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Trabalho Interdisciplinar Anual Estatística – L.I.A. – Redação Tema: Modificações Corporais

Relatório Final

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Trabalho Interdisciplinar Anual

Estatística – L.I.A. – Redação

 

Tema: Modificações Corporais

 

 

  

 

 

 

 

 

 

 

 

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CTI – Bauru - SP 2009 2

Turma: 71A

Alunos:  Angela Diegoli  Nº 3

 Fabrizio C. Turtelli Nº13

 Larissa P. Bueno Nº21

 Sathya G. Quatrina Nº31   

Tulio B. de Andrade  Nº34

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“Quero ficar no teu corpo Feito tatuagem Que é prá te dar coragem Prá seguir viagem Quando a noite vem... E também prá me perpetuar Em tua escrava Que você pega, esfrega Nega, mas não lava...”

Chico Buarque

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Índice

Conteúdo

1.0 Agradecimentos........................................................................................32.0 Observações Iniciais................................................................................43.0 Introdução.................................................................................................54.0 Objetivos...................................................................................................6

4.1 Gerais.....................................................................................................64.2 Específicos.............................................................................................6

5.0 População e Amostra...............................................................................75.1 População..............................................................................................75.2 Amostra..................................................................................................7

6.0 Gráficos e Tabelas – Sem Modificações..................................................87.0 Gráficos e Tabelas – Com Modificações................................................228.0 Os Diferentes Tipos de Modificações Corporais....................................449.0 História da Tatuagem e do Body Piercing..............................................4610.0 A Religião...............................................................................................4810.0 A Religião...............................................................................................4811.0 Cuidados................................................................................................5012.0 Anexos....................................................................................................5213.0 Bibliografia e Infografia...........................................................................72

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1.0 Agradecimentos

Gostaríamos de agradecer a todas aquelas pessoas que contribuíram

direta, ou indiretamente para a realização deste nosso trabalho.

Primeiramente, ao professores que muito nos ajudaram e apoiaram,

tirando nossas dúvidas e nos dando sugestões para que o nosso trabalho

ficasse ainda melhor. Obrigado Silmara, que nos introduziu à estatística.

Obrigado Rodrigo, que nos auxiliou a lidar com as ferramentas necessárias.

Obrigado Maria Regina, a qual nos ajudou na realização dos questionários e

trabalho escrito.

Às nossas famílias, as quais nos apoiaram, e nos ajudaram com a

realização, dando opiniões também.

Agradecemos fervorosamente ao pessoal da TattooAge, sem os quais

não seria possível que este trabalho fosse concluído de tal maneira. Em

especial ao Marcelo, que foi sempre muito atencioso conosco quando fomos

até o estúdio, que se desdobrou para nos ajudar com dicas, curiosidades e nos

mostrou todo o processo de realizar uma tatuagem.

Gostaríamos ainda de agradecer aos nossos colegas de classe que nos

deram suas opiniões sobre o nosso trabalho, o que contribuiu para com o

resultado final.

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2.0 Observações Iniciais

ROL → dados organizados de ordem crescente

Mediana (Me) → é o valor que ocupa a posição central do ROL.

Moda (Mo) → é o valor que ocorre com maior freqüência na amostra.

x → média

→ Somatória dos elementos

→ Total de entrevistados

Xi → ponto médio da classe

Fi → número de respostas

Fri→ freqüência relativa

Fri% → freqüência relativa percentual

FAC → freqüência acumulada

FAC% → freqüência acumulada percentual

c → comprimento da classe

L1 → limite inferior da classe da mediana/moda

*fi → FAC da classe anterior

Fme → fi da classe mediana

1 → fi classe modal – fi classe anterior

2 → fi classe modal – fi classe posterior

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3.0 Introdução

Para este trabalho que realizamos durante todo este ano, escolhemos o

tema Modificações Corporais, por ser extremamente comum em nossa

sociedade, além de ser curioso e interessante, contendo uma abordagem com

diferentes pontos de vista.

Nós mesmos não possuíamos conhecimento de todos os tipos de

modificações corporais existentes, e por alguns destes serem facilmente

encontrados, o que alteraria os resultados finais, escolhemos não considerá-los

no desenvolvimento. Foi o caso da perfuração do lóbulo da orelha

(popularmente chamado de brinco).

Devemos lembrar que modificações corporais como implante de silicone

com o intuito unicamente estético e mudança de sexo, também não foram

considerados.

Depois de escolhido o tema, pesquisamos fatos, textos e curiosidades

sobre o assunto na internet, e nos deparamos com vários textos interessantes

sobre modificações corporais, dos quais escolhemos três, que podem ser

vistos nos anexos do trabalho.

Marcelo, tatuador do estúdio TattooAge, enquanto nos dava dicas para

melhorar o trabalho, pediu para que retirássemos todas as perguntas

relacionadas com preconceito, pois, se entrássemos neste assunto com

pessoas com modificações, poderíamos inibi-las e travar a conversa, não

obtendo algumas histórias e fatos interessantes. Em contrapartida, se

perguntássemos para pessoas sem modificações corporais se estas possuíam

algum tipo de preconceito, poderíamos de certa forma, encorajá-las a ter um

sentimento como este, em especial aquelas que ainda não possuem uma

opinião formada. Porém, embora concordemos com ele, escolhemos manter as

perguntas relacionadas a este tema, por ser um dos nossos objetivos deste

trabalho, como trataremos a seguir.

Devemos citar que escolhemos aplicar dois questionários, um para

pessoas com e outro para as sem modificações.

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4.0 Objetivos

4.1 Gerais

Através deste trabalho e das entrevistas obtidas com trezentos

moradores da cidade de Bauru, procuramos saber se ainda há algum

tipo de preconceito para com as pessoas que não possuem

modificações corporais, fato este, que era mais comum em gerações

anteriores à nossa.

4.2 Específicos

Ao serem preenchidos todos os questionários, procuramos saber

quais são as modificações mais encontradas na cidade, qual o grau de

influência da religião na decisão de realizar ou não uma modificação.

Quisemos constatar se há alguma dificuldade em conseguir

empregos quando se tem uma modificação. Nos preocupamos também

em saber se estas mesmas pessoas encontram alguma dificuldade no

dia-a-dia.

Outro ponto que tivemos interesse em analisar, é se o

entrevistado com modificações, tinha conhecimento dos riscos de saúde

que corria, se tomou os devidos cuidados para evitá-los.

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5.0 População e Amostra

5.1 População

Por todos os integrantes do grupo serem de Bauru, entrevistamos

moradores desta cidade.

5.2 Amostra

Para um melhor conhecimento sobre o assunto, decidimos

trabalhar com dois questionários diferentes, ao invés de um, como é

mais comum.

Totalizamos trezentas (300) entrevistas ao final deste trabalho,

sendo elas:

- 150 (Cento e cinquenta) com pessoas que possuem

algum tipo de modificação corpórea.

- 150 (Cento e cinquenta) com pessoas que não possuem

nenhum tipo de modificação.

Dentre estas trezentas (300) pessoas, decidimos entrevistar

jovens e adultos com idades entre 12 e 60 anos, pois se enquadram

melhor nos nossos objetivos.

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6.0 Gráficos e Tabelas – Sem Modificações

Como foi dito anteriormente, neste trabalho optamos aplicar dois

questionários diferentes. Primeiramente, trataremos dos dados e gráficos dos

questionários de pessoas que não possuem modificações corporais.

