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BOAMESA Delicias da estação Com as baixas temperaturas do inverno, o organismo consome mais energia. Quem gosta de doces pode se deliciar com diferentes sobremesas que combinam perfeitamente com a estação • 20/21 TOQUE DE CHEF Hora do lanche Para curtir o inverno, conheça um roteiro ideal com o que há de melhor da gastronomia regional em pousadas incríveis no meio da serra nas regiões de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro • 16/18 CONFRARIA Sabor mineiro Em Visconde de Mauá, no Rio de Janeiro, encontramos um dos redutos mais especiais do País, combinando ótima gastronomia e charmosas pousadas • 06 GOURMET Editorial Caixa rápido 03 Edição 16 | Ano 1 DESTINO CERTO NO INVERNO Estâncias oferecem aconchego nesta temporada, além de oferecer um festival de sabores Quando a temperatura cai, na- da melhor para aguçar nossos sentidos como um bom vinho e os melhores pratos de inver- no. Melhor ainda se estas de- licias vierem dos destinos tu- rísticos mais badalados da estação. Regiões serranas de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro trazem uma rique- za gastronômica que vai des- de pratos simples até os mais elaborados com iguarias das regiões. Nesta edição do Jor- RESERVA O velho e bom vinho Mesmo longe do Velho Mundo e separados pelo oceano, os jovens sulamericanos estão competindo taco a taco com os vinhos europeus, principalmente pela qualidade da produção e preços mais atrativos, como os Chilenos, que são conhecidos e valorizados no mundo inteiro • 12/15 AINDA MAIS : Aprenda a fazer um delicioso hambúrguer de cordeiro 07 Saiba como preparar um creme de aspargos 09 Confira as principais uvas que caracterizam a produção de vinhos em vários paises 13 Descubra as técnicas para preparar flambados 21 SUA SAÚDE Bebidas de inverno Os amantes de café podem comemorar, além de manter o corpo longe do frio, esta bebida auxilia a se manter acordado nesta época do ano, que também possui dias mais curtos 04 Distribuição dirigida, especializada e gratuita. Venda proibida. nal Universo Gastronômi- co, vamos mostrar um pouco mais o que esses destinos ofe- recem, bem como receitas típi- cas e tradicionais. Não deixe de viajar por um mundo de sa- bores • 06/11

UNIVERSO GASTRONÔMICO - GASTRONOMIA NA SERRA

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A gastronomia e a enologia em vários dos ótimos destinos de serra.Pousadas e restaurantes que vale a pena conhecer.Receitas, dicas, curiosidades e muito mais

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BoaMesaDelicias da estaçãoCom as baixas temperaturas do inverno, o organismo consome mais energia. Quem gosta de doces pode se deliciar com diferentes sobremesas que combinam perfeitamente com a estação • 20/21

Toque de chefHora do lanchePara curtir o inverno, conheça um roteiro ideal com o que há de melhor da gastronomia regional em pousadas incríveis no meio da serra nas regiões de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro • 16/18

confrariaSabor mineiroEm Visconde de Mauá, no Rio de Janeiro, encontramos um dos redutos mais especiais do País, combinando ótima gastronomia e charmosas pousadas • 06

GourMeT • Editorial • Caixa rápido • 03

Edição 16 | Ano 1

desTino cerTo no invernoEstâncias oferecem aconchego nesta temporada, além

de oferecer um festival de saboresQuando a temperatura cai, na-da melhor para aguçar nossos sentidos como um bom vinho e os melhores pratos de inver-no. Melhor ainda se estas de-licias vierem dos destinos tu-rísticos mais badalados da

estação. Regiões serranas de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro trazem uma rique-za gastronômica que vai des-de pratos simples até os mais elaborados com iguarias das regiões. Nesta edição do Jor-

reserva O velho e bom vinhoMesmo longe do Velho Mundo e separados pelo oceano, os jovens sulamericanos estão competindo taco a taco com os vinhos europeus, principalmente pela qualidade da produção e preços mais atrativos, como os Chilenos, que são conhecidos e valorizados no mundo inteiro • 12/15

ainda Mais:Aprenda a fazer um delicioso hambúrguer de cordeiro • 07

Saiba como preparar um creme de aspargos • 09

Confira as principais uvas que caracterizam a produção de vinhos em vários paises • 13

Descubra as técnicas para preparar flambados • 21

suasaúdeBebidas de invernoOs amantes de café podem comemorar, além de manter o corpo longe do frio, esta bebida auxilia a se manter acordado nesta época do ano, que também possui dias mais curtos • 04

Distribuição dirigida, especializada e gratuita. Venda proibida.

nal Universo Gastronômi-co, vamos mostrar um pouco mais o que esses destinos ofe-recem, bem como receitas típi-cas e tradicionais. Não deixe de viajar por um mundo de sa-bores • 06/11

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No St Marche, você tem todos os motivos para ir às compras: Hortifruti com legumes e verduras sempre

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profissionais, que gostam do que fazem e prezam pelo bom atendimento aos nossos clientes.

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Universo Gastronômico é uma publicação quin-zenal da Ombrello Editora, com produção visual e conteúdo desenvolvidos pela Fullcase.Endereço: Rua Dr. Luiz Nazareno de Assumpção, 13 - Jardim Guapira - São Paulo - SP

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Redação | 11 5081.6965Cristiane Moraes | Fábio Miranda Fabiane Abel | Jacqueline Ferreira Jaqueline Frizon | Mirella Stivani [email protected]

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GourmetCurta o inverno

UniversoGastronômico

LançamentoDesenvolvido pela Danone, a Actimel acaba de lançar seu novo sabor laranja com acerola. A novidade completa a linha que também conta com outras três versões: tradicional, morango e mix de frutas.

editoriaL Caixa rápidoexpediente

por Juliana Klein

Edição 16 | Ano 1 • 3

A chega do inverno e com ele as deliciosas baixas temperatu-ras, aguçam nosso desejo por pratos quentes como carnes, massas, sopas e cremes, além do prazer de degustar um bom vi-nho das mais diversas nacionali-dades. Contudo, nada melhor do que fazer isso em meio a belas ci-dades serranas e suas pousadas e restaurantes que se dedicam ao universo da gastronomia.

Nesta edição, você fará um tour pelos principais roteiros gastronômicos de inverno como Campos do Jordão, Santo Anto-nio do Pinhal, Piedade, Cunha e Monte Verde. Destacamos os pratos preferidos nessas regiões no inverno, curiosidades, dicas de harmonização e, principal-mente, todo o charme que recei-tas e seus chefs propiciam.

Nas próximas páginas, vo-cê poderá viajar por temas que vão esquentar o seu dia, entre eles saiba como aproveitar o melhor do churrasco argenti-no, entenda as diferenças com o churrasco brasileiro, os tipos de carne e seus acompanha-mentos preferenciais.

E já que estamos falando de carne, preparamos um especial com os tipos de vinhos de cada região da América do Sul, en-tre elas Rio Grande Sul, San-ta Catarina, Argentina e Chi-le. Assim, abordamos também as uvas mais importantes e su-as diferenças. Para fechar, não poderíamos deixar de falar das sobremesas da época, receitas indispensáveis e irresistíveis para fazer o seu inverno ainda mais gostoso.

Um grande abraço.

Sergio MolinariPublisher – Universo Gastronômico [email protected]

Indicado especialmente para uso culiná-rio, o Mini Maçarico da K3 Imports che-ga ao País. Sua chama é ideal para flam-bar e corar pratos, como cremes brûlée, flans, merengues, queijos fun-didos e massas gratina-das. O produto pode ser utili-zado também como acendedor automático de fornos e fogões.

A marca de eletrodomésticos ameri-cana Viking acaba de lançar a Pro-fessional Cofee Maker, uma cafeteira com design moderno e detalhes em aço inox. O produto é equipado com sistema de aquecimento para garan-tir a temperatura adequada de ebulição, relógio digital programável e desvio de água quente que permite o preparo de chá livre dos resíduos do café.

A Divella e a La Pastina inova-ram no mercado e trouxeram uma deliciosa linha de biscoitos italiados, elaborados com fari-nha de trigo nos sabores cacau magro e panna, cacau magro, gotas de puro chocolate, ao li-mão e na versão integral. Os bis-coitos são crocantes, saborosos e podem ser consumidos a qual-quer hora e em qualquer lugar, especialmente com café ou chá!

A Vinícola Salton, com o ob-jetivo de introduzir no mer-cado nacional um vinho de alta qualidade da varieda-de Gamay, lança edição li-mitada do Salton Gamay 2011. Jovem, leve, altamen-te aromático e frutado, é um produto para ser apreciado fresco, no mesmo ano de sua produção.

Chegou ao mercado, impor-tada pela Boxer do Brasil, a Strong Suffolk, única cerveja da Inglaterra que passa por um processo de dois anos de maturação armazenada em toneis de carvalho. Caracte-rizada como Vintage Ale, ti-po inédito no Brasil, combina com os dias mais frios, pois é escura, forte e esquenta ao ser consumida.

Práticos, saborosos e na medi-da certa para facilitar o prepa-ro das refeições, os presuntos espanhóis Jamon Serrano Fa-tiado e Jamon Ibérico Fatiado lançados pela Ceratti são óti-mas opções para sanduíches, tábuas de frios, petiscos, acom-panhamentos e culinária geral. Os presuntos são voltados para o mercado gourmet e certifica-dos pelos mais exigentes órgãos internacionais.

novidade

a boa GeLada

Linha itaLiana

o CLássiCo dos vinhos

Café saboroso

presuntos espanhóis

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SuaSaúde CháSTradicionalmente ele é usado nos seus países de origem como uma bebida benéfica à saúde em vários aspectos como anticancerígeno, auxilia no sistema imunológico, diminui o estresse, etc.

4 • Edição 16 | Ano 1

BEBidAS AjudAm A ComBAtEr o frio Com o tempo seco, os líquidos não só ajudam a manter o corpo aquecido como contribuem na hidratação Fabio Miranda

É fato que nosso apetite au-menta durante a temperatura mais fria do ano. Isso acontece porque nosso organismo preci-sa de mais energia para manter nosso corpo aquecido.

Com isso a ingestão de lí-quidos acaba ficando de lado, contudo manter o hábito de beber ajuda a manter o corpo aquecido e auxilia na hidrata-ção. “O inverno é uma época de tempo seco, assim a neces-sidade de hidratação do orga-nismo é muito importante. As vias aéreas ressecadas causam mal-estar e favorecem as in-fecções” explica a nutricionis-ta e mestre em farmácia, Per-la Menezes.

