1. realizada por Dr. Helmi NASR Professor de Estudos rabes e
Islmicos na Universidade de So Paulo
2. De Makkah -7 versculos. (3) 1. Sratu Al-Ftihah Parte 1 Em
nome de Allah, O Misericordioso, O Misericordiador .(4) 1 SRATU
AL-FTIHAH A SURA DAABERTURA (1) (2) Suratu : forma alterada do
substantivo feminino surah, que signica degrau, fase, e, por
analogia, cada um dos captulos do Alcoro, por meio dos quais se
ascende a Deus. Cada sura composta de yt, sinais ou versculos, de
nmero variado, onde transluz a innita sabedoria divina. O ttulo das
suras, segundo uma tradio oriental, prende-se mais a uma de suas
palavras que, propriamente, ao contedo geral da sura. Quanto a
palavra sura, adotamo-la na traduo por ser forma mais prxima da
transcrio da palavra rabe (singular) e consignada, dentre outros,
nos dicionrios de Morais e Aulete. (1) Makkah: Meca, a cidade onde
se situam a Mesquita Sagrada e a Kacbah, para a qual, nas oraes, se
dirigem os moslimes, onde quer que se encontrem. Foi nessa cidade
que se revelou a presente sura. Por forma reduzida da frase rabe
Bismillahi Ar-Rahmani Ar-Rahmi (Em nome de Deus, O Misericordioso,
O Misericordiador), denomina-se este versculo Al Basmalah, que a
maioria dos exegetas considera, de fato, o primeiro versculo desta
sura, embora haja quem a julgue mera epgrafe, no s anteposta a esta
mas a todas as suras do Alcoro, com exceo da IX. Al Basmalah
constitui, na tradio islmica, frmula invocativa fundamental, que
todo moslim deve proferir antes de cada ato, no s para assegurar-se
das benes de Deus, o Dador Sublime da misericrdia, seno tambm para
invocar-Lhe ajuda em todos seus atos, que nunca se completaro sem
ela. Quanto a iniciar-se, sempre, cada sura com Al Basmalah,
demonstra que tudo quanto encerra, sejam preceitos, informes ou
regras morais, proveniente de Deus e por Ele ordenado, sem
interveno alguma de qualquer outra criatura que seja. Ademais, por
meio desta atitude de prece, pode o homem esmerar-se
espiritualmente e dilatar o conhecimento de si prprio e do universo
que o rodeia. Quanto aos eptetos, integrantes de Al Basmalah: O
Misericordios,Misericordiador, traduzem, respectivamente, as
palavras rabes Ar-Rahmn e Ar-Rahm, cognatos do substantivo rahmah,
miseri- crdia, com a peculiaridade, porm, de que Ar-Rahmn epteto
intrnseco e exclusi- Al-Ftihah: a abertura. a sura que d incio
sagrada leitura. Ela rene e sintetiza os elementos da crena
islmica, ou seja, a unicidade de Deus, como Soberano Absoluto dos
mundos; o caminho da bem-aventurana, a recompensa dos crentes, o
castigo dos renegadores da F, alm de estabelecer o elo essencial
entre o homem e Deus. Por esta razo, ela parte fundamental das
cinco oraes dirias do moslim, quando a repete, em suas reverncias,
dezessete vezes. (2) (3) (4) 1
3. 1. Sratu Al-Ftihah Parte 1 2 (1) 3 (2) 4 (3) 5 6 Louvor a
Allah, O Senhor dos mundos . O Miseri cordioso, O Misericordiador .
O Soberano do Dia do Juzo ! S a Ti adoramos e s de Ti imploramos
ajuda. Guia-nos senda reta, senda dos que agraciaste; no dos
incursos em Tua ira nem dos descaminhados. 7 O Senhor dos mundos,
ou seja, O Soberano de todas as criaturas: homens, anjos, animais e
tudo o mais que constitui o mundo. Esta forma apositiva estabelece
o limite entre a disciplina e a anarquia na crena e demonstra que
todo o Universo deve dirigir-se a um nico Senhor, cuja soberania
infalvel, contnua, harmnica e onipresente. (1) vo de Deus. Na
literatura luso-brasileira, esta sutileza epittica , igualmente,
utilizada por vieira, como se pode vericar no sermo do Quarto Sbado
da Quaresma, pregado em 1640 (Vide Sermes de Vieira, Editora Lello
e irmos, 1959, vol. III, p. 362), quando designa a Deus, por Sua
misericrdia, fazendo uso de duas palavras latinas, Misericors et
Miserator, estabelecendo-lhes a diferena,na traduo, por meio de
dois suxos: -oso, com o sentido de "pleno de, cheio de",e de -dor,
suxo agentivo com a idia de "o que faz", "o que d", acrescidos
palavra misericrdia, de onde: "No s chamam a Deus Misericordioso,
seno Misericordiador". Quanto palavra Misericordiador, devemos
dizer que, at onde nos foi possvel pesquisar, parece tratar-se de
um neologismo vieirense e que acabou por resolver-nos o crucial
problema de traduo de Ar-Rahim: Aquele que d misericrdia, at ento
no cogitado satisfatoriamente, pelos tradutores do Alcoro para o
portugus. Ademais, palavra consignada por Moraes e Aulete, o que
nos rearma o acerto em adot-la em nossa traduo. A repetio dos
eptetos de Deus, mencionados no Al Basmalah, no s enfatiza os
aspectos vrios da Graa de Deus, mas toma patente que a soberania no
provm da fora, mas da misericrdia e da graa de Deus para com todos
os seres. (2) Dia do Juzo: O Dia em que a humanidade prestar conta
de seus atos, bons e maus, e, segundo estes, receber a retribuio.
Quem quer que haja feito o menor bem disso ter recompensa; quem
quer que haja feito o menor mal, disso ter recompensa. A justia
soberana de Deus fundamenta-se, estritamente, na eqidade. (3)
2
4. De Al Madna - 286 versculos. (2) 2. Sratu Al-Baqarah Parte 1
Alif, Lm, Mm . Esse o Livro. Nele, no h d- vida alguma. orientao
para os piedosos, Que crem no (3) 1 SRATU AL-BAQARAH A SURA DA VACA
(1) Al Baqarah: a vaca. A Sura da Vaca, a mais longa do Alcoro e
tambm com seu mais exten- so versculo (282), denomina-se, assim,
pela meno, nos versculos 67-73, da imolao de uma vaca para expurgo
de culpa, dentro da comunidade judaica, por poca de Moiss. A sura
inicia-se pela armao categrica de que o Alcoro guia espiritual e
moral dos que crem em Deus, e pela conrmao de que a verdadeira f
deve integrar a crena na unicidade absoluta de Deus, a prtica
constante do bem e a crena na Ressurreio. Enumera as trs categorias
dos homens: crentes, idlatras e hipcritas e como reagem diante da
Mensagem divina. Relata episdios relacionados aos lhos de Israel,
fazendo-os atentar, constantemente, para as graas de Deus para com
eles. Alude, ainda, ao Patriarca Abrao, com cujo lho, Ismael,
construiu a Ka bah. E reiterativa na armao de que Deus nico e torna
patente Seus sinais como meio de repelir, peremptoriamente, a
idolatria vigente, e amplamente dis- seminada na Pennsula Arbica,
tempos antes do advento do Islo. Encerra, nos constantes
ensinamentos e preceitos, a base da boa conduta do moslim:
estabelece a distino entre o lcito e o ilcito; discorre sobre a
virtude e ensina os critrios para o jejum e a peregrinao; legisla
sobre as obrigaes testamentais, o talio, o casamento e o divrcio;
orienta sobre o aleitamento materno, sobre o registro de dvidas;
exalta a caridade e abomina a usura. Ensina ao crente o ldimo
caminho para a felicidade eterna e a pedir perdo pelas falhas,
implorando a misericrdia e o socorro de Deus. (1) Al Madinah:
Medina, a Segunda cidade sagrada, no Mundo Islmico, depois de
Makkah, na qual se encontra a Mesquita do Profeta, onde Muhammad
foi sepultado. Foi nessa cida- de que se revelou esta sura. (2) 3
Em nome de Deus O Clemente, O Misericordioso. c Alif, Lm, Mm: So
trs letras do alfabeto rabe, equivalentes, em portugus, s letras A,
L, M. Vinte e nove so as suras do Alcoro que, como esta, se iniciam
por letras, mas de modo variado. H as iniciadas por uma s letra (L,
LXVIII), por duas (XLIII), por quatro (VII), e at por cinco letras
(XIX).E, por serem inmeras as interpretaes, apre- sentadas pela
exegese alcornica, na tentativa de elucidar- lhes o signicado,
salientamos, a seguir, apenas as mais plausveis destas
interpretaes: as letras isoladas seriam caracte- res msticos, cuja
signicao e valor permanecem desconhecidos, e que Deus revelou
somente a Muhammad; ou seriam as letras iniciais de atributos
divinos, j que, entre os (3) 2 3
5. 10 9 8 7 6 5 2. Sratu Al-Baqarah Parte 1 4 Invisvel e
cum-prem a orao e despendem, do que lhes damos por sustento; E que
crem no que foi descido do cu, para ti e no que fora descido antes
de ti, e se convencem da Derradeira Vida. Esses esto em orientao de
seu Senhor. E esses so os bem aventurados. Por certo, aos que
renegam a F, -lhes igual que os admoestes ou no os admoestes; no
crero. Allah selou-lhes os coraes e o ouvido e, sobre suas vistas,
h nvoa. E tero formidvel castigo. E, dentre os homens, h quem diga;
"Cremos em Allah e no Derradeiro Dia", enquanto no so crentes.
Procuram enganar a Allah e aos que crem, mas no enganam seno a si
mesmos e no percebem. Em seus coraes, h enfermidade; ento, Allah
acres- centou-lhes enfermidade . E tero doloroso castigo, porque
mentiam. numerosos atributos, no seria difcil selecionar alguns
deles, que se iniciassem por estas letras; nalmente, seriam
advertncia para que os homens jamais olvidassem a onipotncia de
Deus em contraste com a impotncia deles, quer dizer, no olvidassem
que, assim como Deus de terra criou o homem, tambm de simples
letras formou as palavras do Livro inimi- tvel, que o homem rabe,
apesar de sua proverbial eloqncia, jamais pde reproduzir. Letras
formou as palavras do Livro inimitvel, que o homem rabe, apesar de
sua proverbial eloqncia, jamais pde reproduzir. Referncia ao
procedimento ambguo dos hipcritas que, por um lado, abraaram o
Islo, garantindo, com isso, seu status na sociedade; e por outro,
ainda ostentavam a descrena, mantendo-se, assim, aliados aos
inimigos da nova religio, o Islamismo. (6) De maneira geral, a
crena no Invisvel o que distingue o ser racional do irracional. O
homem percebe que o Universo est muito alm do que seus sentidos
podem perceber. Aceitar a evidncia csmica, sem entend-la,
totalmente, mas, tambm, sem neg-la, pri- vilgio do homem, em cuja
vida a preocupao escatolgica e a percepo do Invisvel ocupam papis
primordiais. (1) No: no Alcoro.(2) Para ti: para o profeta
Muhammad.(3) No: naquilo, ou seja, nos Livros divinos, revelados
antes de Muhammad; a Tora e o Evangelho. (4) Deus selou-lhes os
coraes e os ouvidos, porque optaram pela idolatria quando se
extraviaram. (5) Por enfermidade, entenda-se a inveja, que os
hipcritas, de f dbia e vacilante, nutriam em relao aos crentes;
essa inveja redundou em dio atroz, quando a revelao da Verda- (7) 4
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)
6. 11 2. Sratu Al-Baqarah Parte 1 5 E, quando se lhes diz: "No
semeeis a corrupo na terra", dizem: "Somos, apenas, reformadores".
Ora, por certo, so eles mesmos os corruptores, mas no percebem. E,
quando se lhes diz: "Crede como crem as dignas pessoas", dizem:
"Creremos como crem os insensatos?" Ora, por certo, so eles mesmos
os insensatos, mas no sa- bem. E, quando deparam com os que crem,
dizem: "Cremos" e, quando esto a ss com seus demnios dizem: "Por
certo, estamos convosco; somos, apenas, zombadores. Allah zombar
deles e lhes estender sua transgresso, continuando eles s cegas.