Idade dos Entrevistados

Tabela

Idade Quantidade (fi) Porcentagem xi FAC FAC% xi.fi(xi-

media)²

(xi-

media)².fi

De 12 a 21 75 50% 16,5 75 50% 1237,5 152,7696 11457,72

De 21 a 30 19 13% 25,5 94 63% 484,5 11,2896 214,5024

De 30 a 39 13 9% 34,5 107 71% 448,5 31,8096 413,5248

De 39 a 48 11 7% 43,5 118 79% 478,5 214,3296 2357,6256

De 48 a 57 32 21% 52,5 150 100% 1680 558,8496 17883,1872

Total 150 100% - 150 100% 4329 969,048 32326,56

CTI – Bauru - SP 2009 10

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Rol

12 12 12 12 13 13 13 13 14 14

14 14 14 14 15 15 15 15 15 15

15 15 15 15 15 15 15 15 15 15

15 15 15 15 15 15 15 15 15 15

15 15 15 15 15 15 15 16 16 16

16 16 16 16 16 16 16 16 16 17

17 17 17 17 17 18 18 18 18 18

18 19 20 20 20 21 21 21 21 22

22 22 22 23 24 24 25 25 25 26

26 26 26 26 27 27 27 28 28 29

29 29 30 30 30 31 31 32 33 33

34 35 36 37 37 39 39 40 42 43

44 45 45 47 47 47 48 48 48 49

49 50 50 50 50 50 50 50 51 51

51 52 52 52 52 53 53 54 54 54

55 55 55 55 56 56 56 56 56 56

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Gráfico

Média

Média = = = 28,86 29 anos

Moda

Moda = = = =

= anos

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Mediana

Classe Mediana = 1ª Classe = “De 12 a 21 Anos”

Mediana = c = = = 21 Anos

Desvio Padrão (DP)

DP = = =

=

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Sexo dos Entrevistados

Tabela

Sexo Quantidade Porcentagem

Masculino 88 59%

Feminino 62 41%

Total 150 100%

Gráfico

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Religião dos Entrevistados

Tabela

Religião Quantidade Porcentagem

Católico 98 65%

Protestante 27 18%

Ateu 6 4%

Outros* 19 13%

Total 150 100%

*sem religião/espírita/budista/ortodoxo

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Gráfico

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Questão 1:

“A Religião Influencia na Decisão de Não Possuir

Nenhuma Modificação?”

Tabela

A Religião Influencia na decisão de não ter

nenhuma modificação?Quantidade Porcentagem

Sim 38 25%

Não 112 75%

Total 150 100%

Gráfico

CTI – Bauru - SP 2009 17

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Questão 2:

“Tem algum preconceito para com as pessoas que

possuem modificações corporais?”

Tabela

Tem algum preconceito para com as pessoas que

possuem modificações corporais?Quantidade Porcentagem

Sim 35 23%

Não 115 77%

Total 150 100%

Gráfico

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Questão 3:

“Contrataria alguém que possuísse modificações ?”

Tabela

Contrataria alguém que possuísse modificações? Quantidade Porcentagem

Sim, dependendo do serviço (e das modificações) 69 46%

Sim, é claro 52 35%

Não, em hipótese alguma 29 19%

Total 150 54%

Gráfico

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Questão 4:

“Tem Vontade de Fazer Alguma Modificação ?”

Tabela

Tem vontade de fazer alguma modificação? Quantidade Porcentagem

Sim 61 41%

Não 89 59%

Total 150 100%

Gráfico

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Sub-Questão (4):

“Se Sim, Qual(ais) ?”

Tabela

Se sim, qual(ais)? Quantidade Porcentagem

Alargador 17 21%

Piercing 20 24%

Tatuagem 39 48%

Outros* 6 7%

Total 82 100%

*Outros: Bifurcação Lingual, Pocket.

Gráfico

CTI – Bauru - SP 2009 21

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Questão 5:

“Por que Não Fez Nenhuma Modificação?”

Tabela

Por que não fez nenhuma modificação? Quantidade Porcentagem

Não sinto vontade 51 34%

Meus Pais não permitem 28 19%

Sou Menor de Idade 21 14%

Medo de Infecções 19 13%

Outros* 31 21%

Total 150 100%

*Outros: Religião, Dinheiro, Não gosta, Medo de Criticas, Medo de dor,

Idade, Medo de Arrependimento

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Gráfico

CTI – Bauru - SP 2009 23

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7.0 Gráficos e Tabelas – Com Modificações

Agora, trataremos dos dados e gráficos dos questionários de pessoas

que possuem modificações corporais.

Idade dos Entrevistados

Tabela

Idade Quantidade (fi) Porcentagem xi FAC FAC% xi.fi (xi-media)²(xi-

media)².fi

De 12 a 21 75 50% 16,5 75 50% 1237,5 152,7696 11457,72

De 21 a 30 19 13% 25,5 94 63% 484,5 11,2896 214,5024

De 30 a 39 13 9% 34,5 107 71% 448,5 31,8096 413,5248

De 39 a 48 11 7% 43,5 118 79% 478,5 214,3296 2357,6256

De 48 a 57 32 21% 52,5 150 100% 1680 558,8496 17883,1872

Total 150 100% - 150 100% 4329 969,048 32326,56

Rol

8 10 11 11 12 12 12 12 12 12

12 12 12 12 12 13 13 13 13 13

13 13 13 13 13 13 13 13 13 13

13 13 13 14 14 14 14 14 14 14

14 14 14 14 14 14 14 14 15 15

15 15 15 15 15 15 15 15 15 15

15 15 15 15 15 16 16 16 16 16

16 16 17 17 17 17 17 17 17 17

17 17 17 17 17 17 17 18 18 18

18 18 18 18 18 18 18 18 18 18

18 19 19 19 19 19 19 19 19 19

19 19 19 19 19 20 20 20 20 21

21 21 21 22 22 22 22 22 23 23

25 27 27 28 28 29 30 30 31 31

32 32 32 34 34 35 36 43 47 55

CTI – Bauru - SP 2009 24

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Gráfico

CTI – Bauru - SP 2009 25

Page 26: Relatório Final

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Média

Média = = = anos

Moda

Moda = = = anos

Mediana

Mediana = = = =

anos

Desvio Padrão (DP)

DP = = =

CTI – Bauru - SP 2009 26

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Sexo dos Entrevistados

Tabela

Sexo Quantidade Porcentagem

Masculino 85 57%

Feminino 65 43%

Total 150 100%

Gráfico

CTI – Bauru - SP 2009 27

Page 28: Relatório Final

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Religião dos Entrevistados

Tabela

Religião Quantidade Porcentagem

Católico 74 49%

Protestante 31 21%

Ateu 16 11%

Outros* 29 19%

Total 150 100%

*Outros: Budista, Ortodoxo, Espírita

Gráfico

CTI – Bauru - SP 2009 28

Page 29: Relatório Final

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Questão 1:

“Qual(ais) Modificação(ões) possui ?”

Tabela

Qual(ais) Modificação(ões) possui? Quantidade Porcentagem

Alargador 38 18%

Piercing 99 47%

Tatuagem 72 34%

Total 209 100%

Gráfico

CTI – Bauru - SP 2009 29

Page 30: Relatório Final

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Questão 2:

“Com Quantos Anos Fez a Primeira Modificação ?”

Tabela

Com quantos Anos Fez a Primeira Modificação? Quantidade Porcentagem

De 8 a 19 75 50%

De 19 a 30 19 13%

De 30 a 41 13 9%

De 41 a 52 11 7%

De 52 a 63 32 21%

Total 150 100%

Gráfico

CTI – Bauru - SP 2009 30

Page 31: Relatório Final

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Média

Média = = = anos

Moda

Moda = = = anos

Mediana

Mediana = = anos

Desvio Padrão (DP)

DP = = =

CTI – Bauru - SP 2009 31

Page 32: Relatório Final

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Questão 3:

“Qual(ais) Modificação(ões) possui ?”

