1
Clique para editar o estilo do subtítulo mestre CONCLUSÃO BIBLIOGRAFIA Cercosporiose ( Cercospora bixae ) em folhas de Urucum ( Bixa orellana ) incidente na cidade de Urutaí, GO Gonçalves, Lucas. E. N.¹; Salles, Anelise M.¹, Amorim, GianNe O²., Paz-Lima, Milton. L.² ¹Universidade Estadual de Goiás - Engenharia Florestal; 2Insitituo Federal Goiano Campus Urutaí - Agronomia; Através desse trabalho foi possível identificar pela primeira vez a ocorrência de Cercospora bixae infectando urucum na cidade de Urutaí, GO. MATERIAL E MÉTODOS INTRODUÇÃO O urucuzeiro (Bixa orellana) é uma espécie nativa da região amazônica, e representante do único gênero da Família Bixaceae; apresenta folhas simples e flores em tonalidades de branca até arroxeadas. Os frutos são cápsulas recobertas de cerdas curtas e rígida, com sementes de cor vermelha-alaranjada (Marchiori, 2000). A árvore é cultivada em muitas regiões do país como planta ornamental e para exploração de suas sementes, pois as mesmas são condimentares e tintoriais. As matérias tintoiriais de suas sementes são pigmentos de coloração amarela (orelina) e vermelha a (bixina), que são extraídas da polpa que envolve a semente, sendo muito apreciadas na culinária, indústria alimentar, de impressão e tecidos (Lorenzi, 1992). O objetivo do trabalho foi registrar, identificar e descrever o agente causal a cercosporiose-do-urucunzeiro na cidade de Urutaí, GO. RESULTADOS E DISCUSSÃO O patógeno foi identificado em ambas as faces foliares apresentando sintomas representados por manchas esféricas, elípticas, confluentes, distribuídas por todo limbo foliar. As lesões possuem de centro marrom, com halos cloróticos, que pesentavam dimensões de 3-15 mm (Fig. 1). O agente etiológico apresentou conidióforos esporodoquiais anfígenos, de posição hipófila (mais frequente); estromas globulares, marron escuro, de dimensões de 20-40 μm; conidióforos de coloração pálea a verde-escuro, organizado em facículos densos, ligeiramente atenuado, septos e cicatrizes conidiais não evidentes, pouco ramificadas ou não raramente geniculado, ápices sub-agudos posuiam em dimensões de 2,5-3,5 x 15-60 μm; conídios de cloração páleo a verde-escuro, obclavados, retos ou ligeiramente curvos, obcônicos ou de base truncada, ápices sub-agudos, e posuia dimensões de 40-120 x 2-5 μm (Fig 1). Existem oito registros de espécies de fungos cercosporóides infectando Bixa orellana representadas por Cercospora apii infectando B. orellana em Brunei Darussalam (Braun e Sivapalan, 1999); C. bixae infectando B. orellana no Brasil (Chupp, 1953; Mendes et al., 1998), na China (Tai,1979), em Cuba (Urtiaga, 1986), na República Dominicana (Ciferri, 1961; Ciferri, 1929), nos EUA (Alfieri et al., 1984) em Porto Rico (Stevenson, 1975), em Taiwan (Anonymous, 1979), em Trindad Tobago (Baker e Dale, 1951; Dennis, 1970), na Venezuela (Urtiaga, 1986; Chardon e Toro, 1934; Dennis, 1970), nas Ilhas Virgens (Stevenson, 1975) e nas Ilhas Oeste (Minter e MenaPortales, 2001); C. bixaecola infectando B. orellana na Índia (Narayan e Singh, 2001); C. canescens infectando B. orellana na Malásia (Peregrine e Ahmad, 1982); Cercospora sp. infectando B. orellana no Malawi (Peregrine e Siddiqi, 1972); Passalora bixae infectando B. orellana no Brasil (Crous e Braun, 2003); Pseudocercospora bixae infectando B. orellana no Brasil (Crous, et al., 1997; Freire e Braun, 2002); P. bixicola: infectando B. orellana na China (Liu e Guo,1998) e em Taiwan (Hsieh e Goh, 1990). Com base nas características morfológicas