Esses so os que compraram o descaminho pelo preo da orientao. Ento,
seu comrcio no lucrou, e eles no foram guiados. Seu exemplo como o
daqueles que acenderam um fogo e, quando este iluminou o que havia
ao seu redor, Allah foi-Se-lhes com a luz e deixou-os nas tre- vas,
onde no enxergam. So surdos, mudos, cegos: ento, no retornam F. Ou
como o daqueles que, sob intensa chuva do cu, em que h trevas e
troves e relmpagos, tapam com os dedos os ouvidos, contra os raios
ruidosos, para se precatarem da morte. - E Allah est sempre,
abarcando os renegadores da F . O relmpago quase lhes arrebata as
vistas. Cada vez que lhes ilumina o caminho, nele andam e, quando
lhos entenebrece, detm-se. E se Allah quisesse, de, no Alcoro,
trouxe constantes denncias dos hipcritas. Aluso aos hipcritas, que
escolheram a descrena, mesmo aps haver conhecido a Verda- de, mas
que, ainda, buscavam uma luz para orient-los no caminho reto. Ao
advir-lhes a esperada luz, por meio do Alcoro voltaram-lhe as
costas e, conseqentemente, dela foram desprovidos, permanecendo na
escurido. (2) Demnios, aqui, traduz a palavra rabe Chayn, forma
plural de Chayn, que signica qualquer rebelde malfeitor, ser humano
ou no. No versculo, refere-se a todos os que so hostis misso de
Muhammad. (1) Ou seja, Deus tem poder de assediar os incrdulos.(3)
12 13 14 15 16 17 18 19 20 (1) (2) (3)
7. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 1 6 ir-Se-lhes-ia com o ouvido e
as vistas 'Por certo,Allah, sobre todas as cou- sas, Onipotente.
humanos! Adorai vosso Senhor, Que vos criou e aos que foram antes
de vs, na esperana de serdes piedosos. Ele Quem vos fez da terra
leito e do cu, teto edicado; e fez descer do cu gua, com que fez
sair, dos frutos, sustento para vs. Ento, no faais se- melhantes a
Allah, enquanto sabeis. E, se estais em dvida acerca do que zemos
descer sobre Nosso servo, fazei vir uma sura igual dele, e convocai
vossas testemunhas,em vez deAllah, se sois verdicos. E, se o no
zerdes - e o no fareis - guardai-vos do Fogo, cujo combustvel so os
homens e as pedras ".O qual preparado para osrenegadores da F. E
alvissara, Muhammad, aos que crem e fazem as boas obras que tero
Jardins, abaixo dos quais correm os rios. Cada vez que forem
susten- tados por algo de seus frutos, diro: "Eis o fruto por que
fomos sustentados antes". Enquanto o que lhes for concedido ser,
apenas, semelhante. E, neles, tero esposas puras e, neles, sero
eternos. Por certo,Allah no se peja de propor um exemplo qualquer,
seja de um mosquito ou de algo superior a este. Ento, quanto aos
que crem, eles sabem que ele a verda- Fazei vir uma sura:
reproduzir um captulo do Livro. Os renegadores do Islo colocavam em
dvida a veracidade da Mensagem de Muhammad, servo de Deus. Para
dirimir as dvidas, foi-lhes dirigido o seguinte desao, encontrado
em certos passos do Alcoro (X 38, 39;XI 13, 14; LII 33, 34 e XVII
88): se no acreditavam na origem divina do Livro, deve- riam ou
reproduzi-lo integralmente, ou fazer dez captulos semelhantes, ou,
pelo menos, um deles, o que nem mesmo os rabes, de grande eloqncia,
o lograram. Isto veio selar essa questo e provar, em denitivo, a
origem do Livro, como revelao de Deus ao homem. (2) Este versculo
refora a alegoria do Alcoro, que luz e ilumina o caminho para os
que renegam a F, tal qual um relmpago fulgurante. Os hipcritas
parecem admitir essa luz, mas recuam, com desdm, e, novamente, as
trevas encobrem-nos. Privam-se, deliberada- mente, da graa que Deus
lhes confere, pois tapam os ouvidos e evitam a luz. Seus artifcios
de recusa so tolos perante Deus. (1) Ou seja, os dolos de pedra das
falsas divindades, que, com os renegadores do Islo, sero lanados no
Inferno, para provar-lhes que nem mesmo as pedras sero indenes ao
voraz fogo infernal. (3) 21 22 23 24 25 26 (1) (2) (3)
8. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 1 7 verdade de seu Senhor. E,
quanto aos que renegam a F, dizem; "Que dese- ja Allah com este
exemplo?" Com ele, Allah descaminha a muitos e, com ele, guia a
muitos. E no descaminha, com ele, seno os perversos , Que desfazem
o pacto de Allah, aps hav-lo rmado, e cortam o que Allah ordena
estar unido e semeiam a corrupo na terra. Esses so os perdedores.
Como podeis renegar aAllah, enquanto Ele vos deu a vi- da quando
estveis mortos ? Em seguida, far-vos- morrer; em seguida, dar-vos-
a vida; e nalmente, a Ele sereis retornados. Ele Quem criou para vs
tudo o que h na terra; em seguida, voltou-Se para o cu e, dele,
formou sete cus. - E Ele, de todas as cousas, Onisciente E quando
teu Senhor disse aos anjos: "Por certo, farei, na terra, um califa
", disseram; "Fars, nela, quem nela semear a corrupo e derramar o
san- gue, enquanto ns Te gloricamos, com louvor, e Te sagramos ?"
Ele disse: "Por certo, sei o que no sabeis." E Ele ensinou a Ado
todos os no- mes dos seres; em seguida, exp-los aos anjos e disse:
"Informai-Me dos Ou seja, no haveis nascido, ainda.(2) Os
antagonistas do Islo, que lanaram mo de toda a sorte de
controvrsias para detrair o Alcoro, criticaram, inclusive, os
exemplos nele contidos, referentes a insetos, tais como a aranha
(XXIX 41) e a mosca (XXII 73), alegando que, caso se tratasse de
obra divina, jamais encerraria tais exemplos, j que Deus no se
ocupa de seres insignicantes, por ser-lhes innitamente Superior.
(1) Somente ao homem foi conferida a faculdade de expresso oral;
por isso. Deus ensinou- lhe os nomes de todos os seres, com os
quais pde design-los. Da. o homem passou a ter a chave do
conhecimento e tornou-se a criatura superior, por excelncia, acima
de todas as criaturas de Deus, inclusive dos anjos. (5)
Etimologicamente, a palavra calfa signica sucessor, o que substitui
a outrem; designou, posteriormente, o soberano moslim, No texto,
calfa refere-se a Ado. (3) Os anjos, conhecedores s do bem e
entoadores eternos do louvor de Deus, acreditavam- se, por isso,
superiores ao ser humano, ignorando, entretanto, que este, criado
com a mes clados caracteres dos jinns (seres invisveis benfazejos
ou malfazejos, que, segundo o Alcoro, foram criados do fogo) e dos
anjos e, assim, receptculo do mal e do bem, pode- ria ser-lhes
superior, se, por meio do livre arbtrio, propendesse para o bem,
(4) 27 28 29 30 31 (1) (2) (3) (4) (5)
9. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 1 8 nomes dessesse sois verdicos".
Disseram: "Gloricado sejas! No temos cincia outra seno a que nos
ensinaste. Por certo, Tu, Tu s O Onis- ciente, O Sbio". Ele disse:
" Ado! Informa- os de seus nomes." E, quando este os informou de
seus nomes, Ele disse: "No vos disse que, por certo, sei do
Invisvel dos cus e da terra, e sei o que mostrais, e o que ocult-
veis?" E quando dissemos aos anjos: "Prosternai-vos diante de Ado";
ento, eles prosternaram-se, exceto Iblis . Ele recusou faz-lo, e se
ensober- beceu e foi dos inis. E dissemos: " Ado! Habita, tu e tua
mulher, o Paraso, e dele comei, fartamente, onde quiserdes, e no
vos aproximeis desta rvore pois sereis dos injustos." E Sat f-los
incorrer em erro por causa dela e f-los sair de onde estavam. E
dissemos: "Descei, sendo inimigos uns dos outros . E tereis, na
terra,residncia e gozo, at certo tem- po." - Ento,Ado recebeu
palavras de seu Senhor, e Ele Se voltou para ele, remindo-o . Por
certo, Ele O Remissrio, O Misericordiador. Dissemos: "Descei todos,
dele ! Ento, se vos chega de Mim orienta- Ibls ou Ebls: Nome dado
ao jinn que desobedeceu a Deus. Tambm, denominado Chayn, Sat. (2)
O: aquilo que os anjos pensaram no momento em que Deus criou Ado,
ou seja, que Deus jamais criaria um ser mais privilegiado e sbio
que eles. (1) A rvore proibida: o meio de experimentar a
perseverana do homem. O Alcoro alude ela muito laconicamente, sem
especicar-lhe a espcie ou a localizao, e vo ser que indaguemos mais
respeito dela, j que todos estes assuntos pertencem ao mundo invis-
vel, inacessvel ao homem. (3) Dela: da rvore.(4) Descei, sendo
inimigos uns dos outros: esta frase pode ser interpretada de duas
maneiras: ou Sat e seus sequazes seriam inimigos dos homens, e
estes daqueles, ou os homens seri- am inimigos uns dos outros, por
causa das injustias que zerem mutuamente ao prximo. (5) Este
versculo explicita que Ado foi perdoado. Com isso, o Islo demonstra
que no reconhece o pecado original, pois v o pecado como ato
individual, exclusivo de quem age incorretamente. O pecado e o
arrependimento no podem ser impostos: surgem de dentro do indivduo.
E ningum deve arcar com os erros dos outros nem arrepender-se pelo
que o outro fez de mau. (6) Dele: do Paraso.(7) 32 33 34 35 36 37
38 (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)
10. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 1 9 orientao, por eles nada haver
que temer, e eles no se entristecero. "E os que renegarem a F e
desmentirem Nossos sinais, esses sero os companheiros do Fogo.
Nele, sero eternos." lhos de Israel ! Lembrai- vos de Minha graa ,
com que vos agraciei, e sede is a Meu pacto, Eu serei Fiel a vosso
pacto. E, a Mim, ento, venerai- Me. E crede no que z descer,
conrmando o que est convos- co; e no sejais os primeiros
renegadores dele. E no vendais Meus sinais por nmo preo. E a
Mim,ento, temei-Me. E no confun- dais o verdadeiro com o falso e no
oculteis averdade, enquanto sabeis. E cumpri a orao e concedei
az-zakh ,e curvai -vos Minha graa: os benefcios, concedidos por
Deus aos lhos de Israel, tais como: a liberdade do jugo faranico, a
travessia do mar, a proteo assombreada das nuvens contra o calor do
deserto, o envio do man e das codornizes. (2) lhos de Israel:
Israel o nome dado, por Deus, a Jac, lho de Isaque e neto de Abrao.
Todos os descendentes de Jac so assim chamados de lhos de Israel e,
constantemente, o Alcoro os convida a discutirem, conjuntamente, no
s as questes levantadas sobre a Mensagem de Muhammad, mas, tambm,
as dvidas dela surgidas. E invoca-os a se lembrarem das graas que
Deus, sempre, dirigiu aos descendentes de Jac, e do destino que
tiveram os antepassados, quando se desviaram do caminho reto. (1)
No: no Alcoro, o Livro divino, revelado ao Profeta Muhammad, em
inicios do sculo VII d.C.. a base da religio islmica, que chegou
para amparar a humanidade em seu caminho terreno e unicar a velha
aliana (o Judasmo) com a nova aliana (o Cristianis- mo), assim como
ampliar o ato de caridade e estabelecer a fraternidade universal,
ligando todos os homens a uma s religio, semdiscriminao de raa,
cor, nacionalidade ou posio social. (3) O: a Tora, ou a lei mosaica
do Pentateuco, que prega, igualmente, a unicidade de Deus e a
aplicao das leis de Deus aos homens. (4) Az-zakh: parte dos bens
concedida em caridade. O Alcoro incita os lhos de Israel prtica da
caridade, no s para consolidar a fraternidade social, mas para
dirimir o dio que as diferenas sociais provocam no pobre em relao
ao rico, fazendo com que este se sinta, parcialmente, responsvel
pelos desafortunados, pois a riqueza ddiva de Deus e, por
conseqncia, deve ser compartilhada. Dessa forma, cada moslim deve
conceder az- zakh correspondente a 2,5% ou 1/40 avos do que possui,
que excedam os limites de suas necessidades e estejam disponveis,
durante um ano. O governo recolher esta quantia para distribui-la s
oito categorias de necessitados, de acordo com o Alcoro (IX 60).
(5) Ou seja, "orai". Como a prece constituda de dois movimentos, do
curvar-se e do prosternar-se, o versculo, referindo-se ao primeiro
deles, j alude, metonimicamente, (6) 39 40 41 42 43 (1) (2) (3) (4)
(5) (6)
11. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 1 10 com os que se curvam.
