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1 A DOUTRINA ESCRITURAL DO REINO MESSIÂNICO E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão,e sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha. E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial dos santos e a cidade amada ; e de Deus desceu fogo, do céu, e os devorou. E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre.Apocalipse 20:7-10 Entre o término do Reino Messiânico e a sua união com o Reino Eterno de Deus (para dar início ao que as Escrituras chamam de o Dia de Deus 2 Pedro 3:10-12) ACONTECERÃO CERTOS EVENTOS TRANSCENDENTAIS de maneira que todo vestígio de rebelião e pecado seja erradicado e Deus reine supremo em santidade : a revolta de Satanás e o extermínio de todos os “dissimulados” do Reino; a purificação da criação por fogo; o julgamento e juízo de Satanás e seus anjos caídos, e o julgamento e juízo de todos os pecadores perdidos no Trono Branco. F) A REBELIÃO FINAL 1) O APRISIONAMENTO DE SATANÁS (APOCALIPSE 20:1-3) “E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos. E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais engane as nações, até que os mil anos se acabem . E depois importa que seja solto por um pouco de tempo.” João testemunha a cena de como o anjo que descia do céu possuía a chave do "poço sem fundo", isto é, "o abismo" (cf. Apocalipse 9: 1,2,11; também "a profunda" em Lucas 8 : 3Romanos 10: 7). Este é o lar de demônios e espíritos imundos. João também nota que o anjo tem uma grande corrente em suas mãos. No versículo 2, o anjo é visto lançando mão de Satanás e prendendo-o por 1.000 anos depois que, no versículo 3, Satanás é lançado no abismo a sua porta é fechada. Um selo é colocado sobre o próprio Satanás tornando impossível para ele a enganar as nações até mil anos se passarem, após o qual, o anjo declara, Satanás deve ser solto por um pouco de tempo. A profecia dramática contidas nesses três versos tem sido objeto de disputa sem fim, porque até certo ponto, toda a controvérsia entre premilenistas e amilenistas paira sobre ela. A passagem cede à exegese paciente, e não há nenhuma razão sólida para entende-la que não seja seu sentido comum. De acordo com a profecia, o anjo tem poderes para seis funções: (1) para o prender o dragão, (2) para prende-lo por 1.000 anos, (3) para lança-lo no abismo, (4) para isola-lo, isto é, para usar a chave que irá travar o abismo, (5) para por um selo sobre Satanás que irá torná-lo inativo no seu trabalho de enganar as nações, (6) para soltá-lo após os mil anos.

O Reino Messiânico 11 - A revolta final

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A DOUTRINA ESCRITURAL DO REINO MESSIÂNICO

“E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão,e sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha. E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial dos santos e a cidade amada; e de Deus desceu fogo, do céu, e os devorou. E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre.”

Apocalipse 20:7-10

Entre o término do Reino Messiânico e a sua união com o Reino Eterno de Deus (para dar início ao que as Escrituras chamam de o Dia de Deus – 2 Pedro 3:10-12) ACONTECERÃO CERTOS EVENTOS TRANSCENDENTAIS de maneira que todo vestígio de rebelião e pecado seja erradicado e Deus reine supremo em santidade: a revolta de Satanás e o extermínio de todos os “dissimulados” do Reino; a purificação da criação por fogo; o julgamento e juízo de Satanás e seus anjos caídos, e o julgamento e juízo de todos os pecadores perdidos no Trono Branco.

F) A REBELIÃO FINAL

1) O APRISIONAMENTO DE SATANÁS (APOCALIPSE 20:1-3)

“E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos. E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais engane as nações, até que os mil anos se acabem. E depois importa que seja solto por um pouco de tempo.”

João testemunha a cena de como o anjo que descia do céu possuía a chave do "poço sem fundo", isto é, "o abismo" (cf. Apocalipse 9: 1,2,11; também "a profunda" em Lucas 8 : 31; Romanos 10: 7). Este é o lar de demônios e espíritos imundos. João também nota que o anjo tem uma grande corrente em suas mãos.

No versículo 2, o anjo é visto lançando mão de Satanás e prendendo-o por 1.000 anos depois que, no versículo 3, Satanás é lançado no abismo a sua porta é fechada. Um selo é colocado sobre o próprio Satanás tornando impossível para ele a enganar as nações até mil anos se passarem, após o qual, o anjo declara, Satanás deve ser solto por um pouco de tempo.

A profecia dramática contidas nesses três versos tem sido objeto de disputa sem fim, porque até certo ponto, toda a controvérsia entre premilenistas e amilenistas paira sobre ela. A passagem cede à exegese paciente, e não há nenhuma razão sólida para entende-la que não seja seu sentido comum.

De acordo com a profecia, o anjo tem poderes para seis funções:

(1) para o prender o dragão,

(2) para prende-lo por 1.000 anos,

(3) para lança-lo no abismo,

(4) para isola-lo, isto é, para usar a chave que irá travar o abismo,

(5) para por um selo sobre Satanás que irá torná-lo inativo no seu trabalho de enganar as nações,

(6) para soltá-lo após os mil anos.

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A maior objeção particular, tem sido levantada a respeito da idéia de Satanás ser preso com uma corrente, alegando que um ser imaterial, como um anjo ou Satanás não pode ser amarrado com uma corrente física. Ao considerar este problema, devemos ter em mente que nós temos aqui a linguagem da aparência, ou seja, que João viu o anjo com uma corrente nas mãos e viu Satanás ser preso.

