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Muito Além da Hierarquia MANDELLI, Pedro. Muito Além da Hierarquia. 8. ed. Editora Gente. São Paulo, 2007. Gerir passa a ser atribuição de qualquer pessoa, em todos os níveis das organizações. Ensinar os porquês e os comos para cada um assumir a gestão de seus resultados e por meio desse processo gerar aumento de credibilidade. Estrutura do livro: Parte 1 – Cenário de mudanças; Parte 2 – Como não ser gerido pela equipe; Parte 3 – Como gerir sua equipe; Parte 4 – O trabalho com os pares; Parte 5 – Formulando sua receita; Parte 6 – Gerindo a si próprio. Parte 1 – Capítulo I – Entendendo as forças da natureza Na empresa do inicio dos anos 1990, as empresas eram difíceis para o consumidor.

Muito Além Da Hierarquia

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Muito Além da Hierarquia

MANDELLI, Pedro. Muito Além da Hierarquia. 8. ed. Editora Gente. São Paulo,

2007.

Gerir passa a ser atribuição de qualquer pessoa, em todos os níveis das

organizações. Ensinar os porquês e os comos para cada um assumir a gestão

de seus resultados e por meio desse processo gerar aumento de credibilidade.

Estrutura do livro:

Parte 1 – Cenário de mudanças;

Parte 2 – Como não ser gerido pela equipe;

Parte 3 – Como gerir sua equipe;

Parte 4 – O trabalho com os pares;

Parte 5 – Formulando sua receita;

Parte 6 – Gerindo a si próprio.

Parte 1 –

Capítulo I – Entendendo as forças da natureza

Na empresa do inicio dos anos 1990, as empresas eram difíceis para o

consumidor.

Nestas condições,dentro da empresa o topo da organização definia o que devia

ser feito, e a base fazia. O meio da pirâmide tinha uma função clara: levar para

a base as tarefas e trazer para o topo os problemas encontrados para realizá-

las. O gestor intermediário sentia-se seguro em sua posição e transmitia essa

sensação de estabilidade aos subordinados, que por sua vez, lhe eram servis,

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porque estar bom com essa gerência significava um passaporte para a

promoção.

A estratégia adotada pelas organizações limitava-se a repetir o desempenho

passado e projetar o crescimento futuro sem propor nenhuma mudança

substancial no modelo de gestão. Havia uma espécie de software

organizacional, um modelo de pensar e agir que se apoiava em alguns pilares

básicos e imutáveis: a estrutura organizacional, o arranjo físico, os

instrumentos de gestão, o ritual de gerenciamento e a tecnologia instalada.

Estrutura organizacional

A esperança das pessoas residia no tamanho da estrutura, que por isso não

era mudada sob pena de causar grande impacto motivacional no meio e nas

bases da pirâmide empresarial.

Arranjo físico

Ao ser promovido a gerente, o profissional passava a ter direito a uma sala com

características especificas de tamanho, luminosidade e privacidade. As

pessoas sentiam-se donas de áreas da empresa e construíam o que

atualmente consideramos “feudos organizacionais”.

Instrumentos de gestão

Pouco claros e precisos que obrigava os níveis mais altos da hierarquia a

buscar informações com os gestores intermediários. Dominar a informação

significava ter poder, e não havia, portanto, nenhum interesse em apromorar os

instrumentos de gestão. Era através desse descontrole sob domínio que o meio

da pirâmide garantia acesso ao topo.

Ritual de gerenciamento

Os níveis hierárquicos mais baixos “lêem” como os gestores trabalham e se

adaptam a essa forma, conquistando com isso a sua zona de conforto.

Entendemos como zona de conforto o espaço no qual o proibido e o permitido

estão claramente definidos.

Tecnologia instalada

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Ajudar a dominar a tecnologia instalada na empresa garantia poder,

principalmente quando participou da instalação desta.

A gerência intermediária entendeu esses pilares desta forma:

Pilar Influência no comportamento

Estrutura organizacional Esperança e status de conforto

Arranjo físico Domínio territorial

Instrumentos de gestão Poder de acesso e influencia

Missa organizacional Conforto no relacionamento hierárquico

Tecnologia instalada Exercício de poder no processo decisório.

Enfim, ao ingressar em uma empresa pela base da pirâmide, a pessoa

entendia que, se adequasse o seu comportamento a esse modo de agir e

pensar organizacional e conhecesse em profundidade os processos e a

tecnologia da empresa, teria o aval para uma carreira de sucesso: o

conhecimento estava dentro da empresa.

Ao entrar na década de 1990, esse modelo foi submetido à tempestade do

processo de globalização e aos ventos e raios da competitividade. Surpresas,

as empresas tomaram como primeira medida cortar gente, e gente da base e

não se sustentaram em nenhum avanço de tecnologia de gestão.

Os gerentes intermediários foram apresentados muito rapidamente a uma nova

realidade, a empresa passa a exigir que eles pensem como o presidente e

exigiu uma forte interação com os pares, a eliminação de trabalho e a

capacidade de fazer com que equipes reduzidas trabalhassem em dobro e

motivadas.

Como esse processo foi muito rápido e imposto de cima para baixo, fez com

que essa gerência passasse a desconfiar da organização: “não estou mais

seguro. Perdi minha função principal, que era de levar as metas à base. Além

disso, a empresa não garante mais minha posição e sinaliza que carreira a

aperfeiçoamento são problemas meus. Exige motivação e alta performance

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para que, como gestor, eu possa servir de exemplo para a equipe. Eu preciso

ser e estar inteiro na empresa.”.

Neste mesmo período, inovação passou a ser o diferencial competitivo. Era

preciso fazer o mesmo produto com mais qualidade, que passou a ser alvo de

altos investimentos, como se fosse este o passaporte para a competitividade.

Que trouxe dois fatores de destaque:

1. O pessoal da fábrica teve que ser intensamente treinado, o que

amadureceu relacionamento entre a empresa e o trabalhador da base.

Tratando-o como adultos, reunindo-os em uma sala para darem suas

idéias.

2. Os principais executivos das empresas terem sido orientados a se

aproximar das bases para “vender” as idéias e a emoção do futuro da

organização para os profissionais da produção.

Qualidade hoje, pode ser considerada como o mínimo obrigatório, ou seja, não

é diferencial competitivo, mas, se faltar, é restritiva de mercado.

Por isso, iniciaram-se os movimentos de redução dos níveis hierárquicos e de

terceirização, agora da gerência intermediária, isso já na segunda metade da

década. Todos os processos foram redesenhados e houve uma enorme busca

por melhores práticas e padrões de desempenho para reconstruir o modelo de

gestão e produção.

Todas essas mudanças foram importantes sob o ponto de vista do aprendizado

organizacional: a aprendemos a trabalhar em processos, de forma horizontal,

com os clientes internos e em equipe, sempre buscando a inovação. Inovar é

fazer a empresa custar menos, fazer a própria área custar menos, com um

nível melhor de atendimento interno e externo.

No contexto deste tempo, as estruturas eram hierarquizadas e as pessoas

podiam se esconder atrás do tecnicismo, do paternalismo e das formulas

prontas para resolver os problemas que surgissem. Quase por si só, os

resultados apareciam e, assim, gerenciar podia ser, simplesmente, dar-se bem

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com os outros, tomar conta da equipe e resolver os problemas rotineiros, por

vezes incendiários.

Capitulo II

Gerir tarefas não dá resultado

Profissional que trabalha com foco na tarefa, está numa zona de conforto,

esquivando-se da gestão por resultados. Quando indagado sobre desempenho

e contribuição de seu trabalho, somente faz queixas e traz dificuldades,

deixando implícito que a culpa é da empresa.

Para superar esse obstáculo ao desenvolvimento profissional, primeiro faça o

autodiagnóstico, responda:

Que nível de resultado você pretende alcançar no próximo período?

Que resultado seu cliente externo e interno espera de você neste

período?

Que indicadores de resultado você acompanha e sobre os quais você

promove alavancagem de resultados?

Com que freqüência você repensa e procura seus clientes internos

sobre a necessidade de aumentar o desempenho de sua área?

Sua equipe está comprometida com o plano de alavancagem de

desempenho?

Qual é o padrão de desempenho em sua profissão, mas fora da

empresa?

Se suas respostas não vierem de imediato, é provável que você esteja

trabalhando arduamente, mas ainda focado nas tarefas, cumprindo metas de

cima para baixo.

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Quando um gestor do “modelo antigo” faz um curso de gestão moderno, ele

volta afirmando que foi muito positivo, mas que é de difícil aplicação. Porque:

Se sente impotente para implantar mudanças;

É muito cômodo para ele trabalhar no modelo atual, com instrumentos e

técnicas que já domina;

A própria bagagem profissional – o conjunto de crenças e práticas – que

impede a assimilação de novos conceitos.

Diferença entre ser e estar gerente

Gerentes estão sempre criando rituais para coordenar tarefas do dia-a-dia,

organizando comitês para buscar soluções conjuntas para os problemas, mas

não para comprometer as pessoas em torno de um resultado.

