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A tecnologia na minha vida Ao retornar ao meu passado, encontrei muitos registros durante a minha trajetória até aqui, de repente, percebi que o nosso tempo parece ser feito de todos os tempos e quando fiz essa viagem deparei-me com momentos que foram importantes, como meu pai, que já não tenho, mas que foi peça fundamental na minha história. Venho de uma família de classe média, e até aos seis anos de idade, morei numa fazenda paulista, onde convivi com objetos de diferentes idades de invenção que não anulavam a importância um do outro, como a velha panela de ferro em cima do fogão a lenha e o liquidificador, como as histórias mal-assombradas do meu avó e a televisão, os aviões que passavam voando por cima de estradas onde andavam carros de bois e carroças de burros. Cresci vendo o futuro se construir debaixo dos meus olhos, o que me parecia ficção e sonhos foram se tornando realidade, tudo parecia possível a partir da curiosidade e invenção humana, eram os avanços tecnológicos. Em pouco tempo o homem chegou a Lua, as imagens chegavam cada vez mais nítidas através dos aparelhos de televisão até ficarem coloridas, o mundo avançava rumo ao futuro tecnológico. Alguns desses avanços ficaram marcados na minha vida, como meu primeiro toca-fitas e gravador, que foi meu companheiro durante as minhas primeiras manifestações sentimentais, na adolescência. O tempo passou, e aos dezoito anos, tendo terminado o Magistério, iniciei minha carreira como professora. Durante os primeiros anos como docente, praticamente não tive acesso a informática. A primeira vista, o mundo da Informática parecia território exclusivo de indivíduos privilegiados, de bom nível educacional, no entanto, pouco tempo depois, ela se fazia presente na Escola onde eu trabalhava. Era uma escola municipal urbana, que adquiriu alguns computadores, vi-me obrigada a fazer um curso básico de informática e a partir daí iniciou-se um novo período na minha vida. Consegui comprar um computador de segunda mão, que sempre me deixava na mão, sempre nos momentos que mais precisava dele, eram trabalhos da faculdade que precisavam ser entregues no prazo entre outros, no entanto eu sentia-me fascinada com esse novo mundo que se abria a minha frente. Em pouco tempo estávamos acessando a Internet, vi ali a possibilidade de melhorar minha atuação

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A tecnologia na minha vida

Ao retornar ao meu passado, encontrei muitos registros durante a minha

trajetória até aqui, de repente, percebi que o nosso tempo parece ser feito de todos

os tempos e quando fiz essa viagem deparei-me com momentos que foram

importantes, como meu pai, que já não tenho, mas que foi peça fundamental na

minha história.

Venho de uma família de classe média, e até aos seis anos de idade, morei

numa fazenda paulista, onde convivi com objetos de diferentes idades de invenção

que não anulavam a importância um do outro, como a velha panela de ferro em cima

do fogão a lenha e o liquidificador, como as histórias mal-assombradas do meu avó e

a televisão, os aviões que passavam voando por cima de estradas onde andavam

carros de bois e carroças de burros.

Cresci vendo o futuro se construir debaixo dos meus olhos, o que me parecia

ficção e sonhos foram se tornando realidade, tudo parecia possível a partir da

curiosidade e invenção humana, eram os avanços tecnológicos.

Em pouco tempo o homem chegou a Lua, as imagens chegavam cada vez

mais nítidas através dos aparelhos de televisão até ficarem coloridas, o mundo

avançava rumo ao futuro tecnológico. Alguns desses avanços ficaram marcados na

minha vida, como meu primeiro toca-fitas e gravador, que foi meu companheiro

durante as minhas primeiras manifestações sentimentais, na adolescência.

O tempo passou, e aos dezoito anos, tendo terminado o Magistério, iniciei

minha carreira como professora. Durante os primeiros anos como docente,

praticamente não tive acesso a informática. A primeira vista, o mundo da Informática

parecia território exclusivo de indivíduos privilegiados, de bom nível educacional, no

entanto, pouco tempo depois, ela se fazia presente na Escola onde eu trabalhava. Era

uma escola municipal urbana, que adquiriu alguns computadores, vi-me obrigada a

fazer um curso básico de informática e a partir daí iniciou-se um novo período na

minha vida.

Consegui comprar um computador de segunda mão, que sempre me deixava

na mão, sempre nos momentos que mais precisava dele, eram trabalhos da faculdade

que precisavam ser entregues no prazo entre outros, no entanto eu sentia-me

fascinada com esse novo mundo que se abria a minha frente. Em pouco tempo

estávamos acessando a Internet, vi ali a possibilidade de melhorar minha atuação

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pedagógica, e de abrir novos horizontes a minha frente. Meus alunos passaram a ter o

privilégio de ir a lugares antes inacessíveis dentro de sua possibilidade, e de conhecer

o mundo através das noticias, reportagens e imagens.

Com a minha vinda para Terra Nova do Norte, especificamente para a Escola

Municipal Ribeirão Bonito, me limitei ao uso do computador para digitações e uso

de Cds e DVDs, pois um laboratório de Informática e a Internet eram apenas sonhos,

que vieram se realizar neste ano.

Hoje, temos um pequeno Laboratório e podemos acessar a Internet, estamos

interligados com o mundo. Nossa pratica pedagógica melhorou e nossos alunos são

beneficiados com uma tecnologia de ponta.

Podemos dizer que a necessidade faz a qualidade. Os avanços tecnológicos e

as descobertas científicas nos obrigam a ter acesso à informática, para podermos

acompanhar deste mundo que não para de evoluir no campo das inovações.

Marcia Valeria Sanchez Perez

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Minhas Lembranças

A partir das lembranças que tenho de minha infância, uma das coisas que mais me recordo foi a experiência inesquecível e até cômica com as tecnologias. Nasci e me criei no sítio, que pertencia a uma pequena cidade do Paraná. Meu pai, gaúcho e tradicionalista comprou um rádio que mais parecia uma caixa de abelha.

Devido ao preço e a escassez de pilhas, o rádio só era ligado em momentos especiais, para ouvir notícias e o jogo do Internacional contra o Grêmio, é claro! Não podia mexer, era relíquia e ficava no alto da prateleira. Na mais pura e primitiva ingenuidade, procurava entender como saiam às vozes lá de dentro. Quando estava ligado era proibido até sussurrar dentro de casa. Tempos passaram, mudei para a cidade.

Comecei a estudar e foi na escola, com a professora e os colegas que fiquei sabendo sobre a TV, as novelas, os filmes e jornais. Contava os dias para chegar o sábado à noite para fazer serão na casa da vizinha e assistir televisão. Preto e branco. É claro! Que saudades do Super Homem, Chacrinha e suas Chacretes e tantos outros. Depois disso vieram os aparelhos de som, os discos, as fitas K7 e o telefone.

Poucos tinham acesso. Que susto o dia em que o telefone tocou perto de mim. Além do susto não tive coragem e não sabia como atender. Até aqui, eu só via e ouvia falar nesses aparelhos. A partir da década de 80 e 90, passei a ter um pouco mais de contato com as tecnologias. Aprendi a manusear os aparelhos eletrodomésticos, utilizar máquina de escrever, máquina fotográfica e atender telefone.

Meu contato com as novas tecnologias se deu praticamente a partir de 2000, por isso sou uma migrante tecnológica e sinto que foi prejudicial para o desenvolvimento das minhas habilidades e competências em relação ao uso do computador e da Internet. No entanto, tenho certeza que sou capaz de superar os novos desafios e aprender muito.

Ficou clara a importância e a necessidade do contato com as tecnologias (internet) desde cedo pelas crianças. Pois esse contato rompe todos os bloqueios, fazendo com que as mesmas não tenham medo e receio de criar, ousar, investigar, aprender e gostar dos desafios propostos pelas mídias.

Isaura de Carli

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A TECNOLOGIA EM MINHA VIDA

Eu, Edna Crisitna Fassbinder Ferst, atualmente trabalho na Escola Municipal Ribeirão Bonito no Projeto Cultivar . Trabalho nesta escola desde 2004. As tecnologias em minha vida foram surgindo gradativamente por influências de vários fatores.

Quando meus pais migraram para a 9ª Agrovila no ano de 1984, aqui era puro mato, apenas com estradas, a água para consumo era tirada de poços com baldes e cordas, não tinha energia elétrica.Recordo-me da história do meu nome que minha mãe contava quando ainda criança, que na naquela época em 1983 tinha na minha casa um rádio da marca Motorola que era muito cuidado pelo meu pai, que ela escutando um programa na Rádio Nacional da Amazônia, escutou o nome Edna Cristina e achou lindo.

Desde criança gostei de coisas novas, era apaixonada pelo rádio que tinha em minha casa, pela calculadora de meu pai, que ele usava para cubicar madeira. Quando comecei a estudar que dominava um pouco os números, meu pai me ensinou a manusear a calculadora, então eu era quem fazia os cálculos das madeiras para o meu pai.os anos foram se passando, e aqui por ser um lugar um pouco distante da sede do município, demorou um pouco para chegar as novidades da tecnologia.

No ano de 1997 apareceu um senhor para dar um curso de datilografia, eu muito entusiasmada fiz o curso, aprendi a datilografar, mas depois por não ter aonde praticar perdi a habilidade. Neste mesmo ano puxaram uma rede de energia aqui na comunidade e instalaram energia na escola, pois tinha aula a noite. Então começaram a surgir as novidades, televisão com antena parabólica e um computador para a escola o que era um sonho, mas nós alunos da época só podíamos chegar perto, ficávamos maravilhados, encantados.

No ano de 1998 com a ajuda dos moradores da comunidade foi puxado uma rede de energia para toda a comunidade, onde todos os moradores puderam ter energia elétrica. A partir daí as tecnologias foram surgindo. Meu pai e minha mãe compraram geladeira, máquina de lavar, ferro, liquidificador, batedeira, mas a tão sonhada televisão não chegou, isso por meu pai achar que atrapalharia na educação dos filhos. Quando estava terminado o ensino médio, pude ter acesso a um computador, pois fui à cidade fazer um curso básico, aproveitava cada momento que estava na frente. No ano seguinte em 2001, comecei a trabalhar como professora e então comprei uma televisão, já que era um sonho de consumo. Nas escolas onde trabalhei até o ano de 2005, tive muito pouco acesso a computadores, pois o que tinha na escola era mais restrito a secretaria. Quando ingressei na faculdade, aproveitei para usar o laboratório da universidade, para relembrar o que já havia aprendido e aprender um pouco mais. Os trabalhos da faculdade eram sempre digitados em computador emprestado, pois ainda não tinha o meu.

Com a chegada do laboratório, pude então usar um pouco mais, até mesmo para trabalhos pedagógicos. Quando tivemos acesso a internet, parece que viajava por um mundo que ainda não era meu. Tenho minhas limitações, mas tento usar e aprender tudo, pois no mundo em que vivemos hoje, sendo transformado por novas tecnologias a cada momento, temos que correr ao encontro, pois senão morremos no tempo.

Edna Crisitna Fassbinder Ferst

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MINHA HISTÓRIA COM ORGULHO

Bem, vou escrever parte da minha vida, ela começa bem assim:Sou filha de pais simples, minha mãe foi professora de Geografia (hoje

aposentada) meu pai na época comerciante (hoje produtor rural), isso tudo numa cidadezinha do interior do Paraná chamada Engenheiro Beltrão; onde vive por cerca de 31 anos.

Tenho boas lembranças da minha infância, adolescência, mas da fase adulta nem tanto, bom chega de enrolar vamos ao que interessa.

Apesar de ter nascido em uma família simples, sempre tive acesso a tecnologia que me era possível no momento, vamos falar do período da infância.

Com 05 anos de idade frequentei a escola, lá chamada de JARDIM DE INFÂNCIA, me lembro que nessa escola existia um aparelho de som, onde era ligado nos momentos de recreação esse som era usado como sinal, ou seja, entrada, recreio e saída, não existiam o sinal convencional.

No período do primário em casa já existia uma televisão preto e branco me recordo com muita saudade do tempo em que passava às 17 horas o Sítio do Pica-Pau Amarelo na Rede Globo e eu chegava louca para assistir.

Quando fui para o ginasial meus pais compraram uma outra televisão agora colorida, nessa mesma época ganhei em meu aniversário um aparelho de som 2 em 1, tocava LP, e rádio AM e FM.

Com 14 anos iniciei meu curso de formação do 2º sendo ele o saudoso MAGISTÉRIO me tornando professora de 1ª a 4ª séries, nesse tempo passei a ter acesso há aparelho de vídeo na escola, em casa minha mãe adquiriu uma linha telefônica convencional.

Terminei o 2º grau em 1.988 e trabalhei em um projeto chamado TEMPO de CRIANÇA, no ano de 1.990 prestei um concurso municipal para professora e passei, fui chamada em 09/06/1. 991 onde trabalhei até 05/02/2. 003, sempre trabalhei com 2ª série e por consequência na escola onde me formei professora e no ano de 1.998/1.999 fiz um curso de D.M. para trabalhar com sala de recursos e na APAE, nessa época passei a conhecer o computador, mas nunca fiz curso de informática, o pouco que sei aprendi por curiosidade. Iniciei a faculdade de Geografia em 1.995 mas precisei trancar por um certo período , só podendo concluir em 2.001, em seguida iniciei minha pós.Durante os cursos passei a ter maior acesso a tecnologia e informações, mas o meu computador, só pude comprar no ano de 2.007, e ainda tem funções nele que eu desconheço.

Mas com o curso de INTRODUÇÃO a EDUCAÇÃO DIGITAL, espero poder não ser mais uma analfabeta funcional na área de informática.Pois nós precisamos nos aperfeiçoar para melhorar nossa prática profissional, sem ficarmos surpresos com as transformações que acontecem no mundo contemporâneo e globalizado.

Hoje temos acessos há vários aparelhos elétricos- eletrônicos que no passado não muito distante não tínhamos nem noção sem isso seria possível, como a robótica que hoje é coisa normal, e nós quando vamos ter acesso a ultima tecnologia em relação a informática.

Agora tenho internet em casa, coisa que jamais imaginei conseguir um dia, ela funciona via rádio, mas pela nossa localidade e tamanho é a mais recente e moderna tecnologia a nosso dispor.

Jackline - E.M. Ribeirão Bonito

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Minha trombada com a tecnologia

Meu nome é Liomar e pretendo aqui descrever como foi a minha trombada com a tal tecnologia.

Nasci na cidade de Galvão, município do interior de Santa Catarina. Pra dizer bem a verdade um ovinho perdido no meio de montão de morros entre São Lourenço do Oeste e Xanxerê.

Pois bem, ao que me lembro eu a tecnologia fomos apresentados ha muito tempo atrás, ainda vivendo numa comunidade por nome Jupiá-SC, hoje tornada município com um pouquinho mais de 600 habitantes na cidade. Meu pai possuía um moinho de descascar arroz e moer milho, que para a época era uma baita tecnologia, pois até então lá no interior as pessoas descascavam arroz no pilão.