A palavra “cadeia” aqui (halysis) é a mesma que é encontrada em Marcos 5: 3 relativa ao homem possesso de demônios que tinha sido amarrado com correntes. E também é usada para as cadeias que caíram de Pedro (Atos 12: 7) e para as cadeias de Paulo (Atos 28:20; 2 Timóteo 1:16.).

Palavras diferentes, no entanto, são usadas em 2 Pedro 2: 4 referindo-se às cadeias de ligação dos anjos maus nas trevas, e para as eternas correntes da Judas 6. O uso da palavra em Apocalipse 20: 1 não dá nenhuma razão para interpretar a palavra de que não no seu sentido comum.

Seja qual for o caráter da cadeia (se física ou não), o ensino óbvio da passagem é que a ação está concebida de forma a tornar Satanás inativo.

A intenção não é para representar Satanás como meramente restrito, mas como tornado completamente inativo. Em confirmação disso, o versículo 3 afirma que ele é lançado no abismo, que por seu caráter, é um lugar e confinamento. O anjo usa a chave e fecha-o no abismo.

Se Deus queria mostrar que Satanás estava totalmente inativo e fora de contato com o mundo, como Ele poderia ter feito mais especificamente do que Ele tem feito nesta passagem?

Os seres humanos sempre sentiram que a condenação dos indivíduos em função das consequências da escolha de Adão e de Eva é injusta. Pode ser que esta remoção da tentação do mal proporcione um cenário teologicamente semelhante ao Jardim do Éden, afim de demonstrar que essa impressão é equivocada.

Como Será demonstrado pela rebelião final, o problema é interior e não exterior. (Marcos 7:21 / Jeremias 17:1 / Isaías 26:10 )

2) POR UM POUCO DE TEMPO

“E depois importa que seja solto por um pouco de tempo” (Apocalipse 20:3)

No final do reinado de Cristo Satanás é solto da sua prisão. Uma rebelião final ocorre. Os rebeldes são destruídos. Satanás é lançado no lago de fogo. Os céus e a terra passam. O Grande Trono Branco ﴾que é o julgamento dos condenados﴿ é realizado. Então virá o fim. Um novo céu e terra se apresentam. Nova Jerusalém, a Cidade de Deus desce e, em seguida, a eternidade.

Por que Satanás é solto? Para fazer o mesmo trabalho que ele tem feito desde a aurora do homem, para enganar as nações do mundo e levá-los em uma rebelião final contra Deus.

Mas por que Deus solta Satanás para vaguear livre sobre a terra novamente depois que Ele lhe

tinha sido aprisionado? Satanás será solto do abismo e autorizado a conduzir uma última revolta contra o Senhor.

Por quê? Como prova final de que o coração do homem é desesperadamente mau e só pode ser

alterada pela graça de Deus. Imagine a tragédia desta revolta: pessoas que vivem em um ambiente perfeito, sob o governo perfeito do Filho de Deus, vão finalmente admitir a verdade e se rebelam contra o Rei! Sua obediência será vista como mera submissão fingida, e não verdadeira fé em Cristo em tudo. Mesmo que cada um irá prestar fidelidade ao Senhor, muitos milhões ou bilhões estarão ansiosos para seguir a oportunidade de uma revolta contra Cristo, que governa com vara de ferro.

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Mas o Senhor está plenamente consciente do plano de Satanás e do coração rebelde do homem. Ele vai usar essa última rebelião como um meio de separar aqueles que verdadeiramente O amam daqueles que são fingem uma profissão de fé.

Esta batalha vai terminar em um clarão de relâmpago! Deus enviará fogo do céu e consumirá os

exércitos de Satanás até mesmo antes que eles atinjam a grande cidade. Isto marcará o fim de toda revolta humana e rebelião. Não haverá mais no homem o desejo de se rebelar contra um Deus Santo. Será percebida a verdadeira depravação do coração do homem com este ato de ingratidão e insatisfação.

Nesta rebelião também é demonstrado mais uma vez que Deus é justo quando Ele julga o pecado e

por ter crucificado o homem caído em Cristo na cruz. Desta maneira Deus remove toda a descrença do reino teocrático, em antecipação de sua fusão

com o reino eterno de Deus. A frase "um pouco de tempo" – (μικρὸν χρόνον - mikron chronon) denota adequadamente que

este será breve, em comparação com os mil anos. Esta permissão divina para soltura e atuação enganosa de Satanás é a última concessão permissiva

que Deus faz ao mal. Mas porque Deus permite estas atuações do mal? Porque Deus permitiu que o mal entrasse no

mundo e fizesse tanto estrago? Se Ele odeia o mal e tem todo o poder, de modo que podia tê-lo impedido, por que o permitiu?

Esta é a pergunta que nos deixa mais perplexos. Jamais seremos capazes de responder a ela nesta vida.

Embora as perguntas acerca deste problema sejam de fato desconcertantes, algumas respostas têm sido sugeridas:

1. Sendo o propósito final de Deus trazer os homens à sua semelhança, estes, para alcançar esse fim, os homens devem chegar a saber em certo grau o que Deus sabe.

Devem reconhecer o caráter maligno do pecado. Este, intuitivamente, Deus conhece; mas tal conhecimento pode ser adquirido, pelas criaturas, apenas por meio de observação e experiência. Obviamente, se o propósito divino tem de ser realizado (trazer os homens à sua semelhança), ao mal deve-se permitir que se manifeste.

2. Uma segunda explicação é que a existência de agentes livres no universo seria uma possibilidade virtual de revolta contra Deus, em qualquer tempo.

Noutras palavras, a existência de vontades livres, capazes de se opor à vontade de Deus, seria, por toda a eternidade, um principio potencial de pecado, e tal princípio de pecado tinha de ser trazido a juízo completo e final.

