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PORQUE AMO MARIA Pe. Júlio Maria Lombarde
SANTOS E
FESTAS DO MÊS:
01– São José operário;
02– Santo Atanásio;
03– Invenção da Santa Cruz;
04– Santa Mônica;
05– São Pio V;
09– São Gregório Nazianzeno;
10– Santo Antonino;
13– Nossa Senhora de Fáti-
ma;
15– São João Batista de La
Salle;
20– São Bernardino de Sena;
22– Santa Rita de Cássia;
24– Nossa Senhora Auxiliado-
ra;
26– São Felipe Neri;
31- Festa de Maria Rainha.
N E S T A
E D I Ç Ã O :
Por que amo Maria 1
Símbolo Mariano 2
Continuação 3
Catecismo 4
Maio/ 2014 Edição 12
A Família Católica C A P E L A N O S S A S E N H O R A D A S A L E G R I A S
M Ê S D E M A R I A
“Que Deus se rebaixe, até qualificar de servo seu o anjo e o ho-mem isto já é admirável, porque o que vale o homem? Mas que Deus, rebaixando-se ainda mais, chegue a chamar os homens seus amigos, é divino. Entretanto, o seu amor por nós aí não se limita, ele nos chama “seus filhos”. Quem poderá compreender o que quer dizer ser filho de Deus? O homem fraco e pecador pode e deve até chamar a Deus seu Pai! Mas que dizer, quando Deus chama uma alma, que está em es-tado de graça, sua esposa, sua pomba, sua querida? Entretanto, estes títulos são co-muns a todas as almas puras. Mas não achamos nós ser uma humilhação da parte de Deus, e da parte de Maria uma elevação que ultrapassa todas as nossas concepções, ao vermos escolher uma jovem virgem de catorze anos para fazer dela a sua Mãe, chamá-la sua Mãe, e obedecer-lhe em tudo qual filho? Jamais a anjo algum Deus disse como a Maria: Vós sois minha Mãe, vós me gerastes no tempo! Mandar-me-eis em qualidade de Mãe, e quero servir-vos e obede-cer-vos como filho. Nada mais me admira do que ver a Santíssima Virgem escutar estas palavras sem morrer de do-çura, de terror e de confusão! Mas o amor é mais forte que a morte, e só o amor a impede de morrer.”
“Creio, ó Maria, segundo revelastes a
Santa Brígida, que sois a Rainha do Céu
e a Mãe de clemência; a alegria dos
justos e o caminho que leva a Deus;
creio não haver homem tão perverso
que, em vida, seja privado de vossa mi-
sericórdia; e que o pecador mais inimigo
de Deus volta a seus braços e consegue
o perdão se vos invoca, e que será eter-
namente miserável todo aquele que,
podendo, não recorre a vós.
Creio que sois a Mãe de todos os ho-
mens e que, na pessoa de São João, a
todos nos recebestes por filhos, conso-
ante a vontade de Jesus.
Creio, como declarastes a Santa Brígi-
da, que sois Mãe de todos os pecadores
que se querem emendar e ante o trono
de Deus clamais por eles: Tende piedade
de mim!
Creio, com Santo Agostinho, que sois
nossa vida, e depois de Deus, a única
esperança dos pecadores.
Creio que sois tão benigna para com
os pecadores como aparecestes a Santa
Gertrudes, o manto aberto, sob qual se
refugiavam animais ferozes: leões, ur-
sos, tigres; e que ao invés de os repelir-
des, os acolhíeis e afagáveis. Creio que
por vós recebemos o dom inestimável da
perseverança, porquanto seguindo-vos
não me transviarei, suplicando-vos não
desesperarei, segurando-me a vós não
cairei, protegendo-me vós não temerei,
acompanhando-vos não me cansarei e
até vós hei de chegar se me fordes propí-
cia. Creio que sois o alento e a força dos
cristãos, sobretudo na hora da morte, e
que dissestes a Santa Brígida que, como
Mãe lhes acudis então consolando-os e
aliviando-os; e que, como revelastes a
São João de Deus, nunca abandonais
vossos devotos no momento da morte.