Na década de 1980, a literatura que mais vendia era dos livros técnicos, porque

se entendia que o Brasil precisava disto na época, já na década de 1990, foram

os livros sobre gerência. Podemos dizer que os cargos de gerência foram

ocupados por técnicos se habilidade para desenvolver atividades interpessoais,

muito menos para empreender sob condições de risco. Então surgiram técnicas

para a solução de problemas e a condução de reuniões, cursos na área

comportamental e de análise transacional e, finalmente, cursos de gerência de

pessoas.

A essência da gerência não é a tarefa, mas o resultado contínuo e crescente.

Se o seu gestor cobra tarefas, você igualmente puxa sua equipe para o curto

prazo e, dessa forma, reforça a prática contínua de realização de tarefas.

Descrição de procedimentos é descrição de tarefa. Isso porque todo o esforço

é voltado para o controle das atividades rotineiras. Quanto maior o nível de

orientação para a tarefa, mais os gerentes controlam as pessoas, os detalhes e

menos o resultado a ser atingido.

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Uma carreira exige mais do que a empresa pede

Diante da elevada carga de tarefas e da comunicação difícil, as organizações

muito hierarquizadas perderam o foco em resultados.

O profissional orientado para a tarefa trabalha muito, sempre nas mesmas

coisas, e nunca tem tempo para desenvolver sua competência, testar novas

tecnologias ou visitar outras empresas.

Portanto um profissional de gestão deve manter-se muito ativo na empresa e

também fora dela, prestando um bom serviço à organização e, ao mesmo

tempo, garantindo sua posição no mercado.

Para fazer um autodiagnóstico a respeito de sua competitividade profissional,

basta expor-se ao mercado em busca de nova colocação. As perguntas feitas,

atualmente, em uma entrevista de seleção são muito diferentes daquelas de

cinco anos atrás. Hoje perguntam sobre nossas inexperiências, nossos erros,

as inovações que fizemos, como vemos nossos pares, nosso chefe, a equipe.

Se as respostas forem dadas no enfoque antigo, o mercado coloca seu

currículo no arquivo morto. Nossa cabeça tem que mudar. E a ênfase nos

resultados é a primeira grande mudança.

Gestor tarefeiro, equipe alienada.

Uma reclamação constante dos gestores é a falta de compromisso dos

funcionários com o desempenho da área. É bom lembrar que é o gerente quem

forma a equipe, e faz isso de acordo com a bagagem que possui. Se valoriza

demais a técnica e a tarefa, é com essa mentalidade que moldará os

subordinados.

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Grande parte dos gestores acredita que formar pessoas não é sua atribuição.

Espera que a área de recursos humanos faça isso. Eles não são preparados e

pensam que formar é adestrar.

Paternalismo e Motivação

O primeiro fator de desmotivação são as tarefas repetitivas e de ciclo curto,

pautadas por padrões rígidos descritos em processos de trabalho. Os

funcionários se habituam às regras, aos problemas, ao baixo desempenho e

desenvolvem um elevado grau de tolerância, o que inibe e descaracteriza a

necessidade de busca de melhoria de desempenho, que anestesia os sentidos.

Em organizações paternalistas, as áreas de treinamento limitam-se a fazer o

levantamento das necessidades e inscrever funcionários em cursos sobre

técnicas modernas – aqueles que estiverem na moda. A maioria, porém, não

consegue implementar o que aprende.

Muitas gerações de profissionais se formaram acreditando que deviam

lealdade à empresa e ao chefe. Uma vez desligadas da organização, essas

pessoas percebiam que não tinham competência e preparo porque haviam sido

leais à empresa e não à profissão, ou melhor, à própria carreira. As

organizações paternalistas acostumaram os funcionários a contar com estimulo

externos para motivá-los e impulsioná-los: promoção por tempo de casa, plano

de carreira, aumento por mérito (lealdade ao chefe), tolerância às restrições, ao

mau desempenho, baixo turnover. Os gestores de hoje são cobrados por

desempenho muito acima da média anterior e têm também de obtê-lo de suas

equipes. Mas se não mudarem a forma de tratar seus funcionários,

conseguirão muito pouco.

As novas gerações de profissionais, não conhecem o paternalismo. Os novos

profissionais não gostam de ser tratados como crianças que não sabem nada.

A percepção de risco é a base da formação pessoal.

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A desintegração no meio da pirâmide organizacional

Em empresas sem flexibilidade é comum a área de vendas não atingir as

metas estabelecidas e a produção não dar conta das quantidades vendidas.

Surgem os conflitos entre as áreas e é comum o gestor entrar numa de

mediador desses conflitos, perdendo o foco estratégico.

Outro fator que contribui negativamente para a integração é a avaliação de

desempenho vertical. Para ser verdadeira, uma avaliação de desempenho

deve ser horizontal: são os clientes internos que devem avaliar o desempenho

dos funcionários.

Assistimos hoje a um completo desmantelamento das teorias clássicas de

administração e da ética da hierarquia. A estrutura por especialização está

sendo quebrada pelas células de produção, adotadas com sucesso em

qualquer parte da organização. É preciso eliminar o estoque de “desconfiança”

existente na organização.

Capitulo III

Dois fatores são fundamentais para quem tem o objetivo de se tornar um gestor

pronto para os novos tempos da economia globalizada:

Consciência do cenário enfrentado

pelas empresas.

Autodiagnóstico claro e preciso das

próprias falhas e capacidades

profissionais.

Existem comportamentos que ajudam a realizar tarefas, mas nem sempre

colaboram para os resultados da organização.

Muitas vezes assumimos essa postura sem perceber, premidos por nossas

ansiedades e desejos e até pelas circunstancias apresentadas pelas empresas.

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A empresa paga para que você aprenda

Imagine uma organização que:

As políticas e a missão estão claramente definidas;

Os funcionários estão altamente motivados e trabalham com foco em

resultados;

A empresa possui um mercado cativo crescente;

As inovações ocorrem por inércia, sem a necessidade de esforço para

implantá-las;

Os resultados são suficientemente positivos para garantir a qualidade de

vida a todos.

Essa empresa não existe e se existe não precisa de gerentes, pois não tem

dificuldades a vencer.

A empresa é o único lugar onde você é pago para pôr em prática o que já sabe

e fazer experiências, errar para aprender. As organizações são um laboratório

de formação profissional.

Temos que estar preparados para obter resultados com os problemas apesar

das dificuldades.

Fuja do triturador de talentos

O processo é este: a empresa dá mais trabalho para as pessoas mais

talentosas, antigamente, as empresa as promoveria e lhe daria mais recursos,

hoje dá mais trabalho. Sobrecarregado, esse gerente começa a ter menos

participação perante os pares e o chefe.

Verifique em sua agenda, na última semana, que atividades você desenvolveu

com o objetivo de reduzir trabalho. É muito provável que nenhuma. E fique

atento, pois quem diz que está sem tempo para reduzir trabalho já está dentro

do triturador, de cabeça para baixo. Assim, dedique parte do seu tempo a

eliminar tarefas.

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O estilo “eu sou a solução do problema”

Gestor “Zorro”.

Só aparece na cidade quando há problemas. Surge do nada, saca a espada e

enfrenta dos bandidos, enquanto os moradores ficam assistindo à luta, seguros

e protegidos. Não ajudam em nada, mas ficam por perto, recolhem um cesto do

chão ou mandam as crianças para dentro. Outra característica dele, é que

nunca mata um bandido, só os espanta: depois de dominá-lo, faz sua marca

com a ponta da espada, monta em seu belo cavalo e vai embora e só

apresenta suas características quando está de máscara.

Equipe de gestor-herói só cuida da rotina, longe dos riscos. Gerente e equipe

acreditam que o chefe é a solução. É comum o funcionário consultar primeiro o

chefe mesmo sabendo como solucionar o problema. Gerentes assim, gostam

de ser avaliados pela quantidade de problemas que resolvem no dia. Não

gostam de passar o dia inteiro em planejamento buscando inovações.

No final da tarde, próximo do horário de ir embora, os funcionários começam a

te entregar os problemas para serem resolvidos hoje, pois se não, amanhã

tudo pára. Te entregam o macaco, alguns são bonzinhos e te entregam um

saguizinho, mas este não tem graça, e como eles já conhecem o gerente-herói

irão te trazer um gorilão enorme. Como você não tem tempo para resolver no

trabalho, coloca-os macaquinhos em sua jaulinha particular, a sua pasta. E eles

vão até conversando com você no carro, indo para casa...

Abandone a máscara de zorro e faça a equipe mostrar do que é capaz.

Você precisa mudar?

Para a empresa, o alerta de mudar é dado pela perda de mercado, margem,

caixa ou clima organizacional. Para os profissionais, esse alerta costuma

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chegar junto com uma carta de demissão. Mas existem indicadores que podem

ajudar o gestor a identificar a necessidade de mudança, seja nele ou na

empresa toda.

O estilo heróico geralmente conduz a dois tipos de perfil:

1. O técnico que virou chefe.

São técnicos que foram promovidos a gestores na área em que estão. Eles não

são gestores, apenas viraram chefes. Em geral, sabem mais do que a equipe

e, por isso, sentem-se provedores de solução para tudo.

