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LUMEN FIDEI PAPA FRANCISCO

Lumen Fidei

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Slides da primeira encíclica escrita pelo nosso santo padre papa Francisco.

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  • 1. LUMEN FIDEI PAPA FRANCISCO

2. Introduo Eu vim ao mundo como luz, para aquele que cr em mim no permanea nas trevas. (Jo 12,46) Conscientes do amplo horizonte que a f lhes abria, os cristos chamaram a Cristo o verdadeiro Sol, cujos raios do a vida. 3. Quem acredita, v; v com uma luz que ilumina todo o percurso da estrada, porque nos vem de Cristo ressuscitado, estrela da manh que no tem ocaso. REFLETINDO COM A LUMEN FIDEI 4. Nos tempos modernos, pensou-se que a f poderia ter sido suficiente antigamente, mas no hoje. Nesta perspectiva, a f vista como uma luz ilusria, que impede o nosso caminho de homens livres rumo ao amanh. UMA F ILUSRIA ? 5. UMA F ILUSRIA ? Assim, o homem renunciou busca de uma luz grande, de uma verdade grande, para se contentar com pequenas luzes que ilumina por breves instantes, mas so incapazes de desvendar a estrada. 6. Quando falta a luz, tudo se torna confuso: impossvel distinguir o bem do mal, diferenciar a estrada que conduz meta daquela que nos faz girar repetidamente em crculo, sem direo. REFLETINDO COM A LUMEN FIDEI 7. Por isso, urge recuperar o carter de luz que prprio da f, pois, quando a sua chama se apaga, todas as outras luzes acabam tambm por perder o seu vigor. UMA LUZ A REDESCOBRIR 8. UMA LUZ A REDESCOBRIR A f nasce no encontro com o Deus vivo, que nos chama e revela o seu amor: um amor que nos procede e sobre o qual podemos apoiar-nos para construir solidamente a vida. Ela nos aparece como luz para estrada orientando nossos passos no tempo. 9. UMA LUZ A REDESCOBRIR A convico de uma f que faz grande e plena a vida, centrada em Cristo e na fora de sua graa, animava a misso dos primeiros cristos. O conclio Vaticano II fez brilhar a f no mbito da experincia humana, percorrendo assim os caminhos do homem contemporneo. Dessa forma, viu-se como a f enriquece a existncia humana em todas as suas dimenses. 10. Na f reconhecemos que uma Palavra estupenda nos foi dirigida: acolhendo esta Palavra, que Cristo, o Esprito Santo transforma-nos, ilumina o caminho do futuro e faz crescer em ns as asas da esperana para o percorremos REFLETINDO COM A LUMEN FIDEI 11. A f desvenda-nos o caminho e acompanha os nossos passos na histria. Por isso, se quisermos compreender o que f, temos de explanar o seu percurso , o caminho dos homens crentes, com os primeiros testemunhos j no Antigo Testamento. ACREDITAMOS NO AMOR 12. ABRAO, NOSSO PAI NA F Um posto singular ocupa Abrao, nosso pai na f. Na sua vida, aconteceu um fato impressionante: Deus dirigiu-lhe a Palavra, revela-Se um Deus que fala e o chama por nome. A f est ligada escuta. Abrao no v Deus, mas ouve a sua voz. 13. ABRAO, NOSSO PAI NA F A f a resposta a uma Palavra que interpela pessoalmente, a um Tu que nos chama por nome. A f acolhe esta Palavra como rocha segura, sobre a qual se pode construir com alicerces firmes. 14. A grande prova da f de Abrao, o sacrifcio do filho Isaac, manifestar at que ponto este amor originador capaz de garantir a vida mesmo alm REFLETINDO COM A LUMEN FIDEI 15. A F DE ISRAEL A luz de Deus vem-nos atravs da narrao de sua revelao e, assim, capaz de iluminar nosso caminho no tempo, recordando os benefcios divinos e mostrando como se cumprem as suas promessas. O dolo um pretexto para se colocar a si mesmo no centro da realidade, na adorao da obra das prprias mos. 16. A F DE ISRAEL O ato de f do indivduo insere-se em uma comunidade, no ns comum do povo, que, na f, como um s homem: o meu filho primognito assim Deus designar todo Israel (Ex 4,22). A f um dom gratuito de Deus, que exige a humildade e a coragem de fiar-se e entregar-se para ver o caminho luminoso do encontro entre Deus e os homens, a histria da salvao. 