Creio que sois a esperança de todos,
máxime dos pecadores. A cidade de
refúgio dos que mais precisam de prote-
ção.
Creio que sois a protetora dos que
merecem a condenação, a esperança
dos desesperados; com Santa Brígida,
creio ter-vos dito Jesus que para o pró-
prio demônio alcançaríeis misericórdia
se este vô-la implorasse humildemente.
E, com São Boaventura, creio que não
rejeitais pecador algum por mais hedion-
do, se por vós suspira, e com mão piedo-
sa o tirais do abismo do desespero.
P á g i n a 2 A F a m í l i a C a t ó l i c a
Creio que quereis ajudar a todos os que
vos invocam e deles sois a salvação; e que
mais desejais dar-nos vossas graças do
que nós recebê-las.
Creio o que revelastes a Santa Gertru-
des, que abris as dobras de vosso manto
para acolherdes a todos os que a vós re-
correm e que os anjos se ocupam em
defender vossos devotos dos assaltos do
inferno; que prevenis com vossa proteção
os que vos buscam e, mesmo quando não
solicitada, correis em seu auxílio; que
aquele que quereis salvo, será salvo.
Creio, firmado nas palavras que dirigis-
tes a Santa Brígida, que os demônios, em
ouvindo o nome de Maria, imediatamente
abandonam a alma.
Creio, com os Santos Jerônimo, Epifânio,
Antonino e outros, que o vosso nome veio
do Céu e vos foi imposto por ordem de
Deus.
Creio, com Santo Antônio de Pádua, que
vosso nome tem as mesmas doçuras que
São Bernardo atribuía ao nome de Jesus:
O vosso nome, ó Maria, é harmonia para o
ouvido, favo de mel para os lábios e bálsa-
mo para o coração.
Creio não haver, depois do nome de
Jesus, outro, além do vosso, donde as
almas haurem tanta graça, esperança e
consolação. Com São Boaventura, confes-
so que vosso nome não pode ser proferido
sem grande vantagem. Creio o que disses-
tes a Santa Brígida, não haver alma tão
fria no amor de Deus que, invocando vos-
so nome com propósito de arrependimen-
to não se afaste logo dela o demônio.
Creio que a vossa intercessão é moral-
mente necessária para a salvação, que
todas as graças que Deus dispensa pas-
sam por vossas mãos, que todas as mise-
ricórdias que foram dispensadas aos ho-
mens o foram por vosso intermédio e que
ninguém pode entrar no Céu se não passa
por vós, que sois a porta.
Creio que sois a cooperadora de nossa
justificação, a autora da salvação do ho-
mem, a reparadora de todo gênero huma-
no, a corredentora, a salvação do univer-
so. Que no mar deste mundo naufragam
certamente todos os que navegam fora da
arca de vossa proteção; creio que a nin-
guém é franqueado o caminho da vida
senão por vós e que ninguém se salva se
lhe não valeis.
Creio que Deus determinou não conce-
der graça alguma que não passe por vós;
que nossa sorte está em vossas mãos e
que pedir graças sem recorrer a vós, é o
mesmo que pretender voar sem asas.
Creio que em vão recorre aos outros
Santos quem não é por vós protegido; que
o que não podem alcançar todos os San-
tos juntos, o podeis sozinha; creio que se
vós vos calardes ninguém orará, mas se
vós orardes, todos os Santos se ajuntarão
na mesma vossa oração. Creio, com San-
to Tomás, que sois a única esperança de
vida e, com Santo Agostinho, que só vós,
no Céu, estais sempre solícita por nós.
Creio que sois a tesoureira de Jesus,
que ninguém recebe favor de Deus senão
por vós e quem vos encontra, encontra
todo o bem.
Creio que um desejo vosso é mais efi-
caz que os sufrágios juntos de todos os
Santos e, com São João Damasceno, que
podeis salvar a todos.
