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Oração de conclusão Senhor Jesus, que morrestes na cruz, para a nossa salvação, a nós, que contemplamos, com olhar de compaixão, a Vossa agonia, em união com a Mãe das dores e com os Santos, revelais o Deus rico em misericórdia. Ó homem das dores, irmão por todos abandonado, Vós tomastes sobre vós a iniquidade do mundo e vos fizestes, para cada um, advogado de perdão, fazei-nos capazes de sentir compaixão pelo homem ferido e humilhado pelo mal. Recebei, no Vosso coração, a humanidade dilacerada e renovai-a, com a vida do vosso Espírito. Ámen Bênção Se o presidente for sacerdote: A todos vós, que participastes nesta piedosa oração da Via Sacra, abençoe-vos Deus Misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Ámen Se o presidente for leigo: Deus Misericordioso nos abençoe, nos livre de todo o mal, e nos conduza à vida eterna. Ámen Nb: As imagens desta Via-Sacra podem ser encontradas na Catedral de Emdi- bir - Etiópia. «JESUS, ROSTO DA MISERICÓRDIA DO PAI, VIVE NA NOSSA TERRA» Via Sacra Proposta pela Conferência Episcopal de Moçambique Sexta-feira Santa, 25 de Março de 2016

Via sacra 2016

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Oração de conclusão

Senhor Jesus,

que morrestes na cruz, para a nossa salvação,

a nós, que contemplamos,

com olhar de compaixão, a Vossa agonia,

em união com a Mãe das dores e com os Santos,

revelais o Deus rico em misericórdia.

Ó homem das dores, irmão por todos abandonado,

Vós tomastes sobre vós a iniquidade do mundo

e vos fizestes, para cada um, advogado de perdão,

fazei-nos capazes de sentir compaixão

pelo homem ferido e humilhado pelo mal.

Recebei, no Vosso coração, a humanidade dilacerada

e renovai-a, com a vida do vosso Espírito. Ámen

Bênção

Se o presidente for sacerdote:

A todos vós, que participastes nesta piedosa oração da Via Sacra,

abençoe-vos Deus Misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo.

Ámen

Se o presidente for leigo:

Deus Misericordioso nos abençoe, nos livre de todo o mal, e nos

conduza à vida eterna. Ámen

Nb: As imagens desta Via-Sacra podem ser encontradas na Catedral de Emdi-

bir - Etiópia.

«JESUS, ROSTO DA MISERICÓRDIA DO PAI,

VIVE NA NOSSA TERRA»

Via Sacra

Proposta pela Conferência Episcopal de Moçambique

Sexta-feira Santa, 25 de Março de 2016

INTRODUÇÃO

É tradição, na Igreja, nas sextas-feiras da quaresma, parar, para

contemplar a paixão e morte de Jesus, e reconhecer, no seu sofri-

mento, a prova da autenticidade do amor, que Deus tem para con-

nosco.

Hoje, sexta-feira santa de 2016, mais uma vez, queremos contem-

plar este mistério de sofrimento e de amor, de doação e de perdão.

Se participarmos com fé e coração aberto, não só sentiremos

como nosso o sofrimento de Jesus, mas reconheceremos nele o

sofrimento e as angústias de todo o ser humano, o nosso sofrimen-

to e o de todo o moçambicano.

Canto:

Presidente:

V/. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

R/. Ámen.

Leitor:

«Aquele que viu estas coisas é que dá testemunho delas, e o seu

testemunho é verdadeiro. E ele bem sabe que diz a verdade, para

vós crerdes também. É que isto aconteceu, para se cumprir a

Escritura, que diz: Não se lhe quebrará nenhum osso. E também

outro passo da Escritura diz: Hão de olhar para aquele que tres-

passaram» (Jo 19, 35-37).

Oração:

Ó Jesus, que dissestes:

“tudo o que vós fizerdes ao mais pequeno é a mim que o fazeis”.

Reconhecemos, com humildade e sincero arrependimento,

que o sofrimento da vossa paixão nos é devido também a nós,

por aquilo que continuamos a fazer contra os nossos irmãos.

Que esta piedosa oração da Via Sacra

nos converta, e que possamos ser

construtores de paz e reconciliação. Ámen

é sepultado, lembra-nos outro jardim: o do Paraíso. Um jardim,

que, por causa da desobediência, perdeu a sua beleza e se tornou

uma desolação, um lugar de morte e já não de vida, como aconte-

ce em todas as terras, onde nos afastamos de Deus e dos irmãos.