Ficha de Auto-avaliação:

Indicadores Raramente acontece

Ocorre com certa

freqüência

Ocorre normalmente

1. Prazos vencidos: uma sensação de que tudo o que chega para ser feito já deveria estar pronto.2. Acúmulo de trabalho: impressão de que a jornada atual de trabalho é insuficiente e de que é preciso ir para a empresa no sábado para tentar pôr as coisas em dia.3. Flexibilidade da estrutura: sempre que você precisa de um esforço adicional, tem de pedir ajuda à equipe, convencê-la da importância essa necessidade. A estrutura está orientada para a tarefa.4. objetivos imprecisos: você não consegue perceber com clareza para onde tem que ir, limita-se a cumprir as tarefas.5. Objetivos conflitantes: parece que você está na contramão, decidiu ir para um lado enquanto os outros vão para outro.

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6. Gargalo: a rotina anda e pára. Você precisa interferir para que ela volte a andar e sua área parece atravancar o fluxo da rotina.7. Sucesso no passado: seu atual desempenho é insatisfatório, mas no passado você foi bem-sucedido e sempre faz menção aquele momento de “glória”.8. Crescimento da equipe: ela quer novos horizontes, quer crescer, mas você segura isso com estratégia pessoal.9. Estrutura inchada: por falta de clareza de foco, há trabalhos realizados sem necessidade, como relatórios que “alguém pode precisar, é bom ter” etc. Isso requer mais pessoas, acarreta acúmulo de trabalho e falta de tempo.10. Pressão: você se sente constantemente pressionado, por cima e por baixo, e nem sempre a cobrança corresponde a reais necessidades.11. Freqüente mudança de prioridades: tão logo você as estabelece, descobre que já não são mais aquelas, parece que tudo é prioritário.12. Ênfase excessiva na atividade: sua área transformou-se em um cartório, só cuida da rotina, não há espaço para pensar.

Este estilo apresenta várias desvantagens: desvio do foco em resultados para

o foco em obediência ao chefe, uso exclusivo das técnicas mais conhecidas

por ele, atrofia do potencial de desenvolvimento da equipe, anulação e

autoconfiança dos subordinados e centralização de poder.

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2. Vão que eu vou atrás

É uma espécie de técnico-chefe, mas não tem essa garra toda para atuar. Para

ele gerenciar é conseguir que o trabalho seja feito pelos outros.

Comportamentos

Estilos heróicos (tipo Zorro)Gerente Técnico Tocador

Planejamento Não usa, não gosta. Participa: vai às reuniões, ajuda a prepará-las, dá sugestões e defende.

Integração Não trabalha de modo integrado, mas quando requisitado com jeito é prestativo.

Alta

Motivação Aparentemente é baixa, mas na realidade é alta. Impõe resistência, mas quando assume veste a camisa.

Aparentemente é alta, mas na realidade é baixa. Não gosta de fazer.

Crescimento Embotado. Limitado. Cresce enquanto o mercado é favorável, porque basta ir tocando. Ao atingir uma posição mais alta tem habilidade para inovar.

Contribuição da equipe

Baixa Baixo, porque ele não traz problemas.

Velocidade na solução de problemas

Baixa. Mesmo sendo rápido, só pode resolver um problema de cada vez. Para ele é alta, pois considera que faz mais depressa do que qualquer outro funcionário.

Alto, pois como ele quase não traz problemas os problemas que ele apresenta são resolvidos com velocidade. Escolhe problemas que possam agregar valor à sua imagem.

Resistência a mudanças

Alta. Adoro mudanças na área dos outros.

Baixa. Dá sugestões para a mudança e outras áreas, mas resiste se sua for mexida.

Nível de conflito

Alto. Trabalha na vertical e faz estupros organizacionais.

Baixo. Ele é um apaziguador, um harmonizador.

Qualidade de trabalho

Duvidosa. Em virtude da correria e do acúmulo de atividade, as soluções costumam ter a exata amplitude do curto prazo.

Questionável.

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Avaliação do Nível de Proatividade Gerencial

Postura Passiva – Dinossáurica

Apatia e indiferença ao que ocorre no mundo externo;

Não gostam de participar de reuniões, nem de seminários e outras

atividades em grupos;

Não reage, não se adapta e não inova, só trabalha;

Sobrevive no curto prazo, mas se o mercado continuar competitivo está

fadado à extinção;

Postura Reativa – Camaleônica

Observa as tendências do ambiente e procura acompanhá-las;

Tira o máximo proveito das forças externas favoráveis, observando e

incorporando a tendência para se proteger;

Reagem à mudança, mas se adaptam a ela e não inovam;

Sobrevivem no longo prazo, porque as empresas gostam de pessoas

com esse perfil, já que fazer qualquer coisa que lhes seja pedida.

Trabalham muito e estão sempre correndo;

São verdadeiros carregadores de piano.

Postura Proativa – empreendedora

Conhece e sabe se submeter às forças externas a sua vontade,

necessidade e controle;

Está sempre buscando novidades e informações.

Lidera, tenta convencer os outros;

Antecipa-se aos movimentos;

Sabe adaptar-se e inovar;

Sobrevivem a longo prazo e lideram os processos de desenvolvimento.

É desse perfil que as empresas precisam.

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Parte II – Criando Músculos para Remar

Capítulo IV – O que é um Gestor Além da Hierarquia (GAH)

Quando alguém valoriza muito o conhecimento técnico, toma-se uma solução

em busca de um problema, estes têm um perfil tecnicista.

Por outro lado, existem pessoas com tendência natural a valorizar os outros,

assim como os processos de crescimento próprios e os do grupo no qual estão

inseridas, com um perfil desenvolvimentista, a estes chamaremos de GAH.

Um tecnicista tem dificuldade em aprender o gerenciamento além da

hierarquia, pois ao estudar uma matéria técnica é só esgotar o assunto e

praticar. Quanto mais se pratica, mais hábil fica.

Com gestão é diferente, são tantas variáveis que é preciso ampliar a dimensão

do conhecimento.

Em gestão não se domina, formula-se uma idéia e dá-se um passo. No meio do

caminho, é preciso reformular para dar um novo passo. Na verdade o GAH,

pensa grande para fazer pequeno, porque sabe que se pensar pequeno, só

conseguirá fazer algo menor ainda.

A grande vantagem é que não é preciso autorização de ninguém para fazer

essa transformação profissional: ela vai depender somente das mudanças que

você estiver disposto a fazer em suas crenças e práticas.

O comportamento de um gestor, portanto, deve ser coerente com suas

crenças, pois esse é o norte de seus funcionários. Quando um chefe prestigia

um funcionário tarefeiro e um que pensa nos problemas e dá idéias, a equipe

não sabe quais são seus valores e, como tendência natural, segue o caminho

mais fácil, que é ficar apenas na execução de tarefas.

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Sua equipe existe porque você não conseguiria fazer tudo sozinho. Então a

função do grupo é ajudá-lo. E para isso, precisam estar em constante

crescimento e desenvolvimento.

Um GAH precisa valorizar a real competência do funcionário, esperando dele

ma real contribuição na tomada de decisões e uma contribuição efetiva para

melhorar os resultados da área.

Como é impossível assumir todos os problemas sozinho, o gestor deve trazer

para si somente aqueles que envolverem riscos maiores e menores prazos.

O único fator que mantém um grupo unido é a clareza dos resultados

esperados. Para garantir a união da equipe, os objetivos devem desafiar a

inteligência.

Um GAH disponibiliza todos os conhecimentos ao seu alcance para ajudar a

equipe a crescer.

Estando definida a expectativa de resultados a equipe trabalhará em função

deles, e o controle será desnecessário.

Cabe ao gestor, promover o crescimento dos profissionais de sua equipe.

Simplifique processos, elimine tarefas, mas principalmente, não dê todas as

respostas mesmo que as tenha disponíveis. Isto é simplifique, mas não facilite

o trabalho. Estimule os profissionais a encontrar as respostas.

Lembre-se: um gerente fraco com uma equipe forte é forte. Um gerente forte

com uma equipe fraca é fraco. E um gerente fraco com uma equipe fraca não é

nada.

A atuação de GAH, apóia-se em:

Formar, de maneira constante, uma equipe com risco compartilhado;

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Promover o desenvolvimento contínuo das aptidões individuais dos

subordinados;

Formar e determinar, em comum com a equipe, a visão de futuro do

processo.

O limite do gestor técnico é fazer com que a rotina ou as metas aconteçam e

resolver os problemas recorrentes. O limite do GAH, além de viabilizar as

metas e a rotina, é levar a equipe à conquista do conhecimento enquanto

resolve os problemas e evocar o espírito de aprendizado excelência, resultados

e autogestão.

Isso te dará uma equipe em alta performance.

