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Obra Vidas Secas

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E.E.Antônio Nunes Lopes da Silva

Aluno: César Augusto Dos Anjos Cordeiro Nº.02

Aluno:Beatriz Megda Nº.28

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Introdução

O romance de 30 ofereceu uma visão alternativa do Brasil e buscou uma maior inserção da literatura nos problemas do seu tempo. Em oposição ao classicismo, o romance regionalista sempre dialogou com o presente, denunciando suas feridas e envolvendo-se nas grandes questões sociais. Vidas Secas, de Graciliano Ramos, sem dúvida foi uma das maiores obras dessa época. Publicado em 1938, a obra aborda a problemática da seca e da opressão social no Nordeste brasileiro, denunciando a miséria que aflige as pessoas do sertão. Penetrando no mundo introspectivo dos personagens, a obra tem um caráter fragmentário, apresentando os capítulos de uma forma independente, mas com certas conexões entre si.

O objetivo deste trabalho é realizar um estudo acerca da obra de Graciliano Ramos, e também saber um pouco sobre o autor , trama e Personagens.

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Sumário

Vida e Obra do Autor............................................................................. 05

Momento Histórico................................................................................. 06

Característica do Modernismo 2º Fase...................................................07

Trama e Personagens.............................................................................09

Conclusão................................................................................................11

Bibliografia.............................................................................................. 12

Anexos ....................................................................................................13

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05Vida e Obra do Autor

Nasceu em 27 de outubro de 1892 em Quebrangulo, nas Alagoas. Já em 1909 inicia sua colaboração no Jornal de Alagoas, de Maceió, com a publicação do soneto "Céptico", onde colaborou até 1913. Trabalhou como jornalista, comerciante e diretor da Instrução Pública de Alagoas. Em 1928, é eleito prefeito de Palmeira dos Índios no mesmo estado, cidade para a qual mudou-se ao completar 18 anos, renunciando dois anos depois. Representa a Geração de 30 do Modernismo Brasileiro. Em 1933, lança seu primeiro romance, ''Caetés''. Na ocasião, mantém contato com escritores da vanguarda nordestina, como José Lins do Rego e Rachel de Queiroz. Em 1934, publica uma de suas obras-primas, ''São Bernardo''. Acusado de subversão comunista em 1936, fica preso por 11 meses no Rio de Janeiro, experiência que narra em ''Memórias do Cárcere''. Quando é solto continua na capital como jornalista e inspetor de ensino. Na década de 40, filia-se ao Partido Comunista. Em 26 janeiro de 1953 interna-se na casa de saúde e maternidade São Vitor, na Praia de Botafogo, Rio de Janeiro, vindo a falecer em 20 de março de 1953. Obras

Romances: Caetés (1933); São Bernardo (1934); Angústia (1936); Vidas secas (1938). Escreveu ainda parte do romance Brandão entre o mar e o amor, em parceria com Rachei de Queiroz, José Lins do Rego, Jorge Amado e Aníbal Machado.

Conto: Insônia (1947).

Memórias: Infância (1945); Memórias do cárcere (1953); Viagem (1954); Linhas tortas (1962).

Crônica : Viventes das Alagoas (1962).

Literatura infanto-juvenil: A terra dos meninos pelados (1937); Histórias de Alexandre (1944); Histórias incompletas (1946)

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Momento Histórico

Os abalos sofridos pelo povo brasileiro em torno dos acontecimentos de 1930, a crise econômica provocada pela quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, a crise cafeeira, a Revolução de 1930, o acelerado declínio do nordeste condicionaram um novo estilo ficcional, notadamente mais adulto, mais amadurecido, mais moderno que se marcaria pela rudeza, por uma linguagem mais brasileira, por um enfoque direto dos fatos, por uma retomada do naturalismo, principalmente no plano da narrativa documental, temos também o romance nordestino, liberdade temática e rigor estilístico.Os romancistas de 30 caracterizavam-se por adotarem visão crítica das relações sociais, regionalismo ressaltando o homem hostilizado pelo ambiente, pela terra, cidade, o homem devorado pelos problemas que o meio lhe impõe.Graciliano Ramos (1892-1953) nasceu em Quebrângulo, Alagoas. Estudou em Maceió, mas não cursou nenhuma faculdade. Após breve estada no Rio de Janeiro como revisor dos jornais "Correio da Manhã e A Tarde", passou a fazer jornalismo e política elegendo-se prefeito em 1927. Foi preso em 1936 sob acusação de comunista e nesta fase escreveu "Memórias do Cárcere", um sério depoimento sobre a realidade brasileira. Depois do cárcere morou no Rio de Janeiro. Em 1945, integrou-se no Partido Comunista Brasileiro.Graciliano estreou em 1933 com "Caetés", mas é São Berdado, verdadeira obra prima da literatura brasileira. Depois vieram "Angustia" (1936) e Vidas Secas (1938) inspirando-se em Machado de Assis.Podemos justificar isto com passagens do texto:"Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos.""A caatinga estendia-se de um vermelho indeciso salpicado de manchas brancas que eram ossadas""Resolvera de supetão aproveitá-lo (papagaio) como alimento...""Miudinhos, perdidos no deserto queimado, os fugitivos agarraram-se, somaram as suas desgraças e os seus pavores".ESTUDO DOS PERSONAGENSBaleia - cadela da família, tratado como gente, muito querido pelas crianças.Sinhá Vitória - mulher de Fabiano, sofrida, mãe de 2 filhos, lutadora e inconformada com a miséria em que vivem, trabalha muito na vida.Fabiano - nordestino pobre, ignorante que desesperadamente procura trabalho, bebe muito e perde dinheiro no jogo.Filhos - crianças pobres sofridas e que não tem noção da própria miséria que vivem.Patrão - contratou Fabiano para trabalhar em sua fazenda, era desonesto e explorava os empregados.Outros personagens: o soldado, seu Inácio (dono do bar).

