionários cadastradas

manteve-se igual.

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Quantidade nos anos:

Numero de Funcionários

Total Arrecadado

em 20062006

Total Arrecadado

em 2007Variação % 2007

Total Arrecadado

em 2008Variação % 2008 Total Arrecadado

Entregado R$ 440,00 22 R$ 200,00 -54,55% 10 R$ 260,00 30,00% 13 R$ 900,00De 1 a 5 R$ 6.150,00 246 R$ 9.425,00 53,25% 377 R$ 9.725,00 3,18% 389 R$ 25.300,00De 6 a 10 R$ 1.040,00 26 R$ 1.360,00 30.77% 34 R$ 1.520,00 11,76% 38 R$ 3.920,00

De 11 a 20 R$ 1.680,00 24 R$ 1.680,00 0% 24 R$ 2.590,00 54,17% 37 R$ 5.950,00De 21 a 30 R$ 1.800,00 20 R$ 1.170,00 -35,00% 13 R$ 1.440,00 23,08% 16 R$ 4.410,00De 31 a 50 R$ 910,00 7 R$ 1.690,00 85,71% 13 R$ 1.430,00 -15,38% 11 R$ 4.030,00De 51 a 70 R$ 2.450,00 7 R$ 1.050,00 -57,14% 3 R$ 700,00 -33,33% 2 R$ 4.200,00De 71 a 100 R$ - 0 R$ 1.000,00 100% 2 R$ 1.000,00 0% 2 R$ 2.000,00

Acima de 100 R$ 2.700,00 3 R$ 1.800,00 -33,33% 2 R$ 2.700,00 50% 3 R$ 7.200,00Total arrecado em cada ano R$ 17.170,00 355 R$ 19.375,00 12,84% 478 R$ 21.365,00 10,27% 511 R$ 57.910,00

Quadro 04: Arrecadação da Contribuição Especial nos anos de 2006 a 2008.Orientação e Elaboração: os autores da presente pesquisa baseada na Convenção Coletiva. Variação percentual da arrecadação da Contribuição Especial.

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Page 41: ENDIVIDAMENTO E PLANEJAMENTO DE LIQUIDEZ FAMILIAR: CASO DE ESTUDO MOTORISTAS CADASTRADOS NO SITRAROIT NO PERÍODO DE 2006 A 2008

Os motoristas de transportes de cargas perigosas enquanto exercerem efetivamente função

perigosa recebem o adicional de periculosidade de 30% (trinta por cento) sobre os pisos

citado no Quadro 05.

Motoristas de Transportes de Carga

Inflamável Salário

60 Horas

extras Periculosidade Total

Motoristas de Carreta e/ou Semi Reboque R$ 776,00 R$ 219,54 R$ 426,66 R$ 1.422,20

Motoristas Rodoviários (acima de 50KM) R$ 686,00 R$ 193,62 R$ 376,98 R$ 1.256,60Quadro 05: Motoristas de transportes de carga inflamável.Organização e Elaboração: os autores da presente pesquisa baseada na Convenção Coletiva.

As empresas podem controlar o horário de trabalho de seus motoristas através do Livro ou

Cartão Ponto, Mapas de Viagem ou Discos de Tacógrafos e se houver e sendo possível, pagar

as jornadas extraordinárias efetivamente laboradas com o acréscimo de 50% (cinquenta por

cento) sobre a hora normal. As empresas podem ainda optar pelo pagamento de 60 (sessenta)

horas pré-fixadas, laboradas ou não, com o acréscimo legal de 50% (cinquenta por cento)

sobre a hora normal.

Os motoristas de linha internacional tem ressarcidas suas despesas de alimentação no valor

máximo correspondente a convenção do ano em dólares norte-americanos e, que serão

devidas a partir da data que cruzarem a fronteira do Brasil com os países estrangeiros a que se

destinam e perdurará até o retorno à referida fronteira, passando a ter ressarcidas suas

despesas de alimentação, durante a viagem em território brasileiro.

Já os motoristas que transportam peixes e outros frutos do mar in natura, destinados à praça

ou ao mercado consumidor em caráter de urgência, segundo a convenção coletiva, recebem

um prêmio de 30% (trinta por cento) do salário mínimo por viagem realizada a uma distância

mínima de 200 km, só de ida, estando excluído deste prêmio o transporte de produtos

congelados.