Algum tempo depois, não me recordo a data, pois era muito novo, meu pai conseguiu comprar uma televisão em preto e branco, que pra nós na época era o “oh!”. Lembro até hoje que passava horas na frente daquele caixote monstruoso vendo desenho e um seriado que nunca me esqueço, “rim tim tim”.

Em 1984 mudamos para Mato Grosso, a terra das onças para os que ficaram e até hoje eles pensam assim. Estabelecemos residência na Agrovila Minuana e aí me afastei da tecnologia televisão porque não tinha energia no local, e a tal energia só viria ser instalada na vila no final do ano de 1989. Durante esse período todo, a tecnologia televisão ficou guardada em cima de uma móvel que chamávamos de bidê, esperando a energia ser instalada para voltar a ativa.

De 1984 até 1989 nada de tecnologias eletrônicas, as tecnologias que usávamos eram a enxada, a foice, o matraca para plantar o arroz e o milho e na época da colheita podia ver em ação a trilhadeira de um vizinho que passava em via sacra trilhado os grãos dos produtores da vila.

No ano de 1992 já havendo concluído a 8ª série, fui estudar do colégio dos padres em Itaúba, onde concluí o segundo grau como se dizia na época. Neste novo ambiente pude ter mias acesso a tecnologias antes não conhecidas por mim. Tínhamos no seminário uma sala de datilografia que era a sensação, pois nunca tinha visto uma máquina que pudesse escrever. Tínhamos muitas outras máquinas que nos facilitavam o trabalho. Conheci no seminário um tal de vídeo cassete que nos permitia gravar os filmes que passavam durante a semana para que pudéssemos vê-los no sábado. Outra tecnologia que me marcou bastante foi o aparelho de som, toda manhã acordávamos às 6:00 ao som de músicas sacras o que me ajudava bastante a preparar o espírito para o decorrer do dia. Tínhamos também instrumentos musicais como violão, guitarra, contra-baixo, teclado e uma harmônica, e pude aprender a tocar alguns deles.

No meio do ano de 1994 instalaram o telefone convencional o que gerou bastante confusão no inicio, pois todos queriam atendê-lo, quando tocava, o trupé era grande.

Já quase no final do ano de 1994, ano em que deixei o seminário, foi comprado um computador, o que gerou grande alvoroço entre nós. A curiosidade para ver aquele bichinho funcionando era quase incontrolável. Mas a decepção foi grande, pois nem todos podiam ver o tal computador em funcionamento por que somente um dos padres o utilizava para serviços internos e era impossível torná-lo acessível a todos.

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Em 1997 já cursando faculdade na Unemat de Sinop, fazia-se necessário que para continuar os estudos eu arranjasse um emprego. Depois de ter visto o tal computador no seminário e não ter podido aprender a lidar com ele, meu desejo era aprender para poder trabalhar com um, foi ai que iniciei na faculdade um curso de computação básica no laboratório de informática do próprio campus universitário.

Logo que concluí o curso, por intermédio de amigos, consegui uma chance de fazer um teste no mais conceituado escritório contábil da cidade. Na entrevista ao ser perguntado se já havia trabalhado com o tal computador, arrisquei dizer que já havia domado um bichinho igual ao que eles tinham no escritório, foi ai que me deram uma semana de prazo para provar que podia domar aquele também. Consegui ficar no emprego e ali trabalhei por três anos e quatro meses, todos os dias lidando com o computador. Depois daquele emprego os outros que tive sempre foram trabalhos em que se fazia necessário utilizar a tecnologia da informática. E hoje aqui na escola é uma ferramenta muito usada no meu dia-a-dia para poder aprender para conseguir ensinar.

Dalla Santa, Liomar Roque

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Evolução tecnológica

Era uma vez, um objeto intriganteútil, cobiçado e fascinanteseu nome conhecido popularmentepor máquina de escrever cientificamente

Anos a fio esteve presentecom efeito muito potenterevolucionou especialmentea rotina da gente

Nos tempos jovens e cienteparticipando ativamenteda moda e do diferenteera bom, era quente.

Hoje ultrapassado essa sementefoi substituída drasticamentepor um objeto de memória inteligentecom tanto apetrecho instigastenos tornando impotenteCredo em cruz! Extrapolou a minha mente.

Que pena não acompanhar cientificamentea tecnologia vigentesubstituindo a máquina valentepor computador eletronicamenteMeu Deus! Me sinto incompetente.

Zoleide Bianchini

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EU E A TECNOLOGIA

Lembrar da minha infância é lembrar um menino tímido, expansivo com os amigos e familiares, mas acanhado, arredio com as outras pessoas. Recordo-me que ao recebermos visitas em nossa casa eu encontrava uma maneira de ir saindo de mansinho e acabava escondendo-me no quarto, atrás da casa, ou saía pela rua sem saber para onde ia. Só retornava quando as visitas já tivessem saído. Mas por detrás daquele menino tímido, havia um menino corajoso, um “alguém” que desejava conhecer as coisas, descobrir o mundo.

Filho de uma família pobre, que não poderia nos oferecer muita coisa em termos de tecnologia, saía sozinho durante a noite, quando ainda tinha entre 06 e 07 anos, para ir à casa de meus tios assistir, em televisão preto e branco, a novela sensação da época, ”O Bem-Amado”, e filmes, especialmente do Conde Drácula.

Outro programa favorito era assistir filmes no CTG (Centro de Tradições Gaúchas). Filmes do Teixeirinha, Mazaroppi e Trapalhões, que eram sucesso de público no Rio Grande do Sul. Pegava eu pelo braço a minha irmã e meu irmão, mais novos do que eu, e juntos íamos assistir a esses filmes que eram transmitidos durante a noite. Porém, isso não era problema para nós, afinal, coragem não nos faltava.

Desde muito cedo ouvia dizer que, nós crianças, não devíamos nos intrometer em assunto de adultos. Alheio a tudo o que acontecia ao meu redor, eis quando recebo de meus pais uma notícia que me deixou muito triste: iríamos embora de Miraguaí. Estávamos indo morar em Mato Grosso.

Corria o ano de 81. Com apenas 08 anos de idade e sem ter noção da distância, só sabia que era muito longe, meu coração de criança ficou dividido: curioso por viver essa aventura, porém muito triste por deixar os amigos, a escola, os parentes. Chegou o dia D. A despedida, o embarque, os quatro dias que durou a viagem, a chegada à nova terra e a triste constatação: ali seria muito difícil viver. Estradas com enormes atoleiros, um vilarejo (onde iríamos morar) e muita mata. Este era o novo cenário.

A única rádio que sintonizava neste lugar era a Rádio Nacional da Amazônia. Nela havia um programa, por nós crianças e até adultos, muito querido, inteiramente voltado para o público infantil, com historinhas, músicas infantis: o Programa da Tia Leninha. Como trabalhávamos na roça era complicado para escutarmos esse programa. Só havia uma saída: levarmos o rádio para a roça. E assim fazíamos. Quando chegava a hora do programa ninguém nos segurava.

Em 1983, fui para o Seminário, em Itaúba. Foi aí que comecei a ter um maior contato com as tecnologias da época. Inclusive foi no seminário que fiz um curso de datilografia, feito em máquinas com teclado relativamente pesado. Mas foi de grande valia. A habilidade na digitação nos dias de hoje se deve àquele curso.

Em 1988 finalmente conseguimos comprar a nossa primeira televisão, em preto e branco. Quanta felicidade. Na época, em nossa região, só conseguíamos sintonizar o SBT(Sistema Brasileiro de Televisão), porém, pouco nos importava. Como fomos uns dos primeiros da comunidade a comprar uma televisão, muitas pessoas e

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famílias iam lá pra casa, diariamente ou nos finais de semana, para assistir a novela, filmes, jogos de futebol. Enfim, a nossa casa virou um ponto de encontro.

Olha a ironia do destino. Em 1989 prestei vestibular na FUCMAT (Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso) para o curso de Filosofia, afinal ainda era seminarista. Foi-me dado um poema, que ora não me recordo, do qual teria que extrair o tema central e, a partir daí, produzir a minha redação. Cheguei à conclusão que o tema central era “a alma do computador”. Porém, que alma era essa. Eu nunca tinha visto um computador na minha frente, nem sabia o que era isso. Quanto suador. Alguma coisa teria que escrever. Escrevi. Se me saí bem ou não, nunca saberei. Da “alma” não sei o destino, se o céu ou o inferno. O importante foi que consegui passar no vestibular.

Em 1998, pude ter contato com o tão falado computador. Participei de um curso básico de informática, ministrado pelo Padre Edson Sestari, no qual aprendi as noções básicas que logo esqueci, pois não tinha praticamente nenhum contato com outro computador fora do curso.

Finalmente no ano de 2000, realizei o sonho do computador particular. Passou a ser uma ferramenta extremamente importante na minha vida de professor, pois facilitou em muito algumas atividades que eram penosas sem ele. Pude desenvolver habilidades e dominar uma boa parte dos recursos que o computador nos oferece e transformar essas habilidades em conhecimento significativo.

No ano de 2003, participei de um curso de pós-graduação, “Informática na Educação”, o que ajudou significativamente no meu aprendizado e na possibilidade de auxiliar outras pessoas.

Neste ano de 2008 estamos tendo mais esta oportunidade de aprendermos a usar essa grande ferramenta pedagógica, através do curso que nos está sendo oferecido pela ProInfo, “Educação Digital – Linux”. Espero poder tirar um bom proveito desse curso para transformá-lo em conhecimento significativo para os meus alunos no dia-a-dia da sala de aula.

Lairton José Ferst

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Amizade por um fio!

Durante a infância não tive muito contato com a tecnologia, pois morávamos em uma “cidadezinha cheia de graça”, com seus sete a oito mil moradores, chamada “Rosário Oeste”, localizada a 120 km de Cuiabá, a capital de MT, Terra de gente simples, mas de muita sabedoria, cheia de crendices populares, segundo os ribeirinhos existe uma lenda a respeito do Rio Cuiabá, dizem os mais velhos que no fundo do Rio habita o “Minhocão” e que ele engole pessoas e vira embarcações, na verdade não conheço muito a história, mas tem gente que jura ter visto, eu prefiro apenas acreditar, pois tenho medo só de ouvir falar.

Embora não houvesse muitas pessoas em Rosário, ainda assim as poucas que haviam eram acolhedoras, e passavam todas as tardes conversando em frente a suas casas, a simplicidade era algo que chamava atenção naqueles semblantes, que na maioria das vezes eram de moradores antigos, que o tempo já havia modificado seus traços, mas não a alegria de estar com o outro para falar sobre seu dia, ou mesmo uma palavra a toa, apenas para perpetuar o círculo da amizade. Com o passar do tempo as coisas foram se modificando, nossa cidadezinha foi ganhando mais graça ainda, porque seus moradores estavam conhecendo uma nova forma de se comunicar, e quem iria imaginar que as conversas das tardes dariam lugar ao “Telefone”, isso mesmo, a tecnologia estava chegando! Assim minha mãe começou a se alegrar com a idéia de ter um telefone, pois a família dela morava em Cidades e Estados distantes, e esse era um meio rápido de estar sempre em contato, para saber como estavam, pois antes utilizávamos apenas as cartas, bem, elas ainda continuariam, eram tão pessoais, cheias de carinho, cada letra, cada palavra era desenhada, feita com muito amor.

Depois de algum tempo eu também comecei a sentir aquilo que minha mãe sentia... Comecei então a sonhar... Em todos os sonhos eu estava conversando, mas não me lembro com quem era, lembro-me apenas da cor doaparelho que era “vermelho”, se bem que eu nem gosto tanto de vermelho, mas esse era o meu sonho de cada noite. Chegou o dia tão esperado, instalaram a linha para o telefone, e para a minha surpresa o aparelho era “marfim”, também, imagine se tudo fosse realmente como nos sonhos... o mais engraçado era quando ele tocava, todos queriam atender, a sorte mesmo era daquele cujo telefonema interessava. Isso ocorreu durante dias até todos se acostumarem com aquele toque. Embora a tecnologia seja algo importantíssimo para todas as pessoas, pois com ela conseguimos vários avanços tecnológicos, nada substitui uma agradável e longa conversa na calçada de casa com os amigos, e parece que lá o tempo passa mais devagar, como se o que realmente importa são a simplicidade das coisas, e o grau de importância que damos a elas... Ah os amigos longe ou perto estão sempre em nossos pensamentos, como diria MárioQuintana a “amizade é um amor que nunca morre”.

Soila Canam

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A CURIOSIDADE MATOU O GATO

A curiosidade matou o gato, é exatamente nisso que estou pensando enquanto começo a digitar esse texto. Estou segurando as lágrimas, pois acabei de perder todos os arquivos que estava no meu computador enquanto tentava instalar o Linux Educacional.

No sábado a noite procurei um site para fazer o download do Linux, foi bem fácil encontrar.Enquanto esperava o término do download aproveitei para dar uma olhada nas instruções de instalação, estava super ansiosa para explorar o novo sistema. Quando o download terminou resolvi ir adiante e criar o disco de boot, pois sabia que não era um processo complicado, já havia feito isso antes, claro que da primeira vez perdi vários CDs. O cd ficou pronto e como já estava tarde fui deitar, mas a curiosidade não me deixou dormir, minutos depois estava novamente na frente do computador. Olhei mais uma vez o capítulo que tratava do particionamento de disco e reiniciei o computador, o resto dá pra imaginar, foi o início do fim do gato curioso.Agora estou tentando me conformar com as perdas enquanto faço a atividade do curso. Ao menos o novo sistema foi instalado, e o editor de texto é bem parecido com o antigo, não estou tendo dificuldades para usar, e para minha própria surpresa ainda não senti saudades do Word. Isso me leva a uma importante constatação, o gato não morreu, ele continua vivo, apenas mudou. É doloroso mudar, mas aos poucos vamos percebendo o lado bom das mudanças e no fim nos acostumamos novamente, deve ter sido assim com as pessoas que utilizavam navios para atravessar o Atlântico quando os aviões começaram a ser utilizados para o mesmo propósito, como também deve ter sido a curiosidade que fez muitos experimentarem esse meio de transporte pela primeira vez.A curiosidade também deve ter tirado Santos Dumont muitas vezes da cama, é impossíveldormir quando se tem em mente idéias que podem influenciar os caminhos de toda a humanidade, e é quase certo que ele também teve prejuízos durante as inúmeras tentativas até que seu projeto tivesse sucesso. Óbvio que não estou me comparando a Santos Dumont, mas como professora posso influenciar o caminho dos meus alunos para que se tornem cidadãos responsáveis e capazes, esse é o meu projeto, aprender utilizar um sistema mais acessível é uma das inúmeras tentativas, perder cds e arquivos são prejuízos pequenos diante desse projeto.A curiosidade é natural no ser humano, mas o medo da mudança faz com que vejamos ela como defeito, como um vício capaz de levar os curiosos a morte. Nos ensinaram a ver com maus olhos a curiosidade ao longo dos séculos, como uma forma de conter os explorados e manter o poder, e nós em pleno século XXI continuamos repetindo a máxima e temendo o novo.As lágrimas secaram finalmente, a cada palavra digitada percebi que não perdi nada, o disco do computador foi formatado, mas o que eu aprendi já faz parte de mim, desse texto e das minhas ações. A curiosidade nunca matou o gato, o que ela matou foi o comodismo e o medo do novo. O novo gato compreendeu que não é escravo de uma única tecnologia, mas que são elas que servirão ao seu propósito desse momento em diante.

