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RAFAEL HERNANE RAMALHO A IMPLANTAÇÃO DE UM PMO PARA PROJETOS DE DATACENTER Master in Project Management UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO SP – 2011

Implementação de PMO para datacenter

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RAFAEL HERNANE RAMALHO

A IMPLANTAÇÃO DE UM PMO PARA PROJETOS DE DATACENTER

Master in Project Management

UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO

SP – 2011

RAFAEL HERNANE RAMALHO

A IMPLANTAÇÃO DE UM PMO PARA PROJETOS DE DATACENTER

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do Curso Master in Project Management da Universidade Nove de Julho sob a orientação da Prof. Patricce Nogueira – área de Concentração: Gestão Tecnológica.

Universidade Nove de Julho SP – 2011

FOLHA DE APROVAÇÃO

Nome do autor: Rafael Hernane Ramalho

Título do trabalho: A implantação de um PMO para projetos de datacenter

Natureza: Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)

Objetivo: apresentar os elementos básicos na implantação de um PMO específico

para projetos de datacenter

Nome da Instituição: Universidade Nove de Julho

Área de Concentração: Gestão da Tecnologia

Data de Aprovação:

Membros da Banca:

iii

AGRADECIMENTOS

Agradeço a algumas pessoas que contribuíram na realização deste trabalho: A minha orientadora Profa. Patricce Nogueira, por todo o apoio dado para a

concretização desta pesquisa, colaborando para meu crescimento intelectual e profissional.

Aos meus colegas de trabalho, que me auxiliaram no entendimento de

questões chave no gerenciamento de projetos. À minha mãe, por toda a compreensão e apoio durante a elaboração deste

material. E agradeço, principalmente a Deus, por ter-me dado força, saúde e

inteligência por atingir mais uma etapa de minha vida.

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"Para alcançar conhecimento, adicione coisas todo dia. Para alcançar sabedoria, elimine coisas todo dia."

Lao-Tsé

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RESUMO Nas últimas décadas, houve um aumento exponencial de produtos e serviços

oferecidos pelas corporações ao mercado consumidor. A inovação tecnológica aliada à pesquisas de mercado, permitiram a realização de projetos audaciosos, cujos produtos transformam a forma de vida e produção de nossa sociedade. Neste contexto, os centros de dados ou datacenters, têm importância fundamental, uma vez que suportam o parque tecnológico necessário para a realização de tais projetos.

Devido às particularidades dos projetos de datacenter, a existência de um PMO (Project Management Office), termo em português para escritório de projetos, eficiente é um pré-requisito para conduzir o processo de criação e renovação dentro de uma empresa e garantir a oferta de produtos e serviços que atendam à demanda do mercado.

Sendo assim, o objetivo principal deste trabalho é apresentar os elementos

essenciais na criação de um escritório de projetos para condução de projetos de datacenter.

Os resultados deste estudo apontaram que há processos relacionados à

gestão de projetos que devem ser customizados para a gestão de projetos de datacenter, de modo a eliminar algumas lacunas e garantir a gerência eficiente de tais projetos.

A contribuição deste estudo aponta para a necessidade das empresas terem

em sua estrutura um PMO que seja flexível e aderente ao ambiente datacenter. Através deste estudo espera-se ter contribuído aos gerentes de portfólio uma visão fundamentada da importância do PMO para datacenter, bem como os benefícios obtidos com sua adoção.

Palavras-chaves: projetos, escritório, PMO, portfólio

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ABSTRACT

In recent decades there has been an exponential growth of products and services offered by corporations to consumers. Innovation Technology coupled with market research, have brought about bold designs whose products transform the way of life and production of our society. In this context, data centers or datacenters are of utmost importance since it supports the park technology necessary to carry out such projects.

Due to the particularities of datacenter projects, the existence of a PMO (Project Management Office), Portuguese term of office projects efficiently is a prerequisite to conduct the creation and renewal within a company and guarantee the supply of products and services that meet the market demand.

Thus, the main objective of this paper is to present the essential elements in

creating a project office for conducting projects datacenter. The results of this study show that there are processes related to

management of projects that must be customized to project management datacenter so as to eliminate gaps and ensure the management efficiency of such projects.

The contribution of this study highlights the need for companies to have in its

structure a PMO that is flexible and adherent to the environment datacenter. Through this study is expected to have contributed to the managers portfolio of an authoritative overview of the importance of the PMO to datacenter, as well as the benefits gained from its adoption.

Keywords: project office, PMO, portfólio

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 – CONCEITOS DE DATACENTER ................................................... 7 1.1 Definição de Datacenter .................................................................................... 7 1.2 Breve Histórico ................................................... ............................................... 7 1.3 Classificação Básica dos Datacenters ............................................................... 9 1.4 – Serviços de Datacenters ................................................................................ 11 CAPÍTULO 2 - ORGANIZAÇÃO E PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ............... 15 2.1 Organização ..................................................................................................... 15 2.2 Estruturas Organizacionais ............................................................................... 16 2.2.1 Estrutura Funcional ........................................................................................ 16 2.2.2 Estrutura Projetizada ..................................................................................... 17 2.2.3 Estrutura Matricial .......................................................................................... 18 2.3 Planejamento Estratégico ................................................................................ 19 CAPÍTULO 3 – PROJETOS E O ESCRITÓRIO DE PROJETOS .......................... 23 3.1 Projetos ............................................................................................................. 23 3.1.1 Características de um Projeto ........................................................................ 23 3.1.2 Etapas de um Projeto .................................................................................... 25 3.2 Fatores de sucesso dos projetos ...................................................................... 30 3.3 Escritório de Projetos ................................................ ....................................... 31 3.3.1 Tipos de escritórios de projetos ..................................................................... 33 CAPÍTULO 4 – ESCRITÓRIO DE PROJETOS DE DATACENTER ...................... 38 4.1 Projetos de Datacenter ..................................................................................... 38 4.2 Escritório de Projetos de Datacenter ................................................................ 39 4.2.1 Processos de iniciação .................................................................................. 39 4.2.2 Processos de Planejamento .......................................................................... 40 4.2.3 Processos de execução e controle ................................................................ 41 4.2.4 Processos de encerramento .......................................................................... 42 CONCLUSÕES ....................................................................................................... 44

REFERENCIAS ...................................................................................................... 47

GLOSSÁRIO .......................................................................................................... 51

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RELAÇÃO DE FIGURAS Figura 1 – Armário para armazenamento de servidores ......................................... 9 Figura 2 – Modelo de sala de servidores ............................................................... 10 Figura 3 – Exemplo de sala de datacenter empresarial ......................................... 11 Figura 4 - Serviços de Datacenter .......................................................................... 12 Figura 5 – Organização Funcional .......................................................................... 17 Figura 6 – Estrutura Projetizada ..............................................................................18 Figura 7 – Estrutura Matricial .................................................................................. 19 Figura 8 – Diagrama de Steiner .............................................................................. 21 Figura 9 – Etapas de um projeto ......................................... ................................... 26 Figura 10 – Escritório de Projetos Corporativo ....................................................... 34 Figura 11 – Escritório de Projetos Divisional .......................................................... 35 Figura 12 – Escritório de Projetos Setorial ............................................................. 36 Figura 13 – Escritório de Projetos Departamental .................................................. 37

Introdução

2

INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo apresentar o tema, intitulado “A implantação

de um PMO para desenvolvimento de projetos de datacenter”, bem como as

questões de pesquisa a serem analisadas a partir deste estudo.

Panorama Geral

Um dos grandes desafios das empresas modernas é poder ofertar a seus

clientes produtos e serviços que atendam às necessidades existentes, com uma

relação custo-benefício que as diferenciem das concorrentes.

Neste contexto, a tecnologia se torna uma grande aliada ao negócio, uma vez

que ela oferece recursos que permitem avaliar o posicionamento de uma empresa

no segmento em que atua, viabilizando a realização de estudos de mercado,

análise de tendências de consumo, consolidação de informações sobre os perfis

dos clientes, projeções de crescimento baseado em estatísticas de vendas e outras

análises de grande volume de informações consideradas relevantes em um período

de tempo curto.