Os motoristas de veículos de transporte de pescado in natura destinados a filiais ou empresas

do mesmo grupo, recebem também um prêmio equivalente a 15% (quinze por cento) do

salário mínimo por viagem com percursos superiores a 200 km, só de ida, estando igualmente

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excluídos os produtos congelados. Em caso de possível hospedagem, o motorista recebe o

auxilio viagem, viagem nacional R$ 16,50 e internacional R$ 25,00 a diária.

Tabela de SaláriosCategorias 2006

Motoristas de Transportes de Carga em Geral Salário

60 Horas extras Periculosidade Total

Motoristas de Carreta e/ou Semi Reboque R$ 681,00 R$ 279,00 R$ - R$ 960,00

Motoristas Rodoviários (acima de 50 km) R$ 602,00 R$ 246,00 R$ - R$ 848,00

Motorista de Entrega e/ou Coleta ( ate 50km) R$ 563,00 R$ 230,50 R$ - R$ 793,50

Operadores de Maquinas Automotivas R$ 580,00 R$ - R$ - R$ 580,00

Demais Empregados R$ 511,00 R$ - R$ - R$ 511,00Motoristas de Transportes de

Carga Inflamável Salário60 Horas

extras Periculosidade TotalMotoristas de Carreta e/ou

Semi Reboque R$ 604,00 R$ 170,55 R$ 331,95 R$ 1.106,50Motoristas Rodoviários (acima

de 50 km) R$ 560,00 R$ 157,85 R$ 307,65 R$ 1.025,50Diária de Alimentação - - - -

Internacional US$ 16,50 US$ - US$ - US$ 16,50Nacional R$ 22,00 R$ - R$ - R$ 22,00

Transportes de Pescados - - - -Premio por Viagem R$ 105,00 R$ - R$ - R$ 105,00

Premio por Transferência R$ 52,50 R$ - R$ - R$ 52,50Categorias 2007

Motoristas de Transportes de Carga em Geral Salário 60 Horas extras Periculosidade Total

Motoristas de Carreta e/ou Semi Reboque R$ 725,30 R$ 297,00 R$ - R$ 1.022,30

Motoristas Rodoviários (acima de 50 km) R$ 641,20 R$ 262,80 R$ - R$ 904,00

Motorista de Entrega e/ou Coleta ( ate 50km) R$ 599,60 R$ 246,00 R$ - R$ 845,60

Operadores de Maquinas Automotivas R$ 617,70 R$ - R$ - R$ 617,70

Demais Empregados R$ 544,30 R$ - R$ - R$ 544,30Motoristas de Transportes de

Carga Inflamável Salário 60 Horas extras Periculosidade TotalMotoristas de Carreta e/ou

Semi Reboque R$ 643,30 R$ 182,35 R$ 353,85 R$ 1.179,50Motoristas Rodoviários (acima R$ 596,40 R$ 168,56 R$ 327,84 R$ 1.092,80

42

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de 50KM)

Diária de Alimentação - - - -Internacional US$ 16,50 US$ - US$ - US$ 16,50

Nacional R$ 23,50 R$ - R$ - R$ 23,50

Transportes de Pescados - - - -Premio por Viagem R$ 114,00 R$ - R$ - R$ 114,00

Premio por Transferência R$ 57,00 R$ - R$ - R$ 57,00

Categorias 2008Motoristas de Transportes de

Carga em Geral Salário 60 Horas extras Periculosidade TotalMotoristas de Carreta e/ou

Semi Reboque R$ 776,00 R$ 318,00 R$ - R$ 1.094,00Motoristas Rodoviários (acima

de 50 km) R$ 686,00 R$ 280,80 R$ - R$ 966,80Motorista de Entrega e/ou

Coleta ( ate 50km) R$ 642,00 R$ 262,80 R$ - R$ 904,80Operadores de Maquinas

Automotivas R$ 660,94 R$ - R$ - R$ 660,94Demais Empregados R$ 582,40 R$ - R$ - R$ 582,40

Motoristas de Transportes de Carga Inflamável Salário 60 Horas extras Periculosidade Total