Nos casos das bebidas quen-tes, a especialista explica por-que elas nos fazem sentir mais confortáveis. “A sensação de conforto após a ingestão de be-bidas quentes acontece porque, no primeiro momento a tem-peratura corporal é aumenta-da, seguida de perda da tempe-ratura para a manutenção da

nossa temperatura em 36ºC. Essa perda do calor para o am-biente proporciona a sensação de conforto”.

Nada melhor do que ter es-sa sensação de conforto em

dias de menor temperatu-ra e os chás são as melhores bebidas nessa hora. “Os chás são as melhores bebidas, mas também é possível fazer um chocolate quente mais saudá-vel trocando o achocolatado por cacau em pó e utilizando o mínimo possível de açúcar” esclarece a nutricionista e personal diet, Francis Santos, que ainda mostra o melhor jeito de preparar a bebida. “Os chás devem ser prepara-dos com a água em ebulição. Ou seja, assim que a água co-meça a aparecer bolinhas, po-de desligar o fogo”.

riSCoSSaborear uma bebida que

seja muito quente tem os seus porquês. Não é apenas o fato de alterar significamente o sabor, mas também pelo risco que pode causar a saúde. “A inges-tão de bebidas extremamente quentes pode ocasionar lesões ou mesmo queimadura no sis-tema digestório superior (bo-ca e esôfago). Essas lesões nem sempre são desconfortáveis na percepção das pessoas, mas elas acarretam risco de desen-volvimento de tumores/câncer quando há o hábito frequen-te de consumo de bebidas ex-tremamente quentes”, justifica Perla Menezes.

BEnEfíCioSEmbora haja pequenos cui-

dados com líquidos quen-tes que devem ser levados em conta, os benefícios su-peram de longe os possíveis problemas que bebidas com alta temperatura podem cau-sar. O famoso chocolate quen-te é um deles. “Durante o in-verno, a necessidade calórica está aumentada em virtu-de da energia necessária pa-ra manter a temperatura cor-poral constante (36-36,5ºC). Assim, a ingestão de chocola-te quente, mesmo sendo rico

em calorias, não compromete a silhueta se consumido com moderação”, aponta a nutri-cionista mestre em farmácia. Os amantes de café também podem comemorar, além de manter o corpo longe do frio, ele auxilia a nos manter acor-dado nesta época do ano, que também possui dias mais cur-tos. “No inverno, os dias são mais curtos, geralmente sem sol, e as noites mais longas. O escuro favorece a produção do hormônio melatonina, o que causa sonolência e desânimo. Assim o café é importante para manter o estado de alerta, mas não devemos exagerar por cau-sa do risco do excesso de cafeí-na (são três xícaras ao dia)”, fi-naliza Perla.

VocêSabia? Fonte: Dra Perla Menezes e Dra Francis Santos

há riSCoS no ExAgEro dAS BEBidAS?Devemos ter cuidado com o excesso de ingestão de ca-fé e excesso de alguns tipos de chás (verde, preto, mate)

por causa da cafeína – até três xícaras ao dia. O exces-so de ingestão de chocolate quente promove ganho de peso, é recomendado con-sumir apenas uma xícara ao dia. Bebidas alcoólicas devem ser restritas ao uso moderado e ocasional.

SeLigue! Fonte: Dra Perla Menezes e Dra Francis Santos

Fonte: Dra Perla Menezes e Dra Francis Santos

BEBEr gELAdo podE CAuSAr gripE?A ingestão de bebidas gela-das não é responsável, por si só, pelo desenvolvimen-to de gripes ou resfriados. A questão é que as bebidas ge-ladas possuem cristais de gelo que “arranham” o esô-fago ocasionando pequenas lesões onde as bactérias po-

dem se alojar, facilitando o processo de inflamação de garganta, por exemplo – mas isso não é caracterís-tica apenas do inverno. A diferença é que nessa épo-ca a propagação de vírus e bactérias é maior devido à aglomeração de pessoas.

Sempre umaopção

QuAL A diCA pArA SE mAntEr

SEmprE hidrAtAdo?Uma boa estratégia é manter sempre um co-po ou garrafa com água próximo de você e con-sumir os chás, que auxi-liam também na hidra-tação. Lembrando que bebidas gaseificadas e bebidas alcoólicas não auxiliam na hidratação, sendo que a última con-tribui, inclusive, com a desidratação.

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Confraria6 • Edição 16 | Ano 1

FEijoAdAVocê sabia que na França o Cassoulet é como uma feijoada? Na culinária francesa esse também é um prato feito à base de feijão branco e carne.

Especiais

o quEntE do invErnoDestino de apreciadores de alta gastronomia, as estâncias de charme oferecem mais que aconchego durante a temporada de inverno e recebem hóspedes e turistas com um verdadeiro festival de saboresJacqueline Ferreira

O clima romântico e bucó-lico da serras já não são o úni-co atrativo da temporada de inverno no Brasil. Com aten-ção e cuidado cada vez maior ao menu de hotéis e pousa-das, principalmente do rotei-ro de charme, o cardápio que ora é regional, ora exótico ou mais sofisticado, garante um show a parte para os amantes da boa culinária.

Para o gestor da Associa-ção de Hotéis e Pousadas de Monte Verde (AHPMV), Mar-cos Paulo de Souza, na Cida-de de Monte Verde, por exem-plo, a riqueza da gastronomia local tem origem na sua colo-nização europeia. “A cidade abriu um leque gastronômico que vai desde a comida minei-ra mais simples e tradicional, até pratos mais elaborados co-mo a Truta”, ensina.

Localizada bem na divisa entre os estados de São Pau-lo e Minas Gerais, Monte Ver-de está, em média, a cerca de 1.600 metros de altitude, en-cravada na Serra da Manti-queira. Conhecida também co-mo um paraíso gastronômico, o destino consegue reunir, ao mesmo tempo, das maravilhas da cozinha moderna à pratos mais triviais que agradam os mais diversos paladares. “Es-sa diversificação com certeza alavanca ainda mais o sucesso da nossa gastronomia. Exem-plo de um ingrediente caracte-rístico da cozinha local é o pi-nhão: típico de regiões frias e oriundo da árvore Araucária, ele virou atração em pratos regionais como o Sfogliati de Mussarela de Búfala com Cris-pie de Pinhão ou Truta Grelha-da na Manteiga ao Molho de Pinhão, Batata Souté e Arroz

Branco”, completa.Apesar da grande varieda-

de de molhos para os ingre-dientes principais dos pra-tos, segundo Marcos, a baixa temperatura é um fator deter-minante para caracterizar o prato tradicional da região. A Truta, no caso, é um peixe no-bre, geralmente encontrado em lugares de água muito fria, como as montanhas.

Ainda é possível identificar

na cidade a influência da culi-nária alemã. Outro item de destaque nos menus da cidade é o Schalatplatte – pronuncia-se /chilaquiplater/ -, composto por joelho de porco, chucrute, salsichão alemão e batata doré.

“Bom di mAis dA ContA”

Também com temperatu-ras mais amenas, é em Viscon-de de Mauá (RJ) que é possível encontrar o verdadeiro reduto mineiro. Fundado por Cláudio e Mônica Rangel, a habilido-sa mineira de Juiz de Fora há 17 anos comanda com suces-so os fogões do simpático res-taurante “Gosto com Gosto” que, em pleno Rio de Janeiro, resgata as histórias e a tradi-ção mineira através dos pratos. “Aqui preparamos uma comida de mãe, com resgate da memó-ria afetiva e gustativa sempre. O cliente degusta os pratos ca-racterísticos da cozinha minei-ra com um toque de moderni-dade e leveza surpreendentes”, destaca a chef Mônica Rangel.

Apesar do ambiente acon-chegante com uma lareira no fundo e um fogão de lenha

“A CidAdE ABriu um lEquE gAstronômiCo quE vAi dEsdE A ComidA minEirA mAis simplEs E trAdiCionAl, Até prAtos mAis ElABorAdos Como A trutA”Marcos Paulo de Souza, gestor da AHPMV

risoto Ao Funghi porCini lA pAstinAModo de fazerAmoleça os funghis em água morna por 20 minutos. Doure a cebola em 2 colheres de manteiga. Junte o arroz e os funghis escorridos e picados e refogue por alguns minutos. Adicione o vinho branco e deixe evaporar em fogo alto. Junte aos poucos o caldo de carne em ponto de fervura. Cozinhe por 16 ou 17 minutos, mexendo algumas vezes (a medida que o arroz

fonte: La Pastina

IngredIentes60 g de Funghi Porcini Seco La Pastina2 colheres (sopa) de cebola picada4 colheres (sopa) de manteiga

380 g de Arroz Arbório La Pastina½ xícara de vinho branco1 e ½ de Caldo de Carne6 colheres (sopa) de parmesão ralado

for secando, coloque mais caldo), retire do fogo. Acrescente o restante da manteiga e o parmesão ralado. Misture bem.

Harmonização:Mistério Syrah - Região Mendoza TintoCastillo de Molina Carmenère Reserva - Região Valle de Curicó

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AlCAChoFrAsÉ uma planta com até um metro de altura, dá uma inflorescência comestível, produto muito apreciado quando ainda na fase inicial. Mas ao se transformar em flor aberta endurecem as bracteas e não podem mais ser aproveitadas para consumo.

Edição 16 | Ano 1 • 7www.universogastronomico.com.br

Boareceitadestaque

na cozinha serem um show à parte, o principal diferencial da casa considerada o melhor restaurante Mineiro desde 2003 por guias especializa-dos, está na produção artesa-nal de quase tudo o que é ser-vido ali. “Linguiças, pães, queijos, doces, chutneys; tu-do tem nosso carinho e esme-ro”, completa Mônica. Na in-fraestrutura é possível contar até mesmo com uma horta or-gânica que abastece a cozinha.

Segundo a chef, existem pratos emblemáticos do res-taurante que fazem as pessoas voltarem sempre. Esse é o caso do Mexidão da Zu, (R$39,00), um resgate de uma receita de sua falecida mãe que leva ar-roz, feijão, ovos caipiras, lin-guiça e filé mignon.