Creio que sois advogada que não recu-
sa defender a causa dos maiores celera-
dos. E, com Santo André Cretense, dir-vos
-ei: Salve, celeste reconciliadora dos ho-
mens! E, com São Germano: Vós não vos
cansais de me defender!
Creio que sois a pacificadora entre os
pecadores e Deus, o engodo dulcíssimo
criado para prender os homens, especial-
mente os pecadores, a fim de levá-los a
Ele, conforme revelação do mesmo Se-
nhor a Santa Catarina de Sena; e que
assim como o ímã atrai o ferro, assim vós
atraís os corações mais duros, o que de-
clarastes a Santa Brígida.
Creio que sois toda misericórdia para
compadecer nossa fraquezas e socorrer-
nos; e por isto vos direi com Santo Epifâ-
nio: Cheia de misericórdia, título este
confirmado com o que de vós ouviu Santa
Brígida, quando vos perguntou Jesus:
Mãe, peça-me o que deseja. E vós: Peço
misericórdia para os pecadores.
Creio que a inata misericórdia de vosso
coração que tivestes ainda nesta terra
para com os delinquentes, é maior agora
que reinas no Céu, como o sol se avanta-
ja à lua em resplendor, conforme a com-
paração de São Boaventura. E como os
corpos celestes e terrestres são alumia-
dos pelos astro rei, assim, não há no
mundo, quem não participe de vossa
misericórdia, consoante o que revelastes
a Santa Brígida.
Creio, com São Boaventura, que vos
ofendem não só os que vos injuriam, mas
também os que não vos invocam. E com o
mesmo Santo, creio que todo o que for
fiel em vos obsequiar está longe de se
perder; e isto mesmo creio, com Santo
Hilário, o qual atesta que por mais peca-
dor que tenha sido alguém, se for vosso
devoto não perecerá eternamente. E, com
o mesmo São Boaventura, creio que
quem faz pouco de vós morrerá nos pró-
prios pecados. Que quem vos não invoca
em vida, não chegará ao reino de Deus,
nem haverá esperança de salvação para
Símbolo mariano São Gabriel de Nossa Senhora das dores
Pe. Sílvio, passionista
os de quem desviardes vossos olhos
misericordiosos.
Creio, com Santo Efrém, que a devo-
ção para convosco, é o passaporte da
salvação. Creio, com Santo Anselmo,
que não cairá na eterna maldição aque-
le por quem uma só vez houverdes ora-
do; e que ser vosso devoto é possuir tais
armas que Deus não dispensa senão
aos que quer absolutamente salvos,
como nos garante São João Damasceno.
Com Santo Antônio, creio que assim
como é impossível se salvem os de
quem tirardes vossos olhos misericordio-
sos, assim necessariamente se salvam e
são glorificados aqueles a quem volveis
vosso olhar intercedendo por eles.
Creio no que revelastes a Santa Brígi-
da que sois Mãe de todas as almas do
Purgatório e as penas que sofrem por
suas culpas vem sendo aliviadas a todo
momento por vossas preces.
Creio, com Santo Afonso, que sobre-
maneira felizes e afortunados são vos-
sos devotos e, com São Bernardo, que
lhes abreviais os tormentos do Purgató-
rio; e que Santa Brígida ouviu Jesus di-
zer-vos: “Vós sois, ó minha Mãe, a Mãe
de misericórdia, o alívio dos que sofrem
no Purgatório”.
Creio que, ao subir ao Céu, pedistes e
obtivestes o conduzir em vossa compa-
nhia todas as almas que se achavam
então no Purgatório. Creio igualmente,
segundo prometestes ao Papa João XXII,
que os confrades do Carmo, no primeiro
sábado após a morte, serão livres das
chamas do Purgatório.
Vós sois a entrada para a celeste Jeru-
salém, a porta do Céu, a estrada do
Paraíso.