Motoristas de Carreta e/ou Semi Reboque R$ 776,00 R$ 219,54 R$ 426,66 R$ 1.422,20

Motoristas Rodoviários (acima de 50 km) R$ 686,00 R$ 193,62 R$ 376,98 R$ 1.256,60

Diária de Alimentação - - - -Internacional US$ 16,50 US$ - US$ - US$ 16,50

Nacional R$ 25,00 R$ - R$ - R$ 25,00Transportes de Pescados - - - -

Premio por Viagem R$ 126,00 R$ - R$ - R$ 126,00

Premio por Transferência R$ 63,00 R$ - R$ - R$ 63,00

4.2 Pesquisa aplicada junto aos motoristas.

4.2 Pesquisa Aplicada Junto aos Motoristas

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Quadro 06: Tabelas de Salários dos Motoristas no Período de 2006 a 2008Organização e Elaboração: os autores da presente pesquisa baseada na Convenção Coletiva

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Na pesquisa aplicada com 360 motoristas cadastrados no Sindicato dos Condutores de

Veículos Automotores e de Trabalhadores em Empresas de Transportes de Passageiros

Urbanos, Interurbanos, Intermunicipal, Interestadual, Turismo, Alternativo e Similares;

Trabalhadores em Empresas de Transporte de Cargas Secas e Inflamáveis, Líquidas e Gasosas

de Produtos químicos, Tóxicos e Similares de Itajaí e Região (SITRAROIT), pode-se

observar na Imagem 10, que 44,72% dos motoristas tem de 41 a 60 anos, 31,39% tem entre

20 a 40 anos, 14,44% tem acima de 61 anos e 9,44%tem menos de 20 anos.

Imagem 10: Idade dos Motoristas cadastrados no SITRAROIT Organização e Elaboração: os autores da presente pesquisa

Foi questionado aos motoristas ou a suas famílias, como costumam pagar suas contas, 51,67%

pagam suas contas parceladas, e somente 24,72% pagam à vista.

Também foi verificado a opção para descontos à vista, prazos de pagamento, taxas de juros e

brindes. 74,44% afirmaram que perguntam sobre descontos à vista, 74,72% estão

preocupados com o prazo de pagamento, 41,11% questionam sobre a tava de juro (30,83%

aceitam pagar até 3% de juros, que pode ser observado na Imagem 10), 35% questionam

sobre os brindes. Conforme Imagem 11.

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Imagem 11: Opção de descontos a vista, prazos de pagamento, taxas de juros e brindes.Organização e Elaboração: os autores da presente pesquisa

Quando questionados a respeito de taxa de juros, 30,83% aceitam pagar até 3%, 9,17% afirmam aceitar pagar de 3% a 5% de taxa, e um total de 3,33% aceitam pagar mais de 5%, observado na imagem 12

Imagem 12: Taxa de juros que os motoristas aceitam pagar.Organização e Elaboração: os autores da presente pesquisa

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No que diz respeito às aquisições, 58,61% faz novas aquisições e 41,39% poupa o dinheiro,

como pode-se observar na Imagem 13.

Imagem 13: AquisiçõesOrganização e Elaboração: autor da presente pesquisa.

Um total de 37,78% dos entrevistados costumam guardar o dinheiro e fazer o pagamento á

vista, 36,11% compra um bem novo por meio de financiamentos, 18,06% substitui por um

bem de menos valor e 8,06% utilizam-se de outros meios, conforme Imagem 14.

Imagem14: Aquisição de um bem de maior valorOrganização e Elaboração: autor da presente pesquisa.

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Na Imagem 15, obre as orientações de investimento, 32,78% pedem informações a parentes e

amigos, 28,06% consultam o gerente do banco, 20% utilizam jornais, revistas ou sites

relacionados ao assunto e 19,17% se orienta com financeiras ou agencias de crédito.

Imagem 15: Orientação sobre investimentos.Organização e Elaboração: autor da presente pesquisa.

Com relação ao limite do cheque especial, 53,61% utiliza-o por falta de dinheiro no final do

mês, 31,67% utiliza esporadicamente, 10,28% possui, mas não utiliza e 4,44% não possui

cheque especial, conforme Imagem 16.