Os ramos selvagens, como o apego ao dinheiro, à arrogância, à

corrupção, à intolerância, ao desprezo pela vida, devem

ser cortados, e enxertados agora no madeiro da Cruz. É este o

novo jardim: a cruz plantada na terra!

Na morte de Cristo, ruíram todos os tronos do mal, fundados

sobre a ganância e a dureza do coração. A morte desarma-nos, faz

-nos compreender que estamos sujeitos a uma existência terrena

efémera, com um termo. Mas é diante daquele corpo de Jesus,

depositado no sepulcro, que nós tomamos consciência de quem

somos: criaturas que, para não morrerem, precisam do seu Cria-

dor.

Agora, de lá de cima, Jesus Cristo poderá voltar a trazer tudo à

vida. Com a Sua Ressurreição, terá início a renovação de todas as

coisas. O véu do templo rasgou-se. Finalmente, vemos o rosto da

Misericórdia do Pai, para nunca mais ficarmos confundidos, nem

mesmo diante da violência e da morte.

O silêncio, que envolve aquele jardim, permite-nos ouvir uma bri-

sa suave: «Eu sou o Vivente, e estou convosco» (cf. Ex 3, 14).

ORAÇÃO “Protegei-me, ó Deus! Em Vós me refugio.

Vós sois a minha parte de herança e o meu cálice,

nas vossas mãos está a minha vida.

Tenho-Vos sempre diante dos olhos, como meu Senhor.

Vós estais à minha direita, não poderei vacilar.

Por isso, se alegra o meu coração e exulta a minha alma,

e também o meu corpo repousa em segurança.

Não abandoneis a minha vida na morada dos mortos

nem deixeis que o vosso servo conheça a sepultura.

Mostrar-me-eis o caminho da vida,

alegria plena na vossa presença,

doçura sem fim à vossa direita”. Ámen.

(cf. Salmo 15).

XIV ESTAÇÃO

Jesus é depositado no sepulcro

O túmulo novo – Um Novo Moçambique

V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo,

R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo.

Do Evangelho segundo São João 19, 41-42

«No sítio, em que Ele tinha sido crucificado, havia um jardim e,

no jardim, um túmulo novo, onde ainda ninguém tinha sido sepul-

tado. (…) Foi ali que depuseram Jesus».

Meditação

Aquele jardim, em que se encontra o túmulo, onde Jesus

I ESTAÇÃO

Jesus condenado à morte

A justiça pelas próprias mãos

V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo,

R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo.

Do Evangelho segundo São Lucas 23, 21-25:

«De novo, Pilatos dirigiu-lhes a palavra, querendo libertar Jesus.

Mas eles gritavam: “Crucifica-O! Crucifica-O!” Pilatos disse-

lhes, pela terceira vez: “Que mal fez Ele, então? Nada encontrei

n‟Ele que mereça a morte. Por isso, vou libertá-Lo, depois de O

castigar”. Mas eles insistiam em altos brados, pedindo que fosse

crucificado. E os seus clamores aumentavam de violência. Então,

Pilatos decidiu que se fizesse o que eles pediam. Libertou o que

fora preso por sedição e homicídio, e entregou-lhes Jesus, para o

que eles queriam».

Meditação:

Jesus, o inocente, que “passou fazendo o bem”, é condenado à

morte, por uma justiça, que se preocupa com os próprios interes-

ses, e, por medo, liberta o culpado e condena o inocente. Facto

que continua a acontecer, na história da humanidade, e também no

nosso país.

Face a estas injustiças, por vezes reagimos, cometendo outras

injustiças. Fazendo justiça pelas próprias mãos, tiramos a vida às

pessoas, dando mais valor aos bens do que à própria vida humana.

Ninguém tem direito de tirar a vida ao outro.

Os crimes, as fraudes, as injustiças, que acontecem entre nós, são

tidos como razão suficiente para justificar o uso da violência e do

homicídio, para defender os nossos interesses feridos.

Quando agimos assim, mais uma vez, Jesus é condenado à morte,

na nossa terra.

ORAÇÃO

Senhor Jesus,

Rosto da Misericórdia do Pai,

fazei que saibamos olhar aos nossos irmãos, inocentes ou culpa-

dos,

como vós olhastes à multidão enfurecida

e a Pilatos, que, por medo, vos entregou à morte.

Defendei-nos das calúnias e da mentira.

Ajudai-nos a procurar sempre a verdade,

e dai a vossa luz a quem deve, por missão, julgar em tribunal,

para que pronuncie sentenças justas e verdadeiras. Ámen.

