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O Sex Appeal do Inorgânico: A Condição Cyborg Aspectos teóricos da comunicação Digital CADU – Maio/2009

O Sex Appeal Do InorgâNico

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O Sex Appeal do Inorgânico: A Condição Cyborg

Aspectos teóricos da comunicação Digital

CADU – Maio/2009

Sobre o Autor

• Filosofo Italiano nascido em 1941• Professor de Filosofia e Estética • Expoentes da filosofia contemporânea.

Considerado um filósofo pós-moderno

Produção filosófica

1. O corpo como algo que sente2. Ritual sem significado3. Tradição filosófica chamada pós-moderna.4. Arte como categoria histórica

Sobre o Sex Appeal do Inorgânico

• Se insere nessa primeira linha de investigação.• Editado em 1994 na Itália.• Em 2005 editado no Brasil (Prefácio Massimo)

• Música rock e arquitectura desconstrutiva, ficção científica e realidade virtual, droga e look, ciberpunk e splatterpunk, instalações artísticas e metaliteratura, performances desportivas e teatrais fazem parte de uma mesma cultura, cuja chave de acesso é construída pela experiência do ser humano como uma coisa que sente. Anuncia-se assim a passagem de uma sexualidade orgânica, orgástica, baseada na diferença dos sexos, guiada pelo desejo e pelo prazer, para uma sensualidade neutra, inorgânica, suspensa numa excitação abstracta e infinita, sempre disponível e desprovida de cuidado no que concerne a beleza, a idade e em geral as formas

Sobre o título:

• Perniola parte da observação de W.Benjamin em relação a Moda

• Para Benjamin em “Paris capital do séc. XIX” a moda é um sex-appeal do inorgânico.

• Benjamim: a vida na metrópole estava numa mescla entre coisas orgânicas e inorgânicas.

Sex Appeal do Inorgânico e a Crise do Antropocentrismo.

• Impossível falar em: Centro definido de subjetividade e Centro de sentir

• Crise, portanto, da metafísica da subjetividade cartesiana.

• Perniola: Também somos parte do inorgânico.• Sempre fomos cyborgs• Inorgânico: não só mineral Cadavérico,

mumificado, químico, mercantil e sobretudo tecnológico.

COISA QUE SENTE

• Chave de interpretação da nova experiência cultural Contemporânea

• Num único fenômeno a aliança entre o modo de ser da coisa e a sensibilidade humana. E também a união da especulação filosófica e a potência da sexualidade.

• Essa Aliança permite o acesso há uma outra sexualidade: Sexualidade Neutra

A emancipação da dimensão instrumental da excitação.

• "Dedicar todo empenho ao prolongamento das preliminares do coito e atribuir ao orgasmo um significado catártico e liberatório significa fechar desde o começo a possibilidade de sentir-se um coisa: permaneceremos assim no interior de um modelo que compara o sentir sexual à escalada de um montanha, a qual apresenta de um lado uma subida lenta e progressiva e , do outro, uma queda em que é inevitável precipitar-se para voltar a tona em dez segundos!"

Sexualiadade Moderna

• Diferença entre sexos• Aparência sensível• Beleza• Idade• Raça

Cristianismo, Sexualidade e os Elefantes

Reich

• “A Função do Orgasmo”• TENSÃO MECÂNICA > CARGA BIOLÉTRICA>

DESCARGA BIOELÉTRICA>RELAXAÇÃO MECÂNICA

Marcuse• “Eros e Civilização”• A civilização se baseia na permanente subjugação dos

instintos humanos.• A livre gratificação das necessidades instintivas do homem

é incompatível com a sociedade civilizada.• A felicidade deve estar subordinado a disciplina do trabalho

como ocupação integral• A intenção de Marcuse é propor uma nova civilização que

foge do conflito entre principio de prazer e principio de realidade num grau tal que necessite a transformação repressiva da estrutura instintiva do homem. O que ele busca é um conceito de civilização não repressiva.

Focault e a rejeição da hipótese repressiva

• “História da sexualidade”• Rejeita a hipótese de que a época moderna

inaugurou uma fase ainda mais repressiva.• Há uma verdadeira explosão discursiva em

torno e a propósito do sexo. (medicina, psiquiatria, demografia, etc.)