Ordenais a bondade s outras pessoas e vos esqueceis de vs mesmos,
enquanto recitais o Livro ? Ento, no razo- ais? E implorai ajuda,
com a pacincia e a orao. E, por certo, esta orao bem penosa, exceto
para os humildes, Que pensam que depararo com seu Senhor e que a
Ele retornaro. lhos de Israel! Lembrai-vos de Minha graa, com que
vos agraciei, e de que vos preferi aos mundos . E guardai-vos de um
dia, em que uma alma nada poder quitar por outra alma, e no se lhe
aceitar intercesso nem se lhe tomar resgate; e eles no sero
socorridos. E lembrai-vos de quando vos salvamos do povo de Fara,
enquanto eles vos inigiam o pior castigo: degolavam vossos lhos e
deixavam vivas vossas mulhe- res. E nisso, houve de vosso Senhor
formidvel prova. E lembrai- vos de quando, por vs, separamos o mar;
ento salvamo-vos, e afogamos o povo de Fara, enquanto olhveis. E
lembrai-vos de quando zemos promessa a Moiss durante quarenta
noites; em seguida, depois dele tomastes o bezerro por divindade, e
fostes injustos. Em seguida, depois disso, indultamo-vos, para
serdes agra- decidos. E lembrai-vos de quando concedemos a Moiss o
Livro e Al Furqn para vos guiardes. E lembrai-vos de quando Moiss
disse a seu povo: " meu povo! Por certo, fostes injustos com vs
mesmos, Ou seja, a Tora.(1) prece global. Pela expresso aos mundos,
entenda-se aos povos da poca mosaica.(2) Eles: os culpados.(3) Ou
seja, depois de ele, Moiss, partir para o Monte Sinai.(4) Al Furqn:
innitivo substantivado de faraqa, que signica separar ou
distinguir. Essa forma innitiva assume, no Alcoro, de acordo com o
contexto, trs sentidos diferentes: o critrio de distinguir o bem do
mal, a vitria e o Livro revelado. Aqui, alude-se ao primeiro deles.
(5) 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 (1) (2) (3) (4) (5) 44
12. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 1 11 tomando o bezerro por
divindade. Ento, voltai-vos arrependidos para vosso Criador, e
matai-vos. Isso vos melhor, junto de vosso Criador." Ento, Ele
voltou-Se para vs, remindo-vos. Por certo, Ele, Ele O Remis srio, O
Misericordiador. E lembrai-vos de quando dissestes: " Moiss! No
creremos em ti, at que vejamosAllah, declaradamente." En- to, o
raio apanhou-vos, enquanto olhveis. Em seguida, ressuscita- mo-vos,
aps vossa morte, para serdes agradecidos. E zemos som- brear-vos as
nuvens, e zemos descer sobre vs o man e as codornizes, e dissemos;
"Comei das cousas benignas que vos damos por sustento." E eles no
foram injustos coNosco, mas foram injustos com si mesmos. E
lembrai-vos de quando dissemos: "Entrai nesta cidade e dela comei,
fartamente, onde quiserdes; e entrai pela porta, prosternando-vos,
e dizei: 'Perdo!', Ns vos perdoaremos os erros. E acrescentaremos
graas aos benfeitores." Mas, os injustos trocaram, por outro dizer,
o que lhes havia sido dito; ento, zemos descer sobre os injustos um
tormento do cu, pela perversidade que cometiam. E lembrai-vos de
quando Moiss pediu gua para seu povo, e dissemos; "Bate na pedra
com tua va- ra."- Ento, dela emanaram doze olhos d'gua. Com efeito,
cada tribo soube de onde beber. - Comei e bebei do sustento deAllah
e no semeeis a maldade na terra, sendo corruptores". E lembrai-vos
de quando Segundo alguns exegetas, ou se trata do suicdio, como
prova de obedincia, para puri- cao pessoal, ou do homicdio contra o
adorador do bezerro. Para a segunda interpretao, vide xodo XXXII
27. (1) Man: substncia doce e viscosa como o mel, que exsuda das
rvores, no alvorecer. Sobre a descrio bblica, vide xodo XVI 14 e
31. (2) A identicao dessa cidade no claramente determinada. Alguns
exegetas dizem tratar- se da cidade de Jerusalm ou Jeric. A Bblia
fala de Cana, onde Moiss ordenou que os lhos de Israel entrassem
para o reconhecimento dela e de seu povo, se era forte ou fraco; e
viram eles que, nessa terra que, habitava o poderoso povo, de
grande estatura, e recearam-na. Vide Nmeros XIII 28, 31-33. (3) 55
56 57 58 59 60 61 (1) (2) (3)
13. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 1 12 62 (1) (2) (3) (4)
dissestes: " Moiss! No suportaremos um s alimento; ento, supli- ca,
por ns, a teu Senhor nos faa sair algo do que a terra brota: de
seus legumes e de seu pepino e de seu alho e de sua lentilha e de
sua cebola. "Ele disse: "Trocareis o que melhor pelo que pior?
Descei a uma metrpole , e, por certo, tereis o que pedis!" E a
vileza e a hu- milhao estenderam-se sobre eles, e incorreram em ira
de Allah. Isso, porque renegavam os sinais de Allah e matavam, sem
razo, os profe- tas . Isso, porque desobedeceram e cometiam
agresso. Por certo, os que crem e os que praticam o judasmo e os
cristos e os sabeus qualquer dentre eles que creu em Allah e no
Derradeiro Dia e fez o bem ter seu prmio junto de seu Senhor; e
nada have- r que temer por eles, e eles no se entristecero. E
lembrai- vos de quando rmamos aliana convosco e elevamos acima de
vs o Monte , dizendo: "Tomai, com rmeza, o que vos conce- 63 (5)
(6) Metrpole, aqui, traduo da palavra rabe mir, que, como nome
indenido,signica grande cidade ou metrpole e cuja declinao, no
versculo, denota tratar-se de um nome comum. Esta interpretao mais
lgica que a que liga esta palavra ao topnimo mir, nome prprio do
Egito. (1) Aluso a Zacarias, Joo Batista e a outros profetas mortos
injustamente. Vide II Crnicas XXIV 20-21, Jeremias XVIII 20-23. (2)
Ou seja, os moslimes.(3) Os sabeus: bi'n, plural de bi', o que
deixa uma religio por outra. Trata-se de um grupo de idlatras
rabes, muito anteriores ao islo, os quais, no aceitando mais o
politesmo de seus antepassados, buscaram outra crena que lhes fosse
mais adequada, at chegarem a certa concepo monotesta da religio
abramica. E afastaram-se da religio vigente, na comunidade em que
viviam. Da sua denominao: sabeus, os desviados da religio comum.
Esta interpretao prevalece sobre a de que eram adoradores das
estrelas. (4) Ou seja, o Monte Sinai. Quando Moiss chegou com as
tbuas e os judeus tomaram conhe- cimento das difceis tarefas que
teriam de executar, recusaram-se a aceit-las. Foi quando o anjo
Gabriel, reprovando o ato deles, arrancou o Monte Sinai, erguendo-o
acima deles, como um teto. E Moiss lhes disse que aceitassem as
leis, ou o Monte cairia sobre eles, esmagando-os. Vide Talmude,
Shabb 88a e xodo XIX 18. (5) O: o livro dos judeus, ou seja, a
Tora.(6)
14. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 1 13 64 (1) (2) concedemos e
lembrai-vos do que h nele, na esperana de serdes piedosos." Em
seguida, depois disso,voltastes as costas. E, no fora o favor de
Allah para convosco, e Sua Misericrdia, sereis dos perdedores. E,
com efeito, sabeis os que de vs cometeram agresso no sbado, ento,
dissemo-lhes: "Sede smios repelidos ! E zemos dessa punio tormento
exemplar para o seu pre- sente e para o seu futuro e exortao para
os piedosos. E lem- brai-vos de quando Moiss disse a seu povo: "Por
certo, Allah ordena-vos que imoleis uma vaca . Disseram: "Toma-nos
por obje- to de zombaria?" Ele disse: "Allah me guarde de ser dos
ignoran- tes!" Disseram: "Suplica, por ns, a teu Senhor torne
evidente, para ns, como ela." Disse: "Ele diz que, por certo, uma
vaca nem velha nem nova, me, entre estas. Ento, fazei o que vos
ordenado." Disseram: "Suplica, por ns, a teu Senhor torne evidente,
para ns, qual sua cor." Disse: "Ele diz que, por certo, uma vaca
amarela; de cor viva; alegra os olhadores." Disseram: "Suplica, por
ns, a teu Senhor torne evidente, para ns, como ela. Por certo, para
ns, todas as vacas se assemelham e, por certo, se Allah quiser,
seremos guiados." Disse: "Ele diz que, por certo, Smios repelidos:
Referncia transgresso do Sbado (vide xodo XXXI 14),cometida pelos
judeus de Elate s margens do Mar Vermelho, quando reinava Davi. No
podendo fugir tentao que lhes causava a grande quantidade de
peixes, que viam aproximar-se do litoral, os judeus de Elate
apanharam-nos, sem escutar as admoestaes de alguns homens piedosos.
Segundo o Alcoro, Deus puniu-os ento, transformando seus cora- es e
feies; eles tomaram-se semelhantes a smios e foram abandonados pela
miseri- crdia divina e repelidos pela comunidade. (VII 163-166).
(1) A imolao da vaca no constitua prtica estranha tradio Judaica,
tal como se pode vericar em Nmeros XXIX 1-10 e, refere-se ao
momento que os judeus solicitaram a Moiss que, por eles, rogasse a
Deus, para que Este lhes revelasse o verdadeiro culpado de um
homicdio, e a comunidade pudesse, assim, isentar-se de culpa. (2)
65 66 67 68 69 70 71
15. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 1 14 uma vaca no dcil para lavrar
a terra nem para regar o campo lavrado; s, sem mancha alguma .
Disseram; "Agora, chegaste com a verdade." E imolaram-na; e,
quase,no o zeram. E lembrai- vos de quando matastes um homem e
disputastes sobre ele . E Allah estava desvendando o que ocultveis.
Ento, dissemos: "Batei- Ihe com parte dela ". Assim, Allah d a vida
aos mortos e vos faz ver Seus sinais, para razoardes. Em seguida,
depois disso, vossos coraes se endureceram e se tornaram como as
pedras, ou mais veementes na dureza. E, por certo, h, dentre as
pedras, aquelas das quais os rios emanam. E, por certo, h, dentre
elas, as que se fendem, e, delas, a gua sai. E, por certo, h,
dentre elas, as que se baixam, por receio de Allah. E Allah no est
desatento ao que fazeis. Ento, aspirais a que eles creiam em vs,
enquanto, com efeito, um grupo deles ouvia as palavras de Allah, em
seguida, aps hav-las entendido, distorciam-nas, enquanto sabiam? E,
quando eles deparam com os que crem, dizem: "Cremos"; e, quan- do
esto a ss, uns com os outros, dizem: "Vs lhes contais o que Allah
sentenciou, para vs, a m de argumentarem, com isso, contra vs,
diante de vosso Senhor? Ento, no razoais ?" E no No texto, a
palavra nafs quer dizer : um homem.(1) Lhe: na pessoa morta.(3)
Referncia ao episdio do rico ancio, entre os lhos de Israel, o qual
tinha um s lho. Por ambio, os sobrinhos do ancio resolveram
matar-lhe o lho e, assim, herdar-lhe todos os bens. Aps o crime,
largaram o corpo porta da cidade e fugiram. Imediatamente, toda a
cidade passou a exigir punio dos responsveis e, falta de
testemunhas, dirigiu-se a Moiss, para que rogasse a Deus lhes
indicasse um meio de conhecer a verdade. (2) Ou seja, um pedao da
vaca.(4) O versculo se dirige aos moslimes.(5) Eles: os lhos de
Israel.(6) Alude-se recriminao feita pelos judeus renegadores do
Islo a seus prprios companheiros(7) 73 74 75 76 77 72 (1) (2) (3)
(4) (5) (6) (7)
16. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 1 15 sabem eles que Allah sabe o
de que guardam segredo e o que manifestam? E, dentre eles, h
iletrados,que no sabem do Livro seno vs esperanas, e nada fazem
seno conjeturar. Ento, ai dos que escrevem o Livro com as prprias
mos; em seguida, dizem: "Isso de Allah", para o venderem por nmo
preo! Ento, ai deles pelo que escrevem com as prprias mos! E ai
deles pelo que logram! E dizem: "O Fogo no nos tocar seno por dias
contados . Dize, Muhammad: "Firmastes pacto com Allah, ento, Allah
no faltar a Seu pacto? Ou dizeis de Allah o que no sabeis?" Sim!