Já que as informações são tão importantes para o negócio, elas devem estar

seguras. Isso é uma preocupação antiga.

Em meados da década de 60 do século XX, foi criado pela IBM um conceito

de local que alia as condições ideais de funcionamento de equipamentos com

mecanismos de segurança para a devida proteção de dados corporativos. Este

local foi inicialmente chamado de centro de processamento de dados. Neste local

os dados eram tratados e armazenados. Entretanto, este conceito evoluiu e

atualmente recebe a designação de centro de dados ou datacenter.

Um datacenter é o local considerado como ponto concentrador de

equipamentos que subsidiam a operação da grande maioria das empresas

modernas. Ele armazena computadores que possuem desde dados cadastrais de

funcionários, até informações estratégicas de novos produtos e promoções. Por

isso, sua importância para o negócio é cada vez maior. Há investimentos

3

crescentes na criação de datacenters ao redor do planeta. Segundo informações do

IDC, os Estados Unidos em 2008 já possuíam mais de 2,5 milhões de datacenters

distribuídos ao longo de seu território.

Paralelamente ao crescimento dos datacenters, verifica-se uma evolução na

área de desenvolvimento de projetos, em todos os segmentos. Os projetos,

esforços temporários para desenvolvimento de novos produtos e serviços ou para

melhoria de algo existente, ganharam espaço por utilizar métodos que permitem

delimitar os temas de pesquisa e otimizar os custos e as equipes de profissionais

no processo de criação.

No gerenciamento contemporâneo de projetos, há a estrutura do escritório de

projetos – PMO (Project Management Office), que é responsável por garantir a

gerência efetiva de projetos de qualquer porte ou complexidade.

Dessa forma, gerenciar projetos relacionados à datacenters torna-se uma tarefa de

grande importância para o diferencial competitivo, exigindo a adoção de

metodologias que consigam implementar demandas de negócio, atendendo aos

requisitos e particularidades existentes nos centros de dados.

A justificativa da escolha do tema deve-se às especificidades que os

projetos de datacenter têm e quais elementos devem ser implementados num

escritório de projetos de datacenter para que tais especificidades possam ser

atendidas, eliminando deficiências na gerência de projetos deste segmento.

A importância e contribuição deste tema está relacionada a compreender

quais as deficiências encontradas na gestão de projetos de datacenter a partir de

uma abordagem convencional, permitindo identificar os componentes necessários

para que um escritório de projetos – PMO dedicado ao segmento de datacenter

seja implementado com sucesso.

Este estudo tem como objetivo principal apresentar os elementos

essenciais na criação de um escritório de projetos para suporte aos projetos

envolvendo o ambiente datacenter.

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Os objetivos específicos desta monografia são :

• Delinear e analisar os elementos necessários para a implementação de um

escritório de projetos;

• Delinear e analisar os projetos de datacenter de uma empresa;

• Definir quais são as especificidades de um projeto de datacenter.

Para atender a esses objetivos acima citados, este trabalho se propõe a responder

às seguintes questões de pesquisa:

1. Quais são os elementos principais de um escritório de projetos?

2. Quais as características de um projeto de datacenter?

3. Quais as especificidades de um projeto de datacenter?

Para responder as questões acima formuladas, esta monografia foi dividida

em cinco capítulos e organizados da seguinte forma:

O primeiro capítulo tem como objetivo definir os conceitos sobre datacenters

e suas principais características.

O segundo capítulo aborda os conceitos sobre estruturas organizacionais e

planejamento estratégico das corporações.

O terceiro capítulo apresenta as definições sobre projetos e escritório de

projetos, permitindo o entendimento dos elementos essenciais para a estruturação

de um escritório de projetos bem sucedido.

O quarto capítulo trata das especificidades de projetos de datacenter e os

elementos essenciais para que um escritório de projetos dedicado a este segmento

possa ser implementado.

O quinto capítulo apresenta as conclusões deste estudo e recomendações

para futuros trabalhos acadêmicos.

5

E, por final, são apresentadas as referências bibliográficas seguidas de

anexos pertinentes ao trabalho.

Capítulo 1 Conceitos de Datacenter

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CAPÍTULO 1 – CONCEITOS DE DATACENTER

Este capítulo tem como objetivo apresentar os conceitos básicos sobre

datacenter, permitindo melhor entendimento sobre sua estrutura e aplicações.

1.1 Definição de Datacenter

Segundo Veras (2009, p. 42), datacenter é um conjunto integrado de

componentes de tecnologia que permite fornecer em larga escala serviços de

infraestrutura de valor agregado, principalmente relacionados a processamento e

armazenamento de informações.

Trata-se de um conceito que compreende um local e uma gama de serviços

específicos. Geralmente, um datacenter concentra uma ou mais salas onde são

armazenados muitos dos componentes de Tecnologia da Informação (TI), como por

exemplo servidores, equipamentos de rede, informações salvas em mídia digital,

entre outros.

Tais equipamentos são instalados e conectados entre si de acordo com a

necessidade das empresas, permitindo que as informações de negócio sejam

protegidas e estejam sempre disponíveis.

1.2 Breve Histórico

O conceito de datacenter é antigo. Suas origens remetem ao ano de 1964,

quando a IBM lançou um mainframe (computador de grande porte) chamado

System 360o. Este equipamento era capaz de centralizar todo o processamento e

armazenamento das informações de uma corporação.

Por muitos anos os mainframes foram símbolo inabalável de robustez no

processamento de dados.

Entretanto, na década de 80, houve o surgimento de outros tipos de

arquiteturas de computadores que contribuíram na redução da participação dos

mainframes na gestão de informações.

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Muitas empresas optaram pela adoção de servidores de menor tamanho e

capacidade, cujo propósito era suportar aplicações específicas, descentralizando o

processamento. Este novo padrão, conhecido como arquitetura “cliente-servidor”,

dividia as tarefas de tratamento dos dados entre os servidores de aplicação e as

estações de trabalho dos usuários, modelo antagônico ao do mainframe, onde

todas as informações eram tratadas num computador central e apenas retornados

para exibição nas estações de trabalho.

Além de permitir a divisão de carga de trabalho, a arquitetura cliente-servidor

proporcionava um controle pontual de cada serviço executado, reduzindo os riscos

de prejuízo ao negócio caso um dos equipamentos sofresse qualquer tipo de

defeito, ou seja, em caso de pane em um equipamento, apenas um ou poucos

serviços eram afetados.

Tal fenômeno de divisão do processamento antes executado por um único

computador, o mainframe, para outros computadores menores ficou conhecido

como “Downsizing”.

Entretanto, em muitas empresas o processo de downsizing não foi concluído

totalmente. Devido à restrições de negócio, infraestrutura e de desenvolvimento de

sistemas, se fez necessário manter em coexistência os antigos mainframes e os

recentes servidores de menor porte, permitindo que aplicações de ambas as

arquiteturas trocassem informações entre si.

A necessidade de interligar diversos equipamentos de padrões distintos

demandava a criação de uma infraestrutura capaz de consolidar as diversas

arquiteturas ao mesmo tempo garantindo performance e integridade das

informações.

Nesse contexto, os datacenters ganharam participação fundamental na gestão

do parque tecnológico, uma vez que armazenam computadores e demais

equipamentos atrelados, proporcionando funcionamento adequado além de

proteger as informações sensíveis ao negócio.

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1.3 Classificação Básica dos Datacenters

No cenário atual de tecnologia, há datacenters de diversos portes e com

segmentos específicos. Veras (2009, p. 45) os categoriza basicamente pelo seu

tamanho, em uma escala crescente, de acordo com a área dedicada e

infraestrutura oferecida.

A menor unidade reconhecida como um datacenter é o armário de servidores,

onde os computadores são instalados em um armário metálico trancado.

