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Quando a troca é Quando a troca é intensa. intensa.

Paixão de verdade

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Page 1: Paixão de verdade

Quando a troca é intensa.Quando a troca é intensa.

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Texto de Renato Cardoso.

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Depois de um casamento terminado por absoluta falta de entendimento

entre os dois, decidi passar pelo menos uns dois anos sem um compromisso mais sério. Desses no qual não se

juntam as escovas de dente.

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Decidido, passei a curtir a liberdade, um namorico aqui, um caso um pouco

mais assumido ali, muitas festas, botecos, algumas viagens e o desfrutar do

prazer na máxima intensidade.

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Não exigia muito, cobrava quase nada e também não permitia que me fossem

feitas cobranças sem sentido. Sempre deixando claro que o relacionamento

era sem maiores compromissos e isso

bastava.

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Não foi uma fase difícil quanto ao encontro de quem também quisesse esse modelo de

relacionamento... nesses padrões. Casais com passados traumáticos

são muitos hoje em dia.

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Claro, não havia cobrança, mas havia um certo respeito. Mas não respeito ao

relacionamento em si e sim respeito à pessoa com a qual se apresentava

qualquer daqueles dois que, aos olhos dos curiosos, pareciam dois seres apaixonados.

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Parece impossível, mas isso é comum em casais mais adultos, com situações muito mais complicadas a resolver do que um simples cruzar de pernas um

pouco mais descuidado, pelo qual tenha sido possível o jovem da mesa ao lado

ver a cor da calcinha da parceira.

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Bom quando as coisas chegam a esse ponto. Aí é possível curtir o prazer do relacionamento saudável, mesmo que

com certa dose de paixão.De vez em quando se ensaia uma cena

qualquer apenas para dar um calor maior à relação. Mas tudo se resolve mais

tarde, nas trocas de toques e carinhos, na intimidade.

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Confesso que fui vivendo assim, com relações comedidas por um

bom tempo, até que chegou alguém, com aquele cheiro que meu olfato buscava, com aquela alegria que minha solidão sentia

falta e com aquela voz mansa que meus ouvidos tanto

reclamavam.

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          Bem feito pros dois, porque era evidente que a recíproca se

apresentava verdadeira.Aquela relação foi diferente,

naquela relação não havia passos medidos, atitudes previstas e

tudo se transformou em impulsos, em ações incontidas e

reações inesperadas.

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Um barzinho, um violão, a companhia dos amigos já não eram mais suficientes e a

necessidade de permanências intermináveis a sós se mostrava cada vez

mais necessária.Adultos, com vidas financeiras resolvidas,

a seqüência de oportunidades para satisfazer aquelas necessidades intensas e

intermináveis eram cada vez mais constantes.

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Aí, como é próprio de situações nas quais a paixão se faz presente,

oportunidades começaram a surgir e os ambientes se multiplicavam, para e como ingredientes de uma vivência

intensa de paixão irresistível e inevitável. Foram cruzeiros marítimos...

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          ...foram viagens intermináveis e os pensamentos dos dois só se voltavam para um canto onde

fosse possível a troca de toques e beijos e juras e carícias

sensuais, culminando com o prazer indescritível daquilo muito

mais belo e prazeroso do que tenta expressar a palavra

orgasmo.

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E umas férias ao menos foram inesquecíveis, em Bora Bora, na

Polinésia Francesa.Ali o amor é inevitável, e quando

ele já existe, inevitável é sua maior intensidade de vivência e experiências ,que o valorizem

ainda mais. Foram os dias da entrega total,

do prazer maior.

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Ali foi possível viver as fantasias que sempre surgiam, quando

estávamos no ápice da troca de toques visando o prazer mais íntimo e mais intenso... em oportunidades anteriores.

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Ali foi possível cometer o pecado maior dos prazeres da carne. Mas aquele pecado do qual não pode haver arrependimento,

porque foi ele responsável por uma felicidade sem igual.

Talvez aquele só conhecido por amantes de verdade.

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Pecado? Irresponsabilidade? Falta de juízo?

Por muito tempo me cobrei postura nos contatos com

alguém que compartilhasse comigo um quarto maravilhoso

com vistas para o mar.

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Resolvera não mais falar e escrever sobre aquilo que os pudicos chamam de

“prazeres da carne”.Mantive assim meu comportamento,

especialmente aos olhos e ouvidos dos filhos já adultos e com suas vidas íntimas em plena atividade. Eles já sabem do que

se trata, pensava eu.

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Mas aquela viagem, pelo menos aquela viagem tinha que ser descrita. Aquela

paixão tinha que ser contata pra alguém... seus momentos precisavam ser compartilhados apenas para inflar

meu ego, que passara tanto tempo contido a umas ações programadas por um comportamento auto-imposto, por

opção

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Em Bora Bora é impossível não se trocar carinhos... dos mais

simples aos mais intensos.Não tem como não se chegar ao prazer máximo com toda aquela beleza natural a nos estimular.

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E foi assim que passei a definir a paixão... vivida por poucos e buscada pela maioria.

Paixão é quando tudo acontece em conspiração: o casal perfeito, um para o outro, o ambiente, a música, a inspiração, a vontade, a necessidade, o prazer sendo pesquisado e,

quando se chega a ela com todos os ingredientes, ... a consagração!

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E Bora Bora ficou para mim como palco da grande vivência apaixonada de minha

vida.Lá, definem os nativos, tudo foi feito

para a mais completa vivência do amor, com todas suas reações naturais

(pecaminosas ou não).

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Ali foi possível cometer o pecado maior dos prazeres da carne. Mas aquele pecado do qual

não pode haver arrependimento (e nem acredito que seja pecado), porque, quase

sempre, é ele responsável por uma felicidade sem igual.

Talvez aquela só conhecida por amantes de verdade.

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E quando se vive uma relação assim, tudo parece acontecer

conforme nossa vontade.Chega-se na hora certa, fala-se a palavra certa, tem-se a resposta

adequada.

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Amantes que vivem a grande paixão fazem com que percamos

a hora, façamos loucuras morramos de amor.

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A partir dessa constatação, mudei completamente meu foco de vida e passei a curtir cada minuto da vida. Passei a valorizar os segundos, um

telefonema, um aceno por simples que seja.

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Com essa mudança radical em minha vida, vi como fomos feitos para o amor... para a

vida em amor.Amando, nos entregamos melhor à vida e distribuímos mais fácil esse amor a todos

que nos circulam. Amando, ficamos melhores e sentimos que somos melhor

aceitos.

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          Amando, ficamos leves e fluímos com nossos pensamentos.E nossas ações se dão focando a pretensa disseminação do

sentimento mais apropriado a nós, humanos mortais.Amando, contaminamos com nossa felicidade.

Amando, queremos amar mais e precisamos ainda maisdesse sentimento puro e indispensável, que é o próprio amor!

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Texto e apresentação por Renato Cardoso