Deus, Animal, Coisa

• “...alto e o baixo, o excelso e o profundo, deixaram de constituir os pontos de referência que dão um significado à vivência humana individual e coletiva”

Torna-se veste estranha

• “...nesse processo não há mais lugar para o sujeito astuto que trama visando objetivos pessoais, que faz planos e arma intrigas, que se oculta nas cavidades de suas intenções secretas; mas também pouco há lugar para o sujeito mais que astuto que renunciou a ter vontade própria para não ficar mais em desacordo com o real, que se anulou para provar incondicionalmente tudo que acontece, que se tornou ninguém para poder aparecer sempre como vitorioso”

Sexualidade + Filosofia

• “A sexualidade neutra instaura uma dependência infinita dado que subtraída aos ritmos e às alternâncias biológicas: ela se constitui no movimento radical do filosofar e se nutre de seu impulso excessivo e intransigente”

Da fluidez para o trânsito• “...a sexualidade neutra não escorre: todas as

metáforas derivadas da ejaculação e do escorrer do sangue menstrual devem ser abandonadas. Isso não quer dizer que a coisa seja imóvel: mas ela transita, não flui. Inclusive em seu movimento, em sua mudança, ela conserva sua opacidade, seu caráter não espiritual e não vital, não mental e não operante. Ela parece um vício justamente porque não corre, porque está sempre ali, dada, ilimitadamente disponível, aberta, sem redenção e sem satisfação, sem catarse”

Sexualidade neutra é pós-humana?

• “...para entrar no território anônimo e impessoal das coisas que sentem é preciso saber diser faz de mim o que quiser e ser transportados por uma irresistível excitação ao assistir à transformação da pessoa que ferve e palpita nos próprios braços numa entidade inerte e opaca, que, todavia, é tão receptiva e sensível a ponto de perceber a caricia mais suave, o beijo mais imperceptível, o toque mais leve”

Experiências contemporâneas do sentir-se como coisa:

• A excitação neutra das drogas,• A contribuição da ficção científica e seus cyborgs e replicantes,• A música eletrônica• A exterioridade da moda e o corpo como extensão da roupa, • A própria desterritorialização contemporânea provocado pela

imersão nas tecnologias digitais. • “O sex appeal do inorgânico...dá créditos à

generosa e hospitaleira espacialidade do mundo das coisas – corpos sons e pensamentos – que infinitamente nos acolhem com disponibilidade ilimitada”

O sex-appeal do inorgânico é uma sexualidade sem desejo

• “a sexualidade neutra não é um estado de inércia, de redução da excitação a zero, da anulação de toda tensão, não é o nirvana, nem a pulsão da morte freudiana, e não é tampouco o letargismo, isto é, um estado de ereção por tempo indeterminado, completamente isento de sensibilidade”

cybersex filosófico• “Começamos a entrar na problemática da

sexualidade virtual só no momento em que nos perguntamos como é possível suscitar a qualquer instante e manter por tempo indeterminado a excitação sexual, subtraindo-a do ciclo naturalista de desejo-orgasmo-relaxamento...”

• Assim, Sexualidade Virtual não é: “...uma experiência ilusória de sexualidade que, graças a tecnologia(fones de ouvido, luvas, uniformes), é vivida como real”

O que o sex-appel do inorganico não é:

• “...a sexualidade neutra não é um estado de inércia, de redução da excitação a zero, de anulação de toda tensão, não é o nirvana, nem a pulsão de morte freudiana, e não é tampouco o letargismo, isto é, um estado de ereção por tempo indeterminado, completamente isneto de sensibilidade”

Sexualidade Neutra é contrário do prazer

• A sexualidade neutra é o contrário do prazer• Não significa que ela é dor e sim esforço,

exercício.

Sociedade contemporânea tornou-se inorgânica

• “..é mais do que nunca legitimo perguntar-se se não chegou enfim a hora de libertar-se de todas aquelas metáforas espiritual-vitalistas que nos conduziram a considerar a sociedade como um organismo vivo. Na realidade, a própria sociedade contemporânea tornou-se inorgânica, isto é, compreensível muito mais através dos efeitos perversos das performances que nela se desenvolvem, do que através das ações dos sujeitos programadores.”

Considerações Finais.

• O Sex-Appeal do inorgânico exige ultrapassar a posição humanista e portanto uma reação baseada no confronto da representação e da instrumentalidade da técnica.

• Assim, nos abre uma visão que entende o atual momento contemporâneo, imerso na realidade da comunicação digital como transorgânica.