No menu individual a casa oferece ainda um curioso Angu com linguiça, versão mineira da polenta, servida com queijo gorgonzola e cobertas com lin-guiça refogada com molho de

tomate caseiro; uma autêntica Truta Mineira, preparada com truta fresca grelhada, servi-da com molho de ervas, chei-ro verde, creme de leite fres-co, acompanhada de purê de mandioca e arroz; um saboro-so Leitão assado da Dú, à ba-se de costela e paleta de porco assada no forno a lenha com molho de laranja, com feijão tropeiro e arroz como acompa-nhamento. Para os vegetaria-nos, como opção de refeição há o Escondidinho da Gabi, pre-parado com carne de soja re-fogada com molho de tomate caseiro, sob um creme de man-dioca e queijo, acompanha-da por uma porção de arroz e couve mineira refogada.

Para quem vai ao restau-rante acompanhado, a casa oferece um cardápio especial para dois: Galinha Caipira ao Molho Pardo, preparado com uma galinha de “quintal”, co-zida em seu próprio sangue em uma panela de pedra sa-

bão, acompanhada de arroz, feijão e angu; Feijão Tropei-ro com Lombinho, prepara-do com grãos de feijão tem-perados com bacon, linguiça e ovos, acompanhado de lom-binho assado na panela com molho de laranjas, couve e ar-roz; Picanha de Porco Grelha-da ao Molho de Jabuticaba, com picanha de porco fatiada e grelhada na chapa com azei-te extra-virgem, e molho de jabuticaba campestre, acom-panhado de batatas coradas, farofa de cebolas douradas e arroz; e ainda, o premia-do Frango com Ora-pro-nó-bis, preparado com um frango inteiro dourado e cozido com Ora-pro-nóbis (verdura típica mineira, rica em proteína), na pedra sabão, acompanhado de arroz, feijão e angu.

Capítulo a parte no cardá-pio, as linguiças artesanais são feitas no próprio restaurante e utilizam cortes nobres, com o mínimo de gordura possí-

IngredIentes7 kg de feijão preto3 Kg de carne seca2 kg de lombo2 kg de costela3 kg de linguiça calabresa3 kg de paio2 kg de orelha1 kg de língua2 kg de pé

temperos300 g de bacon1 cabeça de alho2 alhos poró10 folhas de louro2 cebolas5 talos salsão½ dose de cachaça30 g de pimenta do reino50 g de orégano2 laranjas

Modo de fazerPrepare uma mistura dos temperos (cebola, alho, salsão, orégano, alho po-ró, louro, pimenta do rei-no) bata no liquidificador e coe. Dessalgar as car-

FEijoAdA dinho’snes por 24 ho-ras, trocando a água de vez em quando. Cozi-nhe o feijão com as carnes, a la-ranja e a mis-tura dos tempe-ros em panela de pressão até que o feijão fi-que macio. Se-pare as carnes, corte-as em pe-daços peque-nos e reserve. Em outra pane-la, prepare um tempero a base de alho, cebola, louro, orégano e bacon, coloque uma parte do feijão batido em liquidificador e coado. Acres-cente sal a gosto e deixe cozi-nhar por alguns minutos até apurar, depois junte as car-nes. Sirva com o restante do

fonte: Restaurante Dinho’s

IngredIentes600 g de carne de cordeiro (paleta ou lombo)90 g de gordura de cordeiro1 dente de alho amassado (3 g)1 clara ligeiramente batida8 g salPimenta-do-reino a gosto2 colheres (sopa) de geleia de menta (40 g)1 embalagem de Coalhada Seca Alibey (300 g)4 pães de hambúrguer tipo australiano

Modo de fazerBata no processador a car-ne de cordeiro cortada em cubos até ficar moída. Reti-re a carne e bata a gordura até ficar totalmente moída. Junte a carne e bata mais um pouco até obter uma massa homogênea. Colo-que a preparação numa ti-gela e acrescente o alho e a clara. Tempere com sal e misture. Divida a carne em 4 porções. Molde cada por-ção no formato de hambúr-guer (com cerca 11 cm de diâmetro). Unte uma fri-gideira antiaderente com 1 fio de óleo e frite em fogo alto, um lado do hambúr-guer e depois o outro la-do, somente para dourar e selar. Polvilhe pimenta do reino moída na hora (dos dois lados), abaixe o fogo e continue o cozimento até o hambúrguer ficar cozido no ponto desejado.Montagem: Corte o pão

hAmBúrguEr dE CordEiroao meio e passe-o em fri-gideira antiaderente aquecida, somente para dourar levemente. Sobre a base do pão, espalhe 2 colheres (sopa) de Coa-lhada Seca Alibey, o ham-búrguer de cordeiro, 2 co-lheres (sopa) de Coalhada Seca Alibey e meia colher (sopa) de geleia de men-ta. Cubra com a tampa do pão. Sirva em seguida.Rendimento: 4 porçõesTempo de Preparo: 10 minutosTempo de Cozimento: 15 minutos

dIcas• O hambúrguer deve

ser selado primeiro, para manter sua sucu-lência e sabor.

• Esta receita rende 700g de massa de car-ne, ou seja, 4 unidades de 175g cada.

• Nós usamos o pão tipo australiano também conhecido como aus-sie bread. É um pão de massa escura levemen-te adocicada.

Variação: substitua a geleia de menta por um molho de hortelã: aqueça 2 colheres (sopa) de azeite e aqueça rapi-damente em fogo baixo 2 colheres (sopa) de hortelã fresca bem picada na ho-ra (para não escurecer e amargar).

fonte: Mr.Bey

feijão e os demais acompa-nhamentos da feijoada.Serve 30 pessoas.Sugestão de harmoni-zação: Espumante Brutt Chardonay (Alma Única).

Page 8: UNIVERSO GASTRONÔMICO - GASTRONOMIA NA SERRA

Confraria8 • Edição 16 | Ano 1

EvEntosEm Visconde de Mauá acontecem durante o ano grandes eventos gastronômicos, em maio a Festa do Pinhão e o Concurso Gastronômico e em setembro a Temporada da Truta.

vel. Até mesmo o bacon é defu-mado pela chef. “Temos o trio de linguiças preparados à ba-se de fatias de linguiça de por-co, cordeiro e frango grelhado na chapa com azeite, acompa-nhada ainda por anéis de cebo-la, bolinhos de mandioca re-cheados de queijo e chutney de frutas da estação colhidas aqui mesmo, no nosso quintal (R$ 25,50)”, acrescenta.

As habilidades gastronô-micas de Mônica extendem-se às sobremesas que são ofe-recidas como cortesia para quem frequenta o restauran-te. Ali, são produzidos todos os doces do cardápio como doce de leite, limão, banana, ambrosia, arroz doce.

Além de doces artesanais, a casa dispõe ainda de uma ade-ga subterrânea formada por mais de 1500 garrafas e 120 rótulos. A grande maioria é composta de vinhos portugue-ses que combinam bem com a comida mineira preparada no restaurante. Quem busca por um sabor mais brasileiro conta com um acervo de cerca de 630 marcas de cachaça.

Na hora de ir embora, é pos-sível encerrar a conta sem um grande sentimento de perda para trás. Integrante da sele-ta Associação dos Restauran-tes da Boa Lembrança, o res-taurante oferece uma cerâmica que é mais que um souvenir

para recordar bons momentos. “Anualmente, trocamos o Pra-to da Boa Lembrança da ca-sa. Hoje servimos o Picadinho Mineiroca que é uma home-nagem ao Rio com caracterís-ticas mineiras”, ressalta Mô-nica. O prato consiste em um belo refogado de alcatra pica-da na ponta da faca com ba-nana da terra frita, tutu, arroz, farofa e feijão. Já fez parte do projeto também o Frango Pa-triota do Zequinha, uma ho-menagem ao grande chef Zeca D Acampora, amigo de Cláudio e Mônica, à base de frango com espiga de milho fresco e angu de Ora-pro-nobis, acompanha-do de arroz e feijão.

um vizinho diFErEntE

Ainda em Visconde de Mauá, à 33 Km da saída 311 da Rodovia Presidente Dutra, es-tá a Pousada Terra da Luz, que abriga um charmoso restau-rante e um clube de Jazz. Lo-calizada na Serra da Manti-queira, em área de proteção ambiental (APA), há 1.400m de altitude, o clima por lá é agra-dável o ano inteiro, com a mé-dia de temperaturas de 9º no inverno e 26º no verão.

A culinária da região mistu-ra produtos locais e produtos importados. “Queijos, mantei-ga, ovos e geleia e mel são tra-zidos pelos tropeiros em suas

mulas dentro de cestos de pa-lha num percurso que dura em torno de oito horas de viagem vindos da Serra Negra. A graça é que todos estes produtos são absorvidos na confecção dos pratos do restaurante”, desta-ca o proprietário do estabeleci-mento, Henrique Ramos.

Segundo ele, por lá fazem su-cesso fondues e pratos a base de truta e cordeiro. “Entre os in-gredientes mais utilizados estão os queijos da Serra da Manti-queira e cogumelos produzidos no local”, ensina. No preparo da Truta Normandia, por exemplo, a truta salmonada criada no Va-le da Santa Clara é servida com molho de queijo e acompanha-da por arroz com amêndoas. Já o cordeiro é preparado com er-vas e servido quente com riso-to de cogumelo. Como acompa-nhamento, opte por um vinho Character (R$ 120), de uvas Ca-bernet/Carménere chileno. Um vinho de estirpe equilibrado e elegante com final de boca bem condimentado característico do Valle del Maipo.

Para encerrar a refeição com chave de ouro, Henrique Ramos recomenda os Pasteis de Luz como sobremesa. “São quatro pequenos pasteis de massa folheada, com rechea-do com creme de amêndoas, acompanhados de sorvete de creme e calda de frutas verme-lhas”, finaliza.