Todos:

Pai Nosso

Canto

ele bem sabe que diz a verdade, para vós crerdes também. (…)

Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, mas

secretamente, por medo das autoridades judaicas, pediu a Pilatos

que lhe deixasse levar o corpo de Jesus. E Pilatos permitiu-lho.

Veio, pois, e retirou o corpo.

Meditação

Aquele que “desceu do céu, para dar a vida ao mundo”, agora é

descido da cruz e entregue à sua Mãe, que o recebe nos braços.

Em Belém, aquele que “sendo de condição divina se esvaziou a si

mesmo, tomando a condição de servo”, foi acolhido pelos braços

de Maria. Agora, descido da cruz, Jesus, que “se tornou obediente

até à morte e morte de cruz”, é deposto, mais uma vez, nos braços

de sua Mãe. Estes braços fortes e ternos de mãe, que apresentaram

o menino recém-nascido aos pastores, hoje nos apresentam Jesus,

o Cristo, aquele que se entregou à morte por nosso amor. Neste

corpo inanimado, reconhecemo-nos como seus membros feridos e

sofredores, mas guardados pelo abraço amoroso da Mãe.

Os braços de Maria são como o altar, onde a Igreja -Mãe oferece o

Corpo de Cristo, a Eucaristia. E aí, nós tornamo-nos Corpo místi-

co de Cristo, um corpo oferecido, em que o amor triunfa sobre o

ódio, e a vida é mais forte do que a morte.

ORAÇÃO

Jesus,

Proclamamos, com fé viva, este mistério da fé:

anunciamos, Senhor, a vossa morte,

e proclamamos a vossa ressurreição.

Vinde, Senhor Jesus!

Todos:

Pai Nosso

Canto

XIII ESTAÇÃO

Jesus é descido da Cruz

O amor é mais forte do que a morte/ o valor salvífico da cruz

V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo,

R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo.

Do Evangelho segundo João 19, 32-35.38

Os soldados foram e quebraram as pernas ao primeiro e também

ao outro, que tinha sido crucificado juntamente com Ele. Mas, ao

chegarem a Jesus, vendo que já estava morto, não Lhe quebraram

as pernas. Porém, um dos soldados trespassou-lhe o peito, com

uma lança, e logo brotou sangue e água. Aquele que viu estas coi-

sas é que dá testemunho delas, e o seu testemunho é verdadeiro. E

II ESTAÇÃO

Jesus é carregado com a Cruz

O madeiro pesado da pobreza

V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo,

R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo.

Do Evangelho de São Marcos 15, 20

«Depois de o terem escarnecido, tiraram-lhe o manto de púrpura,

e revestiram-no das suas vestes. Levaram-no, então, para o cruci-

ficarem»

Meditação

Jesus é escarnecido. Para fazerem troça dele, revestem-no com um

manto típico dos ricos, e saúdam-no, dobrando o joelho à sua

frente, e dizendo-lhe: “ Salve, rei dos Judeus”, enquanto lhe cos-

pem no rosto, e lhe batem. Este manto, depois, lhe é tirado, e lhe é

posto nos ombros o madeiro da cruz.

A nossa terra é rica e fértil. Mas é nos tirada, juntamente com os

seus recursos. E grande parte do nosso povo tem de carregar, nos

ombros, o pesado madeiro da pobreza.

Sobrevieram as calamidades naturais, e não nos encontraram pre-

parados: não abrimos poços, não gerimos as águas dos nossos

rios, não prestamos a merecida atenção à agricultura, que é fonte

de sustento para a maioria de nós. Pois estávamos distraídos, com

outros interesses, e a utilizar os nossos recursos, em obras, que

não satisfazem as primárias exigências da vida.

Mais uma vez, Jesus carrega, hoje, entre nós, a pesada cruz da

pobreza.

ORAÇÃO

Senhor Jesus,

a nossa noite é cada vez mais escura!

A pobreza assume o aspecto da miséria.

Não temos comida, para dar aos nossos filhos, e as nossas redes

estão vazias.

Incerto é o nosso futuro.

Suscitai em nós o ardor pela justiça,

a convicção da solidariedade

para que, a partir do pouco que temos,

saibamos dar de comer a quem tem forme e de beber a quem tem

sede. Ámen.

Todos:

Pai Nosso

Canto

ORAÇÃO

Ó Deus, Pai de misericórdia, que, na paixão de Cristo Nosso

Senhor,

nos libertastes da morte, herança do antigo pecado,

transmitida a todo o género humano,

renovai-nos à imagem do Vosso Filho;

e, assim como, pelo nosso nascimento,

trazemos em nós, a imagem do homem terrestre,

assim também, pela acção do Vosso Espírito,

fazei que levemos a imagem do homem celeste.

