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RELATÓRIO DE PESQUISA COPA DAS CONFEDERAÇÕES CONSUMIDOR Julho 2013

Copa das Confederações - Análise de pesquisa

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A Pesquisa foi realizada em todas as capitais que receberam o evento da Copa das Confederações, com consumidores que iriam assistir ou assistiram a algum jogo e estavam na proximidade dos estádios onde ocorreram os jogos. Coleta realizada em cada capital-sede aleatoriamente. Período de coleta: entrevistas realizadas durante a 1ª fase da Copa das Confederações, entre os dias 15 e 23 de junho.

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RELATÓRIO DE PESQUISA

COPA DAS CONFEDERAÇÕES CONSUMIDOR

Julho 2013

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COPA DAS CONFEDERAÇÕES - CONSUMIDORPesquisa realizada pela CNDL e SPC Brasil.

Foram realizadas 620 entrevistas, com um erro máximo de 3,9% e 95% de confiança.

A Pesquisa foi realizada em todas as capitais que receberam o evento da Copa das Confederações, com consumidores que iriam assistir ou assistiram a algum jogo e estavam na proximidade dos estádios onde ocorreram os jogos. Coleta realizada em cada capital-sede aleatoriamente.

Período de coleta: entrevistas realizadas durante a 1ª fase da Copa das Confederações, entre os dias 15 e 23 de junho.

CARACTERIZAÇÃO DO ENTREVISTADO

Cada cidade-sede recebeu principalmente consumidores de sua própria cidade, bem como de seu próprio estado. Belo Horizonte, 68%; Brasília, 50%; Fortaleza, 64%; Recife, 64%; Rio de Janeiro, 73%; e Salvador, 55%.

Esta baixa movimentação de ‘turistas’ na Copa das Confederações pode estar atrelada a característica principal do evento: ser um evento teste para a Copa do Mundo.

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CIDADE e ESTADOonde mora?

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A maior parte dos entrevistados (62%) é do sexo masculino, mas as mulheres também marcaram presença no evento (38%). Quando se faz a comparação por cidade, Brasília foi à cidade com maior presença de mulheres do que de homens, 61% mulheres e 39% homens. Belo Horizonte foi 59% homens e 41% mulheres; Fortaleza 72% homens e 28% mulheres; Recife 73% homens e 27% mulheres; Rio de Janeiro 54% homens e 46% mulheres; e Salvador 72% homens e 28% mulheres.

Quanto à faixa etária a maioria dos entrevistados, 69%, tem idades entre 25 a 49 anos e 49% com renda mensal de R$2.2201 a mais de R$ 7.000. São consumidores com maior poder aquisitivo, pertencentes às classes A e B com grau de escolaridade alto, 58% com superior completo/ incompleto que tem renda disponível para participar desses eventos. 53% solteiros e 41% casados/união estável. 61% são funcionários de empresa privada/funcionário público.

USO DO CRÉDITO PARA A COPA DAS CONFEDERAÇÕES

Os consumidores que participaram do evento da Copa das Confederações foram aos jogos sem consultar o seu orçamento. Isso vai de encontro ao perfil desse consumidor que tem um poder aquisitivo maior, são solteiros, não tem compromisso financeiros maiores como gastos com moradia e filhos, podendo assim disponibilizar parte de sua renda para ir a esses eventos. Outro fator que pode ter estimulado este comportamento é a relação ‘carga emocional’ que este tipo de evento desperta nos torcedores e amantes do futebol.

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COM QUEM PRETENDE ASSISTIR ao(s) jogo(s) da Copa das Confederações? (respostas múltiplas)

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Recife foi à cidade com consumidores que mais se planejaram financeiramente para ir aos jogos (85%), ao contrario de Brasília onde a maioria não consultou seu orçamento para ir aos jogos, o que justifica por ser uma cidade com uma renda familiar mais alta quando comparado ao Recife.