Aqueles que cometem um mal, e so abarcados por seus erros, esses so
os companheiros do Fogo. Nele, sero eternos. E os que crem e fazem
as boas obras, esses so os companheiros do Paraso. Nele, sero
eternos. E lembra-lhes de quando rmamos a aliana com os lhos de
Israel: "No adorareis seno a Allah; e tende benevolncia para com os
pais e os parentes e os rfos e os necessitados; e dizei aos homens
belas palavras, e cumpri a orao , e concedei companheiros mais
moderados, que, sabendo da promessa da vinda de um profeta, oriundo
de seu meio, revelavam-na aos moslimes, o que, de certa forma,
poderia fortale- cer o islamismo em detrimento ao Judasmo. (1) Ou
seja, a Tora. (2) Ou seja, a Tora. (3) Aluso s alteraes perpetradas
pelos judeus no texto da Tora, com o m de tirar-lhe as pas- sagens
profticas da misso de Muhammad. (4) Dias contados: pensavam os
judeus que a permanncia no Inferno duraria, apenas, quarenta dias,
ou seja, o mesmo tempo que levaram seus antepassados adorando o
bezerro de ouro. (5) A orao, em rabe, as-salh: na tradio islmica,
deve ser feita cinco vezes por dia: na aurora, ao meio-dia, tarde,
ao pr-do-sol e noite, a m de que o homem, em contato constante com
Deus, purique sua alma. A orao pode ser feita em qualquer lugar, no
necessariamente no templo, mesquita, devendo ser cumprida,
obrigatoriamente, em qualquer circunstncia: Estando-se no local em
que se vive, ou em viagem, estando-se com sade ou enfermo. O alvo
da orao no se limita, apenas, gloricao de Deus, com movimentos de
reverncia e prosterna- 78 79 80 81 82 83 (1) (2) (3) (4) (5)
17. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 1 16 az-zakh ; em seguida, exceto
poucos de vs, voltastes as costas, dando de ombros. E lembrai-vos
de quando rmamos a alian- a convosco; "No derramareis vosso sangue
e no vos fareis sair, uns aos outros, de vossos lares"; em seguida,
reconheceste-lo, en- quanto o testemunhveis. Em seguida, ei-vos que
vos matais uns aos outros e fazeis sair, de seus lares, um grupo de
vs, auxili- ando-vos contra eles, com o pecado e a agresso; e, se
eles chegam avs como cativos, resgatai- los, enquanto vos proibido
faz-los sair . Credes, ento, numa parte do Livro e renegais a outra
parte? E a recompensa de quem de vs faz isso no seno a ignomnia na
vida terrena, e, no Dia da Ressurreio, sero levados ao mais
veemente castigo. E Allah no est desatento ao que fazeis. Esses so
os que compraram a vida terrena pela Derradeira Vida. Ento, o
castigo no se lhes aliviar, e no sero socorridos. E, com efeito,
concedemos a Moiss o Livro, e zemos se- guir, depois dele, os
Mensageiros. E concedemos a Jesus, Filho de Maria, as evidncias e
amparamo-lo com o Esprito Sagrado . prosternao, mas,
fundamentalmente, entrega da alma a Deus, renovao da F e obteno de
Sua misericrdia. (1) Cf. II 43 n5. (2) Ou seja, a aliana com os
lhos de Israel. (3) ) Esta passagem alusiva contraditria atitude
dos judeus no s em combate com seus pr- prios irmos de sangue e em
obedincia lei mosaica, mas, ao mesmo tempo, em resgate deles,
segundo o costume e em respeito lei. Este episdio ocorreu em poca
anterior ao Islo, quan- do, em Al Madinah, havia duas grandes
tribos rabes, rivais entre si:Al Aus e Al Khazraj, e duas
comunidades judaicas, igualmente rivais entre si: Banu Quraizah e
Banu an-Nadr. Ocorreu que os Ban Quraizah se aliaram tribo rabeAl
Aus, assim como os Banu an- Nadir se aliaram aos Al Khazraj. Quando
se desavieram, as duas tribos rabes contaram com seus respectivos
aliados judeus. Foi quando ocorreu o combate de judeus contra
judeus, a que se refere esse versculo. (4) As evidncias:
relacionadas a Jesus, so, entre outras a ressurreio dos mortos, a
cura do cego de nascena, do leproso, etc. (III 49). (5) Esprito
Sagrado: o anjo Gabriel mensageiro celestial. 84 85 86 87 (1) (2)
(3) (4) (5)
18. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 1 17 E, ser que cada vez que um
Mensageiro vos chegava, com aquilo pelo que vossas almas no se
apaixonavam, vs vos ensoberbeceis? Ento, a um grupo desmenteis, e a
um grupo matveis. E dizem: "Nossos coraes esto encobertos ". No.
Mas Allah os amaldioou por sua renegao da F. Ento, quo pouco crem!
E, quando lhes chegou um Livro da parte de Allh conr- mando o que
estava com eles - e eles, antes buscavam a vitria sobre os que
renegavam a F - quando, pois, lhes chegou o que j conheciam,
renegaram-no. Ento, que a maldio de Allah seja sobre os renegadores
da F! Que execrvel o preo pelo qual venderam suas almas, ao
renegarem o que Allah fez descer, movi- dos pela revolta de que
Allah zesse descer algo de Seu favor sobre quem Ele quisesse,
dentre Seus servos. Ento,incorreram em ira sobre ira. E haver, para
os renegadores da F, aviltante castigo. E, quando se lhes diz:
"Crede no que Allah fez descer", di- zem: "Cremos no que fora
descido sobre ns." E renegam o que houve depois disso, enquanto
isso a Verdade que conrma o que est com eles. Dize: "Por que, ento,
matastes, antes, os profetas de (1) A palavra usada no Alcoro
incircunciso, que traduz a palavra rabe ghulf, signica que seus
coraes esto selados e a pregao do Profeta no pode neles entrar.
Observe-se que este termo tem amplo uso na Bblia, conforme se pode
ver em Deuteronmio X 16, XXX 6, Jeremias VI 1O e outros. (2) Livro
vindo de Allah: o Alcoro. (3) O: o Livro, ou seja a Tora. (4) Antes
do surgimento do Islo, os judeus, em combate com os idlatras,
suplicavam a Deus pela vitria, em nome do profeta descrito na Tora.
Vide Deuteronmio XVIII 15 e 18. Porque se jul- gavam superiores aos
descrentes e gentios, deveriam ser os primeiros a reconhecer a nova
Ver- dade, ou seja, aquela trazida por Muhammad, j que era muito
similar ao que haviam recebido na Tora. Entretanto, por arrogncia,
negaram a nova Verdade e se recusaram a profess-la. (5) O: o
Alcoro. 88 89 90 91 (1) (2) (3) (4) (5)
19. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 1 18 Allah, se sois crentes ? E,
com efeito, Moiss chegou-vos com as evidncias ; em seguida, depois
dele , tomastes o bezerro por divindade, enquanto injustos. E
lembrai-vos de quando rmamos a aliana convosco e elevamos acima de
vs o Monte , dizendo: "Tomai, com rmeza, o que vos concedemos, e
ouvi." Disseram: "Ouvimos e desobedecemos." E, por sua renegao da
f, seus coraes foram imbudos do amor ao bezerro. Dize: "Que
execrvel o que vossa f vos ordena, se sois crentes!" Dize: "Se a
Derradeira Morada, junto de Allah, vos consagrada, com excluso de
outras pessoas, anelai, ento, a morte, se sois verdi- cos." E
jamais a anelaro, pelo que suas mos anteciparam. E Allah, dos
injustos, Onisciente. E, em verdade, encontr- los-s os mais vidos
de vida, e mais ainda que os que idolatram. Cada um deles almeja
viver mil anos. E a longevidade no o dis- tanciar do castigo. E
Allah, do que fazem, Onividente. Dize, Muhammad; "Quem o inimigo de
Gabriel o de Allah, pois, por certo, foi ele quem o fez descer
sobre teu corao, (1) O mesmo que: "...se credes na Tora, onde vos
foi prescrita a proibio de matar os profetas". Cf. II 61 n2. (2) As
evidncias de Moiss, entre outras, so: a transformao da vara em
serpente, a mo que se torna alva, a passagem pelo meio do mar. (3)
Ou seja, depois da ida dele ao Monte Sinai (II 51 n4). (4) Ou seja,
o Monte Sinai: proeminente montanha do deserto rabe na
PennsulaArbica, entre os dois golfos do Mar Vermelho. Tambm
cognominado a Montanha de Moiss (Jabel Mss), pois ali lhe foi
entregue a Lei. (5) Ou seja, os mandamentos divinos. (6) No incio
do Islo, um dos rabinos da comunidade judaica indagou do Profeta
quem lhe trans- mitira as revelaes divinas, que ensinava. O Profeta
respondeu-lhe que fora o anjo Gabriel, o que causou indignao ao
rabino, que considerou o anjo inimigo dos judeus, a quem deveria
ter entregue as revelaes e no aos rabes.Vide Al Zamakhchari, volume
I, p. 298, 1966. (7) O: o Alcoro. 92 93 94 95 96 97 (1) (2) (3) (4)
(5) (6) (7)
20. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 1 19 com a permisso de Allah,
para conrmar o que havia antes dele, e para ser orientao e
alvssaras para os crentes." Quem inimigo de Allah e de Seus anjos e
de Seus Mensageiros e de Ga- briel e de Miguel, por certo, Allah
inimigo dos renegadores da F. E, com efeito, zemos descer, para ti,
versculos evidentes; e no os renegam seno os perversos. E, ser que
cada vez que pactuam um pacto, um grupo deles haver de rejeit-lo?
Mas a maioria deles no cr. E, quando lhes chegou um Mensageiro, da
parte de Allah, conrmando o que estava com eles, um grupo daqueles
, a quem fora concedido o Livro, atirou para trs das cos- tas o
Livro de Allah, como se no soubessem. E seguiram o que os demnios
recitavam acerca do reinado de Salomo. E Salo- mo no renegou a F ,
mas foram os demnios que a renegaram. Eles ensinaram aos homens a
magia e o que fora descido sobre os dois anjos Hrt e Mrt , na
Babilnia. E ambos a ningum ensi- naram, sem antes dizer: "Somos,
apenas, tentao; ento, no rene- gues a F." E os homens aprenderam de
ambos o com que sepa- ravam a pessoa de sua mulher. E eles no
estavam, com ela preju- dicando a ningum seno com a permisso de
Allah. E eles apren- deram o que os prejudicava e no os beneciava.
E, com efeito, (1) O: o Livro, ou seja, a Tora. (2) Daqueles: de
judeus. (3) Livro: a Tora. Assim procederam em repdio s profecias
da Tora em relao vinda de Muhammad. (4) Ou seja, Salomo no renegou
sua crena, praticando a Magia. (5) Harut e Marut so os dois anjos,
igualmente, mencionados nas tradies judaicas do Midrash, e no Novo
Testamento. Vide II So Pedro II 4 e So Judas 6. (6) O: aquilo, a
magia. (7) Com ela: com a magia. 98 99 100 101 102 (1) (2) (3) (4)
(5) (6) (7)
21. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 1 20 sabiam que quem a adquirisse
no teria, na Derradeira Vida, quinho algum. E, em verdade, que
execrvel o preo pelo qual venderam suas almas! Se soubessem! E, se
eles cressem e fossem piedosos, em verdade, uma boa retribuio de
Allah lhes seria melhor. Se soubessem! vs que credes! No digais a
Muhammad "raina ", e dizei "unzurn", e ouvi. E, para os renega-
dores da F, haver doloroso castigo. Nem os que renegam a F, dentre
os seguidores do Livro , nem os idlatras, almejariam que de vosso
Senhor descesse algum bem sobre vs. E Allah privi- legia, com Sua
misericrdia, a quem quer. E Allah Possuidor do magnco favor.
Qualquer versculo que ab-roguemos ou faamos esquecer, faremos
chegar um melhor ou igual a ele . No sabes que Allah, sobre todas
as cousas, Onipotente? No sabes que de Allah a soberania dos cus e
da terra, e vs no ten- des, alm de Allah, nem protetor nem
socorredor? Ou quereis questionar vosso Mensageiro como, antes, foi
questionado Moiss ? E quem troca a F pela renegao da F, com efeito,
se descaminhar do caminho certo. Muitos dos seguidores do (1) Os
moslimes, ao receberem os ensinamentos do Profeta, tinham o hbito
de dizer-lhe: "Raina!", imperativo com o sentido de "cuida de Ns!".
Os judeus, sempre hostis ao Profeta, para simularem o insulto que
lhe dirigiam, usavam este imperativo, com ligeira corruptela fon-
tica, tornando-o, perdamente, semelhante a uma palavra hebraica,
("Rainu"), que signica "Nosso malvado". Por essa razo, o Alcoro
pediu aos moslimes que no mais usassem esta forma invocativa, mas a
substitussem pela palavra "Unzurn". "Olha-nos". (2) Ou seja, os
judeus e os cristos que seguem, respectivamente, a Tora e o
Evangelho. (3) Estas alteraes, mormente, visavam a acompanhar a
evoluo das pocas e costumes. No foram feitas ex abrupto, mas
gradativamente e de forma sbia, a m de se evitar o impacto e a
subseqente reao das sociedades a que se destinavam. (4) O versculo
dirigido aos moslimes faz aluso demanda de provas, ou milagres
espirituais que, outrora, os lhos de Israel exigiram de Moiss,
quando disseram: "Mostra-nos Deus, claramente". (Vide IV 153) 103
104 105 106 107 108 109 (1) (2) (3) (4)
22. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 1 21 Livro almejaram, por inveja
vinda de suas almas, - aps haver-se tornado evidente, para eles, a
Verdade - tornar-vos renegadores da F, depois de haverdes crido.
