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Tríplice aspecto da doutrina espírita

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““[…] reconhece-se que o Espiritismo […] reconhece-se que o Espiritismo realiza todas as promessas do Cristo a realiza todas as promessas do Cristo a

respeito do respeito do ConsoladorConsolador anunciado. […].” anunciado. […].”

(KARDEC, A Gênese, cap. I)

A obra O que é o Espiritismo?, sua primeira edição foi publicada em 15 de julho de 1859. (Revista Espírita 1859, p. 263)

No “Preâmbulo” (Prefácio) dessa obra, lemos essa explicação de Kardec:

“Para responder, desde já e sumariamente, à pergunta formulada no título deste opúsculo, diremos que:

O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciên-cia de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática ele consiste nas rela-ções que se estabelecem entre nós e os Espí-ritos; como filosofia compreende todas as consequências morais que dimanam dessas mesmas relações.

==>

Podemos defini-lo assim:

O Espiritismo é uma ciência que trata da na-tureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corpo-ral.”

(KARDEC, O que é o Espiritismo)

“[…] Apliquei a essa nova ciência, como até então o tinha feito, o método da experimen-tação; nunca formulei teorias preconcebidas; observava atentamente, comparava, deduzia as consequências; dos efeitos procurava re-montar às causas pela dedução, pelo enca-deamento lógico dos fatos, não admitindo co mo válida uma explicação, senão quando ela podia resolver todas as dificuldades da ques-tão. Foi assim que sempre procedi em meus trabalhos anteriores, desde a idade de quinze a dezesseis anos.” (KARDEC, O que é o Espiritismo)

“Seu verdadeiro caráter é, pois, o de uma ciência e não de uma religião; e a prova disso é que ele conta entre os seus aderentes homens de todas as crenças, que por esse fato não renunciaram às suas convicções […].” (KARDEC, O que é o Espiritismo)

Na Revista Espírita 1860, Kardec no artigo “O maravilhoso e o sobrenatural”, a certa altura, pondera:

“[…] Ora, o Espiritismo, que toca nas mais graves questões da Filosofia, em todos os se-tores da ordem social, que abrange ao mes-mo tempo o homem físico e o homem moral, é em si mesmo toda uma Ciência, toda uma Filosofia, que não podem ser adquiridas em apenas algumas horas. […].” (KARDEC, O Livro dos Médiuns, cap. II, item 13 – Lake)

(Kardec transcreveu esse artigo em o Cap. II, de O Livro dos Médiuns, razão pela qual o coloco como fonte)

Em O Livro dos Médiuns (jan/1861), Kardec argumenta:

“[…] um estudo esclarecido ensinará que o Espiritismo repousa sobre as bases funda-mentais da religião e respeita todas as cren-ças; que um de seus efeitos é incutir senti-mentos religiosos nos que os não possuem, fortalecê-los nos que os tenham vacilantes. […].” (KARDEC, LM, cap. III, item 24)

1) Técnicas de investigação foram usadas pa ra comprovar a veracidade dos fenômenos espíritas (Ciência);

O tríplice aspecto no estudo...

2) Com base na revelação dos resultados (verdades), foram formuladas questões de elevado teor filosófico (Filosofia);

3) Verificou-se que a aplicação daquelas ver-dades podem ser utilizadas na transfor-mação moral do Homem (Religião);

“O Espiritismo apoia-se sobre fatos. Esses fa-tos, de acordo com o raciocínio e uma lógica rigorosa, dão à Doutrina Espírita o caráter de positivismo que convém à nossa época.” (KARDEC, Viagem Espírita em 1862)

Positivismo: fil. sistema criado por Auguste Comte (1798-1857) que se propõe a ordenar as ciências experi-mentais, considerando-as o modelo por excelência do conhecimento hu-mano, em detrimento das especula-ções metafísicas ou teológicas; com tismo. (HOUAISS)

“Princípios positivistas

O positivismo defende a ideia de que o co-nhecimento científico é a única forma de conhecimento verdadeiro. De acordo com os positivistas somente pode-se afirmar que uma teoria é correta se ela foi comprovada através de métodos científicos válidos. Os positivistas não consideram os conheci-mentos ligados as crenças, superstição ou qualquer outro que não possa ser compro-vado cientificamente. Para eles, o progresso da humanidade depende exclusivamente dos avanços científicos.” (Site SUA PESQUISA)

“[…] Tendo-me as circunstâncias posto em relação com outros médiuns, sempre que se apresentava ocasião eu a aproveitava para propor algumas das questões que me pare-ciam mais espinhosas. Foi assim que mais de dez médiuns prestaram concurso a esse tra-balho. Da comparação e da fusão de todas as respostas, coordenadas, classificadas e mui-tas vezes retocadas no silêncio da medita-ção, foi que elaborei a primeira edição de O Livro dos Espíritos, entregue à publicidade em 18 de abril de 1857.” (KARDEC, Obras Póstu-mas)