e morfométricas o fungo foi identificado como sendo Cercospora bixae sensu Chupp (1953). Coleta de Sinais do agente etiológico Preparo de lâminas semi- permanentes Registros macro e microscópicos das Estruturas Identificação: Microscopia ótica Sintomas em folhas ALFIERI JR., S.A., LANGDON, K.R., WEHLBURG, C., AND KIMBROUGH, J.W. 1984. Index of Plant diseases in Florida (Revised). Florida Dept. Agric. and Consumer Serv., Div. Plant Ind. Bull. 11: 1-389. ANONYMOUS 1979. List of plant diseases in Taiwan. Pl. Protect. Soc., Republ. of China, 404 pages. BAKER, R.E.D., and Dale, W.T. 1951. Fungi of Trinidad and Tobago. Mycol. Pap. 33: 1-123. BRAUN, U. 1987. A monograph of the Erysiphales (powdery mildews). Beih. Nova Hedwigia 89: 1-700. BRAUN, U., AND FREIRE, F.C.O. 2002. Some cercosporoid hyphomycetes from Brazil - II. Cryptog. Mycol. 23: 295-328. CHUPP, C. 1953. Monograph of the fungus genus Cercospora. Published by the Author, Ithaca, New York, 667 pages. CIFERRI, R. 1929. Micoflora Domingensis. Lista de los hongos hasta la fecha indicados en Santo Domingo. Ser. B, Bot. Estac. Agron. Moca 14: 1-260. CIFERRI, R. 1961. Mycoflora Domingensis Integrata. Quaderno 19: 1-539. CROUS, P.W., ALFENAS, A.C., AND BARRETO, R.W. 1997. Cercosporoid fungi from Brazil. 1. Mycotaxon 64: 405-430. CROUS, P.W., AND BRAUN, U. 2003. Mycosphaerella and its anamorphs: 1. Names published in Cercospora and Passalora. Centraalbureau voor Schimmelcultures, Utrecht, 571 pages. DENNIS, R.W.G. 1970. Kew Bulletin Additional Series III. Fungus Flora of Venezuela and Adjacent Countries. Verlag von J. Cramer, 531 pages. LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Ed. Plantarum, 352 p., 1992. LIU, X.-J., AND GUO, Y.-L., Eds. 1998. Flora Fungorum Sinicorum. Vol. 9. Pseudocercospora. Science Press, Beijing, 474 pages. MARCHIORI, J. N. C. SOBRAL, M. Dendrologia das angiospermas: myrtales. Santa Maria: Ed.da UFSM, 304 p., 1997. MENDES, M.A.S., DA SILVA, V.L., DIANESE, J.C., and et al. 1998. Fungos em Plants no Brasil. Embrapa-SPI/Embrapa-Cenargen, Brasilia, 555 pages. Minter, D.W., Rodríguez Hernández, M., and Mena Portales, J. 2001. Fungi of the Caribbean: an annotated checklist. PDMS Publishing, 946 pages. NARAYAN, S., KHARWAR, R.N., AND SINGH, R.K. 2001. Some novel taxa of hyphomycete genus Cercospora causing foliar spots in India. Indian Phytopathol. 54: 351-357. PEREGRINE, W.T.H., AND AHMAD, K.B. 1982. Brunei: A first annotated list of plant diseases and associated organisms. Phytopathol. Pap. 27: 1-87. PEREGRINE, W.T.H., AND SIDDIQI, M.A. 1972. A revised and annotated list of plant diseases in Malawi. Phytopathol. Pap. 16: 1-51. STEVENSON, J.A. 1975. Fungi of Puerto Rico and the American Virgin Islands. Contr. Reed Herb. 23: 743. TAI, F.L. 1979. Sylloge Fungorum Sinicorum. Sci. Press, Acad. Sin., Peking, 1527 pages. URTIAGA, R. 1986. Indice de enfermedades en plantas de Venezuela y Cuba. Impresos en Impresos Nuevo Siglo. S.R.L., Barquisimeto, Venezuela, 202 pages. Figura 1. Cercosporiose do urucum ( Bixa orelana) causada por Cercospora bixae. A. sintoma na face adaxial, B. sintomas na face abaxial, C. detalhe das lesões elípticas confluentes, com halos cloróticos. D. célula conidiogênica (d2) e conídio (d1) (bar= 8 µm), E. esporodóquio (bar= 15 µm), F. Conidióforo ramificado (bar= 9 µm), G. conídio curto de base afilada e ápice truncado (bar= 8 µm), H. conídio curo (bar= 8 µm), I. conídio alongado e filiforme (bar= 6 µm), J. conídio espesso e hialo (bar= 6 µm). A B C D E F G H I J d1 d2