17. Acreditar significa confiar-se a um AMOR MISERICORDIOSO que sempre acolhe e perdoa, que sustenta e guia a existncia, que se mostra poderoso na sua capacidade de endireitar os desvios da nossa histria. REFLETINDO COM A LUMEN FIDEI 18. A PLENITUDE DA F CRIST A f crist est centrada em Cristo; confisso de que Jesus o Senhor e de que Deus O ressuscitou de entre os mortos (Rm 10,9). A f crist f no Amor pleno, no seu poder eficaz, na sua capacidade de transformar o mundo e iluminar o tempo. 19. A PLENITUDE DA F CRIST Na contemplao da morte de Jesus a f se refora e recebe uma luz fulgurante, quando ela se revela como f no seu amor inabalvel por ns que capaz de penetrar na morte para nos salvar. 20. A f crist f na encarnao do Verbo e na sua ressurreio na carne; f em um Deus que Se fez to prximo que entrou na nossa histria. REFLETINDO COM A LUMEN FIDEI 21. A SALVAO PELA F A salvao pela f consiste em reconhecer o primado do dom de Deus, como resume So Paulo: pela graa que fostes salvos, mediante a f. E isso no vem de vs: dom de Deus! (Ef 2,8) A f sabe que Deus Se tornou muito prximo de ns, que Cristo nos foi oferecido como grande dom que nos transforma interiormente, que habita em ns, e assim nos d a luz que ilumina a origem e o fim da vida, o arco inteiro do percurso humano. 22. O cristo pode ter os olhos de Jesus, os seus sentimentos, a sua disposio filial, porque feito participante do seu Amor, que o Esprito; neste Amor que se recebe, de algum modo, a viso prpria de Jesus. REFLETINDO COM A LUMEN FIDEI 23. A FORMA ECLESIAL DA F A f torna-se operativa no cristo a partir do dom recebido, a partir do Amor que o atrai para Cristo (Gl 5,6) e o torna participante do caminho da Igreja, peregrina na histria rumo perfeio. Para quem foi assim transformado, abre-se um novo modo de ver: a f torna-se luz para os seus olhos. 24. Se no acreditardes, no compreendereis (Is 7,9) foi assim que a verso grega da bblia hebraica traduziu as palavras do profeta Isaas Acaz, fazendo aparecer como central na f, a questo do conhecimento da verdade. SE NO ACREDITARDES, NO COMPREENDEREIS 25. F E VERDADE O profeta exorta a compreender os caminhos do Senhor, encontrando na fidelidade de Deus o plano de sabedoria que governa os sculos. Pela sua ao intrnseca com a verdade, a f capaz de oferecer uma luz nova, superior aos clculos dos reis, porqu v mais longe, compreende o agir de Deus, que fiel sua aliana e s sua promessas. 26. A busca da verdade uma questo de memria, de memria profunda, porque visa a algo que nos procede e, dessa forma, pode conseguir unir-nos para alm do nosso eu pequeno e limitado. REFLETINDO COM A LUMEN FIDEI 27. O CONHECIMENTO DA VERDADE E O AMOR No entrelaamento da f com o amor que se compreende a forma de conhecimento prprio da f, a sua fora de convico, a sua capacidade iluminar os nossos passos. Apenas medida que o amor estiver fundado na verdade que pode perdurar no tempo, superar o instante efmero e permanecer firme para sustentar um caminho comum. 28. Se o amor tem necessidade da verdade, tambm a verdade precisa do amor: amor e verdade no se podem separar. Quem ama compreende que o amor experincia da verdade, compreende que precisamente ele que abre os nossos olhos para verem a realidade inteira, de maneira nova, em unio com a pessoa amada. O CONHECIMENTO DA VERDADE E O AMOR 29. O conhecimento da f, pelo fato de nascer do amor de Deus que estabelece a Aliana conhecimento que ilumina um caminho na histria. REFLETINDO COM A LUMEN FIDEI 30. A F COMO ESCUTA E VISO O ouvido atesta no s o chamado pessoal e a obedincia, mas tambm que a verdade se revela no tempo; a vista, por sua vez, oferece a viso plena de todo o percurso, permitindo situar-nos no grande projeto de Deus; sem tal viso, disporamos apenas de fragmentos isolados de um todo desconhecido. 