Deus desejou tornar impossível, no fim, não somente a realidade do pecado, mas até sua possibilidade. Como não é possível condenar uma abstração, Deus permitiu que o pecado ou o mal se concretizasse, de modo a poder ser condenado na cruz, onde seu caráter foi plenamente revelado nos sofrimentos do Filho de Deus.

Por essa forma todas as criaturas de Deus aprenderiam que coisa insana, penosa indescritivelmente ingrata e desastrosa é desobedecer a Deus, e depois da experiência dolorosa do pecado todas elas se conformariam natural e alegremente com a sua perfeita vontade e trilhariam seus caminhos sapientíssimos. Foi esta a experiência do Filho Pródigo.

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3. Uma terceira explicação é que Deus permitiu o pecado a fim de ter oportunidade de dar a conhecer sua justiça e sua graça, que jamais poderiam ser reveladas se no mundo não houvesse pecadores, para serem condenados, ou serem salvos.

Paulo sugere isso nas seguintes passagens: “Que diremos, pois, se Deus querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição, a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão?” (Romanos 9:22,23). “Assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo...para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado...a fim de sermos para louvor da sua glória” (Efésios 1:4-6, 9-12).

É interessante, porém, notar que a Bíblia jamais procura responder nossas perguntas sobre o problema do mal e do sofrimento.

No caso clássico de Jó, a única resposta que Deus lhe deu foi que, se ele não podia entender os fatos mais simples da natureza, como podia compreender os mistérios divinos? (Jó 38:1-42:7a)

Todavia, deve ter sido um gozo e glória indizíveis para ele saber que seus sofrimentos contribuíram para a glória de Deus e confusão de Satanás. E note-se também que no fim tudo para Jó veio a ser melhor do que no princípio. Daí podemos supor que o mesmo acontecerá a todos quantos pertencem a Deus.

No caso do cego de nascença, temos o que podemos chamar “o problema do mal num caso concreto”. Cristo, no entanto, não procurou responder a pergunta acerca desse problema, porém fez melhor, isto é, primeiro declarou que os sofrimentos daquele homem foram permitidos para a glória de Deus, e depois o curou. (João 9:3) E assim aprendemos que Cristo não veio para responder nossas perguntas quanto ao problema do mal, mas, muito melhor do que isso, veio para destruir o mal. Como Ele disse naquela ocasião: “É necessário que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo” (João 9:4,5). E havendo dito isso, deu luz ao cego.

Cristo veio para destruir o mal, “para destruir as obras do diabo” (1 João 3:8). Foi Ele que se tornou semente da mulher para esmagar a cabeça da serpente. E Ele fez isso mediante sua vida, morte e ressurreição (Hebreus 2:14). Agora Ele está à direita do Pai, aguardando o tempo fixado por Deus, em seus decretos, quando todos os seus inimigos serão postos por estrado de seus pés (Hebreus 1:13).

No livro do Apocalipse, onde se nos descrevem as últimas coisas, vemos o Cristo vitorioso destruindo todo o mal e toda oposição a Deus, e lançando a antiga serpente, que é o diabo e Satanás, no lago de fogo e enxofre. Será isso o fim da grande luta anunciada em Gênesis 3:15, fim glorioso com a vitória completa da luz sobre as trevas, da verdade sobre a mentira, da vida sobre a morte, do bem sobre o mal, de Deus sobre Satanás.

É verdade que não podemos explicar o problema intrincado do mal, mas isso não é o que mais importa: o mais importante é sabermos que o mal será destruído e no final tudo redundará na glória de Deus e no gozo e felicidade de todos quantos lhe pertencem.

3) A SOLTURA DE SATANÁS E A CONSUMAÇÃO DO PROPÓSITO DISPENSACIONAL (APOCALIPSE 20:7)

De acordo com a definição clássica, uma dispensação “é um período de tempo no qual o homem é testado em sua obediência as revelações específicas da vontade de Deus.”

O final do período de Governo Messiânico traz a consumação do projeto divino de demonstrar a falência total da espécie humana caída e afastada de Deus.

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O homem falhou em inocência, com consciência, sob governo humano, sob promessas, na dureza da Lei, na graça superabundante, e agora em condições ambientais e existenciais absolutamente completas e ideais, ou seja, sem ter do que reclamar.

Afinal como diz Isaías 26:10: "Ainda que se mostre favor ao ímpio, nem por isso aprende a justiça; até na terra da retidão ele pratica a iniquidade, e não atenta para a majestade do Senhor.".

Mas o que impressiona é o sucesso que o apelo do recém saído do abismo alcança: “cujo número é como a areia do mar” e mais do que isso, é uma resposta universal, que alcança repercussão nos “quatro cantos da terra”.

Como podem existir tantos revoltosos insatisfeitos após 1.000 anos de absoluta justiça, paz, alegria, glória, santidade, excelência espiritual e qualidade de vida ?

A resposta está na natureza humana, em sua condição inata. E o sucesso numérico da revolta promovida por Satanás ao final do Milênio DEMONSTRA exatamente isso, era esse o objetivo de Deus. Por isso ele reservou Satanás no abismo pelos mil anos do Reino para soltá-lo no final, para que ele fosse o elemento catalizador da insatisfação humana, aquele que aglutinaria os revoltosos, como um imã lançado em uma caixa de limalhas de ferro.

É por isso que é dito em Apocalipse 20:3 “E depois importa que”, ou seja, é necessário. Existe a triste necessidade da possibilidade de dar liberdade de ação a Satanás ainda antes de lança-lo ao seu destino final para que se cumpra este último desígnio de Deus para a história humana: que Satanás lidere a última batalha de uma guerra que ele declarou no Éden, quando transformou o homem naquilo que agora marcha a seu lado como inimigo de Deus.