Cercosporiose (Cercospora bixae) em folhas de Urucum (Bixa orellana) incidente na cidade de Urutaí, GO - Lucas E.N. Gonçalves

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Cercosporiose (Cercospora bixae) em folhas de Urucum (Bixa orellana) incidente na cidade de Urutaí, GO - Lucas E.N. Gonçalves

Clique para editar o estilo do subtítulo mestre

CONCLUSÃO

BIBLIOGRAFIA

Cercosporiose (Cercospora bixae) em folhas de Urucum (Bixa orellana) incidente na cidade de Urutaí, GO

 

Gonçalves, Lucas. E. N.¹; Salles, Anelise M.¹,  Amorim, GianNe O²., Paz-Lima, Milton. L.²

¹Universidade Estadual de Goiás - Engenharia Florestal; 2Insitituo Federal Goiano Campus Urutaí - Agronomia; 

Através desse trabalho foi possível identificar pela primeira vez a ocorrência de Cercospora bixae infectando urucum na cidade de Urutaí, GO.

MATERIAL E MÉTODOS

INTRODUÇÃO

O urucuzeiro (Bixa orellana) é uma espécie nativa da região amazônica, e representante do único gênero da Família Bixaceae; apresenta folhas simples e flores em tonalidades de branca até arroxeadas. Os frutos são cápsulas recobertas de cerdas curtas e rígida, com sementes de cor vermelha-alaranjada (Marchiori, 2000). A árvore é cultivada em muitas regiões do país como planta ornamental e para exploração de suas sementes, pois as mesmas são condimentares e tintoriais. As matérias tintoiriais de suas sementes são pigmentos de coloração amarela (orelina) e vermelha a (bixina), que são extraídas da polpa que envolve a semente, sendo muito apreciadas na culinária, indústria alimentar, de impressão e tecidos (Lorenzi, 1992). O objetivo do trabalho foi registrar, identificar e descrever o agente causal a cercosporiose-do-urucunzeiro na cidade de Urutaí, GO.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O patógeno foi identificado em ambas as faces foliares apresentando sintomas representados por manchas esféricas, elípticas, confluentes, distribuídas por todo limbo foliar. As lesões possuem de centro marrom, com halos cloróticos, que pesentavam dimensões de 3-15 mm (Fig. 1).

O agente etiológico apresentou conidióforos esporodoquiais anfígenos, de posição hipófila (mais frequente); estromas globulares, marron escuro, de dimensões de 20-40 μm; conidióforos de coloração pálea a verde-escuro, organizado em facículos densos, ligeiramente atenuado, septos e cicatrizes conidiais não evidentes, pouco ramificadas ou não raramente geniculado, ápices sub-agudos posuiam em dimensões de 2,5-3,5 x 15-60 μm; conídios de cloração páleo a verde-escuro, obclavados, retos ou ligeiramente curvos, obcônicos ou de base truncada, ápices sub-agudos, e posuia dimensões de 40-120 x 2-5 μm (Fig 1).

Existem oito registros de espécies de fungos cercosporóides infectando Bixa orellana representadas por Cercospora apii infectando B. orellana em Brunei Darussalam (Braun e Sivapalan, 1999); C. bixae infectando B. orellana no Brasil (Chupp, 1953; Mendes et al., 1998), na China (Tai,1979), em Cuba (Urtiaga, 1986), na República Dominicana (Ciferri, 1961; Ciferri, 1929), nos EUA (Alfieri et al., 1984) em Porto Rico (Stevenson, 1975), em Taiwan (Anonymous, 1979), em Trindad Tobago (Baker e Dale, 1951; Dennis, 1970), na Venezuela (Urtiaga, 1986; Chardon e Toro, 1934; Dennis, 1970), nas Ilhas Virgens (Stevenson, 1975) e nas Ilhas Oeste (Minter e MenaPortales, 2001); C. bixaecola infectando B. orellana na Índia (Narayan e Singh, 2001); C. canescens infectando B. orellana na Malásia (Peregrine e Ahmad, 1982); Cercospora sp. infectando B. orellana no Malawi (Peregrine e Siddiqi, 1972); Passalora bixae infectando B. orellana no Brasil (Crous e Braun, 2003); Pseudocercospora bixae infectando B. orellana no Brasil (Crous, et al., 1997; Freire e Braun, 2002); P. bixicola: infectando B. orellana na China (Liu e Guo,1998) e em Taiwan (Hsieh e Goh, 1990).

Com base nas características morfológicas e morfométricas o fungo foi identificado como sendo Cercospora bixae sensu Chupp (1953).