Allan Kardec, “o bom senso encarnado”, no dizer de Camille Flammarion (1842-1925), seguia essa prudente orientação de Erasto:

“Na dúvida, abstém-te, diz um de vossos an tigos provérbios; não admitais, pois, senão o que vos é de uma evidência certa. Desde que uma opinião nova surge, por pouco que ela vos pareça duvidosa, passai-a pelo crivo da razão e da lógica; o que a razão e o bom sen so reprovam, rejeitai-o ousadamente; mais vale repelir dez verdades, do que admitir uma única mentira, uma única teoria falsa. […].” (KARDEC, Revista Espírita 1861)

“[…] Disso resulta que, para tudo o que está fora do ensino exclusivamente moral, as reve lações que alguém possa obter são de cará-ter individual, sem autenticidade, e devem ser consideradas como opiniões pessoais des te ou daquele Espírito, sendo imprudente aceitá-las e propagá-las levianamente como verdades absolutas.” (KARDEC, O Evangelho Segun-do o Espiritismo)

“[…] a opinião de um Espírito sobre um prin-cípio qualquer não é considerada pelos Espí-ritos senão como uma opinião individual, que pode ser justa ou falsa, e não tem valor se-não quando é sancionada pelo ensino da maioria, dado sobre os diversos pontos do globo. Foi esse ensino universal que fez o que ele é, e que fará o que será. Diante des-se poderoso critério, caem necessariamente todas as teorias particulares que sejam o produto de ideias sistemáticas, seja de um homem, seja de um Espírito isolado.

==>

Uma ideia falsa pode, sem dúvida, agrupar ao seu redor alguns partidários, mas não pre valecerá jamais contra aquela que é ensina-da por toda a parte.” (KARDEC, Revista Espírita 1865)

“Esta universalidade do ensino dos Espíritos faz a força do Espiritismo, e é ao mesmo tem po a causa de sua tão rápida propagação. […] É uma vantagem de que não pôde gozar nenhuma das doutrinas aparecidas até hoje. Se portanto, o Espiritismo é uma verdade, ele não teme nem a má vontade dos ho-mens, nem as revoluções morais, nem as transformações físicas do globo, porque ne-nhuma dessas coisas pode atingir aos Espíri-tos.” (KARDEC, O Evangelho Segundo o Espiritismo)

“A concordância no ensino dos Espíritos é por tanto o seu melhor controle, mas é ainda ne-cessário que ela se verifique em certas con-dições.” (KARDEC, O Evangelho Segundo o Espiritismo)

Só se poderá dizer que passou pelo Controle Universal aquilo em que se observou esses três indispensáveis pontos de controle:

1º controle: o da lógica e o da razão;2º controle: o da unanimidade de opinião da maioria dos Espíritos;3º controle: concordância das revelações vin das por vários médiuns, estranhos uns aos outros e de várias localidades.

“Esse controle universal é uma garantia para a unidade futura do Espiritismo, e anulará to-das as teorias contraditórias. É nele que, no futuro, se procurará o criterium da verdade.” (KARDEC, O Evangelho Segundo o Espiritismo)

“O princípio da concordância é ainda uma ga-rantia contra as alterações que, em proveito próprio, pretendessem introduzir no Espiritis-mo as seitas que dele quisessem apoderar-se, acomodando-o à sua maneira.” (KARDEC, O Evangelho Segundo o Espiritismo)

Metapsíquica - (do gr. meta - além + psikê - alma + suf.). Ciência estabelecida e estruturada por Charles Richet, desti-nada a estudar os fenômenos que transcendiam à Psicologia e que fugiam ao domínio físico da ciência dita materialista. (http://www.guia.heu.nom.br/metapsiquica.htm)

Com Charles Richet, professor da Faculdade de Medicina de Paris, prêmio Nobel de Fisiolo-gia ou Medicina de 1913, a par-te científica é desmembrada, vindo a transformar-se em uma nova ciência: Metapsíquica, que é a atual Parapsicologia. No ano de 1922, Richet publica a obra “Tratado de Metapsíquica”.

Dessa obra do Prof. Richet, transcrevemos o seguinte trecho:

“Pode-se pois definir a Meta-psíquica: uma ciência que tem por objeto a produção de fenômenos, mecânicos ou psicológicos, devidos a for-ças que parece serem inteli-gentes ou a poderes desco-nhecidos, latentes na inteli-gência humana.” (RICHET, Tratado de Metapsíquica)

Charles Richet dividiu os fenômenos espíritas em quatro períodos distintos:

“1º - período mítico, que vai até Mesmer (1778).