Tabela

Por Qual(ais) Motivo(os) fez a(as)

Modificação(ões)?Quantidade Porcentagem

Estético 111 69%

Simbólico 49 31%

Total 160 100%

Gráfico

CTI – Bauru - SP 2009 32

Page 33: Relatório Final

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Questão 4:

“Se Arrepende de Ter Feito Alguma Modificação?”

Tabela

Se Arrepende? Quantidade Porcentagem

Sim 21 14%

Não 129 86%

Total 150 100%

Gráfico

CTI – Bauru - SP 2009 33

Page 34: Relatório Final

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Sub-Questão (4):

“Se Sim, Por Qual(ais) Motivo(os)?”

Tabela

Se sim, por qual(ais) motivos? Quantidade Porcentagem

Problemas de Saúde 8 27%

Conseguir Empregos 6 20%

Conflitos Familiares 6 20%

Preconceito 4 13%

Outros* 6 20%

Total 30 100%

* Religião; Fez sem pensar; Sentiu muita dor;

CTI – Bauru - SP 2009 34

Page 35: Relatório Final

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Gráfico

CTI – Bauru - SP 2009 35

Page 36: Relatório Final

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Questão 5:

“Já Sofreu Algum Tipo de Preconceito?”

Tabela

Já sofreu algum tipo de preconceito? Quantidade Porcentagem

Sim 56 37%

Não 94 63%

Total 150 100%

Gráfico

CTI – Bauru - SP 2009 36

Page 37: Relatório Final

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Sub-Questão (5):

“Se Sim, Por Quem?”

Tabela

Se sim, por quem? Quantidade Porcentagem

Comunidade 23 35%

Familiares 17 26%

Trabalho 15 23%

Amigos 6 9%

Outros* 4 6%

Total 65 100%

*Namorados(as), Escola, pessoas na rua

Gráfico

CTI – Bauru - SP 2009 37

Page 38: Relatório Final

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CTI – Bauru - SP 2009 38

Page 39: Relatório Final

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Questão 6:

“Teve Apoio na Decisão, de Amigos ou Familiares?”

Tabela

Teve apoio na decisão? Quantidade Porcentagem

Sim 77 51%

Não 73 49%

Total 150 100%

Gráfico

CTI – Bauru - SP 2009 39

Page 40: Relatório Final

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Questão 7:

“Sua Religião Influenciou de Alguma Maneira Sua

Decisão?”

Tabela

A Religião Influenciou? Quantidade Porcentagem

Sim 23 15%

Não 127 85%

Total 150 100%

Gráfico

CTI – Bauru - SP 2009 40

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Questão 8:

“Quais Foram as Dificuldades Encontradas?”

Tabela

Quais Foram as Dificuldades

Encontradas?

Número de

PessoasPorcentagem

Encontrar Empregos 39 22%

Preconceito sofrido 41 23%

Relacionamentos 18 10%

Nenhuma 78 44%

Total 176 100%

Gráfico

CTI – Bauru - SP 2009 41

Page 42: Relatório Final

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Questão 9:

“Tinha Conhecimento dos Riscos?”

Tabela

Tinha Conhecimento dos

Riscos?

Número de

PessoasPorcentagem

Sim 134 89%

Não 16 11%

Total 150 100%

Gráfico

CTI – Bauru - SP 2009 42

Page 43: Relatório Final

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Questão 10:

“Toma os Devidos Cuidados?”

Tabela

Toma os Devidos

Cuidados?

Número de

PessoasPorcentagem

Sim 120 80%

Não 30 20%

Total 150 100%

Gráfico

CTI – Bauru - SP 2009 43

Page 44: Relatório Final

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Sub-Questão (10):

“Se sim, Qual(ais)?”

Tabela

Quais?Número de

PessoasPorcentagem

Higiene 112 60%

Medicação 66 35%

Outros* 9 5%

Total 187 100%

Gráfico

CTI – Bauru - SP 2009 44

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Questão 11:

“Deseja Fazer Mais Alguma Modificação?”

Tabela

Deseja fazer

algo mais?

Número de

PessoasPorcentagem

Sim 81 54%

Não 69 46%

Total 150 100%

Gráfico

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Questão 12:

“Concorda Que é Vicioso?”

Tabela

Concorda que é

vicioso?

Número de

PessoasPorcentagem

Sim 69 46%

Não 81 54%

Total 150 100%

Gráfico

CTI – Bauru - SP 2009 46

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8.0 Os Diferentes Tipos de Modificações Corporais

Embora não tenhamos encontrado muitas pessoas com algumas dessas

modificações, e algumas foram até mesmo ausentes nos dados coletados,

optamos por falar delas para que nosso trabalho ficasse mais completo, com

mais curiosidades.

Bifurcação Lingual

Como o nome já diz, esta modificação, consiste em realizar por meio de

uma intervenção cirúrgica, uma separação da língua do indivíduo em duas

partes diferentes. Com o tempo, algumas pessoas conseguem adquirir a

capacidade de mover as duas partes da língua separadamente.

Body Piercing

Esta, já não causa espanto ou confusão, e nem dificuldade de

entendimento, uma vez que é muito comum em nossa sociedade. Consiste em

realizar um ou mais furos em determinada parte do corpo, e preencher estes

orifícios com jóias, geralmente de aço cirúrgico para evitar infecções.

Pocket

O Pocket pode também ser considerado um tipo de Body Piercing, já

que poderíamos dizer que é o inverso deste. Enquanto no Body Piercing a

argola ou haste do objeto fica para fora da pele, no Pocket, as pontas ficam

para dentro, deixando somente a argola para fora da pele. Uma prática comum

a quem possui Pockets, é fazer geralmente duas fileiras destes, e unir as

argolas por um fio, para formar um ‘trançado’ como se fosse um espartilho.

CTI – Bauru - SP 2009 47

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Branding

Muito parecida com a tatuagem. Possui a mesma finalidade, porém, o

método de realização é diferente. Tem a finalidade de deixar uma marca

permanente na pele, porém, depois que se decide o desenho que se quer, não

se usa uma máquina com agulha, mas sim um metal quente, que cria uma

cicatriz de queimadura na pele do indivíduo.

Escarificação

Tem também o intuito de deixar uma marca permanente, porém, ao

invés de realizá-la com agulhas ou ferro quente, utiliza-se um bisturi, que deixa

também uma cicatriz na pele.

Tatuagem

Outra modificação muito comum em nossa sociedade é a tatuagem, que

se trata de realizar uma marcação permanente na pele através de uma agulha

que injeta o pigmento de cor desejada.

Implantes e Surface

Os implantes podem ser de dois tipos diferentes: Sub-cutâneos, ou

Transdermais. Este primeiro, consiste em implantar sob a pele, um objeto

(geralmente argolas) de silicone ou plástico geralmente (também pode ser de

metal). O Transdermal, diferencia-se do Sub-Cutâneo por tem somente as

pontas implantadas e a(as) haste(es) ficam para fora da pele. O Surface

também é muito parecido com os implantes. Poderíamos dizer que é o inverso

do Implante Sub-Transdermal, pois ao invés de a(as) haste(es) ficarem para

fora da pele, o que fica para fora são as pontas.

CTI – Bauru - SP 2009 48

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9.0 História da Tatuagem e do Body Piercing

Trataremos da história somente desses dois tipos de modificações, por

serem eles os mais comuns em nossa sociedade.