Jusemara Teles

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A tecnologia em minha vida

Hoje o aspecto mais importante na dinâmica econômica sob o comando industrial é o crescimento da produtividade relacionado com a incorporação de novas tecnologias, o fato mais preocupante nesse processo é o próprio desenvolvimento dessas tecnologias e principalmente suas aplicações.

Percebe-se que a ótica hegemônica mundial nesse contexto (re) organiza o mundo semelhante à uma “teia de aranha”, tal quantidade de relações que envolvem a humanidade em nossos dias em um sistema de inclusão ou marginalização social, sendo assim, as pessoas gradativamente são afetadas pelo intenso fluxo de informações e inovações tecnológicas.

Estamos vivendo hoje a uma verdadeira revolução na área da telecomunicação a espera de novos instrumentos os quais tornam os espaços e tempos mais curtos, ou seja, hoje por exemplo, através da tecnologia posso realizar contato com outras famílias em tempo real, coisas que anos atrás era realizado através de cartas levando dias e até meses do referido contato.

Como experiência vivida em meio a essas inovações (tecnológicas) vale ressaltar o meu primeiro contato com a energia elétrica, em minha casa anteriormente a luz que iluminava era o da lamparina, objeto feito de lata com pano e óleo diesel, mais tarde passamos a utilizar liquinho, objeto mais moderno, sendo que sua fonte de energia era o gás, já em 1982 esse último objeto foi substituído. Através de um projeto realizado pela CEMAT, ficava visível nos rostos das pessoas dessa comunidade a esperança e a vontade de participar de uma nova era, um momento em que a tecnologia chamada de energia elétrica a qual iria suprir muitas necessidades as quais de certa forma assolavam a nossa família e nossa comunidade.

No entanto o que se verifica hoje é a presença de novos momentos tecnológicos e principalmente a nossa adaptação á ela,pois a globalização tecnológica ampliou o fosso técnico do mundo: Os habilitados tecnicamente tornaram-se mais ainda habilitados e os menos habilitados buscam através das novas exigências do mercado do trabalho uma nova interação técnica talvez tardia mas necessária .

Edson Wanderlei

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Efeitos colaterais do uso do PC

Tinha convicção. Não. Não seria mais uma obcecada pela máquina e seus feitos heróicos em uma saleta composta de quatro paredes nuas, uma escrivaninha, uma cadeira de rodinhas e um assento ao portador do outro lado da mesa. Já cansara de ouvir estórias bem sucedidas de final de expediente: “Vc viu meu Pc novo?” Nossa que insulto a gramática! Engoliram as palavras, corromperam a língua materna em troca de meia dúzia de modernidade. “Meu PC!” Jamais ousaria usar tais palavras.

Era feliz com suas fabulosas estorietas sobre aquele dia que... Ou sobre quando, quando... Não importa se não tinha estórias do final de expediente sobre aquele dia que o técnico de informática passou a tarde espalhando olhares esverdeados na redação, ou sobre quando o PC travou na hora H e ele teve que ir tomar um cafezinho na cozinha. Era simples, poderia substituir seus contos por aquele dia que o chefe tropeçou no balde e vassoura deixados por um minuto no corredor no corredor, enquanto limpava, disfarçadamente, o vidro da sala de redação que tinha o PC ligado que o tal técnico examinava. Afinal sabia que ninguém tropeçaria nela mesmo. E quando chegara atrasada cinco minutos por deixar os pensamentos presos no monitor LCD com tela plana de catorze polegadas da recepção. Pensou que se aquele PC travasse seriam horas de olhos azuis na recepção. Mal acreditava que tinha pensado PC.

O contato que tinha com ele era breve: um espanador bailarino ou uma flanela embriagada de desejos. Às vezes quando a vassoura, por atrevimento ou curiosidade, chegava mais perto e tocava alguns fios deitados no chão, o coração saltitava na boca, o rosto cobria de um torpor, as pernas bambeavam e só voltava a respiração quando ouvia as palavras mágicas: “Está tudo bem tia!? Se quiser posso sair para a senhora poder limpar a vontade”. Mas sempre dizia que estava bem, que poderia ficar, pois já estava acabando. Mesmo assim ficava horas mergulhadas em pensamento, viajava pela tela e sentia os dedos fazendo um clic- clic no mouse juntos com os olhos verdes. Tinha curiosidade, queria saber como funcionava tudo, mas ali apenas limpava e suas mãos não eram delicadas como as da redatora.Todas as vezes que uma daquelas máquinas parava de funcionar chamavam o técnico. Olhos verdes, maleta prata, cabelos sem vento e muitas horas na frente da tela. Ficava sempre ao pé da porta pronta para trazer o café, alcançar a chave, pegar o Cd disso e daquilo (conhecia os Cds pelos desenhos), ele sempre contava com os seus préstimos. Todos corriam de um lado para o outro com papeis, telefones, anotações. Ignoravam o técnico, mas lembravam da máquina e sempre alguém perguntava: “E aí, já está pronto?” E ele respondia: “Só mais meia hora, to terminando de formatar. Dessa vez consegui recuperar todos os arquivos”. Um sorriso, um gole de café. Depois ia embora e o verde dos olhos dele continuava piscando no botão do computador.

Com o tempo foi perdendo o medo, podia tocá-los: Máquina e homem. Com o espanador dançava sem pó. Com a flanela exalava perfume. E a vassoura teimosa se enrolava nos fios. “Alguém chame o técnico, meu PC travou”. E dia após dia via ele entrando na redação. Maleta na mão, cabelo sem vento, sorriso no rosto, sinal verde (os olhos). Todos ocupados. Mensagens, telefones, anotações, cafés e sorrisos, muitos sorrisos. No final do expediente também tinha estórias para contar e falava com as paredes nuas: “Vou ter o meu próprio PC. É uma questão de tempo. Ele não trava na hora H.

A conexão e banda larga, já comprovei outro dia ao tomar café na cozinha. Terei acesso ilimitado é só dar o enter.”Um dia enquanto limpava a sala da redação o PC principal travou, disseram que era a memória que estava cheia. Ficaram apavorados tinham que terminar a edição para o dia

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seguinte, mas o PC não respondia a nenhum comando. Então chamaram o técnico de olhos verdes. Falaram que ele não poderia vir, estava de férias, lua de mel. “Lua de mel?!” Ouvira bem, mas não vira aliança em suas mãos. Foi um delete seguido de um insert cruel. A flanela caiu e o espanador voou. Ela avançou em direção ao PC. Os olhos dele piscavam em verde e vermelho. Tocou a máquina. Feriu a tela plana LCD, penetrou o disco rígido e devorou cada Mb da memória, engoliu a seco cada CD, triturou com as mandíbulas ao desenhos do teclado, digeriu o mouse e em instantes o PC foi sumariamente destruído. Mas ouviu o clic, seus olhos estavam vidrados e desta vez todos da redação olhavam-na. Como uma capela: “A faxineira”, seguido de um silencio ensurdecedor. Mal percebeu o barulho daflanela embriagada e do espanador bailarino tocando o chão. Dirigiu-se em direção ao PC principal da redação, plugou-o na tomada. Morte súbita do silencio. Mensagens, telefones, anotações, cafés e risos, muitos risos. Não voltaria mais a sala da redação. O PC ainda lhe distribuía olhares esverdeados, com sua enorme cara LCD catorze polegadas.Desconectou-se da rede. Estava sem endereço de web.

A noite quando deitou na sólida cama de solteiro do quarto de meio salário, sentiu bem: memória cheia. Fez um backup, tomou um anti-vírus, reclinou a cabeça no travesseiro e antes de iniciar a formatação ainda viu o teto refletir a tela LDC de muitas polegadas, as paredes se recobrirem de preto internalizadas de fios coloridos plugados consecutivamente, a porta revestida de metal tal qual a entrada USB. Seria um racker que invadira seu sistema? Ou alguém conseguira descobrir sua senha? “Deletaram os meus arquivos”. Iniciou a formatação. Mas ouviu bem quando chamaram o técnico vestido de branco com olhos esverdeados para consertar a máquina.

No dia seguinte o Classificados do jornal oferecia uma vaga de emprego para faxineira com segundo grau completo e curso de computação.

Gisláide Aparecida Ferreira de Sena.

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Minha história

Minha história começa a mais ou menos 28 anos atrás, quando ainda morava na minha terra natal em Santa Catarina. Meus pais trabalhavam fora para poder nos dar o mínimo necessário, eu e meus três irmãos ficávamos em casa, eu e meu irmão mais velho éramos responsáveis pelo serviço de casa, estudávamos um período e no outro tínhamos muito o que fazer, na época do inverno, recolher lenha, fazer fogo, etc.

Mas, éramos crianças e gostávamos de assistir TV, esquecendo assim das tarefas de casa. Até que minha mãe resolveu cadear a televisão, pois senão o serviço não era realizado. Quanto sofrimento, sem assistir os desenhos favoritos, até que apareceu um tio nosso “muito esperto” e nos ensinou a colocar uma extensão e ligar a tomada, não necessitando assim abrir o cadeado, e nossa mãe não descobriria. Engano nosso, o resultado foi: trabalho não realizado e uma surra bem dada. Quando nos mudamos para Terra Nova do Norte em 1986, não tinha energia elétrica ( luz), não tinha como assistir televisão, então, ouvia muito a Rádio Nacional da Amazônia, lembro que meu pai ficava bravo pois eu gastava uma carga de pilha a cada dois ou três dias, em compensação fiz muita amizade por correspondência, me correspondia com pessoas do Brasil inteiro. Passado muitos anos, já cursando Pedagogia, em uma promoção realizada na Escola em que eu trabalhava, decidiu-se comprar dois computadores para a sala de professores, mas, tínhamos um porém, não sabíamos mexer com aquela “coisa”. Então um professor do PAEM ( Programa Alternativo do Ensino Médio), chamado Vitório se propôs a nos dar umas aulas, teve até cronograma, pois tinha muita gente interessada em aprender, enquanto outros nem chegavam perto. Aprendemos a ligar e desligar, e usar o editor de texto. Foi um grande avanço para a época.

Depois disso, fiz dois cursos de computação, mas, sempre com um pouco de medo de estragar.Algum tempo depois apareceu o tal do celular, o meu marido tinha um, mas eu não sabia mexer, certo dia tocou o celular e fui atender, sem perceber apertei o botão para falar, e ainda perguntei pro meu marido se era no botão verde que apertava, e a pessoa do outro lado disse; sim é no verde mesmo. Pensa no mico que passei. Sem contar as vezes que o celular tocava e achava que não era comigo o barulho, achando que era outra coisa. Agora tudo mudou, todos em casa têm celular, temos computador com acesso a internet, estamos aprendendo cada vez mais, e procurando perder omedo do novo.

Mara Caciane Renz Dalmolin

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A tecnologia em nossas vidas

De acordo com o site Wikipédia, tecnologia é um termo que envolve o conhecimento técnico e o cientifico e as ferramentas, processos e materiais criados e / ou utilizados a partir de tal conhecimento. A tecnologia é um meio indispensável na vida do ser humano, precisamos fazer uso da mesma para conseguirmos acompanhar as evoluções e transformações que vem ocorrendo no mundo inteiro.

Eu como professora de Educação Infantil, acredito que a tecnologia e a informática são fundamentais na vida de qualquer pessoa, já que hoje tudo esta relacionado com as novas tecnologias, a cada dia surgem novidades e de certa forma somos impulsionados à acompanhar tais transformações.

Antigamente, mais ou menos a vinte anos atrás, nem todas as pessoas tinham televisão, rádio etc..., atualmente são poucas que não possuem tais tecnologias, e um exemplo de como a tecnologia vem crescendo é o fato de hoje termos inúmeros modelos televisão, a um certo tempo atrás as televisões eram pequenas e sua imagem era preto e branco, hoje temos modelos dos mais avançados como: TV de plasma que é praticamente um cinema dentro de casa.

A informática também vem se expandindo, ter um computador em casa hoje já é comum, precisamos fazer uso do mesmo pois as situações que enfrentamos exigem seu manuseio. Ter um computador conectado a internet se tornou uma necessidade do ser humano, a informática surge para superar a necessidade do ser humano de registrar e manipular dados em grandes quantidades com precisão e rapidez.

Muitos profissionais da área consideram que a palavra informática seja formada pela junção das palavras informação + automática, pode dizer-se que a informática é a ciência que estuda o processamento automático da informação por meio do computador.

Em sala de aula podemos perceber o quanto as crianças se interessam pelo computador e principalmente pela internet, a maioria delas já sabe o que é um computador e qual sua utilidade. Eu confesso que até pouco tempo não tinha contato nenhum com o computador e internet, não sabia nem ligar um computador, mas ficava observando as pessoas trabalhar e imaginava que não seria tão difícil manusear tal máquina. Minha curiosidade aumentou quando há três anos iniciei minha faculdade de Pedagogia em Educação Infantil. A todo o momento ouvia falar em assuntos relacionados a internet, e assim logo foi necessário usar o computador para digitar textos, provas, projetos bem como pesquisar na internet. Dessa forma meu interesse só aumentava, passei a navegar pela internet, criei meu MSN e Orkut.

Hoje me sinto feliz usando o computador, navegando na internet, e a cada dia aprendendo coisas novas e interessantes, sei que há muita coisa pra aprender, mas com dedicação e empenho será possível conquistar. Enfim acredito que a tecnologia e a informática estão sendo muito importantes para minha vida, pois irão contribuir para meu crescimento pessoal e profissional.

Roseli Aparecida Cucolotto

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Eu e a Tecnologia

De uma forma simples Tecnologia é a razão e a capacidade do homem em resolver problemas na qual ele utiliza-se de meios por ele criado para facilitar a resolução dos mesmos, ou seja, inventa algo para ajudar a resolver outras coisas. Sendo assim a tecnologia está presente em tudo, dês do lápis de escrever à impressora jato de tinta, da bicicleta ao avião, do rádio ao computador e assim vai...