Imagem 16: Uso do limite do cheque especial.Organização e Elaboração: autor da presente pesquisa.

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No cartão de crédito, 36,39% pagam o valor total, 23,61% não possui, 15,56% pagam o valor

mínimo, 14,44% faz saque com o cartão de crédito e 10% pagam o valor parcial, conforme

imagem 17.

Imagem 17: Sobre cartão de credito.Organização e Elaboração: autor da presente pesquisa.

Analisando a Imagem 18, obtém-se um total de 28,61% das famílias fazem compras no

supermercado toda semana com lista de compras, 26,67% faz compras sem lista de compras,

23,61% vai ao mercado quando sente falta de algo com lista de compras e 21,11% faz

compras uma vez por mês com lista de compras.

Imagem 18: Compras no Supermercado.Organização e Elaboração: autor da presente pesquisa.

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Na Imagem 19, observa-se o tempo que a poupança sustentaria a família se o motorista ou seu

cônjuge perdesse o emprego hoje, 32,50% afirmam que a poupança os sustentaria por seis

meses a um ano, 25,83% dizem que a poupança os sustentaria por mais de um ano, 24,44%

dizem que a poupança os sustentaria por menos de seis meses e 17,22% não possui nenhuma

forma de investimento.

Imagem 19: tempo que a poupança sustentaria a família.Organização e Elaboração: autores da presente pesquisa.

Com relação a aposentadoria, Imagem 20, 33,06% possui uma previdência privada ou própria,

30% possui somente o INSS, 26,67% afirma que ainda é cedo para pensar em aposentadoria e

10,28% possui bens e reservas.

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Imagem 20: Plano de aposentadoria.Organização e Elaboração e: autores da presente pesquisa.

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Analisando a Imagem 21, que diz respeito ao controle dos gastos no orçamento, observa-se

que 41,39% dos motoristas tem alguma forma de controle sobre esta variável, 32,78% faz

planilhas periodicamente revisada, 13,06% adquirem sem fazer orçamento e 12,78% gastam

enquanto tiver saldo no banco.

Imagem 21: Controle dos gastos.Organização e Elaboração: autores da presente pesquisa.

A Imagem 22, mostra o comportamento dos motoristas com relação as compras, 37,22% faz

pesquisa e compra onde lhe oferece mais vantagens, 27,22% compra na primeira loja, 26,67%

compram sempre na mesma loja e 8,89% propõe a cobertura de preço do concorrente ou uma

condição ainda melhor.

Imagem 22: Com relação as compras.Organização e Elaboração: autores da presente pesquisa.

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Com esta pesquisa pode-se ter o perfil dos motoristas cadastrados no SITRAROIT. Eles

possuem de 41 a 60 anos, costumam pagar suas compras à prazo, questionam sobre desconto

à vista e prazo de pagamento, aceitam pagar até 3% de juros nas compras, guardam seu

dinheiro para fazer novas aquisições, conversam com parentes e amigos sobre qual o melhor

investimento, utilizam o cheque especial por falta de dinheiro no final do mês, costumam

pagar o valor total do cartão de crédito, as compras no supermercado são feitas toda semana

com lista de compras, possui investimento que se caso ficasse desempregado o susteria por

seis meses a um ano, com relação a aposentadoria possui uma previdência privada ou própria,

com relação aos gastos, possui alguma forma de controle e quando faz compras, faz pesquisa

e compra onde lhe oferece mais vantagens.

Este fato mostra que de alguma maneira há planejamento familiar, toda via com algum

endividamento. Nota-se ainda que os consumidores desde segmento possuem consumo

racional , talvez por considerar sua renda volátil, relativa a carga ou, as oscilações do

mercado, que de algum modo apresentam-se como alerta ao seu orçamento.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.

A pesquisa feita com os motoristas do SITRAROIT trouxe informações importantes para

traçar o perfil sócio econômico e financeiro das famílias dos motoristas. Com os dados

salariais, foi possível enumerar tabelas e indicadores de pagamentos dos contribuintes,

fazendo-se levantamento de todos os dados dos motoristas cadastrados e não cadastrados com

seus respectivos dependentes e os que não pagam o sindicato, enumerou-se valores recolhidos

pela empresa de 2006 a 2008.