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Característica do Modernismo 2º Fase Regionalismo

A prosa da 2ª fase modernista caracteriza-se pelo regionalismo, pela relação do homem com o meio em que vive.A Literatura Brasileira já apresentava uma tendência regionalista. Desde o Romantismo, a busca de traços particulares da realidade brasileira já estava presente em algumas obras, entretanto, neste período, a partir das conquistas da primeira fase modernista e das idéias socialistas, os autores dão um novo tom a esse regionalismo. O livro A bagaceira de José Américo é considerado o primeiro romance regionalista do Modernismo. Mas seu valor deve-se mais à temáticahistórica da seca, dos retirantes e ao aspecto social do que aos aspectos literários.

Veja os principais autores da prosa dessa segunda fase:

* Raquel de Queirós* Raquel de Queirós* Graciliano Ramos* Graciliano Ramos* Jorge Amado* Jorge Amado* Érico Veríssimo* Érico Veríssimo* José Lins do Rego* José Lins do Rego

Quase todos esses autores voltaram-se basicamente para os temas do Nordeste, como a seca, o cangaço e o ciclo açucareiro.Com exceção de Érico Veríssimo que apresentou uma obra voltada para as relações do homem e a paisagem do Sul do Brasil.Graciliano Ramos é considerado pela crítica literária o melhor ficcionista dessa segunda fase.Sua obra é marcada pela ausência de sentimentalismo e por um forte poder de síntese, refletida na linguagem direta e precisa. Entre seus livros destacam-se Memórias do Cárcere e São Bernardo. Memórias do Cárcere é uma narrativa autobiográfica que analisa as atrocidades cometidas pela Ditadura Vargas. Por suas ligações com o partido comunista Graciliano Ramos foi realmente preso durante um ano. Em São Bernardo, Graciliano Ramos ao contar a história de PauloHonório, rico proprietário da fazenda São Bernardo, que se casa com a professora Madalena, personagem fortemente influenciada por idéias progressistas, faz uma reflexão sobre o processo de coisificação do ser humano, (“muitas vezes mais preocupado com o ter e do que com o ser”).

Mas é com outro livro que Graciliano Ramos alcança maior notoriedade:

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Menino Morto e Família de Retirantes apresentam o tema central de Vidas Secas - grande livro de Graciliano Ramos.Vidas Secas é um romance que narra a história de uma família de retirantes que abandona sua terra atingida por uma forte seca. A família é formada por Sinhá Vitória, a mãe; Fabiano, o pai; seus dois filhos, denominados apenas como menino mais velho e menino mais novo e os animais: o papagaio e a cachorra Baleia.

Veja um fragmento de Vidas Secas em que a família inicia a viagem em busca de uma vida melhor:

