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Informativo dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do ES - 29 de abril de 2011 - Distribuição: Garoto

Domingo é dia de festa

e dia de luta

O dia 1º de Maio é a principal data co-memorativa da classe

trabalhadora. Foi cria-da para homenagear as lideranças sindicais presas e enforcadas nos Estados Unidos, por liderarem uma longa greve no final do século XIX pela redução da jor-nada de trabalho. E ano após ano, cada comemoração homenageava novas lideranças, celebrava a alegria por novas conquistas e a denunciava a exploração que ocorria nos locais de trabalho.

A partir da década de 30, o governo Getúlio Vargas transformou a comemoração do Dia do Trabalhador em grandes manifestações que defendiam a união dos trabalhadores e dos patrões. A data passou a ser conhe-cida como Dia do Trabalho, e não mais do trabalhador, escondendo as injustiças e a exploração.

A partir da década de 80, o movimento sindical voltou a valorizar a comemoração desta data, trans-

formada em dia de luta, de denúncia e de mani-festação.

Ao lado, vemos Lula, li-derança sindical nos anos 80 e 90, em uma dessas comemorações, em São Paulo. Abaixo, a realização de um protesto na Ásia, na comemoração do dia primeiro de maio do ano passado.

O Sindialimentação aproveita a data para realizar um dia de confraternização, que anima os trabalhadores a fortaleceram sempre mais o seu sindicato.

Só com esse apoio e com essa participação é possível lutar. Só assim o nosso sindicato pode defender os interesse de todos os traba-lhadores.

Churrasco, show e bingo marcam comemoraçãoA CUT (Central Única dos Trabalhadores) vai co-memorar o dia 1º de Maio com várias atividades. Quem não pode ir na confraternização do nosso Sindicato, pode participar das atividades promo-vidas pela CUT. A programação começa às 9 horas, na Praça dos Namorados, seguindo com uma ca-minhada até o Posto Esso, na Praia de Camburi. A partir das 12h30, shows com Bruna Olly, Raissa & Ravel e Flávia Mendonça e Banda. Às 15h30 haverá um Ato político e o evento encerra às 16 horas, com show do Grupo de Samba “Nosso Sentimento”.

O objetivo do Sindialimentação é comemorar o Dia do Trabalhador com muita descontração, em um ambiente

que propicie entrosa-mento e confraterni-zação entre diretores, trabalhadores e seus familiares. Ao lado, mapa para chegar ao Sítio Riacho das Pedras, em Guarapari, para quem vai com carro próprio.

Tem colegas se estranhando. Tem operador recla-mando de auxiliar, tem auxiliar discutindo com operador. Tem supervisor destratan-do subordinado, tem subordinado irritado com supervisor.

É um cobrando do outro, provocan-do um trágico efeito dominó.

Mas por que os ânimos estão tão exaltados dentro da Garoto? O que está por trás desses eventos?

Não é preciso investigar muito para descobrir que a grande culpada é a Nestlé, que trans-formou locais de trabalho em ambiente caóticos, como nunca se viu na história da Garoto.

A sobrecarga de trabalho ocorre praticamente em todas linhas. A grande maioria está ro-dando na jornada 6X2. Pelo acordo que possibilita essa jornada, o certo era a empresa contratar mais trabalhadores. Mas não é isso que está acontecendo neste momento. Apesar

O caos se instaurou na Nestlé, por conta do estresse, fazendo colegas de trabalho se estranharem e se ofenderem mutuamente.

da jornada 6x2, a empresa não contratou ninguém e, pior ainda, demitiu muita gente.

Essa sobrecarga de trabalho e as exigências crescentes do produtivi-dade não proporcionam as condi-ções necessárias para se conviver harmoniosamente. A empresa quer bater recordes de produção,

mas não oferece estrutura para que os trabalhadores possam trabalhar.

Além do adoecimento físico, cresce o adoecimento por contra do estres-

se. As doenças psicossomáticas se intensificam na medida em que o trabalhador se angustia

com a pressão, com a falta de consideração, com o desres-

peito... Tudo isso culmina em

adoecimento mental e físico, num ciclo vicioso que leva ao

esgotamento do trabalhador. A Garoto deveria produzir apenas produtos de choco-late. Mas tem produzido doenças e mais doenças.

“Ele é muito ignorante. Só sabe cobrar, cobrar, cobrar...

Não conversa com a gente”.

“Não suporto mais ter trabalhar desse jeito. Tratam a gente como

se fossemos bicho!!!”

“É muita exigência e pouco reconhecimento. A gente veste a camisa, e a empresa

tira o couro”.

