44
O LIVRO DOS JUÍZES

O livro dos Juízes

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: O livro dos Juízes

O LIVRO DOS

JUÍZES

Page 2: O livro dos Juízes

TÍTULOO título “Juízes” é devido aos líderes

levantados intermitentemente por Deus, para que houvesse liderança em épocas de emergência durante o período que vai de Josué até o reinado de Saul.

O livro tem este nome pois foi o tipo de governo que Israel experimentou durante o período nele descrito (Jz 2:7,16).

Page 3: O livro dos Juízes

AUTORIA

Nenhuma parte do livro dá alguma indicação de seu autor. A tradição judaica atribui a escrita do livro a Samuel por diversas razões. Ele era escritor e educador (1Samuel 10:25).

A Ênfase dada à tribo de Benjamim sugere a época do rei Saul, quando Samuel ainda julgava, antes de o nome da cidade de Jebus te sido mudado para “Jerusalém” (Jz 1:21; 19:10).

Page 4: O livro dos Juízes

DATA DO LIVRO

Provavelmente foi escrito em torno de 1000 a.C. Juízes foi escrito depois da morte de Sansão e depois da coroação do rei Saul, mas antes da conquista de Jerusalém por Davi, por volta de 990 a.C. (1:21; 17:6; 18:1; 19:1; 21:25). Abrange desde a morte de Josué (1380 a.C.) ao início da magistratura de Samuel (1060 a.C.). Um período aproximado de 300-350 anos.

Page 5: O livro dos Juízes

OBJETIVO DO LIVRO

O objetivo principal de Juízes é preservar um registro do caráter de Israel durante o tempo em que este não tinha um líder nacional, e enfatizar sua necessidade de um rei teocrático.

Os muitos ciclos de fracasso e castigo salientam repetidamente a verdade deuteronômica de que o abandono da fé no Senhor traz inevitavelmente o castigo da servidão e o caos.

Page 6: O livro dos Juízes

ESBOÇO DO LIVRO

1. RAZÕES PRINCIPAIS DA APOSTASIA DE ISRAEL ................. (1:1-3:6)

2. CICLOS DE APOSTASIA EM ISRAEL ....................................... (3:7-16)

3. MAIS EXEMPLOS CALAMITOSOS DA APOSTASIA

DE ISRAEL ................................................................................ (17-21)

Page 7: O livro dos Juízes

CONTEÚDO

Este livro continua a história registrada em Josué e prepara o leitor para entender as narrativas dos livros de Samuel. O livro narra a época mais escura de toda a história de Israel. A vida moral era de nível baixíssimo e a vida religiosa estava em condição sincrética.

O relato do livro começa depois da morte do líder Josué. Após a sua morte, Israel ficou sem um líder nacional por mais de 300 anos. Quando Josué era líder de Israel, todas as tribos trabalharam em conjunto e em obediência à vontade de Deus.

Page 8: O livro dos Juízes

No Livro de Juízes, porém, não encontramos mais a nação trabalhando unida. Quando Deus precisava de alguém para livrar seu povo, chamava essa pessoa de uma das tribos e lhe dizia o que fazer. Em obediência ao Senhor, Moisés nomeou Josué seu sucessor, porém, mais tarde, Deus não ordenou que Josué no measse alguém para sucedê-lo.

Page 9: O livro dos Juízes

Após a morte de Josué e dos anciãos, veio uma situação anárquica, em que não havia obediência aos mandamentos divinos (Jz 2.12-15). O povo, além da falta de liderança e total independência, tribal e individual, esqueceu-se de duas mensagens fundamentais do Senhor para eles:

1º - Que eram um povo peculiar ao Senhor, que Deus lhes tinha um propósito: anunciar ao mundo através deles a existência do Deus único e verdadeiro;

2º - Que eles deviam exterminar os inimigos que habitavam aquela terra (Dt 7:2-8). Depois da morte de Josué, cada tribo agiu independentemente. Não havia capital nem governo fixo. Cada indivíduo era uma lei perante si próprio. Não havia unidade de ação, a não ser em tempos de perigo, quando as tribos se uniam para o seu próprio bem.

Page 10: O livro dos Juízes

Durante esse tempo o Senhor levantou juízes principalmente nas emergências para livrá-los dos inimigos invasores e defender a justiça civil. Esse foi um período em que o Senhor testou a nação para ver como ela guardaria a sua aliança num ambiente pagão e idólatra (3:1-5).

