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Entre o tempo representado e o(s) tempo(s) transposto(s) Vítor Oliveira 2005 Felizmente Há Luar! (1961) de Luís de Sttau Monteiro

Felizmente há luar

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Page 1: Felizmente há luar

Entre o tempo representado

e o(s) tempo(s) transposto(s)

Vítor Oliveira

2005

Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

Page 2: Felizmente há luar

“Que atitude deveremos adoptar no nosso teatro, relativamente à natureza e à sociedade, nós, filhos de um século científico?

Essa atitude é crítica: dirigindo-se à sociedade, será a transformação da sociedade.”

Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

Bertolt Brecht (1898-1956), dramaturgo, encenador e

teórico alemão

Page 3: Felizmente há luar

“Não sou uma pessoa que tenha imensa fé nos

homens (…). Tenho no progresso histórico.”

Sttau Monteiro, in entrevista no programa da TV2

“Noite de Teatro”

Luís de Sttau Monteiro (1926-1993)

Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

Page 4: Felizmente há luar

. Obra publicada em 1961

. Distinção com o Grande Prémio de Teatro da Associação Portuguesa de Escritores, em 1962

. Antestreia em Paris (Club Franco-Portugais de la Jeunesse), no dia 1 de Março de 1969

. Estreia no dia 30 de Março no Theatre de l’Ouest Parisien, pelo Teatro-Oficina Português

Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

Capa da edição do “Jornal do Foro – 1962 (duas edições)

Page 5: Felizmente há luar

. Proibição, pela censura, da sua representação em Portugal

. Afastamento face a um “intuito político imediato”, embora o autor reconheça que “foi uma espécie de espirro” contra tudo o que o irritava, na altura, em Portugal:

“- a torpeza

- a sacanice

- a cobardia dos que se acomo-

dam”.

Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

Capa da edição da Portugália - 1962

Page 6: Felizmente há luar

. Sucesso editorial: 160 mil exem-plares vendidos nas primeiras edi-ções

. Peça objectivada não na represen-tação de uma acção ou perso-nagem histórica mas na reflexão do presente, baseada na analogia com um momento histórico

. Técnica de distanciação: olhar crí-tico face à acção representada e orientado para a percepção, o jul-gamento de formas de injustiça e/ou de opressão que possam ser reflexo do que caracteriza a actua-lidade

Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

Capa de uma edição da Ática - 1963

Page 7: Felizmente há luar

. Obra com um fundo histórico: revolta liberal frustrada, em 1817, dinamizada pelo “Supremo Con-selho Regenerador de Portugal, Brasil e Algarves”, visando afastar os ingleses do controlo militar do país e formar novo governo

. O contexto da escrita e da primeira representação: início da década de sessenta marcado pela contestação crescente ao regime ditatorial de Salazar

. Um texto entre dois contextos (um texto-metáfora)

Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

Capa de outra edição da Ática

Page 8: Felizmente há luar

. Primeira representação em Portugal,

em 1978 (após o 25 de Abril de 1974), no Teatro

Nacional D. Maria II,

numa encenação a

cargo do próprio autor

Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

Capa de edição da Areal - 1999 Capa de edição da Areal - 2004

Page 9: Felizmente há luar

Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

Texto dramático em dois actos

. Populares descrentes e revoltados face à incapacidade de mudança: desesperança. Focalização no contexto anterior (prisão do general). Predomínio da esfera emotiva, íntima, afectiva. Confronto da sensibilidade com o poder. Apoteose trágica: general executado e hino ao inconformismo

ACTO II

Um cenário dominado pela

presença ausente de um homem

. Populares desanimados e descontentes: esperança?