31. Por meio da sua encarnao, com a sua vinda entre ns, Jesus tocou-nos e, atravs dos sacramentos, ainda hoje nos toca; dessa forma, transformando o nosso corao, permitiu-nos e permite-nos reconhec-lo e confess-lo REFLETINDO COM A LUMEN FIDEI 32. O DILOGO ENTRE F E RAZO O encontro da mensagem evanglica com o pensamento filosfico do mundo antigo constituiu uma passagem decisiva para o Evangelho chegar a todos os povos. O crente no arrogante; pelo contrrio, a verdade torna-o humilde, sabendo que, mais do que a possumos, ela que nos abraa e possui. 33. Convidando a maravilhar-se diante do mistrio da criao, a f alarga os horizontes da razo parar iluminar melhor o mundo que se abre aos estudos da REFLETINDO COM A LUMEN FIDEI 34. A F E A BUSCA DE DEUS O homem religioso procura reconhecer os sinais de Deus nas experincia dirias da sua vida, no ciclo das estaes, na fecundidade da terra e em todo o movimento do universo. Encontrando-se a caminho, o homem religioso deve estar pronto a deixar-se guiar, a sair de si mesmo para encontrar o Deus que no cessa de nos surpreender. 35. Quem se pe a caminho para praticar o bem j se aproxima de Deus, j est sustentado pela sua ajuda, porque prprio da luz divina iluminar os nossos olhos, quando caminhamos para a plenitude do amor. REFLETINDO COM A LUMEN FIDEI 36. F E TEOLOGIA Como luz que , a f convida-nos a penetrar nela, a explorar mais o horizonte que ilumina, para conhecer melhor o que amamos. A f reta orienta a razo para se abrir luz que vem de Deus, a fim de que ela, guiada pelo amor verdade, possa conhecer Deus de forma mais profunda. 37. Que a teologia esteja ao servio da f dos cristos, vise humildemente preservar e aprofundar o crer de todos, sobretudo dos mais simples. REFLETINDO COM A LUMEN FIDEI 38. Quem se abriu ao amor de Deus, acolheu a sua voz e recebeu a sua luz no pode guardar esse dom para si mesmo. TRANSMITO-VOS AQUILO QUE RECEBI 39. A IGREJA, ME DA NOSSA F A luz de Jesus brilha no rosto dos cristos como em um espelho, e assim se difunde chegando at ns, para que tambm ns possamos participar dessa viso e refletir para outros a sua luz. Aquele ato de amor de Jesus que gerou no mundo vida nova, chega at ns na memria de outros, das testemunhas, guardado vivo naquele sujeito nico de memria que Igreja; esta uma Me que nos ensina a falar a linguagem da f. 40. Quem recebe a f descobre que os espaos do prprio eu se alargam, gerando-se nele novas relaes que enriquecem a vida. REFLETINDO COM A LUMEN FIDEI 41. OS SACRAMENTOS E A TRANSMISSO DA F Nos sacramentos se comunica uma memria encarnada, ligada aos lugares e pocas da vida, associada com todos os sentidos; neles, a pessoa envolvida, como membro de um sujeito vivo, em um tecido de relaes comunitrias. 42. OS SACRAMENTOS E A TRANSMISSO DA F No Batismo, o homem tambm recebe uma doutrina que deve professar e uma forma concreta de vida que requer o envolvimento de toda sua pessoa, encaminhando-a para o bem; ele transferido para um novo mbito, confiando a um novo ambiente, a uma nova maneira comum de agir, na Igreja. 43. OS SACRAMENTOS E A TRANSMISSO DA F Na Eucaristia, temos o cruzamento dos dois eixos sobre os quais a f percorre o seu caminho. Por um lado, o eixo da histria, por outro o eixo que conduz do mundo visvel ao invisvel. 