Quando pequeno, eu e meus irmãos gostávamos muito de ouvir o rádio, aparelho de comunicação mais usado naquele tempo, era a “Tecnologia da Época”. No rádio se ouvia novela, jornal, futebol, rodeio, bingo e etc. Lembro-me quando meu pai trocou o antigo aparelho por um novo, fizemos até uma festa, tempos que ficaram guardados na lembrança.

Com a chegada da televisão ficou ainda melhor, com o som vieram as imagens, dava pra ver o mundo inteiro dentro do televisor. A princípio pensávamos que a antena seria posta em cima do telhado da nossa casa, mas descobrimos que não era preciso, apenas em cima do televisor. A TV não era colorida, apenas em preto e branco, mas quem ligava, o importante era assistir as novelas e ver os jogos que antes se ouvia apenas pelo rádio.

Lembro-me quando ganhei meu primeiro Vídeo Game, era um Dynavision, demorei aprender, tive dificuldades por não saber usar, mas criança aprende rápido, principalmente quando se trata de jogo, depois que aprendi, passava horas brincando na frente da televisão, minha mãe algumas vezes chegou até brigar comigo pra não jogar muito, mas me divertia bastante tudo pra mim era novidade.

Em casa tinha uma máquina de escrever manual que meu pai usava para digitar trabalhos, era muito interessante, mas às vezes ele ficava zangado quando errava o texto, era necessário muita atenção, pois um erro não poderia ser corrigido e se errasse muitas vezes tinha que começar tudo de novo. Meu pai não deixava ninguém mexer na máquina de escrever, só ele, mas com o passar do tempo foi nos ensinando a usar aquele instrumento de trabalho.

Os tempos foram passando e com a chegada do computador meu pai lançou-me um desafio.

Ele disse:__vou te dar um computador se você fizer o curso de informática e passar de

ano.Aceitei o desafio, passei a fazer o cursinho básico e consegui passar de ano. O

curso teve duração de oito meses. Quando conclui, fui chamado para fazer um estágio na escola de informática que eu fazia aula, comecei a fazer o estágio que durou seis meses, junto com o instrutor Marcelo, terminado esse período, passei a pegar turmas sozinho na sala, não foi fácil, mas com a ajuda de Deus consegui.

Ganhei meu primeiro computador e fui aprendendo aos poucos e até hoje estou aprendendo, e acredito que continuarei a aprender cada vez mais, nesse mundo de tecnologia que não tem fim.

Israel Brites Caldas

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“Não desistir de voar”

Quando soube que teria que produzir um texto, sobre a tecnologia e qual influência ela tem em meu cotidiano, logo pensei.

De qual aparelho irei falar? Pensando assim, procurei escrever sobre o que estou vivenciando no momento. Sendo convidada a participar do curso LINUX aceitei prontamente mesmo estando em tempo reduzido, por outros compromissos, e o curso já em andamento quando comecei a participar das aulas.

Assistindo então o filme de Santos Dumont notou-se a sua vontade de voar, começando sua criação de uma forma bem primitiva, mas com perseverança, deu asas a sua imaginação.

Hoje se pode usufruir de aeronaves com todo luxo e requinte, além de viagens expressas, graças a sua força de perseverança. Incrível!!! Como evoluiu!!!

No entanto as mudanças ocorrem rapidamente e a evolução tecnológica. Já passa a fazer parte do nosso cotidiano, e felizmente somos privilegiados com o uso desses recursos.

Ainda lembro-me quando fiz curso de datilografia era uma velha máquina de escrever. Como eram duras as suas teclas!!!

Sei que não foi fácil a conclusão do curso, pois morava vinte e sete quilômetros de distância da cidade aonde acontecia o mesmo. Enfim concluído... Que bom!

Eu sabia datilografia, o que facilitou minha vida de estudante, datilografei textos, poesias, musicas...

Mas... Tempos depois tive o primeiro contato com o computador. Que diferença da máquina de escrever! As teclas eram mais leves, se errasse poderia apagar sem danificar o texto. Lembrando que o primeiro programa foi o MSDOS (hoje extinto) executei outros programas entre eles a digitação, que foi de grande relevância nos trabalhos de faculdade.

E a internet!!!! Ah, essa é demais!!! Uma fonte inesgotável de pesquisa e esclarecimento de dúvidas, traz o conhecimento para bem perto de nós.

A grande maioria pode acessá-la e se conectar com o mundo em questão de minutos, esse benefício já está acessível para todas as pessoas, inclusive temos a vantagem de obter programas especificados para crianças, fazendo com que desde cedo já comecem a informatizar e estar preparados para vivenciar esses avanços que a tecnologia pode oferecer.

Como educadora sinto-me mais preparada para ao transmitir esses conhecimentos e para dar oportunidade aos pequenos de conhecer a máquina, ensinar-lhes que não se deve fechar os olhos para o mundo e que desistir de voar não é nosso lema, mas sim, ir em busca da realização dos nossos sonhos!!!!

Maria José

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INTRODUÇÃO A INCLUSÃO DIGITAL

Sou professor de uma escola rural do Município de Terra nova do Norte MT, denominada Escola Municipal Xanxerê, trabalho ha 20 anos no Ensino Fundamental com crianças de 1ª a 4ª séries.

A tecnologia evolui com o passar do tempo, e a cada momento desperta curiosidade, pois cada novidade precisa ser assimilada para ser utilizada pelas pessoas em todas as partes do mundo, seja qual for a atividade que exerça , existirá sempre algo que venha para aperfeiçoar, facilitar as atividades humanas. Podemos chamar isso de progresso em benefício do ser humano das pessoas enfim, mas para que seja um instrumento de inclusão precisa estar ao alcance também das minorias.

O século XX foi uma época em que o avanço tecnológico se deu de forma muito acelerada, muitas vezes pela necessidade e também pela capacidade que o ser humano desenvolveu em buscar melhorias. Mas às vezes nesta busca nem todos os avanços podem ser considerados positivos devido aos efeitos colaterais de muitas invenções e inovações como por exemplo o uso das máquinas agrícolas que substituíram a mão de obra humana gerando desemprego no campo outro exemplo é o uso dos agrotóxicos que por um lado possibilita a produção em grande escala de alimentos mas que ao mesmo tempo gera transtornos de saúde .

Analisando o passado que tive e atentando para as particularidades da época entre 1973 e 1981 lembro-me que na luta árdua da agricultura, minha família passou por muitas dificuldades devido a falta de conhecimento sobre a qualidade do solo, mudamos do Paraná para Mato Grosso em 1973, em busca de melhoria de vida, adquirimos um sítio em Sinop, Mato Grosso, passamos por muitas dificuldades por causa da falta de conhecimento das culturas agrícolas que poderiam ser produzidas ali naquele solo, assim sendo plantou-se café em terras impróprias para este cultivo, conseqüência disso foi a dívida alta em financiamentos e a conseqüência da falta de produção , em 6 anos o terreno foi a leilão , por falta de pagamento.

Hoje meus pais moram em uma chácara pequena criam gado de leite e corte sempre procuram melhorar a qualidade dos animais para uma melhor produção de leite e carne.

Na escola onde trabalho (Escola Municipal Xanxerê) as melhorias demoraram a acontecer devido às condições da época os recursos tecnológicos que tínhamos era muito poucos me lembro que nossa escola começou com um mutirão comunitário para levantar as salas de aula e eram apenas duas salas com uma minúscula cozinha os materiais pedagógicos eram escassos poucos livros e um mimeógrafo para ampliar textos ou avaliações.

Os primeiros computadores chegaram em 1997/98 eram quatro máquinas, onde pudemos aprender algumas noções de como usar a máquina. Eu aprendi um pouco, consegui aprender a digitar textos, tabelas, gráficos etc. No Programa Windows 97/98. Não pudemos aperfeiçoar e aprender muito devido à falta de prática e de tempo.

Por volta do ano de 1996/97, chegaram o 1º kit de TV, antena parabólica e vídeo k7, para que a escola fizesse a gravação dos programas da TV Escola e utilizasse como uma ferramenta pedagógica em sala de aula e para cursos de atualização de professores.

Muitos professores tiveram e ainda tem muita dificuldade em manusear aparelhos eletrônicos como: dvd, vídeo k7, controle remoto etc., mas há sempre quem auxilie no uso destes equipamentos.

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Atualmente na escola onde trabalho teve melhorias nesse sentido temos o laboratório de informática com Internet e agora podemos com esse curso, aperfeiçoar nosso conhecimento para poder maximizar o uso dessa tecnologia em sala de aula.

Professor Marcos D.Rohden.

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OS AVANÇOS TECNOLÓGICOS EM NOSSO DIA – A -DIA

Eu Laercio Roberto Ferst, sou professor a nove anos, na mesma escola em que cursei da Primeira série até o Ensino Médio.

Em 1981, minha família juntamente com outras tantas migrou do Rio Grande do Sul para Terra Nova, mais precisamente para 9ª Agrovila, onde na oportunidade tinha apenas cinco anos de idade. Essa era uma região nova, ainda intocada, onde as notícias só chegavam em cartas ou jornais dos grandes centros, geralmente trazidas em mãos por pessoas que vinham de viagem.

Perante essa realidade, não é difícil imaginar o quanto era raro a noticia ou o aparecimento de uma nova tecnologia, senão as já conhecidas e usadas em nosso dia-a-dia.

Em 1983 ingressei na escola, primeira série, época em que comecei a manusear algumas tecnologias (como materiais pedagógicos) que não eram muito comuns para mim, pois minha irmã não permitia que mexesse nos materiais escolares dela. Nessa época ganhei meu primeiro calçado, era para ser uma "conga" - calçado de tecido que se usava na época -, mas como não serviu, e meu pai trocou por um sapato social. Foi um problema, porque eu não tinha calça comprida, e então tive que usar com calção e uma meia vermelha que para que eu usasse, meu pai disse que era do internacional. Alegria que durou pouco, pois logo começaram a me chamar de sapatudo, e nunca mais usei o calçado.

Por volta de 1986, compramos o primeiro rádio, da marca "Norton", que mais parecia uma caixa de abelha de tão grande. Só pude começar a manuseá-lo depois de uns três anos, pois meus pais diziam que não deveríamos mexer, pois além de ser movido a pilha, na época muito cara, também poderia estragar.

Em 1990, com o surgimento do garimpo e conseqüentemente uma melhoria nas condições financeiras, compramos nossa primeira televisão, em preto e branco que funcionava a bateria e uma antena rabo de peixe. Era uma maravilha assistir aos jogos de futebol no final de semana, com a casa cheia de vizinhos, embora quase não víssemos a bola, de tão mal que pegava. Porém nessa época já estava bem crescidinho e até já resolvia pequenos problemas que dava com a máquina.

Assim que comecei o ensino médio, apareceu na escola um Senhor interessado em dar cursos de datilografia. Alguns dias depois já me sentia "o cara", pois era um dos melhores alunos do curso. Também pudera, tinha força nos dedos para bater aqueles botões emperrados das velhas máquinas. Um ano depois fiz um curso básico de computação, um medo terrível de apertar um botão que estragasse o computador, mas só aprendi de verdade quando precisei fazer meus trabalhos e outras atividades da faculdade.

No ano passado (2007) recebemos do governo federal um laboratório de informática e recebi o convite para trabalhar como orientador. Nos primeiros dias me senti um quase analfabeto, pois essas máquinas vieram providas do Sistema Operacional Linux, até então ignorados por mim, mas foi com grande insistência e contribuição de vários colegas que consegui aprender um pouco.

A maior dificuldade que tenho e sinto que meus colegas de trabalho também têm, é quanto ao uso do computador como uma ferramenta pedagógica, talvez por ser uma tecnologia nova para nós. Porém faz-se necessário que procuremos romper com esse medo do novo, pois nossos alunos não tem, e cada vez mais cobrarão de nós.

Laercio Roberto Ferst

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TECNOLOGIAS...

A tecnologia na vida do cidadão se tornou indispensável, pois, a cada dia que passa, nossas vidas se tornam mais corridas e atarefadas.

Desde criança, valorizei muito a tecnologia a minha volta mesmo que simples fosse.

Cresci sempre ouvindo a “Rádio Nacional da Amazônia”, mas a chegada primeira televisão preto e branco em minha casa, se deu em 1985. Meu pai conseguiu comprar um motor estacionário com um gerador de energia pequeno na Oficina Mecânica em que trabalhava e, a partir daí tivemos energia elétrica e televisão em casa. A família ia do centro da cidade (aqui em Terra Nova) até o bairro industrial próximo ao Laticínio para poder assistir o jornal e a então famosa novela da época “Roque Santeiro”.

Mais tarde, quando nos mudamos para a cidade de Matupá, minha mãe dava aula o dia inteiro, então resolveu comprar uma máquina de lavar roupas para ajudar no serviço de casa. Nessa época a energia elétrica da cidade acabava a meia noite, então dava tempo de minha mãe chegar da escola e lavar até tarde da noite. Quando meu pai conseguiu comprar uma televisão um pouco maior e colorida, estava no auge o programa “Xou da Xuxa” (1986 – 1987). Eu e meus irmãos ficávamos em casa na parte da manhã e tínhamos que dar conta do serviço de casa, com tarefas que minha mãe deixava para cada um fazer. Mas, a tentação de assistir o programa da Xuxa com suas músicas que adorávamos cantar, os desenhos (Heman, Sherra, Caverna do Dragão, etc.), era tão grande que quando estava dando a hora da mãe chegar e o serviço não tinha sido terminado e a televisão quase pegando fogo de tanto assistirmos a manhã inteira, a única solução que víamos era pegar vários cubinhos de gelo e colocar em cima da televisão para tentar esfriar para que quando a mãe chegasse, não perceber que a TV esteve ligada por várias horas. E, o triste fim da TV não muito tempo depois veio. A coitada queimou de tanto derretermos gelo em cima dela para esfriá-la.

Quando mudamos para o Estado do Pará, que tristeza... Adeus energia elétrica, máquina de lavar roupa, TV, geladeira, ferro elétrico. Voltamos a lavar roupa na velha tábua e puxar água com balde da mina de água, passar roupa com o ferro a brasa, lamparina e lampião a gás... E o pior era que no outro dia o nariz da gente estava puro carvão da lamparina.

Depois de um certo tempo morando no sítio, meus pais retornaram para o Estado de Mato Grosso pois tinham que dar continuidade nos estudos dos filhos, pois, no sítio só tinha até a 4 série do Ensino Fundamental.

Nesse período tive oportunidade de fazer o curso de datilografia que na época era muito requisitado e, mais tarde o curso de informática onde ainda se fazia o “MS DOS”.

Hoje, observo como avançou todos os recursos tecnológicos a nossa volta. Os alunos têm acesso a inúmeras tecnologias. E nós temos a obrigação de acompanhar tudo isso para facilitar o nosso dia-a-dia e melhorar a nossa prática na sala de aula.

