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São Paulo: Minha Cidade! 08 AVENIDA AVENIDA SÃO JOÃO SÃO JOÃO “Um povo sem memória, é um povo sem passado e sem futuro” (autor desconhecido) p/ avançar as fotos use as setas ou mouse

Avenida sao joao

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São Paulo: Minha Cidade! 08

AVENIDA AVENIDA SÃO JOÃOSÃO JOÃO

“Um povo sem memória, é um povo sem passado e sem futuro”

(autor desconhecido)

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Em meados do século XVII, os colonos Henrique da Cunha Gago e Cristóvão da Cunha, solicitaram uma data de terras no

trecho entre o atual largo do Paissandu e a avenida Ipiranga. Para chegarem mais facilmente ao terreno,eles abriram um caminho que

saia da atual praça do Correio, e subia até o atual largo do Paissandu. Esse foi o embrião que deu início à atual avenida. Mais tarde, no ano de 1725, fora erguida na atual praça Antônio Prado, a igreja de Nossa Senhora do Rosário. Anos mais tarde, como era grande o número de pessoas que se dirigiam àquele templo, a Câmara decidiu abrir uma rua desde a ponte do Acú

(como era conhecida a ponte sobre o Anhangabaú), até a rua São Bento e o largo do Rosário, no alto. Essa ladeira ficou conhecida,

como ladeira do Acú. Portanto, em meados dos anos setecentos, a futura avenida, já se delineara até as proximidades da atual av.

Ipiranga. Devido a promessas para que as frequentes enchentes no vale, não levassem a ponte, como diversas vezes já ocorrera, a nova ponte agora de pedra, fora nomeada com nome do santo

protetor das águas: São João Batista, nome que afinal acabou se estendendo a todo esse caminho, depois rua, e somente no início

do século XX, como avenida.

Conforme nos mostra o detalhe dessa planta de 1810, a “rua de São João”, começava no então Largo do Rosário, atual praça Antônio Prado, e terminava na antiga rua Maria Thereza, futura avenida Duque de Caxias. Em 1920, seu término já era no cruzamento com a alameda Glete, duas quadras à frente. A partir de 1911, ela começara a ser alargada, e em 1940 já como “avenida”, tomava as dimensões que tem atualmente, com sua união entre a alameda Glete e a praça Marechal Deodoro. Em 1967 os bondes deixaram de circular por ali (e em toda a cidade), e em 1970, a última grande modificação: a construção do Elevado Costa e Silva, o popular “Minhocão”, sobre suas quadras finais.

Vejamos a seguir, os primeiros registros pictóricos da então

“rua de São João”

Em 1822, Debret, de passagem por São Paulo a registrou em aquarela: em

primeiro plano, a ponte do Acú e ao alto, o futuro largo Paissandu.

Foto: Militão de Azevedo

E, em 1827, o pintor holandês Charles Landseer, elaborou esse desenho no lado oposto ao anterior. À esquerda avista-se o mosteiro de São Bento,

e no fim da ladeira, a igreja de N.Sª do Rosário

Em 1860, com a recente chegada da fotografia ao Brasil, começam a surgir as primeiras fotos

da cidade. Aqui, uma imagem tomada por Militão de Azevedo, em 1862, da “Ladeira de

São João”, a partir de seu início, no cruzamento com a rua São Bento

1862

Em 1890, uma foto na mesma posição, onde

vê-se um bonde tracionado à

burros, saindo da rua de São José,

atual Líbero Badaró.

1902: a cidade se moderniza, com a implantação dos bondes movidos à eletricidade (1900), mostrados na ladeira São João

1902

1910

1916

Nesta foto, o trecho entre o Anhangabaú e o largo do Paissandu, mostrando à

direita os tapumes da obra do edifício central dos Correios e

Telégrafos (DCT)

1920

Em 1920, na esquina com a rua Formosa, o prédio da Delegacia Fiscal, construído em 1915, e

demolido no final dos anos 30. Note-se que ao fundo, a ladeira

ainda estava em obras de alargamento

1921

Em 1922, como parte das festividades do centenário da independência, era inaugurado o edifício-sede dos correios, situado na esquina da São João com a então praça Giuseppe Verdi, que doravante seria renomeada

como Praça do Correio.

Aqui, fotos de 1929 (esq.) e 1930 (abaixo), onde vemos as

obras de alargamento.

Acima, na altura do cruzamento com a rua

Vitória e ao lado, vista da praça Marechal Deodoro,

com as casas em demolição

Aqui, o cruzamento da São João com o largo do Paissandu em 1930, onde vemos a igreja de Nossa Senhora do

Rosário dos Homens Pretos, e um bonde adentrando à rua Conselheiro Crispiniano

1930

1943

1945

Temos aqui uma foto tirada a partir do largo Paissandu, já com alguns “arranha-céus” construídos, como o famoso prédio Martinelli (de 1928), ao fundo, com

seus 28 andares, então o mais alto do país

No tempo dos bondes...

