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Transição manual dos Slides Música: Deep in my soul-Ernesto Cortazar Pesquisa e Formatação Para quem serviria o Evangelho? quarta-feira, 27 de abril d e 2022 11:30:48 HELIO CRUZ

Para quem serviria o evangelho

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Page 1: Para quem serviria o evangelho

Transição manual dos SlidesMúsica: Deep in my soul-Ernesto Cortazar

Pesquisa e Formatação

Para quem serviria o Evangelho?

1 de maio de 202319:10:32

HELIOCRUZ

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Com base no conto “Jesus e Simão”, do livro Estante da Vida, pelo Espírito Irmão X. (Momentos de Paz Maria da Luz).Nos conta assim o autor:Retirava-se Jesus do lar de Jeroboão, filho de Acaz, em Corazim, para atender a um pedido de socorro em casa próxima quando quatro velhos publicanos apareceram, de chofre, buscando-lhe o verbo reconfortante.Haviam recebido as notícias do Evangelho do Reino, tinham fome de esclarecimento e tranquilidade, suplicavam palavras que os auxiliassem na aquisição de paz e esperança.O Mestre contemplou-lhes a veste distinta e os rostos vincados de funda inquietação, e compadeceu-se.

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Instado, porém, por mensageiros que lhe requisitavam a presença à cabeceira de alguém que se avizinhava da morte, o Excelso Benfeitor chamou Simão Pedro e pediu-lhe, ante os consulentes amigos:- Pedro, nossos irmãos chegam à procura de renovação e de afeto. Rogo

sejas, junto deles, o portador do Bem Eterno. Ampara-os com a verdade, prossigamos em nossa tarefa de amor.

O apóstolo relanceou o olhar pelos circunstantes e, tão logo se viu a sós com eles, fez-se arredio e casmurro, esperando-lhes a manifestação.Foi Eliúde, o joalheiro e mais velho dos quatro, que se ergueu e solicitou com modéstia:

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Discípulo do Senhor, ouvimos a Nova Revelação e temos o espírito repleto de júbilo! Compreendemos que o Messias Nazareno vem da parte do Todo-Poderoso arrancar-nos da sombra para a luz, da morte para vida. Que instruções e bênçãos nos dá, oh! Dileto companheiro das Boas Novas? Temos sede do Reino de Deus que o Mestre anuncia! Aclara-nos a inteligência, guia-nos o coração para os caminhos que devemos trilhar!Simão, contudo, de olhar coruscante, qual se fora austero zelador de consciências alheias, brandiu violentamente o punho fechado sobre a mesa, e falou, ríspido:- Conheço-vos a todos, oh! Víboras de Corazim!

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E, apontando o dedo em riste para Eliúde, aquele mesmo que tomara a iniciativa do entendimento, acusou-o, severamente:- Que pretendes aqui, ladrão de viúvas e dos órfãos? Sei que ajuntaste

imensa fortuna à custa de aflições alheias. Tuas pedras, teus colares, teus anéis! Que são eles senão as lágrimas cristalizadas de tuas vítimas? Como consegues pronunciar o nome de Deus? Voltando-se para o segundo, na escala das idades, esbravejou:

- - Tu, Moabe? A que vieste? Ignoras, por ventura, que não te desconheço a miséria moral? Como te encorajaste a vir até aqui, após extorquir os dois irmãos, de quem furtaste os bens deixados por teu pai?

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Esqueces de que um deles morreu consumido de penúria e de que o outro enlouqueceu por tua causa, sem qualquer recurso para a própria manutenção? Em seguida, dirigiu-se ao terceiro dos circunstantes:- Que buscas, Zacarias? Não te envergonhas de haver provocado a morte

de Zorobatel, o sapateiro, comprando-lhe as dívidas e atormentando-o, através de execráveis cobranças, no só intuito de roubar-lhe a mulher? Já tens o fruto de tua caça. Aniquilaste um homem e tomaste-lhe a viúva. Que mais queres, infeliz? E, virando-se para o último, gritou:

- - Que te posso dizer, Ananias? Há muitos anos, sei que fazes o comércio da fome, exigindo que a hortaliça e o leite subam constantemente de preço, em louvor de tua cupidez.

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Jamais te incomodaste com as desventuradas crianças de teu bairro, que falecem na indigência, à espera de tua caridade, que nunca apareceu! Simão alçou os braços para o teto, como quem se propunha irradiar a própria indignação, e rugiu:- Súcia de ladrões, bando de malfeitores! O Reino de Deus não é para vós!Nesse justo momento, Jesus reentrou na sala, acompanhado de alguns amigos, e, entendendo o que se passava, contemplou, enternecidamente, os quatro publicanos arrasados de lágrimas, ao mesmo tempo que se abeirou do pescador amigo, indagando:- Pedro, que fizeste?

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Simão, desapontado à frente daqueles olhos cuja linguagem muda tão bem conhecia, tentou justificar-se:- Senhor, tu disseste que eu deveria amparar estes homens com a verdade.- Sim, eu falei “amparar”, nunca te recomendaria aniquilar alguém com

ela.Assim dizendo, Jesus aceitou o convite que Jeroboão lhe fazia para sentar-se à mesa e, sorrindo, insistiu com Eliúde, Moabe, Zacarias e Ananias para que lhe partilhassem a ceia.Organizou-se, para logo, bela reunião, na qual o verbo se mostrou reconfortante e enobrecido.