A figura a seguir apresenta um típico armário de servidores.

Figura 1 – Armário para armazenamento de servidores

Fonte: Schafer Disponível em: <http://www.directindustry.es/prod/schafer-it-systems/armarios-para-servidores-

climatizados-36208-356347.html>. Acesso em: 10/01/2011

Este armário é capaz de oferecer um nível básico de proteção, impedindo o acesso

e manuseio dos equipamentos por pessoas não autorizadas. Pode ser instalado

próximo aos funcionários da empresa ou em ambientes separados, de acordo com

a necessidade de negócio ou restrições de espaço.

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A segunda menor unidade de datacenter, segundo Veras (2009, p. 45), é a

sala de servidores. Nesta categoria é dedicada uma pequena sala onde são

armazenados os servidores e demais equipamentos de TI. Esta sala geralmente

oferece controle de acesso físico, além de possuir armários de servidores para

armazenamento dos computadores.

A figura a seguir apresenta um exemplo de sala de servidores.

Figura 2 – Modelo de sala de servidores

Fonte: SmugMug Disponível em: <http://billmorton.smugmug.com/Computers/Server-

Room/1241825_RN9tJ#58199594_aWx9m>. Acesso em: 10/01/2011

Logo em seguida, há a categoria datacenter local, uma sala de área maior à

sala de servidores citada anteriormente, mas que também oferece controle físico de

acesso e infraestrutura adequada para receber os equipamentos.

Nas categorias acima há os datacenters empresariais, que são construções

dedicadas ao armazenamento de computadores e equipamentos de TI.

Tais construções chegam a ocupar áreas equivalentes a um prédio inteiro ou, em

casos mais raros, áreas ainda maiores. Nelas, são empregadas as mais modernas

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tecnologias e normas para garantir o funcionamento contínuo dos equipamentos

nele instalados.

A figura a seguir mostra um exemplo de sala de um datacenter empresarial.

Figura 3 – Exemplo de sala de datacenter empresarial

Fonte: LogicHp Disponível em: <http://www.logichp.com/2010/04/21/hps-houston-data-center-cisco-free-twice-as-

efficient/>. Acesso em: 10/01/2011

1.4 Serviços de Datacenters

Ainda segundo Veras (2009, p. 46), os datacenters, independente de seu

porte, têm por objetivo garantir os fatores a seguir aos serviços neles armazenados:

desempenho, disponibilidade, escalabilidade, segurança e gerenciabilidade.

Para isso, os datacenters, a partir de médio porte, contam com serviços básicos.

12

A figura a seguir ilustra tais serviços e a forma como eles se relacionam.

Figura 4 - Serviços de Datacenter

Fonte: Veras, 2009.

Da figura, observa-se que os serviços básicos de um datacenter estão fortemente

relacionados, desde a infraestrutura elétrica, até o gerenciamento de aplicações.

Os serviços de rede proporcionam a conectividade entre os equipamentos, através

de diversos meios. Entre eles, os mais utilizados são fibra óptica e cabeamento

metálico.

Os serviços de processamento resumem-se aos servidores de aplicação

propriamente ditos. Já os serviços de aplicação (virtualização), permitem que um

mesmo servidor execute diversas aplicações., simulando o funcionamento de

diversos equipamentos, apesar de fisicamente ser um único conjunto.

Os serviços de segurança, garantem o acesso devido às informações, protegendo-

nas de acessos e utilização não autorizados. Para isso, tais serviços se valem de

mecanismos de controle de acesso físico, como biometria e acesso lógico, através

do fornecimento de senhas de acesso com permissões específicas.

13

Os serviços de alta disponibilidade tratam de garantir a integridade e disponibilidade

da informação caso ocorra algum desastre, como por exemplo, defeito em um

determinado equipamento.

Por fim, os serviços de automação e gerenciamento consolidam todos os demais

serviços apresentados anteriormente, garantindo o funcionamento do datacenter 24

horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias no ano.

A correlação entre a infraestrutura criada e os serviços existentes para que as

informações estejam sempre disponíveis e íntegras, fazem do datacenter um dos

elementos chave para a área de tecnologia das empresas.

Capítulo 2 Organização e Planejamento Estratégico

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CAPÍTULO 2 - ORGANIZAÇÃO E PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Este capítulo tem como objetivo apresentar os conceitos básicos sobre

estruturas organizacionais e planejamento estratégico, de modo a apresentar o

relacionamento existente entre esses conceitos com o gerenciamento de projetos.

2.1 Organização

Segundo Silva (2006, p. 47) o termo organização, quando aplicado à

administração, remete ao processo de se estruturar uma empresa, consolidando

pessoas e equipamentos necessários ao trabalho de acordo com o planejamento

efetuado.

Entende-se, portanto, que tal processo tem como saída a forma como uma

empresa desempenhará sua funções e como suas partes internas se relacionarão

para que seja possível produzir determinado bem ou serviço.

Ainda segundo Silva (2006, p. 48), há duas teorias de organização que podem

auxiliar os administradores no processo de estruturação de uma empresa, seja qual

for o ramo de atuação: a teoria organicista e a teoria comportamentista.

Na teoria organicista, o administrador de empresas acaba por empregar um

processo análogo para modelagem da organização, associando seu funcionamento

ao de um organismo animal.

Nesta associação verifica-se que a empresa poderá ser dividida em departamentos

e seções, cada um com sua função. Este modelo deriva do encontrado num

organismo animal, em que os órgãos desempenham funções específicas,

colaborando na manutenção de todo o organismo.

Já a teoria comportamentista, segundo Silva (2006, p. 49), afirma que as

empresas são fruto das interações entre as pessoas que a compõe, com o objetivo

de produzir mercadorias, produtos ou serviços. Dessa forma, é possível afirmar que

a estrutura de uma empresa baseia-se também nas relações existentes entre as

pessoas que nela trabalham.

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Combinando-se as duas teorias citadas anteriormente, Silva (2006, p. 50) conclui

que o arranjo das partes de uma empresa associado às relações que os

funcionários desenvolvem entre si, constitui o conceito que é conhecido como

estrutura organizacional.

2.2 Estruturas Organizacionais

No contexto da administração moderna, há 3 tipos macro de estruturas

organizacionais nas quais as empresas se enquadram: Funcional, Projetizada e

Matricial. Cada um destes tipos de estrutura apresentam particularidades quanto à

disposição dos funcionários e forma como as áreas e demais seções interagem

para produzir novos bens de consumo.

2.2.1 Estrutura Funcional

Segundo o PMBOK (2004, p.28), neste tipo de estrutura cada funcionário

possui um superior bem definido. Além disso, eles são agrupados por

especialidade, ou seja, são divididos de acordo com sua expertise. Por exemplo:

engenharia, marketing, finanças, entre outros.

A figura a seguir apresenta um exemplo de organização funcional.

Figura 5 – Organização Funcional

Fonte: PMI, 2004.

17

Para Chiavenato (2003, p. 189), a estrutura functional apresenta algumas

vantagens. Dentre elas pode-se citar a alta especialização dos setores da

organização, devido ao fato do agrupamento dos profissionais basear-se nas áreas

de conhecimento, além de melhor supervisão técnica, pois há apenas um líder para

cada departamento ou setor.

Por outro lado, a estrutura functional apresenta também riscos de conflitos internos,

uma vez que a extrema especialização dos funcionários pode desencadear

competições que eventualmente levarão à perda de foco da equipe em relação aos

objetivos da corporação.

2.2.2 Estrutura Projetizada

Neste tipo de estrutura, há a divisão dos funcionários em equipes dedicadas

para cada projeto em andamento na empresa.

Conforme o PMBOK (2004, p. 29), neste modelo as organizações possuem

departamentos constituídos, mas eles se reportam diretamente ao gerente de

projetos, ou então prestam suporte a ele, oferecendo recursos e outros subsídios.

A figura a seguir mostra o exemplo de estrutura projetizada.