A maioria das pessoas, (99%), que foram aos jogos não contraíram nenhum empréstimo, não apresentado dessa foram, grande parte (94%), nenhuma parcela de financiamento a pagar. Os consumidores eram em grande parte da própria cidade, não tendo outros custos a não ser a compra dos ingressos e o consumo nos estádios. Vale lembrar os meios de pagamento disponibilizados pela FIFA para aquisição dos ingressos foram: cartão de crédito à vista, cartão de débito e dinheiro, impossibilitando o parcelamento da dívida e exigindo do consumidor maior poder de compra.

Como grande parte dos entrevistados era solteiro, quando questionados com quem iriam aos jogos, 45% responderam com os amigos, 19% marido e esposas; 13% filhos e namorados respectivamente; 7% iriam sozinho; 5% com irmão e irmã; 3% primos; e 3% pais.

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Além deste jogo, IRÁ ASSISTIR A OUTRO JOGO da Copa das Confederações em outra cidade-sede?

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61% dos entrevistados são trabalhadores de empresas privadas e funcionários públicos e moram na cidade sede (63%), 51% aproveitaram para ir aos jogos no final de semana; 17% negociaram dias de folga no local de trabalho; 14% são autônomos e controlam o próprio tempo; 7% tiraram férias durante o período do evento; 5% aproveitou que foi decretado feriado; e 3% não trabalham (aposentado, estudante, dentre outros).

Quando se faz o comparativo entre as cidades sede, os consumidores em Brasília são os que mais aproveitaram o fato dos jogos serem no final de semana para ir (86%), enquanto os consumidores em Fortaleza são os que mais justificaram a ida pelo dia ter sido feriado, (26%).

Os participantes do evento da cidade de Salvador foram os que declararam maior tempo de permanência na cidade-sede (de 3 a 4 dias -19%), possivelmente em função do seu potencial turístico, pois Salvador é conhecida como a capital cultural do país, com grandes nomes no cenário artístico e tem destaque mundial.

Dentre aqueles que pretendem permanecer dois dias ou mais na cidade-sede, 63% demonstram interesse em conhecer os pontos turísticos do local. Esses turistas são pessoas com poder aquisitivo maior, que aproveitam a oportunidade de irem aos jogos para realizar turismo, demonstrando como o cenário econômico atual de aumento da renda e queda da taxa de desemprego pode vir contribuir positivamente para economia local.

COMPORTAMENTO DE COMPRA

Houve uma baixa movimentação no turismo interno, no período da copa, a maioria, 92%, não ira assistir a outro jogo em outra cidade-sede isso se justifica pelo fato de grande parte, 63%, morar na cidade-sede. Dos 8% restantes que irão a outros jogos, a cidade-sede que mais receberá essas pessoas é o Rio de Janeiro (33%), pois será o jogo final e ser uma cidade com grandes atrativos turísticos em segundo lugar foi Salvador com 23%; 18% Recife; 11% Belo Horizonte; 11% Fortaleza; e 5% Brasília.

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Qual(is) PRODUTO(S) PRETENDE COMPRAR na cidade durante a Copa das Confederações?(respostas múltiplas)

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Em relação ao valor médio que pretendem gastar com alimentação por dia, 50%, dos entrevistados afirmaram que iriam gastar de R$ 30,01 a R$100,00, sendo a média de gasto diário de R$90,00. A explicação para esse comportamento está no fato de grande parte ser da própria cidade sede gastando somente nos estádios.

O alto percentual de pessoas, 85%,que não pretende gastar com hospedagem e com passeios turísticos (84%) se deve ao fato de grande parcela assistirem aos jogos na própria cidade sede. No entanto, quando se faz o corte por cidades os consumidores em Brasília são os que menos pretendem gastar qualquer valor em passeios turísticos, 98%.

