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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CENTRO DE EDUCAÇÃO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS
ENDIVIDAMENTO E PLANEJAMENTO DE LIQUIDEZ FAMILIAR: CASO DE
ESTUDO MOTORISTAS CADASTRADOS NO SITRAROIT NO PERÍODO
DE 2006 A 2008
JACKELINE DIAS
ITAJAÍ 2009
1
JACKELINE DIAS
ENDIVIDAMENTO E PLANEJAMENTO DE LIQUIDEZ FAMILIAR: CASO DE
ESTUDO MOTORISTAS CADASTRADOS NO SITRAROIT NO PERÍODO
DE 2006 A 2008
Monografia apresentada como
requisito parcial à obtenção do Grau de
Bacharel em Ciências Econômicas, Curso
de Graduação em Ciências Sociais
Aplicadas da Universidade do Vale do
Itajaí.
Orientadora: Profª Dra. Sônia
Maria Kohler Dias
ITAJAÍ
2009
2
ENDIVIDAMENTO E PLANEJAMENTO DE LIQUIDEZ FAMILIAR: CASO DE
ESTUDO MOTORISTAS CADASTRADOS NO SITRAROIT NO PERÍODO
DE 2006 A 2008
Por
JACKELINE DIAS
Monografia aprovada como
requisito parcial para a obtenção do grau de
Bacharel em Ciências Econômicas, pela
Banca examinadora formada por:
___________________________________________________________________________
Presidente
___________________________________________________________________________
Membro 1
___________________________________________________________________________
Membro 2
Itajaí, mês de 2009
3
TERMO DE APROVAÇÃO
JACKELINE DIAS
ENDIVIDAMENTO E PLANEJAMENTO LIQUIDEZ FAMILIAR: CASO DE
ESTUDO MOTORISTAS CADASTRADOS NO SITRAROIT NO PERÍODO
DE 2006 A 2008
Monografia aprovada, obtendo nota _____ como requisito parcial para obtenção do grau de
Bacharel em Ciências Econômicas, Curso de Graduação em Ciências Econômicas, Centro de
Ciências Sócias Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí, pela Banca Examinadora:
Orientadora: Profª Dra. Sônia Maria Kohler Dias
Prof.
Prof.
Itajaí, mês de 2009
4
Somos o que fazemos repetidamente.
Por isso o mérito não está na ação, e
sim no hábito.
(Aristóteles)
5
DEDICATÓRIA
Este trabalho é dedicado com todo meu
amor e carinho a minha MÃE , Marta Dias,
meu irmão Jackson Dias, minha cunhada
Sabrina Wandrey e minhas primas Renata
Bombazaro e Priscila de Almeida, que
tiveram compreensão e paciências nesse
período.
6
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por ter
me dado forças em toda essa jornada onde
aconteceram momentos difíceis.
Agradeço minha mãe que não me deixou
desistir, meu pai, que me deu apoio aos 45
min. do segundo tempo, ao meu irmão,
minha cunhada, minhas primas, meu primo
Diego e amigos que tiveram paciência
nesse período e também aos colegas de
trabalho que me ajudaram.
Obrigada a todos!
7
RELAÇÃO DE QUADROS E IMAGENS
Quadro 01 - Rendimento monetário e não-monetário médio familiar, IBGE 2000 a 2005.
Quadro 02 - Distribuição das Famílias, IBGE, Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003.
Quadro 03 - Tabela de contribuição especial 2006 á 2008, os autores da presente pesquisa baseada na Convenção Coletiva.
Quadro 04 - Arrecadação da Contribuição Especial nos anos de 2006 a 2008, os autores da presente pesquisa baseada na Convenção Coletiva. Variação percentual da arrecadação da Contribuição Especial.
Quadro 05 - Motoristas de transportes de carga inflamável, os autores da presente pesquisa baseada na Convenção Coletiva.
Quadro 06 - Tabelas de Salários dos Motoristas no Período de 2006 a 2008, os autores da presente pesquisa baseada na Convenção Coletiva.
Quadro 07 - Resultado da Pesquisa junto aos Motoristas cadastrados no SITRAROITautores da presente pesquisa.
Imagem 01 - Esquematização do Método Hipotético Dedutivo segundo Popper, Lakatos (1991, p. 65).
Imagem 02 - Esquematização do Método Hipotético Dedutivo segundo Popper (1), Köche, 1997, p.70.
Imagem 03 - Restrição Orçamentária de um Individuo, os autores da presente pesquisa, baseada em uma restrição orçamentária que um indivíduo possa ter.
Imagem 03a - Demanda de Remédios, os autores da presente pesquisa.
Imagem 03b: Demanda de Alimentos, os autores da presente pesquisa.
Imagem 04 - Gráfico de Substituto Perfeitos entre suco de maçã e suco de laranja, os autores da presente pesquisa, baseada nos substitutos perfeitos.
Imagem 05 - Pesquisa de orçamentos familiares 2002-2003, IBGE.
Imagem 06 – Fumo, os autores da presente pesquisa.
Imagem 07 – Educação, os autores da presente pesquisa.
8
Imagem 08 - Distribuição das famílias de acordo com o grau de dificuldade para chegar ao fim do mês com rendimento total familiar segunda a situação do domicílio - Brasil 2002-2003, IBGE 2002 a 2003.
Imagem 09 - Números de motoristas asociados e de motoristas associados com dependentes, os autores da presente pesquisa, baseada nos dados retirados do SITRAROIT de 2006 à 2008.
Imagem 10 - Idade dos Motoristas cadastrados no SITRAROIT, os autores da presente pesquisa.
Imagem 11 - Opção de descontos a vista, prazos de pagamento, taxas de juros e brindes, os autores da presente pesquisa.
Imagem 12 -: Taxa de juros que os motoristas aceitam pagar, os autores da presente pesquisa.
Imagem 13 – Aquisições, autor da presente pesquisa.
Imagem 14 - Aquisição de um bem de maior valor, autor da presente pesquisa.
Imagem 15 - Orientação sobre investimentos, autor da presente pesquisa.
Imagem 16 - Uso do limite do cheque especial, autor da presente pesquisa.
Imagem 17 - Sobre cartão de credito, autor da presente pesquisa.
Imagem 18 - Compras no Supermercado, autor da presente pesquisa.
Imagem 19 - tempo que a poupança sustentaria a família, autores da presente pesquisa.
Imagem 20 - Plano de aposentadoria, autores da presente pesquisa.
Imagem 21 - Controle dos gastos, autores da presente pesquisa.
Imagem 22 - Com relação as compras, autores da presente pesquisa.
Imagem 23 - Pesquisa aplicada junto aos Motoristas cadastrados no SITRAROIT, autores da presente pesquisa.
9
RESUMO
O trabalho acadêmico apresentado demonstrou as preferências do consumidor em frente às cestas de bens de consumo, as restrições orçamentárias e os substitutos perfeitos. Apresentou as classes mais endividadas e quais os bens que mais afetam o endividamento dos motoristas, além da possibilidade de identificação do perfil sócio econômico das famílias dos motoristas cadastrados no Sindicato dos Condutores de Veículos Automotores e de Trabalhadores em Empresas de Transportes de Passageiros Urbanos, Interurbanos, Intermunicipal, Interestadual, Turismo, Alternativo e Similares; Trabalhadores em Empresas de Transporte de Cargas Secas e Inflamáveis, Líquidas e Gasosas de Produtos químicos, Tóxicos e Similares de Itajaí e Região (SITRAROIT). Foi possível mostrar a realidade assalarial dos motoristas de transportes rodoviários da cidade de Itajaí, com o apoio de indicadores macroeconômicos. O presente trabalho acadêmico utilizou o método dedutivo, lógico e descritivo, que expõe características de determinada população, dados e informações apresentadas por meio de pesquisa amostral. Os resultados obtidos mostram que os motoristas cadastrados no SITRAROIT possuem de 41 a 60 anos, costumam pagar suas compras à prazo, questionam sobre desconto à vista e prazo de pagamento, aceitam pagar até 3% de juros nas compras, guardam seu dinheiro para fazer novas aquisições, conversam com parentes e amigos sobre qual o melhor investimento, utilizam o cheque especial por falta de dinheiro no final do mês, costumam pagar o valor total do cartão de crédito, as compras no supermercado são feitas toda semana com lista de compras, possui investimento que se caso ficasse desempregado o susteria por seis meses a um ano, com relação a aposentadoria possui uma previdência privada ou própria, com relação aos gastos, possui alguma forma de controle e quando faz compras, faz pesquisa e compra onde lhe oferece mais vantagens.
Palavras Chaves: Endividamento Familiar. Motoristas. Orçamento. Gastos.
10
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................12
1.1 JUSTIFICATIVA......................................................................................................12
1.2 PROBLEMA.............................................................................................................13
1.3 HIPÓTESE................................................................................................................13
1.4 OBJETIVOS..............................................................................................................13
1.4.1 Objetivo Geral................................................................................................13
1.4.2 Objetivos Específicos.....................................................................................14
1.5 METODOLOGIA.....................................................................................................14
2 ASPECTOS PRELIMINARES DA MICROECONOMIA..................................21
3 INDICADORES MACROECONOMICOS...........................................................27
3.1 Situação no nível de renda das famílias no Brasil ....................................................27
3.2 Planejamento Econômico..........................................................................................35
4 RESULTADOS DA PESQUISA.............................................................................38
4.1 DADOS DO SITRAROIT.........................................................................................38
4.2 PESQUISA APLICADA JUNTO AOS MOTORISTAS.........................................44
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................52
6 LIMITAÇÕES DA PESQUISA..............................................................................56
7 RECOMENDAÇÕES PARA FUTUROS TRABALHOS....................................56
8 REFERÊNCIAS.......................................................................................................57
9 APÊNDICES.............................................................................................................59
9.1 Questionário Aplicado Junto aos Motoristas............................................................59
9.2 Resultado da Pesquisa Aplicada Junto aos Motoristas..............................................61
11
1. INTRODUÇÃO
No decorrer da pesquisa, na busca por dados que respondesse satisfatoriamente essas questões
acima mencionadas, foram elaborados 4 capítulos, objetivando-se atender a tais questões da
seguinte maneira:
Foram apresentados aspectos preliminares da microeconomia. Pode-se ver como a teoria e as
preferências do consumidor diante de cestas de bens de consumo, os substitutos perfeitos, e
como se comporta a restrição orçamentária com um aumento ou redução da renda.
Também foram demonstrados indicadores macroeconômicos, dados do IBGE identificando os
fatores que mais influenciam no endividamento das famílias e definido planejamento
Foi possível retirar e analisar os dados do Sindicato dos Condutores de Veículos Automotores
e de Trabalhadores em Empresas de Transportes de Passageiros Urbanos, Interurbanos,
Intermunicipal, Interestadual, Turismo, Alternativo e Similares; Trabalhadores em Empresas
de Transporte de Cargas Secas e Inflamáveis, Líquidas e Gasosas de Produtos químicos,
Tóxicos e Similares de Itajaí e Região (SITRAROIT), além da analise os dados da pesquisa
feita com os motoristas, ou suas esposas.
1.1JUSTIFICATIVA
O aquecimento da economia brasileira, aliada a fatores como o apelo do marketing no
incentivo ao consumo e o status de consumidor em potencial ocasionou nas últimas décadas
um salto em direção ao consumo exagerado, compulsivo e sem planejamento.
Por ser o consumo considerado um símbolo da maior inclusão social, muitas famílias
expandem seus gastos ao mesmo tempo em que suas receitas permanecem inalteradas.
12
A combinação da fórmula mais consumo e menos receita, gera um trágico déficit no
orçamento doméstico e alguns grandes problemas para a economia.