Figura 6 – Estrutura Projetizada

Fonte: PMI, 2004.

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Como um ponto de atenção para este modelo, Chiavenato (2003, p. 219) alerta que

o sucesso em sua adoção depende da capacidade da organização em ser flexível e

mutável, adaptando-se às necessidades de cada projeto em andamento.

2.2.3 Estrutura Matricial

Este tipo de estrutura, também pode ser chamado de estrutura mista, uma vez

que consolida os modelos projetizado e funcional.

A figura a seguir representa uma divisão matricial dentro de uma organização.

Figura 7 – Estrutura Matricial

Fonte: PMI, 2004.

Nesta estrutura, Chiavenato (2003, p. 529) demonstra que há uma diferença

no processo de subordinação, pois os funcionários da organização devem se

submeter às orientações de seus gerentes funcionais e ao mesmo tempo dos

gerentes dos projetos dos quais participam.

Este modelo tem sido o mais utilizado pelas grandes empresas.

Cada um dos modelos apresentados anteriormente apresenta suas particularidades

e é indicada para determinados tipos de negócio.

Organizar as empresas em estruturas viáveis de trabalho é tarefa fundamental de

um administrador, entretanto não é a única. Uma vez divididas as áreas de

19

conhecimento e de negócio, se faz necessário traçar metas de crescimento, tarefa

executada pelo planejamento estratégico.

2.3 Planejamento Estratégico

Pode-se entender como planejamento estratégico o conjunto de ações

definidos por uma empresa para alcançar objetivos pré-estabelecidos de

crescimento dos negócios e aumento de seu faturamento.

Segundo Chiavenato (2003, p. 236), o conceito do planejamento estratégico

surgiu em meados da década de 60, a partir dos pensamentos contemporâneos de

administração, derivados da chamada teoria neoclássica da administração.

Ainda segundo Chiavenato (2003, p.152), a teoria neoclássica possui cinco

características principais:

• Ênfase na prática da administração: verifica-se grande esforço por parte dos

administradores na geração de resultados palpáveis e mensuráveis valendo-

se de mecanismos práticos de gestão.

• Reafirmação dos postulados clássicos: os administradores acabam por

revisitar conceitos antigos de administração, adaptando-os à necessidade

atual, além de torná-los mais flexíveis.

• Ênfase nos princípios gerais de administração: os administradores

neoclássicos buscam resgatar princípios da administração clássica para

resolução de problemas através de soluções práticas.

• Ênfase nos objetivos e nos resultados: na administração neoclássica, os

objetivos organizacionais são traçados e considerados como uma espécie de

meta a ser alcançada. Os resultados são mensurados em comparação aos

objetivos estabelecidos previamente.

• Ecletismo nos conceitos: os administradores neoclássicos se valem de

conceitos de outras escolas para gerir uma organização. Não se prendem à

determinada corrente de pensamento, mas absorvem o conteúdo mais útil

vigente em cada uma delas.

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Esta teoria permitiu a consolidação de conceitos de estratégia, antes utilizados

basicamente em âmbito militar, à administração de empresas. Tal aliança, permitiu

às organizações definirem quais metas pretendem alcançar em um determinado

período.

Para viabilizar a formalização de um plano estratégico, os administradores devem

seguir um processo que comporta etapas de avaliação de ambiente e definição de

ações que visem expansão dos negócios.

Para Chiavenato (2003, p. 236), o modelo definido por George Steiner melhor

descreve esse processo de planejamento.

A figura a seguir apresenta o modelo de Steiner para o planejamento estratégico.

Figura 8 – Diagrama de Steiner

Fonte: Different Strategies. Disponível em: <http://fellner.reinhard.com/different_strategies.htm>.

Acesso em: 10/01/2011

21

O modelo apresentado oferece auxílio na definição das metas de crescimento da

empresa. Uma vez definidos estes objetivos de expansão, são geradas ações com

o para realização do plano definido.

As ações geralmente são estruturadas e projetadas ao longo de uma linha do

tempo, através da criação dos projetos, esforços temporários que têm por objetivo a

produção de um produto ou serviço único, capaz de ajudar as empresas a

cumprirem seu planejamento estratégico.

Capítulo 3 Projetos e o Escritório de Projetos

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CAPÍTULO 3 – PROJETOS E O ESCRITÓRIO DE PROJETOS

Este capítulo tem como objetivo apresentar os conceitos básicos sobre

projetos e escritório de projetos, de modo a apresentar a forma sucinta como estes

conceitos são aplicados nas organizações.

3.1 Projetos

Segundo o PMI (2004, p. 5), um projeto pode ser definido como um esforço

temporário empreendido para criar produtos, serviços ou resultados exclusivos.

Este conceito é antigo. Há registros de projetos realizados há mais de 3 mil anos,

como por exemplo, a construção das pirâmides do Egito. A história da humanidade

é marcada pela realização de diversos projetos, uns muito bem sucedidos e outros

considerados um fracasso total.

Entretanto, o conceito de projetos como é conhecido atualmente teve início no

início do século XX, através dos estudos de Frederick Taylor (1856-1915) e Henry

Gantt (1861-1919) sobre seqüências de trabalho. Nestes estudos, foi identificado

que o trabalho executado para construção de determinados produtos poderia ser

otimizado caso suas etapas elementares fossem melhoradas, ou seja, melhorando-

se as etapas menores, obtinha-se aumento da produtividade to processo como um

todo.

A consolidação dos conceitos de projeto e gerência de projetos ocorreu na década

de 60, quando o Project Management Institute – PMI iniciou o desenvolvimento de

metodologia para gerenciar projetos, independente de segmento da indústria.

3.1.1 Características de um Projeto

Os projetos apresentam duas características marcantes: possuem período

determinado para conclusão e geram produtos ou serviços exclusivos.

O critério temporal dos projetos remete à uma duração finita, ou seja, mesmo que o

tempo previsto para sua conclusão seja de anos ou mesmo décadas, há uma data

limite para que o projeto seja terminado. Geralmente esta é calculada para um

24

momento em que o projeto conseguirá cumprir os objetivos a que se propõe a

atender.

Há casos ainda que um projeto pode ser encerrado antes de seu término

planejado. Isto ocorre quando ele perde sua importância ou seus objetivos não

atendem mais aos requisitos da corporação.

Portanto, a duração de um projeto pode estar relacionada a duas situações:

quando os objetivos propostos em seu planejamento são concluídos com sucesso

ou quando o planejamento estratégico da organização ou mesmo uma decisão da

alta direção faz com que o projeto não agregue mais valor ao negócio, podendo ser

encerrado antes de seu término previsto.

Com relação à exclusividade dos resultados gerados, o PMI (2004, p.5) afirma que

os projetos podem criar 3 produtos ao seu término. São eles:

• Produto ou objeto – item quantificável que pode ser final ou componente de

outro item maior ou mais complexo;

• Serviço – funções de negócio que dão suporte à produção ou aos sistemas

de distribuição;

• Resultado – conhecimento ou documentação gerada a partir de um projeto

de pesquisa ou consultoria.

Dessa forma, entende-se que o esforço de um projeto resulta em algo singular.

Apenas para efeito de diferenciação, as atividades diárias de uma empresa, como

atendimento aos clientes, operações de suporte técnico ou mesmo as linhas de

montagem de produtos não se enquadram como projetos, pois os resultados

obtidos são padronizados e repetidos.

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3.1.2 Etapas de um Projeto

Ainda segundo o PMI (2004, p.6), os projetos têm por característica marcante

a elaboração progressiva, ou seja, as atividades são planejadas e executadas em

etapas bem definidas. As etapas comumente utilizadas para divisão dos projetos

organizam-se em 4 grandes grupos: iniciação, planejamento, execução e controle

e encerramento.

Dessa forma, é possível organizar o trabalho das equipes atuantes em um

projeto de forma otimizada, uma vez que cada fase tem um objetivo específico.

A figura a seguir ilustra forma como as etapas de um projeto se relacionam entre si.

