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USINA 4.0 A Quarta Revolução Industrial no Setor Bioenergético
1 MÁRCIO VENTURELLI
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Márcio Venturelli
USINA 4.0
A Quarta Revolução Industrial no Setor
Bioenergético
USINA 4.0 A Quarta Revolução Industrial no Setor Bioenergético
2 MÁRCIO VENTURELLI
Estamos vivendo a transição da 3ª Revolução Industrial para a
4ª Revolução Industrial, a partir da década de 70 a implantação
de computadores nas linhas de produção, fazendo o controle
dos processos, permitiram ganhos de escala sem precedentes,
além padronização e elevada qualidade, reduzindo
drasticamente os custos de produção.
A partir da década de 90, a massificação da Internet trouxe um
novo conceito de se comunicar, impactando diretamente a vida
das pessoas, a ideia básica foi que todos estivessem se
comunicando através de uma plataforma única, hoje com redes
sociais e, usando dispositivos on-line, os smartphones,
permitindo troca de informações, pesquisas, análise de dados,
decisões e ações em tempo real e descentralizada.
O Setor Sucroenergético também evoluiu no quesito Automação
Industrial, no início da década de 80 os painéis de controle
pneumático foram substituídos por eletrônicos, depois por
redes industriais na década de 90 e no início do século XXI,
vemos as Usinas com Centro de Operações comandando toda
a planta, a partir de tecnologias de Controladores
Programáveis, todos conectados em redes de informação e
controle.
As novas tecnologias que surgem como bandeira desta nova
revolução, já são presentes, porém estamos vivendo uma
transição, sem estabelecer um limite de implantação, novos
conceitos, tais como, Internet das Coisas (IoT) e Banco de
Dados (Big Data), permeiam esse novo cenário.
Na prática, as plantas industriais são reativas quanto aos
processos produtivos, mudanças de cenário econômico, de
consumidores, tendências de manutenção e operação,
somente aparecem para o operador ou coordenador quanto de
fato ocorrem, na maioria das vezes arrastando prejuízos na
produção de toda ordem, custo, segurança e qualidade.
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As variáveis do processo são centralizadas nos controladores,
com o objetivo final de fazer o controle operacional, porém elas
não são interligadas, não se comunicam umas com as outras.
Por exemplo, quando há baixa de carga na moenda, os
motores continuam recebendo máxima carga, diminuindo a
eficiência energética, quando há contaminação no mosto,
demora-se chegar no resultado, vindo do laboratório, de
quantidade de dosagem química, diminuindo o rendimento
produtivo, operações vazias, flutuantes, com alta variabilidade,
exigem consumo contínuo de água, ar comprimido, vapor,
gases e energia elétrica, impactando em desperdício e alta
emissão de CO2.
O conceito da Indústria 4.0, no qual propomos o tema Usina
4.0, é a criação de um ambiente industrial onde as pessoas,
equipamentos e informações, trafeguem nesta grande rede,
podemos chama-la de Internet Industrial. A usina estará
conectada num ambiente de informações dinâmicas, por
exemplo, dados meteorológicos, que influenciam o campo e a
moagem, no tempo real, permitindo uma tomada de decisões
sobre corte e produção, a conexão do estoque de insumos, seu
consumo em tempo real e operação com os fornecedores de
produtos e serviços, permitindo a entrega e análise do processo
no tempo que ocorre, eliminando desperdícios de toda ordem.