Por Cristo Nosso Senhor. Ámen.

Todos:

Pai nosso

Canto

Meditação

As sete palavras de Jesus, na cruz, são uma obra-prima de espe-

rança. Jesus, lentamente, com passos que também são os nossos,

atravessa toda a escuridão da noite, para Se abandonar, confiada-

mente, nos braços do Pai.

«Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?» (Mt 27, 46). É

o grito de Job, de todo o homem atingido pela desgraça. E Deus

cala-Se. Cala-Se, porque a Sua resposta está ali, na cruz: é Ele,

Jesus, a resposta de Deus, a Palavra eterna encarnada por amor.

«Lembra-Te de mim...» (Lc 23, 42). A prece fraterna do malfeitor,

feito companheiro de dor, penetra no coração de Jesus, que nela

sente o eco da sua própria dor. E Jesus ouve aquela súplica, e res-

ponde: «Hoje estarás comigo no Paraíso». Escutar a dor do outro

faz-nos sair de nós mesmos.

«Mulher, eis aí o teu filho!» (Jo 19, 26). Jesus faz, do apóstolo

João e de cada um de nós, filhos de Maria, seus irmãos. Ao lado

de Maria, nunca seremos órfãos, e também na hora da nossa mor-

te, poderemos dizer: Santa Maria, rogai por nós.

«Tenho sede» (Jo 19, 28). Como a criança pede de beber à mãe;

como faz o doente a arder de febre... A sede de Jesus é a sede de

todos os sedentos de vida, de liberdade, de justiça. É a sede do

próprio Deus, que tem sede da nossa salvação.

«Tudo está consumado!» (Jo 19, 30). Tudo: cada palavra, cada

gesto, cada profecia, cada instante da vida de Jesus. Nada se per-

deu. Nada foi desperdiçado. Tudo se tornou amor. Tudo consuma-

do, para cada um de nós!

«Perdoa-lhes, ó Pai, porque não sabem o que fazem» (Lc 23, 34).

A injustiça e a dor não encerram Jesus no medo da morte. O seu

amor o faz sair e se torna perdão. O perdão renova, cura, transfor-

ma, consola e restitui a vida ao pecador. Cria um povo novo. Põe

fim às guerras.

«Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito» (Lc 23, 46). Já não

existe o desespero, mas a confiança plena nas mãos de um

Pai.Deus é o guardião da nossa vida, n’Ele nada se perde.

III ESTAÇÃO

Jesus cai pela primeira vez

Os confrontos armados

V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo,

R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo.

Do Livro do profeta Isaías 53, 4-5

«Ele tomou sobre si as nossas doenças, carregou as nossas dores.

Nós o reputávamos como um leproso, ferido por Deus e humilha-

do. Mas Ele foi ferido, por causa dos nossos crimes, esmagado,

por causa das nossas iniquidades. O castigo, que nos salva, caiu

sobre Ele».

Meditação

Empurrado pela multidão, abalado pelos soldados, sofrendo com

as chagas da flagelação, cheio de amargura interior pela ingratidão

humana, Jesus cai, no chão poeirento do caminho que leva ao

lugar da sua execução.

A pobreza nos enfraquece, as injustiças fazem crescer em nós a

sensação de frustração, que amargura o nosso coração. Lutas pelo

poder e pela riqueza nos empurram, de todos os lados, e nós caí-

mos. Confrontos armados, estradas manchadas de sangue, abusos

contra a população, crianças e jovens sem estudar, armas velhas e

novas a pesarem, nos ombros de Moçambique, que, como Jesus,

cai. Cai, na qualidade do nível de vida; cai, no respeito pelos

direitos humanos; cai, na credibilidade entre as nações.

Jesus cai também na nossa terra, “ferido, por causa dos nossos

crimes, esmagado, por causa das nossas iniquidades”. Carrega o

peso das nossas culpas, para que nós não sejamos esmagados, e

para que, vendo os efeitos da violência, da arrogância e do egoís-

mo, ponhamos fim à guerra.

ORAÇÃO

Senhor Jesus,

que, por nosso amor,

aceitastes que o vosso santo rosto se sujasse, com o pó da estrada,

ensinai-nos a ver, na pessoa natural de outra província, no mem-

bro de outro partido, no adversário,

o rosto de um irmão, que não deve ser profanado

com a poeira, que as nossas botas de combate levantam.

Fazei de nós pessoas capazes de carregar

com coração misericordioso

as fraquezas e diferenças, que existem entre nós. Ámen

Todos:

Pai Nosso

Canto

XII ESTAÇÃO

Jesus morre na Cruz

O gemido das sete palavras

V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo,

R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo.