Têm coisas que por mais funestas ou desagradáveis que sejam, ainda assim, são necessárias. Como foi o caso da morte de Cristo:

“Desde então começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha (que era necessário – a palavra grega é a mesma de Apocalipse 20:3 δει) ir a Jerusalém, e padecer muitas coisas dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia.” (Mateus 16:21)

“Porventura não convinha que (δει) o Cristo padecesse estas coisas e entrasse na sua glória?” (Lucas 24:26)

Os revoltosos se IDENTIFICAM com a inusitada figura de Satanás, eles percebem que ele é o mais APROPRIADO EM REPRESENTA-LOS, pois eles têm a sua natureza rebelde, autônoma e pecaminosa, o desejo inoculado no Éden de ser semelhante ao Altíssimo. ("e sereis como Deus" - Gênesis 3:5b / “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai.” - João 8:44a).

As pessoas que seguem a Satanás nesta rebelião serão evidentemente aqueles que não confiaram em Jesus Cristo como seu Salvador durante o Milênio. Mesmo que todo mundo vai saber quem é Jesus Cristo durante o Milênio (Jeremias 31: 33-34), nem todo mundo vai confiar Nele como Salvador. Apenas crentes entrarão no Milênio, mas todos os que nascerem durante esse período nascerão com a mesma natureza caída de pecado e por conseguinte necessitarão de regeneração, terão de confiar em Cristo para experimentar a salvação eterna.

Sem dúvida, a terra está repleta com habitantes na conclusão do reinado de Cristo de mil anos. Exteriormente eles foram obrigados a estar em conformidade com a regra do rei e fazer uma profissão de obediência a Cristo, visto que o Rei Messiânico “reinará com vara de ferro” não tolerando qualquer insubordinação e exigirá obediência as suas santas leis. Em muitos casos, no entanto, esta foi mera conformidade exterior sem realidade interior, e em sua inexperiência da tentação real, eles são vítimas fáceis dos ardis de Satanás.

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Esta soltura de Satanás e a consequente revolta final explicitam universalmente a INCORRIGIBILIDADE tanto do homem como de Satanás. (Jeremias 12:33)

TEM QUE HAVER UMA PROVA PARA DETERMINAR A VERDADEIRA CONDIÇÃO DO CORAÇÃO DOS INDIVÍDUOS DESSA ERA.

4) A SEDUÇÃO: ARGUMENTOS DO DISCURSO DO ÚLTIMO FUHRER (APOCALIPSE 20:8)

Satanás é um exímio enganador, essa é a sua especialidade. A única coisa a qual as Escrituras atribuem paternidade a Satanás é a mentira (João 8:44c).

E as Escrituras dão abundante testemunho de suas ações no sentido de enganar:

“Disse: Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perturbar os retos caminhos do Senhor?” (Atos 13:10)

“Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” (2 Coríntios 4:4)

“E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça.” (2 Coríntios 11:14,15)

“E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão.” (1 Timóteo 2:14)

“o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo” (Apocalipse 12:9)

“E engana os que habitam na terra com sinais” (Apocalipse 13:14)

"E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso profeta vi sair três espíritos imundos, semelhantes a rãs. Porque são espíritos de demônios, que fazem prodígios; os quais vão ao encontro dos reis da terra e de todo o mundo, para os congregar para a batalha, naquele grande dia do Deus Todo-Poderoso." (Apocalipse 16:13,14)

“fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem.” (Apocalipse 19:20)

A voz de Satanás não tinha sido ouvida por mil anos nas mentes de milhares de milhões ou talvez bilhões de pessoas que agora repovoaram a terra. Sem dúvida, as pessoas do milênio terão consciência sobre o que está para acontecer, elassabem o que esperar. As Escrituras profetizam que Satanás será solto da sua prisão, após os mil anos do Reino Messiânico.

Satanás vai ter novamente a permissão para "tira-lhes do coração a palavra, para que não se

salvem, crendo" (Lucas 8:12) Por mil anos houve paz. O mundo amava os judeus (Zacarias 8:23). As pessoas se amavam uns aos

outros. A terra tinha vivido em paz, amor, e de acordo com a Palavra de Deus. Mas agora Satanás traz de novo a tona o antisemitismo.

Para enganar as nações ( πλανησαι τα ετνη - planēsai ta ethne ). Primeiro aoristo infinitivo ativo do propósito de πλαναω - planaō principal tarefa de Satanás.

Mais quais seriam os possíveis argumentos que seriam usados por Satanás para que ele consiga

atingir uma adesão tão elevada?

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Temos um precedente no período tribulacional, quando ele usava seu agente, o Anticristo, para “proferir palavras contra o Altíssimo” (Daniel 7:25a - diz que ele deve falar contra o Altíssimo. לצד significa, propriamente, contra ou ao lado de, e é muito expressivo. Ela denota que ele irá usar a linguagem pela qual ele irá pôr Deus de lado e se oferecerá a si mesmo como Deus substituto, compare 2 Tessalonicenses 2:4).

Satanás usou esse mesmo personagem para também “abrir a sua boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar do seu nome, e do seu tabernáculo, e dos que habitam no céu." (Apocalipse 13:6).

Apocalipse 13:5 também diz que ele "profere grandes coisas e blasfêmias" (μεγάλα e βλασφημίαι), por Daniel 7:8 nos complementa essa informação, elucidando que uma boca que fala grandes coisas é uma boca vaingloriosa (רברבן), são coisas presunçosas. Uma boca que se auto exalta. Blasfemar no grego é maldizer por calúnia, injuriar, criticar.