. Focalização no contexto histórico (invasões francesas, domí- nio inglês, ausência do rei, poder absoluto da regência). Predomínio da esfera político-social. Orquestração da prisão do general Gomes Freire de Andrade. Triunfo do poder totalitário: irreversibilidade das decisões to- madas

ACTO I

Page 10: Felizmente há luar

Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

Uma obra que ecoa o nome de um só homem

o companheiro de Matilde de Melo

o primo odiado por Miguel Forjaz

o vindicado pelo Principal Sousa

o potencial rival de Beresford

a esperança dos indigentes

o amigo de Sousa Falcão

a vítima dos governadores, dado o perigo de influência

que representa

o “estrangeirado”o “herói”

Page 11: Felizmente há luar

Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

Uma obra de contrastes

CONTRAPODER

PODER

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Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

Uma obra que reflecte o jogo de interesses

VICENTE

POLÍCIAS

MORAIS SARMENTO

ANDRADE CORVO

Page 13: Felizmente há luar

Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

Uma obra que assume a presença da resistência

MATILDE

SOUSA FALCÃO

FREI DIOGO

CANÇÕES

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Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

Uma obra que aspira à libertação e ao ideal da liberdade

Gomes Freire de Andrade: o grande carácter da coragem

e da esperança

O General éapresentado na esfera

afectiva / íntima

O General éapresentado na esfera

social / militar

O Antigo Soldado

Manuel

Matilde de Melo

A. Sousa Falcão

Page 15: Felizmente há luar

Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

a miséria que envolve os sobreviventes

a denúncia e a renúncia do mal

a duplicidade das palavras

a vitória sobre o mal, pela coragem e esperança dos grandes carácteres

Uma obra que espelha…

Page 16: Felizmente há luar

“Foi aquela peça em que um homem

voltado para o dia seguinte

– o Gomes Freire – foi morto

pela gente da véspera.”

Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

Sttau Monteiro encontrava-se preso no

Aljube quando Felizmente Há Luar! foi

premiado pela Associação Portuguesa

de Escritores.

Page 17: Felizmente há luar

“Dezassete anos depois da sua edição, o texto de Luís de Sttau Monteiro, Felizmente Há Luar!, subiu à cena do Teatro Nacional D. Maria II, Casa de Garrett. E, curiosamente, encenada pelo autor. A noite de estreia encheu a majestosa sala de espectáculos. Foi, sem dúvida, um acontecimento cultural que a Democracia felizmente permitiu. O fascismo não consentia a sua teatralização, já que a imagem do General Gomes Freire de Andrade – herói da peça – se parecia muito com a figura carismática do ‘general sem medo’ que fizera tremer o edifício salazarista.”

in Jornal de Notícias, 1 de Outubro de 1978

Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

Capa do folheto da peça (29 de Setembro de 1978)

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Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

Viveu num tempo que mutilou obras; que perseguiu e privou da liberdade todos aqueles que constituíam uma ameaça ao poder instituído

Inspirou-se num tempo que, à semelhança do presente da escrita, se aproxima da comum esperança na chegada da liberdade

Escolheu a lua, o verde e a árvore como símbolos da mudança, da esperança, da evolução e regeneração a que se aspira

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Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

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Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

BIBLIOGRAFIA

Fotografias gentilmente cedidas pelo Teatro Experimental do Porto

DELGADO, Isabel L. (2000) – Para uma Leitura de Felizmente Há Luar! de Luís de Sttau Monteiro, Lisboa, Editorial Presença

MONTEIRO, Luís de Sttau (1999) – Felizmente Há Luar!, Porto, Areal Editores

VILAS-BOAS, António et al. (2001) – Felizmente Há Luar! Um texto entre dois tempos – Leitura didáctica da obra, Porto, Edições Asa

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Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

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Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

. Absolutismo de D. Miguel Forjaz

. Governação do Principal Sousa

. Influência militar de Beresford e interferência política

. Gomes Freire de Andrade

. Grupos-sombra: dois polícias e Vicente

. Miséria e ignorância dos populares

. Repressão ideológica

. Política ditatorial de Salazar

. Influência do Cardeal Cerejeira

. Conivência de alguma política estrangeira com a situação do país

. General Humberto Delgado

. Grupos-sombra: polícia política (PIDE) e delatores

. Miséria e ignorância dos populares

. Censura e perseguição

TEXTO-METÁFORA

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Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