Capitulo V – Como entender o perfil da tripulação

Cinco disfunções do time, segundo Lencioni (2002):

Falta de Confiança

Aversão ao Conflito

Falta de Comprometimento

Falta de coragem

Conformismo

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Falta de Confiança

É a causa-raíz de um grande problema, e dela derivam diversos efeitos

colaterais;

É a crença de que as pessoas de quem dependemos irão cumprir

nossas expectativas;

É acreditar, é crer para ver, é atitude doadora que significa

vulnerabilidade;

Quanto maior o controle, menor a confiança, menor o empowerment,

maior sonegação de informações, maior distanciamento entre as

pessoas.

Costuma-se chamar o desempenho da equipe de desempenho

adaptado, ou seja, não vai além do que o alto controle pode produzir.

Para definição de confiança, é preciso ser claro na expectativa.

Está lastreada em três pilares básicos:

o Resultados é premissa para que a confiança se instale;

o Demonstração de preocupação o risco está sendo cuidado

com atenção;

o Integridade ética, honestidade, consistência e

responsabilidade.

Um time com alta confiança é mais vulnerável, pois todos sabem suas

fraquezas, porém criam um senso de compromisso mutuo que elimina

possíveis conseqüências negativas. O líder deve sair na frente, mostrando-se

vulnerável e conquistando o espaço de confiança dos liderados. Pessoas em

times com altos níveis de confiança, se comportam desta maneira:

Pedem ajuda;

Aceitam sugestões de pessoas externas às suas áreas de atuação;

Admitem fraquezas e erros;

Fornecem o benefício da dúvida antes de chegarem a conclusões

negativas sobre os participantes;

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Focam energia nos assuntos importantes e não em politicagem interna;

Cumprem as expectativas uns dos outros e avisam com antecedência

quando percebem que não conseguirão cumpri-las;

Apreciam mutuamente as experiências compartilhadas no grupo e

gostam de estar juntos;

Demonstram preocupação com os outros e correm riscos por eles

oferecendo ajuda e feedback;

Conhecem a vida pessoal uns dos outros e sentem-se à vontade em

discutir assuntos dessa área.

Receio de Conflitar

Falta de confiança leva ao medo de conflitos.

Precisamos diferenciar o conflito construtivo do predatório. O primeiro foca as

idéias e s conceitos e visa à obtenção de soluções melhores com

conseqüências mais bem pensadas, economizando tempo e energia. O outro,

é baseado nas pessoas, nas diferenças, em vez de serem de idéias são

pessoais.

Para serem tratadas e vencidas, as diferenças precisam aparecer.

Pessoas demonstram que não receiam conflitos quando:

Extraem e exploram idéias de todos os participantes não deixando

pessoas à parte;

Resolvem problemas rapidamente e de modo objetivo conseguem

convergir sem disputas pessoais apaixonadas;

Minimizam a politicagem interna;

Priorizam os pontos críticos e discutem até os pontos mais difíceis;

Realizam reuniões interessantes e cheias de energia.

Falta de Comprometimento

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Eventual receio em conflitar leva à falta de comprometimento.

O importante é que o grupo esteja disposto a consentir com a decisão tomada.

Mesmo sendo voto vencido no grupo, eu vou sustentar a decisão como se ela

fosse minha. Assim, posso não concordar com ela no plano do pensamento,

mas preciso estar absolutamente comprometido com ela no plano das ações e

da comunicação com todos na empresa.

Pessoas que demonstram compromissos comportam-se da seguinte maneira:

Lutam por clareza e divulgam o direcionamento e as prioridades;

Buscam alinhamento do time em torno dos mesmos objetivos;

Desenvolvem habilidade de perceber rapidamente quanto tomaram

decisões erradas, mudam rapidamente e aprendem com os erros;

São rápidas e não hesitam nos processos decisórios e se aproveitam de

oportunidades que se apresentam devido a essa velocidade;

Conhecem o trabalho dos pares e sabem como contribuir e argumentar

com eles;

As reuniões terminam com os participantes tendo certeza do

comprometimento comum e com ações claras do que precisa ser

realizado.

Falta de Coragem para responsabilização

Grupos que não evitam a responsabilização:

Garantem que performances inferiores sofrerão pressão para melhorar;

Não hesitam em se questionar para identificação de problemas;

Criam respeito mútuo e admiração pela alta performance;

Evitam burocracia na gestão de performance e ações corretivas e a

tratam de maneira mais informal;

Possuem baixa tolerância com baixas performances;

Desafiam-se mutuamente quando a planos e abordagens.

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Conformismo em relação ao resultado coletivo

A falta de responsabilização lateral leva os participantes da equipe a pensarem

somente em sua área, voltando a atenção às próprias necessidades e

formando os famosos feudos, silos ou castelos, como gostamos de chamar as

áreas que olham apenas para o próprio umbigo.

As equipes precisam estar atentas aos resultados globais e coletivos, e não

apenas a suas metas individuais.

Um time que enxerga resultado coletivo demonstra isso através das seguintes

atitudes:

Denuncia e minimiza atitudes individualistas;

Aproveita o sucesso e sofre agudamente com as falhas;

Consegue reter funcionários orientados a resultados coletivos;

Possui indivíduos que subordinam interesses individuais aos coletivos;

Os integrantes são lentos em buscar créditos por suas contribuições

pessoais, mas rápidos ao apontar contribuições de outros;

Fala-se mais do time do que dos indivíduos (mais “nós” e menos “eu).

Conhecendo melhor a Equipe

O gestor precisa ter a habilidade de perceber as motivações e emoções dos

outros. Para isso deve reconhecer os próprios sentimentos e buscar empatia:

“No lugar dele eu sentiria raiva ou motivação? Sentiria medo ou felicidade?”

Matrizes para análise:

Estágios de maturidade da equipe;

Capacidade de trabalho e aprendizagem;

Relacionamento social e ajuda mútua;

Page 23: Muito  Além Da  Hierarquia

Preparo para o desempenho atual e futuro.

Conhecendo estes itens o gestor não estará somente sabendo de

características da equipe, mas também sobre o seu estilo.

Evolução da Maturidade da Equipe:

Segundo Bradford & Cohen, os estágios de maturidade são:

Há um estágio zero, chamado de comando-controle, que se resume à seguinte

condição: eu mando, vocês obedecem. É o estágio mais infantil da gestão de

pessoas. O primeiro estágio – participação – o grupo inicia o trabalho em

conjunto e nele as pessoas estão apenas se conhecendo melhor e estudando o

terreno. Esse estágio costuma ocorrer um fenômeno interessante no

comportamento das pessoas: quando você abre a participação ao grupo,

rapidamente os integrantes se organizam em sub-grupos – que é o segundo

estágio – de acordo com suas opiniões, idéias e afinidades. Cada subgrupo

cria uma proposta e a considera a melhor. Criam-se equipes dentro da própria

equipe. Esse estágio é confortável para os participantes pois se sentem mais

fortes por não estarem sozinhos. Mas, eventualmente, as diferenças são

comentadas apenas dentro do subgrupo são explicitadas. O conflito vem à

tona. Chega-se então ao terceiro estágio: o do confronto entre os subgrupos.

Do zero ao terceiro estágio tudo acontece de maneira natural e você nem

sequer precisa intervir. Os conflitos e o caos surgem sem que haja a liderança,

e se você não perceber isso, vai achar que aquelas pessoas não sabem

trabalhar. Na realidade é o gestor que não estava agindo para amadurecer a

equipe.

É um período de difícil atuação para o gestor. Em cada subgrupo surge um

líder. É o momento de você formar um time com eles, que foram identificados

espontaneamente como formadores de opinião internos da área. Ao criar essa

diferenciação – o quarto estágio – os subgrupos são rompidos e as pessoas

começam a perceber que existem objetivos muito maiores e mais abrangentes.

Após reagrupar os grupos, você atinge o quinto estágio, o do

compartilhamento, quando as pessoas fazem suas próprias definições, têm

iniciativa, compartilham os riscos e se preocupam com o rumo da equipe.

Podemos entender cada uma dessas etapas por meio de importantes variáveis:

Page 24: Muito  Além Da  Hierarquia

Confiança e compromisso;

Autonomia e foco;

Comunicação e troca de informação;

Tomada de decisão;

Visão abrangente;

Clima e relacionamento;

Autogerenciamento;

Resultado da área.

Variáveis Participação Subgrupos Confronto Diferenciação Responsab. Compartilhada

Confiança e compromisso

Exposição e risco assumido baixos. Compromisso é verbalizado mas não concretizado

Desconfiança velada entre os subgrupos. Compromissos com os objetivos dos grupos

Controle aumenta. Chefe precisa agir intensamente. Confiança alta dentro do subgrupo

Começam a surgir sinais de real compromisso. Aumenta risco assumido da ruptura da confiança cega dentro do subgrupo

Alta confiança entre as pessoas do grupo. alto compromisso genuíno entre os objetivos da equipe.

Autonomia e foco Alta dependência do chefe. Baixa autonomia dos participantes. Dificuldades de discernir o importante

Subgrupos procuram espaços para seus interesses e são reticentes a todo o restante.

Discussões entre subgrupos. Manobras para obter poder com a chefia.

Autonomia diferenciada pelos indivíduos conforme assunto. Concordância relativa sobre a importância dos assuntos

Indivíduos têm ampla autonomia e nenhuma intervenção do chefe. Todos sabem o que deve ser feito.