2° - período magnético, que vai de Mesmer às irmãs Fox (1847).3° - período espirítico, que vai das irmãs Fox a William Crookes (1847-1872).4° - período científico, que começa com William Crookes (1872).”(RICHET, Tratado de Metapsíquica)

“Parapsicologia, vem do grego 'para' [além de], 'psique' [al-ma, espírito, mente, essência] e 'logos' [estudo, ciência, es- sência cósmica] e sugere o sig nificado etimológico de tudo que está 'além da psique', 'além da psicologia' ou mais especificamente, o que está além e, portanto inclui a psi-que e a psicologia. […].

==>

J. B. Rhine: foi parapsicólogo da Universidade de Duke, em Durham, no estado da Carolina do Norte, nos EUA.

Pode ser compreendida, a partir de um pon-to de vista estrito senso, como o estudo de alegações paranormais e associados à expe-riência humana, ou seja, as interações sen-soriais e motoras que aparentemente não são geradas por nenhum mecanismo ou agen te físico conhecido. Esses fenômenos tam-bém são conhecidos como fenômenos para-normais ou fenômenos Psi. O termo 'Parapsi-cologia', criado em 1889 pelo psicólogo Max Dessoir, foi adotado pelo Dr. Joseph Banks Rhine em 1930 como um substituto para os termos Metapsíquica e 'Pesquisa Psíquica'."(WIKIPÉDIA)

Princípios Fundamentais

1 - Deus

“Deus é espírito, e os que o adoram, devem adorar em espírito e verdade.” (João 4:24)

“Inteligência suprema, causa primária de to-das as coisas.” (LE 1 - Que é Deus?)

“Eterno, imutável, imaterial, único, onipoten-te, soberanamente justo e bom.” (LE 13 - sobre os atributos de Deus)

Princípios Fundamentais

2 – Jesus

“E eis que uma voz dos céus dizia: Este é Meu filho amado em que Me comprazo.” (Mateus 3:17)

“A mulher disse: 'Sei que um Messias deve vir – aquele que é chamado Cristo. Quando vier, ele nos ensinará todas as coisas'. Jesus declarou: 'Eu sou o Cristo, eu que estou fa-lando contigo'.” (João 4:25-26)

Princípios Fundamentais

2 – Jesus

“Guia e modelo mais perfeito para o ho-mem.” (LE 625 - Qual é o tipo mais perfeito, que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e modelo?)

Princípios Fundamentais

3 - Espírito

“O anjo do Senhor dirigiu a Filipe estas pala-vras: 'Tu irás rumo ao Sul, pela estrada que desce de Jerusalém a Gaza. Ela está deser-ta'. Filipe partiu imediatamente. Ora, vinha chegando um etíope, eunuco e alto funcioná-rio na corte de Candace, rainha da Etiópia […] Ele tinha ido a Jerusalém para adorar a Deus. Agora voltava, lendo o profeta Isaías, sentado em sua carruagem. O espírito disse a Filipe: 'Aproxima-te e acompanha essa car-ruagem'.” (Atos 8:26-29)

Princípios Fundamentais

3 - Espírito

“Ser inteligente da criação.” (LE 76 - Que de-finição se pode dar dos Espíritos?)

“Criado simples e ignorante.” (LE 115 - Entre os Espíritos, alguns foram criados bons e outros maus?)

Princípios Fundamentais

4 - Perispírito

“Semeia-se corpo natural ressuscita corpo espiritual, se há corpo natural, há também corpo espiritual.” (I Coríntios 15:44)

“Substância semimaterial que serve de pri-meiro envoltório ao espírito e liga a alma ao corpo.” (item 3º, LE 135 - Existe no homem outra coisa que a alma e o corpo?)

“Tem a forma que o espírito queira.” (LE 95 - O envoltório semimaterial do Espírito tem for mas determinadas e pode ser perceptível?)

Princípios Fundamentais

5 - Evolução

“Tenho ainda muitas coisas a vos dizer, mas não podeis compreender agora. Quando ele, o Espírito da Verdade, vier, os conduzirá à verdade completa.” (João 16:12-13)

“Portanto, sede perfeitos como vosso Pai ce-leste é perfeito.” (Mateus 5:48)

“São os próprios Espíritos que se melhoram e, melhorando-se, passam de uma ordem in-ferior para outra mais elevada. (LE 114 - Os Espíritos são bons ou maus por natureza, ou são eles mesmos que se melhoram?)