Temos então um “modus operandi” que nos dá uma base estimarmos quais seriam os argumentos

que Satanás poderá usar (se por instrumentalidade humana ou não, não sabemos pois não está revelado) em seu último discurso inflamatório:

- Se ele usar de blasfêmias, isso significa que ele vai falar mal de Jesus Cristo e criticar a forma como Ele conduz o seu governo (que é sob vara de ferro), acusando-o de ditador, de inclemente, de austero, de inflexível e de tentar impor um estilo de vida impraticável (em santidade, o que é impossível para um não regenerado).

- Nesse ponto, usando o estilo do Anticristo Tribulacional (e também de Ninrode, de Nabucodonosor, dos Césares...), ele se oferecerá como alternativa, como alguém a substituir a divindade. E, sabendo como é a política, ele oferecerá benefícios e promessas de participação no poder para aqueles que marcharem com ele na tomada do poder. Isso também já aconteceu no passado: “E aos violadores da aliança ele com lisonjas perverterá” (Daniel 11:32 - ל , lisonjas , aqui promessas enganadoras de vantagem terrena) / “Tudo isto te darei se...” (Mateus 4:9).

- Agora a proposta final, a convocação as armas. Neste ponto ele difama o tabernáculo, no caso, aqueles que se acampam em Jerusalém, a capital, com suas riquezas e privilégios...cheia de corrupção e nepotismo, favorecimento de amigos...injustiças...Ele propõe que os revoltosos tem direto a igual tratamento e participação: “E se congregaram contra Moisés e contra Arão, e lhes disseram: Basta-vos, pois que toda a congregação é santa, todos são santos, e o Senhor está no meio deles; por que, pois, vos elevais sobre a congregação do Senhor?” (Números 16:3)

“Rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas algemas, eia!” (Salmos 2:3)

5) GOGUE E MAGOGUE (APOCALIPSE 20:8)

Alguns teólogos sustentam que a invasão de Ezequiel 39 e a de Apocalipse 20:8 seja a mesma pelo uso de ambos os textos da expressão Gogue e Magogue. Mas quando comparamos as duas passagens percebemos que isso não pode ser verdade:

(1) Ezequiel menciona somente uma coalizão do norte (38:1-7). Em Apocalipse nações dos quatro cantos da terra se reúnem;

(2) Em Ezequiel não há menção específica da intervenção e nem da liderança de Satanás na reunião das hostes inimigas e nem no ataque;

(3) O contexto em Ezequiel indica que esta invasão será antes da instituição do Milênio (mais especificamente, na metade da Tribulação), e o de Apocalipse é ao término do Milênio;

(4) Em Ezequiel os corpos dos mortos requerem um trabalho de sete meses para serem recolhidos (39:12-14). Em Apocalipse 20:9b os mortos são incinerados instantaneamente pelo fogo divino que cai do céu;

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(5) Em Ezequiel se vê que depois da invasão vem o Milênio (capítulos 40-48). Em Apocalipse, depois da invasão vem o Trono Branco e a Nova Criação.

A última rebelião do homem tem o mesmo rótulo Gog e Magog que a agressão ocorrida há 1000 (Ezequiel 38 e 39). Este se tornou um feito memorável, a ponto de cunhar o movimento de tropas inimigas em grande multidão com o objetivo de destruir o povo de Deus.

Eles se tornaram um símbolo apropriado de pessoas rudes e selvagens; de inimigos ferozes e belicosos; de inimigos a serem temidos; e como tal, eles foram nomeados assim por ambos, Ezequiel e João. Sinônimo de inimigos de Deus.

Há muito tempo que a guerra deixou de existir no planeta: “E ele julgará entre as nações, e repreenderá a muitos povos; e estes converterão as suas espadas em enxadões e as suas lanças em foices; uma nação não levantará espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerrear.” (Isaías 2:4)

“para as ajuntar em batalha” (συναγαγειν αυτους εις τον πολεμον - sunagagein autous eis ton polemon). Segundo aoristo infinitivo ativo do propósito de συναγω - sunagō uma tarefa agradável para Satanás após seu confinamento (ver Apocalipse 16:14 por esta mesma frase e também Apocalipse 17:14 e Apocalipse 19:19).

“Sobre os ímpios fará chover laços, fogo, enxofre e vento tempestuoso; isto será a porção do seu copo.” (Salmos 11:6.)

6) O FINAL (APOCALIPSE 20:9,10)

“Depois virá o fim, quando tiver entregado o reino a Deus, que é seu Pai, e quando houver aniquilado todo o império, e toda a potestade e força. Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés. Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte. Porque todas as coisas sujeitou debaixo de seus pés. Mas, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, claro está que se excetua aquele que lhe sujeitou todas as coisas. E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então também o mesmo Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos.” (1Coríntios 15:24-28)

Com o juízo dos revoltosos que foram mortos na rebelião de Satanás foram eliminados os últimos não regenerados da humanidade, mas ainda resta a maldição que pesa sobre a criação por causa da revolta do homem no Éden ("maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. espinhos, e cardos também, te produzirá" - Gênesis 3:17,18 / Romanos 8:20). Se faz, portanto, necessário tirar o vestígio de maldição sobre a terra antes da manifestação do Reino Eterno.