Os israelitas caíram em uma condição crônica de apostasia. Aceitavam entusiasticamente os livramentos do Senhor, mas quando lhe faltava uma forte liderança, retornavam rapidamente às práticas pagãs que os rodeavam.

Page 11: O livro dos Juízes

O estado espiritual da nação contrasta vivamente com o da época de Josué. Seu livro apresenta uma história de obediência, fé e vitória sob a liderança teocrática desse homem de Deus. Juízes, porém, é um livro que apresenta uma história de contínuo fracasso: “cada qual fazia o que parecia direito aos seus olhos” (17:6).

Se não fosse pelas misericordiosas operações de livramento do Senhor durante esse período, a nação teria afundado numa idolatria pagã irrecuperável.

Page 12: O livro dos Juízes

Israel não contava com qualquer capital política nos dias dos juízes. Silo, que fora estabelecida como centro religioso, nos dias de Josué (Js 18:1), continuou nessa categoria nos dias de Eli (1Sm 1:3). Visto que Israel não tinha rei (Jz 17:6; 18:1; 19:1; 21:25), não havia localidade central de onde um juiz pudesse oficiar.

Esses juízes subiram à liderança conforme o exigiam as condições locais ou nacionais. A influência e reconhecimento de muitos deles, não há que duvidar, se limitava às suas comunidades ou tribos locais.

Page 13: O livro dos Juízes

Alguns deles foram líderes militares, que livraram os israelitas de algum inimigo opressor, ao passo que outros dentre eles foram reconhecidos como magistrados, para os quais o povo olhava, esperando decisões legais e políticas. Não tendo governo central e nem capital, as tribos de Israel eram governadas irregularmente, sem sucessão imediata quando do falecimento de qualquer dos juízes.

Page 14: O livro dos Juízes

O povo de Israel não devia misturar-se com as nações pagãs ao seu redor. Uma falsa tolerância para com um povo tão profundamente corrupto resultou na ruína do povo escolhido (Jz 2:20-22). O povo de Israel, misturou-se e contaminou-se com os idólatras e, o resultado da desobediência, veio na forma de opressões dos inimigos; seguidos cativeiros, que se intercalavam com períodos de arrependimento e, clamor, quando então o Senhor lhes suscitava um juiz, libertador militar e magistrado civil, para reconduzi-los aos caminhos corretos.

Page 15: O livro dos Juízes

Esse padrão é seguido nas histórias dos juízes:

1. O povo “faz o que é mau”, servindo a outros deuses;

2. Javé envia uma nação para oprimi-lo;

3. O povo clama a Javé;

4. Javé levanta um libertador;

5. O opressor é derrotado;

6. O povo tem descanso.

Page 16: O livro dos Juízes

O (cap. 2) de Juízes é uma súmula de todo o livro e explica porque o próprio Deus não expulsou os inimigos no lugar deles. Às vezes estranhamos por que Deus não removeu da terra prometida todos os inimigos, antes de deixar o povo de Israel entrar nela. Mas Deus tinha uma razão definida (Jz 3:1-4):

Page 17: O livro dos Juízes

Era a vontade de Deus que o povo de Israel fosse treinado para a guerra. Era necessário que fossem bem disciplinados, para que pudessem defender suas fronteiras quando invadidas e pudessem então alargá-las como Deus havia prometido.

A arte da guerra é mais bem aprendida pela experiência, que não somente inteira os homens da disciplina guerreira, mas (não menos necessário) os inspira a uma disposição guerreira. Os israelitas precisavam manter um exército efetivo, do contrário, seus inimigos poderiam unir-se em pouco tempo e subjugar Israel;

Page 18: O livro dos Juízes

Um dos objetivos de Deus ao permitir que os inimigos permanecessem no meio deles era provar a Israel (3:4), para que aqueles que eram fiéis ao Deus de Israel tivessem a honra de resistir aos encantos cananeus da idolatria e para que aqueles que eram falsos e insinceros pudessem ser descobertos e envergonhados ao ceder a esses encantos.

Page 19: O livro dos Juízes

O livro de Juízes é um triste contraponto ao livro de Josué. Ele trata do período de uma sucessão de juízes que sucederam Josué como governadores de Israel. Seu tema principal é o fracasso de Israel em tomar posse de toda a terra. Em vez disso, por indiferença ou fraqueza (ou ambos), eles não expulsaram os inimigos de Deus. Em seu recado final aos israelitas Josué advertiu o povo para que não se mesclasse e nem entrasse em relações de matrimônio com os habitantes locais que permanecessem, mas admoestou-os para que expulsassem esses povos idólatras e ocupassem suas terras.