Do Evangelho segundo São João 19, 28-30

«Depois disso, Jesus, sabendo que tudo se consumara, para se

cumprir totalmente a Escritura, disse: “Tenho sede!” Havia ali

uma vasilha cheia de vinagre. Então, ensopando no vinagre uma

esponja fixada num ramo de hissopo, chegaram-Lha à boca.

Quando tomou o vinagre, Jesus disse: “Tudo está consumado”.

E, inclinando a cabeça, entregou o espírito».

Meditação

Jesus é pregado na cruz. E assim se põe fim à sua vida: cravando,

com pregos, num madeiro, aquelas mãos, que sararam doentes, e

aqueles pés, que andaram a anunciar a Boa Nova. Ressoam os

golpes do martelo sobre os duros pregos, emitindo um som pareci-

do ao das balas, que pregam no chão tantas vidas, nas nossas cida-

des e estradas.

Os braços de Jesus estendidos, com violência, na cruz, tornam –

se num abraço aberto, a acolher tantas vidas ceifadas pela violên-

cia ou pelo egoísmo. Não só as vítimas de homicídios, por vezes

políticos, mas também as vidas das crianças arrancadas do seio

materno, pela prática do aborto, as vidas perdidas, com a falta de

segurança no trabalho, as vidas ceifadas pela condução impruden-

te ou em estado de embriaguez, as vidas dos idosos mortos na

solidão e no abandono.

Jesus Crucificado é fruto da violência homicida inimiga da vida.

Mas é também testemunho de uma vida oferecida por amor. O

rosto misericordioso do Pai. Ele é a força dos que perdem a vida

pela justiça, pela verdade, pela paz, pelo Nome de Jesus.

ORAÇÃO

Jesus Crucificado,

os nossos olhos vêem as vossas mãos pregadas

e todavia capazes de abraçar;

vêem os vossos pés fixos, com os cravos,

e contudo ainda capazes de fazer caminhar;

o vosso coração trespassado,

mas ainda capaz de amar.

Jesus Crucificado,

tende piedade de nós, pecadores!

Todos:

Pai Nosso

Canto

IV ESTAÇÃO

Jesus encontra a sua Mãe

As mães moçambicanas

V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo,

R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo.

Do Evangelho de São Lucas

«Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: “Este menino

está aqui, para queda e ressurgimento de muitos, em Israel, e

para ser sinal de contradição; uma espada trespassará a tua

alma» (Lc 2, 34-35).

Meditação:

Maria encontra o seu Filho Jesus. Vemos nela a força invencível

do amor materno, que supera todo o obstáculo, e sabe abrir qual-

quer caminho.

Nas lágrimas de Maria, reúnem-se todas as lágrimas de cada mãe

moçambicana, pelos filhos, a quem não consegue prover o ali-

mento suficiente, a quem não consegue dar uma educação digna.

Lágrimas, pelos filhos, que lhes foram tirados, pelo hediondo trá-

fico de seres humanos, ou que morreram, em combate, na defesa

de interesses de poucos, por vezes até sem elas saberem que isto

aconteceu, e que não voltarão a vê-los.

Lágrimas tão amargas! Partilha solidária da angústia dos filhos!

Mas, ao redor de Maria, nunca seremos um povo órfão! Maria,

também hoje, guarda, no seu coração, todas as lágrimas dessas

nossas mães, e saberá abrir o caminho da paz.

ORAÇÃO

Jesus,

todos nós temos necessidade da Mãe!

Temos necessidade de um amor

que seja verdadeiro e fiel.

Temos necessidade de um amor

que nunca vacile,

de um amor que seja refúgio seguro

no tempo do medo,

do sofrimento e da provação.

Dai força às mães moçambicanas

para que, como a vossa Mãe Maria Santíssima,

Mãe de Misericórdia,

sejam amparo dos pobres,

consoladoras dos aflitos

e mestras dos nossos governantes. Ámen

Todos:

Pai Nosso

Canto

XI ESTAÇÃO

Jesus é pregado na Cruz

Falta de respeito pela vida

V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo,

R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo.

Do Evangelho segundo São Marcos 15, 24-28

«Depois, crucificaram-No …. Eram nove horas da manhã, quan-

do O crucificaram. Na inscrição com a condenação, lia-se: “O

rei dos judeus”. Com Ele crucificaram dois ladrões, um à sua

direita e o outro à sua esquerda. Deste modo, cumpriu-se a pas-

sagem da Escritura, que diz: Foi contado entre os malfeitores».