O presente trabalho justifica-se por buscar entender como o endividamento afeta a estrutura
familiar dos motoristas.
1.2PROBLEMA
O presente trabalho procura responder o seguinte questionamento; Quais os fatores de maior
influência no endividamento das famílias de motoristas cadastrados no Sindicato dos
Condutores de Veículos Automotores e de Trabalhadores em Empresas de Transportes de
Passageiros Urbanos, Interurbanos, Intermunicipal, Interestadual, Turismo, Alternativo e
Similares; Trabalhadores em Empresas de Transporte de Cargas Secas e Inflamáveis,
Líquidas e Gasosas de Produtos químicos, Tóxicos e Similares de Itajaí e Região
(SITRAROIT) e como o planejamento do orçamento doméstico pode resolver este problema?
1.3HIPÓTESE
A maioria das famílias no Brasil ganham entre R$ 600,00 à R$ 1.000,00, IBGE 2000 – 2005.
Com isso muitas famílias encontram dificuldades para chegar ao final do mês com algum
rendimento monetário.
Os fatores que mais influenciam no endividamento das famílias brasileiras segundo IBGE
2000-2005, são os gastos com habitação e aquisição de bens de consumo duráveis.
1.4OBJETIVOS
1.4.1 Objetivo Geral
• Mostrar a realidade assalarial como endividamento e planejamento de liquidez dos
motoristas de transportes rodoviários da cidade de Itajaí, com o apoio de indicadores
macroeconômicos, dados e informações apresentados por meio de pesquisa amostral.
13
1.4.2 Objetivo Especifico
• Identificar o perfil sócio econômico e financeiro dos motoristas das empresas de
transportes de Itajaí, cadastrados no Sindicato, SITRAROIT;
• Buscar dados sobre salários e remunerações dos motoristas, visando obter a situação
do seu planejamento e liquidez;
• *Organizar e tabular indicadores dos pagamentos das contribuições;
• Enumerar os motoristas cadastrados, cadastrados com dependentes, e os que não
pagam o sindicato;
• Enumerar os valores recolhidos pelas empresas para o SITRAROIT de 2006 a 2008.
1.5METODOLOGIA
Para a elaboração desta monografia utilizará dados bibliográficos e documentais como: livros,
revistas, artigos, jornais, internet, trabalhos científicos, para identificar os fatores responsáveis
pelo endividamento familiar dos motoristas sindicalizados no SITRAROIT.
Foi utilizado o método dedutivo; que segundo Descartes, “é um método lógico que pressupõe
que existam verdades gerais já afirmadas e que sirvam de base (premissas) para se chegar
através dele a conhecimentos novos”. Dessa forma será possível conhecer e investigar as
causas do endividamento familiar
Para identificar o nível de endividamento das famílias será utilizado o método descritivo; que
segundo Vergara, “expõe características de determinada população ou de determinado
fenômeno, podendo estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza”.
Análise do grau de endividamento relacionando-o a renda familiar o método descritivo e
histórico; que segundo Munhoz, “consistiria no levantamento de fatos ou fenômenos
observados ao longo do tempo, sem privilegiar a sua interpretação, podendo revelar – se
insuficiente para conhecimento das inter–relações de variáveis que tenham condicionado os
resultados apurados”.
14
Esta pesquisa é de natureza teórico-empírica, por caracterizar-se de um levantamento em nível
exploratório, em que os dados para sua estruturação foram coletados por meio de pesquisa de
campo. A metodologia de trabalho, utilizando-se a tipologia de Lakatos e Marconi (1991),
envolve:
• técnica de coleta de dados; de documentação indireta; de base bibliográfica de
documentação direta, com observação extensiva, envolvendo especialistas na área pela
autoridade no assunto.
• método de procedimento no estudo é funcionalista, por tratar de administração de
técnicas, respeitando a cultura local, ou seja, não é operacional.
Sabe-se que os métodos científicos podem se classificar pelo raciocínio lógico, de acordo com
Köche (1997, p. 87), como sendo uma versão simplificada daquilo que acontece ou o que
pode acontecer no processo de realização de descobertas. Neste estudo, optou-se pelo método
hipotético-dedutivo como referência. Com esse método, o pesquisador, segundo Figura 1,
apresentada por Lakatos (1991, p. 67), e de acordo com a proposição de Popper (1975a); a
partir de um levantamento baseado na teoria existente, encontra uma lacuna, um problema;
situa e testa hipóteses para análise dos resultados e, propondo-se a explicar a contradição, ou
problema inicial, determina um novo paradigma, uma nova lacuna, contradição ou problema.
A proposta de Popper pode ser melhor compreendida na apresentação da Imagem 01.
Observa-se que na Imagem 01, existem passos para composição do método hipotético-
dedutivo, não há como afirmar que o conhecimento encontrado é verdadeiro, absoluto ou
definitivo.
O estudo de caso estimula novas descobertas. A Epistemologia para Popper (1975, p. 08),
citado por Köche (1997, p. 78) mostra que um enunciado científico permanece provisório
para sempre; isto é, a ciência é modificada alterada e, por constantes variáveis.
15
CONHECIMENTO PRÉVIO
TEORIAS EXISTENTES
LACUNA, CONTRADIÇÃO OU PROBLEMA
CONJECTURAS, SOLUÇÕES OU HIPÓTESES
CONSEQÜÊNCIAS FALSEÁVEIS
ENUNCIADOS DEDUZIDOS
TÉCNICAS DE FALSEABILIDADE
TESTAGEM
ANÁLISE DOS RESULTADOS
AVALIAÇÃO DAS CONJECTURAS, SOLUÇÕES OU HIPÓTESES
REPUTAÇÃO
(rejeição)
CORROBORAÇÃO
(não rejeição)
Nova teoria
Nova lacuna, contradição ou problemaImagem 01: Esquematização do Método Hipotético Dedutivo segundo Popper Fonte: Lakatos (1991, p. 65)
Frigotto (1987, p.15) prioriza os passos da investigação científica: “um primeiro aspecto pode
se observar no campo da pesquisa é que há uma tendência de tomar o “método”, ainda que
dialético, como um conjunto de estratégias, técnicas, instrumentos. Não só o método aparece
isolado, como a questão da concepção de realidade de mundo, a questão ideológica”. O
método de análise (ibidem, p. 6), na perspectiva dialética materialista, “não se constitui na
ferramenta asséptica, uma espécie de metrologia dos fenômenos sociais, que nas perspectivas
que aqui denomino metafísica, é tomada como garantia da cientificidade, da objetividade e da
neutralidade [...] a reflexão implica subjetividade”.
No método hipotético dedutivo, o cientista (Kneller, 1991, p. 64), “em vez de raciocinar a
partir dos dados para uma hipótese, o cientista pode começar com uma hipótese e deduzir
conclusões. Enunciados gerais ou predições particulares baseados nela”.
16
Sintetizando as informações de acordo com a Imagem 02, em apresentação do problema,
construção de um modelo teórico, dedução de conseqüências particulares, teste de hipóteses,
adição ou introdução das conclusões na teoria.
Na Imagem 02, observa-se que
o pesquisador tem necessidade de encontrar respostas ou soluções para um possível problema,
uma lacuna; decorrente da explicação dos fundamentos teóricos, conceitos, comportamentos
que neste caso busca respostas para a sedução atual em relação ao Endividamento e
planejamento de liquidez familiar: caso de estudo motoristascadastrados no sitraroit no
período de 2006 A 2008.
1.5.1 Caracterização da pesquisa
Foi utilizado o estudo de caso com modelagem para busca de respostas, uma estratégia
qualitativa que requer, no entanto, uma ampla abordagem quantitativa de determinados
17
Conhecimento Prévio observação dos fatos fenômenos ....
(referencial teórico) (percepção significativa)
Imaginação PROBLEMA
Criativa (dúvidas) dúvidas
CONTEXTO
DE
DESCOBERTA
HIPÓTESES
(dúvidas)Testagem das Hipóteses
(Observação Descritiva ou
Experimentação)
Intersubjetividade e Interpretação e Avaliação da Testagem das Hipóteses
Rejeição das
Hipóteses
Não Rejeição das
hipóteses(corroboração)Nova
Teoria
Novo
Problema
CONTEXTO
DE
JUSTIFICAÇÃ
Imagem02: Esquematização do Método Hipotético Dedutivo segundo Popper (1)Fonte: Köche, 1997, p.70
aspectos do caso em estudo. Tal estudo bem conduzido não poderia se contentar em fornecer
uma simples descrição que não desembocasse em uma explicação, pois, como sempre, o
objetivo de uma pesquisa não é ver, mas sim, compreender (LAVILLE & DIONNE, 1999,
p.157).
1.5.2 População e Amostra
Para maior precisão das características da população, esta monografia apresenta a constatação
dos resultados por meio de análises probabilísticas correspondentes: a) estatística descritiva
que envolve a coleta, a apresentação e a caracterização de um conjunto de dados que
descrevem apropriadamente as características deste conjunto, por grupos e categorias, e, a
b) inferência estatística, que tornam possível a estimativa de características de uma população.
A população deste estudo é constituída pelo total dos 2.888. A amostra intencional é realizada
de acordo com a estratégia adequada no qual, os elementos da amostra são escolhidos, ou
seja, a amostra provém do total de elementos que podem ser considerados, na composição do
objeto de estudo: motoristas cadastrados no SITRAROI com erro de 4,9%, com intervalo de
confiança 95% (Apêndice A), com apoio de Barbetta (1998, p. 58), serão apresentadas as
fórmulas para o cálculo o tamanho mínimo da amostra dada por:
em que:
N tamanho (número de elementos) da população;
n tamanho (número de elementos) da amostra;
n0 uma primeira aproximação para o tamanho da amostra;
E0 erro amostral tolerável.
Ou seja, apresentam-se os valores de:
n0 = 1___
18
n0 = 1 .
E02
n = N. n0
N + n0
E= N . no = 2.888 . 411 = 1.186.968 = 359,79
N+no 2.888+411 3.299
(0,049) 2
n = 411
* logo, = 360, amostras.
Assim foi planejado o levantamento da amostra inicial e posterior identificação das diversas
características da população da pesquisa em epígrafe, identificam formas de comportamento
dos indivíduos e suas decisões de orçamento de acordo com a cesta de mercadorias
disponível.
1.5.3 Tratamento e análise dos dados
Os dados foram analisados e concluídos utilizando-se a análise de conteúdo demonstrada por
meio de tabelas, planilhas, textos explicativos e conclusivos, bem como os resultados de
gráficos, cálculos e interpretações apresentados através de recursos computacionais
utilizando-se Software’s como o Microsoft Excel 7.0, Word 6.0.
1.5.4 Procedimentos
Foram realizadas consultas à fatos brutos, leituras prévias de livros, artigos, relatórios, e
demais obras com publicações sobre o tema em questão. De posse das devidas investigações
dos autores e suas mais diversas interpretações sobre o assunto, iniciou-se a busca de dados e
a pesquisa em laboratório por meio dos instrumentos: questionários e entrevistas Apêndice A,
completados pela observação do Apêndice B. O método de procedimento do presente
estudo é funcionalista, por tratar de administração de técnicas, respeitando a cultura local, ou
seja, não é operacional.
19
2. ASPECTOS PRELIMINARES DA MICROECONOMIA.
Neste capitulo será demonstrada o conceito da Teoria do Consumidor, seu comportamento em
frente as cestas de bens de consumo.
