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I 28 I :"'.:- I NOTlruiRJO ACTUAlIZADO www.jn. pt/sociedade EVIDA MAlO 2009 Mais Ilchio" do Atlantico por Portugal Plataforma condnental mais eXtensa do que cientistas pensavam. Proposta segue para a ONU I m........ FERRfJRA eduarda.fem!lra@jnpt I rem a continua<;3.o morfol6gica da . plataforma continental em que as- A cientifica levou mais a fundo as pretensDes portuguesas quanto a area sob sua soberania.A proposta chega as Unidas na proxima semana.O nosso dominio territo· rial, em mar e solo, pode duplicar. Contando com terra firme, . Zona Economica Exclusiva (ZEE) e Plataforma Continental, Portu- gal pretende ver reconhecldo 0 di- reito sobre cerca de tres milhfies de quil6metros quadrados. Os Ira- balhos de reconhecimento do fundo marinho em 2005. Eles tinharn de provar ate onde chega a plataforma terrestre em que assentam a parte conti- nental do pais bern como da Ma- deira e dos A Conven<;3.o das Unidas sobre Direito do Mar, que Portugal ratificou, ad- mite que as paises com mar rei- vindiquem a posse do fundo ma- rinho e seus recursos, se eles fo- sentam na parte visivel e s6lida Coube a Estrutura de Missao para a Extensao da · Plataforma Continental colher provas. 0 seu chefe. Pinto de Abreu, coordenou como cientista outros pares de di- versas (da Biologia it Fisica e it Quimica, entre outras). Em vesperas do encerramento desta fase do processo de candi- datura (que admite aIgurnas espe- posteriores), ele resu- me as nacionais con- fmnadas por dados. Ha uma continuidade entre Portugal continental, a Madeira e as como se de uma zona de entre mares se tra- tasse. Os mapas de levantamento do fundo marinho feito com re- curso a processos sofJsticados de batimetria e recorrendo muito a sonares mostram que essa plata- forma, nos vai aleID dos 630 qi.t.ilometros a partir das ilhas (350 milhas). A forma do fundo Grande planaho frente ao Minho Se 0 Atlantica esvaziasse muita da sua agua, veriamos como 0 continente europeu tern continuidade para oeste da Peninsula Iberica. lsso e . particularmente observavel na faixa freme a zona norte, a no rio Minho e descendo ate pelo menos Aveiro. Imaginando menos agua no oceano, poderiamos caminhar como per urn extenso planalto, que da continuidade a Europa. Ainda nao se sabe bem onde e que acaba. Melhor confirma.;ao pode"; levar Portugal a reela- mar ainda mais uns milhares de quil6metros quadrados. 0 limite dessa· extensao ja de si inesperada e dos casos por melhor com DUtro equi- pamenlO. Fica alem dos 500 quil6metros a partir da costa. submarino e, em algumas zonas, as suas caracteristicas, par exem· plo em relevos e geoquimica, fo- ram "batidos" pelos equipamen- tos instalados em navios oceano· grafJcos e pelos sentidos do Vei- culo de Remota.(ROV). · Os resultados permitiram deter- minar, na malor parte dos limites e com grande onde acaba a continental e co- mec;;a a crusta oceanica Os levantamentos feitos em pleno Oceano Atlantico abrange- ram 1,8 milh5es de quilometros quadrados. As portu- guesas sedimentaram-se em 1,370 milh5es, area que nao esta longe cia fasquia ma x jma calculada ini· cialmente 0,4 milh5es). E isso que leva Pinto de Abreu a afmnar que "somos urn pais de pelo me- nos tres milh5es de quil6metros quadrados", contando com terra eZEE. Mas nao e s6 isto que se acres· centa; "M muitos conhecimentos novos" surgidos desta aventura de explora<;3.o do relevo e constitui- <;3.0 de quanto esta submerso, em profundidades abissals que po- dem exceder os seis quil6metros atingiveis pelo ROV. 'm muitos casos em que encontramos uma realidade nova", garante Pinto de Abreu. A biotecnologia azul safda . do oceano profundo tem aplicac;6es par explorar, sobretudo para a saude Em 2013 dever" haver uma res- posta das Unidas (Comis- sao de Limites) mas, entretanto, M que afJnar dados para a chama- da fmal de avalia<;3.o do candidato, dentro de dois anos. Nesse meio tempo, a1gum do material gem,ti- co recolhido na profundidade sera anaIisado. ''i!. preciso calma e . visao do futuro", Pinto de

Plataforma Continental Portugal

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Page 1: Plataforma Continental  Portugal

I 28 I :"'.:- I

NOTlruiRJO ACTUAlIZADO www.jn.pt/sociedade

EVIDA

~51 MAlO 2009

Mais Ilchio" do Atlantico r~ivindicado por Portugal

Plataforma condnental mais eXtensa do que cientistas pensavam. Proposta segue para a ONU

I m ........ FERRfJRA eduarda.fem!lra@jnpt I rem a continua<;3.o morfol6gica da

. plataforma continental em que as-

A investiga~o cientifica levou mais a fundo as pretensDes portuguesas quanto a area sob sua soberania.A proposta chega as Na~oes Unidas na proxima semana.O nosso dominio territo· rial, em mar e solo, pode duplicar.