Ento, indultai-os e tolerai-os, at que Allah faa chegar Sua ordem.
Por certo, Allah, sobre todas as cousas, Onipotente. E cumpri a
orao e concedei az- zakah . E o que quer de bom que antecipeis a
vossas almas, en- contr-lo-eis junto de Allah. Por certo, Allah, do
que fazeis, Oni- vidente. E dizem: "No entrar no Paraso seno quem
ju- deu ou cristo." Essas so suas vs esperanas. Dize: "Trazei
vossas provanas, se sois verdicos." Sim! Quem entrega a face a Allh
, enquanto benfeitor, ter seu prmio junto de seu Senhor. E nada
haver que temer por eles, e eles no se entristece- ro. E os judeus
dizem: "Os cristos no esto fundados sobre nada." E os cristos
dizem: "Os judeus no esto fundados sobre nada", enquanto eles
recitam o Livro !Assim, os que nada sabem dizem algo igual a seu
dito. E Allah julgar, entre eles, no Dia da Ressurreio, naquilo de
que discrepavam. E quem mais in- justo que aquele que impede, nas
mesquitas de Allah, se mencione Seu Nome, e se esfora em
arruin-las? A esses, no lhes admis- svel nelas entrarem seno
temerosos. H, para eles, na vida terrena, ignomnia e haver, para
eles, na Derradeira Vida, formi- dvel castigo. E de Allah o Levante
e o Poente. E, para (1) Ou seja, da Tora. (2) Cf. II 43 n5. (3)
Aqui, ocorre metonmia de grande valor estilstico, em que a
palavraface simboliza a totalidade do ser, e a frase signica:
"Entregar-se, inteiramente, a Deus". (4) O Livro: a Tora e o
Evangelho. (5) Ou seja, os rabes pagos. 110 111 112 113 114 115 (1)
(2) (3) (4) (5)
23. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 1 22 para onde quer que vos
volteis, l est a face de Allah. Por certo, Allah Municente,
Onisciente. E dizem eles : "Allah tomou para Si um lho! " Gloricado
seja Ele! Nada tomou Ele. Mas dEle o que h nos cus e na terra. A
Ele todos so devotos! Ele O Criador Primordial dos cus e da terra,
e, quando decreta algo, apenas, diz-lhe: "S", ento, . E os que nada
sabem dizem: "Que Allah nos fale ou que um sinal venha a ns!"
Assim, os que foram antes deles disseram algo igual a seu dito.
Seus coraes se assemelham. Com efeito, tornamos evidentes os
sinais, para um povo que deles se convence. Por certo, Ns te
enviamos, Muhammad, com a Verdade, como alvissareiro e admoestador.
E no sers interrogado acerca dos companheiros do Inferno. E nem os
judeus nem os cristos se agradaro de ti, at que sigas sua crena.
Dize: "Por certo, a Orientao de Allah a Verdadeira Orientao." Mas,
se seguisses suas paixes, aps o que te chegou da cincia , no
terias, de Allah, nem protetor nem socorredor. Aqueles , a quem
concedemos o Livro, recitam-no, como deve ser recitado. Esses crem
nele. E os que o renegam, esses so os perdedores. lhos de Israel!
Lembrai- vos de Minha graa, com que vos agraciei, e de que vos
preferi aos mundos . E guardai-vos de um dia, em que uma alma nada
poder qui- tar por outra alma, e no se lhe aceitar resgate nem a
beneciar intercesso; e eles no sero socorridos. E lembrai-vos de
(1) Eles: OS judeus e os cristos (Vide IX 30). (2) A Cincia: a
revelao divina. (3) Aluso aos judeus e cristos, que se aprofundaram
no estudo de seus livros sagrados. (4) Cf. II, 47 n2. 116 117 118
119 120 121 122 123 (1) (2) (3) (4) 124
24. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 1 23 quando Abrao foi posto prova
por seu Senhor, com certas pala- vras , e ele as cumpriu. O Senhor
disse : "Por certo, farei de ti diri- gente para os homens." Abrao
disse: "E de minha descendncia?" Allah disse: "Meu pacto no alcanar
os injustos." E lembrai-vos de quando zemos da Casa lugar de visita
e seguran- a para os homens, e dissemos: "Tomai o Maqm de Abrao por
lugar de orao." E recomendamos a Abrao e a Ismael: "Puricai Minha
Casa para os que a circundam e para os que esto em retiro e para os
que se curvam e se prosternam". E lembrai-vos de quando Abrao
disse: "Senhor meu, faze desta uma cidade de segurana e d dos
frutos, por sustento, a seus habitantes, queles, dentre eles, que
crem em Allah e no Derradeiro Dia." AlIah disse: "E a quem renega a
F, f-lo-ei gozar, por algum tempo; em segui- da, for-lo-ei ao
castigo do Fogo. E que execrvel destino! E lembrai-vos de quando
Abrao levantava os alicerces da Casa, e Ismael tambm, dizendo:
"Senhor nosso! Aceita-a de ns. Por (1) Palavras de ordem e proibio.
(2) No texto, a palavra imame, forma aportuguesada de imm
(videAurlio, lder, guia, ociante) Ttulo outorgado a Abrao. (3) Ou
seja, da Kabah, o primeiro templo de Deus, construdo porAbrao e
Ismael, em Makkah. (4) O Maqam: o local em que Abrao permanecia em
p durante a orao; ou todo o templo, cons- trudo por Abrao, ou seja,
a Kacbah (vide III 96); ou somente, a pedra, ao lado da Kabah, na
qual Abrao se apoiava, enquanto construa o templo, e que cou
marcada com sua pegada (vide III 97). Alis, anelo de todo o crente,
orar neste lugar. (5) Para os que a circundam: "Al Tawf, tal como
se denomina, no Islamismo, parte funda- mental da peregrinao a
Makkah, e consiste na visita a Kacbah, circundando-a sete vezes, em
louvor a Deus. (6) Referncia cidade de Makkah, a Cidade da Paz,
que, desde ento, tomou-se a Cidade Sagrada, depositria de paz
permanente, onde proibido o derramamento de sangue, a caa ou
qualquer outra violao vida. local de prece e venerao. (7) Abrao,
com sua escrava, Hgar , e Ismael, lho primognito de ambos, rumaram
para o sul da Pennsula Arbica, no vale de Makkah, no mesmo local,
onde, tempos mais tarde, Abrao 125 126 127 (1) (2) (3) (4) (5) (6)
(7)
25. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 1 24 certo, Tu, Tu s O
Oniouvinte, O Onisciente. "Senhor nosso! E faze de ambos de ns
moslimes para Ti, e faze de nossa descen- dncia uma comunidade
moslima para Ti; e ensina-nos nossos cultos e volta-Te para ns,
remindo-nos. Por certo, Tu, Tu s O Remissrio, O Misericordiador.
"Senhor nosso! E manda- Ihes um Mensageiro, vindo deles o qual
recitar, para eles, Teus versculos e lhes ensinar o Livro e a
Sabedoria e os dignicar. Por certo, Tu, Tu s O Todo-Poderoso, O
Sbio!" E quem, pois, rejeita a crena de Abrao seno aquele cuja alma
se perde na inpcia? E, com efeito, escolhemo-lo na vida terrena, e,
por certo, na Derradeira Vida, ser dos ntegros. Quando seu Senhor
lhe disse: "Islamiza-te. Disse: "Islamizo-me, para O Senhor dos
mundos . E Abrao recomendou-a a seus lhos - e, assim tambm, Jac -
dizendo: "O lhos meus! Por certo,Allah escolheu 128 129 130 131 132
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) recebeu uma revelao de Deus.
Ordenou Ele que Abrao construsse, a, um templo para Sua adorao e,
assim, foi erguida a Kacbah, o primeiro santurio consagrado a Deus
pelo homem, em todo o mundo (vide III 96). (1) Moslimes para Ti: o
termo corresponde, em rabe, ao particpio presente doVerbo aslama,
que, originalmente, signica entregar-se; posteriormente
entregar-se, voluntariamente obedincia; e restritamente,
entregar-se ao Islo, a religio pregada por todos os profetas
monotestas. Estes termos derivam da raiz rabe Salam, paz. Da, Islo:
a Religio da Paz, e moslim: aquele que se entrega, inteiramente, a
esta religio de Deus. E, no Alcoro, o termo moslim qualica todos os
profetas e todo bom crente. (2) Lhes: descendncia deAbrao e Ismael.
(3) Mensageiro, vindo deles: atendendo splica de Abrao, Deus enviou
Muhammad por Mensageiro, surgido do meio dos rabes, descendentes de
Ismael, o lho do Patriarca. (4) O Livro: o Alcoro. (5) Lo: Abrao.
(6) Islamiza-te: traduo deAslim, forma imperativa, derivada
deAslama,pretrito, do innito Islm. (Cf. II 128 n1) Note-se que
islamzar-se neologismo calcado no verbo rabe, e criado em funo da
necessidade de evitar ocorrncia de perfrases, constantes, tais
como; "entrego-me, submisso, a Deus". (7) Cf. I 2 n1. (8) A: a
religio islmica.
26. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 1 25 para vs a religio; ento, no
morrais seno enquanto moslimes." Ou fostes vs testemunhas, quando a
morte se apresentou a Jac quando ele disse a seus lhos: O que
adorareis depois de mim? Disseram: Adoraremos a teu deus e ao deus
de teus pais - Abrao e Ismael e Isaque como um Deus nico. E, para
Ele, seremos moslimes." Essa uma nao que j passou. A ela, o que
logrou, e a vs, o que lograstes, e no sereis interrogados acerca do
que faziam. E eles dizem: "Sede judeus ou cristos, vs sereis
guiados." Dize, Muhammad: "No, mas seguimos a crena de Abrao,
monotesta sincero, e que no era dos idlatras." Dizei : "Cremos em
Allah e no que foi revelado para ns, e no que fora revelado para
Abrao e Ismael e Isaque e Jac e para as tribos; e no que fora
concedido a Moiss e a Jesus, e no que fora concedido aos profetas,
por seu Senhor. No fazemos distino entre nenhum deles. E, para Ele,
somos moslimes". Ento, se eles crerem no mesmo em que vs credes,
com efeito, guiar-se-o; e, se voltarem as costas, por certo, estaro
em discrdia. Ento, Allah te bastar contra eles. E Ele O Oniouvinte,
O Onisciente - "Nossa religio a tintura de Allh e quem melhor que
Allah, em tingir? E a Ele estamos adorando." Dize: (1) Este
versculo foi revelado em resposta assertiva dos judeus de que
Muhammad ignorava que Jac (Israel) antes de morrer, recomendara a
seus lhos que seguissem a religio judaica. O Alcoro observou que
eles no podiam assegurar tal fato, j que no se encontravam l na
hora de sua morte. (2) Eles; os judeus e os cristos. (3) O versculo
dirige-se aos moslimes. (4) Os rabes cristos misturavam uma
tintura, de tonalidade amarelada, agua batismal, para mos- trar que
a pessoa batizada tomou nova cor, em vida. O Islamismo no cr seja
necessrio ser ba- tizado para ser salvo, e assegura que o mais
elevado batismo o batismo de Deus, pelo qual as- sumimos,
simbolicamente, a cor de Deus e nos infundimos em Sua bondade,
puricando-nos. 133 134 135 136 137 138 139 (1) (2) (3) (4)
27. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 2 26 Argumentais conosco, sobre
Allah, enquanto Ele O nosso Senhor e vosso Senhor, e a ns, nossas
obras, e a vs, vossas obras, e para com Ele somos sinceros? "Ou
dizeis que Abrao e Ismael e Isaque e Jac e as tribos eram judeus ou
cristos?" Dize: "Sois vs mais sabedores, ou Allah? E quem mais
injusto que aquele que oculta um testemunho que tem de Allh ? E
Allah no est desaten- to ao que fazeis." Essa uma nao que j passou.