Quando questionados o quanto pretendem gastar com idas a bares e restaurantes, 60%, afirmaram que não pretendem gastar nada, no entanto dos que afirmaram que vão gastar a média de gastos diária ficou em torno de R$101,00. Quando se faz o comparativo por praças os consumidores no Rio de Janeiro e Salvador são os que mais pretendem gastar algum valor com bares e boates nas cidades-sede, pois são as cidades-sede com grande potencial turístico.

Este comportamento de consumo pode ser justificado pelo fato de grande parte dos entrevistados que foram aos jogos residirem na cidade-sede (63%). Além disso, segundo a pesquisa da EMBRATUR, o setor de turismo, um dos quais se esperava os melhores resultados para o Brasil durante a Copa das Confederações, não apresentou bom desempenho. Este resultado do setor foi fruto dos altos preços cobrados em serviços considerados básicos numa viagem, como a hospedagem e alimentação (hospedagem sofreu reajustes de até 66%, comparando com os valores que serão cobrados no mês de julho de 2013).

Quando questionados se pretendem comprar algum produto durante a Copa das Confederações, 68%, afirmaram que não. No entanto, das pessoas que irão realizar alguma compra, 20% pretendem comprar souvenires/lembranças, o que pode ser justificado pelo caráter emocional deste tipo de evento.

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Dentre os consumidores que pretendem comprar, ou seja, gastar com esses produtos, 48% pretende gastar de R$ 50,01 a R$ 200,01. A população que frequenta esse evento e, principalmente aquelas que estão fora de suas cidades, acaba comprando algo e indo a bares e restaurantes, o que demonstra importância desses eventos para o comércio e a economia local.

Em Fortaleza, os consumidores são os que mais pretendem comprar roupas (41%), já em Recife e Salvador (47% e 34% respectivamente), encontram-se os que mais pretendem comprar souvenires. Os consumidores em Brasília e Rio de Janeiro são os que menos pretendem comprar qualquer produto (86% e 84% respectivamente).

Já os consumidores que pretendem comprar algo durante o período da Copa das Confederações, em Fortaleza (18% de R$300,01 a R$ 400,00) e Salvador (21% de R$300,01 a R$ 400,00) estão os que mais pretendem gastar. Por outro lado, em Recife os consumidores são os mais indecisos quanto ao valor a ser gasto (39%).

Das pessoas que pretendem consumir, a maioria, 40%, pretende concentrar seus gastos e em bares e restaurantes. Quando se faz o corte por cidades a maior parte dos gastos dos consumidores em Belo Horizonte e Rio de Janeiro irão para bares, restaurantes e lanchonetes (59% e 52% respectivamente), os de Fortaleza e Salvador se concentrarão em shopping centers (42% e 46% respectivamente).

Os fatores que mais motivariam esses consumidores a entrar em uma loja seriam principalmente: preço (45%) e promoções/descontos (39%).

Quanto à forma de pagamento que será mais utilizada durante o evento 70% citaram dinheiro; 12% cartão de crédito à vista; 8% cartão de crédito parcelado; 7% cartão de débito. Os consumidores em Recife são os que mais citam cartão de crédito a vista como forma de pagamento principal (28%).

Torna-se imprescindível que as cidades estejam preparadas com infraestrutura e transportes condizentes com esses eventos de grande porte, para atender tanto a demanda interna (população brasileira que vem exigindo cada vez mais serviços de qualidade), quanto à demanda externa (turistas), pois a maioria é de uma classe social de poder aquisitivo maior e mais exigente quanto aos serviços prestados e consumidos.

Já as empresas, principalmente as micro e pequenas, sobretudo aquelas localizadas nas cidades-sede, tem que aproveitar as oportunidades de negócios e planejar seus investimentos, estoques e trabalhar a variedade e qualidade dos produtos para atraírem esses clientes.