Princípios Fundamentais

6 - Livre-arbítrio

“Convocou então o povo com seus discípulos e lhes disse: 'Se alguém quer me seguir, re-nuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.'” (Mateus 16:24)

“O homem tem a liberdade de pensar e de agir. Sem o livre-arbítrio, ele seria máquina.” (LE 843 - O homem tem o livre arbítrio dos seus atos?)

Princípios Fundamentais

7 - Causa e efeito

“Mas Jesus lhe disse: 'Embainha de novo tua espa da! Porque todos aqueles que usam da espada, pe-la espada morrerão!'.” (Mateus 26:52). “Não vos enganeis: De Deus não se zomba. Cada um vai colher aquilo mesmo que semeia.” (Gálatas 6:7)

“Deus tem suas leis a regerem todas as vossas ações. Se a violais, vossa é a culpa. A punição é o resultado da infração da lei.” (LE 964 - Deus tem necessidade de se ocupar de cada um dos nossos atos para nos recompensar ou nos punir, e a maioria desses atos não são insignificantes para ele?)

Princípios Fundamentais

8 - Reencarnação

“A isto respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo não pode ver o reino de Deus.” (João 3:3)

“Consiste em admitir para o espírito muitas existências sucessivas.” (LE 171 - Sobre que está baseado o dogma da reencarnação?)

“Para expiação e melhoramento progressivo da humanidade. Sem isto, onde a justiça?” (LE 167 - Qual é o objetivo da reencarna-ção?)

Princípios Fundamentais

9 - Pluralidade dos mundos habitados

“Na casa de meu Pai há muitas moradas.” (João 14:2)

“São habitados todos os globos que se mo-vem no espaço e o homem terreno está lon-ge de ser, como supõe, o primeiro em inte-ligência, em bondade e em perfeição.” (LE 55 - Todos os globos que circulam no espaço são habitados?)

Princípios Fundamentais

10 - Imortalidade da Alma

“E quanto a ressurreição dos mortos, não les tes o que vos foi dito por Deus: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó? Ele é o Deus não dos mortos, mas dos vivos.” (Mateus 22:31-32)

“Então Jesus clamou em alta voz: Pai nas tuas mãos entrego e meu espírito.” (Lucas 23:46)

“A existência dos espíritos não tem fim: é tu-do o que podemos, por agora, dizer.” (LE 83-Os espíritos têm fim?)

Princípios Fundamentais

11 - Vida Futura

“Respondeu Jesus: o meu reino não é desse mundo.” (João 18:36)

“O sentimento de uma existência melhor re-side no foro íntimo de todos os homens. A vida futura implica a conservação da nossa individualidade, após a morte.” (LE 959 - De onde vem ao homem o sentimento instintivo da vida futura?)

Princípios Fundamentais

12 - Plano Espiritual

“Agora porém aqui, ele está consolado. Tu, em tormentas.” (Lucas 16:25)

“No instante da morte, a alma volta a ser es-pírito, isto é, volve ao mundo dos espíritos, donde se apartara momentaneamente.” (LE 149 - Em que se torna a alma no instante da morte?)

“Os espíritos estão por toda parte.” (LE 87 - Os espíritos ocupam uma região determinada e circunscrita no Espaço?)

Princípios Fundamentais

13 - Mediunidade

“Então Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és Simão, porque não foi a carne e o sangue que to revelou, mas meu Pai que está nos Céus.” (Mateus 16:17)

“Faculdade inerente ao homem. Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos espíritos é, por esse fato, médium.” (LM 159 - Cap. XIV – Dos médiuns)

Princípios Fundamentais

14 - Influência dos Espíritos na nossa Vida

“Jesus, vendo a multidão que se ajuntava, re preendeu o espírito impuro, dizendo: ‘Espí-rito mudo e surdo, eu te ordeno, sai dele e não entres mais!.’” (Marcos 9:25)

“Influem muito mais do imaginais. A tal pon-to que de ordinário são eles que vos diri-gem.” (LE 459 – Os Espíritos influem sobre os nossos pensamentos e as nossas ações?)

Princípios Fundamentais

14 - Influência dos Espíritos na nossa Vida

“Tendes muitos deles de contínuo ao vosso lado, observando-vos e sobre vós atuando, sem o perceberdes.” (LE 87 - Os Espíritos ocupam uma região determinada e circuns-crita no Espaço?)

Princípios Fundamentais

15 - Ação dos Espíritos na Natureza

“E levantando-Se repreendeu o vento e o mar e fez-se grande bonança.” (Mateus 8:26)

“Deus não exerce ação direta sobre a ma-téria.” (LE 536 - Os grandes fenômenos da Natureza, os que se considera como uma perturbação dos elementos, são devidos a causas fortuitas ou têm um fim providen-cial?)