Figura 9 – Etapas de um projeto

Fonte: IT Team. Disponível em: <http://www.it-team.com.br/implementacao.php> Acesso em: 12/02/2011.

A etapa de início do projeto tem como característica amadurecer as

necessidades de negócio e definir como elas serão atendidas, descrevendo os

objetivos específicos da atividade.

De posse destas informações, é realizado um estudo para identificar quais soluções

se enquadram aos requisitos coletados. A melhor solução é escolhida e aprovada

para que seja implementada através de um projeto.

Nesta etapa do projeto, há um processo fundamental, segundo o PMI (2004, p. 45).

Trata-se do desenvolvimento do termo de abertura de projeto, documento que

26

descreve as necessidades de negócios e quais os produtos deverão ser gerados

para atender aos requisitos propostos.

A etapa de planejamento caracteriza-se segundo o PMI (2004, p. 46) pela

coleta de informações a partir de muitas fontes, permitindo desenvolver a forma

como o projeto será executado. Ainda segundo o PMI (2004, p. 48) esta etapa

apresenta 21 processos que documentam os detalhes do projeto. Os processos

desta etapa são descritos a seguir:

• Desenvolver o plano de gerenciamento do projeto: segundo o PMI (2004, p.

48) é o processo necessário para se definir, preparar, integrar e coordenar

todos os planos auxiliares do projeto. Trata-se do documento mestre para

condução do projeto em fases posteriores;

• Planejamento do escopo: processo que determina de que forma o escopo do

projeto será definido e controlado;

• Definição do escopo: processo que tem por saída a definição detalhada do

escopo do projeto;

• Criar a Estrutura Analítica do Projeto (EAP): processo cujo objetivo é

subdividir as entregas do projeto em componentes menores, que são mais

simples de se gerenciar. Esta divisão, quando documentada, recebe o nome

de EAP;

• Definição de atividade: processo de identificação das atividades necessárias

para se atingir os objetivos do projeto;

• Seqüenciamento de atividades: processo cujo objetivo é determinar a ordem

em que as atividades do projeto serão executadas, bem como as relações de

dependência entre essas atividades;

• Estimativas de recursos das atividades: processo onde são definidos quais

recursos são necessários para conclusão das atividades do projeto;

• Estimativa de duração das atividades: processo em que é determinada qual

a duração que cada atividade do projeto terá;

• Desenvolvimento do cronograma: processo que consolidação das

informações sobre atividades, durações e recursos necessários para entrega

do projeto;

27

• Estimativa de custos: processo para cálculo aproximado dos custos

envolvidos na condução e entrega do projeto;

• Orçamentação: processo de consolidação dos custos estimados para criação

de uma linha de base dos custos do projeto;

• Planejamento da qualidade: processo que foca na identificação dos critérios

de qualidade que serão adotados para aferir as entregas realizadas no

projeto;

• Planejamento de recursos humanos: processo que trata da forma como a

equipe do projeto será estruturada alem de definir quais as

responsabilidades de cada equipe ou integrante;

• Planejamento das comunicações: processo necessário para se definir de que

forma ocorrerá a comunicação entre as equipes durante o projeto,

detalhando quais meios de comunicação serão utilizados, quais as

freqüências de comunicação, entre outras informações;

• Planejamento do gerenciamento de riscos: processo que define forma como

os riscos identificados no projeto serão tratados, a fim de reduzir os desvios

causados no projeto em decorrência da ocorrência efetiva de um risco

mapeado;

• Identificação de riscos: processo no qual são identificados e analisados quais

riscos podem afetar o andamento do projeto;

• Análise qualitativa de riscos: processo cujo objetivo é analisar os riscos

identificados de modo a determinar quais suas probabilidades de ocorrência

e quais os impactos que serão gerados caso os riscos ocorram;

• Análise quantitativa de riscos: processo cujo objetivo é analisar do ponto de

vista numérico (valores e datas) quais os impactos que podem ser gerados

por cada risco do projeto;

• Planejamento de resposta a riscos: processo com objetivo de documentar as

principais ações que serão tomadas para tratamento de cada risco

levantado, uma vez que ele efetivamente ocorra durante o projeto;

• Planejar compras e aquisições: processo existente para analisar e

documentar quais compras são necessárias para o andamento do projeto e

em qual etapa elas deverão ser realizadas para evitar atrasos na entrega do

projeto;

28

• Planejar contratações: processo para analisar e documentar quais os

requisitos de produtos e serviços, de modo a identificar fornecedores em

potencial para o projeto.

Na etapa de execução, o foco das atividades concentra-se em colocar em

prática o plano de gerenciamento de projetos, selecionando a equipe e

fornecedores que participarão do projeto, bem como o iniciando efetivamente as

atividades que levarão à entrega do projeto. Esta etapa, possui 7 processos que

são descritos a seguir:

• Orientar e gerenciar a execução do projeto: segundo o PMI (2004, p. 56),

este processo existe para orientar de que forma o trabalho deverá ser

executado para que o plano de gerenciamento do projeto seja cumprido

conforme planejamento anteriormente realizado;

• Realizar a garantia da qualidade: processo existente para garantir que os

critérios de qualidade definidos na etapa de planejamento sejam atendidos

durante a execução das atividades;

• Contratar ou mobilizar a equipe do projeto: processo para alocação dos

recursos humanos necessários para execução do projeto;

• Desenvolver a equipe do projeto: processo existente para promover a

integração das equipes do projeto, otimizando o trabalho e melhorando as

entregas realizadas;

• Distribuição das informações: processo para divulgação de informações

pertinentes ao projeto;

• Solicitar resposta dos fornecedores: processo para se realizar cotações e

obter retorno sobre propostas ou ofertas realizadas;

• Selecionar fornecedores: processo para definição dos fornecedores que

atuarão no projeto.

A etapa de controle caminha paralelamente à execução, pois objetiva garantir

que o planejamento será seguido fielmente até o final do projeto. Nesta última

etapa, há esforços dedicados para identificar qualquer desvio no projeto que possa

resultar em atraso na entrega ou custo acima do previsto.

29

Nesta etapa, segundo o PMI (2004, p. 60), existem 12 processos que suportam o

acompanhamento do andamento do projeto. Estes processos são descritos a

seguir:

• Monitorar e controlar o trabalho do projeto: processo cujo objetivo é aferir e

divulgar o andamento das atividades do projeto em relação ao planejamento

executado;

• Controle integrado de mudanças: processo existente para identificar e

gerenciar as necessidades de mudanças no projeto, de modo a revisar o

planejamento e custos envolvidos;

• Verificação do escopo: processo para averiguação das entregas do projeto,

ou seja, analisar se estão de acordo com o planejamento inicial;

• Controle do escopo: processo para gerenciamento das eventuais mudanças

que sejam realizadas no escopo do projeto;

• Controle do cronograma: processo para gerenciamento de eventuais

mudanças no cronograma do projeto;

• Controle de custos: processo para analisar e gerenciar desvios no orçamento

do projeto;

• Realizar o controle de qualidade: processo de monitoração dos resultados do

projeto, com objetivo de averiguar se estão aderentes aos padrões de

qualidade definidos;

• Gerenciar a equipe do projeto: processo de acompanhamento do

desempenho das pessoas que atuam no projeto, alem do tratamento de

eventuais conflitos;

• Relatório de desempenho: processo de documentação e divulgação do

andamento do projeto;

• Gerenciar as partes interessadas: processo para gerenciar as comunicações

realizadas entre as partes interessadas no projeto;

• Monitoramento e controle de riscos: processo de acompanhamento e

gerenciamento dos riscos identificados na etapa de planejamento;

• Administração de contrato: processo existente para gerenciamento dos

serviços prestados pelos fornecedores, aferindo se o contrato firmado está

sendo cumprido.