Uma obra que denuncia o poder opressor

GeneralBeresford

Domínio inglês

Pragmatismo polí-tico

Arrogância face ao país e aos restantes governadores

Mercenário

D. Miguel Forjaz

Principal Sousa

Representante da aristocracia e do absolutismo

Atitude de sobran-ceria

Estratega na manu-tenção do poder

Rosto da instituição eclesiástica

Comprazimento na ignorância e sub-missão do povo

Hipocrisia e mani-pulação

Conselho de Regência: receio de perda de posição

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Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

Uma obra que denuncia o drama colectivo de um povo

. Dos deserdados da sorte e do berço, que lutam para sobreviver ao mal

. Entre a esperança e a desilusão da acção transformadora

. Com falta de liberdade de expressão e de movimentos

. Contra a miséria que se revela inalterável

. Numa situação de pobreza extrema

. Com um sarcasmo inofensivo

. À espera de ajuda exterior

. Sem acção, por falta de um líder

. Com a presença de um grupo-sombra: os delatores

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Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

o insurgido contra os desígnios da sorte e das diferenças sociais

o crítico à actuação política dos governadores e do rei

o popular consciente do condicionamento do povo (o que irá resolver em termos individuais)

o traidor da própria classe (delator)

o bajulador (hipócrita) do poder

o agitador, provocador das forças políticas

o interesseiro, ambicioso (busca da promoção)

VICENTE

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Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

os representantes dos polícias (“iguais a todos os polícias”), que cumprem “sempre a mesma coisa: rondas, feiras, serviço à porta deste ou daquele”

os da classe intermédia: entre os poderosos e os oprimidos

os cumpridores dos desígnios e das intenções dos poderosos

os que esperam gozar dos favores que a chefia lhes possa proporcionar (cf. o interesse de ver Vicente como Chefe)

POLÍCIAS

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Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

os dois oficiais que revelam falta de carácter ao contri-

buírem para a delação

os elementos da maçonaria

os defensores dos valores materiais

os subservientes da regência, em busca da promoção, por

actos de denúncia

os embuçados que mantêm a duplicidade dos denunciantes

ANDRADE CORVO

MORAIS SARMENTO

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Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

“Um dia encontramos o nosso homem a so- nhar um outro mundo – sabemos que essesonho põe termo à paz que tanto desejamos,e, mesmo assim, queremos dizer-lhe que si-ga o seu caminho, que iremos com ele até aofim, mas não sabemos por onde começar… Mas é preciso começar! Estivesse eu em S.Julião da Barra, e já ele teria dado a sua vida por mim. (Pausa)Vou enfrentá-los. É o que ele faria se aqui es-tivesse e – quem sabe? - talvez Deus me oi- ça.”

in Felizmente Há Luar!, Acto II, pp. 90-91

EXCERTO A

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Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

“ SOUSA FALCÃO

Todos somos chamados, pelo menos umavez, a desempenhar um papel que nos su-pera. É nesse momento que justificamos o resto da vida perdida no desempenho depequenos papéis indignos do que somos. Chegou a nossa hora, Matilde. Vamos.” in Felizmente Há Luar!, Acto II, pp. 89

EXCERTO B

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Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

“ FREI DIOGO

A misericórdia de Deus é infinita. Tão grande que os homens não apodem conceber. Haja o que houvernão julgue a Deus pelos homens quefalam em Seu nome. (…)

(Para Matilde) Não faça a Deus o que os homensfizeram ao general Gomes Freire: nãoO julgue sem O ouvir. Deus carece cada vez mais desse direito. ”

in Felizmente Há Luar!, Acto II, pp. 128

EXCERTO C

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Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

“ PRINCIPAL SOUSA

Se a um ministro de Deus é permitido odiar,que o Senhor, um dia, perdoe o ódio que te-nho aos Franceses… Veja, Sr. D. Miguel, como eles transforma-ram esta terra de gente pobre mas feliz numantro de revoltados! Por essas aldeias fora écada vez maior o número dos que só pensamaprender a ler… Dizem-me que se fala aber-tamente em guilhotinas e que o povo canta pelas ruas canções subversivas.” in Felizmente Há Luar!, Acto I, pp. 40

EXCERTO D

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Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

“O Antigo Soldado

Estas cantigas são inventadasNo regimento de Freire d’AndradeSão cantadas com o estiloDe lá ré ó liberdade.”