Isso será feito pela destruição dos atuais céus e terra pelo fogo:

“O céu e a terra passarão” (Mateus 24:35a)

"Assim o homem se deita, e não se levanta; até que não haja mais céus, não acordará nem despertará de seu sono." (Jó 14:12)

“Temer-te-ão enquanto durarem o sol e a lua, de geração em geração...Nos seus dias florescerá o justo, e abundância de paz haverá enquanto durar a lua...o seu nome se irá propagando de pais a filhos enquanto o sol durar, e os homens serão abençoados nele; todas as nações lhe chamarão bem-aventurado.” (Salmos 72:5,7,17)

“Mas os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios...Mas o dia do Senhor

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virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão. Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade, aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão? Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça.” (2 Pedro 3:7,10-13)

“e de Deus desceu fogo, do céu, e os devorou...de cuja presença fugiu a terra e o céu; e não se achou lugar para eles.” (Apocalipse 20:9b,11)

Esse fogo que cai sobre os revoltosos dá início a destruição e queima da terra e dos céus para abrir espaço para o grande julgamento de homens e de anjos, todos perdidos (1Coríntios 6:2a e 3a / Apocalipse 20:10-15 / Mateus 10:15; 11:22,24; 12:36 / Atos 17:31 / Romanos 2:5,16 / 2Pedro 2:2,9 / Judas 6).

Salmos dizem que o sol e a lua não durarão para sempre, Mateus diz que os antigos céus e terra passarão e João que eles fogem da presença de Deus sem indicar os meios pelos quais isso acontece; enquanto Pedro proporciona os meios pelos quais se produz a dissolução.

Os revoltosos do final do Milênio, que morreram fisicamente agora há pouco, no último evento histórico da humanidade, ressuscitam juntamente com os perdidos de todas as épocas desde Caim. Todos são julgados “pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras.” (Apocalipse 20:12) e o destino é um só: "E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo." (Apocalipse 20:15).

Este não é um julgamento para determinar quem herdará a salvação ou não, todos já estão condenados pela rejeição do Filho de Deus, caso contrário teriam participado da primeira ressurreição (que inclui Cristo, os santos da Igreja no arrebatamento, as duas testemunhas no meio da tribulação, os santos da tribulação e os santos de todas as eras após o final da tribulação).

Para este julgamento final do Grande Trono Branco, ocorre a última ressurreição, aquela que fecha o programa de ressurreições que é apresentado em 1 Coríntios 15:

"Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem. Porque assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo. Mas cada um por sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na sua vinda. Depois virá o fim." (1 Coríntios 15:20-24)

A expressão chave neste contexto é “cada um por sua ordem” (versículo 23).

A palavra ordem (tagma no grego) é uma metáfora militar: companhia, tropa, patrulha, agrupamento, e fala de um desfile ordenado de grupos ou agrupamentos como em um desfile militar. Então devemos pensar em um corpo de tropas ordenadas segundo a sua posição e em sua devida ordem e sequência.

A passagem então indica em que ordem as ressurreições acontecerão segundo o programa no qual Deus as ordenou:

- Cristo, o primeiro a ressusciar “ek nekron”, o líder dos batalhões, aquele que abre o desfile de ressurretos, o primeiro de uma grande colheita;

- Depois (no grego “epeita”, que significa um lapso de tempo de duração não designada; o que quer dizer que um evento não segue ao outro imediatamente) os que são de Cristo, ou seja a primeira e bem aventurada ressurreição, que inclui os santos da Igreja (no arrebatamento), as duas testemunhas mártires

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(no meio da tribulação) e os santos mártires tribulacionais juntamente com os santos de todas as outras eras (exceto a Igreja), ao final da tribulação.

Apesar de existirem lapsos de tempo entre a ressurreição da Igreja e dos santos das outras eras, a expressão “os que são de Cristo” é uma referência a todos os redimidos, tanto da Igreja, como do Antigo Testamento, como dos tribulacionais, pois a expressão usada é ampla mas inclusiva “hoi tou Christou” no grego em contraste com a expressão usada no versículo 22 “en to Christo” que é ampla e genérica ao dizer que “todos” (perdidos e salvos) passam pelo processo de ressurreição mediante a intervenção de Jesus Cristo, a expressão tem então o sentido de “todos serão vivificados POR Cristo”. (João 5:28)

O termo “vinda” seria então mais amplo e elástico, no que se refere ao tempo da ressurreição de todos os salvos. (Daniel 12:2a / João 5:29a / Apocalipse 20:4-6);

- Por fim os que não são de Cristo, os perdidos, no fim. Esta é a segunda e maldita ressurreição. (Daniel 12:2b / João 5:29b / Apocalipse 20:12a).

“Depois virá o fim (5), quando tiver entregado o reino a Deus, ao Pai (4), e quando houver aniquilado todo o império, e toda a potestade e força (3 e 2). Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés (1). Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte. Porque todas as coisas sujeitou debaixo de seus pés. Mas, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, claro está que se excetua aquele que lhe sujeitou todas as coisas. E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então também o mesmo Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos.” (1 Coríntios 15:24-28)

Existe uma espécie de digressão textual aqui:

O fim vem, mas ele só vem após alguns eventos que são apresentados no texto em ordem invertida como necessários de acontecerem antes do fim, a ordem de eventos será:

1 - ter todos os inimigos de Deus subordinados a Cristo (o que ocorrerá na implantação e durante o Reino),

2 - aniquilar todas os inimigos e resistências, (o que ocorrerá ao término do Reino),

3 - aniquilar a morte (o que ocorrerá após o Reino, no Trono Branco),

4 - entregar o Reino a Deus,

5 - o fim.

Verso 24

Depois ou então (εἶτα) o próximo evento na sucessão, introduzindo o terceiro τάγμα.

