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História colectiva Era uma vez uma menina que se chamava Maria. Ela morava em Castelo de Vide. Era muito rica e toda a gente a menosprezava por ser muito convencida. Na verdade, todos a invejavam, porque tinha muito dinheiro e roupas de marca. Um dia, os pais dela perderam todo o dinheiro que tinham e, depois, fugiram. Maria teve de ir viver com uma tia, que era pobre e, assim, aprendeu a viver na pobreza. A partir daí começou a perceber que o dinheiro não era o mais importante, mas sim a saúde e a amizade. Passado algum tempo, a Maria começou a ter uma amiga com quem falava, brincava, etc. Esta amiga apresentou-a a outras e, desta forma, ficou com muitos amigos. Um dia, inesperadamente, os pais da Maria voltaram com mais dinheiro e procuraram-na para morar com eles. A Maria disse que não queria ir, pois preferia ficar com a tia, uma vez que tinha amigos e sentia-se mais feliz. Os pais de Maria tentaram “tirá-la” da tia. Maria não sabia o que fazer. Estava tão assustada só de pensar que iria voltar à vida que tinha, sem amigos, rica, mas infeliz. Certo dia, ela decide fugir com uma amiga. As duas fogem para Lisboa, pois estavam fartas daquela vida. Maria levou as suas poupanças para comerem, quando lá chegassem. Quando chegaram a Lisboa constataram que o dinheiro era pouco, por isso só puderam comer o que havia no Mcdonald´s a 1€. Depois, tentaram arranjar algum sítio para viver. Foram ver de uma pensão e perguntaram ao dono da pensão se podiam viver lá, sem pagarem. O dono da pensão respondeu que podiam ficar durante uma semana. Depois, tinham de pagar metade da pensão. As raparigas aceitaram, mas disseram que

História colectiva final

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História colectiva

Era uma vez uma menina que se chamava Maria. Ela morava em Castelo

de Vide. Era muito rica e toda a gente a menosprezava por ser muito

convencida. Na verdade, todos a invejavam, porque tinha muito dinheiro e

roupas de marca.

Um dia, os pais dela

perderam todo o dinheiro que

tinham e, depois, fugiram.

Maria teve de ir viver com

uma tia, que era pobre e,

assim, aprendeu a viver na

pobreza. A partir daí começou a

perceber que o dinheiro não

era o mais importante, mas sim

a saúde e a amizade.

Passado algum tempo, a Maria começou a ter uma amiga com quem

falava, brincava, etc. Esta amiga apresentou-a a outras e, desta forma, ficou

com muitos amigos.

Um dia, inesperadamente, os pais da Maria voltaram com mais dinheiro e

procuraram-na para morar com eles. A Maria disse que não queria ir, pois

preferia ficar com a tia, uma vez que tinha amigos e sentia-se mais feliz.

Os pais de Maria tentaram “tirá-la” da tia. Maria não sabia o que fazer.

Estava tão assustada só de pensar que iria voltar à vida que tinha, sem

amigos, rica, mas infeliz.

Certo dia, ela decide fugir com uma amiga. As duas fogem para Lisboa,

pois estavam fartas daquela vida. Maria levou as suas poupanças para

comerem, quando lá chegassem. Quando chegaram a Lisboa constataram que

o dinheiro era pouco, por isso só puderam comer o que havia no Mcdonald´s a

1€. Depois, tentaram arranjar algum sítio para viver. Foram ver de uma

pensão e perguntaram ao dono da pensão se podiam viver lá, sem pagarem. O

dono da pensão respondeu que podiam ficar durante uma semana. Depois,

tinham de pagar metade da pensão. As raparigas aceitaram, mas disseram que

seria um pouco difícil arranjar dinheiro, pois tinham chegado há pouco tempo a

Lisboa. Então, o dono da pensão disse-lhes que precisavam de empregadas e

que se elas aceitassem ali trabalhar ainda lhes dava um extra para a

alimentação. As raparigas concordaram, de imediato.

Certo dia, andavam a arrumar um quarto e debaixo da cama havia 50€.

Elas ficaram muito contentes, mas não sabiam o que fazer ao dinheiro. Então,

resolveram dizer ao dono da pensão o que tinham achado. Este disse-lhes que

esses 50€ eram seus e disse que elas podiam ficar com eles. Elas não

aceitaram o dinheiro, porque o dono da pensão tinha sido muito bondoso por

lhes ter dado casa e trabalho.

Uma tarde, foram passear pelas ruas de

Lisboa e encontraram uma rapariga sozinha

num banco do jardim a chorar. Elas tiveram

pena dela, sentaram-se ao seu lado e

perguntaram-lhe porque chorava. A rapariga

disse-lhes que fugira de casa e não tinha para

onde ir. Elas lembraram-se da pensão e

disseram-lhe que a podiam ajudar. Então, as

raparigas foram perguntar ao senhor da pensão

se ela podia lá ficar. Ele aceitou que a rapariga lá ficasse com a condição de

ajudar as amigas nas suas tarefas.