in Felizmente Há Luar!, Acto I, p. 18

EXCERTO E

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Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

“(Encaminha-se para a esquerda do palco)

Era tão fácil… Tão mais fácil que tudo isto…

(…) Era como se estivéssemos outra vez lá fora, longe das intrigas mesquinhas em que esta gente se perde e perde a vida…

(Pausa)

…, agora, estou sozinha. Sozinha e rodeada de inimigos numa terra hostil a tudo o que é grande, numa terra onde só cortam as árvores para que não façam sombra aos arbustos…”

in Felizmente Há Luar!, Acto II, Areal Editores, p.85

EXCERTO 1

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Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

“Sousa Falcão

(…) O Reino caiu nas mãos duma gente mesquinha que chama alma ao estômago e que eleva regulamentos policiais à categoria de princípios sagrados… Eu bem lhes dizia que não voltassem!... Matilde: sempre que chega alguém de fora, abalam os alicerces do Reino! Os reis do Rossio vivem no pavor de toda e qualquer pessoa capaz de gritar que eles vão nus.”

in Felizmente Há Luar!, Acto II, p. 86

EXCERTO 2

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Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

“O Antigo Soldado

Um amigo do povo!Um homem às direitas! Quem fez aquele não fez outro igual…

Manuel

Se ele quisesse…”

in Felizmente Há Luar!, Acto I, pp. 20-21

EXCERTO 3

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Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

“(Olha para o céu)

Vem aí a madrugada…

(Respira fundo, enchendo os pulmões de ar)

O céu está carregado de estrelas e o ar tão puro, que só de cheirá-lo nos sentimos outros!

(Pausa)

Ah! Senhora, se o general estivesse esta noite aqui, levava-nos com ele até ao fim do mundo!”

in Felizmente Há Luar!, Acto II, p. 108

EXCERTO 4

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Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

a voz consciente e crítica dos populares, capaz de utilizar a arma do sarcasmo

o trabalhador na realidade dura da “descarga das barcaças”

o exemplo do homem na relação típica com a mulher (Rita): entre o dominador e o afectivo

o indeciso na acção, pela noção de impotência para alterar a situação de miséria em que vive

o desesperançado, dada a evolução adversa da situação que repetidamente vive

MANUEL

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Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

a “companheira de todas as horas” do General, algo desligada do mundo exterior

a desamparada: perdeu o filho (morte) e perde o companheiro (prisão e morte)

a invectivadora de um grupo popular (que não a apoia)

a revoltada contra as incongruências do mundo

a resistente, evoluindo da individualidade para a consciência da realidade sócio-política (assu-me o papel que poderia ter sido o de Gomes Freire de Andrade)

MATILDE

Page 39: Felizmente há luar

Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

Felizmente Há Luar!

Luar expõe a ameaça, o o perigo dos dissidentes

Luar permite visualizar as fogueiras (dissuasão,repressão e terror)

Luar é adjuvante dopoder e do controlo poreste exercido

D. Miguel Forjaz

Luar associa-se à renova-ção regeneradora

Luar ilumina a ousadacrença na mudança

Luar incita a esperança do contrapoder

Matilde de Melo

Luar simboliza:. o devir temporal

. a morte e o renascer

. a passagem para estádios de vida mais libertadores

. a evolução

Luís de Sttau Monteiro

Page 40: Felizmente há luar

Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

Lisboa há-de cheirar toda a noite a carne assada, (…), e o cheiro há-de- -lhes ficar na memória durante muitos anos… Sempre que pensarem em discutir as nossas ordens, lembrar-se- -ão do cheiro…

(Com raiva)

É verdade que a execução se prolon-gará pela noite, mas felizmente há luar…

in Felizmente Há Luar!, Acto II, Areal Editores, p.131

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Felizmente Há Luar! (1961)

de Luís de Sttau Monteiro

(Para o povo) Olhem bem! Limpem os olhos no clarão daquela fogueira e abram as almas ao que ela nos ensina…

(Pausa)

Felizmente – felizmente há luar!

Felizmente Há Luar!, Acto II, Areal Editores, p.140

É quase um grito.