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Livro de Emmanuel Psicografia de Chico Xavier Sintonia Lição 28

Estudo do livro Roteiro, lição 28

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Livro de EmmanuelPsicografia de Chico Xavier

SintoniaLição 28

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Muitos irão recordar dos rádios de antigamente que tinham um botão que

deveria ser girado no sentido anti-horário ou vice-versa a fim de que

pudéssemos sintonizar na rádio que queríamos ouvir. As opções não eram

muitas e moderno era o rádio que sintonizava tanto em AM (Amplitude

Modulada), quanto em FM (Frequência Modulada).

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“Sintonia é um termo relativo a condição de concordância, equilíbrio e

reciprocidade entre duas partes, de acordo com o sentido figurado da palavra.

Na eletrônica, a definição de sintonia consiste na circunstância de igualdade de

frequências entre dois sistemas, que emanam as mesmas oscilações elétricas.

Quando determinada pessoa diz que precisa “sintonizar o rádio”, quer dizer que o

aparelho receptor (rádio) precisa emitir uma mesma onda de frequência do emissor

(estação de rádio) para poder captar os seus sinais radiofônicos e reproduzi-lo.

Relativamente ao sentido figurado de sintonia, quando se diz que existe “sintonia

entre duas pessoas”, significa que ambos estão em estado de acordo mútuo, ou

seja, em entendimento e harmonia, tanto no âmbito emocional, de pensamentos,

atividades e etc.

A chamada “sintonia emocional”, por exemplo, pode ser considerada de fator

decisivo na construção e consolidação das relações humanas, pois cria-se uma

afinidade entre as duas pessoas, devido a equiparação de seus objetivos ou ideais.

Etimologicamente, a palavra sintonia se originou a partir do grego suntonías,

termo que era relativo a tensão exercida entre do corpo, órgãos e espírito.” (Fonte:

https://www.significados.com.br/sintonia/)

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Compreendemos, assim, que a sintonia requer de nós um posicionamento

em harmonia com quem queremos sintonizar, seja a pessoa encarnada ou

desencarnada, apenas analisando o significado da palavra já nos é

permitido perceber que para sintonizarmos com algo ou alguém,

precisamos entrar em harmonia, vibrar na mesma frequência.

Vejamos, então, o que Emmanuel nos oferece nesta lição e busquemos

aprender com mais esta valorosa lição.

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“As bases de todos os serviços de intercâmbio, entre osdesencarnados e encarnados, repousam na mente, nãoobstantes as possibilidades de fenômenos naturais, nocampo da matéria densa, levados a efeito por entidadesmenos evoluídas ou extremamente consagradas àcaridade sacrificial.

De qualquer modo, porém, é no mundo mental que seprocessa a gênese de todos os trabalhos da comunhãode espírito a espírito.

Daí procede a necessidade de renovação idealística, deestudo, de bondade operante e de fé ativa, sepretendemos conservar o contato com os Espíritos daGrande Luz.”

Roteiro

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No livro Seara dos Médiuns, Emmanuel afirma que “pensamento

vige na base de todos os fenômenos de sintonia na esfera da

alma” e faz uma analogia entre o processo mental e a vela,

auxiliando-nos a compreender este trecho inicial da lição:

“A vela acesa arroja de si fótons ou força luminosa.

O cérebro exterioriza princípios inteligentes ou energia mental.

Na primeira, temos a chama. No segundo, identificamos a ideia.

Uma e outro possuem campos característicos de atuação, que é

tanto mais vigorosa quanto mais se mostre perto do fulcro emissor.

No fundo, os agentes a que nos referimos são neutros em si.

Imaginemos, no entanto, o lume conduzido. Tanto pode revelar o

caminho de um santuário, quanto a trilha de um pântano.

Tanto ajuda os braços do malfeitor na execução de um crime,

quanto auxilia as mãos do benfeitor no levantamento das boas

obras.

Verificamos, no símile, que a energia mental, inelutavelmente

ligada à consciência que a produz, obedece à vontade.”