FavoritaFrAngo orA pro noBisIngredIentes1 frango inteiro limpo e cortado em pedaços2 colheres (chá) de tempero mineiro40 folhas de ora-pro-nobis picada2 cebolas cortadas em cubos

Modo de fazerFrite o frango em gordu-ra quente até dourar. Es-corra totalmente a gordu-ra e passe para a panela de pedra sabão com as ce-bolas e vá pingando água

até a cebola quase sumir. A parte, frite a ora-pro-nobis picada, des-peje-a sobre a superfície do frango e deixe a panela tam-pada por, pe-lo menos, cin-co minutos, em fogo baixo. Sirva acom-panhado por angu, arroz e feijão.

fonte: Mônica Rangel, Chef do Gosto com Gosto

Especiais

IngredIentes recheio do filé1 filé de frango aberto2 fundos de alcachofra cortado5 g de parmesão ralado10 g de mussarela ralada2 folhas de manjericão500 ml de vinho brancoMix de arroz100 g de arroz cozido30 g de arroz selvagem cozido10 g de cenoura ralada5 colheres (sopa) de azeitealho, cebola e sal a gostoPurê100 g de alcachofra processada1 talo de alho-poró picado1 colher (sopa) de cebola picadasal e pimenta a gostoMolho100 ml de vinho chateau100 ml de vinho Izidro P100 ml de vinho Izidro M200 ml de suco de uva

Modo de fazerRecheio do filé: Abra o filé recheando com os in-gredientes acima enrolan-

sAltimBoCA dE AlCAChoFrA

do como se fosse um bi-fe a role, prendendo-o com palitos de dente. Coloque dentro de uma panela pe-quena e leve para cozi-nhar em fogo médio du-rante 10 minutos. Mix de arroz: Em uma pane-la com azeite doure a ce-bola e o alho, acrescente o restante dos ingredien-tes refogando-o e tempe-re com sal a gosto. Pu-rê: Em uma panela doure o alho-poró com a cebo-la e acrescente a alcacho-fra processada. Tempere com sal e pimenta a gosto e refogue por dois ou três minutos. Dica do Chef: utilize o próprio azeite da alcachofra para proces-sar. Molho: Em uma pa-nela despeje os ingredien-tes e leve ao fogo alto e deixe reduzir até que ga-nhe consistência e cor-po. Finalização: Sirva o prato acompanhado com lascas de presunto-parma grelhado.

fonte: Luis dos Santos, Chef do Pouso & Gastronomia Ronco do Bugio

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sugestãodoleitorMariana rodrigues

tarregaadministradora

FonduEPrato típico de inverno, de origem Suíça, o tradicional consiste em uma mistura de queijos fundidos com vinho e aquecido sobre uma lamparina. Contudo, com o tempo surgiram variações, como o de chocolate e o carne.

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fonte: Tirolez Queijos

CrEmE dE AspArgosIngredIentes400 g de aspargos frescos (verdes)1 cebola média ralada2 colheres (sopa) de manteiga Tirolez2 colheres (sopa) de farinha de trigo3 xícaras (chá) de caldo de legumes1 embalagem de creme de ricota Tirolez (250 g)sal a gosto

Modo de fazerCorte as pontas dos as-pargos e reserve. Descas-que os talos e corte em pe-daços pequenos. Reserve. Em uma panela média, refogue a cebola e os ta-los reservados na man-

teiga Tirolez. Polvilhe com a farinha e junte o caldo de le-gumes, aos poucos e mexendo sempre. Cozinhe por dez mi-nutos. Deixe amornar e bata no liquidificador. Volte à pa-

nela e acrescente as pontas de aspargos reservadas. Cozinhe por mais cinco mi-nutos. Junte o creme de ri-cota Tirolez, o sal e mistu-re bem. Sirva quente.

Boareceita fonte: Pousada Quinta dos Pinhais

IngredIentes3 xícaras (chá) de caldo de galinha1 xícara (chá) de fubá2 folhas de couve rasgadas50 g de bacon cortados em cubos fritos1 ovosal a gosto

BAmBA dE CouvEModo de fazerEm uma panela coloque o caldo de frango e acres-cente o fubá, aos poucos, até que forme um mingau. Deixe ferver e acrescente a couve e o bacon. Por fim, quebre o ovo dentro do mingau e deixe cozinhar.

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Confraria10 • Edição 16 | Ano 1

piCo AgudoÉ uma elevação rochosa e considerada a décima mais alta do Brasil com 1.703 metros de altitude. Faz parte da cadeira de montanhas da Serra da Mantiqueira situada no município de Santo Antônio do Pinhal, em São Paulo.

Há 100 Km da cidade de São Paulo está Piedade. A região é responsável pela produção de 30% do consumo paulista de frutas e legumes. Por ser a maior produtora de alcachofra do País, o ingrediente ganha destaque durante o inverno e torna-se o maior atrativo gas-tronômico da cidade.

Na Pousada e Restaurante Ronco do Bugio, a delícia po-de ser encontrada totalmente natural e com uma apresenta-ção mais sofisticada, através das mãos do Chef Luis dos Santos, a frente da cozinha de ambos desde 2007. “Todos os pratos são produzidos so-mente com ingredientes orgâ-nicos sem produtos químicos como corantes, e respeitando a sazonalidade de cada ingre-diente. Dessa forma conse-guimos oferecer mais quali-dade nos pratos preparados”, explica o chef. Ele prefere, por exemplo, produzir o caldo de galinha ao invés de utilizar um pronto.

Em Piedade a alcachofra é “Sem dúvida”, como diz San-tos, o carro chefe da gastrono-mia local. Por isso a pousada criou um menu especial pa-ra ela. Ao custo de R$ 49,80, é possível degustá-la em uma refeição completa que inclui entrada, composta por fundo de alcachofra com folhas ver-des ao molho de alecrim, pas-ta de mostarda dijon, fios de

salmão defumado e moran-go ao molho oriental; prato principal, com saltimboca de frango recheado com alcacho-fra ao presunto Parma, quei-jo Ementhal e ervas, regado ao molho três vinhos, acom-panhado de mix de arroz sel-vagem crocante e purê de alca-chofra. O especial acompanha uma deliciosa sobremesa pre-parada com frutas da estação:

pastéis de morango empana-dos em calda, regado com cal-da de limão Siciliano, acom-panhado de Marshmallow queimado.

Como acompanhamento, o Chef recomenda vinhos bran-cos leves, com acidez elevada, baixo teor de álcool, como o Pi-not Grigio, safra de 2009, Villa Russiz (R$ 153,00). “Profundo, com camadas de pêra, jasmim

e amêndoas tostadas”, comple-menta Luis.

Entre as opções de pratos, compõem o menu também a galinha caipira "de panela", fei-ta à moda da roça, guarnecida por croutons de berinjela, le-gumes salteados em ervas fres-cas, farofa e arroz (R$ 39,00); Confit de costelinha, com riso-to de cítricos e chutney de fru-tas (R$ 43,50); Surpresa de maçã, com camadas de maçã caramelizada com sorvete de creme, farofa crocante, calda de chocolate e Marshmallow

dirEto dA tErrA BoapedidaCordEiro nA CrostA dE ErvAs FinAs Com molho dE vinho BrAnCo E purê dE mAndioquinhAGrelhe em fogo alto quatro costeletas (corte french rack) com sal e pimenta do reino a gosto. Para preparar o molho, retire a costeleta e, na própria frigideira, adicione vinho branco e manteiga; deixe reduzir. A parte prepare uma mistura de pão francês triturado, ervas finas e sal. Para finalizar, empane as costeletas nesta mistura. Monte o prato com as quatro costeletas sobre um purê de mandioquinha.

topreceita fonte: Associação de Hotéis e Pousadas de Monte Verde

IngredIentes1 truta (250 g aproximadamente) limpa, com pele e com espinhas250 g de manteigaÓleo de canola para empanarfarinha de trigo para empanaramêndoas torradas, salgadas e picadassal e pimenta-do-reino a gosto

Modo de fazerTempere o peixe com sal e pimenta. Embeba a

trutA grElhAdA Ao molho dE AmêndoAstruta com o óleo de canola frio, escorra e empane na farinha. Na chapa de ferro ou frigideira bem quente, derreta 150 gramas de manteiga. Grelhe a truta por, aproximadamente, 20 minutos, virando de vez em quando, até que fique dourada e crocante. Aqueça no microondas as amêndoas com o restante de manteiga por um minuto. Despeje-as por cima do peixe. Sirva com batatas cozidas.

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trutAA truta, muito comum em Monte Verde na época de inverno, é um peixe de formato alongado, pertencente a mesma família do salmão. Pode ter até cerca de 60 cm de comprimento total e pesar até 2 kg.

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(R$ 15,95); e Peito de frango recheado com nozes e manje-ricão, gnocchi de mandioca ao molho suave de ervas e pimen-ta rosa (R$ 34,85).

Para os vegetarianos, Ham-búrguer de Quinua Real, com recheio de queijo Emmenthal e menta, tabule de arroz selva-gem, acompanhado geleia de alfazema (R$ 36,50); Risoto de alcachofra regado ao pesto de manjericão (R$ 35,80); ou Risoto dos sete cereais, com legumes e bouquet de folhas frescas (R$ 34,30).

Amantes da culinária tipi-camente da roça, além da Ga-linha caipira “de panela”, con-tam também com o Arroz de puta rica, um saboroso prato goiano que leva arroz ao aça-frão preparado com pedaços de galinha caipira, costelinha de porco, linguiça calabresa, croutons de bacon, pimentão e ovo cozido (R$ 38,20).

Para embalar as noites frias, não ficam de fora, tam-bém, os caldos. Creme de mandioquinha, acompanhado de pesto de Rúcula (R$ 18,10), e claro, o clássico Caldinho de feijão (R$ 17,40).

Integrante do seleto gru-po da Associação Roteiros de Charme, está localizado em uma reserva florestal na Serra de Paranapiacaba, o restauran-te está junto à sede da pousa-da, em uma construção feita a partir de materiais de uma fa-zenda centenária de Minas Ge-rais de aproximadamente 22 alqueires. Possui estilo rústi-co, com objetos que remetem à cultura mineira. Alguns ob-jetos que compõe a decoração estão à venda.

dEstino ComplEtoHá cerca de 168 km de dis-

tância da capital, destino de al-ta temporada no inverno, o Pi-co Agudo, no interior de São Paulo, conta hoje com uma op-ção diferenciada para os aven-tureiros turistas. Famosa pe-la prática de esportes radicais, como o próprio Pico, local que os voadores de Asa Delta e Pa-rapentes usam para a decola-gem de seus voos.

Também no alto de um mor-ro, que chega a atingir 1.400 metros de altitude, com tri-lhas ecológicas, matas, água de nascente própria e ar puro da montanha, encontra-se a Pou-sada Quinta dos Pinhais, que oferece ao hóspede, também um menu diferenciado.

O empreendimento possui diversas opções de lazer, como passeios à cavalo, campo de fu-tebol e salão de jogos, além de um espaço cultural, spa, pisci-na, arco e flecha e sala de mas-sagem. No topo de um morro, o

Bistrô Bernadette, restaurante estruturado com base na cozi-nha francesa, também oferece refeições com produtos típicos da estação, da região e com in-gredientes cultivados na pró-pria horta da pousada.