A teoria de Keynes (Keynes, 1996, p. 59) é baseada no principio de que os consumidores
aplicam as proporções de seus gastos em bens e poupança, em função da renda. Quanto maior
a renda, maior a percentagem da renda poupada. Assim se a renda agregada aumenta, em
20
função do aumento do emprego, a taxa de poupança aumenta simultaneamente. E como a taxa
de acumulação de capital aumenta, a produtividade marginal do capital se reduz, e o
investimento é reduzido já que a lucratividade é proporcional a produtividade marginal do
capital. Então ocorre um excesso de poupança, em relação ao investimento, o que faz com que
a demanda efetiva fique abaixo da oferta e assim o emprego se reduza para um ponto de
equilíbrio onde a poupança e o investimento fiquem iguais. Como esse equilíbrio pode
significar a ocorrência de desemprego involuntário em economias avançadas (onde a
quantidade de capital acumulado seja grande e sua produtividade seja pequena), Keynes
defendeu a tese de que o Estado deveria intervir na fase recessiva dos ciclos econômicos com
sua capacidade de imprimir moeda para aumentar a demanda efetiva através de déficits do
orçamento do Estado e assim manter o pleno emprego. É importante lembrar que o autor não
defende o carregamento de déficits de um ciclo econômico para outro, nem muito menos
operar orçamentos deficitários na fase expansiva dos ciclos.
Deve se notar que, para o estado aumentar a demanda efetiva, aquela que define a produção,
ele deve gastar mais do que arrecada, porque a arrecadação de impostos reduz esta variavel,
enquanto que os gastos aumentam a demanda efetiva.
O ciclo de negócios segundo Keynes ocorre porque os empresários têm "impulsos animais"
psicológicos que os impedem de investir a poupança dos consumidores, o que gera
desemprego e reduz a demanda efetiva novamente, e por sua vez causa uma crise econômica.
A crise, para terminar, deve ter uma intervenção estatal que aumente a demanda efetiva
através do aumento dos gastos públicos.
Para Solomon (2002, p. 96), o comportamento do consumidor é entendido como “o estudo
dos processos envolvidos quando indivíduos ou grupos selecionam, compram, usam, dispõem
de produtos, serviços, idéias ou expectativas para satisfazer necessidades e desejos”. Assim,
Pinheiro et al (2006, p. 75) ressaltam que o comportamento do consumidor é uma área
interdisciplinar, envolvendo conceitos e ferramentas metodológicas de diferentes áreas do
conhecimento tais como: psicologia, economia, sociologia, antropologia cultural, semiótica,
demografia e história. Isto é, na economia as decisões afetam a microeconomia e a
macroeconomia. Como por exemplo, se o consumidor decide comprar um carro importado,
21
irá afetar o déficit da balança comercial do Brasil, e se o consumidor resolve poupar ou
investir irá afetar o crescimento da economia.
Pindyck (1994, p. 73) afirma que o consumidor tem preferências, mas que tem três premissas
básicas. A primeira parte do principio de que as preferências sejam completas, o que significa
que dois consumidores poderiam comparar e ordenar todas as cestas de mercado. A segunda
premissa afirma que as preferências são transitivas, essa premissa assegura que as
preferências do consumidor seja racional, isto é coerente. A terceira premissa segue o
raciocínio de que todas as mercadorias sejam boas, isto é desejável, de tal forma que, não se
levando em consideração os preços, os consumidores sempre preferem levar uma quantidade
maior de alguma mercadoria.
Pindyck (1994, p. 73) ainda afirma: sabe-se que o consumidor poderá sempre manifestar suas
preferências por uma determinada cesta em relação a outra, ou então sua indiferença em
relação às duas. Esta informação poderá então, ser utilizada para ordenar todas as possíveis
alternativas de consumo.
Assim, as preferências não explicam todo o comportamento do consumidor. Determinadas
escolhas são também influenciadas por restrições orçamentárias, as quais limitam a
possibilidade das pessoas exercerem o consumo em razão dos preços que necessitam pagar
por diversos bens e serviços, representada pela Imagem 03 da restrição orçamentária de um
indivíduo.
Restrição Orçamentária
0
50
100
150
200
250
300
350
1 2
Remédios
Ali
men
tos
22
5 10 15 20
B
A
Imagem 03: Restrição Orçamentária de um IndividuoFonte: os autores da presente pesquisa, baseada em uma restrição orçamentária que um indivíduo possa ter.
RESTRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA
1 2 3 4
A Imagem 03 mostra o consumidor tem R$ 300,00 por semestre para gastar. Supõe-se que há
dois bens, alimentos e remédios. E que o alimento custe R$ 1,00 e um remédio custa R$
15,00. Se o consumidor gastar todo o seu dinheiro em alimentos, vai poder comprar 300
alimentos (ponto A na restrição orçamentária), se gastar tudo em remédios o consumidor
poderá comprar 20 remédios (ponto B na restrição orçamentária). O consumidor pode
escolher qualquer ponto intermediário na linha AB. Por exemplo, 10 remédios por R$ 150,00
(Imagem 03a) e 150 alimentos por R$ 150,00 (Imagem 03b) ou ainda 15 remédios por R$
225,00 e 75 alimentos por R$ 75,00. O consumidor pode escolher qualquer combinação que
totalize R$ 300,00, ou decorrente de um aumento na renda, aumenta seu consumo
representada pela linha tracejada.
Demanda de Remédios
100
120
140
160
180
200
220
240
1 2
Preço
qu
anti
dad
e d
e re
méd
ios
Demanda de Alimentos
100
120
140
160
180
200
220
240
1 2
Preço
qu
anti
dad
e d
e al
imen
tos
Substituto Perfeito
0
1
2
3
4
5
1 2
Suco de Laranja
Su
co d
e M
açã
23
Imagem 04: Gráfico de Substituto Perfeitos entre suco de maçã e suco de laranjaFonte: os autores da presente pesquisa, baseada nos substitutos perfeitos.
10 15 150 225
1 2 3 4
Imagem 03a : Demanda de RemédiosFonte: os autores da presente pesquisa. Imagem 03b: Demanda de Alimentos
Fonte: os autores da presente pesquisa. SUBSTITUTOS PERFEITOS
Suco de Laranja
Suco
de
Maç
ã
O consumidor também pode ter substituto perfeito por um bem. Por exemplo, a Taxa
Marginal de Substituição do suco de maçã por suco de laranja. O consumidor está sempre
desejando trocar um copo de um por um copo de outro. Pindyck (1994) cita que dois bens são
substitutos perfeitos quando é constantemente a taxa de marginal de substituição de um pelo
outro, ou seja, as curvas de indiferenças que descrevem a permuta entre o consumo das
mercadorias apresentam-se como linhas retas, como visto na Imagem 04.
Para cuidar de maneira correta dos clientes, Richard (2001, p. 83), destaca que deve-se ter as
seguintes características:
·Credibilidade- Credibilidade ou sua reputação, é realmente tudo o que você tem no mundo
do negócio. Os clientes devem, acreditar em seus produtos, serviços;
·Acessibilidade- Acesso rápido e fácil ao sistema de serviços;
·Confiabilidade- Você deve realizar o que promete, no tempo prometido;
·Excelência- Os clientes acreditam que eles próprios sejam importantes e excelentes, e
querem trabalhar com excelentes empresas.
O uso contínuo de um bem, seja ele um produto ou um serviço, segundo Pinheiro (2006, p.
89), leva a um decréscimo da percepção de utilidade por parte do consumidor, ou seja, o grau
de satisfação psicológica decresce à medida que quantidades adicionais deste bem vão sendo
consumidas. Tal decréscimo de prazer com o uso constante dos bens é denominado taxa de
utilidade marginal, o que explica a sensação de retorno decrescente que o consumidor
experimenta após o uso prolongado de qualidade significativa de um determinado produto.
Pinheiro (2006, p. 93) ressalta que a teoria cognitiva, defendida por Piaget que parte do
princípio de que existe certa continuidade entre os processos puramente biológicos e
adaptação ao meio e a inteligência, não admitindo que a inteligência seja inerente à própria
vida, mas sim assumindo que a inteligência é uma das formas de adaptação criadas pela vida
em sua evolução enfatiza o comportamento do consumo como um processo de tomada de
24
decisão implica ver o consumidor como aquele que opta por diferentes produtos, tendo por
pano de fundo a influência de fatores cognitivos tais como percepção, motivação,
aprendizagem, memória, atitudes, valores e personalidade, assim são os socioculturais, isto é,
influência de grupo, família, cultura e classe social e ainda os situacionais, tais como
influência localizada no meio ambiente por ocasião da compra.
Contudo, ainda acerca do raciocínio de Pinheiro e outros (2006, p. 93), para os cognitivos, as
decisões de compra são variadas, podendo ser classificadas pelo tipo de produto, motivação
do consumidor, freqüência de compra, busca e processamento da informação, percepção das
alternativas por parte do consumidor e influências situacionais. A seguir, fatores que
influenciam o comportamento de compra:
*Fatores psicológicos- dizem respeito ao conjunto das funções cognitivas (pensamentos),
conativas (comportamento) e efetivas (sentimentos) no processo de compra, envolvendo o
estudo da percepção, da aprendizagem, da memória, das atitudes, dos valores, das crenças, da
motivação, da personalidade, e dos estilos de vida dos consumidores. Neste primeiro nível, o
consumidor é visto de maneira isolada, tomando decisões de acordo com suas características
psicológicas;
*Socioculturais- envolvem influência do grupo e da família, a classe social e os efeitos da
cultura e das subculturais no comportamento de compra. Neste segundo nível o consumidor
não é mais visto como um indivíduo isolado, mas um ser social que reage e é transformado
pelo contexto no qual será inserido;
*Situacionais- dizem respeito a uma gama de influência momentâneas e circunstanciais por
ocasião de compra, tais como ambientação de loja, displays nos ponto-de-venda, disposição
dos corredores de prateleiras, posição dos produtos nas gôndolas e outros. Esta é uma das
áreas em que mais cresce a pesquisa atual a respeito das ações de compra, destacando-se os
estudos da antropologia dos ambientes varejistas desenvolvidos por Underhill (1999, p. 33).
O cliente pode realizar a compra devido às suas decisões de acordo com as características
envolvidas em um conjunto de funções, tais como: pensamento, comportamento e sentimento.
O fator sociocultural relaciona-se com a influência do grupo e da família.
25
A teoria de Maslow (1975, p. 47) é conhecida como uma das mais importantes teorias de
motivação. Para ele, as necessidades dos seres humanos obedecem a uma hierarquia, ou seja,
uma escala de valores a serem transpostos. Isto significa que no momento em que o indivíduo
realiza uma necessidade, surge outra em seu lugar, exigindo sempre que as pessoas busquem
meios para satisfazê-la. Poucas pessoas procurarão reconhecimento pessoal e status se suas
necessidades básicas estiverem insatisfeitas.
Para Maslow (1975, p. 49), as necessidades fisiológicas constituem a sobrevivência do
indivíduo e a preservação da espécie: alimentação, sono, repouso, abrigo, entre outros. As
necessidades de segurança constituem a busca de proteção contra a ameaça ou privação, a
fuga e o perigo. As necessidades sociais incluem a necessidade de associação, de participação,
de aceitação por parte dos companheiros, de troca de amizade, de afeto e amor. A necessidade
de estima envolvem a auto apreciação, a autoconfiança, a necessidade de aprovação social e
de respeito, de status, prestígio e consideração, além de desejo de força e de adequação, de
confiança perante o mundo, independência e autonomia. As necessidades de auto realização
são as mais elevadas, de cada pessoa realizar o seu próprio potencial e de auto desenvolver-se
continuamente, que pode estar associado a sua decisão de compra.