A Usina 4.0 terá todo o processo produtivo conectado, todos os
instrumentos e equipamentos na planta industrial, no setor
agrícola com máquinas e equipamentos conectados no GPS
trocando informações com a indústria e os parâmetros dos
controladores, isso será permitido através da Internet da Coisas
(IoT), a maioria com redes sem fio Wireless, todo o processo
produtivo será Simulado através de cenários, tanto de mercado,
quanto de consumo, fazendo a Usina produzir sob medida, na
melhor relação Insumo x Venda, pois o Banco de Dados (Big
Data) receberá todas as informações da cadeia produtiva, tanto
interna, dos equipamentos e pessoas que vimos, quanto
externa, fornecedores, governos, clima, mercado, entregando
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informações para tomada de decisões, sendo ainda suportada
pela Computação Cognitiva, onde os sistemas “aprenderão”
com os cenários, é a evolução do próprio controle operacional
que hoje existe na forma de controladores programáveis e
supervisórios, ou ainda, os SDCD Sistemas Digitais de Controle
Distribuído, oferecendo aos operadores e coordenadores as
melhores opções de tomada de decisões, analisando o
ambiente produtivo com variáveis relacionadas, tais como, caso
ocorra uma quebra de caminhão, o impacto que sofrerá a
moagem e em qual tempo, uma aumento da umidade e o
impacto na cogeração e consumo do insumo na Unidade
Termoelétrica, uma demanda pontual para produzir etanol
anidro, qual o melhor arranjo produtivo e em que momento para
obter o melhor aproveitamento.
Os pilares da Usina 4.0, serão baseados nos conceitos desta
Indústria 4.0, terão as seguintes características:
Interoperabilidade dos sistemas, pessoas e informações,
tudo se intercomunica no sistema Ciberfísico da Usina;
Virtualização da fábrica, uso de modelos conectados
com os sistemas físicos, podendo simular toda a safra,
antes mesmo de iniciar, com todos os cenários e pré-
setar equipamentos;
Descentralização dos sistemas, permitindo que os
subsistemas tomem decisões dentro do conjunto,
através de modelos de automação avançados;
Banco de dados em tempo real, capacidade de coletar,
analisar e fornecer conhecimento da cadeia produtiva no
instante que ocorre;
Orientação a serviços, todos os sistemas, pessoas e
informações publicam e consomem informações de
acordo com a demanda do modelo produtivo;
Modularidade de todo o sistema, permitindo alta
flexibilidade de mudanças de requisitos, substituição ou
expansão da produção de forma inteligente.
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Podemos apontar os principais benefícios de uma planta
produtiva com esse novo conceito:
Redução de Custos – o processo é rastreado
Economia de Energia – equipamentos mais eficientes
Aumento da Segurança – as ações são antecipadas e
não mais reativas
Conservação Ambiental – uso eficiente de energias
Redução de Erros – o processo é interconectado
(encaixado)
Fim do Desperdício – produzir na quantidade certa
Transparência nos Negócios – uma rede que permite
governança
Aumento da Qualidade de Vida – uma planta com
pessoas produzindo de forma inteligente
Personalização e Escala sem Precedentes – quantidade
de acordo com demanda
A Indústria 4.0 é uma proposta, que já é uma realidade, ainda
que em fase inicial e experimental em algumas plantas, todavia
é um vetor que aponta para uma nova forma de lidar com a
produção e em nosso caso, servindo de mais uma ferramenta
de eficiência na produção de etanol, açúcar e energia elétrica.
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6 MÁRCIO VENTURELLI
SOBRE O AUTOR
JUL/2015 - R0
Márcio Venturelli trabalha no mercado de
automação industrial há 20 anos, tendo atuado
em diversos departamentos, tais como,
assistência técnica, treinamentos,
comissionamento, projetos, engenharia,
marketing e negócios.
Trabalhou em diversos projetos de implantação
de sistemas de automação de plantas de
bioenergia, transformação e manufatura, no
Brasil e no exterior.
Atualmente trabalha em desenvolvimento de
mercados e tecnologia, com foco em soluções
de sistemas de automação industrial, tendo
como diretrizes viabilidades técnicas e
financeiras, otimização e gestão industrial.
É professor universitário de pós-graduação de
automação industrial e gerenciamento de
projetos.
Membro Sênior da ISA (Sociedade Internacional
da Automação) e Presidente da Seção ISA
Sertãozinho-SP, Membro do PMI-SP (Instituto
de Gerenciamento de Projetos), Diretor de
Safety Bus da PI (Associação Profibus/Profinet
Internacional) e Coordenador do Comitê de
Automação Industrial do CEISE Br.
Graduado em Ciência da Computação –
Especialista em Automação Industrial, Pós-
Graduado em Gestão Industrial e Petróleo e
Gás. MBA em Estratégia de Negócios.
E-mail: [email protected]
http://about.me/marcio.venturelli