Tatuagem

A Tatuagem é uma prática muito antiga do homem, sendo sua data mais

antiga encontrada, a de múmias egípcias de cerca de 2000 (dois mil) anos de

idade, porém, também era comum em nativos da Polinésia, onde simbolizava

datas importantes e rituais de passagem.

A Tatuagem começou a ser vista com outros olhos, que não os de uma

forma de arte, na Idade Média, onde a Igreja proibiu o seu uso, pois

considerava-a uma prática demoníaca a um ato violento ao próprio corpo. O

preconceito contra elas ficaram ainda maior quando a Inglaterra adotou-a como

forma de identificação de criminosos, tatuando-os quando eram presos.

Quem realmente difundiu esta prática pelo mundo, foram os piratas, que

quando em regiões da Polinésia, aprenderam como realizar esta prática,

retratando assim, com frequência, suas aventuras em seus corpos. Também,

popularizaram as Tatuagens em guetos, tabernas, e prostíbulos, que eram os

lugares onde piratas frequentavam. A tatuagem chegou até mesmo a ser usada

como identificação de prostitutas pelos seus respectivos cafetões.

Somente então, depois da metade do século XX, que a tatuagem deixou

de ser vista com tanto preconceito, e passou a ser vista como uma forma de

arte. Embora ainda há hoje um pouco de preconceito, ele está muito menos

intenso do que a 50 anos atrás.

CTI – Bauru - SP 2009 49

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Body Piercing

O body piercing vem sendo praticado por mais de 5 mil anos e sempre

foi usado como uma expressão pessoal, ritual espiritual, com uma distinção de

realeza, e mais recentemente como moda.

Tudo começou nas primeiras tribos e clãs das mais antigas raças

humanas. Nas tribos da América do Sul, África, Indonésia, nas castas

religiosas da Índia, pelos faraós do Egito e pelos soldados de Roma. Depois se

espalhou pela classe média e aristocracia do séc. XVIII e XIX, mas foi

esquecido no séc. XX.

Em 1970, cresceu novamente nas mãos dos “gurus” da moda de

Londres e artistas underground. E em 1990, finalmente atingiu a atenção de

todo o planeta fechando o elo entre o primitivo e o moderno.

CTI – Bauru - SP 2009 50

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10.0 A Religião

Por ser um dos nossos objetivos, a religião foi abordada de forma a qual

pudemos comparar e concluir que a influência não é tão grande quanto

imaginávamos. Apesar de a Bíblia conter certas passagens que parecem tratar

deste assunto, tudo depende da interpretação de cada um. Anexaremos agora

parte de um site que trata sobre o assunto:

A lei do Velho Testamento ordenou aos israelitas: “Pelos mortos não

dareis golpes na vossa carne; nem fareis marca alguma sobre vós. Eu sou o

Senhor” (Levítico 19:28). Portanto, apesar de não estarem os crentes sob a lei

do Velho Testamento nos dias de hoje (Romanos 10:4; Gálatas 3:23-25;

Efésios 2:15), o fato de ter havido um uma ordem contra tatuagens deveria nos

fazer pensar sobre a questão. O Novo Testamento não faz menção sobre os

crentes fazerem ou não tatuagem.

Em relação às tatuagens e piercings, um bom teste é determinar se

podemos ou não, com honestidade e sã consciência, pedir a Deus que

abençoe e use esta atividade particular para Seus bons propósitos. “Portanto,

quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória

de Deus” (I Coríntios 10:31). A Bíblia não se coloca condenando tatuagens ou

piercings, mas também não nos dá razão alguma para crermos que Deus nos

deixaria fazê-los.

Outra questão a considerar é o recato. A Bíblia nos instrui ao recato no

vestir (I Timóteo 2:9). Um aspecto do vestir recatadamente é nos certificarmos

de que cada parte que precisa ser coberta com roupas está adequadamente

vestida. Entretanto, o significado essencial do recato é não chamar atenção

para si mesmo. As pessoas que se vestem com recato o fazem de maneira tal

que jamais chamam atenção para si mesmas. Tatuagens e piercings, com

certeza, são chamativos. Neste sentido, as tatuagens e piercings não são

recatados.

Um princípio importante das escrituras a respeito de casos sobre os quais

a Bíblia não lida especificamente é que, se há dúvidas se isto agrada ou não a

Deus, então é melhor não fazê-lo. “Mas aquele que tem dúvidas, se come está

CTI – Bauru - SP 2009 51

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condenado, porque não come por fé; e tudo o que não é de fé é pecado”

(Romanos 14:23). Precisamos ter em mente que nossos corpos, assim como

nossas almas, foram redimidos e pertencem a Deus. Apesar de não se aplicar

diretamente a tatuagens e piercings, I Coríntios 6:19-20 nos dá um princípio:

“Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em

vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes

comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso

espírito, os quais pertencem a Deus.” Esta grande verdade deve sempre pesar

no que fazemos e até onde podemos ir em relação a nossos corpos. Se nossos

corpos pertencem a Deus, deveremos sempre nos certificar de que temos Sua

clara “permissão” antes de neles deixarmos “marcas” com tatuagens e

piercings.

( http://www.gotquestions.org/Portugues/tatuagens-piercings.html )

CTI – Bauru - SP 2009 52

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11.0 Cuidados

Cuidados com a Tatuagem

- Lavar bem

- Passar gelo no local da tatuagem

- Passar uma camada bem fina de pomada (“Bepantol”)

-Usar bandagem durante dois dias (para sair e para dormir)

Obs: Depois do tempo de bandagem, continuar usando pomada

durante 15 dias. Após esse período, passar hidratante durante mais 15

dias.

Proibições

- Sol

- Praia / Piscina / Rio

- Carne de Porco

- Peixe

- Chocolate

- Ovo (maionese)

- Frituras

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Cuidados com o Piercing

- Lavar bem

- Passar gelo no local durante a primeira semana

- Limpar com álcool 70 volumes

- Passar pomada bactericida (“Bactroban”)

Proibições

- Praia / Piscina / Rio

- Carne de Porco

- Peixe

- Chocolate

- Ovo (maionese)

- Frituras

CTI – Bauru - SP 2009 54

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12.0 Anexos

Textos e Resumos

Texto 1 - A galera Ilustrada

         Foi-se o tempo em que a tatuagem era símbolo de rebeldia. De tão

comum, virou um acessório do corpo. Depois da fase dos desenhos

tradicionais de marinheiros, do abstracionismo dos símbolos tribais e dos

motivos orientais, com dragões e ideogramas, a moda são os grafismos e a

releitura de motivos clássicos, como corações partidos e personagens de

história em quadrinhos, sobretudo com efeito de 3D. Discretas, as tatuagens

conquistaram a pele de modelos, das patricinhas e dos adolescentes em geral.

É claro que o preconceito ainda existe e que o exagero talvez se torne uma dor

de cabeça na vida adulta. Em carreiras conservadoras, como medicina e

direito, a tatuagem pode ser encarada como desvario ou um perigoso sinal de

desleixo, o que não quer dizer que médicos e advogados não possam ter uma.

Na hora de escolher o lugar, é só dar preferência a locais do corpo fáceis de

esconder com roupa.