O ambiente é composto por “um barracão em taipa", lem-brando uma tapera, e emoldu-rado de portas balcão de vidro, aproveitando toda magnífica vista da Serra da Mantiqueira. Para os dias mais frios, é sem-pre acesa a grande e acolhedo-ra lareira. Na área externa as mesas em extensão ao restau-rante são um convite para ape-ritivos e digestivos antes e de-pois do almoço, tendo como cenário o jardim da pousada.

O gerente da Pousada Quin-ta dos Pinhais, Elcio Alvaren-ga, explica que o cardápio va-ria a cada estação, sempre acompanhado de uma boa se-leção de vinhos. “A pedidos, alguns pratos que já fizeram a fama da casa, como a Tru-ta com Risoto de Açafrão ou o nosso Tutu, permanecem inal-terados”, ressalta.

Entre as entradas, o desta-que fica para o Tomate Pochê com Shitake. Nas sobremesas, doces lembranças, do Petit Ga-teau ao Romeu e Julieta mo-derno, feito de uma experiên-cia com goiabada farinada na castanha de caju acompanha-da de Ricota de Cabra e sorve-

te de creme. Para esquentar es-te inverno, o Bistrô Bernadette oferece um delicioso bamba de couve feito com receita da avó da proprietária Junia Pai-va que segue rigorosamente as técnicas ensinadas pela avó.

No menu do Bistrô da Pau-sada é possível encontrar ainda entre as entradas um “autênti-co” Sushi Mineiro, preparado com Couve enrolada, tutu de feijão, linguiça e queijo ao mo-lho capeta (R$31,00); Abacaxi grelhado com queijo tipo Brie e passas (R$ 24,00); e, Alca-chofra com Ricota defumada e pesto de nozes (R$ 31,00). Co-mo prato principal vale sabo-rear um Steak “au Poivre Vert” com Gratin de Batata, feito com Filé mignon com molho picante a base de carne, bata-ta gratinada (R$ 50,00); Filé Suíno a Crosta Verde, prepa-rado com Filé suíno empana-do com castanhas de caju mo-ída acompanhado de farofa de banana (R$ 50,00); Risoto de Shitake, à base de arroz italia-no e cogumelos Shitake (R$ 39,00); ou ainda, um delicioso Nhoque de espinafre com Ri-cota (na manteiga de Salvia), (R$ 37,00).

Para encerrar o banque-te, a casa oferece ainda diver-sas opções de sobremesa, como curioso Petit Gateau Mineiro, um Petit gateau de queijo ti-po minas e Mascarpone re-

sErviçoRestaurante Gosto com Gostowww.gostocomgosto.com.brRua Wenceslau Braz, 148 – Visconde de Mauá – Rezende/RJTel.: (24) 3387 - 1382

Ronco do Bugio – Pouso e Gastronomiawww.roncodobugio.com.brEstrada PDD, 128 – Bairro dos Pires – Pie-dade/SPTel.: (15) 3299 - 8600

Pousada Terra da Luzwww.pousadaterrada-luz.com.brAlameda Gastronômica de Maringá, s/n - Vis-conde De MauáTel.: (24) 3387 - 1545 ou (24) 3387 - 1306

Pousada Quinta dos Pinhaiswww.quintadospi-nhais.com.brAlameda Gastronômica de Maringá, s/n - Vis-conde De MauáTel.: (12) 3666 - 2030 ou (12) 3666 - 1731 ou (12) 3666 – 2463 ou (12) 9776 - 9097

saibamais

cheado com goiabada cascão e acompanhando com sorve-te de queijo com goiabada (R$ 25,00); ou uma saborosa ex-clusiva Emulsão de café solúvel com sorvete artesanal de cho-colate (R$ 20,00).

Para quem busca novos ares, mas sem voar para tão longe, Santo Antonio conta com uma charmosa estação antiga de trem, a Eugenio Lê Fevre, de onde se pode verifi-car as manobras do trem que vem de Pindamonhangaba se-guindo a Campos do Jordão, apreciando o bolinho de baca-lhau, que sem dúvida, não é só o melhor exemplar da região, mas sim o melhor bolinho que comerá em toda sua vida.

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Reserva12 • Edição 16 | Ano 1

dicAAbrir um vinho não é apenas o ato de remover a rolha. Alguns rótulos alertam para que ele seja aberto algumas horas antes e possa “respirar”, enquanto outros exigem ser bebidos imediatamente.

dicadoSommelier

FRio combinA com vinho Chile, Argentina, Uruguai e região Sul do Brasil reservam muito mais que belas paisagens e garantem uma experiência única em cada garrafa

Cristiane Moraes

Visitar Buenos Aires sem co-

nhecer a Casa Rosada e deli-ciar-se com a gastronomia dos restaurantes de Puerto Madero é como nunca provar um vinho tinto Malbec. Você pode até não esquiar, mas é impossível co-nhecer Santiago sem avistar o Valle Nevado e degustar as de-liciosas machas, um dos frutos do mar do País. Seria o mesmo que nunca ter provado um tinto Carmenère, com notas marcan-tes que só o Chile reserva.

Se ainda não percorreu o Uruguai, talvez não tenha provado um dos tintos mais escuros produzidos na Amé-rica do Sul. O Tannat é tão conhecido no país, como o Mate, que pode ser visto por todos os lados ou como a fa-mosa parilla do Mercado do Porto. Se por outro lado acha que conhece pouco o Bra-sil, pode aproveitar para su-bir a Serra Gaúcha e fazer o passeio da “Maria Fuma-ça”, degustando os delicio-sos e premiados espumantes da região com queijos e mas-sas, mas não sem deixar de

provar a sopa de capeletti de entrada, que combina mui-to bem com um belo Merlot produzido na região.

Realmente a baixa tempe-ratura, gastronomia variada, programações culturais, pes-soas bem vestidas e ruas lar-gas e arborizadas da Améri-ca do Sul, lembram muito a Europa. Porém, o que mui-tos não sabem é que existe ou-tra grande semelhança: a pro-dução de excelentes vinhos. Mesmo longe do Velho Mun-do e separados pelo continen-te, os jovens sul-americanos estão competindo taco a taco com os vinhos europeus, prin-cipalmente pela qualidade da produção e preços mais atrati-vos, como os Chilenos, que são reconhecidos e valorizados no mundo inteiro.

“A América do Sul está mo-derna, produz vinhos excelen-tes, capazes de fazer frente aos grandes produtores mundiais. Temos vinhos nobres que po-dem competir com alguns dos mais importantes, porém ain-da falta um volume de rótulos maiores”, explica o somme-lier da Max Brands, Alexandre Furniel. Para ele, o velho mun-do tem uma gama maior de rótulos ícones, porém, temos que valorizar o produto sul-americano, e em particular o brasileiro. “Se nós não tomar-mos nossos vinhos eles não irão se desenvolver. A Argenti-na, o Chile com seus tintos e o Brasil com os espumantes es-tão ganhando mercado cada vez mais”, acrescenta.

compARAçãoComparar os vinhos do ve-

lho mundo (Europa) com o novo mundo é uma tarefa di-fícil, mas Furniel aponta que a produção e o estilo são di-ferentes. Os vinhos ícones da América do Sul geralmen-te são vinhos mais potentes, sua complexidade está na es-

Surgiu uma dúvida em que servir na recepção de amigos ou no jantar mais formal, adote o Espu-mante Brut, que combina com a maioria dos pra-tos salgados, indica Arley Firmino Pereira, enólo-go da Miolo. Para pratos mais leves, a base de mo-lhos brancos e frutos do mar, nada como um bom Sauvignon Blanc do Chi-le e do Brasil, além de um Chardonnay Argentino e brasileiro. A uva Viog-nier e Pinot Grigio ho-je aparecem com grande

ESpumAntES: SEmpRE um cuRingA nA hARmonizAçãodestaque no terroir brasilei-ro. Pratos a base de molhos vermelhos, carnes vermelhas e temperos mais picantes ou gordurosos, a dica fica pe-lo Malbec Argentino, o Car-ménère Chileno e o Merlot Brasileiro. Para sobremesas, a dica é o vinho Terranova Late Harverst, elabora com o calor do sol do Vale do São Francisco e com sabor natu-ralmente doce. Veja as dicas e sugestões de rótulos do sommelier da Max Brands: Brancos para pratos levesPara não errar: Canapés,

entradas e saladas com espu-mantes brasileiros.Para algo mais específico: - Saladas leves e peixes leves com o Chardonnay Varietal da Santa Alícia. - Saladas com frutos do mar Sauvignon Blanc do Chile - Varietal da Santa Alícia. - Peixes mais encorpados vi-nhos mais encorpados. Po-de-se fazer as harmonizações com os brancos com fermen-tação em madeira, o Char-donnay Reserva da Santa Alí-cia, por exemplo.Tintos para carnes vermelhas

Carnes grelhadas sem molhos: Malbec Reserva da Sottano.Carnes com molhos: Ca-bernet Reserva da Sottano. Cordeiro assado: Caber-net Sauvignon Reserva, da fámilia Sottano.SobremesasEscolha um espumante do-ce ou os chamados “colhei-ta tardia” de uvas brancas. Pense sempre assim: Sobremesas brancas, vi-nhos doces brancos. Cho-colates, vinhos doces tin-tos, o Passito de Tannat Uruguaio, por exemplo.

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hiStóRiACarménère é uma casta de uva, originalmente da região do Médoc, na França, mas as videiras desta variedade foram dizimadas por uma praga na Europa. Julgada extinta, foi redescoberta em 1994, no Chile, onde hoje é exclusiva deste País.

www.universogastronomico.com.br Edição 16 | Ano 1 • 13

umA uvA FoRtE Em cAdA pAíSSe estiver na dúvida na escolha do rótulo, a melhor dica é provar vinhos de uvas que os países são tradicionalmente conhecidos

Carménère – Era muito planta-da nos sítios bordaleses de Médoc e Graves da França, até ser ataca-da por uma praga de pulgões que sugava as raízes. Foi levada pa-ra o Chile por volta de 1850, on-de permaneceu “escondida” com a Merlot até 1996. Hoje, é a varieda-de-símbolo desse país, quem detém o maior parreiral do globo. A Car-menère é similar à Merlot, contu-do mais tardia, de bago mais avan-tajado, tendo acidez baixa e taninos mais suaves e adocicados. Seu aro-ma de frutos pretos e vermelhos, com notas condimentadas, é muito prazeroso.