Comunicação e troca de informação

Intensa e abrangente porém com pouca profundidade

Focada no subgrupo. Aumenta clareza das diferenças entre os subgrupos

Discussões mais francas e diretas. Por vezes fortes e defensivas. A comunicação é insuficiente

Clara percepção de abertura para falar e ouvir, principalmente entre os subgrupos. Inicio de coragem para dar feedback

Excelente, rápida, direta, objetiva. Feedbacks abertos e construtivos. Disponibilidade ampla para falar, ouvir e discordar.

Tomada de decisão

Influenciada pelos mais extrovertidos e falantes

Cheia de impasses, o chefe interfere. Os subgrupos fecham os assuntos antes

Torna-se um jogo de poder. Informação vira arma e é usada contra os oponentes. Muitas vezes o chefe têm dificuldade no processo

Participação ampla de todos no processo de discussão. Apoio geral

Consensual coletiva quando necessário, individual quando um apenas domina o assunto

Visão abrangente Baixa, confusa, sem profundidade

Percebida mas deixada em segundo plano por causa da agenda do subgrupo

Usada apenas quando interessa ao subgrupo

Discutida no grupo de forma aberta. Algumas vezes predomina o

As metas abrangentes são priorizadas em detrimento das metas locais

Page 25: Muito  Além Da  Hierarquia

foco individual com clareza e discernimento

Clima e relacionamento

Calmo, sem conflitos, sentimentos ocultos. Relações cuidadosas e polidas

Clima normal da equipe. Ótimo nos subgrupos

Hostil, algumas vezes áspero entre os participantes

Diferenças entre os participantes começam a ser aceitas e respeitadas. Ajuda mútua começa a ser presenciada

Alta solidariedade e sociabilidade entre os participantes. Há apoio expressivo e desacordos são prontamente resolvidos.

Autogerenciamento Inexistente, mas o grupo ainda não sente falta dele

Percepção da necessidade crescente, mas discutida apenas em pequenos grupos

Usado como arma contra oponentes para conseguir atenção do chefe

Ciclotímico. Surge forte de vez em quando, mas desaparece

Presente e discutido sempre que necessário. O grupo ocupa o lugar do chefe liberando-o para desafios superiores

Resultado da área Desempenho bom. Muito dependente da atuação do líder.

Resultados das subáreas soa bons, mas o resultado do todo é somente satisfatório

O resultado perde um pouco a atenção, que está voltada para o conflito interno instalado muito embora ele seja mencionado como forma de culpar os outros

Notável melhora em relação ao desempenho da etapa anterior. Resultados muito bons e com baixo desgaste interno

Excelente, superior e incontestável. Reconhecido pelas demais áreas da empresa.

Capacidade de trabalho e aprendizagem

Quatro grupos:

1º. Trabalham muitos, mas aprendem pouco. Transformam um problema

simples em complicada questão, parecem empenhadíssimos mas a produção é

medíocre, são chamados de acomodados reivindicadores.

2º. Aprendem muito, mas trabalho que é bom nada. São os debatedores

conceituais.

3º. Habitantes. Integram o grupo que trabalha pouco e não se empenha em

aprender. Pessoas que trabalham sem correr riscos, porque o gerente com dó,

aumenta a zona de conforto de seus funcionários, assumindo todos os

problemas.

Page 26: Muito  Além Da  Hierarquia

4º. Os profissionais são focados no trabalho e demonstram alta capacidade em

aprender. Formado por pessoas com visões e princípios iguais, formando uma

unidade de propósito, esse tipo de equipe é chamado de comunidade.

Capacidade

De Trabalho

+

-

Acomodados

reinvidicadores

Comunidades

Habitantes Debatedores conceituais

+ -

Capacidade de Aprendizagem

Relacionamento social e Ajuda Mútua

1º. Sociedade dos amigos de bairro: não o ajuda em nada mas tem um ótimo

relacionamento entre seus integrantes. Semelhantes aos habitantes. São muito

articulados fora da empresa por sua rede de relações e interesses (são

parentes uns dos outros, casados com colegas, etc.)

2º. Mercenário: relações pouco intensas, o trabalho é individualmente intenso,

mas só ajudam mediante troca. Quem provoca isso é o gerente, pois no

momento da admissão a pessoa chega com emoção, porém se mal

gerenciado, em dois ou três meses o funcionário sente-se sem reciprocidade:

“estou ganhando aquele salário para fazer tudo isso?!”

3º. Independentes: não são orientados pelo relacionamento nem pela ajuda

mútua. Não se comportam como grupo. Dentro do grupo existem vários

comportamentos. As equipes são frias, a emoção geralmente está colocada em

outras dimensões da vida e não no trabalho.

Page 27: Muito  Além Da  Hierarquia

4º. Competitivos competentes: alto nível de relacionamento e alto nível de

ajuda baseada na troca, desde que não seja financeira. Está situada entre as

equipes entre as que trabalham muito e aprendem muito.

Capacidade de

trabalho

+

-

Sociedade de amigos

de bairro

Competitivos competentes

Independentes Mercenários

+ -

Capacidade de Aprendizagem

Preparo para o desempenho atual e futuro

Atual

+

-

Carregadores de Piano Estrelas

Nós-cegos Talentos

+ -

Futuro

Carregadores de Piano: muito bem preparados para o desempenho atual pois

conhecem tudo o que compõe o cenário presente.

Page 28: Muito  Além Da  Hierarquia

Talentos: prontos para tudo o que virá, mas ainda vacilam no que está

acontecendo agora.

Estrela: está preparado tanto para o que existe hoje como para o que virá no

futuro.

Nós-cegos: não estão preparados nem para o momento presente, nem para o

que virá no futuro e precisam de treinamento intensivo.

Matriz Múltipla

Segundo Paul Evans, do Insead, uma das maiores business schools do mundo:

Humor;

Amor;

Significado

Humor Amor Significado DesempenhoAlegre Afável Obra Responsável

Triste Rude Tarefa Imposto

Primeiro observe o grupo trabalhando e procure sentir o clima, se é triste ou

alegre. Não falo de bom humor ou mau humor, pois são características

individuais e até momentâneas. O segundo é o relacionamento entre as

pessoas é rude ou afável. A terceira base diz respeito ao significado, ou seja,

se sua equipe está realizando tarefas ou unida para que cada um signifique um

valor adicional ao currículo.

Se o clima é triste, o relacionamento é duro, a equipe realiza tarefa porque não

tem outro jeito e, mesmo assim, com alto desempenho, é sinal que o gestor

trabalha impondo níveis de performance.

Page 29: Muito  Além Da  Hierarquia

Existem situações em que um grupo fica quase irrecuperável. Uma delas é

quando as pessoas percebem que, mesmo mantendo o clima ruim e a

performance pífia, o nível de segurança continua alto. Como gestor,

especialmente no modelo de GAH, você não terá muita chance. São equipes

formadas por pessoas imaturas que não sabem o que fazer, porque há um bom

tempo não estudam, não se relacionam e não se empenham mais. Caso seja

essa a sua conclusão, os primeiros movimentos como gestor terão de ser muito

bem avaliados. É muito provável que para iniciar o processo de transformação,

você precisa identificar imediatamente quem terá que ser substituído. Essa é a

forma de reduzir o nível de segurança e investir na recuperação pelo menos de

uma parte da equipe.

Capitulo VI – Exercitando a tripulação

Sempre exercite o desenvolvimento contínuo da equipe. Primeiro para você,

gestor, elimine trabalho.

O segundo passo para criar equipes de alta performance é ajudá-los a assumir

riscos.

Quando alguém vier te trazer um problema, peça ao funcionário para avaliar

segundo 4 perspectivas: se não fizer nada, qual o risco? Se fizer tudo, qual o

risco? E para que pense também em duas alternativas intermediárias entre o

tudo e o nada a fazer, e qual o risco delas também. E peça para que te

apresente em forma de um quadro, em um papel ou flip. Adotando esta prática,

você estará mostrando a eles como você raciocina e aos poucos estarão

tomando decisões sozinhos. Mas não interrompa este processo por motivo

algum, pois senão tudo voltará como antes, eles sempre ficarão te trazendo os

“macaquinhos” para você solucionar. Lembre-se: pouca gente quer crescer por

si própria, a maioria deseja “ser crescida”.

Page 30: Muito  Além Da  Hierarquia

Você não pode deixar que a equipe gerencie o seu tempo.

Anote em um quadro, as decisões que foram tomadas e monte um quadro

contendo um período de dias, e marque em quantas vezes neste período o isso

volta a acontecer. Depois reúna a equipe e diga que daqui em diante, terão de

decidir sobre aqueles pontos que tem se repetido tantas vezes.

Assim você começa a adotar um estilo de gerência diferente. Agora a rotina

acontece e a equipe resolve os problemas decorrentes dela e até que tem

provem o contrário, você deve confiar em seus funcionários.

Não adianta o gerente continuar assumindo trabalhos que não são seus numa

realidade nova. Exija muito mais da sua equipe, porque a empresa está

exigindo muito mais de você.