Coleta de Sinais do agente etiológico

Preparo de lâminas semi-permanentes

Registros macro e microscópicos das

Estruturas

Identificação: Microscopia ótica

Sintomas em folhas

ALFIERI JR., S.A., LANGDON, K.R., WEHLBURG, C., AND KIMBROUGH, J.W. 1984. Index of Plant diseases in Florida (Revised). Florida Dept. Agric. and Consumer Serv., Div. Plant Ind. Bull. 11: 1-389.ANONYMOUS 1979. List of plant diseases in Taiwan. Pl. Protect. Soc., Republ. of China, 404 pages.BAKER, R.E.D., and Dale, W.T. 1951. Fungi of Trinidad and Tobago. Mycol. Pap. 33: 1-123.BRAUN, U. 1987. A monograph of the Erysiphales (powdery mildews). Beih. Nova Hedwigia 89: 1-700.BRAUN, U., AND FREIRE, F.C.O. 2002. Some cercosporoid hyphomycetes from Brazil - II. Cryptog. Mycol. 23: 295-328.CHUPP, C. 1953. Monograph of the fungus genus Cercospora. Published by the Author, Ithaca, New York, 667 pages.CIFERRI, R. 1929. Micoflora Domingensis. Lista de los hongos hasta la fecha indicados en Santo Domingo. Ser. B, Bot. Estac. Agron. Moca 14: 1-260.CIFERRI, R. 1961. Mycoflora Domingensis Integrata. Quaderno 19: 1-539.CROUS, P.W., ALFENAS, A.C., AND BARRETO, R.W. 1997. Cercosporoid fungi from Brazil. 1. Mycotaxon 64: 405-430.CROUS, P.W., AND BRAUN, U. 2003. Mycosphaerella and its anamorphs: 1. Names published in Cercospora and Passalora. Centraalbureau voor Schimmelcultures, Utrecht, 571 pages.DENNIS, R.W.G. 1970. Kew Bulletin Additional Series III. Fungus Flora of Venezuela and Adjacent Countries. Verlag von J. Cramer, 531 pages.LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Ed. Plantarum, 352 p., 1992. LIU, X.-J., AND GUO, Y.-L., Eds. 1998. Flora Fungorum Sinicorum. Vol. 9. Pseudocercospora. Science Press, Beijing, 474 pages.MARCHIORI, J. N. C. SOBRAL, M. Dendrologia das angiospermas: myrtales. Santa Maria: Ed.da UFSM, 304 p., 1997. MENDES, M.A.S., DA SILVA, V.L., DIANESE, J.C., and et al. 1998. Fungos em Plants no Brasil. Embrapa-SPI/Embrapa-Cenargen, Brasilia, 555 pages.Minter, D.W., Rodríguez Hernández, M., and Mena Portales, J. 2001. Fungi of the Caribbean: an annotated checklist. PDMS Publishing, 946 pages.NARAYAN, S., KHARWAR, R.N., AND SINGH, R.K. 2001. Some novel taxa of hyphomycete genus Cercospora causing foliar spots in India. Indian Phytopathol. 54: 351-357.PEREGRINE, W.T.H., AND AHMAD, K.B. 1982. Brunei: A first annotated list of plant diseases and associated organisms. Phytopathol. Pap. 27: 1-87.PEREGRINE, W.T.H., AND SIDDIQI, M.A. 1972. A revised and annotated list of plant diseases in Malawi. Phytopathol. Pap. 16: 1-51.STEVENSON, J.A. 1975. Fungi of Puerto Rico and the American Virgin Islands. Contr. Reed Herb. 23: 743.TAI, F.L. 1979. Sylloge Fungorum Sinicorum. Sci. Press, Acad. Sin., Peking, 1527 pages.URTIAGA, R. 1986. Indice de enfermedades en plantas de Venezuela y Cuba. Impresos en Impresos Nuevo Siglo. S.R.L., Barquisimeto, Venezuela, 202 pages.

Figura 1. Cercosporiose do urucum (Bixa orelana) causada por Cercospora bixae. A. sintoma na face adaxial, B. sintomas na face abaxial, C. detalhe das lesões elípticas confluentes, com halos cloróticos. D. célula conidiogênica (d2) e conídio (d1) (bar= 8 µm), E. esporodóquio (bar= 15 µm), F. Conidióforo ramificado (bar= 9 µm), G. conídio curto de base afilada e ápice truncado (bar= 8 µm), H. conídio curo (bar= 8 µm), I. conídio alongado e filiforme (bar= 6 µm), J. conídio espesso e hialo (bar= 6 µm).

A B C

D E F

G H I J

d1

d2