Alexandra Magalhães Frighetto

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INSTRUMENTOS TECNOLÓGICOS

A tecnologia está presente em nosso meio, variando de forma e constantemente aumentando sua capacidade, tornando-se cada vez mais necessária devido ao seu grande avanço, sendo que há várias máquinas em uma só, como o celular, que se torna um computador de tantas funções, nele as pessoas conseguem fazer as funções das outras máquinas, como enviar mensagem entrar na internet, telefonar e até mesmo mandar e entrar em seu e-mail.

Primeiro instrumento tecnológico que tive acesso creio eu que foi a televisão, até então não muito diferente da de hoje. O rádio foi outro instrumento tecnológico que não mudou muito, pois continua com a mesma função que é a de informar e distrair. Agora ao me deparar com o computador tremia ansiosa e com medo de estragar, pedia ao meu professor se realmente existia todas as letras e se eram em ordem alfabética. Eu não tive acesso ao computador na escola, paguei um curso de informática, para me capacitar. Hoje quase todos os alunos têm acesso ao computador, devido ao avanço e importância que isso traz ao meio escolar, pois o aluno ao mexer em um computador se encanta com o maravilhoso meio tecnológico, conhecendo todas as funções conseguindo conversar com pessoas dos outros países, criando até mesmo uma nova língua, no caso o internets a nova linguagem do MSN.

Todavia a tecnologia é fundamental e indispensável ao meio escolar, pois ao fazer uma pesquisa o aluno poderá utilizar vários meios tecnológicos, como no jornal da televisão em notícias na rádio, pelo celular e até mesmo pelo indispensável computador. Portanto o governo federal está implantando em todas as escolas o laboratório de informática, envolvendo todos para a inclusão digital, tanto alunos como os profissionais de educação que estão necessitando de capacitação para melhorar o método de ensino, e envolver cada vez mais os alunos ao meio tecnológico.

Perante o vídeo “o sonho nos ares” deixa bem claro que a persistência e a capacitação deve haver sempre para se conseguir alguma coisa, assim é o estudo, tudo que se quiser tem que haver a persistência e interesse em aprender.

KÁTIA FABIANE SCHEID BIANCHIM

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O CABOCLO

De uns tempos pra cá vejo uma coisa esquisita Uns rapazes ajeitados e umas moças bonitas Andam falando sozinhos dão risada fazem “fita”e que está acontecendo contando , ninguém acredita.

2Depois de muito observarO que está havendo agoraResolvi me informarA quem pudesse explicarO mundo tranqüilo de outroraE essa pessoa falouQue é o tal computadorA grande invenção da história

3Estas coisas que o senhor vêNão são estranhas, pode acreditarElas não falam sozinhasDo outro lado da linha Tem alguém a lhes escutarCompram vendem até namoramSem precisar se encontrarMesmo os grandes negócios são feitos por celular

4Ela explicou que as coisas Acontecem como magiaBasta dar um “tal de clik”Nas máquinas de hoje em diaVocê fala lá no JapãoCom seu irmão ou sua tiaToda esta facilidade Isso é a tecnologia.

5Inda fiquei matutandoEsse moço endoidouEle está fazendo um “deus“Desse tal computadorE depois esse tal de clikIsso ta meio suspeito, sei nãoEu nem tenho parente no Japão. 6Outra coisa muito suspeitaGrande invenção da históriaSujeito esquisito,

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Parece que não tem memóriaE o rádio, a televisão,O navio e o aviãoPois ele não sabe então Que não são coisas de agora?

7Ele se esquece dos inventosDa terra do céu e do marDe todo tempo e trabalhoDo homem, pra inventarImagine se Santos Dumont Montado no 14 BisEsperasse o tal do clikPra fazer ele voar?

8Foi preciso muito esforçoPesquisar, trabalharDesenvolver a ciênciaSob o sol ou sob o luarNão ficar buscando atalhoSentar na frente da máquina Pra copiar e colar.

9Estas coisas eu escuteiE comecei a observarPrincipalmente os mais jovensNão querem saber de pensarPra quê, se tà tudo prontoNão tem mais o que inventarSe eu tenho tudo à mãoComputador, internet, celular?

10Alguns quase nem saemPra bater papo, namorarFazem isso on lineNão precisa se preocuparFazem isso falando sozinho Na rua por celular. 11Estão deixando de lado As boas coisas da vidaA busca constante do outroPra poder se completarPois ninguém é uma ilhaSe ficarmos isoladosOs problemas tendo a aumentar.

12O contato com o outroÉ uma coisa sem igualTer amigos, passear na praça

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Que era muito naturalVirou coisa do passadoDizem que a moda agora É o sexo virtual.

13A informática tomou conta De todo comércio do lugarO funcionário olha é pra máquinaNão dá nem pra papiáBusca numa tal de telaTudo que eu fui perguntarAquelas máquinas esquisitas Sabem de tudo informar.

14No mercado eu não entendoComo ela faz pra acertarEu entro pra fazer comprasEla não sai do lugarMas quando eu chego pertoNem precisa perguntarEssa maquina bisbilhoteiraJá sabe o tanto que eu vou ter que pagar.

15No banco ainda é piorNem sei se posso explicarEles enfiam um trem na máquinaE vai nuns botão apertarAí ela cospe dinheiroPra pessoa que ta láAcho que é o fim do mundoNão sei nem o que pensar.

16Me lembrei quando meninoUma história que ouvi contarDe uma árvore que dava dinheiroComecei imaginarPlantar umas moedinhasPra elas poder aumentarEu com uma máquina dessasNem ia mais trabalhar.

17Comecei pensar na escola Como está nesse momento Com tanta informação Jogada como que pelo ventoEla deve parar pra pensarNo mal que pode causarSe não souber aproveitar Pra produzir conhecimento.

18

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Resolvi então visitar A escola lá da vilaPra poder observarComo é lá, no dia- a- diaVer como estão convivendoCom tanta tecnologiaPois todo canto que se vaiUsam a máquina como magia.

19Vi que até aqui na vila Já tinha computadorLigado na internetPara aluno e professorMuitos viviam clicando, Digitando, conectandoMas alguns, principalmente os mais velhos, tinham verdadeiro pavor. 20Assim segue a rotina Quase todos a conectarSempre tinha alguém Pra elogiar ou criticarPorém, o importante é entenderQue tudo que se faça na escola Seja para aprender ou para ensinar.

LAURECI

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Lembranças

Quando eu era menino, trabalhava muito, todos os dias de manhã ia à escola e, ao retornar mal acabava de almoçar, pegava minha bicicleta e ia pra roça ajudar meus irmãos mais velhos. Nossa família era humilde e não tinha condições de adquirir as novidades da tecnologia. Éramos sete irmãos em casa e mamãe não podia nem acompanhar os desejos de nossos estômagos.

No dia em que a energia elétrica foi instalada na minha rua, brincamos a noite toda comemorando aquela maravilhosa novidade que clareava nosso bairro, mesmo sabendo que ao retornar para casa iríamos deitar a luz de lamparinas ou fazer a tarefas de casa sentindo aquele cheiro horrível de óleo que ficará para sempre no meu subconsciente e no pulmão.Na escola ouvi alguém falar em calculadora, objeto revolucionário mais ágil que a professora de Matemática, então com muita tristeza entendi que para conseguir uma, teria de somar mais e mais trabalho, diminuir as compras de doces na cantina da escola onde eu poderia comprar só um doce por semana, multiplicar minha vontade de decorar toda tabuada, pois de tanto eu pedir minha mãe fez essa promessa e quando ganhasse, teria de dividir com meus irmãos. O tempo passou, fiquei sabendo de uma coisa chamada telefone que deveria ser chamado de telerico porque só eles através de alguma coisa denominada ações poderiam comprar.

Lembrei-me da encantada televisão, porque até então conhecíamos o rádio, agora poderíamos ver os artistas dentro da nossa casa; melhor, na casa do vizinho que não assistia nada sozinho, era só ligar o aparelho que nós estávamos todos lá fazendo companhia até o momento em que ele dava uma desculpa e mandava todos embora.Quando fazia faculdade fiquei perplexo quando vi um acadêmico usando um telefone sem fio que poderia ser levado para qualquer lugar. Por muito tempo fiquei apenas sonhando com o celular, já trabalhava, mas tinha de ajudar comprando apostilas para a universidade por isso não dava para ter os dois.

Depois de alguns anos pude conhecer o computador, porém só ficaria no conhecimento porque adquiri-lo era muito caro e teria de continuar sonhando um dia ter aquela maravilhosa máquina em casa.Hoje sou adulto e apesar das dificuldades e de não poder acompanhar as transformações tecnológicas, aprendi os verdadeiros valores humanos e lutar pelos meus objetivos mesmo que eu demore um pouco mais para alcançá-los.Sou professor há cinco anos, hoje tenho celular, computador e outras tecnologias essenciais de sobrevivência, mas ainda faltam muitos aparelhos para adquirir e aprender a fazer uso desses que já tenho.

O curso do Linux Educacional veio trazer a oportunidade de me incluir no processo educacional na sociedade. Até onde vou? Não sei não, porque enquanto viver as lembranças nunca vão terminar e isso me faz lembrar que nunca posso desistir de lutar e tentar acompanhar os avanços tecnológicos.

Vanderley da SilvaTerra Nova do Norte-MT.

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FORMAÇÃO OU EDUCAÇÃO?

Acostumamo-nos com a flexibilidade, e a influencia de mídias em nossas vidas; a cada dia novas dinâmicas são apresentadas e somos obrigados a fazer parte desse sistema, se não inserimos estamos fora dessa fluidez então seremos acometidos e entrelaçados pela ausência de garantias, sejam elas relativas à vida pessoal, ao emprego ou à organização social. Quanto mais risco, mais variação.

Quanto mais garantias, mais estabilidade e participação nesse sistema e por fim mais capacidade de aprendizagem, tanto do emissor de conhecimento quanto do recebedor. Ao contrário; o poder perdeu a sua centralidade e não somos nós professores que ensinamos, são os alunos conectados que nos ensinam o sutil mundo da informação, é claro que nem todos, mas o mundo daaprendizagem está repleto de alunos informatizados e críticos que negam conscientemente a existência de uma única verdade ou de um só mundo. Para muitos a ausência de verdades absolutas significa também o fim dos totalitarismos, embora alguns apontem formas mais sofisticadas de controle em nossos dias... Seria então a informática uma forma de controlar os serelepes alunos problemas? Segundo Chomsky, com a extrema vigilância que reina nos dias atuais as formas de controles se tornaram sutis e eficazes. A sutileza de um computador poderia atuar lado a lado com o professor.

Não temos mais um novo discurso universal, pois seria algo dispensável na pluralidade de centros em que vivemos, cairia na questão financeira onde nem todos teriam acesso a essas tecnologias enfim, nova dicotomia e nova briga, pois não necessitamos mais de verdades permanentes.Tomemos duas áreas fundamentais da vida humana que foram bastante flexibilizadas, tornando-se completamente fluídas. A educação e a profissão. Ambas deixaram de ser uma eleição única, para toda a vida. Perderam a característica de obrigação e escravidão e ganharam em ludicidade e não seriedade.

O conceito de vocação, relativo à esfera educacional, foi substituído pelas experimentações, enquanto a auto-realização vinculada à escolha de uma profissão deu lugar à busca do reconhecimento e muitas vezes do êxito fácil e imediato, que leva a um desapego aos princípios básicos da educação. Há sem dúvida uma valorização excessiva do sucesso rápido em detrimento da experiência e do aprofundamento. Discernir, avaliar, separar, formar profissionais, escolher impõe-se, portanto como exigências básicas de nossa época, uma tarefa cotidiana e contínua. Surgirá daí novas utopias e implementações de novas técnicas do conhecimento, como a informática.

Valdecir de Carvalho

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A Revolução tecnológica esta presente em nossas vidas

Através de analises realizadas sobre o avanço tecnológico no decorrer do processo histórico, pode-se constatar que a tecnologia faz parte do cotidiano da maioria das pessoas, pois com a chegada da globalização que ocorreu maior avanço no setor, foi com a revolução técnico científica.

Desde os tempos mais remotos a busca constante por inovações esta presente, sendo imprescindível no período moderno, desde os primeiros equipamentos que foram utilizados até os mais sofisticados. Hoje podemos mencionar que a revolução tecnológica esta acentuada principalmente na área dos computadores com acesso á internet, o mundo ficou interligado, com os novos programas “softwares” criando a chamada “Aldeia Global”.

Tendo em vista que os meios de comunicação estão em constante transformação, quer dizer, estão se tornando cada vez mais sofisticados, nós como fazedores de toda essa revolução temos também que estarmos nos aperfeiçoando através de capacitações que devemos buscar como aperfeiçoamento profissional na área de trabalho.

Diante dessas perspectivas como profissional da área de educação, procuro aperfeiçoar o conhecimento em termos de tecnologia, pois temos observado essa constante instabilidade no “mundo tecnológico”, desde os televisores, rádio, celulares e a rede da informática com os computadores.

O computador foi um dos instrumentos tecnológicos que jamais imaginei que teria acesso, pois tinha resistência quanto a máquina e as possibilidades que poderia encontrar na mesma, mas tudo isso foi mudando quando fiz meu primeiro curso de informática ao terminar o Ensino Médio no ano de 2000. O mercado de trabalho exige como conhecedor da máquina, sendo que ela se torna um instrumento imprescindível. Hoje, várias resistências foram superadas, como profissional na área da educação, tenho procurado conhecer o computador como instrumento pedagógico.

A estrutura pedagógica das Escolas está passando por grandes alterações, com a implantação dos laboratórios de informática, como exemplo pode-se mencionar a Escola Municipal Xanxerê, cuja ganhou um laboratório no

ano de 2007 com 10 computadores e acesso a internet. Algo inovador e com grande carga de conhecimento quanto ao ensino/aprendizagem. Esse “novo método” foi algo preocupante pela grande maioria dos profissionais na área da educação, pois de imediato ocorreu resistência ao manusear o equipamento. Atualmente estamos recebendo capacitação, sendo que é de suma importância para aperfeiçoamento profissional.

A persistência como o filme “ Do sonho aos ares” é um dos exemplos que devemos seguir diante das dificuldades que nos deparamos e em seguida por em prática esse método para obtermos melhores resultados.

Jussara Schneider Costa Lisbinski

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Minha Biografia

Meu nome é Lina Cristiane Cavalheiro Trombeta, nasci no dia 13/06/81 na cidade de Capitão Leonidas Marques estado do Paraná, filha de Nilton Pit Cavalheiro e de Maura Stela da Silva Cavalheiro. Hoje sou casada, tenho 27 anos de idade, sou ma de uma linda menina chamada Larissa e estou grávida pela segunda vez. Aos 35 dias após meu nascimento viemos para MT, Terra Nova do Norte, num vilarejo que recebeu o nome de 8ºAgrovila Minuano. Após 2 anos e meio,mudamos para um sítio na BR 163. Com o passar dos tempos comecei a estudar, fiz até a 4º nesta localidade.