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Meu mundo mental decorre da forma como vivo, o que faço, o que

procuro, o que ouço, o que sinto. Mas nem longe é algo passivo, que

apenas recebe, sem poder reagir ou participar. Meu mundo mental é onde

se processa toda a gênese da minha vida, porque tudo o que faço, penso e

sinto, inicia-se com o meu pensar. Desta forma, compreender o poderoso

auxílio de uma boa sintonia é, sem dúvida, o caminho para a solução de

muitos problemas que atingem o homem.

Precisamos, assim, sair deste processo passivo em que permitimos que

nosso mundo mental seja alimentado conforme os sabores que regem o

mundo material. Temos, hoje, a chance de escolher o alimento que a cada

instante é processado em nosso mundo íntimo. Como vivemos está

diretamente relacionado com o quem a nossa vontade já é capaz de

sintonizar.

Caminhemos mais um pouco com o livro Roteiro.

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“Simbolizemos nossa mente como sendo uma pedra inicialmente

burilada. Tanto quanto a do animal, pode demorar-se, por muitos

séculos, na ociosidade ou na sombra, sob a crosta dificilmente

permeável de hábitos nocivos ou de impulsos degradantes, mas

se a expomos ao sol da experiência, aceitando os atritos, as

lições, os dilaceramentos e as dificuldades do caminho por

golpes abençoados do buril da vida, esforçando-nos por

aperfeiçoar o conhecimento e melhorar o coração, tanto quanto a

pedra burilada reflete a luz, certamente nos habilitamos a

receber a influência dos grandes gênios da sabedoria e do

amor, gloriosos expoentes da imortalidade vitoriosa,

convertendo-nos em valiosos instrumentos da obra assistencial

do Céu, em favor do reerguimento de nossos irmãos menos

favorecidos e para a elevação de nós mesmos às regiões mais

altas.” Roteiro

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Somos pedra bruta que está sendo lapidada e este

processo envolve Pedra em si, o Martelo (ou

Malho) e o Prego (ou Cinzel), ou seja, algo em

mim será trabalhado, moldado, retirado, e isso é

o que chamamos hoje de dor.

Nossa cultura ocidental interpreta a dor como

algo negativo, que deve ser evitado e combatido.

Certamente todos nós queremos ser felizes, isto é

Universal, porém, toda reforma íntima, toda

melhoria pessoal requer esforço e novos

paradigmas e é precisamos termos força e

coragem para entrarmos neste processo que

revela belezas, que nos mostra novas faces de

nós mesmos. Como a pedra polida que brilha ou

permanece fosca e bruta, nossa vontade é o

cinzel que irá produzir as reformas que

necessitamos.

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Humberto de Campos nos conta a história de

uma conversa entre Jesus e um sacerdote e nos

mostra que já naquelas primeiras pregações o

Mestre usava o valoroso exemplo da pedra e do

cinzel:

“Nos primeiros dias do ano 30, antes de suas gloriosas manifestações, avistou-se

Jesus com o Batista, no deserto triste da Judéia, não muito longe das areias

ardentes da Arábia. Ambos estiveram juntos, por alguns dias, em plena Natureza,

no campo ríspido do jejum e da penitência do grande precursor, até que o Mestre

Divino, despedindo-se do companheiro, demandou o oásis de Jericó, uma bênção

de verdura e águas entre as inclemências da estrada agreste. De Jericó dirigiu-se

então a Jerusalém, onde repousou, ao cair da noite.

Sentado como um peregrino, nas adjacências do Templo, Jesus foi notado por um

grupo de sacerdotes e pensadores ociosos, que se sentiram atraídos pelos seus

traços de formosa originalidade e pelo seu olhar lúcido e profundo. Alguns deles

se afastaram, sem maior interesse, mas Hanã, que seria, mais tarde, o juiz

inclemente de sua causa, aproximou-se do desconhecido e dirigiu-se-lhe com

orgulho:

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— Galileu, que fazes na cidade?

— Passo por Jerusalém, buscando a fundação do Reino de Deus! - exclamou o Cristo, com modesta nobreza.

— Reino de Deus? - tornou o sacerdote com acentuada ironia. - E que pensas tu venha a ser isso?

— Esse Reino é a obra divina no coração dos homens! - esclareceu Jesus, com grande serenidade.

— Obra divina em tuas mãos? - revidou Hanã, com uma gargalhada de desprezo.