Este processo todo faça somente com alguns integrantes da equipe. Aqueles

que você avaliou com algum potencial para a mudança. Os outros

provavelmente os chamarão de puxa-sacos, mas, a essa altura, essas pessoas

já estarão adaptadas ao seu novo estilo de gestão. Escolha então um no novo

funcionário para fazer parte desse grupo. No começo este ficará meio perdido,

mas logo entrará no ritmo dos outros. Gradativamente vá envolvendo outros

até que toda a equipe esteja no processo decisório. Perceba que para mudar

os valores, você começou a formar uma equipe dentro da própria equipe.

Dica: não deixe nenhum funcionário fazendo sempre a mesma coisa por muito

tempo. Sempre deixe um trabalho que exija “músculo” e outro que exija

“cérebro”, para não ficar acomodado.

Estimule a participação em seminários e workshops externos pela empresa, só

peça aqueles que forem que devem comparar o que viram na feira, com o que

tem na empresa, se tinha algo na feira que na empresa não temos e o que

perdemos não tendo isso aqui...

Lembre-se que no estilo GAH, um funcionário promove e é promovido como

reconhecimento por seu crescimento profissional.

Page 31: Muito  Além Da  Hierarquia

Capitulo VII – Terra à vista

Formar e determinar, em comum com a equipe, a visão do processo.

Visão mudança de patamar que levará a área do gestor ao nível de

destaque compatível com as necessidades da organização.

Primeiramente, conceituando:

Processo:

É algo que transforma uma coisa em outra. Espera-se que a segunda coisa

seja maior que a primeira, ou seja, o processo deve agregar valor à

organização.

Aquilo que entra no processo é chamado de Insumo.

O que é gerado no processo é chamado de Produto.

O produto portanto, deve ser algo tangível, mesmo que se trate de serviços.

Medidores de Desempenho

Como posso medir o desempenho de meus processos e produtos?

Eficiência: fazer algo da melhor forma possível.

Eficácia: fazer o que precisa ser feito de forma certa.

Os indicadores nos mostram se estamos progredindo ou regredindo em relação

à visão.

Dica 1: não complique. Os indicadores devem ser fáceis de medir e

acompanhar, se for preciso fazer medições estatísticas avançadas, algo está

errado.

Page 32: Muito  Além Da  Hierarquia

Dica 2: não se preocupe com o passado. Levantamentos de histórico só

demandam tempo e recursos. O que passou, passou. Se definiu o que medir,

comece imediatamente.

Dica 3: não demore muito a escolher o indicador. Se ele se mostrar difícil de

acompanhar, escolha outro e pronto.

Dica 4: meça ganhos e não perdas. Por exemplo: não meça tempo fora do ar,

meça tempo disponível.

Contextualize a empresa

Identifique como ela compete no mercado e como os clientes a procuram, se é

por preço, solução ou inovação. Descubra qual é o diferencial competitivo que

mais coloca você antecipado às mais diversas situações. Nessa hora surgirá a

pergunta que não quer calar: “como minha área pode alavancar a estratégia da

empresa para conquistar clientes?”.

Entendidos os processos, insumos, os produtos, os medidores de eficiência de

eficácia e o foco competitivo de sua empresa, agora é preciso contextualizar o

fluxo global da organização, para ajudar a responder à pergunta anterior.

Toda empresa tem 3 tipos de processos que precisam fazer parte da

estratégia:

1. Na cadeia de valor e crítico (agrega valor no curto prazo): comprar,

produzir, entregar.

2. Na cadeia de valor e fundamental (dá vantagem competitiva no médio

prazo): engenharia de produto.

3. Fora da cadeia de agregação de valor na relação produto/cliente:

registro de pessoal.

Se seu processo for do 01, busque as melhores práticas no mercado e use

para melhorar seu processo. Faça benchmark e lembre-se: sempre haverá

melhores. É fundamental buscar o estado da arte se for do processo 02 e se for

Page 33: Muito  Além Da  Hierarquia

do 03, busque no mercado uma empresa que faça o mesmo trabalho e faça

melhor.

Estabeleça a performance desejada

Se souber qual é a situação atual pode decidir uma projeção dos resultados

que deseja atingir. Essa é a combinação da eficiência com a eficácia ou

efetividade.

Ao conjunto de medidas para se atingir o patamar desejado, chamaremos de

plano de aumento de resultados (PAR), também serve para lembrar que o

aumento de resultados que obtivermos também é para os nossos pares.

Analisando o contexto, o gestor pode decidir em quatro estratégias básicas:

sobreviver, manter, crescer ou desenvolver.

Plano de Aumento de Resultados

Ação Responsável Data de Termino Resultado

Esperado

O plano deve ser feito para 6 meses, acompanhado nos 2 primeiros e refeito no

terceiro, tendo em vista o que foi conseguido. Os planos devem ser mudados

sempre que se sentir mudança de foco ou no ambiente.

Elimine as afirmações abaixo do seu vocabulário de GAH:

1. Gestores não sabem cobrar resultados: esta afirmação perde o sentido,

pois o gerente desenvolvimentista tem clareza de resultados e

mecanismos para atingi-lo.

2. Os gerentes não formam subordinados: o GAH conhece sua equipe e

sabe no que precisam ser desenvolvidos.

Page 34: Muito  Além Da  Hierarquia

3. Os gerentes não motivam seus funcionários: o GAH sabe que o desafio

da capacidade é o único fator real de motivação, portanto, faz caber à

equipe trazer soluções pois ele as faz conhecer a sua capacidade.

4. Os gerentes não se integram: o GAH conhece seus clientes,

fornecedores e busca a melhoria do resultado, isso propicia a verdadeira

integração.

5. Os gerentes não defendem a empresa: o GAH vê a empresa como seu

cliente, e assim, a defende.

Parte 3 – Remando contra a maré

Capitulo VIII - Elevando o ritmo das batidas

Quando você comunica todo o processo de mudança (PAR, processos,

produtos, etc), 15% das pessoas irão aderir de imediato, pois estavam

esperando um momento para mostrar o que sabem ou conseguir mais espaço

na organização, outros 15% resistirão de imediato, por 4 motivos:

1. Ameaça a atual posição na organização;

2. Perda de poder;

3. Interesses pessoais maiores que os da equipe;

4. Expectativas frustradas.

Dos 70% restantes do grupo, formam dois grupos distintos, os 35% positivos,

dependem de bons exemplos, ao verem que os 15% estão indo bem, tendem a

segui-los. Como em uma maratona, muitos competidores do grupo do meio,

não ouvem o tiro de largada, começam a correr ao verem os participantes da

frente começar a correr.

O grande problema de um processo de mudança é os outros 35%, que estão

em cima do muro. Estes, ficam o tempo todo avaliando se aderir à nova

Page 35: Muito  Além Da  Hierarquia

dinâmica é algo que lhes convém, são muito afetados pelos 15% negativos da

curva, que ficam o tempo todo minando os 35% indecisos.

Essa curva representa o comportamento esperado do grupo, individualmente

porem, cada um tem motivos para aderir ou não.

O importante é nunca fazer julgamentos pessoais neste processo. Muitas

surpresas positivas e negativas acontecem e precisamos estar preparados

para lidar com elas, pois os prejulgamentos só dificulta a acomodação da

equipe e você pode desperdiçar talentos.

Há muita diferença entre um atleta que corre 100 metros e um fundista, mas os

dois podem ser valiosos numa mesma equipe. Como líder você dá o tiro de

partida e põe o pessoal para correr e paga para ver. O gestor deve acreditar

que as pessoas buscarão a alta performance de maneira genuína. Mas ele tem

que saber lidar com aqueles que, ao longo do caminho, não alcançaram a nova

velocidade.

Para saber as táticas de mobilização de equipes, consultar o livro “O desafio da

liderança”, de Kouzes e Posner.

Análises que podem ajudar o gestor a adequar a mobilização da equipe

Segundo Kouzes e Posner:

1. Inspirar a visão até a equipe compartilhar;

2. Servir de modelo de performance;

3. Capacitar as pessoas em ciclos curtos de performance;

4. Tornar a equipe corajosa.

Bradford e Cohen, em Excelência Empresarial, sugerem uma quinta tática para

provocar inspiração nos de baixa performance: confrontar performance

insuficiente.

Inspirando a visão:

É o trabalho mais árduo do gestor e deve ser feito a todo momento. É preciso

transpirar para inspirar, às vezes é necessário falar 10 vezes a mesma coisa

Page 36: Muito  Além Da  Hierarquia

para as mesmas pessoas. Tenha muita paciência, tanto faz se a sua equipe

tem 5 ou 500 pessoas: esse é o trabalho de inspirar.

Servindo de modelo

A essência da liderança é a conquista de seguidores voluntários e não

impostos. Assim, servir de modelo é oferecer um conjunto de características

que as pessoas possam ver e desejar seguir:

1. Ninguém segue morto; quem segue morto é enterro! Nunca se exponha

a eles quando estiver cansado, você precisa emanar energia e seu entusiasmo

deve ser contagiante. Se você tiver altos e baixos, a equipe te lerá pelos

baixos, costuma-se dizer que se um chefe senta a equipe deita.