44. Aquele que confessa a f sente-se implicado na verdade que confessa; no pode pronunciar, com verdade, as palavras do Credo, sem ser por isso REFLETINDO COM A LUMEN FIDEI 45. F, ORAO E DECLOGO No Pai-nosso o cristo aprende a partilhar a prpria experincia espiritual de Cristo e comea a ver com os olhos dEle. No Declogo tem indicaes concretas para sair do deserto do eu autor-referencial e entrar em dilogo com Deus, deixando-se abraar pela sua misericrdia a fim de irradi-la. 46. A confisso de f, a celebrao dos sacramentos, a celebrao dos sacramentos, o caminho do Declogo e a orao so os elementos que resumem o tesouro de memria que a Igreja transmite. REFLETINDO COM A LUMEN FIDEI 47. A UNIDADE E A INTEGRIDADE DA F A f uma s, porque passa sempre pelo ponto concreto da encarnao, sem nunca superar a carne a histria de Cristo, dado que Deus Se quis revelar plenamente nela. Visto que a unidade da f a unidade da Igreja, tirar algo f faz-lo verdade da comunho. 48. Como servio unidade da f e sua transmisso ntegra, o Senhor deu Igreja o dom da sucesso apostlica. Por seu intermdio, fica garantida a continuidade da memria da Igreja possvel beber, com certeza, na fonte pura de REFLETINDO COM A LUMEN FIDEI 49. O primeiro construtor No, que, na arca, consegue salvar sua famlia. Depois aparece Abrao , de quem se diz que, pela f, habitara em tendas, esperando a cidade de alicerces firmes. Vemos assim surgir, relacionados com a f, uma nova fiabilidade que s Deus pode dar. DEUS PREPARA PARA ELES UMA CIDADE 50. A F E O BEM COMUM Se o homem de f assenta sobre o Deus- Amm, o Deus fiel, tornando-se assim firme ele mesmo, podemos acrescentar que a firmeza da f se refere tambm cidade que Deus est preparando para o homem. 51. A f um bem para todos: a sua luz no ilumina apenas o mbito da Igreja nem serve somente para construir uma cidade eterna no alm, mas ajuda tambm a construir as nossas sociedades de modo que caminhem para um futuro REFLETINDO COM A LUMEN FIDEI 52. A F E A FAMLIA A f no um refgio para gente sem coragem, mas a dilatao da vida: faz descobrir um grande chamado e assegura que esse amor fivel, que vale a pena entregar-se a ele, porque o seu fundamento se encontra na fidelidade de Deus, que mais forte do que toda a nossa fragilidade. 53. Fundados sobre esse amor, homem e mulher podem prometer-se amor mtuo com um gesto que compromete a vida inteira e que lembra muitos traos REFLETINDO COM A LUMEN FIDEI 54. UMA LUZ PARA A VIDA EM SOCIEDADE No centro da f bblica, h o amor de Deus, o seu cuidado concreto por cada pessoa, o seu desejo de salvao que abraa toda a humanidade e a criao inteira e que atinge o clmax na encarnao, morte e ressurreio de Jesus Cristo. 55. A f ilumina a vida social. Possui uma luz criadora para cada momento novo da histria, porque coloca todos os acontecimentos em relao com a origem e o destino de tudo no Pai que nos ama. REFLETINDO COM A LUMEN FIDEI 56. UMA FORA CONSOLADORA NO SOFRIMENTO O cristo sabe que o sofrimento no pode ser eliminado, mas pode adquirir um sentido: pode tornar-se e de amor, de entrega nas mos de Deus que no nos abandona e, desse modo, ser uma etapa de crescimento na f e no amor. 57. Ao homem que sofre, Deus no d um raciocnio que explica tudo, mas oferece a sua resposta sob a forma de uma presena que o acompanha, de uma histria de bem que se une a cada histria de sofrimento para nela abrir uma brecha de luz. REFLETINDO COM A LUMEN FIDEI 58. FELIZ DAQUELA QUE ACREDITOU Na Me de Jesus, a f mostrou-se cheia de fruto e, quando a nossa vida espiritual d fruto, ns nos enchemos de alegria, que o sinal mais claro da grandeza da f. 59. CRDITOS Texto: Lumen Fidei (A luz da f) Organizao e slides: Thiago Sousa, seminarista FAM (Filhos do Amor Misericordioso) Contatos: [email protected] www.facebook.com/thiago.luizdesousa