E, continuando as suas observações irônicas, perguntou:

— Com que contas para levar avante essa difícil empresa? Quais são os teus seguidores e companheiros?... Acaso terás Conquistado o apoio de algum príncipe desconhecido e ilustre, para auxiliar-te na execução de teus planos?

— Meus companheiros hão de chegar de todos os lugares - respondeu o Mestre com humildade.

— Sim - observou Hanã -, os ignorantes e os tolos estão em toda parte na Terra. Certamente que esse representará o material de tua edificação. Entretanto, propões-te realizar uma obra divina e já viste alguma estátua perfeita modelada em fragmentos de lama?

— Sacerdote - replicou-lhe Jesus, com energia serena -, nenhum mármore existe mais puro e mais formoso do que o do sentimento, e nenhum cinzel é superior ao da boa-vontade.”

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Sigamos em frente com a lição.

“A fim de atingirmos tão alto objetivo é indispensável traçar um roteiro

para a nossa organização mental, no Infinito Bem, e segui-lo sem recuar.

Precisamos compreender _ repetimos _ que os nossos pensamentos são

forças, imagens, coisas e criações visíveis e tangíveis no campo

espiritual.

Atraímos companheiros e recursos, de conformidade com a natureza de

nossas idéias, aspirações, invocações e apelos.” Roteiro

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No livro infantil Alice no País das Maravilhas, que possui valiosíssimas lições, Lewis Carrol nos oferece um oportuno diálogo entre Alice e o Gato:

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Se não temos um objetivo, qualquer direção será válida. Por esta

razão, Emmanuel nos fala para traçarmos um Roteiro para a nossa

organização mental.

Comecemos a observar desde o amanhecer, qual o nosso primeiro

pensamento? Elevo meus pensamentos em gratidão por mais um dia de

vida, ou já levanto correndo pensando em todas as atividades que

deverei desenvolver durante o dia? E a medida que o dia se passa,

desenvolvendo as variadas tarefas que a vida oferece, como está o meu

pensamento? Sou grato pelas oportunidades? Aprendo com as

dificuldades e tento superá-las com bom ânimo?

Se olharmos com franqueza, veremos que não somos tão diferentes da

pequena Alice que em terra estranha não sabia bem para onde ir.

Qual o nosso Roteiro? Qual a nossa direção? O que queremos?

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Caminhemos um pouco mais com Emmanuel.

“Energia viva, o pensamento desloca, em torno de nós, forças sutis,

construindo paisagens ou formas e criando centros magnéticos ou ondas,

com os quais emitimos a nossa atuação ou recebemos a atuação dos

outros.

Nosso êxito ou fracasso dependem da persistência ou da fé com que

nos consagramos mentalmente aos objetivos que nos propomos

alcançar.

Semelhante lei de reciprocidade impera em todos os acontecimentos da

vida.

Comunicar-nos-emos com as entidades e núcleos de pensamentos, com

os quais no colocamos em sintonia.” Roteiro

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Se passamos o dia inteiro mau humorados, reclamando da vida,

descontentes com tudo o que nos cerca, ao nos dirigirmos, ao final do

dia, em prece, os benfeitores que nos assistem, como iremos alcançar a

sintonia necessária para recebermos deles as boas vibrações?

A forma como vivemos nos dá a exata dimensão de como pensamos e

por mais duro e difícil que seja admitir isso, tudo o que nos acontece está

sob a nossa direta responsabilidade. Com o nosso pensar atraímos

pessoas, situações e sentimentos.

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“Tanto quanto te vês compelido, diariamente, a

entrar na faixa das necessidades do corpo físico,

pensando, por exemplo, na alimentação e na higiene,

és convidado incessantemente a entrar na faixa das

requisições espirituais que te cercam.

Um livro, uma página, uma sentença, uma palestra,

uma visita, uma notícia, uma distração ou qualquer

pequenino acontecimento que te parece sem

importância, pode representar silenciosa tomada de

ligação para determinado tipo de interesse ou de

assunto.

Geralmente, toda criatura que ainda não traçou

caminho de sublimação moral a si mesma assemelha-

se ao viajante entregue, no mar, ao sabor das ondas.”

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“Receberás, portanto, variados apelos, nascidos do

campo mental de todas as inteligências encarnadas e

desencarnadas que se afinam contigo, tentando

influenciar-te, através das ondas inúmeras em que se

revela a gama infinita dos pensamentos da

Humanidade, mas, se buscas o Cristo, não ignoras

em que altura lhe brilha a faixa.