A panturrilha, a parte interna do antebraço e o ombro são as regiões

preferidas dos garotos. Já as meninas tatuam mais o tornozelo, a nuca, a

virilha e a base da coluna vertebral. Em alguns lugares, como o Estado de São

Paulo, é proibida a tatuagem em menores de idade. Ignorar a lei tem seus

riscos. Os bons estúdios (locais onde se fazem tatuagens) são limpos e

utilizam material descartável, mas costumam seguir a legislação à risca,

mantendo menores a distância. Como tatuar virou moda, surgiram muitas

arapucas com gente mal preparada trabalhando sem assepsia. Portanto, todo

cuidado é pouco. Fazer tatuagem num estúdio qualquer, nem pensar. Não vale

a pena correr o risco de sair de lá com alguma doença grave, como Aids ou

hepatite B.

Para os arrependidos, a medicina sempre guarda uma segunda chance.

Ou quase. Tirar a tatuagem dá trabalho e custa caro. E o resultado nem

CTI – Bauru - SP 2009 55

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sempre costuma ser perfeito. O método mais eficaz ainda é o laser. Só que os

feixes agem melhor em cores escuras. A cor mais fácil de retirar é o preto, e a

mais complicadas são as mais claras e parecidas com o tom da pele, como

amarelo, laranja e vermelho. Nesses casos, ainda vale a sentença de que, uma

vez feita à tatuagem, é para sempre.

Cuidados e riscos no uso do piercing: A intensidade da dor depende de

onde se coloca a haste de metal. É mais intensa no nariz e na língua. Mesmo

quando o piercing é aplicado com instrumentos esterilizados, a região da ferida

pode infeccionar. O risco é maior no umbigo e na língua. O atrito da roupa com

o piercing colocado no mamilo pode causar infecção. Locais fáceis de limpar e

expostos a ventilação constante têm risco menor de infecção. Exemplos: a

sobrancelha e a cartilagem da orelha.

 

(Veja – Edição Especial – Jovens – Julho de 2003)

CTI – Bauru - SP 2009 56

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Resumo - Texto 1

A tatuagem que já foi um símbolo de rebeldia, hoje é considerada

uma  arte no corpo, conquistando a pele de pessoas comuns até os grandes

astros, sem deixar de lado as patricinhas e os adolescentes em geral.

Como tudo o que foge do “natural”, ainda existe o preconceito. Tatuagens e

outros tipos de modificação corporal, em carreiras conservadoras, podem ser

consideradas como um ato de loucura ou sinal de desleixo. Por isso, é

aconselhado que sejam feitas em lugares que possam ser escondidas

facilmente, como por exemplo ombros, e costas, que podem ser facilmente

encobridas com o uso de camisetas.

No estado de São Paulo, como em outros estados, a tatuagem é

proibida por lei para menores de 18 anos. Contrariar essa lei pode ter serias

conseqüências para o tatuador, que pode ter o seu estúdio fechado, além de

poder receber processos jurídicos e multas.

Os estúdios de tatuagem devem ser limpos e assépticos, assim como as

agulhas de tatuagem, ou todo e qualquer material para algum tipo de arte

corpórea, caso contrário, o tatuado pode contrair sérias doenças, tais como

Hepatite B e AIDS.

Para quem se arrepende, ainda resta esperança. Porém, ela custa caro,

dá trabalho e nem sempre é 100% eficaz. A cor mais fácil de ser removida é a

preta, já as claras, como amarelo, laranja e vermelho, são mais complicadas.

Ainda assim, continua valendo a idéia de que uma tatuagem é para sempre.

(Super Interessante - Abril de 2008)

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Texto 2 – Navalha na Carne

Línguas partidas ao meio, testas enfeitadas com chifres, corpos

suspensos por fios de aço enganchados na própria pele. Esses são só alguns

exemplos do que uns definem como movimento, outros como um desvio: body

modification, ou bod-mod para os íntimos. O termo em inglês engloba um

grande número de procedimentos cirúrgicos voluntários que deixam marcas no

corpo – a maior parte delas, irreversíveis e dolorosas.

Os motivos que levam pessoas – grande parte delas com vidas e rotinas

tão comuns quanto a sua – a transformar sua aparência são bastante

diversificados. O que todas têm em comum é a certeza de que são donas de

seus corpos e, por isso mesmo, podem fazer o que quiser com eles. Mas o que

isso nos diz sobre a sociedade em que vivemos? Será que nossos padrões de

beleza estão mudando?

Influências

Se levarmos ao pé da letra, a modificação do corpo humano começou no

dia em que o primeiro homem se depilou ou na noite em que a primeira mulher

passou maquiagem. São ações simples, mas que intervêm no projeto original.

Mas, deixando o pé da letra em paz, nossa história começa com as grandes

navegações, quando os europeus passam a ter contato com tatuagens da

Oceania, escarificações da África, enfeites perfurantes e rituais de suspensão

da Ásia e da América. Essas tradições milenares vieram dar nas praias da

Europa e, até o meio do século 20, eram coisa de marinheiro, prostituta e

outros freqüentadores das zonas portuárias. Nos anos 1960, o clima de "bicho

grilo" e a valorização da cultura oriental teve como reflexo a maior aceitação

das tatuagens. No final dos anos 1970, punks ingleses e gurus californianos

(Fakir Musafar foi e ainda é o maior deles) introduziram as perfurações no

repertório. Nos anos 1980, os yuppies decretaram tudo um nojo e só no início

dos anos 1990 o movimento começou a ganhar corpo novamente.

CTI – Bauru - SP 2009 58

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Mas, a essa altura, algo muito maior do que um renascimento da

tatuagem e dos piercings estava acontecendo. "A body art começou a ser

empregada por pessoas que não se consideravam parte da turma dos tatuados

e de maneiras que teriam causado consternação mesmo entre os fanáticos por

tatuagem", escreveu a socióloga americana Victoria Pitts, no livro In The Flesh

- The Cultural Politics of Body Modification ("Na carne – As políticas culturais da

modificação corporal", sem tradução em português). Segundo ela, nessa

época, coincidiram a explosão de estilos e performances, a ascensão de

estúdios especializados e o surgimento de revistas, websites, exposições e

livros celebrando e debatendo essas práticas. Tudo isso, segundo Pitts, acabou

culminando no surgimento de um movimento, a body modification.

Sexo, fé e chips

Dentro do movimento, Pitts destaca três tendências principais: gays e

lésbicas, que usam suas modificações para sublinhar sua opção sexual;

"modernos primitivos", que desejam alcançar transcendência espiritual por

meio de provações físicas; e "ciberpunks", que buscam romper fronteiras

tecnológicas usando o próprio corpo.

A tribo dos "modernos primitivos" se inspira em rituais e costumes de

civilizações arcaicas. Para eles, tatuagens, cicatrizes, perfurações e

suspensões são uma maneira de entrar em contato com o divino. No livro

Pagan Fleshworks – The Alchemy of Body Modification ("Trabalhos pagãos – a

alquimia da modificação corporal", sem tradução em português), a psicóloga

americana Maureen Mercury explica que, para esse grupo, a transformação

estética deve ser acompanhada de transformação psíquica. Mais do que uma

escolha, esses rituais seriam uma necessidade. "A vida em uma sociedade

dessacralizada requer medidas drásticas para restaurar nosso balanço com o

cosmos", escreveu.

Já os ciberpunks batem de frente com esses ideais. Ele formam o grupo

empenhado em realizar os sonhos (e pesadelos) que a ficção científica elabora

desde os anos 1960. Eles implantam chips que conectam o sistema nervoso à

internet, instalam câmeras que filmam o interior do corpo e substituem osso e

CTI – Bauru - SP 2009 59

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carne por metal e plástico. Ou seja, buscam confundir as fronteiras entre

homem e máquina.

Outra beleza?