A ela, o que logrou, e a vs, o que lograstes, e no sereis
interrogados acerca do que faziam. Osinsensatos, entre os homens,
diro: "O que os fez voltar as costas a sua direo Quiblah para a
qual estavam virados?" Dize, Muhammad: " de Allah o Levante e o
Poente. Ele guia a quem quer a uma senda reta." E, assim, zemos de
vs uma comunidade mediana para que sejais testemunhas dos homens e
para que o Mensageiro seja testemunha de vs. E no zemos a direo,
para a qual tu, Muhammad, estavas virado, seno para saber
distinguir quem segue o Mensageiro de quem toma atrs, virando os
calcanhares. E, por certo, essa mudana penosa, exceto para aqueles
a quem Allah guia. E no admissvel que Allah vos faa perder as
recompensas da F . Por certo, Allah, para com os (1) Aluso aos
judeus que ocultaram o testemunho de que haveria de chegar um
profeta, com a mesma mensagem de Abrao, ou seja, a do Islo. Vide
III 86. (2) Quiblah: a direo para a qual os moslimes se voltam na
prece, ou seja, em direo a Kabah, em Makkah. Nas primcias do Islo,
os moslimes, em prece, se voltavam em direo a Jerusalm; depois
foram ordenados a voltar-se para a Kabah em Makkah. Esta mudana
desagradou a muitos judeus, que viram nisto, um meio de
desprestigiar o judasmo, que, at ento, ditava para todos a direo na
prece. (3) Vs: os moslimes. (4) Mediana traduo do vocbulo rabe
wasat (o meio), e indica que a nao rabe deve estar isenta de
extremismo, em todos os aspectos, uma vez que, segundo a mxima
rabe, o que melhor est no meio, alis, essa idia coincide com a
mxima latina "in mdio stat virtus". (5) Assim o versculo redargi
aos moslimes, que indagaram se, tambm, perderiam suas recom- 140
141 142 143 (1) (2) (3) (4) (5)
28. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 2 27 homens, Compassivo,
Misericordiador. Com efeito, vemos o revirar de tua face para o cu.
Ento, Ns voltar-te-emos, em verda- de, para uma direo, que te
agrade. Volta, pois, a face rumo Mes- quita Sagrada. E onde quer
que estejais, voltai as faces para o seu rumo. E, por certo,
aqueles, aos quais fora concedido o Livro sabem que isso a verdade
de seu Senhor. E Allah no est desatento ao que fazem. E, em
verdade, se zeres vir todos sinais queles aos quais fora concedido
o Livro eles no seguiro tua direo nem tu seguirs sua direo; e,
entre eles, uns no seguiro a direo dos outros . E, em verdade, se
seguisses suas paixes, aps o que te chegou da cincia, por certo,
serias, nesse caso, dos injustos. Aqueles, aos quais concedemos o
Livro , conhecem-no como conhecem a seus lhos, e, por certo, um
grupo deles oculta a verda- de, enquanto sabe. A Verdade vem de teu
Senhor. Ento, no sejas, de modo algum, dos contestadores. E, para
cada um h um rumo, para onde Ele o faz voltar-se. Ento, emulai-vos,
pelas boas aes. De onde quer que estejais, Allah vos far vir, a
todos. Por certo, Allah, sobre todas as cousas, Onipotente. E, para
onde quer que saias, volta a face rumo Mesquita Sagrada; e por
certo, esta a Verdade de teu Senhor. E Allah no est desatento ao
que fazeis. E, para onde quer que saias, volta a face rumo pensas
aqueles que, antes, nas preces, se dirigiam para Jerusalm. (2) O
Livro: a Tora e o Evangelho. (3) Nem os judeus seguiro a quiblah
dos cristos (o Levante) nem estes a daqueles (Jerusalm). (4) O
Livro: a Tora. (1) O Livro: a Tora. (5) O pronome refere-se ao
Profeta Muhammad. O versculo alude ao que certo judeu, convertido
ao Islo, de nome Ibn Salm, haveria dito: "Reconheci-o. ao v-lo,
como reconheo meu lho, at mais ainda". 144 145 146 147 148 149 150
(1) (2) (3) (4) (5)
29. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 2 28 Mesquita Sagrada; e onde
quer que estejais, voltai as faces para seu rumo, a m de que no
haja, da parte das pessoas, argumentao contra vs, exceto dos
injustos entre elas. Ento, no os receeis, e receai-Me. -E isso,
para que Eu complete Minha graa para convos- co, e para vos
guiardes, Assim, enviamo-vos um Mensageiro vindo de vs, que recita,
para vs, Nossos versculos e vos dignica e vos ensina o Livro e a
Sabedoria, e vos ensina o que no sabeis. Ento, lembrai-vos de Mim,
Eu Me lembrarei de vs. E agra- decei-Me e no Me renegueis. vs que
credes! Implorai ajuda, com a pacincia e a orao. Por certo, Allah
com os perseve- rantes. E no digais dos que so mortos no caminho de
Allah: "Eles esto mortos." Ao contrrio, esto vivos, mas vs no
perce- beis. E, em verdade, pomo-vos prova, com algo do medo e da
fome e da escassez de riquezas e de pessoas e de frutos. E
alvissara o Paraso aos perseverantes, queles que, quando uma
desgraa os alcana, dizem: "Por certo, somos de Allah e, por certo,
a Ele retornaremos." Sobre esses so as bnos e a misericrdia de seu
Senhor. E esses so os guiados. Por certo, As-Safa e Al Marwah esto
entre os lugares sagrados de Allah. (1) O Livro: o Alcoro. (2)
As-Safa e Al Marwah: as duas colinas, localizadas nas proximidades
do vale de Makkah, perto da Kabah e do poo Zam-Zam, as quais
escalou Hgar, sucessivamente, sete vezes, em busca de gua para seu
lho Ismael. Extenuada pela busca, retornou para junto do lho, ao
lado do qual encontrou um anjo, escavando a terra, de onde fez
brotar um poo, o poo Zam-Zam, existente at os dias de hoje. Este
percurso de sete escaladas s colinas integrou-se ao ritual da
peregrinao desde os tempos abramicos. Ocorre que, anteriormente ao
Islo, os rabes locupletaram a Kabah e seus arredores de dolos, a
tal ponto que, na colina de As-safa e Al Marwah, adoravam,
respectivamente, os dolos; Issf e Na ila. Com o advento do Islo e
aniquilados os dolos, a peregrinao passou a constituir um dos
pilares do Islamismo, junta- mente com as-salh, az-zakh, o jejum e
a prosso de f. Com receio de serem confundidos 151 152 153 154 155
156 157 158 (1) (2)
30. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 2 29 Ento, quem quer que faa a
peregrinao Casa, ou faa Al Umrah no haver culpa sobre ele, ao fazer
vai-vm entre ambos. E quem faz, voluntariamente, uma boa ao, por
certo, Allah Agradecido, Onisciente. Por certo, os que ocultam o
que - zemos descer das evidncias e da orientao, depois de o
havermos tornado evidente, para os homens, no Livro a esses Allah
os amaldioar, e tambm os amaldioaro os amaldioadores, Exceto os que
se voltam arrependidos e se emendam e evi- denciam a verdade; ento,
para esses, voltar-Me-ei, remindo-os. E Eu sou O Remissrio, O
Misericordiador. Por certo, os que renegam a F e morrem, enquanto
renegadores da F, sobre esses ser a maldio de Allah e dos anjos e
de toda a humanidade. Nela, sero eternos. No se lhes aliviar o
castigo nem se lhes conceder dilao. E vosso Deus Deus nico. No
existe deus seno Ele, O Misericordioso, O Misericordiador . com os
pagos, os primeiros moslimes abstiveram-se percorrer as duas
colinas e, por essa razo, foi revelado esse versculo para
esclarec-los sobre isso, tranqiliz-los e convid-los a continuar
observando este ritual. (1) A peregrinao Al Hajj, consiste na
viagem a Makkah, para visita Kabah e ao MonteArafat, onde se deve
permanecer, algum tempo. Esta prtica recomendada a todos os
moslimes, ao menos por uma vez na vida, no 12. ms do ano lunar,
desde que o crente esteja em condies fsicas e econmicas favorveis.
Alm do culto religioso, congraamento universal, pois rene moslimes
de todas as partes do mundo. Os peregrinos devem trajar-se
uniformemente, com, apenas, dois panos brancos e sem costuras,
adaptados ao corpo; as mulheres devem trajar- se com roupas longas,
e, conjuntamente, todos do graas ao Senhor e Lhe entoam louvores,
longe das coisas mundanas, das vaidades e paixes, e, mormente, das
diferenas existentes entre os homens: o rei se prostra ao lado do
plebeu, o pobre , do rico, o negro do branco, em p de igualdade,
irmanados em uma nica f. (2) Al-umrah: forma derivada do verbo
itamara, visitar; conjunto de ritos islmicos, que consistem na
visita de Kacbah e no percurso entre as duas colinas de As-Safa e
Al Marwah, feita em qualquer poca do ano. (3) Ou seja, na Tora. (4)
Esse versculo foi revelado por ocasio do desao, feito pelos
descrentes a Muhammad, para que este lhes revelasse quem era seu
Senhor. 159 160 161 162 163 (1) (2) (3) (4)
31. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 2 30 Por certo, na criao dos cus
e da terra, e na alternncia da noite e do dia, e no barco que
corre, no mar, com o que benecia a humanidade; e na gua que Allah
faz descer do cu, com a qual, vi- vica a terra, depois de morta, e
nela espalha todo tipo de ser ani- mal, e na mudana dos ventos e
das nuvens, submetidos entre o cu e a terra, em verdade, nisso
tudo, h sinais para um povo que razoa. E, dentre os homens, h quem,
em vez de Allah, tome semelhantes , em adorao, amando-os como se
ama a Allah. E os que crem so mais veementes no amor de Allah. E,
se os injustos soubessem, quando virem o castigo, que toda a fora
de Allah, e que Allah Veemente no castigo, no haveriam adorado os
dolos, Quando os que foram seguidos, ao verem o castigo, rompe- rem
com os que os seguiram e os laos entre eles se cortarem! E os
seguidores diro: "Se tivssemos retorno vida, rom- peramos com eles,
como eles romperam conosco." Assim, Allah os far ver que suas obras
so aies para eles. E jamais sairo do Fogo. humanos! Comei, do que h
na terra, sendo lcito e benigno; e no sigais os passos de Sat. Por
certo, ele vos inimi- go declarado. Ele no vos ordena seno o mal e
a obscenida- de, e que digais acerca de Allah o que no sabeis. E,
quando se lhes diz: "Segui o que Allah fez descer", dizem: "No, mas
seguimos aquilo em que encontramos nossos pais." E ainda que seus
pais nada razoassem nem se guiassem? E o exemplo do (1)
Semelhantes: dolos ou prceres (entre os homens). (2) Lhes: aos
idlatras. (3) Aquilo: o culto religioso dos antepassados. 164 165
166 167 168 169 170 171 (1) (2) (3)
32. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 2 31 admoestador para os que
renegam a F como o daquele que grita para o animal, que no ouve
seno convocar e chamar. So surdos, mudos, cegos, ento no razoam. vs
que credes! Comei das cousas benignas que vos damos por sustento, e
agradecei a Allah, se s a Ele adorais. Ele vos proibiu, apenas, a
carne do animal morto e o sangue, e a carne de porco, e o que
imolado com a invocao de outro nome que Allah. E quem impelido a
alimentar-se disso, no sendo transgressor nem agressor no ha- ver
pecado sobre ele. Por certo, Allah Perdoador, Misericordiador. Por
certo, os que ocultam algo do Livro que Allah fez descer, e o
vendem por nmo preo, esses no devoraro para dentro de seus ventres
seno o Fogo, e Allah no lhes falar, no Dia da Ressurreio, nem os
dignicar; e tero doloroso castigo. Esses so os que compraram o
descaminho pelo preo da ori- entao, e o castigo pelo perdo. E
quanta pacincia tero eles para suportar o Fogo! Isso, porque Allah
fez descer o Livro com a Verdade. E, por certo, os que discrepam do
Livro esto em profun- da discrdia. A bondade no est em voltardes as
faces para o (1) Esta proibio, promulgada h quatorze sculos, j
antecipava recentes descobertas da Medi- cina, que, agora, probe a
ingesto de carne de animais mortos naturalmente, e no adrede mortos
para servir de alimento. E, pelo fato de a morte poder ser causada
por doena ou enve- nenamento, deve-se evitar ingerir esta carne,
para no haver perigo de contaminao ou morte. Quanto ingesto de
carne de porco, ca terminantemente proibida, ao que parece, pelas
idn- ticas razes apontadas hoje, na Medicina, entre as quais, a
transmisso da Tnia Solium e da Triquina, grandemente nocivas sade
humana. (2) Por transgressor, entenda-se o que transgride suas
necessidades naturais de alimentao, comendo a mais; por agressor o
que arrebata a poro encontrada por outro, em situaes espe- ccas
(quando no deserto, por exemplo). (3) Do livro: da Tora. (4)