3. INDICADORES MACROECONÔMICOS.
3.1 Situação no nível de renda das famílias no Brasil.
De acordo com dados do IBGE 2008, a renda familiar é analisada durante um período de 12
meses anteriores a data de realização de coleta das informações e inclui: rendimentos
monetários (rendimento do trabalho, transferências, aposentadoria, bolsa de estudo, pensão
alimentícia, mesada e doação, transferências transitórias, rendimento de aluguel, vendas
esporádicas, empréstimos, aplicações de capital e outros) e rendimento não-monetário (inclui
o que é produzido, pescado, caçado, coletado ou recebido em bens, utilizados ou consumidos
durante o período de referencia da pesquisa e que, pelo menos na ultima transação, não tenha
passado pelo mercado.
26
O IBGE, também apresenta dados sobre as despesas correntes que inclui despesas de
consumo (aquisições de bens e o serviços utilizados para atender diretamente as necessidades
e desejos pessoais da família) e outras despesas correspondentes a despesas com impostos
pagos, contribuições trabalhistas, serviços bancarias, pensões, mesadas, doações e previdência
privada entre outras. Segundo o IBGE 2008 o aumento do ativo corresponde a despesas com
aquisição de imóveis, construção e melhoramento de imóveis próprios e outros investimentos.
A diminuição do passivo corresponde a despesas com pagamentos de débitos com
empréstimos pessoais e carnês de mercadorias, as dividas judiciais e prestação de imóveis.
Conforme observado no Quadro 01.
No Brasil, segundo o Quadro 1, os rendimentos monetários variam em R$ 1.789,66 e não
monetários em 14,6%, 62% dos rendimentos têm origem no trabalho. A classe de renda até
R$ 400,00 são as que têm menos rendimento e mais despesas. As despesas correntes no Brasil
corresponde a 93,26%, aumento do ativo 4,76%, diminuição do passivo 1,98%.
A família brasileira gasta em média, R$ 1.778,03 por mês, de acordo com o Quadro 01, valor
ligeiramente inferior ao seu rendimento mensal, que é de R$ 1789,66, isso ocorre em quase
todas as classes de rendimento. Na classe de até R$ 400,00 de rendimento, gasta-se em média
R$ 454,70 por mês. Apenas as classes acima de R$ 3.000,00 gastam, em média, menos do que
recebem.
Em quase todas as classes de rendimento, o valor médio das despesas é maior que o valor do
rendimento. Por exemplo, na classe de até R$ 400,00 de rendimento, em media gasta-se R$
454,70. Apenas as classes acima de R$ 3.000,00 gastam, em media, menos do que recebem.
27
Quadro 01: Rendimento monetário e não-monetário médio familiar.Fonte: IBGE 2000 a 2005
Como na média do país, as despesas com habitação ocupam o primeiro lugar no ranking nos
dois extremos de rendimento, mas chegam a 37,15% na faixa mais baixa, enquanto na mais
alta ficam em 22,79%. Só o item aluguel consome 17,27% na mais baixa e 10,08% na mais
alta investe uma parcela maior em aquisição de imóvel, 7,15%, que faz parte do grupo de
despesas com aumento do ativo, do que a mais baixa 0,68%. Melhor observado na Imagem
05.
Segundo a Imagem 05, o grupo de despesas que mais afeta o rendimento das famílias
brasileiras é habitação, 29,26% das despesas total ou R$ 520,22 mensais, que inclui aluguel,
telefone, luz, água, gás, manutenção e moveis, entre outros itens. O segundo grupo de maior
peso é alimentação, R$ 304,12 ou 17,10%, e o terceiro, transporte, R$ 270,16 ou 15,19%. Os
três grupos fazem parte das chamadas despesas de consumo. Os outros grupos que compõem
as despesas de consumo são: assistência a saúde, 5,35%, vestuário, 4,68%, educação, 3,37%,
despesas diversas, 2,30%, recreação e cultura, 1,97%, higiene e cuidados pessoais, 1,79%,
serviços pessoais, 0,84%, e fumo, 0,57%.
Uma comparação entre os dois extremos das classes de rendimento familiar mensal revela as
desigualdades no consumo do país. A faixa de mais baixo rendimento (até R$ 400,00)
representa 16,38% das famílias e a faixa mais alta (mais de R$ 6.000,00) 5,08%. De forma
geral, em valores absolutos, os gastos aumentam conforme a renda, em todos os grupos de
28
Imagem 05: Pesquisa de orçamentos familiares 2002-2003Fonte: IBGE
despesas. No entanto, em termos percentuais, é possível perceber as diferenças nos padrões de
consumo.
Na faixa menor de renda, a alimentação consome a segunda maior fatia das despesas, 32,68%,
o triplo do que se gasta na faixa mais alta, 9,04%. Assim, apenas habitação e Alimentação,
somadas, respondem por cerca de 70% das despesas de quem recebe até R$ 400 e, na faixa de
mais de R$ 6 mil, cerca de 31,83%.
Em terceiro lugar, na faixa de renda menor, vem o Transporte, com 8,15% da despesa, boa
parte desta destinada a transporte urbano, 3,94%, contra 0,87% da classe alta. Já na faixa mais
alta de renda, o Transporte fica em segundo, consumindo 17,26% da despesa total. Grande
parte deste percentual refere-se a despesas com veículo próprio 8,20% com aquisição de
veículos, 3,40% com gasolina, 0,33% com álcool, e 1,31% com manutenção. Na faixa mais
baixa gasta-se apenas 1,66% com aquisição de veículos.
Em quarto lugar, no extremo inferior de renda, situam-se as despesas com Vestuário, 5,29% e
em quinto, com Assistência a Saúde, 4,08%. Os gastos com saúde consomem um percentual
maior da despesa da classe mais alta, 5,62% e vêm em quarto lugar. Mas enquanto as famílias
de renda mais baixa reservam um percentual maior para remédios, 3,09% contra 1,33%, as de
renda mais elevada gastam mais com plano de saúde, 2,09% contra 0,28%, e tratamento
dentário, 0,68% contra 0,12%, por exemplo.
A sexta posição, na faixa inferior, é ocupada por Higiene e cuidados pessoais, 2,40%, e a
sétima, por Despesas diversas,1,46%. Neste último grupo, as famílias de renda superior
gastam mais com os itens cerimônias e festas, 0,52% contra 0,23% e imóveis de uso ocasional
0,55% contra 0,21%.
Na oitava posição, na classe mais baixa, estão os gastos com Fumo, R$ 5,20 por mês ou
1,14%, à frente de Recreação e cultura, R$ 3,66 ou 0,81%, Serviços Pessoais, R$ 2,91 ou
0,64%, e Educação, R$ 3,63 ou 0,80%. Na faixa superior de renda o Fumo vem em último
lugar no ranking, 0,23%, embora em termos absolutos o gasto seja maior, R$ 20,08. Na média
do Brasil, gasta-se mais com Fumo, R$ 10,20 por mês, do que com periódicos, livros e
revistas (R$ 5,81), por exemplo. Observa-se, no Imagem 06, que quanto menor a renda do
29
G
asto
s co
m F
umo
individuo, maior é o gasto com fumo. Outros itens não essenciais que consomem um
percentual maior da faixa mais baixa de rendimento do que da mais alta são perfume, 0,91%,
contra 0,36% da faixa mais alta, cabeleireiro, 0,45% contra 0,41%, e jogos e apostas, 0,22%
contra 0,14%.
Fumo
0123456789
10
1 2
Renda
Gasto
s C
om
Fu
mo
O item educação, em último no ranking das famílias de mais baixa renda, conforme Imagem
05 tem peso bem maior nos gastos das famílias de renda mais alta, 4,89%, vindo em quinto
lugar. Estas famílias gastam mais com cursos e livros, e as de renda mais baixa empregam
percentual maior da despesa em artigos escolares, 0,38% contra 0,12%. Conforme Imagem
07.
Educação
0123456789
10
1 2
Renda
Gasto
s C
om
Ed
ucação
30
Até R$ 400,00 mais de R$6000,00
Imagem 06: FumoFonte: os autores da presente pesquisa.
Até R$ 400,00 mais de R$6000,00
Imagem 07: EducaçãoFonte: os autores da presente pesquisa.
Renda
FUMO
Renda
EDUCAÇÂO
Renda
Gas
tos
com
Edu
caçã
o
A distribuição desigual dos rendimentos, com base nas classes, pode ser um fator
determinante do consumo e do investimento. A quantidade dos gastos em bens de consumo
depende dos rendimentos da classe trabalhadora. Os trabalhadores gastam necessariamente
todo ou quase todo o seu rendimento em bens de consumo de acordo com suas necessidades
eleitas relativo ao orçamento nas cestas de mercado.
As famílias de renda mais elevada também despendem mais com Recreação e cultura, grupo
em que se destacam os itens periódicos, livros e revistas, 0,43% contra 0,08% das famílias
mais pobres, e aparelho celular e acessórios 0,19% contra 0,09%.
Há também grandes diferenças na forma como as famílias de alta e baixa renda organizam seu
orçamento com outras despesas alem das de consumo, conforme dados da Imagem 06. A fatia
destinada a outras despesas correntes é de 2,55% para as da faixa mais baixa e de 19% para a
faixa mais alta. Em todos os itens deste grupo a classe de renda superior gasta mais, com
destaque para os impostos, que consomem 8,96% da despesa desta faixa, R$ 781,31 mensais,
e 1,23% dos gastos da faixa inferior, 5,61% mensais. O percentual gasto com impostos
aumenta progressivamente com as classes de renda familiar. Ainda neste grupo de despesas, a
faixa superior de renda destina 2,52% do dispêndio total para pensões, mesadas e doações,
contra 0,66% da faixa inferior. Os gastos com previdência privada correspondem a 0,76% do
total da faixa superior e ficam bem próximos de zero na faixa inferior.
31
Distribuição das familias de acordo com o grau de dificuldade para chegar ao fim do mês com rendimento total familiar segunda a situação do domicílio -
Brasil 2002-2003
100
27,1523,73
34,57
8,864,96
0,720
20
40
60
80
100
120
Total MuitaDificuldade
Dificuldade AlgumaDificuldade
AlgumaFacilidade
Facilidade MuitaFacilidade
Na Imagem 08, cerca de 85% das famílias brasileiras referiram algum grau de dificuldade
para chegar ao final do mês com o rendimento familiar, enquanto quase metade delas, 47%
considerou insuficiente a quantidade de alimento consumida habitualmente. Para 73% das
famílias, nem sempre ou, raramente, os alimentos consumidos eram do tipo preferido.
Quanto aos rendimentos, 27,14% das famílias brasileiras declaram ter muita dificuldade para
chegar ao final do mês com o rendimento familiar; 23,7% afirmam ter dificuldade e 34,6%,
alguma dificuldade. Entre os que encontraram graus de diferentes de facilidade para chegar ao
final do mês, 8,9% encontraram alguma facilidade; 4,9 % facilidade e 0,7% muita facilidade.
Analisando o Quadro 04, pode-se observar que quanto menor a renda, maior é a dificuldade
para chegar ao mês com algum rendimento monetário. As famílias que tem rendimento de até
R$ 400,00 a R$ 1.000,00, são as que tem muitas dificuldade em chegar ao final do mês com
algum rendimento monetário. Já as famílias que tem rendimento de R$ 3.000,00 a mais de R$
6.000,00 são as que tem muita facilidade de chegar ao final do mês algum rendimento
monetário.