Princípios Fundamentais

15 - Ação dos Espíritos na Natureza

“Os espíritos são uma das potências da natu-reza e os instrumentos de que Deus se serve para execução dos seus desígnios providen-ciais.” (LE 87 - Os Espíritos ocupam uma re-gião determinada e circunscrita no Espaço?) (Apostila da União Espírita Mineira: O Evangelho)

Ano 1868Novas considerações de Kardec

Voltemos no tempo, ao ano de 1863. Primei-ro a 9 de agosto, cerca de nove meses antes da publicação da obra A Imitação do Evange-lho Segundo o Espiritismo, quando Kardec é informado do real objetivo do Espiritismo:“Aproxima-se a hora em que te será neces-sário apresentar o Espiritismo qual ele é, mostrando a todos onde se encontra a ver-dadeira doutrina ensinada pelo Cristo. Apro-xima-se a hora em que, à face do céu e da Terra, terás de proclamar que o Espiritismo é a única tradição verdadeiramente cristã, a única instituição verdadeiramente divina e humana. […].” (ERASTO [provável], Obras Póstumas)

Na Revista Espírita 1863, mês de dezembro, Kardec fala sobre os períodos pelos quais o Espiritismo passou e que ainda passará, que resumimos:

– o primeiro, caracterizado pelas mesas giran tes, foi o da curiosidade;– o segundo, evidenciado pela publicação de O Livro dos Espíritos, foi o período filosófico;– o terceiro, destacado pelos ataques dos de-tratores, chamou-o de período de luta.

A partir daí, transcrevemos as suas próprias palavras:

“A luta determinará uma nova fase do Espiri-tismo e conduzirá ao quarto período, que se-rá o período religioso; depois virá o quinto, período intermediário, consequência natural do precedente, e que receberá mais tarde sua denominação característica. O sexto e último período será o da renovação social, que abrirá a era do século vinte. […].” (KAR-DEC, Revista Espírita 1863)

Vejamos, ainda, esses dois trechos transcri-tos de O Evangelho Segundo o Espiritismo, publicado em abril 1864:

“Muitos pontos dos Evangelhos, da Bíblia e dos autores sacros em geral só são ininteli-gíveis, parecendo alguns até irracionais, por falta da chave que faculte se lhes apreenda o verdadeiro sentido. Essa chave está com-pleta no Espiritismo, como já o puderam re-conhecer os que o têm estudado seriamente e como todos, mais tarde, ainda melhor o reconhecerão. […].” (KARDEC, O Evangelho Segun-do o Espiritismo)

“[O Espiritismo] Vem cumprir, nos tempos preditos, o que o Cristo anunciou e preparar a realização das coisas futuras. Ele é, pois, obra do Cristo, que preside, conforme igual-mente o anunciou, à regeneração que se opera e prepara o reino de Deus na Terra.” (KARDEC, O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. I, it. 7)

A 6 de janeiro de 1868, já dentro do ano que queremos destacar, argumentou Kardec:

“O Espiritismo realiza, como ficou demonstrado, todas as condições do Consolador que Jesus pro meteu. […] É fruto do ensino coletivo dos Espíri-tos, ensino a que preside o Espírito de Verdade. Nada suprime do Evangelho: antes o completa e elucida. Com o auxílio das novas leis que revela, conjugadas essas leis às que a Ciência já desco-brira, faz se compreenda o que era ininteligível e se admita a possibilidade daquilo que a incre-dulidade considerava inadmissível. Teve precur-sores e profetas, que lhe pressentiram a vinda. Pela sua força moralizadora, ele prepara o rei-nado do bem na Terra.” (KARDEC, A Gênese)

Desse discurso (quase cinco meses antes da morte do Codificador), extraímos o seguinte trecho:

“O laço estabelecido por uma religião, qual-quer que lhe seja o objeto, é, pois, um laço essencialmente moral, que religa os cora-ções, que identifica os pensamentos, as aspi-rações, e não é somente o fato de compro-missos materiais, que se quebram à vontade, ou do cumprimento de fórmulas que falam aos olhos mais do que ao espírito.

==>

O efeito desse laço moral é de estabelecer entre aqueles que une, como consequência da comunhão de objetivos e de sentimentos, a fraternidade e a solidariedade, a indulgên-cia e a benevolência mútuas.

É nesse sentido que se diz também: a religi-ão da amizade, a religião da família.

Se assim é, dir-se-á, o Espiritismo é, pois, uma religião? Pois bem, sim! sem dúvida, Senhores; no sentido filosófico, o Espiritis-mo é uma religião, e disto nos glorificamos, ==>

porque é a doutrina que fundamenta os la-ços da fraternidade e da comunhão de pen-samentos, não sobre uma simples conven-ção, mas sobre as bases mais sólidas: as próprias leis da Natureza.