Quando passei para a 5º série voltamos morar na vila novamente, nesta escola conclui o ensino fundamental e médio, no ano seguinte comecei um curso superior - Pedagogia, onde me formei. Hoje sou pós graduada e já fazem nove anos que atuo na área da educação,como professora de pré a 4º série, e temos ao nosso meio os avanços tecnológicos fluindo a cada momento. Mesmo quando fazia a faculdade, algumas vezes usava o computador, mas com certo receio, na verdade sentia obrigada a utilizar devido aos trabalhos, mas quase sempre deixava as colegas fazer esta parte.

Quando fala-se em tecnologia devemos ter em mente que não refere-se apenas ao computador, celular, etc. É desde uma simples caneta a um meio de comunicação, meio de transporte por mais simples que sejam,em fim são tantas as tecnologias que nos cercam que temos que ir aperfeiçoando cada vez mais. Minha lembrança do tempo de criança referente ao meio de comunicação, foi de um rádio que meu pai tinha e só podíamos ligar para escutar a hora, as notícias do meio dia e raramente o programa da tia Heleninha, não podia deixar ligado o tempo todo para não descarregar as pilhas. Com isso, demorei a entender que quando desligasse o rádio o programa prosseguia normalmente, minha imaginação era que quando desligava o rádio o programa ou a musica que estivesse passando também parava por ali.

Os tempos foram passando, então quando vi pela primeira vez programas na televisão achei fantástico porque além de escutar a gente também via as imagens e minha visão de mundo foi mudando. Hoje vejo e percebo uma série de coisas que as crianças têm mais facilidade de lidar com essa máquina do que as pessoas adultas.Na minha faze de criança, eram poucas as pessoas que tinham esse acesso. Diferente de nossa atualidade, onde desde os mais novos aos mais velhos todos têm acesso à internet, uns com mais outros com menos facilidade. Quanto a esse avanço eu ainda me sinto um pouco frustrada não sei se é receio ou mesmo falta de interesse mesmo em lidar com essa maquina, mas pretendo superá-las e aperfeiçoá-los cada vez mais.

Lina

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Infância; medo e curiosidade

O tempo passa, as coisas mudam se transformam e vão surgindo novos inventos, uns com pouco sucesso e outros superando todas as expectativas. Assim é a ciranda das descobertas, dos avanços científicos, enfim, das mudanças que afeta a vida comum do homem no mundo moderno. Hoje me deparo com as lembranças de minha infância, como era difícil o acesso as informações, pois tudo era distante e as pessoas viviam de forma isolada num mundinho tranqüilo a mercê da ignorância e certo abandono, mas ao mesmo tempo muito felizes e solidários.

Lembro-me, quando garota com os olhos faiscando e ouvido colado naquela tamanha caixa que de dentro saia vozes, sons de jeito inexplicável, tudo mais parecia uma mágica, aqueles botões, pilhas e ao toque dos dedos pessoas falavam, riam, escutava-se música e tudo aquilo era tão próximo que na inocência de criança, acreditava no que papai dizia; “que havia pessoas ali dentro daquela caixa”, a qual muitas vezes tentei conversar para ver se realmente me ouviam, mas era sempre em vão..É claro, pois afinal, aquele objeto era o mais importante aparelho informativo chamado Rádio.

Foi pelo rádio que comecei apreciar a música e seus ritmos. Ah, já ia esquecendo de dizer que nos ligávamos o rádio somente quando papai não estava em casa, pois esse direito só cabia a ele. Logo na sua ausência, quanta alegria em poder ouvir músicas em meio conversas e gritos com as irmãs menores, depois breve silêncio para escutar e copiar rapidamente a letra da música preferida no papel e cantar. Também tinha os programas da Tia Leninha, com o quadro “História da minha vida”; e as novelas do rádio que me encantava e fazia sonhar com um mundo cheio de fantasia.

Mas este encanto durou até eu perceber que no mundo o homem era um ser fantástico, capaz de fazer coisas incríveis com sua inteligência brilhante. Assim como o rádio aconteceu com o telefone, a energia elétrica. Tudo foi ocupando lugar em minha vida com situações muitas vezes cômica.

A evolução da lamparina, foi também um episódio marcante de minha vida, pois com seu uso noturno levantava de manhã com a ponta do nariz todo preto, cabelo cheirando fumaça e entre brincadeiras os pêlos do braço sapecado no fogo dando cheiro de pena queimada. Quanta maluquice! Você deve estar achando estranho não è? Pois acontecia isso e muito mais sobre a luz da lamparina, resultado das tarefas da escola deixada para fazer a noite, sob pressão da mamãe que incansavelmente sabia que o incentivo aos estudos era tudo que poderia dar a seus filhos. Enquanto isso a passos largos, lá fora já estava em processo de aperfeiçoamento, uma das descobertas mais incríveis e inovadoras que iria ligar o mundo, as pessoas, sem distinção racial ou social, o “Computador”.

Hoje, essa máquina misteriosa cada vez mais vem nos surpreendendo, com sua multiplicidade de uso. A maioria dos jovens e crianças já tem acesso a ela e são chamados de nativos, pois sabem lidar e controlar de maneira que não deixam qualquer novidade passar em vão e sobre um click inofensivo vão descobrindo coisas mirabolantes. Enquanto muitos adultos mal têm a coordenação motora sobre aquele “ratinho” chamado Mouse. Meus filhos são exemplo claro disso, pois ao me ver conversando com alguém on-line no MSN ou orkut ficam zombado, falam que durante o bate-papo eu escrevo muito certinho, com todas as regras gramaticais do Português, enquanto eles abreviam o mínimo possível, chegando até a inventar loucas palavras, criando sua própria linguagem virtual.

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É, sou realmente uma migrante no meio da informática, ainda tenho medo de tocá-la assim como o rádio, pois com a repreensão dos meus pais em limitar o que poderia mexer sem estragar, criou-se o trauma de infância com a incapacidade e o medo de ir além. Coisas que só a psicologia explica. Minha intimidade com o computador não foi muito diferente, pois tive muita resistência em aproximar-me realmente dela e querer descobrir e aprender seus benefícios.

Talvez hoje, ainda me considero uma analfabeta digital em relação ao conhecimento sobre a utilização do computador como ferramenta de trabalho, mas acredito que conforme as necessidades vão surgindo e para não me sentir um “peixe fora d’água” tenho procurado me inteirar e aprender sobre essa tecnologia e suas linguagens para competir com meus filhos a arte da descoberta no mundo conectado.

Neila R.Torres,

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O Telefone

Estamos acostumados a ouvir sobre a importância da tecnologia em nossas vidas. Por meio do aperfeiçoamento tecnológico foi possível ao homem chegar à Lua, encontrar a cura para inúmeras doenças, trocar informações via e-mail e também a conquista mais importante para muitos: a possibilidade de cada indivíduo, independentemente da etnia, cor e religião, possuir seu próprio celular. Alguns acreditam que chegamos ao ápice da civilização, pois não precisamos mais “catar” gravetos para fazer sinais de fumaça. Para outros (mais apocalípticos) é o início do fim da civilização judaico-cristã ocidental.

O interessante é que estamos de fato no futuro, já que a alguns anos, facilidades tecnológicas como as atuais (microondas, controle remoto, internet...) eram vistas somente em seriados como “Jornada nas Estrelas” e em filmes como “De volta para o futuro”; bom é claro que ainda não conseguimos viajar no tempo, ainda. Mas nossa história se passa numa cidadezinha do interior do Estado de São Paulo há mais ou menos 15 (quinze anos). Nessa época ter um telefone em casa era um luxo para poucos. Acredito que isso seja marcante na minha vida pelo fato de o meu pai trabalhar no Mato Grosso e para conseguirmos falar com ele, precisávamos ir à casa do meu avô esperar a ligação que acontecia em média a cada vinte dias.

Pois bem, voltando ao assunto, lembro- me que no ano da privatização da telefonia foram disponibilizados para a minha cidade natal, 2000 linhas telefônicas residenciais e 500 linhas para celulares. Foi a febre daquele verão. As pessoas interessadas tinham que preencher um cadastro na TELESP e aguardar um sorteio. Nesse dia meu pai estava em casa e a realização do sorteio se deu no antigo cinema da cidade (desativado devido à proliferação da modernidade dos vídeo cassetes de “sete cabeças”) e as pessoas aguardavam ansiosas pelo ) sorteio. Fomos “contemplados” com a linha de telefonia fixa (R$ 1500,00) e com a de celular (R$ 900,00).

O dia da instalação do telefone em casa, foi uma festa entre eu e meus irmãos. Afinal, telefone era status, podíamos falar para nossos amigos que tínhamos telefone. Estávamos agora (mesmo sem saber na época) entre as famílias, que segundo as estatísticas do governo, tinham alcançado um nível social maior, passando de classe média baixa para classe média. Nada se comparou, entretanto, ao dia que o celular chegou. Meu pai foi receber o aparelho na TELESP e veio para casa como se estivesse com o pino de centro quebrado, seu “tijorola” analógico deixava seu corpo levemente inclinado para o lado. Nessa época usava-se esses aparelhos pendurados no cinto. Era o máximo. Mal esperávamos a hora do celular tocar: Nossa que coisa incrível, fora do comum! Lembro-me de um amigo que disse que éramos ricos por ter telefone em casa e um celular.Naquele ano, outro amigo viajou para o Oriente e na volta contou que em Israel até os feirantes possuíam celular. “Meu Deus que país rico” era o que mais se ouvia.

Atualmente os tempos são outros. Inúmeras transformações ocorreram até agora. Os aparelhos de celular estão cada vez menores, os serviços cada vez melhores e as facilidades de comunicação atuais, fazem do mundo uma aldeia onde todos podem ter acesso a qualquer tipo de informação, configurando um mundo sem delimitações ou divisas, interligado por uma rede invisível, tecida pela globalização.

José Adrião

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Tecnologia em Minha Vida

Segundo fontes do site www.gobiernoelectronico.org, tecnologia pode ser definida como conjunto complexo de técnicas, artes e ofícios (techné) capazes de modificar/transformar o ambiente natural, social e humano (cognitivo), em novas realidades construídas artificialmente. De acordo com este pressuposto, e como bem sabiam os gregos clássicos, a técnica (Techné) não é boa, nem má, nem neutra, mas política.

A tecnologia sempre fez parte da minha, vida de forma direta ou indireta, desde o meu nascimento até esse exato momento, desde de muito cedo tenho fascínio por tecnologias, seja ela qual for, sou um grande adepto das novas tecnologias, apesar de as vezes sofrer para compreende-las, acho que o mundo seria vazio , sem graça, se não houvesse as tecnologias, pois não teríamos evoluído e seriamos todos primatas.

O filme de Dumont retrata bem a tecnologia, pois além de a construção do avião ser uma nova tecnologia, era um sonho a ser conquistado e a tecnologia foi e sempre será um sonho, que estamos sempre tentando acompanhar. Apesar de ouvir muito rádio na minha infância, confesso que não é a mídia que mais aprecio, pois sou fissurado pelas imagens e a televisão foi a mídia que mais me cativou, até a chegada do computador em minha vida é claro, que aconteceu na faculdade, até então este também não tinha importância nenhuma, mesmo precisando, às vezes o evitava, só então em 2007 é que meu interesse pela informática atingiu o seu ápice, com a proposta de eu ser um coordenador do laboratório de informática, desse dia para cá a televisão perdeu seu espaço em minha vida, principalmente depois da compra do meu PC.

Acredito que a educação deu seus primeiros passos para a mudança, com o auxílio da informática e principalmente com a ferramenta mais importante que é a internet, o professor com esses recursos tem a possibilidade de trabalhar com seus alunos o assunto do dia em sua disciplina, sem contar os trabalhos maravilhosos que podem ser elaborados pelos alunos com o auxílio dos professores.

Josias Barbosa Leite

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O MUNDO DAS TECNOLOGIAS

Para falar em tecnologias não poderia deixar de falar sobre meu trabalho como educadora já há 18 anos e tenho orgulho de dizer que gosto do que faço. Quando iniciei meu trabalho na escola o material didático era apenas o livro do professor, onde os conteúdos eram passados no quadro para que os alunos fixassem a leitura e a escrita. Isso fazia com que o aluno decorasse os conteúdos, pois não havia nem sequer rádio na escola.

Aos poucos foram chegando os livros didáticos para os alunos e assim foram melhorando e ficando mais fáceis de trabalhar, pois as turmas eram multi-seriadas. Logo as escolas foram polarizando, foram chegando mais livros, já havia uma máquina de datilografia que na época só era usada para redigir documentos para a secretaria de educação, logo surgiu o aparelho de fita cassete depois de muitos pedidos veio a televisão e o vídeo que foi um dos momentos mais comemorado na escola e finalmente o sonhado computador com impressora facilitando mais o trabalho de digitação de documentos na escola, alguns alunos já faziam trabalho escolares fazendo uso do computador.

O primeiro contato que tive com a máquina foi com a realização de trabalhos para faculdade. Hoje o avanço tecnológico da informática veio para facilitar o trabalho da maioria das pessoas, apesar das dificuldades encontradas no manuseio da máquina, nos compromissos pessoais e profissionais não tendo tempo disponível para se dedicar e aperfeiçoar os conhecimentos na área da informática que também está constantemente mudando suas tecnologias.

Assim como o avanço da informática vem crescendo o homem voa cada vez mais longe em busca de sucesso na satisfação sentimental e profissional, pois a exigência da qualificação profissional do mundo moderno cresce constantemente.

Maria de Lourdes Dias.

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Tecnologicamente falando...

Ah, a tecnologia...Como viver sem ela?

Foi ela quem proporcionou a evolução do rádio, da televisão, da Internet... É através destes meios de comunicação que nós, reles mortais, temos acesso a idéias ultramodernas e revolucionárias de filósofos fabulosos como uma Tati Quebra Barraco, um MC Serginho... É por meio deles que esses pensadores poderosos, atuais e de grandes conhecimentos culturais, científicos, sociais e, principalmente, sexuais nos trazem créus, cachorras, cerol, tapinhas, eguinhas, cavalinhos e pocotós. Nossa! Isso tudo me deu uma saudade dos meus tempos de menino lá no interior do Mato Grosso do Sul. Tempos difíceis aqueles... Naquela época nossa casa não tinha energia elétrica, mas o sistema de iluminação da residência era dotado de alta tecnologia. O utensílio utilizado tinha o nome de lamparina. Dentro dela havia um tecido longo que percorria todo o seu corpo e sua ponta ficava fora dela, numa espécie de bico. Seu mecanismo de funcionamento era super interessante. O que o acionava era um sistema operacional chamado “fósforo” que, quando friccionado e encostado no bico da lamparina, liberava uma substância que atendia pelo nome de “querosene”, que, imediatamente escalava o tecido por toda a sua extensão e, em contato com o fósforo, como num passe de mágica, acendia-se. Esse sistema era bem prático, portátil e pequeno. Podíamos levá-lo aonde quiséssemos.