Fora desses três grupos, sobra uma motivação bem mais simples para

encarar agulhas, ferros quentes e tesouras: grande parte das pessoas que

integram o movimento da body modification quer se sentir mais bonita. No site

canadense bmezine.com (Body Modification E-zine), modificados de todo o

mundo trocam experiências e imagens. Os participantes contam a história de

cada alteração e os planos para investidas futuras. Há um clima explícito de

exibicionismo.

Línguas bipartidas são sexy, escarificações dão inveja e implantes bem-

feitos despertam admiração. Exatamente da mesma forma que piercings no

umbigo fazem sucesso entre adolescentes, tatuagens em forma de estrela

viraram fetiche na era pós-Gisele Bündchen e peitos de silicone são cada vez

mais comuns entre homens e mulheres. "Os bod-mods não são diferentes de

mulheres exageradamente vaidosas, que procuram cirurgiões famosos. Tem

quem pague uma fortuna para ser atendido pelos modificadores top de linha

quando eles vêm ao Brasil. Nos dois casos, é um sinal de status", diz a artista

plástica Priscilla Davanzo, que faz mestrado sobre o assunto na USP.

Há, no entanto, uma diferença fundamental entre quem encara uma

cirurgia para conseguir o corpo perfeito e os integrantes do movimento bod-

mod. No primeiro grupo, estão pessoas dispostas a se inserir nos padrões

impostos pela sociedade. No segundo, pessoas dispostas a desafiá-los. E é

essa diferença que faz emergir diversas críticas aos adeptos da body

modification.

Para muitos psicólogos, as práticas dolorosas e pouco convencionais

são formas de agressão física, de automutilação, que refletem uma insatisfação

da pessoa com ela mesma. "O que fazemos na superfície quase sempre tem

uma relação profunda com o que está por dentro", disse a psicóloga inglesa

CTI – Bauru - SP 2009 60

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Corinee Sweet ao jornal londrino The Guardian em um artigo sobre modificação

corporal.

Mas nem todo mundo concorda com essa visão. "Essas críticas refletem

uma noção do corpo como algo fixo e imutável", escreveu Victoria em In The

Flesh. "Como as práticas de modificação vão de encontro às normas de beleza

ocidentais, que idealizam peles macias e imaculadas, elas são vistas como

mutilações." No livro A Lei do Mais Belo, a psiquiatra americana Nancy Etcoff

defende a tese de que o que leva alguém a passar por essas modificações é,

ironicamente, uma alta dose de auto-estima. É como se elas estivessem

dizendo que não precisam se preocupar com o padrão imposto, um aviso de

que são tão seguras quanto à sua aparência que continuam atraentes mesmo

depois de passar pelas transformações. "Tatuagens e escarificações são

dolorosas de ser feitas e carregam riscos de infecção. Como guerreiros que

exibem orgulhosos as cicatrizes das batalhas, os modificados estão mostrando

que enfrentaram e superaram um desafio físico", escreveu.

Cara do futuro

Mas aonde isso tudo vai parar? Será que as body modifications serão

um dia tão normais quanto tatuagens e piercings? É certo que nossa sociedade

tende a se tornar mais liberal com o tempo. Em apenas um século, homens e

mulheres subverteram os padrões de cabelos curtos e compridos, por exemplo.

"A gente é a ponta do iceberg", diz Filipe Julio, do site www.neoarte.net, um

dos principais de bod-mod do Brasil, com meio milhão de visitas desde 2002.

"Somos a primeira geração que viveu isso e nossos filhos já vão crescer com

outra visão."

Mas há quem duvide de que mudanças tão radicais possam ser aceitas

de forma generalizada. Mesmo porque, como ressalta Victoria, "o radicalismo

dos modificadores é moldado pelas forças sociais a que eles buscam se opor".

Assim, é possível que, à medida que se tornem aceitáveis, as transformações

evoluam entre os adeptos do movimento.

De uma forma ou de outra, o que parece irrevogável é a possibilidade de

transformarmos nossos corpos. "Independentemente de estar dentro ou fora

CTI – Bauru - SP 2009 61

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dos padrões, a idéia de modificar está presente na nossa história. E isso se

acelera no sistema capitalista, em que as coisas perdem a validade com muita

rapidez. É preciso criar novos modelos", diz Priscilla Davanzo. Seja em clínicas

de cirurgia plástica ou em estúdios especializados, a galeria de novas

possibilidades não pára de crescer.

Bifurcação de língua

Procedimento cirúrgico que divide parte da língua em duas metades,

dando a aparência de uma língua de lagarto ou cobra. Com o tempo, é possível

mexer as duas partes individualmente.

Branding

Aplicação de metal aquecido na pele, deixando uma queimadura que

eventualmente se transforma em uma cicatriz

Escarificação

Também conhecida como scarification ou simplesmente scar (cicatriz em

inglês). É a fabricação de cicatrizes, com intenções espirituais (como é comum

em tribos africanas) ou estéticas.

Implante

Um objeto, que pode ser de vários materiais (silicone, plástico, osso,

metal) e formatos, é inserido sob a pele, criando um relevo. Nos

implantestransdermais, a base fica sob a pele e a ponta fica para fora.

Nulificação

Remoção voluntária de partes do corpo, como testículos, dedos, dentes,

mamilos e até mesmo remoção de membros inteiros

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(In The Flesh - The Cultural Politics of Body Modification -

Victoria Pitts, EUA, 2003)

Resumo - Texto 2

Tendo por muitos como automutilação, a body modification, que são

práticas dolorosas e permanentes, estão sento feitas cada vez mais.

O body modification consiste em fazer modificações voluntárias e

permanentes.

Praticantes dessas modificações, geralmente as fazem com o intuito de

mostrar liberdade e atitude quanto aos seus atos.

De certa forma essas modificações começaram com simples ato de

nosso dia-a-dia como o de se depilar ou o de maquiar-se. Contudo a origem da

body modification deve-se ao contato dos europeus com os povos nativos da

África e da Oceania, que faziam escarificações e utilizavam enfeites

perfurantes

Com o passar do tempo, esses atos foram se espalhando por todo o

mundo e tornou-se mais popular no oriente e nos grupos que demonstram

rebeldia como os punks e gurus americanos, porém mais tarde essa arte

também chegou às pessoas que as fazem apenas por questões estéticas,

como entre os jovens e os homossexuais.

Existe muita divergência entre às pessoas que são prós e contra quanto

a tal forma de arte, pessoas que a julgam como uma arte e outras que a

consideram como uma forma de destruição do próprio corpo.

 

Tipos de body art:

Bifurcação lingual: Processo cirúrgico que divide a língua em duas partes.

Branding: Queimadura feita com um metal aquecido.

Escarificação: Consiste em criar uma cicatriz em seu corpo. 

Implante: São implantes subcutâneos, que podem ser metais, plásticos, ou

silicones.

CTI – Bauru - SP 2009 63

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Nulificação: Remoção voluntária de uma parte do corpo, como testículos,

mamilos, etc.

Texto 3 – Arte a Flor da Pele

O lugar é asséptico, limpíssimo. Paredes brancas, espelhos, aparelhos

de esterilização, luvas descartáveis, gavetas com seringas lacradas e cadeiras

de dentista. Num balcão ficam expostos os tubos de tinta colorida. O ambiente

seria tão silencioso quanto um hospital não fosse o som psicodélico que agita

os corajosos que circulam pela casa em busca de uma das poucas coisas

definitivas na vida: uma tatuagem. No estúdio Led’s Tattoo, do paulista Sérgio

Maciel, 38 anos, cerca de 50 pessoas são tatuadas todos os dias. Com o

verão, que naturalmente coloca barrigas, costas e pernas de fora, esse número

cresce. "Tatuagem hoje é status, como se fosse uma jóia. Significa que você

é moderno. É sinônimo de personalidade", diz Maciel.