A INCRIVEL FÁBRICA DE DESTRUIR SERES HUMANOS

Sindicato na Defesa dos AposentadosO departamento jurídico do

Sindialimentação realizou dia 19 de abril, uma assembléia com os aposentados de nossa categoria, para apresentar as ações que estão sendo desenvolvidas.

O Sindicato ingressou com duas ações em defesa desses trabalhadores que trabalharam durante toda a sua vida dentro da empresa. A primeira visa o direito à assistência médica e odontológica, hoje concedido

apenas para alguns trabalhadores que se aposentaram na gestão Nestlé. A segunda ação é sobre o direito ao Seguro de Vida.

Além disso, o sindicato con-tinua na Justiça para garantir o direito de receber brindes de Páscoa e Natal, concedidos para toda a categoria. Um justo reco-nhecimento da dedicação que tornou a Garoto uma das maiores empresas brasileiras de produção de chocolates.

Esse dia não deveria existirOs dias comemorativos costumam homenagear perso-

nagens importantes e fatos marcantes na história de um povo.

Como o dia 21 de abril, dedicado a Tiradentes. Ou o dia 23 de maio, que marca o início da colonização no Espírito Santo.

Mas não deveria haver o dia 28 de abril, o Dia Interna-cional das Vítimas de Acidentes de Trabalho.

Mas tem!!!Tem porque o número de vítimas de acidentes de traba-

lho é muito grande. É absurdo. É desumano.Tem para nos lembrar que esse número precisa diminuir,

diminuir, diminuir, até acabar.E por que ainda não acabou? Porque as empresas fazem

as contas e, sempre que prevenir acidentes for mais caro do que pagar os custos de quem se acidentou, elas prefe-rem deixar o trabalhador correr o risco de se acidentar.

Além disso, as empresas são responsáveis pelo paga-mento do salário do trabalhador acidentado durante os primeiros 15 dias de afastamento médido. Depois o problema passa a ser do INSS, do Estado.

É essa lógica que impera nas empresas. Se os gastos com um trabalhador acidentado fosse maior do que com a prevenção, certamente elas iriam investir em medidas para evitar acidentes e doenças.

Em outras palavras, a verdade é sempre a mesma: as empresas só se interessam pelo dinheiro. Pelo trabalhador, o interesse é ZERO.

O Sindialimentação foi anfi-trião do Encontro Internacional da Rede VidaViva, realizado entre os dias 08 e 10 de abril em Vila Velha. O encontro contou com a participação de repre-sentantes da África do Sul, Mo-çambique, Alemanha, Canadá e Colômbia além de monitores de diferentes categorias de oito es-tados onde o Programa Vidaviva é implementado.

Durante o encontro os parti-cipantes debateram as mudan-ças que ocorrem no mundo do trabalho e seus impactos para a saúde dos trabalhadores. A análise é de que praticamente em todos os países os trabalha-dores estão enfrentando uma situação de maior precarização do trabalho com aumento consi-derável da informalidade entre os trabalhadores.

Cada vez mais o emprego efe-tivo tem dado lugar a trabalhos temporários.

Há um aumento exponencial do número de adoecimentos entre os trabalhadores e também de aciden-tes de trabalho resultantes da pres-são para o cumprimento de metas abusivas de produção. O Stress tem sido um dos principais fatores de

adoecimento. “É interessante observar que esse

quadro é o mesmo em todos os países, independente de serem países desen-volvidos ou em desenvolvimento. É um grande desafio unificar as lutas dos trabalhadores em torno do tema da saúde do trabalhador. Nos senti-mos honrados em recepcionar este encontro em nosso estado”, afirmou Linda Morais, durante o encontro.

Os monitores da Rede VidaViva também apresentaram os impactos

da implementação do programa nos locais de trabalho. Muitos sindicatos, conseguiram inserir o tema da Saúde nas negociações salariais garantindo avanços sig-nificativos.

O mesmo aconteceu em países como Alemanha e Moçambique que desenvolveram pesquisas participativas nos locais de traba-lho que resultaram em mudanças nas condições de trabalho para preservação da saúde dos traba-lhadores.

“Algumas de nossas negocia-ções resultaram, inclusive, na con-tratação de mais trabalhadores para reduzir os índices de adoe-cimentos e acidentes nos locais de trabalho. O que aprendemos com a experiência brasileira é para nós

bastante valioso”, afirma Helder Con-solo, Coordenador da Rede VidaViva em Moçambique.

