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A Comunicacao na Catequese

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Page 1: A Comunicacao na Catequese

Metodologia Catequética Autoria de ir. Mary Donzellini, mjc

http://marydonzellinimjc.blogspot.com/

A COMUNICAÇÃO NA CATEQUESE

Será que neste momento pensamos que estamos respirando? A respiração é um me-

canismo que assimilamos de tal forma que nem perguntamos como o estamos fazendo.

Somos conscientes deste processo só quando algo não vai bem. Com a comunicação acontece algo parecido, pois ela é um desses comportamentos que

realizamos sempre e que nem nos damos conta.

Quando falamos de comunicação pensamos imediatamente nos meios de comunicação

social (televisão, rádio, jornal, cinema...). Para a catequese, contudo, interessa considerar

também a comunicação a partir de nós mesmos como catequistas, comunicadores, agentes

das relações humanas. Todo o nosso ser é comunicação e não só aquilo que falamos.

Comunicar no grupo

Somos seres sociais. Nós nos realizamos em relação com os outros, nos diversos

grupos: família, amigos, trabalho, comunidade eclesial e outros. Na vida em grupo não é

possível não se comunicar: são novas ideias, comportamentos, atitudes, valores, sentimen-

tos, afetividade e aprendizagem. Somos o resultado destas interações.

Graças à comunicação entre os membros do grupo, há um constante intercâmbio de mensagens, tais como: informações, formas de comportamento e práticas culturais.

No grupo da catequese, os membros devem buscar caminhos de expressão e de

transmissão da fé e da vivência com Deus.

A comunicação deve favorecer este diálogo entre os componentes do grupo. Quan-' do

há falha na comunicação é difícil que as mensagens sejam transmitidas* de forma adequada.

Há elementos externos que ajudam

a melhorar a nossa comunicação:

1- cuidar da disposição física dos participantes: todos devem ser vistos quando falam para

facilitar a participação de todos;

2- cuidar do ambiente: alguns cartazes, obje-tos, flores e a boa colocação dos móveis

tornam agradável a participação;

3- usar técnicas simples que estimulem a comunicação: lançar perguntas para que o grupo

responda. Fazer perguntas que permitam respostas abertas, que não possibilitem respostas com um sim ou com um não. Usar sempre nas perguntas: por quê? - como? -

o que você pensa?

Ruídos

A comunicação nem sempre é fácil. Surgem dificuldades que chamamos de ruídos.

Quando desejamos ouvir o rádio, em primeiro lugar, procuramos sintonizar a estação

desejada. Às vezes, por causa de defeito do aparelho, captamos com dificuldade aquilo que dese-

jamos. Quando ouvimos um ruído diferente, dizemos: "a estação não está bem sintonizada".

É importante que o emissor e o receptor estejam em sintonia. Só assim é possível escutar

com nitidez o que o rádio transmite.

No grupo catequético pode suceder algo parecido. O animador deve sintonizar com

seus destinatários para que a comunicação seja efetiva. Porém, pode haver ruídos que dificultam essa comunicação: diferença de idade e de linguagem, ambiente cultural, social e

experiências diferentes, situações pessoais, dificuldades de expressar o que queremos,

bloqueio emocional, ambiente desfavorável, falta de testemunho e recursos mal utilizados.

Quando comunicamos algo é necessário pensar na situação em que está o destinatário.

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Muitos ruídos não podem ser evitados. Mas quando estamos conscientes deles, é

possível reduzir sua incidência no processo comunicativo.

Atentos a toda espécie de comunicação

Nós não escutamos apenas as palavras que estão sendo ditas. Escutamos também o

que dizem os gestos, o tom de voz do receptor das mensagens, os silêncios, e outros.

Embora a linguagem verbal seja a fonte de informação é importante que o catequista

preste atenção às diversas mensagens que aparecem no grupo.

A função do catequista é fundamental no grupo. Ele anima, coordena, propõe, guia,

provoca e ensina. Os catequizandos também participam desta mesma função, mesmo quando

não estão falando. Todos são sujeitos da história e da vida do grupo e se sentem parte ativa no

crescimento do grupo e de cada um dos participantes.

Comunicar a própria experiência de fé é a primeira forma de evangelizar. Comunicar é

anunciar o que temos. As vezes, não temos palavras adequadas para explicar as experiências

mais profundas da vida cristã. Certas situações difíceis, contrárias à mensagem cristã, nos

bloqueiam e nos tiram a paz. Porém, quando vivemos a fé com simplicidade de coração e abandono nas mãos de Deus, a comunicação se torna mais autêntica.

A Comunicação da Palavra de Deus

A comunicação no grupo não acontece somente entre os membros. É preciso abrir es-

paços para que Deus também se comunique. Ele deve ser "O Participante" do grupo que nos

fala. Em momentos de oração e de escuta da Palavra, temos mais possibilidade de deixar

ouvir a sua voz.

"Toda Bíblia é comunicação de

um Deus amor, de um Deus irmão.

E feliz quem crê na Revelação,

quem tem Deus no coração".

Esta canção é conhecida em todo Brasil. Ela diz, com outras palavras, que Jesus se

inculturou, assumindo os nossos valores humanos, o nosso jeito de viver. Isto constatamos

em cada texto do Evangelho.

A Igreja nasce no momento em que os seguidores de Jesus, impulsionados pelo Es-

pírito Santo, saem proclamando as maravilhas de Deus de acordo com a língua de cada um

dos ouvintes (At 2,2-13). A catequese é um ato eclesial de comunicação e de fé. Simples, sincero e profundo no

qual os catequistas propõem aos catequizandos a pessoa e o seguimento a Jesus Cristo.

SUGESTÕES PARA UMA BOA COMUNICAÇÃO IMA CATEQUESE

Lembrar que as pessoas são diferentes umas das ou trás e, por isso, a

interpretação também acontece de forma diferente. Desejar sempre escutar o outro. Escutar não é sinónimo de ouvir. Podemos

estar ouvindo uma pessoa e, entretanto, não estar escutando nada daquilo que

a pessoa diz. O ouvir é uma forma natural, externa, espontânea e automática.

Não requer nenhum esforço. O escutar implica uma decisão, um interesse, uma

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opção e, portanto, uma renúncia em deixar de lado o que estamos fazendo ou

pensando para ficar atentos ao irmão.

TRABALHO EM GRUPO

1. Fazer um esquema que resuma os elementos fundamentais que devem estar

presentes numa boa comunicação.

2. Levantar os maiores obstáculos para uma boa comunicação. Como poderão ser

evitados?

3. Acreditamos que a nossa linguagem chega, sem ruídos, aos catequizandos?

Autoria de ir. Mary Donzellini, mjc

Publicado na Revista ECOando – Ed. Paulus

Seção - Formação Metodológica – p. 20-21

Ano 1 – n. 2 (junho – agosto de 2003)