Essa pesquisa foi fundamental para elaborar planilhas, tabelas e gráficos sobre diversos

aspectos dos associados, usando métodos dedutivos, questionários, livros internet e

principalmente conversas pessoais com as famílias para identificar os fatores responsáveis

pelo endividamento familiar dos motoristas sindicalizados no SITRAROIT.

Com a matriz dos dados obtidos verificou-se que muitos motoristas aplicam uma porção dos

seus ganhos em consumo de bens e poupança, e que quanto maior tente a ser sua renda maior

é a sua poupança. Verificou-se ainda que o consumidor sempre que possível, deve trocar ou

substituir os bens de maior valor por um de menor para poder equilibrar seus gastos em

função de seus ganhos. Também tem que ter um ponto de equilíbrio entre diversas

mercadorias de consumo, por exemplo, não gastar todo seu dinheiro em comida, não deixando

uma reserva para eventuais contra tempo, ou seja, um imprevisto de ultima hora, como

doença, falecimentos na família, convites para determinados eventos, perda de emprego entre

outros que podem aumentar os riscos de inadimplência.

Os consumidores seguem fatores psicológicos no processo de compras, muitos deles são

levados por emoções, comportamentos e sentimentos, influenciados por propagandas e

marketing. Dependendo de sua situação sociocultural, até podem se envolver por influencias

de grupos de famílias ou amigos.

As influências momentâneas também pode ser outro fator que afeta o comportamento dos

consumidores na hora da compra. Por exemplo, ambientação da loja, disposição das gôndola,

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e mercadorias, simpatia e postura do vendedor. Que muitas vezes podem afetar seu

rendimento no final do mês.

Dependendo do grau de promoção do indivíduo, o mesmo pode começar a gastar um pouco

mais com alimentação, segurança, abrigo, colégio, academia, necessidade de associações,

cada individuo, procura alcançar seu status dentro da sociedade, vindo muitas vezes a criar

um déficit orçamentário familiar perigoso.

Na pesquisa também obteve-se dados importantes no que se refere a ganhos salariais. A

classe com rendimentos de até R$ 400,00 são as que menos rendimento e maior despesas. As

famílias brasileiras gastam em media R$ 1.778,03 por mês, valor parecido com seus ganhos,

que é de R$ 1.789,66. Em quase todas as classes de rendimentos, o valor médio das despesas

é maior que o valor do rendimento, apenas as classes acima de R$ 3.000,00 gastam em média

menos que recebem o que pode chegar a ser um, porém para decisões de liquidez.

A maioria das despesas das famílias brasileiras, de acordo com dados retirados da pesquisa,

são com habitação, alimentação, transportes, assistência medicas, vestiário e outras despesas

menores, como recreação cultura e higiene inclusive, outro dado interessante na pesquisa é

que foi observado que quanto menos o ganho do individuo, o gasto com fumo é maior, o

inverso prevalece na educação.

Nas classes até R$ 400,00 a habitação, alimentação e transportes, consomem juntos 78,15%

do seu salário. As famílias dessa classe são as que têm maior dificuldade em chegar ao final

do mês com algum rendimento monetário.

A pesquisa também constatou que o SITRAROIT, desconta dos funcionários, associados ou

não uma porcentagem de 1% da remuneração, em troca fornece a eles, os motoristas, clinico

geral, pediatra, dentista, advogados. Para os dependentes terem direito ao beneficio devem

pagar mais R$10,00. A pesquisa mostrou que 82,6% não têm dependentes, o que pode

decorrer da falta de informação sobre os benefícios que o sindicato oferece.

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Observou-se a maior variação no percentual de arrecadação nos anos de 2006 a 2008, que foi

de 44% maior. As empresas de 1 a 5 funcionários, ou seja, são as que mais contribuem,

totalizando 246 empresas. No item salário, a pesquisa verificou que a média salarial dos

motoristas de cargas perigosas varia de R$ 1.256,00 a R$ 1.422,00. As demais categorias

variam de R$ 800,00 a R$ 1.200,00 no caso. Os motoristas de linhas internacionais, há

ressarcimento de suas despesas de alimentação no valor máximo correspondente a R$ 25,00,

já os motoristas que transportam peixes e frutos do mar in natura, recebem 30% do salário

mínimo por viagem realizada a uma distancia mínima de 200km só de ida.