Meditação Jesus é despojado das suas vestes. A roupa confere ao homem a sua

posição social, dá-lhe dignidade. As vestes falam da sua identidade

cultural, dos seus gostos, da sua origem, daquilo que o iguala aos

demais, mas com as suas sensibilidades específicas.

Os soldados repartiram as vestes de Jesus, mas não rasgaram a túni-

ca, toda tecida de uma só peça, como a veste do Sumo-sacerdote.

Sinal da unidade da família humana, da sua Igreja, do destino de

cada homem.

Grupos sociais, línguas, tradições e sensibilidades diferentes formam

o único país, que é Moçambique. A sua unidade é um valor e uma

riqueza, que não deve ser rasgada por regionalismos ou interesses

particulares. Mas a identidade cultural, as sensibilidades, as expecta-

tivas e a autodeterminação de cada grupo social, que compõe a

nação, são uma riqueza, que deve ser respeitada. Só reconhecendo a

dignidade de cada cidadão e de cada grupo social se preservarão as

duas riquezas, que são a unidade e a multiplicidade.

Jesus experimenta, na sua vida, todos os degraus da humilhação. E,

sem perder a sua dignidade de homem e de Filho de Deus, faz-se

solidário, também entre nós, hoje, com o cidadão desprezado, por

causa da sua pobreza, do seu analfabetismo, da pigmentação da pele;

ou por ser portador de Sida, ou pela sua tradição cultural, ou por cau-

sa da sua sensibilidade política. Por meio da Sua solidariedade,

Jesus, o nosso Salvador, dá dignidade, e traz de volta para casa a

ovelha perdida.

ORAÇÃO Senhor Jesus, Vós fostes despojado das vossas vestes,

exposto à desonra, excluído da sociedade.

Assumistes os sofrimentos e as necessidades dos pobres, dos excluídos deste mundo.

Concedei-nos um respeito profundo por toda a pessoa

de qualquer origem, cultura, religião ou sensibilidade política.

A vossa dignidade, como veste luminosa, cubra a nudez das nossas divisões. Ámen.

Todos:

Pai Nosso

Canto

V ESTAÇÃO

Simão de Cirene ajuda Jesus a levar a Cruz

A mão amiga que levanta – os esforços de paz

V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo,

R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo.

Do Evangelho segundo São Marcos 15, 21

«Para Lhe levar a cruz, requisitaram um homem, que passava por

ali, ao regressar dos campos, um tal Simão de Cirene, pai de Ale-

xandre e de Rufo».

Meditação:

Jesus caiu já uma vez, sob o peso da cruz. Levantou-se e avançou

um pouco. Mas o peso é grande, as forças faltam, há o perigo de

Ele sucumbir, neste mar de dor. Alguém lhe estende a mão, e, por

um momento, lhe alivia o fardo, dos ombros, para Jesus poder

continuar a caminhar.

Moçambique precisa de Cireneus, de homens e mulheres, de insti-

tuições e organismos, que lhe estendam a mão, para o aliviar, do

peso do conflito, que o ajudem, na procura de caminhos de paz.

O Cireneu não se substitui a Jesus; mas a sua acção alivia, susten-

ta e mostra proximidade. Ele mesmo acaba por ser transformado,

a partir deste encontro. O Cireneu torna-se discípulo de Jesus.

Tanto que até os nomes dos seus filhos, Alexandre e Rufo, são

conhecidos, na Igreja, para a qual São Marcos escreve o seu Evan-

gelho. É no sofrimento que se conhecem os amigos!

Todos nós somos chamados, hoje, a ser estes Cireneus, e a colabo-

rar, para mitigar a dureza da cruz dos nossos irmãos, e a sofrer,

com paciência, as fraquezas do nosso próximo, porque a solidarie-

dade, na dor, faz de nós irmãos.

ORAÇÃO

Jesus

que aceitastes a ajuda do Cireneu

e, por meio desse gesto, o fizestes vosso discípulo

suscitai pessoas de boa vontade, que nos ajudem a recuperar e

consolidar a paz.

Dai-lhes coragem, e um coração misericordioso

para que, por meio desse compromisso,

eles mesmos cresçam em fraternidade. Ámen

Todos:

Pai Nosso

Canto

X ESTAÇÃO

Jesus é despojado das suas vestes

A unidade nacional e a dignidade de todo o cidadão

V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo,

R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo.