32
Imagem 08: Distribuição das famílias de acordo com o grau de dificuldade para chegar ao fim do mês com rendimento total familiar segunda a situação do domicílio - Brasil 2002-2003Fonte IBGE 2002 a 2003
Observando o Quadro 02, no grau de muita dificuldade para chegar ao final do mês com
algum rendimento monetário familiar as famílias que ganham até R$ 400,00 reais são as que
tem a maior dificuldade. No grau de dificuldade para chegar ao final do mês com algum
rendimento monetário familiar as famílias que ganham mais de R$ 600 00 a R$ 1.000,00 são
as que têm dificuldade. Em relação ao item de alguma dificuldade para chegar ao final do mês
com algum rendimento monetário familiar as famílias que ganham mais de R$ 2.000 00 a R$
3.000,00 são as que têm maior dificuldade. No grau de alguma facilidade para chegar ao final
do mês com algum rendimento monetário familiar quanto maios o rendimento familiar mais
facilidade para chegar ao mês com algum rendimento monetário. Para chegar ao final do mês
com algum rendimento monetário familiar quanto maios o rendimento familiar mais
facilidade para chegar ao mês com algum rendimento monetário. As famílias com rendimento
familiar acima de R$ 6.000,00 são as tem muita facilidade em chegar ao final do mês com
algum rendimento familiar.
Atualmente, o IBGE (2000-2005) mostra, cerca de dois terços de todos os possuidores de
cartões têm saldos e pagam encargos financeiros todos os meses, sendo que o saldo negativo
médio por possuidor de cartão subiu para $ 4.956,00 dólares no final de 2005. Nos últimos
anos, houve uma mudança de cartões de taxa fixa para taxa variável, quando as taxas de juros
começam a subir, havendo neste momento cerca de dois terços de todos os cartões com taxas
variáveis, um pouco mais do que há meio ano. A parte dos lucros dos emissores de cartões de
crédito correspondentes às taxas subiu de 28% em 2000 para 39% em 2004. No seu conjunto,
os saldos não pagos de cartões de crédito no final de 2005 totalizaram US$ 838 milhões de
dólares. De algum modo os efeitos recaem mais pesadamente nas classes trabalhadoras e nas
famílias de rendimento médio.
33
Situação do domicílio e classe de rendimento
monetário e não-monetário mensal
familiar (R$)
Distribuição das famílias (%)
Total
Avaliação do grau de dificuldade para chegar ao fim do mês com rendimento monetário familiar.
Muita Dificuldade
Dificuldade Alguma
DificuldadeAlguma
FacilidadeFacilidade
Muita Facilidade
Total 100 27,15 23,73 34,57 8,86 4,96 0,72Classes de rendimento monetário e não monetário mensal familiar (R$)
Até 400 (2) 100 51,52 25,59 17,95 2,83 1,54 0,56
Mais de 400 a 600 100 39,62 26,17 27,88 3,67 2,01 0,65
Mais de 600 a 1 000 100 29,07 26,81 35,42 5,8 2,43 0,48
Mais de 1 000 a 1 200 100 22,91 25,62 38,47 9,36 3,33 0,32
Mais de 1 200 a 1 600 100 18,27 25,18 41,84 9,82 4,34 0,55
Mais de 1 600 a 2 000 100 15,76 24,27 42,94 10,25 6,16 0,61
Mais de 2 000 a 3 000 100 12,6 19,69 46,62 12,97 7,61 0,51
Mais de 3 000 a 4 000 100 8,81 19,9 43,01 17,09 10,23 0,96
Mais de 4 000 a 6 000 100 9,4 14,82 39 21,78 14,31 0,69
Mais de 6 000 100 6,66 11,05 36,74 23,58 18,26 3,72 Quadro 02: Distribuição das Famílias
Fonte: IBGE, Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003.
34
34
O planejamento financeiro pessoal não restringe-se a um apanhado de técnicas para
disciplinar gastos e acumular poupança envolve entender o que é importante gastar hoje e o
que pode ser adiado. Planejar as finanças significa, portanto, entender o máximo que se pode
gastar hoje sem comprometer esse padrão de vida no futuro. É fazer escolhas como viver bem
o presente, mesmo que isso signifique adiar o sonho de comprar determinado carro ou um
apartamento mais confortável. Pela segurança de manter um orçamento mais estável.
Pressupõe-se que, um pequeno abaixamento dos preços das casas poderá provocar o risco de
uma cascata em direção a uma situação liquida negativa.
Uma pesquisa de orçamento familiar do IBGE (2000 – 2005) analisou a composição dos
gastos e do consumo das famílias de acordo com as classes de rendimento, e pode se verificar
que houve mudanças expressivas nas despesas e nos hábitos dos brasileiros. A diversidade foi
na alimentação, reduzindo os gêneros tradicionais e aumentando o consumo per capita do
iogurte por exemplo. Como as família brasileira gastam em media, R$ 1.778,03 por mês,
valor ligeiramente inferior ao rendimento médio mensal que é de R$ 1.789,66. As despesas
não-monetárias representam 15,9% do total, ou seja, a situação é muito preocupante e
desconfortável, levando – se em conta que uma grande parcela das famílias brasileiras tem
salários baixos, alem de impulsionados pelo marketing, isso pode acarretar um déficit
monetário familiar e alguns grandes problemas para o país
3.2 Planejamento Econômico e Liquidez
Neste capitulo será apresentado informações sobre planejamento econômico.
Para Matus (1997, p. 41) o planejamento é como calculo situacional que relaciona o presente
com o futuro e o conhecimento com a ação. A pratica do planejamento, data de tempos mais
remotos, podendo ser identificada mesmo no Egito e na Mesopotâmia, como relata Nunan
(1960, p. 10)
35
É essencial notar que, desde então, o planejamento econômico, atividade Estatal por
excelência, atinge, em primeiro plano os particulares e, em especial, aqueles que se
dispunham a explorar determinadas atividades econômicas de forma organizada. A atividade
empresarial, por uma ou outra razão, sempre despertou o interesse regulatório do Estado, ora
na promoção do crescimento econômico nacional, ora na defesa dos interesses casuísticos do
governante. É também Nunan (1960, p. 10-11), quem assevera:
Na idade Média, a regulamentação, pelo Estado, de alguma das atividades privadas marca o inicio de um planejamento econômico social de maior porte, o que foi feito em alguns países da Europa com a institucionalização das corporações que tiveram importância destacada naquela época. De outra parte, a consolidação política do poder dos soberanos europeus carecia de base estrutural econômica, o que levou os estadistas a regulamentarem a economia dos países que governavam. Como exemplo podemos citar Colbert que propôs, em 167, um sistema tarifário protecionista para incrementar o consumo de produtos manufaturados na própria França, criando também, um sistema de transportes para facilitar a circulação da produção.
Lafer (1997, p. 7) diz que o planejamento deve ser mais maleável. “O planejamento nada mais
é do que um modelo teórico para ação, em que propõe-se a organizar racionalmente o sistema
econômico a partir de certas hipóteses sobre a realidade. Naturalmente, cada experiência de
planejamento se afasta de sua formulação teórica e o que é interessante na análise dos planos
é justamente separar a história do modelo e verificar porque os fatos ocorrem de maneira
diferente da prevista.”
Reconhecer o planejamento como processo implica, portanto, aceitar que não é uma atividade
que se esgote na concepção de um plano, de um programa ou de um projeto. Esses são
mecanismos instituídos para facilitar o alcance de metas, ou seja, são meios para estruturar
recursos e ações voltados para certos objetivos que dessa forma podem ser geridos de forma
melhor (Oliveira, 1991, p. 62).
O planejamento é um processo dinâmico de racionalização coordenada das opções,
permitindo prever e avaliar cursos de ação alternativos e futuros, com vista na tomada de
decisões mais adequadas e racionais.
36
No geral, os três primeiros meses do ano são os mais difíceis para decisões de investimentos.
No mês de Janeiro, por exemplo, concentram-se os pagamento de impostos, os gastos com
material escolar também aumentam nesse período, tem as prestações das compras feitas no
Natal, que começam a vencer, o desemprego que aumentou por causa da crise econômica,
piora a situação de quem já enfrentava dificuldades com o orçamento familiar. Para evitar
problemas maiores com empréstimos, o economista Almeida
(www.globo.com/jornalnacional, 14/04/09), afirma que: “O consumidor pode continuar
comprando, desde que ele tenha condições de pagar. Aquele que já carrega dívidas tem que
tomar cuidado. Nós devemos ter aí a inadimplência crescendo, pelo menos por todo esse
semestre, pela própria característica da crise, o desemprego do final do ano e a expectativa
fica numa melhora, mas é mais para o terceiro para o quarto trimestre”. Ou seja, para o autor
da pesquisa, o planejamento familiar é a base da sustentação de seu orçamento. Nunca
exceder as despesas,comparando a sua receita. Afirma ainda, que todos podem comprar,
desde que respeite sua condição financeira e tenha condições de pagar. Procurar tomar
decisões racionais mais adequada possível, para que não tenha que recorrer a empréstimos
bancários com isso piorar sua situação econômica familiar, aumentando suas dividas e por
conseqüência a inadimplência.
37
4. RESULTADOS DA PESQUISA
4.1 Dados do SITRAROIT
Para complemento na manutenção da representação sindical profissional, a empresa desconta
mensalmente de todos os funcionário, sindicalizados , ou não, a titulo de reversão salarial, 1%
(um por cento) da remuneração de todos os meses laborados, que é repassado aos cofres do
Sindicato dos Empregados, SITRAROIT, em forma de taxa.
Com essa taxa o motorista tem o direito de usar os médicos (clinico geral, cardiologista,
ginecologista, pediatra), dentistas e advogados que o sindicato possui, e os convênios com
oftalmologista, dentista (estético), laboratórios e clinicas para exames médicos. Os motoristas
associados tem a opção de colocar dependentes, que resume-se em mulher ou companheira,
filhos e entiados. Pelos dependentes o motorista paga uma mensalidade de R$ 10,00 (dez
reais) por mês, tendo o direito de usar os medicos e advogados disponibilizados pelo
sindicato. Informações adicionais são apresentadas na Imagem 09.
Os dados da Imagem 07, mostra que 17,4% dos motoristas associados possui dependentes. Os
demais não possuem dependentes, que pode ser decorrente da falta de informação sobre os
beneficios que o sindicato oferece para os motoristas e seus familiares.
Imagem 09: Números de motoristas asociados e de motoristas associados com dependentes.
Fonte: os autores da presente pesquisa, baseada nos dados retirados do SITRAROIT de 2006 à 2008.
38
As empresas também pagam uma contribuição, contribuição especial, a título de manutenção
da taxa descontada dos motoristas. O valor da contribuição depende do número de
funcionários que a empresa tem, como demostrada no Quadro 03.
Número de
funcionários
Valor Número de
funcionários
Valor
Entregador R$ 20,00 31 a 50 R$1390,00
1 a 5 R$ 25,00 51 a 70 R$ 350,00
6 a 10 R$ 40,00 71 a 100 R$ 500,00
11 a 20 R$ 70,00 Acima de 100 R$ 900,00
21 a 30 R$ 90,00
Quadro 03: Tabela de contribuição especial 2006 á 2008Fonte: os autores da presente pesquisa baseada na Convenção Coletiva.
Foi extraido do SITRAROIT dados da arecadação de 2006 á 2008, e pode-se observar que o
número de empresas de 2006 para 2008 houve um aumento de 44% com relação ao número
de empresas cadastradas. E assim aumentando a arrecadação do SITRAROIT.
Em 2006 a arrecadação foi de R$ 17.170,00, em 2007 R$ 19.375,00 e em 2008 R$ 21.375,00,
totalizando nesses 3 anos R$ 57.910,00. conforme Quadro 04 (página 39).
De acordo com o Quadro 04, é possive notar que, a variação percentual das arrecadações de
2006 a 2008, que as empresas de 71 a 100 funcionários de 2006 a 2007 teve a maior variação
percentual, 100%. E em 2006 a 2007 em empresas de 51 a 70 funcionários a maior queda na
variaçao percentual, -57,14%.