2. Ninguém segue alguém que gosta de trabalhar 24 horas por dia!

Se você disser na sua equipe que tem saído todos os dias à meia-noite, elas

pensarão: “Bom, quem manda ser burro e ficar trabalhando até essa hora?”.

Consulte o livro “O motor da liderança” de Noel Tichy que mostra que se deve

mostrar histórias diferentes à equipe, isso é vivência. Viva outros ambientes,

conheça outras empresas, cursos, enfim, tenha história para contar e viva as

histórias boas que conta.

3. Pratique o comportamento diferente e desejado

Capacitando as pessoas em ciclos curtos de performance

O ciclo é o seguinte: quanto menor a performance, menor é a capacitação

colocada à disposição do líder e menor a motivação para o aprendizado. Para

inverter isso, comece pelo vértice A, aumentando substancialmente a

necessidade de performance do time, não se esqueça que isso significa fazer

as pessoas se sentirem desafiadas em sua competência e inteligência e não

pelo aumento do volume de tarefas.

Page 37: Muito  Além Da  Hierarquia

Ao perguntar para uma pessoa como ela faria para aumentar sua produção em

3 vezes mais com metade do esforço, ela terá que buscar novas competências

para atender a essa demanda, isso é desafiar a performance de um grupo,

desafiar seus limites de competência.

Outra forma é convocar as pessoas que já tem uma rotina predeterminada para

participar de projetos de inovação. Como o prazo é sempre curto e elas não

dominam a solução, serão desafiadas em sua competência.

Ofereça a ela um capitulo de um livro que trate exatamente do assunto

proposto. Não dê o livro inteiro. Ou peça para ela trabalhar uns dias com um

profissional experiente no assunto. Mas exija resultados. Quanto for procurado

por alguém de sua equipe em busca de capacitação, forneça sempre a opção

de fazê-la a curto prazo. Deixe as ações de médio e de longo prazo para os

programas de treinamento da empresa. O líder capacita para o dia-a-dia.

Tornando a equipe corajosa

Deixe que a equipe perceba o grau de risco do que faz.

Prestigiar a pessoa pelo desempenho positivo. Não é ficar dando

tapinhas nas costas de “bom trabalho”. Isso ajuda, mas não é só isso. Fale do

bom desempenho dessa pessoa para os de fora da área, principalmente para

os superiores, a rádio-peão, se encarregará de divulgar e essa pessoa ficará

sabendo logo. Dê apoio a quem te ajuda, porque os dois colherão bons frutos.

Aumentar o nível de sociabilidade da equipe (comemorações e festas)

Page 38: Muito  Além Da  Hierarquia

Confrontando Performance Insuficiente

Caso os efeitos esperados ainda não tenham acontecido, é hora de usar com

aquela média de 15% mais resistentes a confrontação. Vale apenas um alerta:

a confrontação deve ser precedida de vários retornos individuais sobre

performance abaixo do necessário.

Deve ser o ultimo recurso, pois se não tiver alinhamento de postura, você deve

tomar medidas mais drásticas aos resistentes.

Em momento oportuno, chame a pessoa e aplique a técnica da confrontação

em 4 etapas:

1ª. Explique a ele, de maneira clara e objetiva, sem rodeios, qual é a sua

percepção sobre o comportamento dele e como isso causa impacto negativo

no restante da equipe. Exemplifique com situações em que você foi obrigado a

intervir. E, conclua com uma pergunta do tipo: “você percebe o seu

comportamento dessa forma?” ou “Como você percebe o seu

comportamento?”.

2ª. Deixe-a falar e escute atentamente. Não interrompa e anote se for

necessário.

3ª. Só entre nesta etapa quando a pessoa tiver concluído suas explicações.

Apresente-lhe as alternativas para cada argumentação que ela tenha utilizado.

Lembre-se, você só pode entrar nesta etapa se tiver resposta genuína para

cada argumentação dela.

4ª. Peça à pessoa que aponte, dentre as alternativas apresentadas por você,

qual ela gostaria que fosse adotada. Seja qual for, a decisão é dela. Assim que

a pessoa decidir, você parte para a ação, para a execução da alternativa. Não

Page 39: Muito  Além Da  Hierarquia

protele, não vacile, não adie. Caso ela reincida no comportamento negativo nos

meses seguintes, demita-a.

Alcançando e Sustentando a Alta Performance

O prazo estimado para atingir a alta performance, conforme os passos

descritos é de cerca de um ano e, não espere 100% de adesão, pois isso não

existe, mas a parcela mais importante já estará operando em alta performance.

Mas e como sustentar a alta performance?

Você deverá variar todas as possibilidades de planejamento e

acompanhamento até o instante em que sua equipe conquistar asas próprias.

A equipe precisa assumir um ritual de planejamento de resultados de curto e

médio prazo.

Capitulo IX – Alinhando para evitar motins

Se tomarmos como escala valores entre 0% e 100%, dizemos que equipes

caminham naturalmente até os 60% sem ajuda de ninguém e sem ajustes mais

focados. O que queremos é atingir os 80%. Por que não 100%? Porque isso

significaria exigir que as pessoas abrissem mãos de seus valores individuais e

atitudes ligados diretamente à sua personalidade, e que portanto, não são

passíveis de modificação. Viva as diferenças!

Para alinhar a equipe é preciso considerar os 4 comportamentos:

Page 40: Muito  Além Da  Hierarquia

Comportamentos Essenciais: ligados às crenças, aos mitos e à saga do

fundador. Impregnadas nas histórias contadas pelas pessoas da empresa. São

extremamente estáveis e perenes.

Comportamentos Básicos: são os designados pela literatura como

princípios morais, como honestidade e ética. Não se deve despender esforço

alinhando esse tipo de comportamento.

Comportamentos Acidentais: fazem parte da dinâmica dos negócios da

empresa. São sustentados pelo dia-a-dia. Não afetam o desempenho, e não

precisam ser alinhados.

Comportamentos Desejados: impactam diretamente no desempenho

organizacional. São rituais conduzidos pelos gestores, como a repetição de

práticas de sucesso do passado e que são mantidos até hoje ou pelo herói ou

pelo vilão da cultura vigente. É aqui que existe campo fértil para o alinhamento

do comportamento da equipe. Constitui-se na Construção do Contrato de

Conduta da Equipe.

Exemplo:

Digamos que o comportamento desejado seja espírito e equipe. Devemos

perguntar “o que se entende por espírito de equipe no ambiente neste

momento? O que seus integrantes deveriam sustentar e praticar?”.

Vê-se que deve ser estruturado sob medida. Em seguida devemos escrever o

comportamento definido para espírito de equipe, transformando-o em práticas

observáveis e tangíveis.

Page 41: Muito  Além Da  Hierarquia

A construção deste processo de alinhamento de comportamentos pode ser

feita com duas metodologias:

1) Construção Liderada;

2) Construção Coletiva.

Construção Liderada

Recomendamos ser apoiado por profissionais externos para maior credibilidade

no processo.

Para isso utilizar-se de elementos claros de comunicação do comportamento

esperado como:

Comportamento Esperado: XYZ

O que é:

Para que serve:

Quem demonstra essa postura faz:

Quem não demonstra essa postura faz:

Deve ser bastante detalhado, contendo exemplos de frases utilizadas por que

apresenta e quem não apresenta o comportamento.

Conhecendo detalhes de todos os comportamentos desejados, cada integrante

deverá fazer uma auto-avaliação e, elaborar um PDI.

Após isso cada participante deve expor a sua auto-avaliação aos demais

participantes e, em seguida, ouvir deles a percepção sobre as aderências e

lacunas em relação aos comportamentos.

Enfatizar que o feedback sempre deve ser dado do lado positivo, algo que irá

ajudar a pessoa a melhorar seu desempenho. Da mesma forma que um

presente, podemos gostar ou não, se vamos usá-lo, já é outra história. O que

Page 42: Muito  Além Da  Hierarquia

podemos é pedir exemplos para esclarecer o motivo do presente e depois

agradecer, mesmo não tendo gostado do que recebemos.

Quanto mais aberto o grupo estiver, mais aberta deverá ser a sessão, do

contrário, recomenda-se duplas, ou trios.

Ao final, cada participante terá muitos “presentes” para ajustar e complementar

seu PDI.

Em seguida, cada participante deverá escolher outro participante para ser o

seu coach; que deve ser uma pessoa do seu convívio diário e que terá

autorização para orientá-lo nas posturas que deverão ser corrigidas.

A ultima parte é definir um ritual de acompanhamento individual e coletivo,

sugerimos que esses comportamentos sejam inseridos no processo de

avaliação e desempenho individual, que o processo de seleção e integração

seja ajustado para contemplar os comportamentos e que o esforço de

treinamento e desenvolvimento seja ajustado para suprir os gaps dos

comportamentos.

Recomenda-se também que após 6 meses o grupo volte a se reunir

coletivamente e fazer uma verificação da evolução dos comportamentos.