Metonmia de notvel valor expressivo, para ilustrar o terrvel
castigo destinado queles que perpetraram este enorme pecado. (5) O
Livro, aqui mencionado, tem o sentido genrico, isto , refere-se a
todos os Livros divinos. 172 173 174 175 176 177 (1) (2) (3) (4)
(5)
33. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 2 32 Levante e para o Poente; mas
a bondade a de quem cr em Allah, e no Derradeiro Dia, e nos anjos,
e no Livro, e nos profetas; e a de quem concede a riqueza, embora a
ela apegado, aos parentes, e aos rfos, e aos necessitados, e ao lho
do caminho e aos mendigos, e aos escravos ; e a de quem cumpre a
orao e concede az-zakah ; e a dos que so is a seu pacto, quando o
pactuam; e a dos que so perseverantes na adversidade e no infortnio
e em tempo de guerra. Esses so os que so verdicos e esses so os
piedosos. vs que credes! -vos prescrito o talio para o homicdio: o
livre pelo livre e o escravo pelo escravo e a mulher pela mulher; e
aquele, a quem se isenta de algo do sangue de seu irmo, dever
seguir, con- venientemente, o acordo e ressarci-lo, com
benevolncia. Isso al- vio e misericrdia de vosso Senhor. E quem
comete agresso, depois disso, ter doloroso castigo. E, no talio, h
vida para vs dotados de discernimento, para serdes piedosos. -vos
prescrito, quando a morte se apresentar a um de vs, Se deixar bens,
fazer testamento aos pais e aos parentes, convenientemen- (1) Filho
do Caminho: traduo direta da expresso metafrica ibn as-sabil, ou
seja, aquele que, em viagem, despojado de recursos e sem condies de
recorrer a seus outros bens, ca merc desta contingncia, a meio
caminho de seu destino. Integram esta categoria os estudantes
bolsistas, os intrpidos pioneiros, os missionrios, os pregadores,
etc. (2) Trata-se de uma categoria de escravos, mukatab: os que
fazem acordo com seu senhor, para obteno de alforria, mediante soma
determinada. Alm disso, o Alcoro conclama os crentes a no apenas
ajudarem o escravo na obteno da alforria, mas a se empenharem no
resgate dos prisioneiros de guerra. (3) Cf II 43 n 5. (4) Ou seja,
substituir o talio pelo ressarcimento. (5) Do impulso para o crime,
nasce o receio da punio, aplicada pela retaliao. Do receio, surge
salvao da vtima e do criminoso. Da, da inteno da morte, surge a
vida. E toda a sociedade se benecia com este sbio preceito, sucinta
e maravilhosamente construda neste versculo. (6) O Testamento,
conforme as leis islmicas, jamais, poder ligar a outrem, que no os
herdeiros, mais que um tero dos bens da pessoa a m de no prejudicar
os legtimos herdeiros. 178 179 180 (1) (2) (3) (4) (5) (6)
34. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 2 33 te . dever que impende aos
piedosos. E quem o altera, aps ouvi-lo, apenas, haver pecado sobre
os que o alteram. Por certo, Allah Oniouvinte, Onisciente. E quem
teme, por parte do testador, parcialidade ou pecado, e faz
reconciliao entre eles so- bre ele no haver pecado. Por certo,
Allah Perdoador, Misericor- diador. vs que credes! -vos prescrito o
jejum como foi prescrito aos que foram antes de vs, para serdes
piedosos, Durante dias contados. E quem de vs estiver enfermo ou em
viagem, que jejue o mesmo nmero de outros dias. E impende aos que
podem faz-lo, mas com muita diculdade , um resgate: ali- mentar um
necessitado. E quem mais o faz, voluntariamente, visan- do ao bem,
ser-lhe- melhor. E jejuardes vos melhor. Se soubs- seis! Ramadan o
ms em que foi revelado o Alcoro, como orientao para a humanidade e
como evidncias da orientao e do critrio de julgar . Ento, quem de
vs presenciar esse ms, que nele (1) Este versculo foi ab-rogado
pelos versculos que posteriormente, passaram a tratar das ques- tes
da herana, e pelo que disse o Profeta: "No h testamento para o
herdeiro legtimo". (2) Eles: os herdeiros. O versculo alude aos que
promovem a justa distribuio de bens entre os legtimos herdeiros.
(3) O jejum foi prtica religiosa conhecida de todas as civilizaes
antigas e considerado mais como forma de contrio e expiao, alm de
culto espiritual para a puricao da alma. Do ngulo is- lmico, o
jejum a absteno total dos alimentos e da unio sexual, durante o
perodo que vai da alvorada ao por do sol, e, todos os moslimes
devem jejuar trinta dias por ano, em data especca, ou seja, no
Ramad, o nono ms do calendrio lunar, em que foi iniciada a revelao
do Alcoro, e tambm chamado de "ms da misericrdia, da benevolncia e
do jejum". O jejum, para ser per- feito, requer absteno, inclusive,
de maledicncia, de palavras tolas, de mentira e dio. (4)
Entenda-se, por diculdade, aquela provocada pela velhice ou por
enfermidade incurvel. Neste caso, a desobrigao do jejum se faz por
meio da alimentao de um necessitado por dia, em todo Ramad, ou de
um mesmo necessitado, por trinta dias. (5) Referncia ao benefcio do
jejum. A medicina moderna aquiesce, plenamente, nisto, pois
descobriu, entre outros benefcios, que o jejum cura o diabetes, o
artritismo, age contra males cardacos e digestivos, alm de promover
salutar desintoxicao orgnica e preveno de vrias outras
enfermidades. (6) Cf. II 53 n5. 181 182 183 184 185 (1) (2) (3) (4)
(5) (6)
35. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 2 34 jejue; e quem estiver
enfermo ou em viagem, que jejue o mesmo nmero de outros dias. Allah
vos deseja a facilidade, e no vos de- seja a diculdade. E f-lo para
que inteireis o nmero prescrito, e para que magniqueis a Allah,
porque vos guiou, e para serdes agradecidos. E, quando Meus servos
te perguntarem, por Mim, por certo, estou prximo, atendo a splica
do suplicante, quando Me suplica. Que eles Me atendam, ento, e
creiam em Mim, na esperana de serem assisados. -vos lcita, na noite
do jejum, a unio carnal com vossas mulheres. Elas so para vs
vestimentas, e vs sois para elas vestimentas. Allah sabia que vos
traeis a vs mesmos a esse respeito, e Ele voltou-Se para vs e
indultou-vos. Ento, agora, juntai-vos a elas e buscai o que Allah
vos prescreveu. E comei e bebei, at que se tome evidente, para vs,
o o branco do o negro da aurora. Em seguida, completai o jejum at o
anoitecer. E no vos junteis a elas, enquanto estiverdes em retiro
nas mesquitas. Esses so os limites de Allah: ento, no vos
aproximeis deles. Assim, Allah torna evidentes Seus sinais, para os
homens, a m de serem piedosos. E no devoreis, ili- citamente,
vossas riquezas, entre vs, e no as entregueis, em suborno, aos
juzes, para devorardes, pecaminosamente, parte das riquezas das
pessoas, enquanto sabeis. Perguntam-te pelas luas crescentes. Dize:
"So marcas do tempo para a humanidade e tambm para a peregrinao." E
a bondade no est em chegardes (1) Anteriormente revelao deste
versculo, houve alguns companheiros do Profeta, inclusive, Omar,
que acreditavam haver cometido traio, por haverem dormido com suas
mulheres, noite, durante o ms do Ramad. Da o presente versculo, que
veio para esclarecer que a cpula noturna, durante o perodo do
Ramad, no constitui, de forma alguma, pecado. 186 187 188 189
(1)
36. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 2 35 a vossas casas pelos fundos
; mas, a bondade a de quem pie- doso. E chegai a vossas casas por
suas portas. E temei a Allah, na esperana de serdes
bem-aventurados. E combatei, no cami- nho de Allah os que vos
combatem, e no cometais agresso. Por certo, Allah no ama os
agressores. E matai-os, onde quer que os acheis, e fazei-os sair de
onde quer que vos faam sair. E a sedio pela idolatria pior que o
morticnio. E no os combatais nas imediaes da Mesquita Sagrada, at
que eles vos combatam nela. Ento, se eles vos combaterem, matai-os.
Assim a recom- pensa dos renegadores da F. E, se eles se
abstiverem, por certo, Allah Perdoador, Misericordiador. E
combatei-os, at que no mais haja sedio pela idolatria e que a
religio seja de Allah. Ento, se se abstiverem, nada de agresso,
exceto contra os injustos. O Ms Sagrado pelo Ms Sagrado e, para as
cousas sagradas, o talio. Ento, a quem vos agredir, agredi-o de
igual modo, como ele vos agrediu. E temei a Allah e sabei que (1)
Referncia ao costume pr-islmico, observado pelos rabes, de entrar
nas casas, no regresso da peregrinao, no pela porta principal, mas
por um orifcio feito nos fundos da casa, ou pela parte superior
desta, por meio de utilizao da escada. Acreditavam os rabes
tratar-se de ato virtuoso, pois, se regressavam puros da
peregrinao, constituiria pecado ultrapassar a porta usual, que
deixaram quando em estado impuro ainda. O Alcoro negou a
virtuosidade de tal procedimento e ordenou aos peregrinos que, de
regresso a seus lares, se utilizassem da porta principal. E
acrescentou que a virtude real est em praticar o bem e no em
instituir tolas proibies como esta. (2) A expresso combater no
caminho de Allah quer dizer lutar pela religio de Deus, para sal-
var o descrente do julgo da descrena. Deste versculo at o 195
trata-se da permisso do combate, segundo o Islo, no s para
defend-lo, mas para extinguir a idolatria. (3) H, na tradio rabe,
quatro meses sagrados. Trs consecutivos: Zul-Qadcah, Zul-Hajjah e
Al Muharram, respectivamente os meses 11., 12. e 1. do ano lunar. E
um ms parte, Rajab, o 7. ms. Durante toda a poca pr-islmica, houve
o hbito de cessar qualquer combate que fosse nessas datas, e tal
hbito foi respeitado pelo Islo, at que os idlatras violaram esses
meses sagrados, em combate aos moslimes, que precisaram revidar.
Este versculo endossa o combate em defesa, mesmo que ocorra nesses
meses citados. 190 191 192 193 194 (1) (2) (3)
37. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 2 36 Allah com os piedosos. E
despendei no caminho de Allah, e no lanceis vossas mos runa . E
bem-fazei. Por certo, Allah ama os benfeitores. E completai a
peregrinao e alumrah , por Allah. E, se fordes impedidos de faz-lo,
impen- der-vos- o que vos for acessvel das oferendas. E no rapeis
vossas cabeas, at que as oferendas atinjam seu local de imola- o .
E quem de vs estiver enfermo ou com molstia no couro cabeludo, que
o obrigue a rapar a cabea, mpender-lhe- um resgate; jejum ou esmola
ou sacrifcio ritual. E, quando estiverdes em segurana, aquele de vs
que cumprir alumrah e usufruir o que lhe permitido, at a
peregrinao, impender-lhe- o que lhe for acessvel das oferendas. E
quem o no encontrar, que jejue trs dias, durante a peregrinao, e
sete, quando retornardes. Sero dez dias inteiros. Isso, para aquele
cuja famlia no resida nas pro- ximidades da Mesquita Sagrada. E
temei a Allah e sabei que Allah Veemente na punio. A peregrinao se
faz em meses de- terminados. E quem neles se prope a peregrinao,
ento, no haver unio carnalnem perversidade nem contenda, na
peregrina- o. E o que quer que faais de bom, Allah o sabe. E
abastecei- vos; e, por certo, o melhor abastecimento a piedade. E
temei-Me, (1) Estender as mos runa: proceder, avaramente na defesa
da religio, subtraindo o auxlio aos combatentes, o que favorece a
ao arruinadora do inimigo. (2) Cf II P.28 n1. (3) Cf II P.28 n2.
(4) Trata-se de local especco, perto de Makkah, para imolao das
reses (carneiro, vaca, came- lo), destinadas oferenda. (5) Ao
peregrino, cabe o cumprimento s de al-hajj, ou de alumra e al-hajj
simultaneamente. Neste caso, ou os cumpre conjuntamente ou os
desvincula, com intervalo de poucos dias, durante os quais pode
retornar vida normal, usufruindo do que lhe permitido: vestir-se
normalmente, pentear-se, barbear-se. 195 196 197 (1) (2) (3) (4)
(5)
38. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 2 37 dotados de discernimento! No
h culpa sobre vs, ao buscardes favor de vosso Senhor em vossos
negcios. E, quando prosseguirdes do monte Arafat, lembrai-vos de
Allah junto do Smbolo Sagrado . E lembrai-vos bem dEle, como Ele
bem vos guiou; e, por certo, reis, antes disso, dos descaminhados.