Ainda analizando a Quadro 04, observa-se que em 2006 que as empresas de 1 a 5
funcionarios são as que mais contribuiem com o sindicato, totalizando 246 empresas e R$
6150,00 por mês, isso tambem pode ser observado nos anos seguintes, em 2007 as empresas
de 1 a 5 funcionárioa arrecadaram R$ 9.425,00 e em 2008 arredaram R$ 9.725,00. Em 2006
não possui cadastrado no SITRAROIT empresas de 71 a 100 funcionários e em 2007 teve um
aumento de 100% já em 2008 o numero de empresas de 71 a 100 funcionários cadastradas
manteve-se igual.
39
Quantidade nos anos:
Numero de Funcionários
Total Arrecadado
em 20062006
Total Arrecadado
em 2007Variação % 2007
Total Arrecadado
em 2008Variação % 2008 Total Arrecadado
Entregado R$ 440,00 22 R$ 200,00 -54,55% 10 R$ 260,00 30,00% 13 R$ 900,00De 1 a 5 R$ 6.150,00 246 R$ 9.425,00 53,25% 377 R$ 9.725,00 3,18% 389 R$ 25.300,00De 6 a 10 R$ 1.040,00 26 R$ 1.360,00 30.77% 34 R$ 1.520,00 11,76% 38 R$ 3.920,00
De 11 a 20 R$ 1.680,00 24 R$ 1.680,00 0% 24 R$ 2.590,00 54,17% 37 R$ 5.950,00De 21 a 30 R$ 1.800,00 20 R$ 1.170,00 -35,00% 13 R$ 1.440,00 23,08% 16 R$ 4.410,00De 31 a 50 R$ 910,00 7 R$ 1.690,00 85,71% 13 R$ 1.430,00 -15,38% 11 R$ 4.030,00De 51 a 70 R$ 2.450,00 7 R$ 1.050,00 -57,14% 3 R$ 700,00 -33,33% 2 R$ 4.200,00De 71 a 100 R$ - 0 R$ 1.000,00 100% 2 R$ 1.000,00 0% 2 R$ 2.000,00
Acima de 100 R$ 2.700,00 3 R$ 1.800,00 -33,33% 2 R$ 2.700,00 50% 3 R$ 7.200,00Total arrecado em cada ano R$ 17.170,00 355 R$ 19.375,00 12,84% 478 R$ 21.365,00 10,27% 511 R$ 57.910,00
Quadro 04: Arrecadação da Contribuição Especial nos anos de 2006 a 2008.Orientação e Elaboração: os autores da presente pesquisa baseada na Convenção Coletiva. Variação percentual da arrecadação da Contribuição Especial.
40
40
Os motoristas de transportes de cargas perigosas enquanto exercerem efetivamente função
perigosa recebem o adicional de periculosidade de 30% (trinta por cento) sobre os pisos
citado no Quadro 05.
Motoristas de Transportes de Carga
Inflamável Salário
60 Horas
extras Periculosidade Total
Motoristas de Carreta e/ou Semi Reboque R$ 776,00 R$ 219,54 R$ 426,66 R$ 1.422,20
Motoristas Rodoviários (acima de 50KM) R$ 686,00 R$ 193,62 R$ 376,98 R$ 1.256,60Quadro 05: Motoristas de transportes de carga inflamável.Organização e Elaboração: os autores da presente pesquisa baseada na Convenção Coletiva.
As empresas podem controlar o horário de trabalho de seus motoristas através do Livro ou
Cartão Ponto, Mapas de Viagem ou Discos de Tacógrafos e se houver e sendo possível, pagar
as jornadas extraordinárias efetivamente laboradas com o acréscimo de 50% (cinquenta por
cento) sobre a hora normal. As empresas podem ainda optar pelo pagamento de 60 (sessenta)
horas pré-fixadas, laboradas ou não, com o acréscimo legal de 50% (cinquenta por cento)
sobre a hora normal.
Os motoristas de linha internacional tem ressarcidas suas despesas de alimentação no valor
máximo correspondente a convenção do ano em dólares norte-americanos e, que serão
devidas a partir da data que cruzarem a fronteira do Brasil com os países estrangeiros a que se
destinam e perdurará até o retorno à referida fronteira, passando a ter ressarcidas suas
despesas de alimentação, durante a viagem em território brasileiro.
Já os motoristas que transportam peixes e outros frutos do mar in natura, destinados à praça
ou ao mercado consumidor em caráter de urgência, segundo a convenção coletiva, recebem
um prêmio de 30% (trinta por cento) do salário mínimo por viagem realizada a uma distância
mínima de 200 km, só de ida, estando excluído deste prêmio o transporte de produtos
congelados.
Os motoristas de veículos de transporte de pescado in natura destinados a filiais ou empresas
do mesmo grupo, recebem também um prêmio equivalente a 15% (quinze por cento) do
salário mínimo por viagem com percursos superiores a 200 km, só de ida, estando igualmente
41
excluídos os produtos congelados. Em caso de possível hospedagem, o motorista recebe o
auxilio viagem, viagem nacional R$ 16,50 e internacional R$ 25,00 a diária.
Tabela de SaláriosCategorias 2006
Motoristas de Transportes de Carga em Geral Salário
60 Horas extras Periculosidade Total
Motoristas de Carreta e/ou Semi Reboque R$ 681,00 R$ 279,00 R$ - R$ 960,00
Motoristas Rodoviários (acima de 50 km) R$ 602,00 R$ 246,00 R$ - R$ 848,00
Motorista de Entrega e/ou Coleta ( ate 50km) R$ 563,00 R$ 230,50 R$ - R$ 793,50
Operadores de Maquinas Automotivas R$ 580,00 R$ - R$ - R$ 580,00
Demais Empregados R$ 511,00 R$ - R$ - R$ 511,00Motoristas de Transportes de
Carga Inflamável Salário60 Horas
extras Periculosidade TotalMotoristas de Carreta e/ou
Semi Reboque R$ 604,00 R$ 170,55 R$ 331,95 R$ 1.106,50Motoristas Rodoviários (acima
de 50 km) R$ 560,00 R$ 157,85 R$ 307,65 R$ 1.025,50Diária de Alimentação - - - -
Internacional US$ 16,50 US$ - US$ - US$ 16,50Nacional R$ 22,00 R$ - R$ - R$ 22,00
Transportes de Pescados - - - -Premio por Viagem R$ 105,00 R$ - R$ - R$ 105,00
Premio por Transferência R$ 52,50 R$ - R$ - R$ 52,50Categorias 2007
Motoristas de Transportes de Carga em Geral Salário 60 Horas extras Periculosidade Total
Motoristas de Carreta e/ou Semi Reboque R$ 725,30 R$ 297,00 R$ - R$ 1.022,30
Motoristas Rodoviários (acima de 50 km) R$ 641,20 R$ 262,80 R$ - R$ 904,00
Motorista de Entrega e/ou Coleta ( ate 50km) R$ 599,60 R$ 246,00 R$ - R$ 845,60
Operadores de Maquinas Automotivas R$ 617,70 R$ - R$ - R$ 617,70
Demais Empregados R$ 544,30 R$ - R$ - R$ 544,30Motoristas de Transportes de
Carga Inflamável Salário 60 Horas extras Periculosidade TotalMotoristas de Carreta e/ou
Semi Reboque R$ 643,30 R$ 182,35 R$ 353,85 R$ 1.179,50Motoristas Rodoviários (acima R$ 596,40 R$ 168,56 R$ 327,84 R$ 1.092,80
42
de 50KM)
Diária de Alimentação - - - -Internacional US$ 16,50 US$ - US$ - US$ 16,50
Nacional R$ 23,50 R$ - R$ - R$ 23,50
Transportes de Pescados - - - -Premio por Viagem R$ 114,00 R$ - R$ - R$ 114,00
Premio por Transferência R$ 57,00 R$ - R$ - R$ 57,00
Categorias 2008Motoristas de Transportes de
Carga em Geral Salário 60 Horas extras Periculosidade TotalMotoristas de Carreta e/ou
Semi Reboque R$ 776,00 R$ 318,00 R$ - R$ 1.094,00Motoristas Rodoviários (acima
de 50 km) R$ 686,00 R$ 280,80 R$ - R$ 966,80Motorista de Entrega e/ou
Coleta ( ate 50km) R$ 642,00 R$ 262,80 R$ - R$ 904,80Operadores de Maquinas
Automotivas R$ 660,94 R$ - R$ - R$ 660,94Demais Empregados R$ 582,40 R$ - R$ - R$ 582,40
Motoristas de Transportes de Carga Inflamável Salário 60 Horas extras Periculosidade Total
Motoristas de Carreta e/ou Semi Reboque R$ 776,00 R$ 219,54 R$ 426,66 R$ 1.422,20
Motoristas Rodoviários (acima de 50 km) R$ 686,00 R$ 193,62 R$ 376,98 R$ 1.256,60
Diária de Alimentação - - - -Internacional US$ 16,50 US$ - US$ - US$ 16,50
Nacional R$ 25,00 R$ - R$ - R$ 25,00Transportes de Pescados - - - -
Premio por Viagem R$ 126,00 R$ - R$ - R$ 126,00
Premio por Transferência R$ 63,00 R$ - R$ - R$ 63,00
4.2 Pesquisa aplicada junto aos motoristas.
4.2 Pesquisa Aplicada Junto aos Motoristas
43
Quadro 06: Tabelas de Salários dos Motoristas no Período de 2006 a 2008Organização e Elaboração: os autores da presente pesquisa baseada na Convenção Coletiva
Na pesquisa aplicada com 360 motoristas cadastrados no Sindicato dos Condutores de
Veículos Automotores e de Trabalhadores em Empresas de Transportes de Passageiros
Urbanos, Interurbanos, Intermunicipal, Interestadual, Turismo, Alternativo e Similares;
Trabalhadores em Empresas de Transporte de Cargas Secas e Inflamáveis, Líquidas e Gasosas
de Produtos químicos, Tóxicos e Similares de Itajaí e Região (SITRAROIT), pode-se
observar na Imagem 10, que 44,72% dos motoristas tem de 41 a 60 anos, 31,39% tem entre
20 a 40 anos, 14,44% tem acima de 61 anos e 9,44%tem menos de 20 anos.
Imagem 10: Idade dos Motoristas cadastrados no SITRAROIT Organização e Elaboração: os autores da presente pesquisa
Foi questionado aos motoristas ou a suas famílias, como costumam pagar suas contas, 51,67%
pagam suas contas parceladas, e somente 24,72% pagam à vista.
Também foi verificado a opção para descontos à vista, prazos de pagamento, taxas de juros e
brindes. 74,44% afirmaram que perguntam sobre descontos à vista, 74,72% estão
preocupados com o prazo de pagamento, 41,11% questionam sobre a tava de juro (30,83%
aceitam pagar até 3% de juros, que pode ser observado na Imagem 10), 35% questionam
sobre os brindes. Conforme Imagem 11.
44
Imagem 11: Opção de descontos a vista, prazos de pagamento, taxas de juros e brindes.Organização e Elaboração: os autores da presente pesquisa
Quando questionados a respeito de taxa de juros, 30,83% aceitam pagar até 3%, 9,17% afirmam aceitar pagar de 3% a 5% de taxa, e um total de 3,33% aceitam pagar mais de 5%, observado na imagem 12
Imagem 12: Taxa de juros que os motoristas aceitam pagar.Organização e Elaboração: os autores da presente pesquisa
45
No que diz respeito às aquisições, 58,61% faz novas aquisições e 41,39% poupa o dinheiro,
como pode-se observar na Imagem 13.
Imagem 13: AquisiçõesOrganização e Elaboração: autor da presente pesquisa.