30

Uma vez executadas as atividades previstas do projeto e alcançados os

objetivos propostos, é iniciada a etapa de encerramento. Esta, tem por objetivo

formalizar e documentar o cumprimento das metas do projeto, bem como realizar a

entrega do produto gerado ao seu solicitante.

Esta etapa possui 2 processos, descritos a seguir:

• Encerrar o projeto: processo para finalização de todas as atividades, em

todas as equipes atuantes no projeto para encerramento formal do projeto;

• Encerramento do contrato: processo específico para encerramento dos

contratos que eventualmente tenha sido celebrados entre cliente e

fornecedor.

A partir destas etapas pode-se ter um controle assertivo dos projetos, independente

de seu porte ou complexidade.

3.2 Fatores de sucesso dos projetos

O uso de técnicas de gerenciamento de projetos auxilia as corporações a

controlar os projetos em andamento de forma satisfatória, ou seja, de acordo com o

planejamento executado. A gestão pró-ativa e focada na entrega, garante o

sucesso dos projetos.

Segundo Mansur (2009, p. 1), a taxa de crescimento de sucesso operacional

dos projetos tem aumentado em média 11% a.a. devido, entre outros fatores, às

técnicas de gestão de projetos empregadas.

Tais técnicas, tem por objetivo auxiliar às equipes a seguir o planejamento definido,

bem como tratar eventuais desvios e problemas que surjam durante a execução

das atividades.

Neste cenário, há um elemento importante que contribui ativamente para

empregar técnicas eficientes de gerenciamento, garantindo por conseqüência o

sucesso dos projetos. Trata-se do escritório de projetos, cujos conceitos básicos

serão apresentados a seguir.

31

3.3 Escritório de Projetos

Segundo o PMI (2004, p. 17), o escritório de projetos é uma unidade

organizacional que centraliza e coordena o gerenciamento de projetos em uma

determinada organização. Esta unidade, também é conhecida como escritório de

gerenciamento de programas, escritório de programas, ou ainda pela designação

mais conhecida atualmente no mercado: PMO, sigla em inglês para Project

Management Office.

Esta unidade, possui atribuições estratégicas, pois auxilia e supervisiona o

andamento dos projetos, de modo a garantir entregas bem sucedidas.

Mansur (2009, p. 35) descreve as principais atribuições de um escritório de projetos

como funções de suporte, que atendem à demandas da equipe de projetos e dos

demais segmentos da corporação.

Como atribuição inicial, Mansur (2009, p. 35) afirma que o escritório de

projetos deve proporcionar o suporte aos gerentes de projeto, auxiliando-os no

acompanhamento de performance dos projetos, oferecendo suporte no

gerenciamento de riscos, além de suportar os gerentes na etapa de encerramento

do projeto e documentações atreladas.

Mansur (2009, p. 36) também descreve como função de um escritório de

projetos a atribuição de treinamento, ou seja, a necessidade de desenvolver as

habilidades e competências de gerenciamento de projetos da equipe que compõe o

PMO. Além do treinamento, o PMO também deve auxiliar os gerentes através do

processo de mentoração, em que um projeto é analisado juntamente à seu gerente

para identificar riscos e outros pontos críticos que podem influenciar a entrega final.

Um escritório de projetos, ainda segundo Mansur (2009, p. 36), deve ainda

atuar na padronização de processos e documentações.

Esta atribuição tem grande importância na rotina de um PMO, pois ao padronizar os

processos e modelos de documentos, facilita a disseminação de conhecimento,

além de melhor o acesso e consulta às informações registradas em projetos

anteriores.

32

Outra função considerada fundamental para um escritório de projetos é a de

suporte à alta direção da empresa. Isto porque os projetos criados têm por objetivo

atender à demandas de negócio definidas no planejamento estratégico. Dessa

forma, o escritório de projetos deve traduzir as informações produzidas por cada

projeto e consolida-las em relatórios encaminhados ao corpo executivo de uma

empresa.

Mansur (2009, p. 39), descreve as características que um relatório para a

alta direção deve conter. Dentre elas, destacam-se as listadas a seguir:

• Visão do todo: esta característica permite aos executivos analisar o

andamento de todos os projetos em andamento na corporação, conjunto

também conhecido por portfólio de projetos.

• Detalhamento via “Drill Down“: os relatórios devem ter a capacidade de

aprofundar seu detalhamento, de um sumario até informações detalhadas

para cada projeto, permitindo o acompanhamento, por exemplo, de projetos

considerados críticos ou estratégicos para a empresa.

• Relatórios Intuitivos: a informação deve ser disposta de forma clara,

evidente e direta.

• Relatórios Customizados: o PMO deve interagir com a alta direção para

verificar a necessidade de relatórios sob demanda, contemplando

determinadas análises.

Por fim, Mansur (2009, p. 37) afirma que um escritório de projetos deve suportar

também funções de auditoria, com o objetivo de fiscalizar os projetos de forma

permanente, permitindo avaliar se o andamento e os custos realizados estão de

acordo com as necessidades da corporação.

33

3.3.1 Tipos de escritórios de projetos

Apesar de sua importância para garantia de sucesso dos projetos em

andamento, o posicionamento do PMO na estrutura organizacional de uma

empresa pode variar. Esta variação deve-se a fatores, como por exemplo, o

alcance dos projetos executados, segmentação desses projetos em relação ao

negócio da empresa, o envolvimento de determinadas equipes, questões políticas

associadas, entre outros fatores de menor relevância.

Mansur (2009, p. 31) apresenta 4 tipos básicos de escritório de projetos, que

diferem entre si por seu posicionamento na estrutura organizacional: escritório

corporativo, escritório divisional, escritório setorial e escritório departamental de

projetos.

O escritório corporativo de projetos é considerado de maior importância

estratégica. Neste formato, o PMO encontra-se localizado dentro da alta

administração e seus projetos estão diretamente ligados aos objetivos de negócio

da corporação.

A figura a seguir ilustra o posicionamento de um escritório de projetos corporativo.

Figura 10 – Escritório de Projetos Corporativo

Fonte: Adaptado de Mansur, 2009.

Nessa estrutura de PMO, são tratados projetos considerados essenciais

para que as metas de negócio da empresa sejam atingidas. Por isso, é função do

responsável pelo escritório de projetos interagir constantemente com a alta direção

34

de modo a reportar os avanços obtidos, bem como revalidar o alinhamento

estratégico para garantir a manutenção e correta execução dos projetos.

Além do PMO corporativo, há ainda o escritório divisional de projetos. Neste

tipo de PMO, Mansur (2009, p. 32) descreve que seu posicionamento ocorre dentro

de uma determinada divisão da empresa.

Com este posicionamento, o PMO deixa de se reportar à alta direção da empresa e

passa a responder a um diretor executivo.

A figura a seguir ilustra o posicionamento de um PMO divisional.

Figura 11 – Escritório de Projetos Divisional

Fonte: Adaptado de Mansur, 2009.

O escritório de projetos divisional, passa a atender aos interesses da

diretoria onde está inserido. Por esta razão, pode existir projetos nesse PMO que

não estejam diretamente envolvidos com o planejamento estratégico da empresa,

mas que tenham como entregável parte de uma ação ou projeto maior que

atenderá aos objetivos estratégicos da corporação.

35

Mansur (2009, p. 33) descreve ainda a existência do escritório de projetos setorial.

Este tipo de PMO está posicionado dentro de um determinado setor da corporação

e responde ao gerente do setor onde está inserido.

A figura a seguir ilustra o posicionamento de um PMO setorial.

Figura 12 – Escritório de Projetos Setorial

Fonte: Adaptado de Mansur, 2009.

Como último tipo de PMO, Mansur (2009, p. 34) descreve o escritório

departamental. Neste tipo de escritório de projetos, o posicionamento está num

determinado departamento. Este tipo de escritório é responsável pela execução e

controle de projetos pontuais e de menor relevância estratégica.

A figura a seguir ilustra o exemplo de um PMO departamental.

36

Figura 13 – Escritório de Projetos Departamental

Fonte: Adaptado de Mansur, 2009.