AVALIAÇÃO DA COPA DAS CONFEDERAÇÕES

Os principais motivos que os incentivaram as pessoas a assistirem os jogos da Copa das Confederações no estádio foram o fato de se tratar de uma competição esportiva de grande porte (40%) e o interesse por futebol (31%). Outros fatores considerados foram o fato de ser um evento internacional (12%), prestigiar sua cidade no evento (9%), e conhecer a cultura dos demais países participantes (4%).

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O que mais TE MOTIVOU A ASSISTIR AOS JOGOS da Copa das Confederações NO ESTÁDIO?

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Quanto ao atendimento na Copa das Confederações, 40% dos consumidores entrevistados acreditam que a agilidade é um fator fundamental (o que pode ser mais bem observado em Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro, com a opinião de 50%, 49% e 49% dos entrevistados, respectivamente), enquanto 25% atribuem à qualidade dos produtos/serviços oferecidos, e 23% à cortesia. Em menor proporção, aparecem o atendimento bilíngue (5%), variedade de produtos e serviços (4%) e formas de pagamento (2%). Nota-se que o consumidor brasileiro, em função de melhorias em seu padrão de vida nos últimos anos, tem atribuído uma importância cada vez maior ao bom atendimento, ou seja, suas exigências no período recente vão além de preços mais baixos e condições de pagamento mais acessíveis, prezando também por agilidade e qualidade no atendimento que recebem.

Outra evidência que comprova esta ideia é que 40% dos entrevistados consideram que o bom atendimento é o principal aspecto a ser considerado pelos funcionários dos estabelecimentos; 39% dos varejistas também apostam no atendimento qualificado como um fator importante, conforme pesquisa anteriormente realizada. Na visão dos consumidores, outros fatores que devem ser considerados além do atendimento são o conhecimento acerca de informações sobre a cidade (17%), conhecimento e fluência em outros idiomas (16%), qualidade na prestação dos serviços (16%) e conhecimento sobre informações turísticas (12%), enquanto para os lojistas estes percentuais são de 3%, 33%, 15% e 5%, respectivamente. Os percentuais em questão são parecidos quando é realizado o corte por cidade-sede, com a exceção do fato de que os consumidores de Recife são os que demonstraram menor preocupação em relação à qualidade dos serviços prestados (4% dos entrevistados).

Quando perguntados sobre a avaliação de alguns itens para a Copa das Confederações, o item com o maior percentual de avaliações positivas foi Estádios, com 88% de classificação bom/ótimo, ante 9% com a avaliação regular e 3% com avaliação péssimo/ruim. Outros quesitos com o percentual de avaliação bom/ótimo superior às outras duas classificações foram hospedagem (58%), comércio em geral (57%), voluntariado (56%), bares e restaurantes (56%) e turismo/cultura/eventos (52%).

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De maneira geral como está a SATISFAÇÃO COM O EVENTO COPA DAS CONFEDERAÇÕES? Por favor, dê uma nota de 1 a 10, onde 1 significa péssimo e 10 significa ótimo.

Comparativo entre praças: Sem diferença significativa entre as praças.

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Já os itens mobilidade urbana (40%), estacionamento (46%), transporte público (48%) e saúde (46%) tiveram um maior percentual de avaliações péssimo/ruim em relação às demais classificações. O item Infraestrutura com acessibilidade foi o que apresentou maior diversidade de opiniões: 35% atribuíram ao quesito avaliação péssimo/ruim, 30% regular e 35% bom/ótimo. Nota-se de forma geral uma insatisfação com aqueles serviços mais relacionados às políticas urbanas.

Essa insatisfação relacionada às políticas urbanas, econômicas e sociais fez com que os brasileiros saíssem às ruas manifestando/reivindicando seus direitos e melhorias nessas áreas e reformas no país. O brasileiro descontente com o sucateamento dos serviços públicos, com os gastos demasiados para a Copa do Mundo e com a excessiva carga tributária, foi as ruas aproveitando o exposição da mídia internacional para pressionar o governo e reivindicar os seus direitos.