O fim (τὸ τέλος), ou seja, a superação da atual ordem das coisas por mais uma perfeita; um momento em que o pecado e a morte cessarão, e "os reinos deste mundo se tornaram os reinos de nosso Senhor e do seu Cristo" Apocalipse 11:15. O fim, quando tudo deve ser feito, a interposição e plenitude do Reino pela subjugação do último inimigo, a consumação de todo o curso da obra mediadora de Cristo, a salvação dos eleitos.

De acordo com o verso 23, este fim é introduzido ou trazido pela sua vinda (παρουσίᾳ - parusia), que é o ato pelo qual Ele se fará presente ou seja, quando Cristo se fizer presente na terra (em sua segunda vinda), ocorrerão todos os tagmas deste programa de ressurreições e Ele consumará todas as coisas trazendo o fim. O que concorda com Efésios 1:10 ("De tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra."), que

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declara que O PROPÓSITO DO REINO MESSIÂNICO (a dispensação da plenitude dos tempos) é que TODAS as coisas sejam “amarradas como um feixe” ou consumadas (“tornar a congregar”, “convergir” , “condensar em um resumo”, - ἀνακεφαλαιώσασθαι = ANAKEPHALAIÔSASTHAI).

Tiver entregado (ὅταν παραδιδοῖ) ὅταν denota a incerteza de quando este período vai chegar, temos de ver aqui uma tentativa de nos transportar em imaginação para o momento em que a entrega é feita.

Houver aniquilado (Καταργήσῃ) reduzido a nada, zerado. O aoristo καταργήσῃ denota a destruição anterior e completa de toda as outras autoridades fora do Pai. A diferença dos tempos verbais apresentada entre os verbos entregar e aniquilar refere-se ao fato de que o segundo destes eventos é subordinado ao primeiro Primeiro Cristo aniquila depois entrega.

Todo o domínio governante, e toda a autoridade e força (πᾶσαν ἀρχὴν καὶ πᾶσαν ἐξουσίαν καὶ δύναμιν)

ἀρχὴν (ARKE) significa a pessoa ou coisa que começa, a primeira pessoa ou coisa em uma série, o líder, o primeiro lugar, principado, regra, magistratura e é aplicado tanto a homens (Lucas 20:20 / Romanos 8:38 / Efésios 1:21 / Colossenses 2:10 / Tito 3:1) como anjos (Romanos 8:38 / Efésios 1:21; 3:10; 6:12 / Colossenses 1:16; 2:15 / Judas 6) detentores de jurisdição ou poder de ação.

ἐξουσίαν (EXOUSIAS) significa a autoridade que autoridade que o poder governamental concede, o poder do Estado ou do governo (o poder daquele cuja vontade e ordens devem ser obedecidos por outras pessoas). Apesar de estar vinculado em algumas passagens com seres espirituais (Efésios 1:21; 3:10; 6:12 / 1 Pedro 3:22 / Colossenses 1:16), esmagadoramente a palavra se relaciona com poderes humanos nas Escrituras (autoridade: Mateus 7:29; 8:9; 9:6,8; 10:1; 21:23,24,27; 28:18 / Marcos 1:22,27; 2:10; 3:15; 6:7; 11:28,29,33,34 / Lucas 4:6,32,36; 5:24; 7:8; 9:1; 10:19; 12:5; 19:17; 20:2,8,20; 22:53 / João 1:12; 5:27; 10:18; 17:2; 19:10,11 / Atos 1:7; 5:4; 8:19; 9:14; 26:10,12,18 / Romanos 9:21 / 1 Coríntios 7:37; 11:10 / Judas 1:25 / Apocalipse 2:26; 6:8; 13:2,5,7,12; 17:12,13 - autoridades: Lucas 12:11; 23:7 / Romanos 13:1-3 / Tito 3:1 / Colossenses 2:10)

δύναμιν (DUNAMIS) significa o poder da força, capacidade, poder inerente, poder residente em uma coisa em virtude de sua natureza, ou que uma pessoa ou coisa exerce e brota. Poder inerente. (Marcos 5:30 / Lucas 1:17,35 / Atos 1:8 / Romanos 1:16 / Hebreus 11:11,34)

O que podemos concluir então é que a entrega do Reino ao Pai só ocorre após Jesus Cristo zerar ou reduzir a nada toda ação demoníaca, toda resistência de autoridades humanas e o poder da morte.

Verso 25

Convém que ele reine (δεῖ γὰρ αὐτὸν βασιλεύειν ἄχρι - dei gar auton basileuein akhri) Este versículo fala que o Reino Mediador (no qual Ele media entre os céus e a terra) esta limitado em sua duração pela cláusula “até que”.

O seu reino dura até que tenha subjugado TODOS os inimigos de Deus. Esses inimigos são três: Satanás, o pecado, e a morte; e esses inimigos só são totalmente excluídos no fechamento do Trono Branco. (Apocalipse 20:14,15).

Daí que podemos concluir que o período milenário tem uma extensão de sua duração para incluir a revolta final (“quando se completarem os mil anos” – Apocalipse 20:7), o julgamento e condenação do Diabo e seus anjos, o desvanecimento da velha criação, o julgamento e condenação de todos os homens perdidos, a morte e o inferno serem lançados no lago de fogo. Ai então o expurgo de TODO mal da criação terá sido concluído, e a obra redentora de Jesus Cristo terá o seu epílogo, tudo foi trazido de volta (Apocalipse 21:27).

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Verso 26

O último inimigo que há de ser aniquilado é a morte (ἔσχατος ἐχθρὸς καταργεῖται ὁ θάνατος)

A morte, o último inimigo, é anulada em seu poder de separar a união entre a alma e o corpo.