Por que, pois, declaramos que o Espiritismo não é uma religião? Pela razão de que não há senão uma palavra para expressar duas ideias diferentes, e que, na opinião geral, a palavra religião é inseparável da de culto; que ela desperta exclusivamente uma ideia de forma, e que o Espiritismo não a tem.

==>

Se o Espiritismo se dissesse religião, o pú-blico não veria nele senão uma nova edição, uma variante, querendo-se, dos princípios absolutos em matéria de fé; uma casta sa-cerdotal com um cortejo de hierarquias, de cerimônias e de privilégios; não o separaria das ideias de misticismo, e dos abusos con-tra os quais a opinião frequentemente é le-vantada.

==>

O Espiritismo, não tendo nenhum dos carac-teres de uma religião, na acepção usual da palavra, não se poderia, nem deveria se or-nar de um título sobre o valor do qual, ine-vitavelmente, seria desprezado; eis porque ele se diz simplesmente: doutrina filosófica e moral.” (KARDEC, Revista Espírita 1868)

Filosofia: 4 fil. na dimensão metafísica, con-junto de especulações teóricas que compar-tilham com a religião a busca das verdades primeiras e incondicionadas, tais como as re-lativas à natureza de Deus, da alma e do uni verso, mas utilizando procedimentos argu-mentativos, lógicos e dedutivos.

Filosófico: adj. 1 relativo a filosofia ou filósofo (subst.)

Então, podemos

dizer que...

– Apresentando o Espiritismo, na sua feição de Consolador prometido pelo Cristo, três as-pectos diferentes: científico, filosófico e reli-gioso, qual desses aspectos é o maior?

– Podemos tomar o Es-piritismo, simbolizado desse modo, como um triângulo de forças es-pirituais. A Ciência e a Filosofia vin-culam à Terra essa figura simbólica, porém, a Reli-gião é o ângulo divino que a liga ao céu. ]=>

No seu aspecto científico e filosófico, a doutrina será sempre um campo nobre de investigações humanas, como outros movimentos coletivos, de natureza intelectual, que visam o aperfeiçoa-mento da Humanidade. No aspecto religioso, todavia, repousa a sua grandeza divina, por constituir a restauração do Evangelho de Jesus Cristo, estabelecendo a renovação definitiva do homem, para a grandeza do seu imenso futuro espiritual. (CHICO XAVIER, O Consolador, fala de Emma-nuel no cap. “Definição”)

“Chico, estão querendo separar a parte científi-ca, filosófica e religiosa da doutrina, dizendo que o Espiritismo não é religião, isto é, estão querendo tirar Jesus do Espiritismo. O que você acha de tudo isso?

A resposta não se fez esperar:

“A Doutrina Espírita é ciência, filosofia e reli-gião. Se tirarmos a re-ligião, o que é que fica? [...] fica um corpo sem coração, se tirarmos a ciência fica um corpo sem cabeça e se tirar-mos a filosofia fica um corpo sem membros.” (Revista Informação, nº 333, julho 2004)

“[…] todas as religiões, sofrem, […] a influên cia do movimento progressivo das ideias. […] aquela que repudiasse as descobertas da ciência e suas consequências, do ponto de vista religioso, perderia cedo ou tarde sua au toridade e seu crédito, e aumentaria o núme-ro dos incrédulos. Se uma religião qualquer pode ser comprometida pela ciência, a falta não é da ciência, mas da religião fundada so-bre dogmas absolutos em contradição com as leis da Natureza, que são leis divinas. Re-pudiar a ciência é, pois, repudiar as leis da Natureza, e, por isso mesmo, negar a obra de Deus; […].” (KARDEC, Revista Espírita 1864)

Na data de 30 de abril de 1856, na casa do sr. Roustan, a médium Srta. Japhet recebe uma mensagem, na qual Kardec é informado de sua missão, destacamos esse trecho:

“[…] Deixará de haver religião e uma se fará necessária, mas verdadeira, grande, bela e digna do Criador… Os seus primeiros alicer-ces já foram colocados… Quanto a ti, Rivail, a tua missão é aí. […].” (KARDEC, Obras Póstumas, p. 308)

Em 15 de abril de 1860, numa mensagem a respeito do “Futuro do Espiritismo”, temos esta informação:

“O Espiritismo é chamado a desempenhar imenso papel sobre a Terra. Ele reformará a legislação ainda tão frequentemente contrá-ria às leis divinas; retificará os erros da His-tória; restaurará a religião do Cristo, que se tornou, nas mãos dos padres, objeto de co-mércio e de tráfico vil; instituirá a verdadeira religião, a religião natural, a que parte do co-ração e vai diretamente a Deus, sem se de-ter nas franjas de uma sotaina [batina], ou nos degraus de um altar. […].” (KARDEC, Obras Póstumas, p. 330-331)

Levando-se em conta essas informações, parti-cularmente estaremos, para todos os efeitos, considerando o Espiritismo como sendo uma re-ligião.