Na pesquisa com 360 motoristas, pode-se observar que 44,72% deles tem entre 20 a 60 anos,

31,39% tem entre 20 e 40 anos, 14,44% acima de 61 anos e 9,44% menos de 20 anos. Os

motoristas ao fazerem suas compras, 51,67% pagam suas compras parceladas e apenas

24,72% pagam a vista. Um total de 74,4% afirmam que perguntam sobre descontos a vista,

41,1%questionam sobre juros, 30,83% aceitam pagar até 3% de juros, 58.61% fazem novas

aquisições e 41,39% poupa o dinheiro. 36,11% compra um bem novo por meio de

financiamento, 37,78% compra a vista.

No que se refere a investimentos, a maioria pede informações a parentes e amigos, 32,78%

28,06% consultam o gerente do banco, os demais através de jornais e internet. Ainda foi

constatado que 53,61% utilizam o cheque especial por falta de dinheiro no final do mês. No

cartão de credito, 36,39%pagam o valor total, 23,61% não possui 15,56% pagam o valor

mínimo.

As famílias dos motoristas fazem suas compras no supermercado toda semana, um total de

55,22%, outra parte fazem as compras,quando sente falta representando um total de 23,61%,

os demais fazem compras uma vez por mês. No quesito poupança a pesquisa mostrou, que se

um dos cônjuges perdesse o emprego hoje, 32,50% afirmam que a poupança sustentaria por

seis meses a um ano, 25,83% afirma que sustentaria por mais de um ano, 24,44% menos de

seis meses, 17,23% não possuem poupança.

No item aposentadoria, 33,06% possuem uma previdência privada própria, 30% somente

INSS, 26,67% afirma que ainda é cedo e 10,28% possui bens e reservas. No controle de

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gastos a maioria, 41,39%tem alguma forma de controle, a minoria gasta enquanto tem

dinheiro no banco.

E de um modo geral, os motoristas, dentro de suas possibilidades e conhecimentos, fazem um

planejamento familiar, pesquisando e comprando de acordo com suas decisões de compras.

Deixam as esposas como administradoras do dinheiro, em função de na maioria das vezes

estarem fora de casa, transportando as cargas com seus caminhões. Compram à vista quando

podem, pedem descontos, consomem dentro da racionalidade. Utilizam o cheque especial o

mínimo possível, procuram pagar suas prestações dentro do prazo. Usam o cartão de credito

somente numa eventual necessidade, tem poupança, para que se um deles forem demitidos

ficarem usufruindo, na media de um ano. Compram sem exceder seus orçamentos, tem idades

que variam de 18 a 60 anos.

No quesito poupança a pesquisa mostrou, que se um dos cônjuges perdesse o emprego hoje,

32,50% afirmam que a poupança sustentaria por seis meses a um ano, 25,83% afirmam que

sustentaria por mais de um ano, 24,44% menos de seis meses, e apenas 17,23% não possuem

poupança.

As famílias dos motoristas fazem suas compras no supermercado toda semana, um total de

55,22%, outra parte fazem as compras,quando sente falta representando um total de 23,61%,

os demais fazem compras uma vez por mês.

O que mais contribuiu com a síntese dos dados obtidos foram as eventuais conversas com as

esposas da família dos principais eleitos para este estudo, uma vez que detém o poder de

decidir sobre os gastos da família. Há os que trabalham e os que decidem o que fazer com o

produto do seu labor.

Como o produto desta pesquisa é inserida no mercado de transporte com vínculo profissional

direto no SITRAROIT, ressalta-se que houve destaque ascensão profissional da pesquisadora,

possível, também pelo conhecimento oferecido pela Univali por meio de graduação em

Ciências Econômicas.

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6. LIMITAÇÕES DA PESQUISA.

Devido às viagens constantes, os motoristas designaram as esposas responderem a pesquisa, o

que pode desviar algumas informações que não são de caráter objetivo.

Dados não agrupados ou designados para a pesquisa impediram uma agilidade da extração

dos dados.

Alguns dos entrevistados eram semi analfabetos, desde modo a entrevistadora tinha que ler e

interpretar as questões.