A tatuagem existe desde que o mundo é mundo. O Homem de Gelo, um

corpo congelado encontrado na Itália em 1991, que se supõe ter vivido há

cerca de 7.300 anos, tinha vários desenhos sobre a pele. A múmia da princesa

Amunet, de Tebas, exibe desenhos feitos de pontos e linhas que certamente

chamaram a atenção dos egípcios há mais de 4 000 anos. Não se sabe o que

aquela tatuagem significava para os nossos ancestrais. Mas é muito provável

que ela não tenha sido desprovida de sentido. "O corpo foi um dos primeiros

instrumentos manipulados pelo homem para expressar um significado", afirma

a antropóloga Lux Vidal, especialista em pinturas corporais da Universidade de

São Paulo. "Tatuagens, pinturas, mutilações e cortes de cabelo são modos de

transformar o corpo para que ele comunique códigos, relações sociais e

valores."

As motivações que levam uma pessoa a se tatuar são quase infinitas.

Índios de vários países costumam se pintar para, entre outras coisas, assinalar

classificações de status entre os membros da tribo. Como em seu local de

origem, dispensam as roupas com que o homem branco sinaliza seu poder

aquisitivo e valores estéticos, é com tinta e formas impressas no corpo que eles

CTI – Bauru - SP 2009 64

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Centro de Análise de Dados Estatísticos – C.A.D.E.

se diferenciam. Os peles-vermelhas, da América do Norte, cobriam o corpo

com pinturas em situações de luto ou para ir à guerra. Já na região que hoje

corresponde aos países árabes, as tatuagens eram feitas para "proteger" o

corpo de doenças e trazer prosperidade. Acreditava-se que a impressão

definitiva de desenhos na pele tinha propriedades mágicas. Quando a região foi

dominada pelo Islamismo do profeta Maomé, tatuagens e qualquer alteração

no corpo passaram a ser vistas como pecado.

O primeiro registro literário da tatuagem data de 1769. Trata-se do relato

do navegador inglês James Cook sobre o que viu ao chegar ao Taiti, na

Polinésia: os nativos usavam espinhas de peixe finíssimas, ou ossos de

passarinho, para perfurar a pele e injetar um pigmento feito à base de carvão e

ferrugem. Data daí também a palavra tattoo, versão para o inglês do taitiano

tatu (pronuncia-se tatau), que quer dizer, adivinhe, desenho na pele.

Ao longo da história as tatuagens também têm sido freqüentemente

associadas à punição e a comportamentos marginais. Os bretões, povo

bárbaro que habitava a região da atual Grã-Bretanha, pintavam o rosto com

várias cores para intimidar invasores. No Império Romano, os escravos eram

tatuados. Na França do século XVIII, criminosos ganhavam uma pintura na

pele – às vezes uma marca com ferro quente – registrando o crime que tinham

cometido. Prostitutas, piratas e marinheiros também se tatuam há séculos,

como sinal de valentia e para demarcar seus grupos sociais (na primeira

década deste século, todo navio que partia da Europa levava a bordo um

tatuador). Sereias, caravelas, mulheres, âncoras e sinais patrióticos sempre

foram os desenhos mais escolhidos entre os marinheiros. Era comum também

às prostitutas levarem uma marca de seus cafetões, como um atestado de

propriedade.

Em presídios do mundo inteiro, os próprios detentos se tatuam para

diferenciar a facção à qual pertencem. O desenho do punhal cravado num

coração significa "assassino". É comum também os presos marcarem o

número do crime que cometeram (o número 288, por exemplo, é o artigo

referente ao crime de formação de quadrilha no Código Penal Brasileiro).

Antigamente, era a própria polícia que os tatuava. Na Inglaterra,

cravavam-se as iniciais "BC" – bad character, mau caráter em inglês – na pele

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dos condenados. "Ao longo do tempo, a tatuagem acabou virando a marca de

pessoas marginais, diferentes do resto da sociedade", diz Mirela Berger,

mestre em Antropologia pela Universidade de São Paulo.

Hoje isso mudou. Alguns grupos marginais ainda utilizam a tatuagem

como código, como os mafiosos japoneses da Yakuza, que tatuam grande

parte do corpo como prova de coragem e de fidelidade à gangue. Além da

tatuagem, é muito comum membros do grupo terem falanges decepadas como

punição por traição. Mas a tatuagem, principalmente nas últimas décadas,

deixou de significar desencaixe social. Para muita gente – e gente formadora

de opinião, com alto poder aquisitivo e boa bagagem cultural –, tatuagem pode

ser apenas uma forma de arte e diversão. "Perdi a conta de quantas vezes me

perguntaram se eu vendo drogas. Infelizmente a tatuagem ainda é vista como

sinônimo de irresponsabilidade", diz a analista de sistemas Katia Marcolino, 32

anos, toda tatuada.

Essa réstia de preconceito em relação a quem se tatua pode explicar a

tremenda irritação que análises psicológicas geram na maioria dos tatuados de

hoje. Clubbers, roqueiros, skatistas, surfistas, lutadores de jiu-jitsu, ou

simplesmente aquela gatinha que tatuou uma flor de lótus no tornozelo, todos

eles detestam ser tratados como excêntricos ou anormais. "Não gosto que me

rotulem porque não sou lata de óleo nem vidro de maionese", diz Katia.

De todo modo, certamente uma das razões que conduzem à tatuagem

hoje é o desejo de aparecer em público com um visual inusitado. O motorista

Luis Cláudio Marangoni, 32 anos, tatuado da cabeça raspada aos dedos dos

pés ("Inclusive lá", afirma), com motivos que vão de mulheres nuas a

morcegos, passando por escrita japonesa, adora pôr uma sunga e sair por aí.

Ao seu lado, acredite, qualquer modelo de biquíni passaria despercebida.

"Por meio da tatuagem, as pessoas procuram ser valorizadas e

consideradas bonitas pelo grupo a que pertencem. Trata-se de uma

necessidade de parecer igual e, ao mesmo tempo, diferente em relação aos

outros", diz Sandro Caramaschi, professor do Departamento de Psicologia da

USP. "A necessidade de se destacar dentro de uma sociedade massificada

como a nossa é cada vez maior", diz a antropóloga Mirela. "Todos queremos

chamar a atenção. E cada um chama a atenção da maneira que mais lhe

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parece positiva, ainda que isso possa escandalizar quem optou por outros

padrões de conduta e de afirmação."

Fazer uma marca definitiva no corpo exige coragem para desafiar

normas e encarar preconceitos. Em profissões tradicionais, como advocacia e

medicina, braços cheios de desenhos não são vistos com bons olhos. Nem por

chefes, nem por pares e nem pelos clientes da maioria das empresas. "Para

cargos mais altos, não seleciono pessoas que têm tatuagem. Não soa bem. As

empresas sempre dão preferência aos perfis tradicionais", diz Silvana Case,

vice-presidente da Catho, consultoria especializada em selecionar executivos.

Em muitas empresas, funcionários tatuados precisam usar roupas amplas e

deselegantes para esconder o corpo marcado e preservar o emprego. "No

trabalho preciso usar blusas que cheguem até o cotovelo, cubram o pescoço e

não tenham decotes. Nas pernas sempre meias grossas", afirma Kátia.