Passadas duas semanas, as três raparigas tiveram que se ir embora da

pensão. De tão empenhadas que foram, o senhor deu-lhes alguma comida.

No caminho,

pararam para descansar

um pouco e, ao longe,

avistaram uma casa

velha e decidiram ir até

lá, embora parecesse

um pouco assustadora.

Elas arriscaram entrar

na casa e decidiram

passar lá uns tempos

até encontrarem um

sítio melhor para ficar.

As raparigas tentaram arranjar a casa, limparam-na e quando foram

acender a lareira repararam que ainda tinha brasas, por isso entraram logo em

histerismo, pois pensaram que a casa estava assombrada.

Revistaram a casa de uma ponta à outra, mas nem sinal de fantasmas,

nem de pessoas. Então, reuniram-se e comeram o que tinham trazido da

pensão. Contaram as histórias umas das outras e quando chegou a vez da

rapariga que tinham encontrado a chorar, ela disse:

- A minha história é muito simples. Eu era maltratada pelos meus pais e

como já não aguentava mais, fugi de casa.

As outras raparigas responderam:

- Tem calma. Tudo se vai resolver, tenta não pensar muito nisso.

- E agora? O que vamos fazer? – Perguntou a Maria.

E decidiram contar histórias das suas terras.

Maria começou:

- Na nossa terra (Castelo de Vide) havia uma igreja no castelo, que se

chamava igreja da Nossa Senhora da Alegria. Um dia, houve um incêndio no

castelo. O fogo aproximava-se da casa onde estava guardada pólvora. A

população acorria com baldes de água, pois receavam uma explosão.

Uma idosa gritou:

- Que Nossa Senhora da Alegria nos acuda!

O fogo desapareceu, a população disse que era um milagre e dirigiram-

se à igreja, onde viram que o manto da Nossa Senhora estava queimado e

quente.

A outra rapariga que estava com elas gostou da história e pediu-lhes

para lhe contarem mais uma.

Então, a amiga de Maria disse:

- Em Castelo de Vide há uma

igreja, no topo da serra, chamada

igreja da Nossa Senhora da Penha.

Conta-se que no sítio onde está a

igreja, numa noite de tempestade,

apareceu Nossa Senhora montada

numa égua toda branca, para salvar um pastor que ia caindo pela encosta da

serra. O pastor fugiu para a vila e disse que ocorrera um milagre. A população

decidiu construir uma igreja num local chamado Pouso, em honra do milagre.

Começaram a construi-la, mas todas as noites desapareciam as ferramentas e

tudo o que eles tinham construído. Ao fim de uma semana as pessoas foram

procurar as ferramentas e encontraram tudo no local do milagre, o que fez

com que a igreja fosse construída onde está (foi devido à vontade da Nossa

Senhora).

De repente, as três raparigas ouvem um barulho. Dirigem-se para a

porta de casa e deparam-se com um homem, com um aspecto muito pobre.

Primeiro, tiveram medo, mas, depois, perceberam que era um mendigo e que

ele não lhes ia fazer mal.

Maria encheu-se de coragem e perguntou:

- O que faz aqui?

- Eu moro aqui, nesta casa. E vocês o que estão aqui a fazer? –

Respondeu o mendigo.

- Nós fugimos de casa e não temos onde ficar… Agora estamos a contar

histórias para passar o tempo.

- A contar histórias?! Então ouçam a minha: eu também fugi de casa,

quando era da vossa idade. Acabei por não estudar e, desde aí, a minha vida

tem sido uma miséria, mal tenho dinheiro para comer.

As raparigas ficaram a pensar naquilo que o mendigo lhes dissera, pois

tinham medo que lhes acontecesse o mesmo. Assim, depois de conversarem,

tomaram uma decisão: voltar para casa dos pais.

No dia seguinte, de manhã, caminharam até à pensão e pediram ao

senhor para fazer um telefonema. Assim, telefonaram para os pais e disseram

onde estavam.

Os pais, preocupados, foram imediatamente buscá-las, a Lisboa.

Depois de estarem todos juntos na pensão, os pais quiseram dar uma

recompensa ao senhor por ter ajudado as três raparigas, mas ele não aceitou.

As três adolescentes voltaram para a casa dos pais, passaram a ser

muito felizes com eles e, no Verão, passavam sempre as férias juntas.

Texto redigido pelos alunos das turmas do 7ºB, 8ºA e 8ºB. Ilustrações feitas pelos alunos

Catarina Borrego (7ºB), Gonçalo Grácio (8ºA) e Madalena Barreiros (8ºB).