Três fotos mostrando bondes camarão* na av. São João: 1- em 1948, pegando passageiros em frente ao cine Broadway; 2 - em frente ao largo Paissandu em

1952, e 3 - em 1966, um modelo conhecido com “Gilda”, trafegando no sentido cidade-bairro. Nessa

época a São João era o mais importante corredor para a zona oeste da cidade.

*Esses bondes fechados, eram conhecidos como “camarão” devido à sua cor vermelha

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OS CINEMAS DA SÃO JOÃO

Até meados dos anos 60, a São João poderia ser considerada a

“cinelândia” paulista. Existiam ali doze salas de cinema para todos os gostos, desde os mais simples, aos mais luxuosos. Ali ficavam os cines: Art-Palácio, Bandeirantes¹,

Paissandu¹, Olido, Rivoli², Broadway, Metro, Oasis, Regina,

Comodoro (cinerama), Cinespacial (1970) e Éden. Nas fotos ao lado,

alguns dos mais elegantes cinemas da São João

¹ Essas duas salas, tinham seu endereço no largo Paissandu, ao lado da São João.

² Inaugurado em 1958, no lugar onde estava o cine Ritz-São João.

A AVENIDA SÃO JOÃO ENTRA NO SÉCULO XXI, COM CALÇADÕES E

MUITA ÁREA VERDE

1970

2007

No início da avenida, dominando todo o centro

da cidade, avista-se o imponente edifício “Altino Arantes”, mais conhecido como “Edifício Banespa”,

inaugurado em 1947, como sede do Banco do

Estado de São Paulo. Aqui aparece ladeado

pelos edifícios do Banco do Brasil, à esquerda, e

Martinelli, à direita

2008

Vista de uma foto tomada do alto desse

edifício, em 2008, mostrando parte da

zona noroeste da cidade, e a avenida São

João em toda sua extensão: 2.200 m

2008

A MAIS FAMOSA ESQUINA DA CIDADE, INSPIRADORA DE CAETANO, NA

CANÇÃO “SAMPA”

Na foto à esquerda, vista na direção centro, e abaixo, na direção bairro, onde se destaca o tradicional “Bar

Brahma” (com toldos em vermelho)

2010

O alto edifício, visto à direita na foto ao lado, é o “Andraus”,

que em 1972 sofreu um pavoroso incêndio, que tomou todos seus andares, e vitimou

dezenas de pessoas

DUAS QUADRAS ANTES, TEMOS O LARGO DO PAISSANDU, E UM LOCAL NÃO MENOS FAMOSO: A CONHECIDA

“GALERIA DO ROCK” (GRANDES GALERIAS), COM LOJAS ESPECIALIZADAS

EM DISCOS, ROUPAS E ACESSÓRIOS LIGADOS À GALERA QUE CURTE ESTE

RITMO MUSICAL

Acima, a quadra entre a Ipiranga e o largo do Paissandu. Ao lado, a Galeria do Rock (com os portões

em vermelho) e foto interna

O PRÉDIO DA FOTO SEGUINTE, NA ESQUINA COM A AV. DUQUE DE CAXIAS, É UM DOS MAIS ANTIGOS DA AVENIDA. FOI

ERGUIDO NA DÉCADA DE 20

2010

Em 1970, para ligação do centro com a zona oeste, foi construído o elevado

“Costa e Silva”, conhecido popularmente como

“Minhocão”

Essa via elevada, com cerca de 3 km de extensão, vai desde a rua da Consolação até o início da av.

Francisco Matarazzo, em Perdizes, correndo por cima dos últimos

quarteirões da avenida São João

Aos domingos e feriados, como podemos

ver pela foto, suas pistas são franqueadas

aos pedestres e ciclistas

Neste ponto em que estamos, ao olharmos para trás, vamos ter

exatamente a visão oposta da que tínhamos do alto do Banespa: a avenida no sentido bairro-centro. Observem no

centro da foto o conhecido edifício

CRÉDITOS

- As fotos atuais e as de 1970, são de nossa autoria.- Fotos antigas sem créditos: autores desconhecidos.- PPS: Idealizado e montado pelo fotógrafo Gilberto Calixto Rios - Fundo musical: Ronda (Paulo Vanzolini) c/ Márcia

© Gilberto Calixto Rios - SP - jan. 2010

Mais fotografias de São Paulo, em nosso site:

http://imagensdesaopaulo.hd1.com.br

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