“A caatinga estendia-se, de um vermelho indeciso salpicado de manchas brancas que eram ossadas. O vôo negro dos urubus fazia círculos altos em redor dos bichos moribundos.- Anda, excomungado.O pirralho não se mexeu, e Fabiano desejou matá-lo. Tinha o coração grosso, queria responsabilizar alguém pela sua desgraça. A seca aparecia-lhe como um fato necessário – e a obstinação da criança irritava-o. Certamente esse obstáculo miúdo não era culpado, mas dificultava a marcha, e o vaqueiro precisava chegar, não sabia onde.(...)Pelo espírito atribulado do sertanejo passou a idéia de abandonar o filho naquele descampado. Pensou nos urubus, nas ossadas, coçou a barba ruiva e suja, irresoluto, examinou os arredores. Sinhá Vitória estirou o beiço indicando vagamente uma direção e afirmou com alguns sons guturais que estavam perto. Fabiano meteu a faca na bainha,guardou-a no cinturão, acocorou-se, pegou no pulso do menino, que se encolhia, os joelhos encostados no estômago, frio como um defunto. Aí a cólera desapareceu e Fabiano teve pena. Impossível abandonar oanjinho aos bichos do mato. Entregou a espingarda a Sinhá Vitória, pôs o filho no cangote, levantou-se, agarrou os bracinhos que caíam sobre o peito, moles, finos como cambitos. Sinhá Vitória aprovou esse arranjo,lançou de novo a interjeição gutural, designou os juazeiros invisíveis. E a viagem prosseguiu, mais lenta, mais arrastada, num silêncio grande”.

Graciliano Ramos

A secura do ambiente e a dureza da vida aos poucos iam embrutecendo as personagens.

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Trama e Personagens

O romance “Vidas Secas” narra o episódio de uma família de retirantes em busca de um lugar que lhes ofereça meios de melhorar suas condições de vida. Essa família é composta por Fabiano, homem humilde e trabalhador; Sinhá

Vitória, esposa resignada e fiel; o Menino mais novo e o Menino mais velho, crianças inocentes, representantes do anonimato social ; além da cachorra Baleia, animal que se humaniza em relação à dura realidade por que passa Fabiano

e sua família.Durante um longo percurso por um caminho que parece interminável, os personagens enfrentam atrocidades várias, entre as quais, a fome, a sede e a falta de um lugar onde pudessem se estabelecer. Depois de andarem muito, os retirantes encontram uma casa que parecia abandonada. Eles se aproximam e entram nela, mas logo chega o dono, para quem Fabiano, depois de oferecer seus préstimos , começa a trabalhar, sendo vítima da seca, sua maior antagonista, e da exploração por parte do proprietário das terras. Na fazenda, a família permanece por algum tempo, cuidando do rebanho do proprietário até que, desiludidos com o aparecimento das arribações que, para eles “eram coisas da seca”, deixam a fazenda numa manhã bem cedo e continuam sua busca estrada a fora,na tentativa de um dia encontrarem um alento para suas vidas.

Personagens

Fabiano – vaqueiro rude e lacônico. É o chefe da família dos retirantes. O nome do personagem já indica rusticidade e rudeza (o Dicionário Aurélio dá como sinônimos possíveis da palavra Fabiano: “indivíduo inofensivo; pobre-diabo”).

Sinhá Vitória– mulher de Fabiano. É um pouco mais dotada de conhecimentos do que o marido, pois ainda consegue, por meio de métodos rústicos, fazer contas. Humilde, seu maior sonho é ter uma cama igual à do Seu Tomás da Bolandeira.

O Menino mais velho e o menino mais novo – filhos do casal. Por não terem o nome citado pelo narrador, os dois personagens acabam sendo caracterizados por causa dos pais. Essa falta de pessoalidade no tratamento é eloquente, pois batiza os garotos com a impessoalidade.

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Baleia – personagem curiosa. É a cadela da família, que, no meio de personagens animalizados – zoomorfizados –, acaba por sofrer o processo inverso, de humanização – ou antropomorfização. Baleia, assim, demonstra um comportamento humano em muitas passagens, sobretudo no momento de sua morte.

Seu Tomas da Bolandeira – por votar e ser alfabetizado, é o modelo de erudição e de conhecimento dos demais personagens.

O Soldado Amarelo – antagonista mais direto de Fabiano, representa, assim como o fiscal da prefeitura e o dono da fazenda, a opressão do poder institucional.

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Conclusão

É indiscutível a genialidade Graciliano Ramos, mostrada em Vidas Secas.O trabalho impressiona não só pela temática como também pelo enfoque dado à linguagem, a importância dessa no processo de comunicação e sistematização de nossas idéias. Enfim, o inter-relacionamento entre a situação social e o psicologismos dado as personagens fazem de Vidas Secas um dos mais relevantes romances de nossa literatura.

Em vidas secas podemos observar a dura e sofrida realidade nordestina. Sim como Fabiano é explorado, milhões de nordestinos também são pisados e vitimados por inúmeras forças. Os personagens mostram bem a falta de informação e a alienação das pessoas. A falta de perspectiva de um futuro é predominante, a seca que destrói sonhos, e destrói vidas. Um governo injusto que não se preocupa com sua população, e o fim mostra bem o que a maioria dos nordestinos já sem nenhuma esperança fazem, migram a procura de novos horizontes.

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Bibliografia

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Anexos