A partir das 4 categorias de PMO apresentadas anteriormente, é possível ter uma

visão de posicionamento e atuação dos escritórios de projetos dentro das

empresas.

Capítulo 4 Escritório de Projetos de Datacenter

38

CAPÍTULO 4 – ESCRITÓRIO DE PROJETOS DE DATACENTER

Este capítulo tem como objetivo apresentar as especificidades dos projetos de

datacenter, além dos elementos que um escritório de projetos precisa ter para

subsidiar o gerenciamento eficiente de projetos de datacenter.

4.1 Projetos de Datacenter

Devido à criticidade do ambiente e de sua rotina orientada à normas e

procedimentos, um datacenter apresenta particularidades em seus projetos.

Veras (2009, p. 289) descreve que para um projeto de datacenter, as condições

abaixo devem ser seguidas:

• Simplicidade: os projetos desenvolvidos em ambiente datacenter devem ser

simples do ponto de vista técnico, ou seja, ter um escopo bem definido e

com atividades detalhadas, de modo a não gerar dúvidas quanto à sua

implantação;

• Robustez: os projetos devem apresentar segurança nas soluções que

implementarão, de modo a reduzir retrabalhos e riscos ao ambiente de

produção;

• Flexibilidade: um projeto de datacenter deve ser flexível a ponto de absorver

eventuais mudanças em normas, procedimentos e outros itens regulatórios

sem que provoque graves impactos em seu andamento;

• Modularidade: os projetos de datacenter devem ser divididos de modo a

facilitar sua implementação. Esta característica torna-se atrativa quando há

vários fornecedores envolvidos no projeto, de modo que cada um possa

executar seu trabalho minimizando os impactos às demais equipes;

• Aderência à padrões: os projetos devem ser totalmente aderentes aos

padrões definidos no datacenter, de modo a não ferir às práticas vigentes,

facilitando assim a administração pós-projeto.

39

4.2 Escritório de Projetos de Datacenter

Devido às características apresentadas anteriormente, verifica-se que um

PMO para datacenter deve ser flexível a ponto de implementar processos

exclusivos a este ambiente.

Dos processos de gerenciamento de projetos existentes descritos pelo PMI, alguns

deles podem ser adaptados de modo a otimizar o andamento dos projetos,

facilitando assim o acompanhamento e suporte por parte do PMO.

A seguir serão apresentados os processos que podem ser otimizados para melhor

atendimento das demandas de datacenter.

4.2.1 Processos de iniciação

Na etapa de iniciação do projeto, o estudo de viabilidade deve ser adaptado

aos requisitos de infraestrutura de um datacenter. Isto porque, neste ambiente, três

fatores são fundamentais para se implementar qualquer solução. São eles: espaço

físico, energia elétrica e normas e procedimentos.

Em um datacenter, os equipamentos são armazenados em armários de

servidores, também conhecidos como racks. Estes racks possuem um espaço limite

que pode ser utilizado para armazenagem de equipamentos.

Portanto, antes de se implementar qualquer projeto, é necessário realizar um

estudo de capacidade para verificar se há racks disponíveis com espaço o

suficiente para fixação dos equipamentos que compõem a solução desenhada.

Paralelamente à questão dos racks, verifica-se também a necessidade de

energia elétrica para alimentação dos equipamentos que serão implementados por

um determinado projeto. Esta demanda é geralmente apresentada com o consumo

de energia de cada equipamento. Para este item, também se faz necessária a

realização de um estudo de capacidade para avaliar a disponibilidade de energia

para alimentação dos equipamentos.

40

Para otimização do estudo de viabilidade, que culminará na elaboração do

termo de abertura do projeto, é recomendável que o escritório de projetos

implemente em sua rotina uma reunião de comitê de infraestrutura com as áreas

responsáveis do datacenter. Desta forma, a cada novo projeto estas áreas poderão

avaliar se há recursos disponíveis para atendimento da demanda, ou seja, se há

espaço em racks disponíveis e energia elétrica o suficiente para o projeto em

questão. Além disso, nesta reunião de comitê também, será possível analisar se os

projetos da pauta estão aderentes às normas e práticas vigentes no datacenter,

permitindo eventuais correções ainda na fase inicial do projeto.

Nesta reunião, recomenda-se apresentar informações detalhadas sobre as

demandas de cada projeto, utilizando-se documentos padrão.

4.2.2 Processos de Planejamento

Uma vez aprovado o início do projeto e assegurados os requisitos mínimos de

infraestrutura, tais como espaço em racks e energia elétrica, se faz necessária a

adaptação de alguns processos relacionados à etapa de planejamento do projeto

para aderência às demandas de datacenter. São eles: planejamento da qualidade,

planejamento do gerenciamento de riscos, planejar compras e aquisições e planejar

contratações.

Para o processo de planejamento da qualidade, recomenda-se que o PMO

crie uma linha padrão ou baseline, com os padrões mínimos de qualidade.

Estes padrões poderão ser obtidos junto às normas vigentes no datacenter, como

por exemplo, normas de instalações elétricas, de cabeamento estruturado, de

configuração de aplicações, de segurança de acesso entre outras.

Importante ressaltar que tais normas podem variar de acordo com o tipo de

datacenter envolvido no projeto.

Dessa forma, garante-se que os gerentes de projeto terão fácil acesso à referências

para realizarem a entrega do projeto com a qualidade esperada.

Já o processo de planejamento do gerenciamento de riscos deve ter maior

atenção e flexibilidade. Isto porque em um datacenter é comum que um rack seja

41

dividido por vários clientes. Dessa forma, ao se realizar intervenções num rack que

já contém equipamentos em produção, é necessário analisar quais riscos cada

intervenção pode trazer não somente ao projeto em andamento, mas também aos

demais ambientes e equipamentos presentes nos racks.

Para este processo, recomenda-se que o PMO realize análises quantitativa e

qualitativa dos riscos englobando não só o projeto em questão, mas também os

ambientes que compartilham os racks envolvidos, quando aplicável.

Com relação aos processos de planejar compras e aquisições e planejar

contratações, recomenda-se que eles sejam tratados de forma conjunta pelo PMO.

Devido ao fato da maioria dos projetos de datacenter envolver compra de novos

equipamentos, o PMO pode criar uma reunião periódica de comitê de compras,

onde são apresentadas e avaliadas as necessidades de compras de todos os

projetos em andamento.

Como principal vantagem na adoção desta prática, está a possibilidade de se

agregar as compras de vários projetos, permitindo otimizar as negociações com os

fornecedores e obter melhores prazos de entrega em decorrência do volume

comprado.

4.2.3 Processos de execução e controle

Durante as etapas de execução e controle dos projetos de datacenter,

verifica-se a necessidade de se adaptar os processos descritos a seguir:

distribuição das informações, controle integrado de mudanças e controle de escopo.

Para o processo de distribuição das informações, verifica-se a necessidade

de envolvimento dos responsáveis pelos demais equipamentos e ambientes que

eventualmente compartilhem o mesmo rack com o projeto que está em andamento.

Esta prática proporciona o correto envolvimento dos clientes que podem ser

afetados pelo projeto em andamento, reduzindo a ocorrência de riscos ou

problemas em fases avançadas do projeto.

Dessa forma, o PMO deve incluir no plano de comunicação do projeto, o envio de

comunicados a estes responsáveis informando sobre a implantação do projeto, as

42

intervenções que serão feitas nos racks e possíveis impactos que podem ser

gerados.

Esta postura de envolvimento dos responsáveis pelos demais ambientes existentes

nos racks envolvidos no projeto também se aplica ao processo de controle

integrado de mudanças. Uma vez que for identificada a necessidade de mudança

no projeto que possa afetar os demais usuários de um rack, deve-se envolve-los

para realização de uma avaliação conjunta.