Um total de 37,78% dos entrevistados costumam guardar o dinheiro e fazer o pagamento á
vista, 36,11% compra um bem novo por meio de financiamentos, 18,06% substitui por um
bem de menos valor e 8,06% utilizam-se de outros meios, conforme Imagem 14.
Imagem14: Aquisição de um bem de maior valorOrganização e Elaboração: autor da presente pesquisa.
46
Na Imagem 15, obre as orientações de investimento, 32,78% pedem informações a parentes e
amigos, 28,06% consultam o gerente do banco, 20% utilizam jornais, revistas ou sites
relacionados ao assunto e 19,17% se orienta com financeiras ou agencias de crédito.
Imagem 15: Orientação sobre investimentos.Organização e Elaboração: autor da presente pesquisa.
Com relação ao limite do cheque especial, 53,61% utiliza-o por falta de dinheiro no final do
mês, 31,67% utiliza esporadicamente, 10,28% possui, mas não utiliza e 4,44% não possui
cheque especial, conforme Imagem 16.
Imagem 16: Uso do limite do cheque especial.Organização e Elaboração: autor da presente pesquisa.
47
No cartão de crédito, 36,39% pagam o valor total, 23,61% não possui, 15,56% pagam o valor
mínimo, 14,44% faz saque com o cartão de crédito e 10% pagam o valor parcial, conforme
imagem 17.
Imagem 17: Sobre cartão de credito.Organização e Elaboração: autor da presente pesquisa.
Analisando a Imagem 18, obtém-se um total de 28,61% das famílias fazem compras no
supermercado toda semana com lista de compras, 26,67% faz compras sem lista de compras,
23,61% vai ao mercado quando sente falta de algo com lista de compras e 21,11% faz
compras uma vez por mês com lista de compras.
Imagem 18: Compras no Supermercado.Organização e Elaboração: autor da presente pesquisa.
48
Na Imagem 19, observa-se o tempo que a poupança sustentaria a família se o motorista ou seu
cônjuge perdesse o emprego hoje, 32,50% afirmam que a poupança os sustentaria por seis
meses a um ano, 25,83% dizem que a poupança os sustentaria por mais de um ano, 24,44%
dizem que a poupança os sustentaria por menos de seis meses e 17,22% não possui nenhuma
forma de investimento.
Imagem 19: tempo que a poupança sustentaria a família.Organização e Elaboração: autores da presente pesquisa.
Com relação a aposentadoria, Imagem 20, 33,06% possui uma previdência privada ou própria,
30% possui somente o INSS, 26,67% afirma que ainda é cedo para pensar em aposentadoria e
10,28% possui bens e reservas.
49
Imagem 20: Plano de aposentadoria.Organização e Elaboração e: autores da presente pesquisa.
Analisando a Imagem 21, que diz respeito ao controle dos gastos no orçamento, observa-se
que 41,39% dos motoristas tem alguma forma de controle sobre esta variável, 32,78% faz
planilhas periodicamente revisada, 13,06% adquirem sem fazer orçamento e 12,78% gastam
enquanto tiver saldo no banco.
Imagem 21: Controle dos gastos.Organização e Elaboração: autores da presente pesquisa.
A Imagem 22, mostra o comportamento dos motoristas com relação as compras, 37,22% faz
pesquisa e compra onde lhe oferece mais vantagens, 27,22% compra na primeira loja, 26,67%
compram sempre na mesma loja e 8,89% propõe a cobertura de preço do concorrente ou uma
condição ainda melhor.
Imagem 22: Com relação as compras.Organização e Elaboração: autores da presente pesquisa.
50
Com esta pesquisa pode-se ter o perfil dos motoristas cadastrados no SITRAROIT. Eles
possuem de 41 a 60 anos, costumam pagar suas compras à prazo, questionam sobre desconto
à vista e prazo de pagamento, aceitam pagar até 3% de juros nas compras, guardam seu
dinheiro para fazer novas aquisições, conversam com parentes e amigos sobre qual o melhor
investimento, utilizam o cheque especial por falta de dinheiro no final do mês, costumam
pagar o valor total do cartão de crédito, as compras no supermercado são feitas toda semana
com lista de compras, possui investimento que se caso ficasse desempregado o susteria por
seis meses a um ano, com relação a aposentadoria possui uma previdência privada ou própria,
com relação aos gastos, possui alguma forma de controle e quando faz compras, faz pesquisa
e compra onde lhe oferece mais vantagens.
Este fato mostra que de alguma maneira há planejamento familiar, toda via com algum
endividamento. Nota-se ainda que os consumidores desde segmento possuem consumo
racional , talvez por considerar sua renda volátil, relativa a carga ou, as oscilações do
mercado, que de algum modo apresentam-se como alerta ao seu orçamento.
51
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.
A pesquisa feita com os motoristas do SITRAROIT trouxe informações importantes para
traçar o perfil sócio econômico e financeiro das famílias dos motoristas. Com os dados
salariais, foi possível enumerar tabelas e indicadores de pagamentos dos contribuintes,
fazendo-se levantamento de todos os dados dos motoristas cadastrados e não cadastrados com
seus respectivos dependentes e os que não pagam o sindicato, enumerou-se valores recolhidos
pela empresa de 2006 a 2008.
Essa pesquisa foi fundamental para elaborar planilhas, tabelas e gráficos sobre diversos
aspectos dos associados, usando métodos dedutivos, questionários, livros internet e
principalmente conversas pessoais com as famílias para identificar os fatores responsáveis
pelo endividamento familiar dos motoristas sindicalizados no SITRAROIT.
Com a matriz dos dados obtidos verificou-se que muitos motoristas aplicam uma porção dos
seus ganhos em consumo de bens e poupança, e que quanto maior tente a ser sua renda maior
é a sua poupança. Verificou-se ainda que o consumidor sempre que possível, deve trocar ou
substituir os bens de maior valor por um de menor para poder equilibrar seus gastos em
função de seus ganhos. Também tem que ter um ponto de equilíbrio entre diversas
mercadorias de consumo, por exemplo, não gastar todo seu dinheiro em comida, não deixando
uma reserva para eventuais contra tempo, ou seja, um imprevisto de ultima hora, como
doença, falecimentos na família, convites para determinados eventos, perda de emprego entre
outros que podem aumentar os riscos de inadimplência.
Os consumidores seguem fatores psicológicos no processo de compras, muitos deles são
levados por emoções, comportamentos e sentimentos, influenciados por propagandas e
marketing. Dependendo de sua situação sociocultural, até podem se envolver por influencias
de grupos de famílias ou amigos.
As influências momentâneas também pode ser outro fator que afeta o comportamento dos
consumidores na hora da compra. Por exemplo, ambientação da loja, disposição das gôndola,
52
e mercadorias, simpatia e postura do vendedor. Que muitas vezes podem afetar seu
rendimento no final do mês.
Dependendo do grau de promoção do indivíduo, o mesmo pode começar a gastar um pouco
mais com alimentação, segurança, abrigo, colégio, academia, necessidade de associações,
cada individuo, procura alcançar seu status dentro da sociedade, vindo muitas vezes a criar
um déficit orçamentário familiar perigoso.
Na pesquisa também obteve-se dados importantes no que se refere a ganhos salariais. A
classe com rendimentos de até R$ 400,00 são as que menos rendimento e maior despesas. As
famílias brasileiras gastam em media R$ 1.778,03 por mês, valor parecido com seus ganhos,
que é de R$ 1.789,66. Em quase todas as classes de rendimentos, o valor médio das despesas
é maior que o valor do rendimento, apenas as classes acima de R$ 3.000,00 gastam em média
menos que recebem o que pode chegar a ser um, porém para decisões de liquidez.
A maioria das despesas das famílias brasileiras, de acordo com dados retirados da pesquisa,
são com habitação, alimentação, transportes, assistência medicas, vestiário e outras despesas
menores, como recreação cultura e higiene inclusive, outro dado interessante na pesquisa é
que foi observado que quanto menos o ganho do individuo, o gasto com fumo é maior, o
inverso prevalece na educação.
Nas classes até R$ 400,00 a habitação, alimentação e transportes, consomem juntos 78,15%
do seu salário. As famílias dessa classe são as que têm maior dificuldade em chegar ao final
do mês com algum rendimento monetário.
A pesquisa também constatou que o SITRAROIT, desconta dos funcionários, associados ou
não uma porcentagem de 1% da remuneração, em troca fornece a eles, os motoristas, clinico
geral, pediatra, dentista, advogados. Para os dependentes terem direito ao beneficio devem
pagar mais R$10,00. A pesquisa mostrou que 82,6% não têm dependentes, o que pode
decorrer da falta de informação sobre os benefícios que o sindicato oferece.
53
Observou-se a maior variação no percentual de arrecadação nos anos de 2006 a 2008, que foi
de 44% maior. As empresas de 1 a 5 funcionários, ou seja, são as que mais contribuem,
totalizando 246 empresas. No item salário, a pesquisa verificou que a média salarial dos
motoristas de cargas perigosas varia de R$ 1.256,00 a R$ 1.422,00. As demais categorias
variam de R$ 800,00 a R$ 1.200,00 no caso. Os motoristas de linhas internacionais, há
ressarcimento de suas despesas de alimentação no valor máximo correspondente a R$ 25,00,
já os motoristas que transportam peixes e frutos do mar in natura, recebem 30% do salário
mínimo por viagem realizada a uma distancia mínima de 200km só de ida.
Na pesquisa com 360 motoristas, pode-se observar que 44,72% deles tem entre 20 a 60 anos,
31,39% tem entre 20 e 40 anos, 14,44% acima de 61 anos e 9,44% menos de 20 anos. Os
motoristas ao fazerem suas compras, 51,67% pagam suas compras parceladas e apenas
24,72% pagam a vista. Um total de 74,4% afirmam que perguntam sobre descontos a vista,
41,1%questionam sobre juros, 30,83% aceitam pagar até 3% de juros, 58.61% fazem novas
aquisições e 41,39% poupa o dinheiro. 36,11% compra um bem novo por meio de
financiamento, 37,78% compra a vista.
No que se refere a investimentos, a maioria pede informações a parentes e amigos, 32,78%
28,06% consultam o gerente do banco, os demais através de jornais e internet. Ainda foi
constatado que 53,61% utilizam o cheque especial por falta de dinheiro no final do mês. No
cartão de credito, 36,39%pagam o valor total, 23,61% não possui 15,56% pagam o valor
mínimo.
As famílias dos motoristas fazem suas compras no supermercado toda semana, um total de
55,22%, outra parte fazem as compras,quando sente falta representando um total de 23,61%,
os demais fazem compras uma vez por mês. No quesito poupança a pesquisa mostrou, que se
um dos cônjuges perdesse o emprego hoje, 32,50% afirmam que a poupança sustentaria por
seis meses a um ano, 25,83% afirma que sustentaria por mais de um ano, 24,44% menos de
seis meses, 17,23% não possuem poupança.
No item aposentadoria, 33,06% possuem uma previdência privada própria, 30% somente
INSS, 26,67% afirma que ainda é cedo e 10,28% possui bens e reservas. No controle de
54
gastos a maioria, 41,39%tem alguma forma de controle, a minoria gasta enquanto tem
dinheiro no banco.
E de um modo geral, os motoristas, dentro de suas possibilidades e conhecimentos, fazem um
planejamento familiar, pesquisando e comprando de acordo com suas decisões de compras.