Considerando-se o corte por cidades-sede, os entrevistados de Recife e Salvador foram os que

mais se mostraram satisfeitos com os estádios, com percentuais de classificação bom/ótimo atingindo 97% e 98% do

total, respectivamente. Em contrapartida, os consumidores de Recife demonstram as menores satisfações entre as cidades-sede nos quesitos

comércio em geral (25%), voluntariado (40%) e bares/ restaurantes (20%). Brasília também apresentou um baixo percentual de satisfação no quesito voluntariado, com 30% de classificações bom/ótimo e segurança pública, com 22% das avaliações positivas. Em relação aos portos e aeroportos, sobressaíram-se os altos níveis de satisfação dos entrevistados em Fortaleza (62%) e Recife (70%).

Segundo pesquisa divulgada pelo Ministério do Turismo, a grande maioria dos turistas da Copa das Confederações criticou o preço da alimentação nos estádios.

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Acredita que os RECURSOS PÚBLICOS utilizados para a preparação da Copa das Confederações foram bem utilizados e devidamente fiscalizados?

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Em relação ao evento Copa das Confederações de maneira geral, os entrevistados se mostraram razoavelmente satisfeitos. Quando solicitados para atribuir uma nota de 1 a 10 (sendo 1 péssimo e 10 ótimo), 27% atribuiu nota 8, e 24%, nota 7, sendo semelhantes, com os maiores percentuais concentrando-se nas notas 7 e 8.

A maioria dos entrevistados (84%) acredita que a Copa das Confederações e a Copa do Mundo estão trazendo oportunidades de desenvolvimento para os negócios das cidades-sede. O percentual dos consumidores que acreditam nesta ideia assemelha-se ao dos empresários (83%), demonstrando que ambos possuem a percepção das vantagens que estes eventos esportivos de grande porte trazem para as cidades que os sediam. Entretanto, a maior parte dos entrevistados (70%) afirmou que não considera que os recursos públicos utilizados para a preparação da Copa das Confederações e Copa do Mundo tenham sido bem utilizados e devidamente fiscalizados. A cidade de Belo Horizonte foi a que mostrou um maior percentual de entrevistados que não acreditam na utilização e fiscalização eficiente dos recursos para a execução dos eventos, com 88% dos entrevistados, enquanto apenas 12% acreditam na eficaz utilização e fiscalização dos recursos.

Esta percepção de baixo aproveitamento e baixa fiscalização dos recursos públicos utilizados para a preparação da Copa das Confederações, mostra-se ‘em linha’ com a insatisfação da população brasileira, que estampou nas ruas, durante as manifestações de junho e julho deste ano, as suas demandas e reivindicações.

66% dos entrevistados acreditam que a população está envolvida na realização da Copa das Confederações, se mobilizando para os jogos e recebendo os visitantes de maneira atenciosa. Novamente, a exceção é Belo Horizonte, na qual apenas 45% dos entrevistados acredita que a população esteja envolvida com o evento. Este é um reflexo da insatisfação com o uso e fiscalização dos recursos, conforme constatado na questão anterior.

81% dos entrevistados não participaram de eventos esportivos de grande porte fora do país. Apesar da melhoria da condição financeira da população nos últimos anos, que possibilitou a muitas famílias realizarem viagens ao exterior, os compromissos diários como trabalho e estudos impedem muitos de viajarem para acompanhar este tipo

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de evento. Observando-se o corte por cidades-sede, verifica-se o mesmo comportamento, ou seja, a maior parte dos entrevistados não participou de eventos esportivos de grande porte fora do Brasil.

Para 85% dos entrevistados, assistir aos jogos da Copa das Confederações no estádio foi um investimento que valeu a pena. No corte por cidades-sede observou-se a mesma tendência. Como a maior parte dos entrevistados nunca havia participado de um evento esportivo de grande porte fora do Brasil, a Copa das Confederações surgiu como uma oportunidade para acompanhar de perto os jogos, levando muitos torcedores aos estádios.