Creio, com São Boaventura, que no
Céu exerceis vosso poder ali introduzin-
do quantos vos apraz. Por vossa media-
ção abre-se o Céu, despovoa-se o infer-
no e o Paraíso se enriquece de almas;
aos miseráveis que temiam condenar-
se, foi-lhes por vós franqueada a salva-
ção.
Creio que os que em vós se firmam,
não pecarão e que os que vos louvam,
terão a vida eterna. Sois a marinheira
celeste que conduzis ao porto da felici-
dade vossos devotos, dentro do batel de
vossa proteção, como fizestes ver a
Santa Maria Madalena de Pazzi; por isto,
com São Bernardo, creio que ser vosso
devoto é sinal certíssimo de salvação; e,
com o Bem-aventurado Alano, creio que
o hábito de vos saudar frequentemente
com a Ave-Maria, é sinal evidente de
predestinação à Glória; e, com Guérrico,
abade, que quem é verdadeiramente
vosso devoto, está tão certo do Paraíso
como se já estivera de posse dele.
Creio, com Santo Antonino, que não
há entre os Santos quem como vós se
compadeça de nossas fraquezas, ó San-
tíssima Virgem Maria: dais mais do que
se vos pede; aonde há miséria, vós cor-
reis com vossa misericórdia. Procurais
constantemente a quem salvar. Com o
abade Celles vos direi que os que se
vêem na iminência de serem condena-
dos pela justiça de vosso Filho vós os
salvais, ó Mãe de misericórdia!
Creio no que o Senhor revelou a Santa
Brígida: Se não nos valessem vossas
orações, não haveria esperança de
misericórdia para nós. E creio, com São
Fulgêncio, que o Céu e a terra já teriam
sido destruídos se não houvésseis inter-
posto vossa mediação.
Creio no que foi dito a Santa Matilde
que tínheis de vós tão baixo conceito
que, embora colmada de tantos dons, a
ninguém vos preferistes jamais. E pelas
palavras que dirigistes a Santa Isabel,
tenho por certo que vos julgáveis des-
prezível e indigna da graça.
Creio, ó Mãe, com Santa Brígida, que
merecestes a divina maternidade por-
que estáveis persuadida de nada ser e
de nada possuir.
Creio que, por humildade, velastes a
São José a conceição divina, embora
manifestá-la parecesse necessário; que
servistes a Santa Isabel e sempre esco-
lhestes o último lugar.
Creio no que revelastes a Santa Brígi-
da: que tínheis tão baixa estima de vós
porque no vosso coração conhecestes
nada ser e nada possuir por vós mesma
e que nunca procurastes vossa honra,
mas só a glória do Criador.
Com São Bernardino confesso não ter
havido criatura que se tenha humilhado
tanto como vós e que no mundo não
existe humildade comparável à vossa.
Creio que foi tão intenso o fogo de
amor de Deus em que ardíeis que, colo-
cados nele o Céu e a terra, num mo-
mento seriam abrasados; e confronta-
dos com o vosso, eram frescas áureas
os ardores dos serafins.
Creio que só vós cumpristes perfeita-
mente o preceito: Ama a Deus; e que
vosso amor, desde o primeiro momento
de vossa vida, superou o amor que
todos os anjos e homens consagram a
Deus; e que os bem-aventurados sera-
fins podiam descer à terra para apren-
der do vosso coração a maneira de
amar a Deus.
Creio, com São Boaventura, que por
causa desse fogo divino, fostes livre de
qualquer tentação e que, como o des-
tes a conhecer a Santa Brígida, só com
Deus vos importáveis e nada fora dele
vos seduzia.
Creio com Suarez, Roberto, São Ber-
nardino, Santo Ambrósio, que, enquan-
to repousáveis à noite, vossa alma
velava e que o mesmo sono não vos
impedia de amar a Deus, ajustando-se
também a vós aquilo da Escritura: “Eu
durmo, mas meu coração vela”. Creio
que, enquanto vivestes na terra, conti-
nuamente estáveis amando a Deus;
que fizeste sempre seu beneplácito;
que fostes repleta de tão súbita carida-
de que mais não poderia ter uma cria-
tura e, ferindo com vosso amor o cora-
ção de Deus, o atraístes a vós.