7. RECOMENDAÇÕES PARA FUTUROS TRABALHOS.

Existe um fator de forte adaptação dos entrevistados junto aos benefícios a ele concedidos,

por tratar-se de amparos a saúde. Recomenda-se que em futuras publicações, possa se obter os

resultados do marketing, publicidade, propaganda dos itens que o sindicato dispõe.

Refazer a pesquisa depois de um período de 3 ou 4 anos, para saber se o comportamento de

consumo e de planejamento dos motoristas e suas de suas famílias alterou.

Outras entrevistas poderiam contemplar outros parentes, familiares, ou amigos dos eleitos

nesta pesquisa, ainda com erro menor e maior intervalo de confiança.

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8. REFERÊNCIAS

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UNDERHILL, Paco. Vamos às compras: a ciência do consumo. São Paulo: Campus, 1999.

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MATUS, Carlos; Política, Planejamento e Governo. 3 ed, São Paulo: Instituto de Pesquisa

Econômica Aplicada, 1997.

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São Paulo: Atlas, 1991.

VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração.São Paulo: Atlas, 1997.

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5o Ed. São Paulo: Perspectiva, 1997.

NUNAN, Geraldo Wilson. O Planejamento de Metas e de Programas Governamentais. In

Estudo sociais e políticos. Faculdade de Direito da Universidade de minas Gerais. Revista

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KÖCHE, J. C. Fundamentos da metodologia científica: teoria da ciência e prática da

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1987. [mimeo].

Disponível em: http://www.ibge.gov.br

Acesso em: 25 fev.2008.

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9. APÊNDICES

9.1 Apêndice I

INSTRUMENTO DE PESQUISA

1 – Idade:

( ) De 15 a 19 anos.

( ) De 20 a 40 anos.

( ) De 41 a 60 anos.

( ) Mais de 61 anos.

2 - Como costuma pagar suas contas:

( ) À vista. ( ) À prazo.

( ) Utiliza-se da prestação que cabe no

bolso

3 – Questiona sobre:

Desconto à vista? ( ) Sim. ( ) Não.

Prazo de pagamento? ( ) Sim. ( ) Não.

Taxa de jutos? ( ) Sim. ( ) Não.

Brindes? ( ) Sim. ( ) Não.

Se questiona a taxa de juros, até que taxa

aceita pagar?

( ) Até 3%.

( ) De 3% a 5%.

( ) Mais de 5 %.

4 – Eventualmente faz mais aquisições

ou poupa?

( ) Novas Aquisições. ( ) Poupa.

5 – Como costuma ser sua aquisição de

um bem de alto valor?

( ) Compra um bem novo, por meio de

financiamento.

( ) Guarda dinheiro para pagamento à

vista.

( ) Substitui por um bem de menos valor.

( ) Utiliza-se de outros meios.

6 – Com quem você se orienta sobre os

investimentos?

( ) Com financeiras, agencia de créditos.

( ) Com o gerente do banco.

( ) Com parentes ou amigos.

() Em jornais, revistas ou sites

relacionados ao assunto.

7 – Para qual finalidade usa o limite do

cheque especial?

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( ) Por falta de dinheiro no final do mês.

( ) Utiliza esporadicamente.

( ) Possui, mas não utiliza.

( ) Não Possui.

8 – No cartão de credito, você?

( ) Paga o valor mínimo.

( ) Paga o valor parcial.

( ) Paga o valor total.

( ) Faz empréstimos.

( ) Não possui.

9 – Como é feita as compras no

supermercado?

( ) Faz uma vez ao mês, com lista de

compras.

( ) Faz toda semana, com lista de compras.

( ) Vai ao mercado quando sente falta de

algo, com lista de compras.

( ) Faz compras sem lista de compras.

10 – Se você, ou seu cônjuge, perdesse o

emprego hoje. Por quanto tempo a

poupança os sustentaria?

( ) Menos de seis meses.

( ) De seis meses a um ano

( ) Mais de um ano.

() Não possui nenhuma forma de

investimento.

11 – Com relação aos seus planos de

aposentadoria:

( ) Ainda é cedo para pensar nisso.

() Possui uma previdência privada ou

própria.

( ) Somente o INSS.