Tannat – É a uva mais plantada no Uruguai, onde se confunde com a imagem vinícola do país, por ocu-par cerca de um terço dos seus vi-

nhedos. Fornece vinhos muito es-curos, quase pretos, muito tânicos (daí a origem de seu nome) quan-do jovens, concentrados e com óti-mo poder de envelhecimento. Para moderar a sua adstringência, cos-tuma ser cortada, no Uruguai, com a Merlot. Também se encontra na Serra Gaúcha.

Malbec – Emblemática da Argen-tina, onde é atualmente a escura mais difundida e tem mostrado al-ta qualidade. Isso é possível devido à grande disponibilidade de velhas vinhas em zonas muito elevadas. Os tintos platinos têm excelente equilíbrio entre concentração, ma-ciez e nervo. A Malbec dá vinhos com ótima acidez e é ideal para re-giões com muita insolação, como Mendonza. Dentre as bordalesas,

ela só perde em ní-veis de acidez para a Petit Verdot. Outras localidades de culti-vo são: França (Loire e Cahors), Itália, Espanha (Ribera del Duero), Chile e Brasil.

Merlot – Na realidade deveria ser chamada de Merlot Noir, pois exis-te uma obscura variedade bran-ca denominada Merlot Blanc. Cas-ta de altíssima qualidade, origina vinhos avelulados, moderadamen-te ácidos e complexos. Têm menos taninos e acidez que os de Caber-net Sauvignon, devendo ser be-bidos antes destes, porém depois dos Cabernet Franc. No Brasil, a uva é o forte dos tintos produzidos na Serra Gaúcha.

Fonte: José Osvaldo Albano do Amarante, autor livro “Os Segredos do Vinho para iniciantes e iniciados”.

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você SAbiA?A uva Malbec vem sendo muito usada por vinícolas argentinas, sendo esta produção equivalente a 59% do plantio mundial.

trutura densa da maioria dos vinhos tintos. Para entender melhor, o especialista cita um argentino muito premia-do: Judas da Bodega Sotta-no. “É denso, estruturado, potente e complexo. Compa-rando com o Barolo da Bata-siolo, da região de La Mor-ra, no coração do Piemonte: é estruturado tal qual, porém os taninos são diferentes, a elegância é marcante. Ambos são maravilhosos, mas são de uvas e vinificações diferen-tes. Seria o mesmo que eu ter que optar por um dos filhos”, brinca o sommelier. Se for para comparar, na opinião dele, os grandes sul-ameri-canos estão muito mais pró-ximos dos espanhóis.

Na opinião do enólogo da Miolo, Arley Firmino Pereira, hoje o novo mundo vitivinícola (incluindo países das Américas, África e Oceania) são grandes incentivadores dos vinhos cha-mados varietais (vinhos elabo-rados 100% com uma única va-riedade de uva), com um estilo diferente dos europeus: vinhos mais leves, macios, jovens e fá-ceis de degustar.

Entre os nossos vizinhos, o Brasil se destaca principal-mente pela grande qualidade dos espumantes produzidos, sendo comparados aos me-lhores do mundo e por diver-sas vezes recebendo medalhas de ouro, inclusive em concur-sos às cegas de champanhes, na França. “O Vinho Merlot Terroir, por exemplo, foi eleito o melhor merlot do mundo no concurso Merlot’s do mundo realizado em Londres (catego-ria até 100,00 dólares)”, exem-plifica Pereira.

QuEbRAndo pARAdigmAS

O grande ensinamento do especialista da Max Brands para os iniciantes ou inicia-dos, é beber vinhos que são do agrado do seu paladar, in-dependente das relações téc-nicas que existem entre eles. “Precisamos quebrar paradig-

mas. Minha sugestão é provar um Cabernet Sauvignon ar-gentino, O Reserva de Famí-lia da Bodega Sottano, apesar do mercado ter criado o pa-drão argentino, Malbec”, indi-ca Furniel.

Se ainda quiser entender seu paladar, vale degustar do mesmo produtor, o mesmo padrão de qualidade e vinifi-cação o Reserva de Família da Sottano, Malbec. Só assim te-rá condições de entender o vi-nho que realmente mais lhe agrada. Outra dica do som-melier é o chileno Millantu, que é uma ótima opção pa-ra provar um corte compos-to de trio de tintos Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Carmenère.

“Defendo a máxima que se você estiver diante de vinhos tecnicamente bem feitos, ou seja, corretos, sem defeitos de vinificação: o vinho bom é aquele que você mais gosta e não devemos seguir o pala-dar de outros”, ensina Furniel da Max Brands. O enólogo da Miolo também fala sobre a questão da escolha do vinho com o melhor custo-benefí-cio. “São vinhos que alcan-çam o equilíbrio ideal entre a qualidade e o valor deter-minado (mínimo possível), gerando uma oportunidade (não tem a ver com vinhos ba-ratos). O ideal, contudo, ao se escolher o vinho ideal, é con-siderar o paladar, afinal o me-lhor vinho é aquele do qual gostamos”, diz o enólogo.

A sugestão dos experts é jamais entrar em modis-mos quando trata-se de vi-nhos. Procure produtores sé-rios e prove tudo que você achar possível, só com uma massa crítica ampla o degus-tador forma seu próprio pala-dar. “Assim você pode adequar o seu prazer à sua disponibi-lidade econômica”, ensina o enólogo da Miolo, que sugere no Brasil aproveitar os espu-mantes gaúchos, que são espe-taculares e em Santa Catarina, o vinho rosé da serra.

Saibamais

Com o conjunto de fatores naturais específicos de ca-da região, como tipos de

tERRoiR bRASilEiRosolo, climas e temperaturas, podemos dividir o País em cinco principais regiões:Serra Gaúcha: Destacan-do-se com a produção de um dos melhores espumantes do mundo e ótima adaptação da uva Merlot;Vale dos Vinhedos: Primeira D.O. (Denominação de Ori-gem) do Brasil, elaborando

Fonte: Arley Firmino Pereira, enólogo da Miolo

os vinhos mais pre-miados da Serra Gaúcha.Campanha Gaúcha: Região despontando co-mo excelente para a uva Tannat, Cabernet Sau-vignon e variedades portuguesas, como Tou-riga Nacional, Tinta Ro-riz e Alvarinho.Campos de Cima da Serra: Uvas como Mer-lot, Pinot Noir e Caber-net Sauvignon, além da excelente Viognier;Vale do São Fran-cisco: Excelente região para as uvas Moscato, Sauvignon Blanc, Shiraz e Cabernet.

vocêSabia?cuRioSidAdES dA pRodução do chilE

No Chile, devi-do às particulari-dades de seu ter-roir (o conjunto de condições ambien-tais de uma locali-dade), as plantas que morrem vão sendo substituídas por meio de pés vi-zinhos. Estende-se um ramo da videi-ra mais próxi-ma, enterrrando-

a parcialmente e deixando a outra ponta descoberta – assim, apenas uma parte do ramo se fixa à terra, fa-zendo o papel de raiz, e sua outra extremidade continua presa ao galho original, fi-cando livre ao ar. Por esse motivo, é comum a existên-cia de vinhedos com parrei-ras centenárias entremea-das por videiras produtivas jovens, de até dois ou três anos de idade.

Page 15: UNIVERSO GASTRONÔMICO - GASTRONOMIA NA SERRA

ESpumAntEEm alguns lugares do mundo a palavra champagne é usada como sinônimo de espumante, o que é vedado inclusive por algumas legislações.

www.universogastronomico.com.br Edição 16 | Ano 1 • 15

boapedida Seligue!oS mElhoRES do mundo A França ainda é o pro-dutor mais reconheci-do em relação aos vinhos ícones. Indiscutivelmen-

te os franceses fazem alguns dos vinhos mais nobres, com a mais alta qualidade do mun-do. Se você pensar nos 20 vi-

nhos mais importantes reconhecidos internacio-nalmente, sem dúvida po-derá colocar mais de uma dúzia de franceses e a lis-ta será completada por um ou dois exemplares dos ou-tros produtores mundiais. “Agora, em seguida com os 40 maiores a França já não estará com uma pre-sença tão marcante, Itá-lia, Espanha e Portugal, já ameaçam a suprema-cia francesa, e esses paí-ses produzem alguns dos melhores vinhos do mun-do, com preços justos sem a badalação de alguns dos franceses mais importan-tes. Mas não podemos nos esquecer que estamos fa-lando de vinhos que poucos podem desfrutar”, esclare-ce Alexandre Furniel, som-melier da Max Brands.

poR QuE mAntER A gARRAFA nA hoRizontAl?

O motivo pelo qual deve-se manter a garrafa na horizontal é o fato da ve-dação (rolha) ser de cor-tiça. A cortiça é uma fibra vegetal, extraída da cas-ca do sombreiro (plan-ta de grande porte mui-to cultivada em Portugal e Espanha), sendo assim, pode sofrer ressecamento (perda da umidade), for-mando poros no seu cor-po. A garrafa, portanto, deve ser mantida em po-

sição que o vinho tenha contato com a rolha pa-ra que esta mantenha-se encharcada com o pró-prio vinho e assim expan-dida e no seu máximo de vedação. Lembrando que quando o vinho já estiver aberto, mesmo que a ve-dação seja perfeita, é pre-ferível que a garrafa fique na vertical, para que se diminua o contato do vi-nho com a camada de ar no interior da garrafa.

Fonte: Christian Bernardi- Enólogo

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ToqueDeChef MonTe VerDeA cidade ganhou em 2008 o título de melhor destino de inverno do Brasil e, em 2009, o título de cidade mais romântica.

16 • eDição 16 | Ano 1 www.universogastronomico.com.br

UM inVerno De sAboresSe não é possível escapar do frio, melhor aproveitar curtindo um roteiro delicioso com boa gastronomia, vinhos, natureza e descanso

Fabiane Abel

Está aberta a estação mais charmosa do ano: o inverno. É hora de tirar os casacos ele-gantes do armário, separar os cachecóis e preparar os rotei-ros para curtir o que há de me-lhor da gastronomia regional em pousadas incríveis no meio da serra. Tudo isso, acompanhado de muita sopa, fondue e choco-late quente, pedidos obrigatórios para quem quer entrar no clima e se sentir em qualquer um dos caríssimos destinos europeus.