Creio que amastes de tal modo ao
próximo que não houve e não haverá
quem nisto se vos avantaje. E que se
juntarmos o amor de todas as mães
para com seus filhos, de todos os espo-
sos para com suas esposas e de todos
os Santos e Anjos para com seus devo-
tos, não alcançaria o amor que dispen-
sais a uma só alma; e que todo o amor
materno em peso, é sombra em com-
paração do amor que tendes a cada
um de nós. Creio, com Santo Agostinho,
que vossa fé abriu o Céu desde o ins-
tante que destes consentimento ao que
o Anjo vos anunciou.
Creio, com Suarez, que tivestes mais
fé que todos os homens e Anjos e que
quando os mesmos discípulos duvida-
vam, não duvidastes vós; com São Ciri-
lo, vos saúdo: Cetro da verdadeira Fé!
Creio que sois a Mãe da santa espe-
rança e o modelo da confiança em
Deus. Fostes mortificadíssima; creio o
que os santos Epifânio e Damasceno
afirmaram de vós: que mortificastes os
olhos, tendo-os sempre no chão, sem
jamais fixá-los em quem quer que fos-
se.
Creio no que revelastes a Santa Isa-
bel, beneditina, que não tivestes virtu-
de alguma que não houvésseis mereci-
do com o trabalho e com a oração;
creio no que dissestes a Santa Brígida,
que distribuístes pelos pobres tudo
quanto possuíeis e não reservastes
senão um pouco de alimento e a roupa
necessária; creio que as riquezas do
mundo as desprezastes como lodo;
creio firmemente que fizestes voto de
pobreza.
Creio que vosso poder é superior aos
de todos os Santos e Anjos e que vossa
santidade é tão imensa que só Deus
conhece.
Creio, com Alberto Magno, que depois
do ser Deus, vem o ser Mãe de Deus;
que não poderíeis unir-vos mais intima-
mente a Ele senão tornando-vos Deus.
Creio que a dignidade de Mãe de
Deus é, de sua natureza, infinita e que
A F a m í l i a C a t ó l i c a E d i ç ã o 1 2
vosso estado é o sumo a que pode ser
elevada uma criatura; confesso, com São
Boaventura, que o ser Mãe de Deus é a
máxima dignidade que se possa conferir
a simples criatura e que Deus não pode
dar outra maior. Que pode criar um mun-
do mais vasto, um céu mais esplendoro-
so, mas, não uma criatura superior a vós,
sua Mãe. Creio que para vós foi criado o
universo e que para vós se mantém. Que
com Deus estáveis desde o princípio da
criação e que por amor de vós não destru-
iu o homem depois da queda.
Creio que Deus vos enriqueceu em su-
mo grau de todas as graças e dons gerais
e particulares conferidos às demais cria-
turas; creio no que o Senhor revelou a
Santa Brígida que vossa beleza supera a
de todos os homens e Anjos juntamente;
creio que vossa beleza dissipava os estí-
mulos da carne, inspirando em quem vos
via sentimentos puros.
Creio que, em criança, além da inocên-
cia, tivestes a santidade e o pleno uso da
razão. Creio que fostes Virgem antes do
parto, no parto e depois do parto; que
fostes Mãe-Virgem. Que na vida ativa
trabalháveis, mas sem vos distrair da
união com Deus; e na contemplativa,
estáveis concentrada em Deus, sem pre-
juízo de vosso deveres. Que fostes sujeita
à morte, mas isenta de suas angústias e
da corrupção.
Creio, com Alberto Magno, que fostes a
primeira sem nenhum conselho nem
exemplo, a oferecer a Deus vossa virgin-
dade, e a ele consagrastes todas as vir-
gens que nisto vos imitaram, das quais
todas sois o modelo. Creio que por vós se
manteve virgem vosso puríssimo Esposo,
São José, e preferíeis renunciar à dignida-
de de Mãe de Deus, a perder a virginda-
de.”