Do Evangelho de São João 19, 23-24

«Os soldados, depois de terem crucificado Jesus, pegaram na

roupa d‟Ele, e fizeram quatro partes, uma para cada soldado,

excepto a túnica. A túnica, toda tecida de uma só peça, de alto a

baixo, não tinha costuras. Então os soldados disseram uns aos

outros: “Não a rasguemos; tiremo-la à sorte, para ver a quem

tocará”. Assim se cumpriu a Escritura, que diz: Repartiram entre

eles as minhas vestes, e sobre a minha túnica lançaram sortes”. E

foi isto o que fizeram os soldados».

bem, nem um sequer!

Acaso não compreenderão os que praticam a iniquidade, que

devoram o meu povo, como quem come pão?”(Salmo 14,1-4a)

Apesar de o Cireneu ir carregando o peso da cruz, Jesus cai pela

terceira vez. O corpo perdeu muito sangue, as feridas ardem, a

fraqueza penetrou-lhe até aos ossos, e as pernas já não têm força,

para o sustentar de pé.

Como uma infecção, a enfraquecer o organismo, a corrupção

entrou-nos no país, na vida pública e privada, nas empresas e nas

igrejas. Como sangue de um corpo ferido, são desviados os recur-

sos necessários para os serviços sociais. Como feridas que ardem,

temos de pagar o que por direito nos seria devido, e nos calamos,

porque parece que é assim que tem que ser! “Todos se extravia-

ram e corromperam”, diz o salmo; sim, parece que a corrupção se

tornou a regra, que rege a sociedade, e nós nos tornamos corrupto-

res ou corrompidos.

“Acaso não compreenderão os que devoram o meu povo, como

quem come pão?” Olhar para Jesus, mais uma vez prostrado no

chão, por causa da fraqueza do seu corpo torturado, chama a nossa

atenção para Moçambique, empobrecido pela mentalidade e práti-

ca da corrupção. Acaso não compreenderemos que praticar a cor-

rupção é como tirar a comida da boca das crianças?

ORAÇÃO

Jesus,

a flagelação, as pancadas, a tortura da coroa de espinhos

desgastaram -Vos as forças.

Recordamos aquelas vossas palavras:

“tudo o que fizerdes ao mais pequeno é a mim que o fazeis”.

Convertei-nos, Senhor, para que deixemos toda a corrupção

e nos tornemos sensatos

para podermos afirmar, com a nossa vida honesta: “Deus existe!”.

Ámen

Todos:

Pai Nosso

Canto

VI ESTAÇÃO

A Verónica limpa o rosto de Jesus

O humanismo, na saúde

V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo,

R/. que, pela vossa santa cruz , remistes o mundo.

Do Livro dos Salmos Sal 27, 8-9

«O meu coração chama por Ti, os meus olhos Te procuram; é a

tua face que eu procuro, Senhor. Não desvies de mim o Teu rosto,

nem afastes, com ira, o teu servo. Tu és o meu amparo: não me

rejeites nem abandones, ó Deus, meu Salvador».

Meditação:

O rosto de Jesus está coberto de sangue misturado com o pó da

estrada, em que Ele caiu. É difícil reconhecer o rosto daquele que

o salmo descreve como “o mais belo entre os filhos dos

homens”(Sal. 45,3). Uma mulher abre caminho, por entre a multi-

dão e os soldados, e limpa o Seu rosto martirizado. Um gesto, que

não cura, que não resolve a grave injustiça, que está sendo cometi-

da. Mas um gesto humano, que restitui a humanidade àquele rosto

desfigurado.

Nos nossos hospitais, faltam medicamentos, meios, para intervir, e

restituir a saúde. Mas falta também humanismo. Há bons profis-

sionais, na saúde, mas a muitos deles falta-lhes a capacidade e a

vontade de reconhecerem a pessoa, que está por detrás daquele

rosto ferido, aquele doente, que espera ser curado, sim, mas que

espera também ser escutado e respeitado.

Jesus, a quem, nesta estação, contemplamos feito objecto do gesto

de amorosa gratuidade da Verónica, é o nosso irmão doente, é o

velhinho , é o necessitado, que precisa do nosso carinho e cuida-

do.

ORAÇÃO

Jesus,

uma mulher do povo,

com amorosa gratuidade, limpou – Vos a face:

Ó “rosto da Misericórdia do Pai”,

fazei que este gesto vença a nossa indiferença

para com as pessoas necessitadas

e que, apesar da pobreza do nosso sistema de saúde,

não falte o humanismo, nos corações de quantos lá trabalham.

Ámen

Todos:

Pai Nosso.

Canto

IX ESTAÇÃO

Jesus cai pela terceira vez

A corrupção

V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo,

R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo.

Do Livro dos Salmos

“O insensato diz, em seu coração: „Não há Deus!‟

Corruptas e abomináveis são as suas acções; não há quem faça o

bem.