Podemos ainda justificar nossa posição conside-rando que já se trata de algo institucionalizado, conforme se vê no seguinte gráfico de um órgão da Administração Pública Federal; trata-se do

Levando-se em conta essas informações, parti-cularmente estaremos, para todos os efeitos, considerando o Espiritismo como sendo uma re-ligião.

Podemos ainda justificar nossa posição conside-rando que já se trata de algo institucionalizado, conforme se vê no seguinte gráfico de um órgão da Administração Pública Federal; trata-se do

Institucionalizado

Vejamos alguns pontos do Projeto 1868, pu-blicado em Obras Póstumas:

“Estabelecer-se-ia um curso regular de Espi-ritismo, no intuito de desenvolver os princí-pios da ciência e de propagar o gosto pelos estudos sérios. O curso teria a vantagem de fundar a unidade de princípio, de fazer adep-tos esclarecidos, capazes de propagar as ideias espíritas e de desenvolver grande nú-mero de médiuns. Considero esse curso co-mo elemento de influência capital sobre o fu-turo do Espiritismo e sobre suas consequên-cias.” (KARDEC, Obras Póstumas - Lake)

O estudo do Espiritismo deve ser algo sério:

“[…] o estudo de uma doutrina, qual a Dou-trina Espírita […], só pode ser feito com uti-lidade por homens sérios, perseverantes, li-vres de prevenções e animados de firme e sincera vontade de chegar a um resultado. […].O que caracteriza um estudo sério é a conti-nuidade que se lhe dá. […] Quem deseje tor-nar-se versado numa ciência tem que a estu-dar metodicamente, começando pelo princí-pio e acompanhando o encadeamento e o desenvolvimento das ideias. […].” (KARDEC, O Livro dos Espíritos, Introdução VIII)

Publicidade (Projeto 1868)

“Uma publicidade em larga escala, feita nos jornais de maior circulação, levaria ao mundo inteiro, até às localidades mais distantes, o conhecimento das ideias espíritas, desperta-ria o desejo de aprofundá-las e, multiplican-do-lhes os adeptos, imporia silêncio aos de-tratores, que logo teriam de ceder, diante do ascendente da opinião geral.” (KARDEC, Obras Póstumas)

Constituição do Espiritismo

§ IV – Comissão Central

“Em lugar de um chefe único, a direção será cometida a uma comissão central perma-nente, cuja organização e atribuições serão determinadas, para nada haver de arbitrário. Essa comissão será composta no máximo de doze membros titulares, que reúnam certas condições, e de igual número de conselhei-ros. […]. A comissão nomeará anualmente o seu presidente.

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A autoridade do presidente será puramente administrativa; dirigirá as deliberações da comissão, superintenderá a execução dos trabalhos e a expedição dos negócios; mas fora das atribuições que lhe são conferidas pelos estatutos, nenhuma decisão dará sem o concurso da comissão, […].

A comissão central será portanto o verdadei-ro chefe do Espiritismo, chefe coletivo, que nada poderá sem a aquiescência da maioria. Suficientemente numeroso para se esclarecer pela discussão, não o será para produzir con-fusão.” (KARDEC, Obras Póstumas - Lake)

Algumas atribuições da Comissão Central:

2º Estudar princípios novos, suscetíveis de entrar no corpo doutrinário;

5º Manter, consolidar e estudar os laços de fraternidade entre os adeptos e as sociedades particulares nos diversos países;

7º Examinar e apreciar obras, artigos de jornais e de todos os escritos que interessem à doutrina e refutar os ataques, quando se derem;

8º Publicar obras fundamentais de doutrina, nas condições mais apropriadas para sua vulgariza-ção. […].”(KARDEC, Obras Póstumas - Lake)

Além do repeito à crença alheia,

devemos também respeitar os rituais que seus adeptos

praticam.