Nota: São Gabriel não chegou a terminar
o manuscrito, deixando-o incompleto.
Da Ave-Maria
324) Que oração costumamos rezar depois do Padre-Nosso?
Depois do Padre-Nosso rezamos a saudação angélica, isto é, a Ave-Maria, por meio da
qual recorremos à Santíssima Virgem.
325) Por que é a Ave-Maria chamada saudação angélica?
Chama-se a Ave-Maria saudação angélica, porque principia com a saudação que dirigiu
à Virgem Maria o Arcanjo São Gabriel.
326) De quem são as palavras da Ave-Maria?
As palavras da Ave-Maria são, em parte do Arcanjo São Gabriel, em parte de Santa
Isabel e em parte da Igreja.
327) Quais são as palavras do Arcanjo São Gabriel?
As palavras do Arcanjo São Gabriel são: “Ave, cheia de graça; o Senhor é convosco,
bendiga sois vós entre as mulheres”.
328) Quando disse o Anjo a Maria estas palavras?
O Anjo disse a Maria estas palavras quando Lhe foi anunciar da parte de Deus o misté-
rio da Encarnação, que n'Ela devia operar-se.
329) Que temos em vista ao saudarmos a Santíssima Virgem com as mesmas palavras
do Arcanjo?
Ao saudarmos a Santíssima Virgem com as mesmas palavras do Arcanjo, nós nos con-
gratulamos com Ela, lembrando os dons e singulares privilégios com que Deus a favo-
receu de preferência a todas as outras criaturas.
330) Quais são as palavras de Santa Isabel?
As palavras de Santa Isabel são: “Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o
fruto do vosso ventre”.
331) Quando disse Santa Isabel estas palavras?
Santa Isabel disse estas palavras, inspirada por Deus, quando, três meses antes de
nascer seu filho João Batista, foi visitada pela Santíssima Virgem, que já trazia no seio
o seu Divino Filho Jesus.
332) Que fazemos ao dizer estas palavras?
Ao dizer estas palavras de Santa Isabel, congratulamo-nos com Maria Santíssima pela
sua excelsa dignidade de Mãe de Deus, bendizemos a Deus e damos-Lhe graças por
nos ter dado Jesus Cristo por meio de Maria.
333) De quem são as demais palavras da Ave-Maria?
Todas as demais palavras da Ave-Maria foram acrescentadas pela Igreja.
334) Que pedimos com as últimas palavras da Ave-Maria?
Com as últimas palavras da Ave-Maria pedimos a proteção da Santíssima Virgem no
decurso desta vida e especialmente na hora da nossa morte, no qual nos será mais
necessária.
335) Por que depois do Padre-Nosso, dizemos antes a Ave-Maria que qualquer outra
oração?
Porque a Santíssima Virgem é a Advogada mais poderosa junto de Jesus Cristo: por
isso, depois de termos rezado a oração que Jesus Cristo nos ensinou, pedimos à San-
tíssima Virgem que nos alcance as graças que imploramos.
336) Por que motivo é tão poderosa a Santíssima Virgem?
A Santíssima Virgem é tão poderosa, porque é Mãe de Deus, e é impossível que não
seja atendida por Ele.
337) Que nos ensinam os Santos a respeito da devoção à Virgem Maria?
A respeito da devoção a Maria, os Santos nos ensinam que os seus verdadeiros devo-
tos são por Ela amados e protegidos com amor de Mãe muito terna, e por meio d'Ela
têm a certeza de encontrar a Jesus Cristo, e de alcançar o Paraíso.
338) Qual é a devoção à Virgem Maria, que a Igreja nos recomenda de modo especial?
A devoção que a Igreja nos recomenda de modo especial em honra da Santíssima Vir-
gem é a reza do santo Rosário.
Edição:
Capela Nossa Senhora das Alegrias - Vitória, ES
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CATECISMO MAIOR DE SÃO PIO X