Do céu, o Senhor olhou para os seres humanos, a ver se havia

alguém sensato, alguém que ainda procure a Deus.

Mas todos se extraviaram e corromperam; não há quem faça o

Meditação

À vista das mulheres em lágrimas, Jesus esquece-se de si mesmo.

Não olha para o seu próprio sofrimento, mas para o trágico futuro,

que as espera a elas e aos seus filhos: as gerações vindouras.

Assistimos, hoje, à perda irreparável dos valores, que formavam a

alma moçambicana: o amor à vida, o sentido da família, o acolhi-

mento, a partilha e a solidariedade, o respeito pela pessoa, espe-

cialmente pelos velhos e crianças, o profundo sentido religioso da

existência, a fé em Deus.

As nossas florestas, os nossos recursos naturais são explorados,

sem se pensar nos moçambicanos de amanhã: os nossos filhos.

Fixando-se no sofrimento de Jesus, os nossos olhos enchem-se de

lágrimas. Mas Ele nos convida a olharmos para o sofrimento pro-

vocado, hoje, ao nosso povo e às gerações vindouras, pelo mal e

pelo egoísmo: “não choreis por mim, mas antes por vós mesmas e

pelos vossos filhos … porque, se tratam assim a árvore verde, o

que não acontecerá à seca”?

ORAÇÃO

Jesus,

Inocente condenado,

Vós sois o Senhor da História,

mas confiastes nas nossas mãos

os destinos da nossa terra e do nosso povo,

para nós os orientarmos, segundo o Vosso desígnio de misericór-

dia.

Suscitai em nós o sentido de responsabilidade

de uns para com os outros, e para com o nosso futuro comum

que, sem Vós, seria como árvore seca. Ámen

Todos:

Pai Nosso

Canto

VII ESTAÇÃO

Jesus cai pela segunda vez

A situação das cadeias

V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo,

R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo.

Do Livro dos Salmos Sal 117, 11.12-13.18

«Rodearam-me (...). Cercaram-me, como um enxame de vespas. A

sua fúria crepitava, como fogo entre espinhos. Mas eu aniquilei-

os, em nome do Senhor. Empurraram-me, com violência, para eu

cair, mas o Senhor veio em meu auxílio. (...) O Senhor castigou-

me, com dureza, mas não me deixou morrer».

Meditação:

Em Jesus, cumprem-se verdadeiramente as antigas profecias do

Servo humilde e obediente, que toma, sobre os seus ombros, toda

a nossa história de sofrimento. E assim Jesus, empurrado, para

avançar à força, cai, sob o cansaço e a opressão, rodeado, circun-

dado pela violência, já sem forças.

Nele, reconhecemos a amarga experiência dos encarcerados de

cada prisão, com todas as suas desumanas contradições. Rodeados

e cercados, «empurrados violentamente para cair». Ali se sofrem

os absurdos da burocracia, a lentidão da justiça, a detenção sem

julgamento, a má atuação de elementos da polícia, e a superlota-

ção.

Mais grave ainda é a prática da tortura, sob variadas formas, e as

execuções extrajudiciais. Tal como sucedeu com Jesus: também

Ele foi açoitado, humilhado pelos soldados, torturado com a coroa

de espinhos, cruelmente flagelado.

Hoje, à vista desta queda, como sentimos verdadeiras aquelas

palavras de Jesus: «Estive na prisão e fostes ter comigo» (Mt 25,

36)… Em cada prisão, junto de cada preso, está sempre Ele, o

Cristo sofredor, preso e torturado.

ORAÇÃO

Senhor Jesus,

uma comoção sem fim se apodera de nós

ao ver-vos caído, no chão, por nosso amor.

Não temos nenhum mérito. Só uma multidão de pecados, de

incoerências, de fragilidades.

Todos nós: tanto os que estamos na cadeia, como os que nunca lá

pisamos.

Concedei-nos, ó Jesus, que não fujamos das nossas responsabili-

dades,

e que o ver -Vos ao nosso lado, apesar de culpados,

seja para nós fonte da esperança

de renascermos para uma vida nova, como criaturas feitas para o

Céu. Ámen.

Todos:

Pai Nosso

Canto

VIII ESTAÇÃO

Jesus encontra as mulheres de Jerusalém

A perda de valores

V/. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo,

R/. que, pela vossa santa cruz, remistes o mundo.

Do Evangelho segundo São Lucas 23, 28.31

«Filhas de Jerusalém, não choreis por Mim, chorai antes por vós

mesmas e pelos vossos filhos … porque, se tratam assim a árvore

verde, o que não acontecerá à seca?».