Page 20: O livro dos Juízes

Novas tentativas foram feitas para desalojar aquela gente, mas o registro sagrado indica com clareza que os israelitas mostraram-se obedientes apenas em parte. A despeito de terem sido conquistadas algumas áreas, certas cidades fortemente armadas continuaram na posse dos cananeus.

Quando Israel se tornasse suficientemente poderosa, deveria sujeitar esses povos, impondo-lhes o trabalho forçado e o pagamento de taxas; mas os israelitas fracassaram na comissão recebida de expeli-los da terra.

Page 21: O livro dos Juízes

Os cananeus foram deixados na terra. Josué deixa isso claro, e Juízes ainda mais. Por quê? O motivo é dado em poucas palavras. Javé trouxera seu povo do Egito para cumprir a aliança. Parte dessa aliança é expressa pelo “anjo do Senhor”: “Vós porém, não fareis aliança com os moradores desta terra, antes derrubareis os seus altares” (2:2); mas Israel desobedecera ao Senhor.

A história da conquista em Josué salienta as vitórias. Mas aqui também se evidencia que muitas cidades não haviam sido conquistadas e muitos altares continuavam de pé.

Page 22: O livro dos Juízes

Assim, o anjo do Senhor continua: “Não os expulsarei de diante de vós; antes vos serão por adversários, e os seus deuses vos serão laços” (2:3). A desobediência dos israelitas torna-se então o meio pelo qual Deus leva seu povo a um entendimento mais profundo de sua relação de aliança com Israel.

As dificuldades de Israel eram devidas diretamente à sua desobediência a Deus. Eles não exterminaram os inimigos que habitavam a terra.

Page 23: O livro dos Juízes

Em sua providência, Deus usou o fracasso dos israelitas em não expulsarem os cananeus, valendo-se daquelas nações pagãs para ensinarem a arte da guerra à geração de israelitas que não estivera envolvida nas batalhas iniciais sob a liderança de Josué.

Page 24: O livro dos Juízes

Texto Opressor Duração da opressão

Juiz libertador Anos de paz

Jz 3:7-11

Mesopotâmia 8 anos Otniel 40 anos

Jz 3:12-31

Moabitas e Filisteus

18 anos Eúde e Sangar 80 anos

Jz 4-5 Cananeus 20 anos Débora 40 anosJz 6-8 Midianitas 7 anos Gideão 40 anosJz 8-10 Rei usurpador 3 anos Tola e Jair 45 anosJz 10-12 Filisteus e

Amonitas18 anos Jefté, Ibsã, Elom e

Abdom31 anos

Jz 13-16 Filisteus 40 anos Sansão 20 anos

Quadro de opressores e juízes:

Page 25: O livro dos Juízes
Page 26: O livro dos Juízes
Page 27: O livro dos Juízes
Page 28: O livro dos Juízes
Page 29: O livro dos Juízes
Page 30: O livro dos Juízes
Page 31: O livro dos Juízes

O que era um “juiz”? O nome “Juízes” descreve duas funções desses líderes:

a. Livrar o povo dos seus opressores, na função de líder militar;

b. Resolver disputas e defender a justiça, na função de líder civil.

Page 32: O livro dos Juízes

O livro leva o nome das onze ou doze pessoas que, nessas páginas, “julgaram” Israel. Tendo lido o relato da concessão da lei no Sinai, é fácil concluir que os juízes eram oficiais destacados para julgar as pessoas por violações da lei. Mas essas pessoas, exceto em raras ocasiões, não lembram de maneira nenhuma o conceito moderno de juiz; sua responsabilidade principal não era ouvir reclamações ou tomar decisões legais (se bem que isto poderia acontecer – Jz 4.4-5).

Os anciãos ou chefes de família costumavam fazer isso na esfera social, enquanto os sacerdotes eram os intérpretes supremos da lei religiosa. Os juízes de que tratamos aqui eram líderes ou libertadores militares (3.9-10).

Page 33: O livro dos Juízes

O juiz era um líder carismático, não escolhido oficialmente pelo povo, mas levantado por Javé. O Espírito de Deus descia para dar poder ao juiz a fim de que pudesse lidar com uma situação particular. Não era rei e não estabelecia dinastia ou família governante.

O juiz era a pessoa – homem ou mulher (Débora foi juíza; cap. 4-5) – escolhida por Javé para expulsar o opressor e dar paz à terra e ao povo.

Page 34: O livro dos Juízes

Se somarmos todos estes anos de cativeiros e livramentos, alcançaremos um número de anos maior do que 300-350 anos de período estimado para o período dos juízes.