A morte é um inimigo; é um inimigo, que é destruído; é o inimigo, que é destruído por último; última aliás, isto é, depois de Satanás, Hebreus 2:14 ; e depois do pecado, 1 Coríntios 15:56 . Pois eles adquiriram sua força na mesma ordem; e Satanás trouxe o pecado, o pecado produziu morte. Esses inimigos foram destruídos; por conseguinte, também a morte é destruída. A ordem também é vista em Apocalipse 20:10-14: Satanás (verso 10), o pecado (versos 11-13) e a morte (verso 14).

Verso 27

todas as coisas sujeitou debaixo de seus pés (πάντα γὰρ ὑπέταξεν ὑπὸ τοὺς πόδας - panta gar upetaxen upo tous podas)

O Pai, colocou todas as coisas sob seu filho (Salmos 110: 1), e Cristo coloca todas as coisas debaixo de seus próprios pés ("segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas." - Filipenses 3:21).

Aquilo que o Salmo 110 profetizou, teve o início do seu cumprimento na ressurreição de Cristo:

“a operação da força do seu poder se manifestou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e pondo-o à sua direita nos céus, acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro; E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja.” (Efésios 1:19b-22) Veja também Hebreus 1:8; 2:8 / 1 Pedro 3: 22 / Mateus 11:27; 28:18 / Lucas 1:33 / João 13:3; 17:2a / Filipenses 2:10 / Apocalipse 11:15.

Esta parte do versículo é uma citação quase literal de Salmos 8:6 (“Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés."). Este fato resolve o significado da passagem. A Cristo, como o Homem, Deus sujeitou todas as coisas na terra. Pois o contexto e conteúdo do Salmo 8 fala do propósito de Deus para o homem em relação a criação “sujeitai e dominai a terra” (Gênesis 1:28). Naquilo que o primeiro homem, Adão, falhou. O segundo homem, Jesus Cristo, obterá sucesso!

Verso 28

Também o mesmo Filho se sujeitará (τότε αὐτὸς ὁ υἱὸς ὑποταγήσεται - tote [kai] autos o uios upotagêsetai)

Esta passagem não mais implica a cessação do reinado de Cristo do que as palavras "desde Adão até Moisés" (Romanos 5:14) implica a cessação do pecado depois de Moisés.

Quando tiver entregado o reino ao Pai, o Pai não vai então começar a reinar sem o Filho; nem o Filho cessará então de reinar sem o Pai. Para o reino divino, tanto do Pai e do Filho é desde a eternidade e será para a eternidade. Mesmo porque as inúmeras profecias que falam do Reino de Deus, falam dele como ETERNO (2 Samuel 7:16 / Salmos 45:6; 145:13 / Daniel 7:14,27 / 2 Pedro 1:11).

Mas o apóstolo está falando aqui do Reino Mediador do Filho, que será entregue, e do imediato [isto é, sem a mediação] Reino do Pai, para que então ele vai dar lugar. Enquanto isso, o Filho gere os assuntos, que o Pai tem colocado em Suas mãos, para e por seu próprio povo, para os eleitos, pela instrumentalidade dos anjos também, e na presença do Pai e contra Seus inimigos.

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O Filho vai entregar o reino ao Pai, NA MEDIDA do propósito em que o Pai deu ao Filho, pois alcançou o seu propósito purificador e reconciliador. (Mateus 10:34 / Lucas 19:10 / João 6:38-40; 9:39; 12:27; 18:37b / Romanos 5:6; 14:9; 15:8 / 1 Timóteo 1:15).

O Pai não deixa de reinar, embora Ele tenha nomeado o Filho para ser rei; nem o Filho deixa de reinar, quando ele entregar o reino ao Pai. Não é uma questão de se arrazoar a respeito de divindade ou de subserviência de divindade para divindade pois aqui não é essa a questão (a Divindade de Cristo não se inclui no âmbito desta passagem); a questão é a questão da encarnação da divindade e da consumação da realização do propósito desta encarnação da divindade: purificar e reconciliar a criação.

Chegará um momento no futuro distante quando Seu ofício mediador não será mais necessário, quando Seu reino sobre a humanidade, como homem, cessará, e quando cada um de nós vai desfrutar por si mesmo, por meio do Mediador da obra consumada, a bênção de acesso imediato ao Pai.

Mesmo porque a glória que o Filho tinha antes da fundação do mundo continuará a ser a mesma, após o Reino ser entregue (João 17: 5) e Ele não deixará de ser rei de acordo com a sua natureza humana, (Lucas 1:33).

O Filho deve ser feito completamente subordinado ao Pai; e que a subordinação do Filho será inteiramente voluntária, um evento desejado pelo próprio Filho e gloriosa para Ele; pois Ele não será subordinado como um servo. Aqui não há nenhuma derrogação à honra divina do Filho; uma vez que o próprio Pai quer que todos honrem o Filho, como honram o Pai. “Para que todos honrem o Filho, como honram o Pai. Quem não honra o Filho, não honra o Pai que o enviou.” (João 5:23)

E assim, no final, cada indivíduo terá relações imediatas e individuais, não só com o Homem Cristo Jesus Glorificado, mas com toda a Santíssima Trindade. Pois é da forma de Deus agir e interagir, o fazer sempre em conjunto e cooperação. Observe 1 Coríntios 12: 4-6.

É o destino de Cristo “ser tudo em todos” (Colossenses 3:11) assim como o Pai (“para que Deus seja tudo em todos” – 1 Coríntios 15:28b).

A GRANDE VERDADE É QUE O DESEJO DE TODA A TRINDADE SANTA É:

“que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós.” (João 17:21)

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FIM DO ESTUDO.