Pesquisa que recomendamos:

“Religião Espírita, é o que, de fato, é o Espiritismo”

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Referências bibliográficas:KARDEC, A. A Gênese. Rio de Janeiro: FEB, 2007.KARDEC, A. Obras Póstumas. Rio de Janeiro: FEB, 2006.KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Rio de Janeiro: FEB, 1982.KARDEC, A. O que é o Espiritismo. Rio de Janeiro: FEB, 2001.KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. Rio de Janeiro: FEB, 2007.KARDEC, A. O Livro dos Médiuns. Rio de Janeiro: FEB, 2007.KARDEC, A. O Livro dos Médiuns. São Paulo: Lake, 2006.KARDEC, A. Viagem Espírita em 1862. Matão, SP: O Clarim, 2000.KARDEC, A. Revista Espírita 1860. Araras, SP: IDE, 2000.KARDEC, A. Revista Espírita 1861. Araras, SP: IDE, 1993.KARDEC, A. Revista Espírita 1863. Araras, SP: IDE, 2000.KARDEC, A. Revista Espírita 1864. Araras, SP: IDE, 1993.KARDEC, A. Revista Espírita 1865. Araras, SP: IDE, 2000.KARDEC, A. Revista Espírita 1866. Araras, SP: IDE, 1993.KARDEC, A. Revista Espírita 1868. Araras, SP: IDE, 1993.RICHET, C. Tratado de Metapsíquica (Tomo I). São Paulo: LAKE, 2008.XAVIER, F. C. O Consolador. Rio de Janeiro: FEB, 1986.Revista Informação, nº 333, São Paulo, julho 2004. União Espírita Mineira. Evangelho e Espiritismo. Belo Horizonte: UEM, 1981.INSTITUTO ESPÍRITA BEZERRA DE MENEZES – Tríplice aspecto, disponível em http://www.iebm.org.br/?pg=tripliceFederação Espírita Brasileira – Tríplice aspecto, disponível em http://www.febnet.org.br/ba/file/Esde/Banco%20de%20Aulas/Fundamental%20I%20-%20Modulo%20I%20-%20Roteiro%203%20-%20%5B2008%5DEuzebio.ppt

Positivismo: http://www.suapesquisa.com/o_que_e/positivismo.htmMetapsíquica: http://www.guia.heu.nom.br/metapsiquica.htmCharles Richet: http://www.guia.heu.nom.br/charles_richet.htmJ.B. Rhine: http://pt.wikipedia.org/wiki/Joseph_Banks_Rhine

Imagens

Capa: https://scontent.fplu4-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-9/16938744_1742432962437174_5572360205885959714_n.png?oh=4a59470222046cb902ed8c7b19dc379d&oe=593134DA

Tríplice aspecto: http://www.febnet.org.br/ba/file/Esde/Banco%20de%20Aulas/Fundamental%20I%20-%20Modulo%20I%20-%20Roteiro%203%20-%20%5B2008%5DEuzebio.ppt

Augusto Comte: https://lh6.googleusercontent.com/proxy/B0_1irqgN1YLXyMl2HhGSFibwgzY--v775bXp6_pd1wW4KTh3vsI1BFeI2R59eEELSAI5chhIPqzxqfE7FvVupZvHB7HTScANMH3bbSL2kyBnA6T1jvhCoQ=s0-d

Religião, ciência e filosofia: http://0.static.wix.com/media/e50b3a_c3caa3bcaa6ce81816a17342ba78740f.jpg_512

Chico Xavier(adptada): http://www.ceia-df.org.br/wp-content/uploads/2014/10/o-nazareno_chico-xavier.jpg

Charles Richet: http://ichef.bbci.co.uk/arts/yourpaintings/images/paintings/well/large/cdn_well_v_18030_large.jpgTraitê de Métapsychique: http://3.bp.blogspot.com/_DE6UUQxbWho/TRiHh-cUgaI/AAAAAAAAAEI/ZkpnMsPlCR4/s320/TraiteDeMetaphychique.jpgJ. B. Rhine: http://www.marialuisaalbuquerque.eu/uploads/rhine.jpgLinha do tempo: http://4.bp.blogspot.com/_IhfzSOKPpuo/R8AZnhnvtTI/AAAAAAAAAXo/IZ9FYkRjevI/s320/linha+do+tempo.jpgCenso: www.ibge.gov.brRevista Superinteressante: http://sertaoespirita.files.wordpress.com/2013/11/supercapa_espiritismo.pngPrincípios fundamentais: ???Orador: http://www.grupoblc.com/wp-content/uploads/2014/09/images_orador.jpgRituais: https://pbs.twimg.com/media/BnvEl8gIYAAKWYd.jpg:largeFrase de Gandhi: https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSgiBM4jglo6tqquoVc6ucbvBJfR17tb2WnqY02U3oRRm01pNupmwPapa Francisco: http://www.voxlivre.com.br/news/fotos/b756c9b05eb8bd0db8d00f6882704f4e.jpg e http://www.voxlivre.com.br/news/noticia.php?id=129

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