Com a bússola do Evangelho, sabemos perfeitamente

onde se localizam o bem e o mal, razão por que,

dispondo todos nós do leme da vontade, o problema

de sintonia corre por nossa conta.”

(Seara dos Médiuns, lição Faixas, Emmanuel)

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Quando os espíritos nos disseram que Jesus é nosso modelo e guia

(questão 459 do Livro dos Espíritos), estavam, justamente nos dando

uma “bússula”, um direcionamento evolutivo.

Iremos aprender a lição, o progresso é lei divina e a todos,

indistintamente, atinge. A questão é que podemos escolher bons

professores que nos auxiliem a compreender as lições de que

necessitamos. Na Terra, não há melhor professor que Jesus, mas, está em

nosso querer ouvi-lo ou não.

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Caminhemos mais um pouco com a lição.

“Nos mais simples quadros da natureza,

vemos manifestado o princípio da correspondência.

Um fruto apodrecido ao abandono estabelece no chão um foco infeccioso

que tende a crescer, incorporando elementos corruptores.

Exponhamos a pequena lâmina de cristal, limpa e bem cuidada, à luz do dia,

e refletirá infinitas cintilações do Sol.

Andorinhas seguem a beleza da primavera.

Corujas acompanham as trevas da noite.

O mato inculto asila serpentes.

A terra cultivada produz o bom grão.

Na mediunidade, essas leis se expressam, ativas.

Mentes enfermiças e perturbadas assimilam as correntes desordenadas

do desequilíbrio, enquanto que a boa-vontade e a boa intenção

acumulam os valores do bem.” Roteiro

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As lições da Natureza nos permitem ver com clareza que a cadadia temos a oportunidade de modificar o nosso mundo íntimo,como diz a música “capinando a roçado dos meus íntimosquintais... e quando a roça florescer ei de ser uma paisagem quesó faz lembrar você (Pai).”

Qual o nosso mais profundo querer? Qual o nosso desejo para avida? Se ainda não o sabemos, precisamos descobrir e, aodescobrir, precisamos trilhar um caminho nesta direção. Ésimples, mas não é fácil.

Dia a dia enfrentamos forças contrárias que nos impelem apensamentos negativos e equivocados. Como agir, como resistir?

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Emmanuel nos oferece um exercício mentalinteressante, comparando estes pensamentos aotráfego de carros em uma rua, sujeitos a um sinalde trânsito. Vejamos:

“Recorramos ainda aos símbolos do trânsito.

Vigiemo-nos de espírito centralizado no bem de todos.

Se somos mentalmente visitados por ideias de crueldade ediscórdia, lamentação ou desânimo, acendamos o sinal vermelhodo “não prossigas” no espaço que medeia entre o cérebro e oslábios ou entre o pensamento e as mãos impedindo a palavrafalada ou escrita, inconveniente e destrutiva.

Unicamente, assim, o fio de nossa atenção persistirá ligado aoamor que desarma os adversários e nos faz livres,permanentemente livres das forças negativas, consideradas porinfluências do mal.” (Livro Algo Mais – lição Forças Contrárias)

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“Não prossigas”, podemos realizar este exercício atentos ao nosso

pensamento, assim como, ao dirigirmos, estamos atentos aos semáforos

do caminho.

Caminhemos para o encerramento da lição.

“Ninguém está só.

Cada criatura recebe de acordo com aquilo que dá.

Cada alma vive no clima espiritual que elegeu, procurando o tipo de

experiência em que situa a própria felicidade.

Estejamos, assim, convictos de que os nossos companheiros na Terra

ou no Além são aqueles que escolhemos com as nossas solicitações

interiores, mesmo porque, segundo o antigo ensinamento evangélico,

“tecemos nosso tesouro onde colocamos o coração”. Roteiro

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Sintonizemos na “rádio do bem”, ouçamos melodias de amor,caridade, alegria, esperança, caminhando a cada dia fortalecidospelo Evangelho do Cristo, lembrando do seu sábio dizer:

“No mundo tereis aflições, tende bom ânimo, eu venci o mundo. “

João 16:33.