Para quem gosta de viajar com a família toda reunida, es-sa é uma ótima época. As férias escolares estão aí, a tempera-tura baixa estimula fazer pas-seios matinais, com o sol bem ameno que ilumina e esquenta ao mesmo tempo.

Prefere um programa a dois? O frio das montanhas, junto ao abrigo de um chalé, uma pousada ou até mesmo um hotel aconchegante, é a re-ceita de sucesso.

Em família, a dois ou sozi-nho, o que interessa mesmo é aproveitar o inverno que esse ano veio com tudo, possibili-tando encontrar temperatu-ras abaixo de zero em algu-mas regiões.

no AConChego Do inTerior pAUlisTA

No topo da montanha, a 1700 metros de altitude, e ape-nas 3 km do centro de Cam-pos do Jordão - SP, o Chateau

La Villetter conta com atrações naturais e uma arquitetura ti-picamente europeia. Com uma área de 13 mil metros e mais de 2 mil de construção, ofere-ce 12 apartamentos requinta-dos com bom gosto.

No estilo brunch, o café da manhã é servido até as 13 ho-ras no envidraçado gazebo, on-de também se pode degustar o chá da tarde com bolos, apre-ciando o pôr-do-sol.

Já o famoso Le Foyer, bar e restaurante, abre todas as noi-tes, também para não hóspe-des. Inspirado na cozinha fran-

co-suíça, oferece a experiência de uma noite com muito char-me e bom gosto.

Os sabores fondues, racletes e vinhos são servidos em um ambiente aquecido por lareiras e iluminados por luzes suaves e aconchegantes. O restaurante é comandado pela proprietária Ana Rozette, que assim como a pousada, guia tudo com ex-periência e dedicação em cada detalhe. Mas para desfrutar de toda essa exclusividade, é pre-ciso fazer reserva antecipada.

Já dentro de uma reserva florestal, na Serra de Parana-

piacaba, em Piedade, a 100 km de São Paulo, está a charmo-sa e sustentável Pouso e Gas-tronomia Ronco do Bugio. O lugar reúne conforto, sofisti-cação, excelente atendimento com ações sócio-ambientais, como a neutralização de emis-são de carbono.

Idealizada pelo casal Fátima e José Majolo, pelo designer de interiores Fuad Murad e o chef Eduardo Duó, buscou na sua concepção equacionar o desen-volvimento econômico da re-gião sem destruir a natureza. Toda a arquitetura privilegia

materiais reciclados, além de ter preservado integralmente a vegetação nativa. O nome da pousada faz alusão ao barulho feito pelos macacos bugios que habitam a região.

O restaurante, comanda-do pelo chef Luis dos Santos, é uma atração a parte. Construí-do em 2004, oferece às pessoas de São Paulo, Sorocaba e cida-des próximas, uma gastrono-mia moderna, mas com ingre-dientes brasileiros.

Para elaborar os pratos, o chef mescla seus conhecimen-tos contemporâneos com a culinária caipira, dando pre-ferência aos produtos agríco-las da região. “Piedade tem um forte pólo agro-rural, co-mo uma grande produtora de alcachofra, hortaliças, caqui, camarão da Malásia, e eu dou preferência para esses produ-tores”, comenta Santos.

Entre as opções do cardá-pio estão a galinha caipira “de panela”, feita à moda da ro-ça, com acompanhamento de croutons de berinjela, legumes salteados em ervas frescas, fa-rofa e arroz. Para os vegetaria-nos, hambúrguer de quinua real ou o risoto de alcachofra

Pousada Reserva Aroeira, Piraí / RJ

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pieDADeFoi conhecida como a capital da cebola, chegando a ser a maior produtora do Brasil. Hoje, sua agricultura é diversificada destacando-se entre elas a alcachofra e o morango. Também é conhecida pelas suas “cerejeiras do Japão”, as quais enfeitam a cidade durante os meses de junho e julho.

eDição 16 | Ano 1 • 17

boapedidaregado ao pesto de manjericão.Um dos grandes diferen-

ciais é que todos os pratos são produzidos somente com in-gredientes orgânicos e San-tos busca a cocção natural, não usando produtos químicos. “Prefiro, por exemplo, produzir o caldo de galinha ao invés de utilizar um pronto”, diz o chef.

Espalhada por um terreno de 240 mil metros quadrados de verde, a 1,4 mil metros de altitude, na região da Serra da Mantiqueira, a pousada Quin-ta dos Pinhais é reconhecida por ser uma pousada român-tica de montanha, com raízes rústicas da roça.

Construída com material de demolição, o ambiente é aco-lhedor e apresenta grandes vi-gas de madeira e objetos do século passado. Desde a sua inauguração, em 2001, a pou-sada mantém a preocupação socioambiental. Além de nun-ca ter cortado uma só árvo-re, os proprietários plantaram nestes anos, mais de três mil mudas. Conforto, boa comi-da, tranquilidade, contato com a natureza e privacidade são outros atributos que propor-cionam suntuosidade ao local, além da vista privilegiada que se volta para a Pedra do Baú e para o Pico Agudo, dois pontos turísticos da cidade.

O Bistrô Bernadette é ou-tro grande atrativo. Conduzi-do pela médica, proprietária

e chefe de cozinha Júnia Ma-rinho Rodrigues Paiva, ofere-ce requintados pratos, prepa-rados com o tempero e sabor da cozinha mineira.

A dica para a estação é apre-ciar um dos pratos mais requi-sitados nas baixas temperatu-ras, um caldo bem quentinho, o Bambá de Couve. Tradicio-nal da cidade mineira de Ou-ro Preto, a iguaria é uma op-ção saborosa para quem quer degustar algo quente. Além da folha principal, couve, o caldo leva fubá, bacon, alho e cebola em sua receita, herança que a chef e proprietária da casa, Ju-nia Marinho, guarda da avó.

nAs serrAs Do rio De JAneiro

Localizada a 105 km do Rio de Janeiro e a 328 km de São Pau-lo, a pousada Reserva Aroeira é uma das mais sofisticadas da re-gião do Vale do Paraíba Flumi-nense. Inaugurada em janeiro

de 2006, possui um restaurante aberto também a não hóspedes, e que prioriza criações gastronô-micas mais saudáveis.

Com decoração que mes-cla tijolos aparentes, madei-ra e artesanato brasileiro, con-ta com uma enorme varanda com vista para toda a pousa-da. A responsável é a chef e só-cia proprietária Ana Catharina Lisboa. Médica homeopata, a profissional iniciou as ativida-des na cozinha como hobbie, mas, após alguns cursos, as-sumiu inicialmente o coman-do do fogão do hotel St. Robert, vizinho à Reserva Aroeira e também de sua propriedade.

“Os ingredientes utiliza-dos no restaurante são plan-tados na horta local, como as ervas e hortaliças. O que não tem na pousada, compramos na região. A parte de laticínios, manteiga e queijo são produzi-dos aqui, sendo que o leite pro-vém do nosso próprio curral”,

Os vinhos da Batasiolo es-tão nos melhores restau-rantes de São Paulo, siga as dicas de harmonização para este inverno.

Vinho BARolo DoCG e BARBAResCo DoCGO vinho Barolo DOCG, da vinícola Beni di Batasio-lo, é o companheiro pa-ra o prato “Canard deux façons” do inesquecível restaurante Ludwig, em Campos de Jordão. Mas se o prato escolhido for a especialidade da casa, o Fondue de carne, escolha o vinho Barbaresco, en-corpado e robusto, com taninos macios e avelu-dados, tem 100% de uvas Nebbiolo.

Vinho lAnGhe DoC neBBioloEm São Paulo, o chef Ro-berto Ravióli, proprietá-rio da autêntica casa ita-liana “Empório Ravioli”, indica o prato “Raviolli di Vitello” acompanhado do Langhe DOC Nebbiolo, um vinho tânico e equili-brado, com boa estrutura que harmoniza perfei-tamente com este prato, também bem estrutura-do. (A Nebbiolo é a mes-ma uva que se faz o Baro-lo, que proporciona boa estrutura ao vinho).

Pousada Ronco do Bugio, Piedade/sP

hotel Mirante da Colyna, Monte Verde/MG

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ToqueDeChef VoCê sAbiA?Uma das grandes atrações da cidade são os chocolates. Junto à fábrica do Chocolate Araucária, pode-se conhecer um pouco do processo de produção.

18 • eDição 16 | Ano 1 www.universogastronomico.com.br

destaca Ana Catarina. Além desses, há a criação de pato e tilápia, o que evita a caça e a pesca em seu habitat. Produz, assim, boa parte de seus pratos com ingredientes orgânicos.

No entanto, foi nas pane-las do restaurante da pousa-da que a chef desenvolveu uma culinária contemporânea, com ênfase nos ingredientes locais. Em seu cardápio, Ana Catha-rina mostra pratos que valori-zam, por exemplo, o uso da noz macadâmia e a tilápia, dois im-portantes elementos regionais.

Destaque para pratos como o filé à Ana Ribeiro, que leva medalhões de filé com mantei-ga de ervas, mousseline de ba-tata baroa e farofa de macadâ-mia com flocos de cereais. Para a sobremesa, a torta suíça de macadâmia, que é um bolo su-íço com mousse e crocante de macadâmia, é uma das delicio-sas alternativas.

Também pode provar os pasteizinhos de tilápia com mussarela de búfala, bolinhos de tilápia com geleia de pi-menta dedo de moça, ou a tilá-pia com manteiga e alcaparras, guarnecido por arroz branco e batatas ao murro. Há também a tilápia Aroeira (filé grelhado, servido em cama de alho po-ro com arroz de maçã, cama-rão, abobrinha e batata assa-da com gorgonzola), também é uma boa escolha.

nos MonTes De MinAs

Cercado por muita nature-za, na charmosa Monte Verde, cidade ao sul de Minas Gerais, o Mirante da Colyna é a opção para quem busca tranquilida-de, contato com a natureza e a comodidade de um hotel char-moso e bem equipado, com es-trutura que permite atender a todo tipo de público.

A pousada está cercada por Araucárias e instalada em um dos mais altos pontos da pe-quena e hospitaleira cidade, há 1,6 mil metros de altitude. Sua vista é privilegiada e única pa-ra as pedras Partida, Chapéu

de Bispo, Redonda e Pico Sela-do, pontos turísticos da cidade.