Construção Coletiva

É um tipo de reunião de um dia de trabalho, em regime de imersão, no qual

todos os integrantes da equipe – sem exceção – devem participar:

Primeiro explique a todos a diferença entre as palavras sobrevivência, sucesso

e sonho.

Page 43: Muito  Além Da  Hierarquia

Em seguida, todos devem responder e buscar o consenso das seguintes

questões:

1. Quais são os cinco comportamentos e atitudes atuais para um

profissional sobreviver nesta equipe?

2. Quais são os cinco comportamentos e atitudes atuais para um

profissional ter sucesso nesta equipe?

3. Quais são os cinco comportamentos e atitudes que você sonha como

necessários para um profissional ter sucesso nesta equipe?

Ao consolidar as opiniões é importante que sejam construídas frases-resumo.

Cuidado com definições ambíguas ou contraditórias. Atenção: ninguém deverá

ficar em duvida sobre quais são os comportamentos e atitudes fundamentais

para que a área apresente os resultados esperados.

Em seguida as 3 listas devem ser comparadas e as diferenças devem ser

discutidas e entendidas. O assunto deve ser discutido até que haja um

consenso. Aliás, o consenso é o segredo desta dinâmica.

Quando as diferenças estiverem consensadas, os planos poderão ser

elaborados para corrigir comportamentos indesejáveis. São planos de 2 focos,

um do gestor e outro da equipe como um todo, não devem ser previstas ações

individuais, pois busca-se aqui o alinhamento do grupo como um todo.

Todos tem que se comprometer por inteiro com o plano, senão cai a zero a

credibilidade dele.

A recomendação é que essa dinâmica seja repetida 3 vezes durante um ano,

pois os efeitos positivos, surgirão fortemente após o terceiro evento, quando os

cinco itens listados para a sobrevivência desaparecem. Eles serão substituídos

pelos cinco itens que antes eram sonho e que, agora, estarão presentes na

realidade do sucesso do grupo.

É importante que esse alinhamento seja apoiado por mediador externo ao

grupo.

Page 44: Muito  Além Da  Hierarquia

Parte 4 – Contribuindo na Formação da Esquadra

Capitulo 10 – Como trabalhar com outros capitães

A construção de equipes multidisciplinares, constituídas por pessoas de

diferentes áreas da empresa com especializações e experiências necessárias

para o desenvolvimento de um projeto, sempre buscando a solução de um

problema ou inovação.

Fazer dar certo, projetos, aumenta o espaço de um profissional dentro da

organização. Assim, integrar uma equipe desse tipo, sempre é uma ótima

forma de ganhar visibilidade e credibilidade.

É um grupo pequeno, de 4 ou 5 profissionais, em que devem ser levadas em

conta algumas variáveis:

Conhecimento e experiências complementares: é muito importante que o

know-how seja complementar e que todos estejam diretamente comprometidos

com a causa do projeto. Por exemplo: numa equipe montada para levar uma

nave até Marte, não há lugar para um recém-formado em engenharia

mecânica, muito menos para quem deseja chegar a Plutão.

Risco Compartilhado: todos devem correr o mesmo risco, caso tudo dê

errado, senão um vai dar tudo de si e os outros irão somente às reuniões com

o diretor.

Postura dos Membros: nunca espere 100% de comprometimento.

Humor e Autonomia

Page 45: Muito  Além Da  Hierarquia

Recompensa e Aprendizado: quando a pessoa percebe que está indo na

reunião de projeto e está dando mais aprendizado do que recebendo, ela

começa a se retirar psicologicamente do projeto.

Outras condições para o sucesso do projeto: trabalhar exclusivamente

no projeto, sem se preocupar com a rotina, aportar tecnologia externa,

contratar consultores para dar uma sacudidela as mentes, isolar fisicamente a

equipe em uma sala especial para as atividades, o projeto ser reconhecido na

estrutura formal da empresa.

O individualismo

O trabalho em grupo deve ser estimulado pelo gestor. Que se tiver que indicar

alguém para participara de grupo, não pode permitir que saiam comentários

negativos após as reuniões. Este gestor deve sempre perguntar o que

aprenderam, quais os pontos positivos e estimular o conhecimento dos

integrantes para preservar a atuação do grupo.

Trabalho em equipe Multidisciplinar

Medidas preliminares:

Conheça todos os integrantes do grupo: suas experiências, expectativas,

habilidades, etc.

Definam o senso de urgência e o senso de direção, como vai se organizar, em

que tempo e para fazer o quê. Não deve buscar resultados logo no inicio,

precisam se conhecer, saber o que cada um é, o que cada um faz. Não adianta

correr. E devem ser estabelecidas algumas regras de comportamento. Não

comece o trabalho sem que essas regras estejam definidas. As pessoas que

integram a equipe multidisciplinar devem conviver bastante. E isso é sério.. a

equipe é temporária, mas isso não quer dizer que devam ser estranhos.

Page 46: Muito  Além Da  Hierarquia

É preciso criar sociabilidade, ou seja, as pessoas precisam se ver sem gravata,

se olhar um para outro e pensar: “Caramba” o Fulano é normal! Fulana é

legal!”. Quando não há sociabilidade é baixo o nível de solidariedade. Quando

alguma coisa feita deu certo, tem que comemorar.

Buscando Performance

Grupo e equipe são diferentes. Grupo é quando a gente se reúne, equipe é

quando a gente se ajuda. Somente à medida que o convívio e a performance

do grupo crescem, é que se atinge o estado real de equipe.

Para acelerar o processo, é necessário:

Logo de início, os integrantes do grupo devem comemorar o fato de que

vão trabalhar juntos, para ajudar a criar o espírito de corpo.

Os conflitos entre os participantes devem ser resolvidos e nunca

deixados de lado, logo que imediatamente aconteçam, por exemplo, se

uma pesquisa que deveria ser entregue por algum dos integrantes não é

cumprida no prazo, e o grupo não toma providencias imediatas, e no,

final de alguma atividade este integrante reclama do resultado, os

demais podem dizer a ele, que foi por culpa da pesquisa que ele não

entregou no prazo, e voltar a aflorar as diferenças anteriores.

Deve haver um alto grau de confiança mútua. Se houver delegação de

tarefas para a próxima reunião, todos têm que acreditar que será

entregue no prazo.

As pessoas devem sentir que dependem uma das outras.

Quando uma pessoa não estiver assumindo os riscos de não trabalhar

de modo independente, ela deve ser cobrada. Seu trabalho deve inspirar

confiança e todos têm de ajudar a gerenciar os conflitos.

Um projeto precisa ter fogo na plataforma, ou seja, todos precisam

assumir juntos o risco de viver ou morrer com ele.

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O consenso é outro fator de sucesso, não se trata de ceder o tempo

todo e nem de ser o rigor à toda prova. É preciso sentir que contribuiu à

discussão, levando em conta o sucesso do projeto ou inovação.

Desenvolvendo e mantendo o patrocínio

Não á equipe que sobreviva sem um patrocinador. Algumas dicas são

importantes:

Dar importância aos resultados. Fechou a meta? Terminou uma etapa,

divulgue os resultados, dando-lhes a relevância que merecem. Não deixe que

classifiquem como médio, um resultado bom ou ótimo.

Construir a confiança do patrocinador. Se o cronograma do projeto atrasa,

ele fará novos cálculos para liberar novos créditos.

Estimular o conhecimento do patrocinador. Faça com que ele também tenha

aprendizado no projeto, por exemplo, se a equipe for visitar uma empresa ou

feira, convide-o para ir junto.

Orientar o bom relacionamento da equipe. Falar sobre o bom desempenho

dos colegas do projeto, apontar seus feitos e qualidades ou destacar um

momento especial.

Criar oportunidades de comunicação com o patrocinador. Converse

informalmente com ele, envie um recorte de jornal relativo ao caso estudado,

faça um pequeno relatório extra-agenda, tudo para mantê-lo em contato mais

estreito com o projeto.

Fazer o combinado.

Estruturando e Alcançando a Alta Performance

A liderança é fundamental para o andamento de um projeto. Deve ser alguém

que organize, que ponha método, se houver algum conflito não é hora de entrar

na discussão, mas de ser mediador, posicionando o grupo acima da crise.

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Depois da briga, o líder cola os cacos e recria o grupo. Mas não é para

estipular quem vai assumir o que. Não é assim. Todos são responsáveis por

essas atividades de liderança, mesmo porque há mais papeis do que o numero

de componentes da equipe.

Situações Críticas mais Comuns

Quando o grupo perde o entusiasmo, a ação deve ser focada somente

nas coisas essenciais. Isso economiza energia, os resultados ficam mais

evidentes e a turma recobra o ânimo.

Se os participantes da equipe estão se sentido desmaparados, devem

buscar pequenas vitórias, que certamente atrairão a tenção do

patrocinador.

Às vezes ocorre a perda de foco do propósito estabelecido;

Se houver um clima de desconfiança, se as discussões forem

conduzidas sem franqueza, pode ser até necessária uma mudança na

composição do grupo.

Capitulo XI – Inovando para ganhar Credibilidade

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