COPA DO MUNDO

Quando perguntados se pretendem assistir a algum jogo da Copa do Mundo nos estádios, 52% dos

entrevistados afirmaram que sim, enquanto 37% ainda não se decidiram e 11% afirmaram que não pretendem ir assistir aos jogos.

Com relação ao corte por cidades-sede, os consumidores de Brasília e Recife se mostraram os mais indecisos, pois, ao mesmo tempo em que apresentaram os

maiores percentuais na opção “não sei” (58% e 65%, respectivamente), demonstraram também os menores percentuais para a opção “sim” (28% e 25%, respectivamente).

Os consumidores que pretendem participar da Copa do Mundo, 78% dos entrevistados afirmaram que se planejarão financeiramente a fim de participar do evento. A expectativa de maiores gastos com alimentação, transporte e ingressos, juntamente com a gradual inserção de noções sobre planejamento financeiro no cotidiano das famílias contribuem para o resultado observado.

Os entrevistados se mostraram divididos quando perguntados se acreditam que o público da Copa do Mundo será similar ao da Copa das Confederações, posto que 48% acreditam que sim, e 52% acreditam que não. A percepção dos consumidores neste caso se assemelhou à dos varejistas, à medida que, na visão de 46% destes, o público será similar, enquanto para 54% o público será diferente. Dentre as cidades-sede, os consumidores de Belo Horizonte e Recife são os que menos acreditam que o público dos dois eventos será similar, com percentuais de respectivamente de 34% e 23%.

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Na visão dos entrevistados a principal diferença entre o público da Copa do Mundo e o da Copa das Confederações será em relação à nacionalidade (55%), tendo em vista que o mundial de 2014 contará com um número de países maior, e, por conseguinte, promoverá a vinda de várias nacionalidades. O poder aquisitivo também foi uma característica amplamente lembrada, com 31% dos entrevistados. Em Recife este percentual é razoavelmente maior, chegando a 58% dos entrevistados. Quando perguntados em quais aspectos acredita que os estabelecimentos devem se preparar para o público da Copa do Mundo, 55% dos entrevistados citaram o treinamento da equipe, ressaltando a preocupação

destes consumidores com o bom atendimento; 52% citaram a qualidade dos produtos/serviços oferecidos; 49%,

a contratação de mais funcionários para atender a demanda; 35%, o investimento na infraestrutura do estabelecimento; 20%, o aumento

da variedade de produtos; 17%, a ampliação do sistema de pagamento de seu estabelecimento; 16%, a tecnologia de operação do negócio; 10% a ampliação de estoque; 7%, o investimento na divulgação do estabelecimento, e 7% o investimento no sistema de delivery. Os varejistas, por sua vez, atribuíram maior importância ao treinamento da equipe (53%), a contratação de mais funcionários para atender a demanda (43%) e o aumento da variedade de produtos (38%). Observando-se o corte por cidades-sede, destacou-se a grande importância atribuída ao treinamento da equipe em Brasília (81%), e a menor importância dada à variedade de produtos em Belo Horizonte (7%).

Quando questionados sobre a preparação do Brasil para a Copa do Mundo, o item com o destaque positivo foi novamente Estádios (72%). Outros quesitos que, na percepção dos consumidores, precisarão de menos intervenções/investimentos até a Copa do Mundo são principalmente: hospedagem (50%) e bares/restaurantes (50%). Já os itens que demandarão uma maior atenção e necessidade de ajustes são principalmente: transporte público (59%), estacionamento (54%), saúde (54%), infraestrutura com acessibilidade (47%), mobilidade urbana (46%), aeroportos e portos (41%) e segurança pública (38%). Assim como para a Copa das Confederações, novamente é possível visualizar uma insatisfação com os serviços mais relacionados às políticas urbanas.