O processo de mudança de escopo também deve ser adaptado de modo a

submeter toda alteração de escopo à nova análise do comitê de infraestrutura do

datacenter. Esta avaliação permitirá verificar se a mudança de escopo proposta

demandará infraestrutura adicional e se ela afeta algum ambiente produtivo ou vai

de encontro à alguma norma vigente.

4.2.4 Processos de encerramento

Na etapa de encerramento, há o processo de encerrar o projeto. Este

processo pode ser alterado pelo PMO, transformando-o em uma reunião de

passagem do projeto à produção. Nesta reunião estarão presentes as equipes de

projeto e produção e serão encaminhadas à equipe de produção toda a

documentação necessária para que o ambiente recém implementado possa ser

operado.

Conclusões e Recomendações

44

CONCLUSÕES

Este capítulo tem por objetivo registrar as conclusões obtidas através deste

estudo, tecer considerações, sugerir recomendações finais e, por último, propor

futuras investigações nesta área do conhecimento. Antes, serão revistas

novamente as questões de pesquisa deste trabalho:

1. Quais são os elementos principais de um escritório de projetos?

2. Quais as características de um projeto de datacenter?

3. Quais as especificidades de um projeto de datacenter?

Em suma, esta pesquisa chegou às seguintes conclusões:

1º CONCLUSÃO: Para a existência de um escritório de projetos, são necessários

elementos que suportem às rotinas de gerenciamento de projetos no ambiente.

Entre elas, destacam-se a padronização de documentações e processos, emissão

de relatórios para as partes interessadas e alta direção, acompanhamento de

performance dos projetos, além de suporte e treinamento aos gerentes de projeto.

2º CONCLUSÃO: Segundo Veras, um projeto de datacenter tem como

caracterísitcas principais a simplicidade, robustez, flexibilidade, modularidade e

aderência às normas e padrões. Tais características permitem que os projetos de

datacenter sejam concisos em seu escopo e sua implementação seja realizada de

acordo com os padrões vigentes no datacenter.

3º CONCLUSÃO: Um projeto de datacenter tem por especificidades processos de

gerência que devem ser trabalhados de modo a torna-los aderentes às questões de

infraestrutura. Em um datacenter há constantemente a divisão de espaço entre

diversos ambientes e clientes. Por isso, se faz necessária uma gestão ativa de

riscos, comunicação e mudanças, permitindo identificar possíveis impactos no

ambiente e trabalhar para que os riscos sejam minimizados.

45

RECOMENDAÇÕES

• Estudar os processos de gerenciamento de projetos propostos pelo PMI:

flexibiliza-los à realidade do datacenter.

• Efetuar um trabalho de padronização de documentações: analisar eventuais

deficiências que as documentações padrão tenham e adéqua-las às

necessidades de um projeto de datacenter.

FUTURAS PESQUISAS

À luz das conclusões deste trabalho, pode-se apontar para a direção de

futuras investigações, tais como :

• Definir metodologia específica e otimizada para projetos de datacenter: criar

uma metodologia dedicada à projetos de datacenter poderia agregar valor ao

negócio de uma empresa, uma vez que alem de um escritório de projetos

dedicado a este ambiente, haveria também uma metodologia focada no

andamento de projetos desse tipo, permitindo maximizar a produtividade e

geração de resultados.

• Elaborar treinamento específico para formação de gerentes de projetos

especialistas em ambiente datacenter: não basta ter uma metodologia de

gerenciamento de projetos de datacenter. É necessário realizar treinamento dos

gerentes de projetos de modo a capacita-los na gestão de projetos desta

modalidade. É importante realizar pesquisas para identificar quais pontos

deverão ser incluídos nesses treinamentos, possibilitando a formação de

gerentes de projetos hábeis na condução de projetos de datacenter.

46

A LUZ DAS CONCLUSÕES

A tecnologia da informação é considerada hoje pilar dos negócios nas

empresas modernas. Dessa forma, manter sua infraestrutura é uma tarefa

fundamental no cotidiano corporativo. O datacenter surge como item de grande

valia para a tecnologia de informação, uma vez que consolida os equipamentos que

permitem manter uma empresa conectada e com seus dados de negócio

disponíveis em tempo.

Nesse contexto, se faz necessário implementar técnicas que otimizem o

gerenciamento de projetos dedicados à datacenter. Suprir esta demanda significa

atender aos requisitos de negócio de forma ágil, fazendo da tecnologia da

informação parceira dos negócios de uma empresa.

Referências

48

REFERÊNCIAS . Livros

VERAS, Manoel. Datacenter: componente central da infraestrutura de TI. Rio de Janeiro: Editora Brasport, 2009.

MANSUR, Ricardo. Escritório avançado de projetos na prática. Rio de Janeiro:

Editora Brasport, 2009. VERZUH, Eric. MBA compacto, gestão de projetos. Rio de Janeiro: Editora Campus,

2000. MUTO, Claudio Adonai. Exame PMP: a Bíblia: manual para certificação. Rio de

Janeiro: Editora Brasport, 2008. SNEDAKER, Susan. Como ter sucesso em gestão de projetos. São Paulo: Editora

Digerati Books, 2006. RIBEIRO, Antonio de Lima. Teorias da administação. São Paulo: Editora Saraiva,

2004. SILVA, Adelphino Teixeira da. Administração básica. São Paulo: Editora Atlas, 2006. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. Rio de Janeiro:

Editora Elsevier, 2003. PMI - Project Management Institute. Um guia do conjunto de conhecimentos em

gerenciamento de projetos. Pensylvania USA: PMI Inc., 2004

Webliografia IT TEAM. Implementação de Projetos. São Paulo, 2011. Disponível em:

<http://www.it-team.com.br/implementacao.php>. Acesso em: 12.fev.2011. REINHARD FELLNER. Different Strategies. Disponível em:

<http://fellner.reinhard.com/different_strategies.htm>. Acesso em: 10.jan.2011.

49

LOGIC HP. HP’s Houston data center “Cisco-free,” twice as efficient. Disponível em:

<http://www.logichp.com/2010/04/21/hps-houston-data-center-cisco-free-twice-

as-efficient/>. Acesso em: 10.jan.2011. SMUGMUG. Server Room. Disponível em:

<http://billmorton.smugmug.com/Computers/Server-Room/1241825_RN9tJ#58199594_aWx9m>. Acesso em: 10.jan.2011.

SCHAFER. Armarios para servidores climatizados. Disponível em: <http://www.directindustry.es/prod/schafer-it-systems/armarios-para-servidores-climatizados-36208-356347.html>. Acesso em: 10.jan.2011.

Normas ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e

documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: informação e

documentação: citações em documentos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: informação e

documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio de Janeiro, 2005.

Glossário

51

GLOSSÁRIO Arquitetura: conjunto de atributos da máquina que se deve compreender para que consiga programar e operar um computador. Baseline: linha de base comparativa. Padrão seguido para efeito de comparação. Cliente-servidor: arquitetura de computador em que o computador cliente se conecta à um servidor para obtenção de informações. Desempenho: característica que mede o rendimento de determinado componente ou item. Disponibilidade: critério de informação que determina a facilidade de acesso de um determinado dado em uma empresa. Drill Down: modalidade de acesso da informação em que uma informação é apresentada de forma macro, mas permite visualização de detalhes conforme demanda. Escalabilidade: característica de um determinado sistema ou ambiente que consiste em permitir expansões em seu tamanho decorrente do aumento da demanda. Escopo: especificação sobre quais atividades serão executadas num projeto. Gerenciabilidade: característica de um determinado sistema ou ambiente que consiste em ser gerenciável, ou seja, permitir que seja gerenciado seguindo determinados padrões. Mainframe: computador de grande porte dedicado ao processamento de um

grande volume de informações.

Servidor: computador com função dedicada, geralmente atrelada ao fornecimento de informações via sistema. Segurança: critério de informação que consiste na proteção de dados e seu acesso somente por pessoas autorizadas. Virtualização: tecnologia em que um único computador físico simula a existência de diversos computadores, através de divisão dos recursos computacionais.