Deixam as esposas como administradoras do dinheiro, em função de na maioria das vezes
estarem fora de casa, transportando as cargas com seus caminhões. Compram à vista quando
podem, pedem descontos, consomem dentro da racionalidade. Utilizam o cheque especial o
mínimo possível, procuram pagar suas prestações dentro do prazo. Usam o cartão de credito
somente numa eventual necessidade, tem poupança, para que se um deles forem demitidos
ficarem usufruindo, na media de um ano. Compram sem exceder seus orçamentos, tem idades
que variam de 18 a 60 anos.
No quesito poupança a pesquisa mostrou, que se um dos cônjuges perdesse o emprego hoje,
32,50% afirmam que a poupança sustentaria por seis meses a um ano, 25,83% afirmam que
sustentaria por mais de um ano, 24,44% menos de seis meses, e apenas 17,23% não possuem
poupança.
As famílias dos motoristas fazem suas compras no supermercado toda semana, um total de
55,22%, outra parte fazem as compras,quando sente falta representando um total de 23,61%,
os demais fazem compras uma vez por mês.
O que mais contribuiu com a síntese dos dados obtidos foram as eventuais conversas com as
esposas da família dos principais eleitos para este estudo, uma vez que detém o poder de
decidir sobre os gastos da família. Há os que trabalham e os que decidem o que fazer com o
produto do seu labor.
Como o produto desta pesquisa é inserida no mercado de transporte com vínculo profissional
direto no SITRAROIT, ressalta-se que houve destaque ascensão profissional da pesquisadora,
possível, também pelo conhecimento oferecido pela Univali por meio de graduação em
Ciências Econômicas.
55
6. LIMITAÇÕES DA PESQUISA.
Devido às viagens constantes, os motoristas designaram as esposas responderem a pesquisa, o
que pode desviar algumas informações que não são de caráter objetivo.
Dados não agrupados ou designados para a pesquisa impediram uma agilidade da extração
dos dados.
Alguns dos entrevistados eram semi analfabetos, desde modo a entrevistadora tinha que ler e
interpretar as questões.
7. RECOMENDAÇÕES PARA FUTUROS TRABALHOS.
Existe um fator de forte adaptação dos entrevistados junto aos benefícios a ele concedidos,
por tratar-se de amparos a saúde. Recomenda-se que em futuras publicações, possa se obter os
resultados do marketing, publicidade, propaganda dos itens que o sindicato dispõe.
Refazer a pesquisa depois de um período de 3 ou 4 anos, para saber se o comportamento de
consumo e de planejamento dos motoristas e suas de suas famílias alterou.
Outras entrevistas poderiam contemplar outros parentes, familiares, ou amigos dos eleitos
nesta pesquisa, ainda com erro menor e maior intervalo de confiança.
56
8. REFERÊNCIAS
RICHARD, Gerson. Excelência no atendimento a clientes: mantendo seus clientes por toda
a vida. Rio de Janeiro: Editora Qualymark , 2001.
PINHEIRO, Roberto Meireles; CASTRO, Guilherme Caldas e outros. Comportamento do
consumidor e pesquisa de mercado. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006.
MASLOW, A. H. (1975). Uma teoria da motivação humana. In: BALCÃO.
PINDYCK, Robert S.. Microeconomia. São Paulo: Editora McGraw-Hill Ltda, 1994.
KEYNES, John Maynard; A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda,Nova Cultural Ltda., São Paulo, 1996.
CERBASI. Gustavo. Casais Inteligentes Enriquecem Juntos. 57. ed. São Paulo: Gente,
2004.
SOLOMON, Michael R. O comportamento do consumidor: comprando, possuindo esendo. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2002.
UNDERHILL, Paco. Vamos às compras: a ciência do consumo. São Paulo: Campus, 1999.
SHILLER, Robert J.; Exuberancia Irracional. 1 ed,São Paulo: Makron Books, 2000.
MATUS, Carlos; Política, Planejamento e Governo. 3 ed, São Paulo: Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada, 1997.
OLIVEIRA, D. P. R.; de. Estratégia Empresarial. Uma abordagem empreendedora. 2ª ed.
São Paulo: Atlas, 1991.
VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração.São Paulo: Atlas, 1997.
57
LAFER, Betty Mindlin. Prefácio. In LAFER, Betty Mindlin (org). Planejamento no Brasil.
5o Ed. São Paulo: Perspectiva, 1997.
NUNAN, Geraldo Wilson. O Planejamento de Metas e de Programas Governamentais. In
Estudo sociais e políticos. Faculdade de Direito da Universidade de minas Gerais. Revista
Brasileira de Estudos Políticos, 1960.
KÖCHE, J. C. Fundamentos da metodologia científica: teoria da ciência e prática da
pesquisa. 15ª. ed. Petrópolis: Vozes, 1999.
LAKATOS. E. M. MARCONI de A. Metodologia científica. 2ª. ed. São Paulo: Atlas, 1991.
LAVILLE, C.; DIONNE J. A Construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em
Ciências Humanas. Porto Alegre: Artes Médicas Sul; Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa. 4ª. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
FRIGOTTO, G.; O Enfoque da dialética materialista histórica na pesquisa educacional.
1987. [mimeo].
Disponível em: http://www.ibge.gov.br
Acesso em: 25 fev.2008.
58
9. APÊNDICES
9.1 Apêndice I
INSTRUMENTO DE PESQUISA
1 – Idade:
( ) De 15 a 19 anos.
( ) De 20 a 40 anos.
( ) De 41 a 60 anos.
( ) Mais de 61 anos.
2 - Como costuma pagar suas contas:
( ) À vista. ( ) À prazo.
( ) Utiliza-se da prestação que cabe no
bolso
3 – Questiona sobre:
Desconto à vista? ( ) Sim. ( ) Não.
Prazo de pagamento? ( ) Sim. ( ) Não.
Taxa de jutos? ( ) Sim. ( ) Não.
Brindes? ( ) Sim. ( ) Não.
Se questiona a taxa de juros, até que taxa
aceita pagar?
( ) Até 3%.
( ) De 3% a 5%.
( ) Mais de 5 %.
4 – Eventualmente faz mais aquisições
ou poupa?
( ) Novas Aquisições. ( ) Poupa.
5 – Como costuma ser sua aquisição de
um bem de alto valor?
( ) Compra um bem novo, por meio de
financiamento.
( ) Guarda dinheiro para pagamento à
vista.
( ) Substitui por um bem de menos valor.
( ) Utiliza-se de outros meios.
6 – Com quem você se orienta sobre os
investimentos?
( ) Com financeiras, agencia de créditos.
( ) Com o gerente do banco.
( ) Com parentes ou amigos.
() Em jornais, revistas ou sites
relacionados ao assunto.
7 – Para qual finalidade usa o limite do
cheque especial?
59
( ) Por falta de dinheiro no final do mês.
( ) Utiliza esporadicamente.
( ) Possui, mas não utiliza.
( ) Não Possui.
8 – No cartão de credito, você?
( ) Paga o valor mínimo.
( ) Paga o valor parcial.
( ) Paga o valor total.
( ) Faz empréstimos.
( ) Não possui.
9 – Como é feita as compras no
supermercado?
( ) Faz uma vez ao mês, com lista de
compras.
( ) Faz toda semana, com lista de compras.
( ) Vai ao mercado quando sente falta de
algo, com lista de compras.
( ) Faz compras sem lista de compras.
10 – Se você, ou seu cônjuge, perdesse o
emprego hoje. Por quanto tempo a
poupança os sustentaria?
( ) Menos de seis meses.
( ) De seis meses a um ano
( ) Mais de um ano.
() Não possui nenhuma forma de
investimento.
11 – Com relação aos seus planos de
aposentadoria:
( ) Ainda é cedo para pensar nisso.
() Possui uma previdência privada ou
própria.
( ) Somente o INSS.
( ) Possui bens ou reservas.
12 – Como faz controle dos gastos?
( ) Gasta enquanto tiver saldo no banco.
( ) Tem algum tipo de controle.
() Faz planilhas dos gastos que é
periodicamente revisada.
( ) Adquiri sem orçar.
13 – Como é o seu comportamento com
as compras?
( ) Compra na primeira loja.
( ) Compra sempre na mesma loja.
( ) Faz pesquisas, e compra onde lhe
oferece mais vantagens.
() Propõe a cobertura de preço do
concorrente ou uma condição ainda
melhor
60
Imagem 23: Pesquisa aplicada junto aos Motoristas cadastrados no SITRAROITOrganização e Elaboração: autores da presente pesquisa.
9.2 Apêndice II
Resultado da PesquisaResultado da Resultado da
Pesquisa em Nº
Pesquisa em %
1 – Idade:De 15 a 19 anos. 34 9,44De 20 a 40 anos. 113 31,39De 41 a 60 anos. 161 44,72Mais de 61 anos. 52 14,44
2 - Como costuma pagar suas contas:À vista. 89 24,72À prazo. 186 51,67Utiliza-se da prestação que cabe no bolso 85 23,61
3 – Questiona sobre:Desconto à vista? 268 74,44Prazo de pagamento? 269 74,72Taxa de juros? 148 41,11Brindes? 126 35,00
Se questiona a taxa de juros, até que taxa aceita pagar?até 3%. 111 30,83de 3% a 5%. 33 9,17mais de 5 %. 12 3,33
4 – Eventualmente faz mais aquisições ou poupa?Novas Aquisições. 211 58,61Poupa. 149 41,39
5 – Como costuma fazer aquisições de um bem de alto valor?Compra um bem novo, por meio de financiamento. 130 36,11Guarda dinheiro para pagamento à vista. 136 37,78Substitui por um bem de menos valor. 65 18,06Utiliza-se de outros meios, como: ____ 29 8,06
6 – Com quem você se orienta sobre os investimentos?Com financeiras, agencia de créditos. 69 19,17Com o gerente do banco. 111 30,83Com parentes ou amigos. 108 30,00Em jornais, revistas ou sites relacionados ao assunto. 72 20,00
7 – Para qual finalidade usa o limite do cheque especial?Por falta de dinheiro no final do mês. 193 53,61Utiliza esporadicamente. 114 31,67Possui, mas não utiliza. 37 10,28Não Possui. 16 4,44
8 – No cartão de credito, você?Paga o valor mínimo. 56 15,56
62
Paga o valor parcial. 36 10,00Paga o valor total. 131 36,39Faz empréstimos. 52 14,44Não possui. 85 23,61
9 – Como é feita as compras no supermercado?Faz uma vez ao mês, com lista de compras. 76 21,11Faz toda semana, com lista de compras. 103 28,61Vai ao mercado quando sente falta de algo, com lista de compras. 85 23,61Faz compras sem lista de compras. 96 26,67
10 – Se você, ou seu cônjuge, perdesse o emprego hoje. Por quanto tempo a poupança os sustentaria?
menos de seis meses. 88 24,44de seis meses a um ano 117 32,50mais de um ano. 93 25,83não possui nenhuma forma de investimento. 62 17,22
11 – Com relação aos seus planos de aposentadoria:ainda é cedo para pensar nisso. 96 26,67possui uma previdência privada ou própria. 119 33,06somente o INSS. 108 30,00Possui bens ou reservas. 37 10,28
12 – Como faz controle dos gastos?Gasta enquanto tiver saldo no banco. 46 12,78Tem algum tipo de controle. 149 41,39Faz planilhas dos gastos que é periodicamente revisada. 118 32,78Adquiri sem orçar. 47 13,06
13 – Como é o seu comportamento com as compras?Compra na primeira loja. 98 27,22Compra sempre na mesma loja. 96 26,67Faz pesquisas, e compra onde lhe oferece mais vantagens. 134 37,22Propõe a cobertura de preço do concorrente ou uma condição ainda melhor 32 8,89
62
Quadro 07: Resultado da Pesquisa junto aos Motoristas cadastrados no SITRAROITOrganização e Elaboração: autores da presente pesquisa.