Também tínhamos um grande rádio de pilha que nos trazia notícias do mundo, músicas e novelas (quanta imaginação, quantos cavalos, tiros, correntes, mocinhos e bandidos). À noite nós o ligávamos e nos sentávamos em cadeiras de corda no terreiro. Ouvíamos os programas e olhávamos o céu. Observávamos as estrelas e, de repente alguém dizia “olha o apareio!”. Traduzindo do caipirês: aparelho – traduzindo mais ainda: jato. Como nossa imaginação voava. Mal sabia eu que aquele “aparelho” fora inventado por Santo Dumont, um brasileiro lá de Minas, sô. Vixe, bateu uma nostalgia maior do que a que estou sentindo... Essa atmosfera rural, essa pasmaceira, essa calma... Lembrei-me de Drummond, daquele poema que retrata bem a minha infância, Cidadezinha qualquer:

“Casas entre bananeirasmulheres entre laranjeiraspomar amor cantarUm homem vai devagar.Um cachorro vai devagar.Um burro vai devagar.Devagar... as janelas olham.Eta vida besta, meu Deus.”

Nós, como Santos Dumont, voávamos e imaginávamos tantas coisas, tantos mistérios naquelas noites estreladas.

Mas outra tecnologia entrou igual a um foguete em nossas vidas anos mais tarde; a televisão.

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Ainda não tínhamos energia, porém nosso vizinho de sítio comprou uma TV preto e branco, fabulosa, de umas 8 polegadas e, para ela funcionar, usava uma bateria. Uau! Tecnologia de ponta!

Nós, para não perdermos mais esta novidade, plugados em alta tecnologia como éramos (praticamente uns “nativos digitais”), fomos ver de perto a novidade e apreciar a sua programação.

Éramos sete neste grupo: este corajoso que vos fala, minha mãe, minhas três irmãs, meu irmão e sua esposa.

Só que, para chegar até ela, tínhamos de andar cerca de dois quilômetros atravessando terras cultiváveis e pastagens. Entremeio nossa casa e a casa da televisão havia um rancho que diziam ser mal-assombrado. Segundo o povo, aparecia por ali uma mulher toda de branco. Como passávamos à noite, nossos corações batiam acelerados.

Na ida, tudo bem. Passamos ilesos. Mas na volta... Conseguimos passar pelo rancho, ufa! No entanto, uns 500 metros à frente, minha irmã mais velha resolveu olhar para trás e ao lado do rancho, vinha um vulto nos seguindo. Estando com passadas normais, minha irmã começou a acelerar

“Café com pãoCafé com pãoCafé com pãoVirge Maria que foi isso maquinista?Agora simCafé com pãoAgora simVoa, fumaçaCorre, cercaAi seu foguistaBota fogoNa fornalhaQue eu precisoMuita forçaMuita forçaMuita força

Oô...Foge, bichoFoge, povoPassa pontePassa postePassa pastoPassa boiPassa boiadaPassa galhoDa ingazeiraDebruçadaNo riachoQue vontadeDe cantar!Oô......”

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De repente estávamos todos correndo.Meu irmão, que teoricamente deveria proteger o grupo, estava grudado na mão

de sua esposa a uns dois passos a sua frente (se ela o soltasse, nunca mais o veríamos), porém, contrariando a sua falta de coragem, ele dizia “me solta, me solta que eu volto lá”.Palavras ao vento. Se ela realmente o soltasse, era capaz de ele morrer do coração ou pelo menos pedir o divórcio. A mulher também deve proteger o marido. Minha mãe, tadinha, fora de forma e com uma certa idade, corria como um atleta olímpico.

Minha cunhada também corria muito. Perdeu os chinelos e bem mais precioso; o filho que esperava.Minhas irmãs estavam bem à frente e eu, para não contrariar o grupo, corria também.Ao chegarmos à estrada principal, resolvemos parar e encarar o “fantasma” de frente. Ele foi se aproximando, se aproximando... Suas feições pareciam familiares. Quando nos preparávamos para o pior, percebemos que, quem se aproximava era outro dos meus irmãos, coitado, também sem fôlego. Novamente meu irmão casado tomou a palavra e esbravejou “vo-você n-num t-tem vê-ve-vergonha, n-não!?

Os outros estavam sem fala, inclusive o propenso fantasma. Minha irmã mais velha conseguiu chegar até a nossa casa e, inexplicavelmente, conseguiu abrir a tramela, por fora. Chamou o meu pai e logo logo eles apareceram para nos salvar. Meu pai empunhava um machado. Nós nunca mais quisemos voltar. Mas, enfim, a energia elétrica chegou. Outro irmão meu (ora, não encha! Tenho seis irmãos e três irmãs e posso chamá-los de outro / outra quando quiser – lembrar o nome de todos eles é difícil) que se casou, construiu uma casa perto da nossa, no mesmo sítio, e comprou, de segunda-mão, uma televisão colorida. Que empolgação!Quando eles saiam para trabalhar, deixavam as chaves da casa com a minha mãepara ela poder assistir às novelas da tarde. Eu, claro, ia junto.

Aquela TV tinha um pequeno problema: quando a gente ia mudar de canal, às vezes levava um baita choque. Um dia fui ligá-la e o choque estava lá. Fiquei tão traumatizado que tenho formigamentos até hoje. Minha mãe, como São Tomé, só acreditou vendo e meteu a mão no botão. Levou um choque, lógico. Recuou e disse-me carinhosamente, daquele jeito que só as mães conseguem quando querem enaltecer a bem dotada inteligência do seu filhinho querido “desliga isso, besta! Vambora! Não desliguei. Peguei um pano e mudei de canal e conseguimos assistir à novela, um dramalhão mexicano intitulado “Os ricos também choram”. Jesus, se as novelas deles que não têm choro no nome já são uma choradeira só, imaginem essa? Passou-se o tempo e hoje sei que tenho uma relação bem mais tranqüila com a tecnologia. Estou aqui em um curso de mídias.

Sei também que sou um “imigrante digital”, não um “nativo digital” como dissera outrora, mas quero aprender. Não custa sonhar, como Dumont, na construção de seu 14 Bis. Espero navegar bastante. Afogar, jamais!

Sidnei Rocha

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A Influência da Tecnologia em Minha Vida

Durante minha infância, adolescência obtive pouco contanto com as diversas tecnologias existentes, pois nasci no ano de 81, em Sinop e os meus pais chegaram a essa terra, Terra Nova do Norte no ano de 78. Aqui não havia tecnologia alguma, tudo era manual, ou seja, serviço braçal, o único equipamento mais moderno na época era o maquinário para derrubar mato, tudo dependia de ferramentas tradicionais e nem mesmo existia energia elétrica.

Para dizer que não havia tecnologia, o radio à pilha era o aparelho mais cobiçado dos moradores que aqui haviam chegado, moradores estes que andavam cerca de dois a três km para ouvir noticias jornal e radio novelas, a TV chegou anos mais tarde, antes mesmo da energia elétrica, as TVs eram ligadas através das baterias e sua imagem era em preto e branco somente e quem tinha uma TV eram os mais fortes economicamente. Só tempos depois foi chegando energia elétrica, aparelhos eletrônicos mais modernos, tipo rádio, TV, geladeira, freezer, antenas receptoras de canais, ferro elétrico, ou seja, aparelho ligado à energia.

Por volta dos anos 90 chegaram os telefones convencionais na cidade, onde nesta época podia conversar com os parentes de outras regiões, até então a única forma de comunicação era através de cartas manuscritas, que demorava mais de meses para chegar ao endereço desejado. Também por volta dos anos 90, chegaram às antenas parabólicas e TV colorida, onde podia assistir as noticias ao vivo, além dos jogos, novelas, filmes, desenhos animados entre outros.

O próximo “luxo” que chegou por aqui foi o aparelho celulare, que também quem tinha um celular era o “tal”, hoje em dia faz parte do dia-a-dia da população, um objeto indispensável para muitos. E agora nos últimos anos, os computadores chegaram para ficar, trazendo informações e conhecimentos das mais diversas áreas, seja ela na parte da educação, agricultura, agropecuária, indústrias, comércios, ou seja, em todos os setores os computadores são ferramentas indispensáveis para o bom andamento das mais variadas atividades a serem desenvolvidas. Sem citar os maquinários modernos em indústrias, máquinas equipadas e adaptadas para trabalhar na agricultura, no campo e os aparelhos que chegaram para facilitar a vida das pessoas, principalmente auxiliando as donas de casa.

Todas essas inovações, tecnologias trouxeram coisas boas, mas também deixaram muitas pessoas desempregadas, em especial no setor industrial e na agricultura, se não foram as maquinas modernas que chegaram para fazer os serviços de várias pessoas juntas, vieram com tecnologia muito avançada, que muitos perderam seus empregos por não conseguirem manusear os equipamentos e/ou maquinas computadorizadas. O que mais se vê nos dias atuais são pessoas preocupadas em fazer cursos de aperfeiçoamento em equipamentos modernos que cada vez mais estão fazendo parte do dia-a-dia da vida da população mundial. Falando um pouco de mim, posso dizer que sou uma pessoa de sorte, pois pude vivenciar e ainda estou vivenciando as tecnologias que estão chegando a cada momento, usufrui dos rádios tocado a pilha, TVs preta e branca e ligadas em baterias, a chegada da energia, parabólica, celular e por fim computadores, onde tive o primeiro contato com 14 anos de idade, na escola onde estudava, tive a oportunidade de fazer um curso básico de windows, excel, paint, entre outros, e no ano de 2000 meus pais me presentearam com um micro computador, fiquei muito feliz, mas com o passar dos tempo e com a chegada cada dia mais rápido das

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novas tecnologias, meu micro se tornou um micro computador ultrapassado na questão de funcionamento, foi então que consegui adquirir um notebook no fim do ano de 2007.

Esses foram os avanços tecnológicos que aconteceram na minha vida. Já na questão da influência da tecnologia, são varias, hoje consigo manusear vários aparelhos elétricos e computadores com mais facilidade, consigo trabalhar com meus alunos com vários materiais pedagógicos, por exemplo: TV, DVD, aparelho de som, computadores, pois nossa escola esta equipada com 10 computadores com o programa Linux educacional, pode-se fazer aulas diferenciadas e oportunizando os alunos o contato, vivencia e manuseio do computador.

Posso concluir que as tecnologias existentes em nossa região estão diminuindo a distancia dos nossos alunos com o mundo tecnológico, principalmente através dos computadores interligados na internet é o caso de centenas de moradores da zona rural que nunca haviam sonhado em ter um computador em casa e agora além de obter o seu micro computador, estão ligado na internet, ou seja, esta conectado com o mundo. Praticamente saímos da Era dos dinossauros e estamos na Era digital e interligado com o mundo através dos computadores. Mas é importante fazer o uso da tecnologia com sabedoria pois no mundo virtual tem algumas armadilhas nas entrelinhas, ou seja, tem coisas boas, ótimas, excelentes, bem como coisas impróprias para determinada faixas etárias e até mesmo surpresas desagradáveis.

Cledecir Brigo.

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Tecnologia e exclusão

Queria escrever um poema que falasse de tecnologia,Mas que rimasse com nostalgiaE soletrado com sabedoria,Que pudesse falar da humanidadeTalvez começasse pelo fogoIndo depois das pedras e aos metais,Em suas conquista e descobertasCom a técnica o homem dominou florestas,Oceanos e mares,Também desertos, montanhas e os aresDominou, explorou, expropriou...Da maquinaria não mais parouAté chegar ao micro chip do computador.Fez o mundo gigante em seu redorEm um espaço reduzido,Em que a maioria é conduzidoPara a exclusão das melhorias.Não quero meu poema pela metadeMas sim inteiro na igualdade,Que a técnica combinasseCom as batidas do coraçãoQue no mundo digitalAs pessoas fossem a figura fundamentalQueria um poema justo e solidárioCom tecnologia a serviço do humano,Para gerar a grande dádivaDo benefício a toda gente.

Profª Deonice Maria Castanha Lovato

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Tecnologia em minha vida...

O que falar de tecnologia; Para mim fica difícil poder me expressar sobre o assunto, pois quando vim ao mundo tudo já estava tão avançado, já tínhamos televisão, radio, toca-discos, geladeira e todas essas parafernálias modernas, até mesmo no colégio quando eu iniciei estava tudo as mil maravilhas, já tínhamos o acesso ao lápis, canetas, pinceis, livros, vídeos, até mesmo livros em três dimensões: não era o máximo! Mas em minha família existe historias bem interessantes sobre tecnologia, meu pai mesmo me conta historia de quando viu a primeira televisão em sua frente; Nossa exclama ele, como era impressionante aquele “aparelho”, no entanto só podia ver esse tipo de aparelho na casa do visinho e isso quando meu avô os deixavam ir até o visinho.

No tempo de escola lápis, caneta era luxo... tinha somente quem era denominado de “rico”, meu pai sempre foi de família humilde, então nunca teve acesso a isso, mas sempre podia contar com o velho carvão para poder escrever, ou quando conseguia logra minha avó e pegar alguns trocados para poder comprar um simples lápis. Com o passar dos anos a coisa foi melhorando, na casa do meu avô chagava a primeira televisão em preto e branco mas era uma televisão: só que para assistir o aparelho do futuro tinham que se reunir os doze irmãos e ficar no máximo uma hora assistindo, era o permitido pelo meu avô, isso tudo para não desgastar o televisor. Comigo foi tudo mais fácil, ou menos complicado, aos quatorze anos de idade comecei a trabalhar como mecânico, e já tínhamos todas as tecnologias necessárias para desenvolver essa atividade, pois já contávamos com motor elétrico para limpeza, bombas de água com enorme pressão e uma infinidade de chaves.

Algum tempo depois mudei de profissão e aos dezessete anos fui trabalhar na Prefeitura Municipal de Terra Nova, aonde tive a oportunidade de conhecer pela primeira vez um computador, e a onde eu podia manusear, ali fiz varias descobertas muito interessantes a respeito do tal computador, o tempo passando e a tecnologia cada vez evoluindo, até a chegada de uma tal de internet que me deixou com os cabelos em pé. Passado algum tempo fui trabalhar em um afirma de sistema comercial, como representante da mesma, fazia parte da venda e manutenção do sistema, até me deparar com um problema sério que se chamava e-mail, uma coisa do outro mundo para mim naquele momento, pois já tinha visto internet, navegado nela e pensava que aquilo era só para olhar noticias, engano tremendo o meu, pois com um problema em um de nossos clientes meu patrão por telefone me fala: Remove o banco de dados da maquina e me envia por e-mail que eu resolvo o problema por aqui. Ai que o meu mundo que eu pensava ser tão grande se tornou em um grão de areia bem pequenininho. Já imaginou retirar algo de uma máquina e mandar para outra pessoa bem distante dali, algo impossível para mim naquele instante.