Considerando o corte por cidades-sede, os entrevistados de Belo Horizonte são os que menos acreditam que a cidade esteja preparada no quesito hospedagem (32%), o que provém do fato da capital mineira não ser uma cidade turística. Os entrevistados do Rio de Janeiro também estão entre os que menos acreditam que a cidade esteja preparada no quesito hospedagem (33%), pelo fato da cidade esperar um número muito grande de turistas. Em contrapartida, 64% dos consumidores de Belo Horizonte acreditam que a cidade está preparada no quesito bares e restaurantes, o que pode ser justificado pelo grande número de estabelecimentos desta categoria. A cidade de Brasília possui uma percepção ainda mais otimista

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NO GERAL, falando especificamente da Copa do Mundo em 2014, e a partir de sua experiência na Copa das Confederações, o quanto acha que o país está preparado para receber a Copa do Mundo em 2014?

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neste quesito, posto que 71% dos entrevistados acreditam que a cidade está preparada quanto ao número de bares e restaurantes. Todavia, os entrevistados de Brasília são os que menos acreditam que a cidade esteja preparada no quesito voluntariado (31%). Na cidade de Recife, os consumidores são os que menos se consideram preparados nos quesitos bares e restaurantes (22%), comércio em geral (20%) e voluntariado (31%), enquanto nos quesitos aeroportos e portos (66%), segurança pública (51%) e saúde (36%) são os que mais se consideram preparados. No quesito saúde também se destacaram Salvador (33%) e Fortaleza (30%).

Na percepção dos consumidores, o Brasil está despreparado para receber a Copa do Mundo 2014 (62%). Esta opinião difere-se um pouco dos empresários, pois 59% acreditam que o país esteja preparado. No corte por cidades-sede, os consumidores de Brasília são os que menos consideram que o Brasil esteja despreparado para receber a Copa do Mundo 2014 (15%).

CONCLUSÃO

A Copa das Confederações e a Copa do Mundo são eventos de grande porte que vem trazendo oportunidades de ganhos adicionais para os empresários das cidades-sede e regiões adjacentes. Com isso, avaliar as percepções dos consumidores internos em relação a estes acontecimentos é importante a fim de que estes empresários possam melhor avaliar como serão sua preparação para participação em tais eventos.

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Constatou-se por meio desta pesquisa que a maioria dos consumidores internos não pretendia se deslocar para assistir aos jogos da Copa das Confederações, ou seja, eles permaneceram em suas cidades. Entretanto, a Copa do Mundo, em função da sua importância no cenário esportivo, pode alterar este comportamento, estimulando o turismo nacional e atraindo um grande contingente de turistas estrangeiros, demandando aos empresários maiores preparações a fim de melhor atender a este novo perfil de consumidor que está por vir. O atendimento qualificado, neste contexto, é uma ferramenta fundamental para conquistar consumidores internos e estrangeiros.

Outro ponto importante no que tange à Copa das Confederações e Copa do Mundo são os investimentos do governo. Embora um grande volume de gastos tenha sido utilizado na reforma de estádios e outras obras de grande porte, nota-se que o consumidor brasileiro ainda julga necessário maiores investimentos de ordem estrutural, não somente para atender aos eventos em questão, mas para o próprio desenvolvimento do país. Ou seja, é importante que se aproveite a experiência com estes eventos esportivos a fim de aprimorar alguns pontos ainda considerados deficitários no país, como a questão de infraestrutura, segurança e transportes.

Aos consumidores cabe o planejamento financeiro eficiente durante a Copa do Mundo, de modo que os gastos com ingressos, alimentação nos estádios e transporte não comprometam o orçamento das famílias. Esta será uma grande oportunidade para acompanhar de perto um evento internacional de grande porte, entretanto, é fundamental que os consumidores se planejem financeiramente para que possam celebrar este momento sem maiores preocupações.

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