Em seguida, prossegui de onde prosseguem os outros homens; e
implorai perdo de Allah. Por certo, Allah Perdoador,
Misericordiador. E, quando houverdes encerrado vossos ritos ento,
lembrai-vos de Allah, assim como vos lembrveis de vossos pais ou
mais veementemente, em lembrana. E, dentre os homens, h quem diga:
"Senhor nosso! Concede-nos nosso qui- (1) Em tempos pr-islmicos,
nas pocas prximas da peregrinao, os rabes mantinham o comrcio,
normalmente, para, apenas, cessarem de faz-lo, com a chegada dos
peregrinos, crendo-o pecado. Este versculo foi revelado para
esclarecer que a prtica do comrcio, nessa poca, aprovada pelo Islo
e no constitui pecado algum. (2) Arafat: nome da montanha e da
plancie situadas a leste de Makkah, onde os peregrinos moslimes
devem permanecer por algum tempo, no 9. dia do 12. ms do ano lunar,
ou seja, o Zul-Hajjah. A permanncia a parte integrante e bsica da
peregrinao, sem a qual ela ca incompleta. (3) O Smbolo Sagrado: ai
Muzdalifah, lugar, entre Arafat e Min, onde esteve o Profeta
Muhammad, em longa orao. Tornou-se, por isso, smbolo sagrado e
convite aos peregrinos para que nele orem, quando de regresso do
Monte Arafat. (4) Exortao feita aos Quraich, tribo de escol da
Pennsula Arbica, qual pertencia a famlia do Profeta Muhammad, e
cuja maioria, posteriormente, tornou-se hostil ao Profeta, em vir-
tude da ferrenha oposio feita por este ao paganismo vigente. Aps
inumerveis contendas, conhecidas pela histria islmica, os Quraich
se tornaram moslimes denitivamente. Entre- tanto, consideravam-se,
ainda, pertencentes ao escol e, por essa razo, em pocas de pere-
grinao, no se misturavam ao conjunto dos crentes, permanecendo
distantes deles. Este versculo os exorta a que sigam os demais
crentes, sem discriminao alguma. (5) Os ritos da peregrinao, tais
como: a Imolao da Oferenda, o Circundamento da Kabah e o Lanamento
das Pedras contra o Sat, no local chamado Marm al Jamart. (6) Em
tempos que antecederam o Islo, houve o hbito de os peregrinos
rabes, aps o cum- primento dos rituais de peregrinao, reunirem-se
nas proximidades da Kacbah, onde formavam as famosas feiras
literrias (Ukaz, Majannah e Zul-Majz), palco do estro ret- rico e
da facndia inigualvel desse povo. Delas se ocupavam em grande parte
para cele- brar os feitos de seus familiares e antepassados, em
viva demonstrao de ufania. Este versculo os convida a celebrarem a
Deus tanto como aos seus, ou mais ainda. 198 199 200 (1) (2) (3)
(4) (5) (6)
39. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 2 38 nho na vida terrena." E no
tero, na Derradeira Vida, quinho algum. E, dentre eles, h quem
diga: "Senhor nosso! Conce- de-nos, na vida terrena, benecio, e, na
Derradeira Vida, benefcio; e guarda-nos do castigo do Fogo." Esses
tero poro do que lograram. E Allah Destro no ajuste de contas. E
invocai a Allah em dias contados . E, quem se apressa, e o faz em
dois dias, no haver pecado sobre ele. E quem se atrasa, no haver
pecado sobre ele. Isso, para quem piedoso. E temei a Allah e sabei
que a Ele sereis reunidos. E, dentre os homens, h aquele cujo dito,
acerca da vida terrena, te admira, Muhammad, e que toma a Allah por
testemunha do que h em seu corao, enquanto o mais veemente inimigo.
E, quando volta as costas, esfora-se, na terra, em semear nela
corrupo e em aniquilar os campos lavrados e os rebanhos. E Allah no
ama a corrupo. E, quando se lhe diz: "Temei a Allah", a soberba o
induz ao pecado. Ento, basta-lhe a Geena . E que execrvel leito! E,
dentre os homens, h quem se sacrique em busca do agradod e A l l a
h . E Allah compassivo para com os servos. vs que credes! Entrai na
Paz , todos vs, e no sigais os passos de Sat. Por certo, ele vos
inimigo declarado. E, se tropeardes, aps vos ha- verem chegado as
evidncias, sabei que Allah Todo-Poderoso, Sbio. No esperam eles
seno que Allah chegue a eles, (1) Os dias contados: ayym
at-tachriq: os trs dias depois do 10. do ms Zul-Hajjah, quando os
peregrinos permanecem no Vale de Min, para oraes e louvores, e
recitam At-Takbr, prece especca, freqentemente recitada nesses
dias. (2) Geena: Jahannam, em rabe, nome dado ao Inferno, que Deus
destina aos idlatras. (3) Ou seja, "...entrai no Islo, a religio da
Paz". (4) Os idlatras. O versculo indaga deles at quando protelaro
seu ingresso no caminho reto. 201 202 203 204 205 206 207 208 209
210 (1) (2) (3) (4)
40. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 2 39 em dossis de nuvens, e,
tambm, os anjos, e que a determinao seja encerrada? E a Allah so
retornadas as determinaes. Pergunta, Muhammad, aos lhos de Israel,
quantos sinais evidentes lhes concedemos! E quem troca a graa de
Allah, aps haver-lhe chegado, por certo, Allah Veemente na punio. A
vida terrena aformoseou-se, para os que renegam a F, e eles es-
carnecem dos que crem. E os que so piedosos estaro acima deles, no
Dia da Ressurreio. E Allah d sustento, sem conta, a quem quer. A
humanidade era uma s comunidade . Ento, Allah enviou os profetas,
por alvissareiros e admoestadores. E, por eles, fez descer o Livro
com a Verdade, para julgar, entre os homens, no de que discrepavam.
E no discreparam dele seno aqueles aos quais fora concedido o Livro
, aps lhes haverem che- gado as evidncias, movidos por rivalidade
entre eles. Ento, Allah guiou, com Sua permisso, os que creram para
aquilo de que dis- crepavam da Verdade. E Allah guia a quem quer
senda reta. Ou supondes entrareis no Paraso, enquanto ainda no
chegaram a vs provaes iguais s dos que foram antes de vs? A
adversidade e o infortnio tocaram-nos e foram estremecidos a tal
ponto que o profeta e os que creram com ele disseram; "Quando
chegar o socorro de Allah?" Ora, por certo, o socorro de Allah est
prximo. Perguntam-te pelo que devem despender. Dize: Esperam
faz-lo, somente, quando virem chegar Deus e os anjos, nas sombras
das nuvens? Mas no sabem que tudo, ento, estar consumado? (1) Ou
seja, que troca a graa pela ingratido. (2) Mas, depois, divergem.
Vide X 19. (3) O Livro: todos os Livros revelados. (4) O Livro: a
Tora. 211 212 213 214 215 (1) (2) (3) (4)
41. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 2 40 "O que quer que despendais
de bom para os pais e os parentes e os rfos e os necessitados e o
lho do caminho . E o que quer que faais de bom, por certo, Allah ,
disso. Onisciente. -vos prescrito o combate, e ele vos odioso. E,
qui, odieis algo que vos seja melhor. E, qui, ameis algo que vos
seja pior. E Allah sabe, e vs no sabeis. Perguntam-te pelo combate,
no ms sagrado. Dize: "Combater nele grande pecado. E pecado maior,
perante Allah, afastar os homens do caminho de Allah e reneg- lO, e
afast-los da Mesquita Sagrada e fazer sair dela seus habi- tantes."
E a sedio pela idolatria pecado maior que o morticnio. E eles no
cessaro de combater-vos, at que vos faam apostatar de vossa
religio, se eles o puderem. E quem de vs apstata de sua religio e
morre enquanto renegador da F, esses tero anula- das suas obras, na
vida terrena e na Derradeira Vida. E esses so os companheiros do
Fogo. Nele, sero eternos. Por certo, os que creram e os que
emigraram e lutaram no caminho de Allah, esses esperam pela
misericrdia de Allah. E Allah Perdoador, Miseri- cordiador.
Perguntam-te pelo vinho e pelo jogo de azar. Dize: "H em ambos
grande pecado e benefcio para os homens e seu pecado maior que seu
benefcio." E perguntam-te o que (1) Cf. II 177 nl. (2) Mesquita
Sagrada: aqui abrange a cidade de Makkah. (3) Eles: Os idlatras.
(4) De Makkah para Al Madinah. (5) Por vinho entenda-se toda bebida
inebriante. (6) Este versculo refere-se primeira fase da proibio do
vinho, imposta, paulatinamente, a todos os moslimes em geral, e de
toda Pennsula rabe, em particular, onde seu uso era arraigado e
generalizado. O Islo percebeu que uma proibio categrica e inicial
no poderia lograr bons resultados. Por isso, agiu gradualmente, na
enunciao destas prescries. Na sura IV 43, ocor- re a segunda delas;
na V 90, a terceira e ltima, com a proibio categrica do vinho. 216
217 218 219 (1) (2) (3) (4) (5) (6)
42. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 2 41 devem despender. Dize: "O
sobejo." Assim, Allah torna evidentes, para vs, os sinais, para
reetirdes Acerca da vida terrena e da Derradeira Vida. E
perguntam-te pelos rfos. Dize: "Emendar- lhes as condies de vida o
melhor. E, se vos misturais a eles, so vossos irmos." E Allah sabe
distinguir o corruptor do emendador. E, se Allah quisesse,
embaraar-vos-ia. Por certo, Allah Todo- Poderoso, Sbio. E no
esposeis as idlatras, at se tomarem crentes. E, em verdade, uma
escrava crente melhor que uma id- latra, ainda que a admireis. E no
faais esposar vossas lhas com os idlatras, at se tomarem crentes.
E, em verdade, um escravo crente melhor que um idlatra, ainda que o
admireis. Estes con- vocam ao Fogo; enquanto Allah convoca, com Sua
permisso, ao Paraso e ao perdo. E Ele torna evidentes Seus sinais,
para os homens, a m de meditarem. E perguntam-te pelo mnstruo.
Dize: " molstia ". Ento, apartai-vos das mulheres, durante o
mnstruo, e no vos unais a elas, at se puricarem . E, quando se
houverem puricado, achegai-vos a elas, por onde Allah vos orde- nou
. Por certo, Allah ama os que se voltam para Ele, arrependi- dos, e
ama os puricados. Vossas mulheres so, para vs, campo lavrado. Ento,
achegai-vos a vosso campo lavrado, como e (1) Estes: os idlatras.
(2) Alm da indisposio e do mal-estar que causa mulher, h o problema
higinico. Cr-se que a ao do uxo sangneo, na vagina, durante o
perodo menstrual, enseje ambiente favorvel proliferao de bactrias,
causadoras de inamaes, que podem no s danicar o aparelho genital
feminino, mas tambm o masculino, em havendo cpula, da a prescrio
que a probe nesse perodo. (3) Ou seja, at se mundicarem, aps o
mnstruo, com banho completo. (4) As questes de sexo, no Alcoro, so
tratadas de maneira discreta e sucinta. Aqui, coito vagi- nal, a
unica maneira que o islo, permite , nas relaes sexuais. 220 221 222
223 (1) (2) (3) (4)
43. 2. Sratu Al-Baqarah Parte 2 42 quando quiserdes. E
antecipai boas obras, para vs mesmos. E temei a Allah, e sabei que
deparareis com Ele. E alvissara, Muhammad, aos crentes o Paraso! E
no faais do nome de Allah barreira a vossos juramentos de no serdes
bondosos e piedosos reconciliadores, entre as pessoas . E Allah
Oniouvinte, Onisciente. Allah no vos culpa pela frivolidade em
vossos juramentos, mas vos culpa pelo que vossos coraes logram. E
Allah Perdoador, Clemente. Para os que juram abster-se de estar com
suas mulheres, h espera de quatro meses . E, se retroce- derem, por
certo, Allah Perdoador, Misericordiador. E, se decidirem pelo
divrcio, por certo, Allah Oniouvinte, Onisciente. E que as
divorciadas aguardem, elas mesmas, antes de novo casamento, trs
perodos menstruais e no lhes lcito ocultarem o que Allah criou em
suas matrizes, se elas crem em Allah e no Der- radeiro Dia. E,
nesse nterim, seus maridos tm prioridade em t-las de volta, se
desejam reconciliao. E elas tm direitos iguais s suas obrigaes,
convenientemente. E h para os homens um degrau acima delas . E
Allah Todo-Poderoso, Sbio. O divrcio (1) Se O homem jurar, em nome
de Deus, no praticar uma boa ao, no deve manter este jura- mento,
ao contrrio, deve empenhar-se na prtica constante do bem e expiar
este juramento. (2) Anteriormente ao Islo, era habitual, entre os
rabes, a prtica do 'l', ou seja, do juramento, feito pelo homem,
quando divergia de sua mulher, de no mais aproximar-se dela,
por