Mas tudo foi resolvido ao passar do tempo. E hoje eu não consigo me imaginar sem essa tal de tecnologia em minha vida, pois quando fico dias sem internet já fica me faltando algo, sem contar com tudo de novo e moderno que nos temos, pen-driver, maquinas digitais onde podemos ver a foto na hora, celular que ao eives de ser um aparelho para comunicação esta sendo usado para tocar musica em mp3 mp4, fotografar, filmar, com GPS, são as maravilhas do mundo moderno. O que mais me deixa com o pensamento a mil é até aonde isso vai.

Rodrigo Zatta

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Tempos modernos

No meu curso de mídiasVou fazer comparaçãoPara ver o que mudouE se houve evoluçãoEm outro tempo passadoQue nos trás a razãoNão³ se via curta películaNão tinha televisãoLembrome,ainda pequenaComo fiquei faceiraQuando em casa chegouUma TV de madeiraMinha mãe no batedorLavava toda a sujeiraPassava com ferro de brasaSobre uma cantoneiraEnceradeira era coisa doutro mundoA fundo limpava o chãoCom a vassoura de pinçavaDava brilho com o escovãoPra começo de conversaÁgua só vinha do poçoE no fogão a lenhaMamãe fazia o almoçoDe manhã café quentinhoTorrado no torradorDepois tinha que moerE passar pelo coadorNão posso esquecermedo banhoE o chuveiro de latãoSuspenso por uma cordaE água fria no verãoMas quando chegava o invernoGelava até o coraçãoMas a água era quentinhaAquecida no fogãoQuando chegava a noiteA lamparina a casa mal clareavaCom o lampião a gás,Mais brilho na noite davaE pra guardar as lembrançasO fotografo dá¡o efeitoAtrás de uma máquina tripéEmbaixo de um pano pretoMas para ficar bem chique

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Na velha fotografiaNuma antiga máquina ElginMinha mãezinha coziaMas como o tempo mudaA tecnologia entrou em açãoTrocando o velho pelo novoNessa tal evoluçãoA mudança veio de cimaVeja o caso do aviãoSantos Dumont com o 14 bisFez a história da aviaçãoOs televisores sofreramGrande transformaçãoVeja o ferro de passarA sua evoluçãoGral Bell fez o telefoneQue também se modernizouVentilador e ar condicionadoNada ficou parado,A nova era chegouA luz elétrica acendeu as lâmpadasSurgiram novas fontes de energiasAbriu se as portas do século XXDeu asas as tecnologiasMuda se a máquina de lavarTelevisão e geladeiraO fogão a gás facilitaA vida da cozinheiraO velho ficou mais moçoPra escrever a históriaTroca a pena pela máquinaA invenção faz a glóriaA Ciência se multiplicaO mundo se industrializaNa corrida tecnológicaA mídia muda a camisaAs máquinas se transformaramChegou o computadorVídeo, DVDs, disquete, Cd, Pen drive,Note book, data shwolSó sei que estou vivendoNo mundo da MultimídiaA educação fica velhaE tudo se modernizaCorrer atrás do prejuízoHoje é a soluçãoFicar inerte é dar bobeiraNo mundo da evoluçãoAs mídias se multiplicamNão existe nada igual

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A internet hoje faz parteDo mundo virtual.O tempo de ontem é passadoO conhecimento é eternoO antigo, vira novoVivendo em tempos modernos.

Ivaní Martins Móta

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O avanço da tecnologia em minha vida

Relacionando o vídeo de Santos Dumont com a evolução da tecnologia, percebemos que desde aquela época ele já procurava aperfeiçoar em suas invenções.Essa evolução tem afetado a minha vida sinto que estou sempre em desvantagem aos avanços dessa tecnologia. No mundo em que estamos vivendo precisamos está sempre buscando novos conhecimentos, procurando nos aperfeiçoar a cada dia e a informática é um caminho para que tenhamos acesso a diversas informações, mas devido a necessidade em exercer uma carga excessiva de trabalho sinto-me prejudicada em relação a esses avanços.

Já tive oportunidade em participar de diversos cursos relacionados a computador [webquest, blog, movie maker, etc...], porém não foram praticados e acabo esquecendo as vezes posso semanas sem ler meus email, fico com vergonha em ver meus colegas fazendo descobertas incríveis e eu parecendo aqueles alunos que demonstram interesse mas que se sente incapaz de acompanhar as exigências que estão a minha volta. Por outro lado, preciso reagir sei que a informática é uma ferramenta do processo de ensino e que está presente no nosso dia-a-dia sei também, que nunca vou dominar essa máquina, mas tenho que procurar meios e formas de esta inserida nesse contexto.

É maravilhoso crescer, evoluir, comunicar-se com tantas tecnologias de apoio.È frustrante pro outro lado, contatar que muitos só utilizam essas tecnologias nas suas dimensões mais superficiais e alienantes prejudicando a si mesmo. A necessidade de acessar a internet veio com o avanço das tecnologias, trazendo novos desafios pedagógicos para as escolas e professores, desta forma defrontamos com novas possibilidades, desafios e incertezas no processo ensino aprendizagem.

Hoje não estou em sala de aula, mas futuramente posso esta. Para um professor não importa onde esteja exercendo sua função ele tem que agir como se estivesse sempre em sala porque suas ações serão sempre voltadas para o aluno, sabendo que ensinar é gerenciar e organizar informações para transformá-la em conhecimento, em sabedoria, em um contexto rico de comunicação, não pode ver a tecnologia como uma solução mágica para modificar a ação pedagógica, mas ela possibilita a escola a ser um espaço de inovação, de experimentação de novos caminhos.

Maria Aparecida Ferreira Buss.

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Novas Tecnologias “O Encantamento do Mundo”

Assistimos, lemos, ouvimos que as tecnologias estão provocando profundas mudanças em nossas vidas. Sem dúvida elas vêm colaborando para modificar o mundo. A energia elétrica, o telefone, o carro, o avião, a televisão, o computador as redes eletrônicas contribuíram para o grande crescimento do capitalismo. É possível criar inúmeros usos para as tecnologias, nisso esta seu encantamento. Os fabricantes pesquisam o que nos interessa e o criam, adaptam e distribuem para nos aproximar cada vez mais. As pessoas aos poucos partem do uso inicial previsto, para outras formas de utilização inovadoras e inesperadas.

Com a Internet podemos pesquisar informações dos mais diferentes gêneros, nos comunicar, enviar e receber mensagens, ganhar dinheiro, fazer compras, nos divertir ou apenas navegar curiosos pelo mundo virtual. Há um grande encantamento pelas tecnologias, pois participamos de uma interação muito mais intensa entre o real e o virtual, estou conectada com milhares de pessoas ao mesmo tempo, navego sem move-me, converso com pessoas que não conheço e talvez nunca verei ou encontrarei de novo.

As tecnologias trazem um novo encantamento também para as escolas, ao sair de seu mundo e possibilitar que seus alunos pesquisem e se comuniquem com outros alunos no seu próprio ritmo. Assim também acontece com os professores. As pesquisas podem ser compartilhadas por outros alunos e divulgadas instantaneamente na rede para quem quiser ler. Professores e alunos encontram inúmeras bibliotecas eletrônicas, sons e imagens, que facilitam a tarefa de planejar as aulas, fazer trabalhos e ter materiais atraentes para apresentar.

O processo de ensino-aprendizagem pode ganhar assim um dinamismo, inovação e poder de comunicação imensa. O encantamento, em fim, não esta somente nas tecnologias, cada vez mais sedutoras, mas em nós, na capacidade de nos tornar pessoas plenas, em um mundo de grandes mudanças. É extraordinário crescer, evoluir, se comunicar plenamente com tantas tecnologias de apoio.

Jane de Lourdes Zdepski

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De Volta as Raízes.

O que vou contar aconteceu comigo numa cidadezinha chamada Candói, no Estado do Paraná. Tinha cinco anos de idade, morava numa casa de estuque no meio de uma fazenda, tudo o que via era animais e mato o único contato que tinha com pessoas era os que moravam em casa, nunca tinha visto um carro, pois o único meio de transporte era através de animal. Minha família mudou-se para cidade de Guarapuava imaginem o meu espanto (carros, luzes, casas umas encima das outras), foi estonteante.

Na casa em que fomos morar tinha energia elétrica, conheci rádio, televisão, porém nós não tínhamos, sem contar que meus pais não deixavam assistir, entre outras coisas a própria casa era de madeira com assoalho... tudo era novidade. O tempo foi passando e minha família mudou-se para mundo novo Mato Grosso do sul: Pensei finalmente de volta as origens, lugar pequeno com aspectos bem mais voltado para coisas que eram do meu conhecimento, “natureza coisas simples”. O único automóvel que tinha na cidade era um jipe.

Completei sete anos fui para a escola, aprendi a ler e escrever, comecei a conhecer o mundo através dos livros e revistas, porém meus pais não deixavam ler revistas principalmente as de fotonovelas, quantas dessas revista forraram meu colchão. Assim como eu a cidade também cresceu, mas em menor proporção, estava na sétima série, ainda não tínhamos TV, muitas vezes matei aula para assistir a novela “Cuca Legal” numa vizinha perto da escola. Como toda a cidade pequena chegou o momento em que já não tinha mais estudo para mim. Então fui para o Rio de Janeiro de novo ao extremo...

Quantas novidades e eu apenas “uma caipirinha” com o passar do tempo fui adquirindo novas experiências, no entanto sentia que as minhas raízes estavam longe, foi então que tive que utilizar da tecnologia mais acessível o telefone... tinha perdido o endereço da minha filha que ficaram em Mato Grosso do Sul, foi através do telefone que consegui localizá-los. Estavam morando em Mato Grosso numa cidadezinha chamada Terra Nova do Norte, que na época tinha apenas um posto telefônico, não tinha energia elétrica, tinha apenas a Escola Estadual 12 de Abril, o que tinha muito era hospitais pois a economia da cidade era gerida pelo garimpo e por consequencia disso os garimpeiros eram acometidos de varias doenças entre elas a malaria era a que mais derrubavam a população muitos nem sobreviveram a ela. Até então nesse vai e vem tudo o que não fiz foi continuar meus estudos.

Recomecei estudar na Escola 12 de Abril em mil novecentos e oitenta e sete (1987). Em mil novecentos e noventa e um (1991) comecei fazer o Magistério pelo Logos II, finalmente sou professora, mas a luta continua, fiz o curso de Pedagogia pela UFMT na Modalidade NEAD a Distancia, foram se abrindo os horizontes. Neste intervalo de tempo pude contribuir na Fundação da Escola Municipal Vista Alegre onde atuo como Professora efetiva, também atuei nesta mesma função nas Escolas Estaduais Norberto Shwantes e Chapeuzinho Vermelho bem como na Escola 12 de Abril onde tive o meu primeiro contato direto com um computador, Vídeo cassete, entre outras tecnologias acessíveis na escola. Apesar de tudo isso, nunca fiz curso algum para lidar com as novas tecnologias, mas minha curiosidade me levou a aprendizagem pratica. Assim como eu a cidade foi se desenvolvendo, hoje Terra Nova já é comarca temos acesso a telefonia celular, internet entre outras tecnologias. E foi assim através da internet, que após 40 anos consegui localizar o restante da família que ficou em Candói no Estado do Paraná. Hoje estou fazendo o curso Linux “Introdução a Educação Digital” oferecida pelo MEC/ SEED Programa Nacional de Formação Continuada em Tecnologia Educacional PROINFO.

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Maria da Luz Almeida da Silva

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Evolução

Era uma vez em uma cidadezinha de interior, uma familia humilde que havia tido seu primeiro filho. O menino desde pequeno era mexerico, pois vivia futricando em tudo, no radio velho e na televisão preta e branca que se encontrava em cima de uma mesa num canto da sala. O pai cansado de ir pela vizinhança e encontrar em todas as casas televisores coloridos e de imagens maravilhosas, resolveu comprar em novo aparelho para sua família. O menino quando viu o novo aparelho, fico paralisado, admirado com aquela maravilha, mais não demorou muito e o menino já sabia mexer em todos os botões do aparelho.O pai do garoto admirado com o interesse do menino para mexer com tecnologias avançadas, resolveu matriculá-lo num curso básico de informática, que havia saído por aqueles dias. O menino ficou muito alegre com a noticia, e ele sabia que poderia decepcionar seu pai, pois ele sabia que a família não tinha muitas condições.

Chegou o grande dia, o menino vai para seu primeiro dia de curso todo faceiro, mas ao chegar na sala sentiu-se meio humilhado pois era bem atrasadinho perante seus companheiros, todos tinham aquelas maquinas esquisitas em suas casas. Mas o menino com muita garra e força de vontade aprendeu um pouco e conseguiu terminar o curso com uma boa nota 8.7 foi uma alegria para seus pais saber que seu filho mesmo sem computador para por em pratica o que havia aprendido tinha tirado uma nota tão boa.

Passaram muitos anos o menino cresceu, começou a trabalhar e ajudar sua família, depois de um dia de trabalho cansativo o rapaz chega em casa e fala para seus pais.-Vai ter um novo curso de informática e eu vou fazer. O pai do rapaz não falou nada já sua mãe exclamou:-Você vem cansado do serviço e agora vai querer sair e ficar até tarde na rua? Como você vai trabalhar outro dia?Então o rapaz respondeu:- A o que é que tem vai que um dia eu precise.

Na semana seguinte o rapaz começou a fazer o curso. Aquele era pra ser um curso basico, como aquele que ele havia feito, mais aquele tinha algo de diferente o rapaz sentiu que estava apreendendo mais, tanto que passou no curso entre os primeiros. Ao pegar seu diploma correu para casa mostrar a seus pais e disse:-Agora tenho dois, isso ainda vai me ser util.

E não é que o menino tinha razão, se ele não tivesse força de vontade, interesse e acima de tudo coragem hoje todos que aqui estão não estariam ouvindo e lendo esta história, e muito menos eu teria o prazer de estar trabalhando ao lado daqueles que um dia me ajudaram a ver o mundo com outros olhos, que fizeram de mim uma pessoa de bem.E também não estaria hoje fazendo aquilo que gosto e que me ajuda a viver.Quem diria um dia eu paguei para aprender hoje me pagampara ensinar.

DIEGO FERNANDO HERMANN

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