Contando com terra firme, . Zona Economica Exclusiva (ZEE) e Plataforma Continental, Portu­gal pretende ver reconhecldo 0 di­reito sobre cerca de tres milhfies de quil6metros quadrados. Os Ira­balhos de reconhecimento do fundo marinho come~ararn em 2005. Eles tinharn de provar ate onde chega a plataforma terrestre em que assentam a parte conti­nental do pais bern como da Ma­deira e dos A~ores. A Conven<;3.o das Na~5es Unidas sobre Direito do Mar, que Portugal ratificou, ad­mite que as paises com mar rei­vindiquem a posse do fundo ma­rinho e seus recursos, se eles fo-

sentam na parte visivel e s6lida Coube a Estrutura de Missao

para a Extensao da·Plataforma Continental colher provas. 0 seu chefe. Pinto de Abreu, coordenou como cientista outros pares de di­versas forma~5es (da Biologia it Fisica e it Quimica, entre outras). Em vesperas do encerramento desta fase do processo de candi­datura (que admite aIgurnas espe­cifica~5es posteriores), ele resu­me as aspira~6es nacionais con­fmnadas por dados.

Ha uma continuidade entre Portugal continental, a Madeira e as A~ores. como se de uma zona de passadi~o entre mares se tra­tasse. Os mapas de levantamento do fundo marinho feito com re­curso a processos sofJsticados de batimetria e recorrendo muito a sonares mostram que essa plata­forma, nos A~ores, vai aleID dos 630 qi.t.ilometros a partir das ilhas (350 milhas). A forma do fundo

Grande planaho frente ao Minho Se 0 Atlantica esvaziasse muita da sua agua, veriamos como 0 continente europeu tern continuidade para oeste da Peninsula Iberica. lsso e

. particularmente observavel na faixa freme a zona norte, a come~ar no rio Minho e descendo ate pelo menos Aveiro. Imaginando menos agua no oceano, poderiamos caminhar como per urn extenso planalto, que da continuidade a Europa. Ainda nao se sabe bem onde e que acaba. Melhor confirma.;ao pode"; levar Portugal a reela­mar ainda mais uns milhares de quil6metros quadrados. 0 limite dessa·extensao ja de si inesperada e dos casos por afe~r melhor com DUtro equi­pamenlO. Fica alem dos 500 quil6metros a partir da costa.

submarino e, em algumas zonas, as suas caracteristicas, par exem· plo em relevos e geoquimica, fo­ram "batidos" pelos equipamen­tos instalados em navios oceano· grafJcos e pelos sentidos do Vei­culo de Opera~ao Remota.(ROV).· Os resultados permitiram deter­minar, na malor parte dos limites e com grande aproxima~ao, onde acaba a crust~ continental e co­mec;;a a crusta oceanica

Os levantamentos feitos em pleno Oceano Atlantico abrange­ram 1,8 milh5es de quilometros quadrados. As aspira~6es portu­guesas sedimentaram-se em 1,370 milh5es, area que nao esta longe cia fasquia max jma calculada ini· cialmente 0,4 milh5es). E isso que leva Pinto de Abreu a afmnar que "somos urn pais de pelo me­nos tres milh5es de quil6metros quadrados", contando com terra eZEE.

Mas nao e s6 isto que se acres· centa; "M muitos conhecimentos novos" surgidos desta aventura de

explora<;3.o do relevo e constitui­<;3.0 de quanto esta submerso, em profundidades abissals que po­dem exceder os seis quil6metros atingiveis pelo ROV. 'm muitos casos em que encontramos uma realidade nova", garante Pinto de Abreu.

A biotecnologia azul safda . do oceano profundo tem aplicac;6es par explorar, sobretudo para a saude

Em 2013 dever" haver uma res­posta das Na~5es Unidas (Comis­sao de Limites) mas, entretanto, M que afJnar dados para a chama­da fmal de avalia<;3.o do candidato, dentro de dois anos. Nesse meio tempo, a1gum do material gem,ti­co recolhido na profundidade sera anaIisado. ''i!. preciso calma e

. visao do futuro", afIan~a Pinto de Abreu.~

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Page 2: Plataforma Continental  Portugal

Navega~o doprojecto

.1 Cria~o em 200S A Estrutura de Missaa para a Extensaa da Platafarma Conti­nental (EMEPO foi criada ha quauo anas. Depende da Ministeria da Delesa.

.2 Horizonte Praza da candidatura era 13 de Maia de 2009. Havia passibili­dade de dilata~o.

d FundamemD naclenda AMissao entrega a sua funda­menta~o dois dias antl!S da data fixada Consta de cerca de dez mil paginas de teor cient!­fico e juridico.