Mas é preciso coragem também para encarar a dor de uma série de agulhas

perfurando 3 mm de pele durante horas. O mecânico Flávio Melanas, 28 anos,

levou 15 anos para decidir tatuar um dragão no braço. Sem camisa, no estúdio

de Sérgio, disfarçava o incômodo de ver o sangue escorrendo pelo braço,

evento normalíssimo do pós-tattoo. "O desenho levou quatro horas para ficar

pronto. Arde um pouco. A sensação é a mesma de estar tomando uma série de

beliscões ininterruptamente."

Para o tatuador Francisco Russo não há motivo para drama. "Quando se

percebe que a vida continua depois da tatuagem, o medo passa", afirma

Russo. E quando o garotão percebe que ter tatuado nas costas o rosto do Axl

Rose, líder do Guns n’ Roses, uma banda de rock que fez sucesso no início

dos anos 90, foi uma burrada? Segundo Caramaschi, a vontade de chamar a

atenção é comum na adolescência, mas isso muda. Depois de um certo tempo,

o desenho feito no corpo pode perder o significado: a banda deixa de existir,

troca-se de namorada, pode-se até mudar de time. Com o passar do tempo

também se desenvolvem padrões pessoais, não mais grupais. E, então, pode

bater um arrependimento pesado. "Há uma fila de tatuados arrependidos

esperando pelo tratamento de remoção gratuito", diz Lydia Massako Ferreira,

chefe do Departamento de Cirurgia Plástica da Escola Paulista de Medicina

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(EPM), em São Paulo.

(O Brasil Tatuado e Outros Mundos - Toni Marques, Editora Rocco)

Resumo – Texto 3

“O lugar é asséptico, limpíssimo. Paredes brancas, espelhos, aparelhos

de esterilização, luvas descartáveis, gavetas com seringas lacradas e cadeiras

de dentista. Num balcão ficam expostos os tubos de tinta colorida”, diz Mariana

Mello. Ter uma clínica limpa e asséptica, não é motivo algum para o dono se

vangloriar, ele não faz mais do que o necessário, caso contrário, em qualquer

tatuagem, colocação de um body piercing, ou qualquer tipo de body

modification, por menores que fossem, a pessoa contrairia uma infecção, que

dependendo do tipo, e se o tratamento não fosse feito, ou fosse feito de forma

incorreta, a pessoa poderia até morrer.

Em média cinquenta pessoas são tatuadas por dia em um estúdio

‘normal’. No verão esse número tende a crescer. “Hoje, tatuagem é um

sinônimo de Status, de personalidade.” Diz um tatuador de São Paulo.

A tatuagem sempre esteve presente na história do homem. O homem de

gelo (homem que foi encontrado congelado na Itália, e que supõe-se ter vivido

há cerca de 7300 anos) possuía vários desenhos sob a pele, várias múmias

encontradas no Egito, e até mesmo Aborígenes, utilizavam pintura no corpo,

sendo essas, em grande parte com sentidos espirituais. “O corpo foi a primeira

forma de manifestação da arte encontrada pelo homem.” Diz a antropóloga Lux

Vidal, da Universidade de São Paulo.

Os motivos para as pessoas se tatuarem são quase infinitos, podem

variar desde motivos religiosos ou homenagens, até uma simples manifestação

de arte no corpo.

O primeiro relato sobre tatuagens encontrado, vem de 1769. Para

perfurar a pele e injetar os pigmentos a base de carvão e ferrugem, os nativos

polinésios utilizavam espinhas de peixe finíssimas, ou ossos de passarinhos. A

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palavra Tattoo, é a versão inglesa para a palavra Tatu do taitiano, que significa

‘Desenho na Pele’.

Embora hoje com menos intensidade, as tatuagens ainda sofrem

preconceitos, pois no passado elas eram usadas para diferenciar criminosos,

prostitutas, piratas, etc. Em presídios do mundo inteiro, é comum os detentos

se tatuarem para diferenciar a facção a qual pertencem, ou então, para

mostrar qual crime cometeram, ou ainda é comum tatuarem o número do crime

cometido. Antigamente eram comuns os policiais tatuarem nos presos a sigla

BC (Bad Character em inglês, ou Mau Caráter em Português), para diferenciar

os criminosos do resto da população.

Hoje em dia, apesar de vários grupos utilizarem tatuagens com forma de

fidelidade (como é o caso da Yakuza), a tatuagem deixou de significar esse

‘Desencaixe Social’, e hoje, elas são vistas como uma boa forma de arte

misturada com atitude. Infelizmente, a tatuagem ainda é vista como sinônimo

de ‘gente ruim’, e irresponsabilidade.

“É através da tatuagem que as pessoas buscam ficar mais bonitas e

valorizadas em relação ao grupo que pertencem. Trata-se de uma necessidade

de parecer igual, e ao mesmo tempo diferente!”, diz Sandro C., professor do

departamento de psicologia da USP. “A necessidade de se destacar numa

sociedade massificada como a nossa, é cada vez maior. Todos querem chamar

atenção, e cada um chama do jeito que parece mais positivo.” Diz a

antropóloga Mirela.

Fazer uma marca definitiva no corpo exige muita coragem para desafiar

os preconceitos ainda existentes. Em profissões tradicionais, tatuagens não

são bem vistas. “Para cargos mais altos, não seleciono pessoas que têm

tatuagem, não pega bem.”, diz Silvana, Vice-Presidente de uma empresa.

Para quem quer fazer uma tatuagem, pense bem, pois o maior cuidado

que deve-se ter é pensar se você não se arrependerá no futuro.

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Imagens

Ilustração de Tatuagens.

Tatuagem sendo feita.

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Exemplo de Pockets, formando um Corset Piercing (Piercings em espartilho).

Exemplo de Piercing Exemplo de Surface

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Homem-Lagarto, com implantes Sub-cutâneos, alargador, tatuagem e Bifurcação de Língua.

Ilustração de Implantes Transdermais (cabeça)

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Exemplo de Branding

Escarificação sendo Feita

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Ficha de Anamrese

Processo obrigatório que antecede a realização da modificação corporal.

O cliente deve preencher a ficha, para uma avaliação completa de sua saúde.

Mais uma medida de segurança que deve ser tomada pela clínica.

Contudo, ainda existem diversas clínicas que se julgam profissionais e

não executam tal procedimento.

Veja a seguir fichas necessárias para fazer uma tatuagem e piercing.

Lembrando que por lei, tatuagem é permitida apenas para maiores de 18 anos.

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13.0 Bibliografia e Infografia

Veja – Edição Especial – Jovens – Julho de 2003

 Super Interessante - Abril de 2008

O Brasil Tatuado e Outros Mundos - Toni Marques, Editora Rocco

< http://www.funnyphotos.net.au/piercings/ > Acessado em 06/04/2009, 15:25

< http://noticias.terra.com.br/popular/interna/0,,OI1704522-EI1141,00.html >

Acessado em 06/04/2009, 15:27

< http://www.lifeinthefastlane.ca/extreme-body-piercing-branding-

scarification/offbeat-news/comment-page-2 > Acessado em 06/04/2009, 15:32

< http://images.google.com.br/ > Acessado em 06/04/2009, 15:19

< http://www.blogadao.com/body-modification-05-bizarras-modificacoes-

corporais/ > Acessado em 06/04/2009, 16:02

< http://elcabron.sjdr.com.br/curiosidades/top-10-as-modificacoes-corporais-

mais-bizarras-do-mundo/ > Acessado em 06/04/2009, 16:03

< http://ainanas.com/must-see/tatuagem-nos-olhos/ > Acessado em

06/04/2009, 16:08

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