A explicação é que muitos cativeiros eram localizados, e alguns juízes julgaram, concomitantemente, em diferentes regiões de Canaã. Não se sucederam initerruptamente; e o período de um podia coincidir com o de outro.

Page 35: O livro dos Juízes

Pelo realce e maior espaço que o livro de Juízes dá às repetidas quedas de Israel, temos a impressão que a maior parte do tempo, nestes 300-350 anos de Juízes, foram vividos no pecado e na opressão. Isto não é verdade, pois apenas cerca de 100 anos o povo viveu deste forma.

Page 36: O livro dos Juízes

O livro de Juízes termina com as histórias tristes das tribos de Dã e Benjamim, porém elas são contemporâneas aos mandatos dos primeiros juízes. Estão relatados após o capítulo 16 apenas por uma arrumação do autor. Assim, este período não é cronologicamente sucessivo aos anteriores, mas como um apêndice, que apresentado após o capítulo 16, relata o estado de caos e anarquia em que a nação vivia. (17:6; 18:1; 19:1 e 21:25).

Page 37: O livro dos Juízes

  Estes últimos capítulos dão-nos um quadro de anarquia e confusão. Israel havia abandonado a Deus e agora vemos os abismos em que se afundou:

1. Primeiro, a vida religiosa do povo está em estado de confusão (Jz 17 e 18);

2. Segundo, a vida moral do povo está em confusão (Jz 19);

3. Terceiro, a vida política do povo está em confusão (Jz 21).

Page 38: O livro dos Juízes

Esses acontecimentos se deram, sem dúvida, logo após a morte de Josué. Eles dão-nos um quadro da situação externa do povo escolhido. A história da apostasia dos indivíduos é seguida da apostasia do país.

Samuel foi o mais notável dos juízes, parecendo que na última parte de sua vida ele se limitava a exercer principalmente a missão de profeta. Sendo Saul rei, finalizou a forma teocrática de governo (1Sm 8.7). A pessoa do juiz era considerada santa e sagrada, de modo que consultá-lo era o mesmo que “consultar a Deus” (Ex 18.15). Era ele divinamente dirigido, não temendo então a face de ninguém.

Page 39: O livro dos Juízes

TEMAS ESPECIAIS – Cristo em Juízes

Se Jesus incluiu o livro de Juízes no seu estudo do Antigo Testamento, expondo o que a seu respeito ali constava, dois itens podem ter sido debatidos:

Page 40: O livro dos Juízes

1. A falta de um rei ou líder nacional em Israel para unificá-lo como uma real nação teocrática. O livro de Juízes é uma preparação para a vinda de Davi, mas também para a vinda do próprio Messias;2. Os juízes sobre os quais veio o Espírito poderiam prenunciar a vinda do Senhor, especialmente na sua função futura de Juiz justo quando julgar o seu povo, destruir os inimigos e trouxer justiça para a nação.

Page 41: O livro dos Juízes

TEMAS ESPECIAIS - O Voto de Jefté

No livro de Juízes nós vemos a intrigante situação ocorrida com o juiz Jefté em (Jz 11:29-40). Jefté, precipitadamente, faz um voto a Deus.

Seu voto era oferecer ao Senhor quem lhe primeiro saísse ao encontro, e complementou: “e oferecerei em holocausto”. Quem primeiro lhe saiu ao encontro foi sua filha única.

Page 42: O livro dos Juízes

Ele cumpriu sua palavra e a entregou ao Senhor, porém, não literalmente como um sacrifício humano em holocausto, mas entregou-a para servir ao Senhor definitivamente no Tabernáculo(1Sm 2:22; Ex 38:8). As razões para esta interpretação:

A. Não era costume do povo de Deus oferecer sacrifícios humanos;

B. Em especial, um voto deste tipo não seria feito por um homem de Deus;

C. Ela chorou sua virgindade, e não sua vida (v.37), pois dedicava-se exclusivamente ao serviço do Senhor;

D. Fez-se conforme o voto de seu pai: “ela jamais foi possuída por varão” (v.39). 

Page 43: O livro dos Juízes

Registre-se, contudo, que há muitos autores que acreditam ter sido, a filha de Jefté, ofertada mesmo em sacrifício de holocausto. Jefté era meio cananeu (Jz 11:1), embora piedoso, ignorante quanto às formas corretas de agradar ao Senhor.

Page 44: O livro dos Juízes

Até à próxima aula sobre o livro de RUTE!