.4 EqulpaalaJpda Contando com as guami~es dos navios, furam envalvidas 300 pessoas. Alem do nucleo central cia missao. com 26 especialistas, houve a colabo­~ de universidades e labo­ra!brios do Estado. com mais de 70 peritos .

.s NavIos em mlssio A missao cientlfica envolveu os navios "Gago Coutinho' e D. Carlos 1", bem como outros contratados. num mtal de 900 diasdemaL

Reponagem mUltimedia

~ Os padres que Deus quer

Fundodomar esconde riquezas para explora~io ... Os meios usados por esta Mis­sao, como 0 pequeno robo subma­rino capaz de descer a seis mil metros, "nao serviram para a prospec~o de recursos", diz 0 seu chefe, Pinto de Abreu. Mas este perito com forma~ao em Biologia Marinha admite ao )N que "toda esta informat;ao permite tirar conClus6es sobre a pesquisa de bi­drocarbonetos (petroleo) para

afinar expectativas de prospec~o futura".

Pinto de Abreu nao e muito ex­plicito quanto a descobertas da Missao, ainda que admita a cus­to: "Claro que temos evidencia de recursos minerais". S6 adianta uma suposi~ao: "Se considerar­mos 1.600 quilometros quadra­dos com teores medios de cobal­to .. niquel e cobre, isso equivale ao

tn. \ Soberania ponuguesa Extensao da plataforma

Zona Econ6mlra ExcIusiva

II Aguas territoriais po~guesas

.................... _ .. _ ................... _ ........ .... ...• " ..

Ptataforma continental 3 milhOes de km2

12mi\has

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1 .. ':=1291

Comentiirio Crian~s ouvidas oito vezes ' Sera que naa ha um Simplex para estes casas?" I cevas0441

valor liquido de 217 milhfies de euros por anD, metade da mina Neves-Corvd'.

A confrrma~ao de recursos na­turais nan e segredo dos deuses. mas do Estado; a fundamenta~ao junto das Na~fies Unidas para a extensao da plataforma: continen­tal de Portugal' nao exige esses contomos. Certo e que, sobretu­do a partir da aquisi~o do ROV; entregue em Outubro Ultimo, foi passivel pedir ao mini-submari­no "material genetico. de recursos vivos". E talvez seja esse urn pe­tr6leo mais rendive!. Pinto de Abreu lembra que "os reCursos li­gados 11 biotecnologia sao dos que tern malor potencial econ6mico para eXl?lora~ao no' fundo do ' oceano. E a chamada biotecnolo-~a~w. '

o responsavel pela MisSao ga­rante que, neste momento, "Por_ tugal ja e lider mundial no conhe­cimento do fundo ocearnco". A extensao da platafurma continen­tal da mais oportunidades, nao so cientificas, como de naturezaeco­n6mica. Tal como algumas indUs­trias farmaceuticas tern andado pela Amaz6nia a pesquisar prin­cipios activos para medicamen­tos, outras ja houve com reswta­dos que se basearam em materias­primas retiradas a es~uridao dos fundos oceanicos. Veja-se 0 volu­me de negocios de cern mllhfies de euros logo no primeiro ano da comercializa~o de urn conheci­do farmaco para minorar 0 herpes labial. A n;lOlecwa que the deu 0

exito veio do fundo oceanico. Dai come~am a vir anticancerigenos "a base" de esponjas, que em dais anos de vendas deram urn retor­no de dez mil rnilhfies de euros .•

Grandesone naO colidirmos com os outros .. "Temos urna sorte muito gran­de: nao estamos em rota de coli­sao com os interesses de Dutro pais", comenta Pinto de Abreu, a quem compete entregar nas Na­<;oes Unidas, na proxil,pa sema­na, 0 dossie com as pretensoes portuguesas. Nem disso, 0 fac­to de termos 0 largo Oceano pela frente da a Portugal aquilo que paises poderosos como a Nema­nha nao tern, urn mar profundo. Muitos deles.pesquisam noutras aguas e mesmo 0 Reino Unido anda frequentemente a navegar pelas nossas sem ser em projec­to conjunto, como 0)N ja cons­tatou atraves do tracejamento da rota de navios. Mas, para Pinto de Abreu, importante e nao es­tarmos numa situac;ao de "rua estreita", caso dos p~es que rei­vindicam a rota do kctico. Por

-exemplo, em rela~ao a urn deles, o Canada, a reivindica~ao portu­guesa da plataforma continental fica a 300 mllhas de distilllCia.

Ate agora houve 25 suhmis­sfies de candidaturas a extensao da plataforma continental junto das Na~fies Unidas. Ngumas de­las incluem grupos de paises . Mals 42 na~fies ja anunciararn a inten~ao de encetar processo identico. Ao todo, entre 60 a 70 paises no mundo terao possibi­lidade fisica de extensao dos di­reitos sobre a plataforma conti­nental em que assentam. Basta prqva-Ios .•

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