( ) Possui bens ou reservas.

12 – Como faz controle dos gastos?

( ) Gasta enquanto tiver saldo no banco.

( ) Tem algum tipo de controle.

() Faz planilhas dos gastos que é

periodicamente revisada.

( ) Adquiri sem orçar.

13 – Como é o seu comportamento com

as compras?

( ) Compra na primeira loja.

( ) Compra sempre na mesma loja.

( ) Faz pesquisas, e compra onde lhe

oferece mais vantagens.

() Propõe a cobertura de preço do

concorrente ou uma condição ainda

melhor

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Imagem 23: Pesquisa aplicada junto aos Motoristas cadastrados no SITRAROITOrganização e Elaboração: autores da presente pesquisa.

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9.2 Apêndice II

Resultado da PesquisaResultado da Resultado da

Pesquisa em Nº

Pesquisa em %

1 – Idade:De 15 a 19 anos. 34 9,44De 20 a 40 anos. 113 31,39De 41 a 60 anos. 161 44,72Mais de 61 anos. 52 14,44

2 - Como costuma pagar suas contas:À vista. 89 24,72À prazo. 186 51,67Utiliza-se da prestação que cabe no bolso 85 23,61

3 – Questiona sobre:Desconto à vista? 268 74,44Prazo de pagamento? 269 74,72Taxa de juros? 148 41,11Brindes? 126 35,00

Se questiona a taxa de juros, até que taxa aceita pagar?até 3%. 111 30,83de 3% a 5%. 33 9,17mais de 5 %. 12 3,33

4 – Eventualmente faz mais aquisições ou poupa?Novas Aquisições. 211 58,61Poupa. 149 41,39

5 – Como costuma fazer aquisições de um bem de alto valor?Compra um bem novo, por meio de financiamento. 130 36,11Guarda dinheiro para pagamento à vista. 136 37,78Substitui por um bem de menos valor. 65 18,06Utiliza-se de outros meios, como: ____ 29 8,06

6 – Com quem você se orienta sobre os investimentos?Com financeiras, agencia de créditos. 69 19,17Com o gerente do banco. 111 30,83Com parentes ou amigos. 108 30,00Em jornais, revistas ou sites relacionados ao assunto. 72 20,00

7 – Para qual finalidade usa o limite do cheque especial?Por falta de dinheiro no final do mês. 193 53,61Utiliza esporadicamente. 114 31,67Possui, mas não utiliza. 37 10,28Não Possui. 16 4,44

8 – No cartão de credito, você?Paga o valor mínimo. 56 15,56

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Paga o valor parcial. 36 10,00Paga o valor total. 131 36,39Faz empréstimos. 52 14,44Não possui. 85 23,61

9 – Como é feita as compras no supermercado?Faz uma vez ao mês, com lista de compras. 76 21,11Faz toda semana, com lista de compras. 103 28,61Vai ao mercado quando sente falta de algo, com lista de compras. 85 23,61Faz compras sem lista de compras. 96 26,67

10 – Se você, ou seu cônjuge, perdesse o emprego hoje. Por quanto tempo a poupança os sustentaria?

menos de seis meses. 88 24,44de seis meses a um ano 117 32,50mais de um ano. 93 25,83não possui nenhuma forma de investimento. 62 17,22

11 – Com relação aos seus planos de aposentadoria:ainda é cedo para pensar nisso. 96 26,67possui uma previdência privada ou própria. 119 33,06somente o INSS. 108 30,00Possui bens ou reservas. 37 10,28

12 – Como faz controle dos gastos?Gasta enquanto tiver saldo no banco. 46 12,78Tem algum tipo de controle. 149 41,39Faz planilhas dos gastos que é periodicamente revisada. 118 32,78Adquiri sem orçar. 47 13,06

13 – Como é o seu comportamento com as compras?Compra na primeira loja. 98 27,22Compra sempre na mesma loja. 96 26,67Faz pesquisas, e compra onde lhe oferece mais vantagens. 134 37,22Propõe a cobertura de preço do concorrente ou uma condição ainda melhor 32 8,89

62

Quadro 07: Resultado da Pesquisa junto aos Motoristas cadastrados no SITRAROITOrganização e Elaboração: autores da presente pesquisa.