O Sindialimentação foi um dos pri-meiros sindicatos no Brasil a desen-volver o Projeto VidaViva, que agora tornou-se rede. A Coordenação da Rede no Brasil está a cargo da direto-ra Mara Lira. Atualmente o programa está sendo desenvolvido em cerca de 50 sindicatos de diferentes setores produtivos.

Internacionalização da luta pela SaúdeEncontro realizado em abril reuniu representantes da África do Sul, Moçambique,

Alemanha, Canadá e Colômbia além de educadores de oito estados brasileiros

28 de abril

Sindialimentação. Coordenador da Comunicação: Elifas Nascimento. Jornalista: Paulo Soldatelli. Estrada Jerônimo Monteiro, 1732, Vila Velha, ES. Telefone: 3339.5027. E-mail: comunica.sindi@terra.br.

Por uma CIPA consciente e lutadora

Quem nunca viu um colega de trabalho doente ser mandado em-bora?

Quem não presenciou um colega ser responsabilizado pelo acidente causado por más condições de trabalho?

Essas situações não podem con-tinuar. E lutar contra elas é uma das responsabilidades dos novos cipeiros.

Durante um ano, os novos cipei-ros têm a tarefa de representar os trabalhadores na defesa da vida e da saúde. Por lei, os cipeiros têm estabilidade no emprego e poderes para poder cobrar dos patrões as medidas necessárias para melhorar as condições de saúde e de seguran-ça no local de trabalho.

Têm poderes, por exemplo, de parar uma linha que esteja agredindo a saúde ou pondo em risco a vida dos trabalhadores.

Nem sempre é isso que os ciperios fazem. A Nestlé aproveitou a CIPA para fazer pesquisa e outros serviços para a Segurança do Trabalho, desviando o cipeiro da sua função verdadeira: atuar dentro do setor de trabalho vendo as condições de segurança, tais como dispositivos de seguranças em máquinas e velocidade das máquinas, pois são causas de doenças ocupacionais, e essas doen-

ças também são consideradas Acidentes de Trabalho.

Lógico que as empresas não querem reconhecer essa situa-ção. O objetivo é maquiar as si-tuações de risco, negar a relação entre as condições de trabalho e as doenças e os acidentes.

Esperamos, portanto, que os novos cipeiros desempenhem bem o seu papel. Que procurem estar de olhos bem abertos para a redução dos postos de trabalho

nos setores, pois isso gera sobre-carga de trabalho e como conse-quencia, mais doenças.

Por tudo isso, é responsabili-dade dos cipeiros estar cobrando da direção da empresa melhores condições de trabalho.

Os cipeiros podem contar sempre com o seu sindicato. O Sindialimentação procura ofere-cer cursos para que os cipeiros se sintam mais seguros e confiantes na sua atuação.

Vale lembrar que a estabilidade é válida durante o mandato de um ano e mais um ano após o término do mandato. Assim, cabe a você, futuro cipeiro, que terá pela frente dois anos de estabilidade, dada pelo voto dos tra-balhadores, botar a cara na frente e lutar pela melhoria das condições de saúde e segurança na empresa.

Nesta quinta e sexta-feira, os trabalhadores da Garoto elegem os novos integrantes da Cipa, a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. Nos próximos 12 meses, os novos cipeiros terão a responsabildiade de lutar pela prevenção de doenças e de acidentes na Garoto

Parabéns aos novos eleitos

Está nojenta a situação das caixas de esgoto do res-taurante que ficam na entrada dos vestiários da Garoto. O problema já tem vários meses. O mau cheiro é insupor-tável e quando essas caixas entopem é pior ainda. Elas esburram exalando um cheiro horrivel, e aí, quando os caminhões chegam para desentupir as caixas, quem está por perto sente até vontade de vomitar.

Na última terça-feira, as caixas esburraram em frente ao serviço médico, um local onde a higiene é fundamental. Um diretor do Sindicato presenciou fato, observando os profissionais tendo que passar por cima de sujeira.

NojeiraMau cheiro no vestiário e no serviço médico

Se o problema é sério para quem passa pelo local, é ainda pior para quem trabalha fixo naquele local. Esse é o caso dos funcionários do serviço médico, dos seguranças de portaria, dos responsáveis pela limpeza dos banheiros, do pessoal da sala de fisioterapia... Em outras palavras, são muitos trabalhadores sem boas condições de trabalho.

Tudo indica que as caixas de esgoto e tubulação não suportam mais a quantidade de lixo que nelas são jogadas. A empresa deve providenciar, o mais urgente possível, a construção de novas caixas e colocar uma rede de esgoto mais grossa.

O interesse da empresa é maquiar os fatos e esconder acidentes,

para atingir a bravata do ACIDENTE ZERO