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Conversando, o Mestre exaltou a Divina Providência de tal modo e se referiu ao Reino de Deus com tanta beleza, que todos os comensais guardavam a impressão de viver no futuro, em prodigiosa comunhão de interesses e ideais.Quando os quatro publicanos se despediram, sentiram-se diferentes, transformados, felizes. Jesus e Simão retiraram-se igualmente e, quando se acharam sozinhos, passo a passo, ante as estrelas da noite calma, o rude pescador exprobrou o comportamento do Divino Amigo, formulando perguntas, através de longos arrazoados.

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Se era necessário demonstrar tanto carinho para com os maus, como estender auxílio aos bons? Se os homens errados mereciam tanto amor, que lhes competia fazer, a benefício dos homens retos?O Cristo escutou as objurgações em silêncio e, quando o aprendiz calou as derradeiras reclamações, respondeu numa frase breve:- Pedro, eu não vim à Terra para curar os sãos.REFLEXÃO:Qual seria o objetivo do Evangelho de Jesus, o objetivo da Boa Nova, que o Cristo deixou por meio de sua palavra, mas também por meio de seu exemplo?

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Para quem o Evangelho se destina? O que Jesus queria ao estabelecer pelo seu exemplo aquelas mensagens de amor? As mensagens do Cristo, será que elas se destinam apenas aos bons e àqueles que já são capazes de compreendê-las melhor, ou será que o destino do Evangelho é ajudar aos maus, que ainda precisam aprender mais sobre o caminho reto, sobre a estrada da evolução? E os indiferentes, aqueles que passam na vida à margem das coisas, despreocupados de si mesmos, despreocupados do mundo em sua volta? Será que o Evangelho de Jesus serviria para eles? E os perseguidos, os injustiçados, aqueles que necessitam consolo para suas dores morais? E os humildes, aqueles que já são capazes de seguir os exemplos que são colocados no Evangelho? Para quem serviria o Evangelho?

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Assegurou-nos Jesus: Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém chegará ao Pai senão por mim. O que Ele queria dizer com isso? Todos que habitamos aqui, encarnados nesse planeta, e aqueles que ainda estão gravitando no plano espiritual à sua volta, somos Espíritos devedores, imperfeitos, carentes de luz e de sabedoria. Todos somos necessitados de ajuda e de amor. Trazemos mazelas e experiências menos felizes e, quase sempre, somos submetidos a repetições de situações para o aprendizado e para o crescimento. Logo, todos precisamos da mensagem consoladora do Cristo. A renovação do homem, entretanto, só começa quando ele, diante das dores e dos sofrimentos, arrepende-se daquela trajetória seguida até então.

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E se predispõe a conhecer-se melhor, sem ilusões, para que possa superar a si próprio, para que possa vencer as suas tendências ainda inferiores. O Evangelho é para esses como um farol, que permite identificar a força do amor, cobrindo uma imensidão de pecados. É para os bons, para os maus, para os indiferentes, para os perseguidos e injustiçados, para os humildes e, mesmo, para os orgulhosos. O Evangelho proporciona ensinamentos sublimes, desvenda a verdade, na medida em que nos aponta a necessidade de harmonia e de equilíbrio com o Universo. Cada um de nós, percebe essa verdade de maneira diferente. Mas não nos é permitido, por exemplo, aprender toda a verdade de um salto só, pois, não seríamos capazes de absorvê-la, interpretá-la, interiorizá-la no nosso espírito.

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Algumas palavras de Jesus nessa estória chamam a nossa atenção. Jesus disse para Simão: Pedi para você ajudar com a verdade, nunca recomendei para aniquilar alguém com ela.Sobrecarregar aquilo que já é pesado na consciência alheia, não ajuda aquele que deseja levantar-se. Julgar e evidenciar as ações dos semelhantes e decidir sobre o seu mérito para obter ou não a ajuda necessária, não está de acordo com a lei de amor e com a mensagem do Cristo. O amor deve ser incondicional. Se hoje não percebemos assim, é porque ainda trazemos a alma cheia de imperfeições; é porque não compreendemos plenamente nossa natureza espiritual; é porque valores materiais ainda nos impõe julgamentos e críticas às ações dos irmãos de caminhada, como se apenas as nossas fossem as certas.

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Mas, uma coisa é certa. A verdade não está destinada a julgar os homens; mas ao contrário. A verdade destina-se ao esclarecimento e à renovação do homem. Enaltecer virtudes ou evidenciar defeitos não ajudam a quem quer que seja. Enaltecer virtudes induz vaidade e orgulho aos mais desprevenidos. Evidenciar defeitos diminui a autoestima alheia e, ao invés de ajudar, deprime, maltrata.A carga que todos trazemos para este mundo, de provas e expiações, é sempre pesada, e Jesus com a sua mensagem e com o seu Evangelho, nos oferece um aprendizado para torná-la mais leve, e o nosso caminho, o nosso jugo, mais suave.

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Muita Paz!

Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br

Com estudos comentados de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho Segundo o Espiritismo.