A infraestrutura da pousada inclui 23 acomodações moder-nas e equipadas com mobiliá-rios sofisticados, piscina aque-cida e coberta, Hidro Spa com ozônio e cromoterapia, cinema, wireless e cyber café, salão de jogos, quadra de tênis, sauna, deck panorâmico, academia completa e restaurante, que oferece um serviço farto e sa-boroso para o café da manhã, servido até as 11h. Seu cardá-pio também conta com o pre-paro de saborosos pratos re-gados ao tempero e sabor da cozinha contemporânea.

A pousada também acabou de reformar o restaurante, espa-ço que atende, além dos hóspe-des, os turistas da região. “Que-remos melhorar a qualidade nos alimentos e nos pratos elabora-dos com harmonia, sabor e be-leza, para satisfazer o público”, revela o diretor do restaurante e da pousada, Luis Gustavo de

Almeida. Ele explica que, com a contratação do chef Thiago Bla-nes, o menu ganhou mais sofis-ticação e essência.

No cardápio, que traz a culi-nária contemporânea interna-cional, predominam as mas-sas, os peixes e os risotos. Entre as novidades, está o Salmão ao Molho de Maracujá, acompa-nhado do Risoto de Alho Poró.

Variada, a carta de vinhos traz distintos tipos de uvas, paí-ses e regiões, e foi elaborada pe-la importadora Mistral. Entre os destaques estão o vinho Ar-gentino Catena Malbec, indi-cado para massas como o Ma-nicaretti, e o vinho Espanhol Gran Feudo, que harmoniza com o delicioso Steak Poivre.

Especial para uma progra-mação a dois, o Kuriuwa Ho-tel, está em uma área de 24 mil metros, a 1750 mil metros de altitude, na Serra da Cantarei-ra. As instalações contam com 17 moradas espalhadas na pro-priedade assegurando privaci-

sempreumaopção

Situada a 1.700 metros de altitude, no coração da Serra da Mantiqueira, a cidade, além de muito bo-nita, tem ótimos hotéis e pousadas, além de variada oferta gastronômica, boa música e muita natureza. Um lugar essencial, e que também pode ser o início do passeio, é o bairro Vila Capivari. É nas suas ruas onde toda a badalação se concentra e que se encon-tra a famosa Cervejaria Baden Baden, um dos pon-tos mais charmosos da ci-dade, ideal para se reunir com os amigos, encontrar gente bonita, saborear fa-mosos pratos alemães e to-mar o chope produzido em Campos do Jordão pela própria cervejaria.Uma das atrações preferi-das das crianças é o Tele-férico que circula entre a Vila Capivari e o topo do Morro do Elefante, a 1.700 metros de altitude. De lá, consegue-se ver boa parte da cidade, um visual des-lumbrante, onde muitos turistas aproveitam para um almoço, no restauran-te instalado bem no alto do morro, no mirante Bel-vedere.

CAMpos: UM roTeiro A pArTeQue tal um passeio de trem? A Estrada de Ferro Campos do Jordão, cons-truída em 1914, leva o visi-tante até a cidade vizinha de Santo Antônio do Pi-nhal, mas o ápice do pas-seio é quando se alcança o Alto do Lageado, trecho ferroviário mais alto do País com 1.743 metros de altitude. Tudo isso reunido à flora e fauna da região que não deixa a desejar du-rante o percurso.Não deixe de visitar o Horto Florestal, parque mais antigo do Brasil on-de é possível se admirar a maior reserva de conífe-ras de todo o estado paulis-ta. O parque é um excelen-te lugar para um passeio ecológico junto às araucá-rias centenárias que com-pletam o cenário verde da cidade.Para quem não curti a ba-dalação, aproveite para acompanhar a programa-ção do auditório Cláudio Santoro, onde se apresen-tam as principais atrações do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão. O festival que nas-ceu em 1970, já contou com atrações internacionais.

dade e uma vista privilegiada para a Serra. Localizado a ape-nas 4 km do centro da cidade, o lugar é ideal para os casais.

Quem quiser relaxar pode contar com um serviço comple-to no SPA, o Kuriuwa Bem-es-tar, com banhos terapêuticos e salas de massagens e tratamen-tos. Além disso, há uma incrível sauna com paredes de vidro on-de é possível relaxar sem perder o contato com a natureza.

Já a cozinha, aberta tam-bém para não hóspedes, mas com reserva, proporciona o melhor da comida típica mi-neira. Uma boa opção é o suf-lê de mandioquinha com carne de sol e mascarpone, lombo de cordeiro com molho de cerveja e cuscuz marroquino.

Pousada Reserva Aroeira, Piraí / RJ

Pousada Ronco do Bugio, Piedade/sP

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eDição 16 | Ano 1 • 19

o JeiTo siMples De fAzer UM boM CAféTire algumas dúvidas sobre o preparo do Café Pilão e conheça ainda dicas simples para ajudar você a preparar e saborear essa deliciosa bebida.

Como devo preparar o meu Café Pilão?Sugerimos utilizar 4 colheres de sopa cheias de pó (80g) para 1 litro de água. Ao primeiro sinal de fervura, despeje a água em movimentos circulares sobre o pó no coador.Ao fazer meu Café Pilão posso utilizar água fervente?Não. A água fervente provoca um elevado aumento do índice

de acidez da bebida, alterando o sabor. Para melhor resultado, sugerimos que seja utilizada água filtrada ou mineral a uma temperatura de 90º.Qual o melhor momento para adoçar meu Café Pilão?Não adoce a água antes de coar a bebida: este procedimento pode modificar o sabor e odor. Por isso, indicamos que você prepare a quantidade exata a ser consumida e adoce a bebida somente na hora de degustá-la.Como devo armazenar o meu Café Pilão?Recomendamos que depois de aberta, a embalagem seja armazenada em um recipiente hermeticamente

fechado na geladeira. Essa conduta serve para preservar melhor as características de sabor/odor, pois em baixas temperaturas, a velocidade de envelhecimento do café é reduzida. Outro benefício é evitar contaminações relacionadas a odores estranhos ao produto. Qual a validade do meu Café Pilão?Embalagem almofada: 6 meses.Embalagem vácuo: 1 ano e 6 meses.Qual a diferença entre embalagem almofada e embalagem a vácuo?A diferença é no conceito da embalagem, mas não existe diferença entre o produto contido na embalagem a vácuo e almofada.A embalagem vácuo é o conceito mais moderno de embalagem no mundo do café porque oferece o sistema de vácuo, que preserva o aroma original do café.

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BoaMesa 20 • Edição 16 | Ano 1

CrEpEsTornou-se popular na França, mas também faz parte da culinária da Galícia, onde tem o nome de filoa ou freixó, e das Astúrias, onde tem os nomes de fiyueles, freixuelos ou freisuelos.

dElíCiAs irrEsistívEisCom a chegada do inverno, as sobremesas são uma opção perfeita para os amantes de doces

Por Mirella Stivani

Com as baixas temperaturas do inverno, é comum que a fo-me aumente proporcionalmen-te à vontade de comer alimen-tos gostosos e mais calóricos. Afinal, o organismo consome mais energia com o frio. Quem gosta de doces pode se deliciar com diferentes sobremesas que combinam perfeitamente com a estação.

“Para os dias frios, as recei-ta indicadas são as mais elabo-radas, que misturam texturas, sabores e temperaturas dife-rentes. Aliás, o inverno é a es-tação ideal para as ‘formigas de plantão’ se deliciarem com tantas guloseimas, pois é nes-ta época do ano que nos permi-timos exagerar com doces que nos aquecem”, explica a chef professora da escola Centro Europeu, Andressa Schmidt.

“Prefiro as sobre mesas quentes, como suflês ou flam-badas com crepe. Também gosto dos contrastes de tempe-ratura, como uma torta quen-te e crocante de maçã servida com sorvete”, conta a chef Da-niela Prosdócimo Caldeira, do La Table Gastronomie.

“Indico no inverno brownie, petit gateau, torta de chocola-te, tortas assadas, rocamboles, tortas de maçã, apfelstrudel e muffins”, completa chef pâtis-sier do restaurante Fennel, Si-mone Domingos

HorA do doCEToda sobremesa é tradicio-

nalmente relacionada como um prato que finaliza as refei-ções. Mas a verdade é que vo-cê pode comê-la quando sentir vontade! “Não existe nenhuma regra estabelecida. Mas, em ge-ral, doces de frutas compõem uma sobremesa mais leve pa-ra quem está trabalhando, por

exemplo”, conta o sócio-pro-prietário do Bistrô Vintage, Olavo Maciel Neto.

Simone também defende a ideia que dependendo do ho-rário, algumas sobremesas são mais adequadas. No almoço é possível saborear algo de mais difícil digestão como sobreme-sas amanteigadas e ainda do-ces de colher (consideram-se as tradicionais mousses fran-cesas, parfaits, bavaroises etc). Já para o jantar, o ideal são fru-tas, tortas secas e torta mous-se de frutas, mais leves e me-nos calóricas”.

soBrEMEsAs trAdiCionAis

O cardápio pode variar, mas alguns doces continuam sem-pre em alta no inverno, poden-do ser até considerados as so-bremesas típicas da estação. Confira os favoritos:

Crepe – bastante popular na França, é feito com massa fina, frita levemente em man-teiga. Pode receber diferentes recheios como geleia, cremes, doces de massa, frutas, choco-late, doce de leite e sorvetes

Brownie – bolo de choco-late que é um sucesso nos Esta-

dos Unidos. Sua massa é espes-sa e não leva fermento.

Strudel - Bolo feito com uma massa tipo folhada, re-cheada com maçã, passas, pão ralado, açúcar, manteiga e canela.

Fondue – a versão salgada, de queijo ou carne, é bastante popular, mas a receita que le-va chocolate derretido, servido com frutas, também é um hit no inverno.

Petit gateau – bolo de chocolate com massa crocan-te e recheio cremoso e quente. Pode ser servido com sorvete de creme ou chantilly.

HArMonizAção CoM prAtos E BEBidAs

Por mais que a sobremesa seja uma delícia, uma refeição perfeita é a completa. E harmo-nizar o prato principal com o doce que vem depois torna tu-do melhor!

“Uma sugestão é o confit de cannard, acompanhado de pêssegos assados com farofa de amêndoas. E, para a sobreme-sa, terrine de fois gras, acom-panhada de ganache de café e manga grelhada”, aconselha Olavo Maciel.

“Se o almoço ou jantar foi mais calórico com massas e carnes, por exemplo, os cre-mes mais leves como mous-ses, ou até mesmo um suflê de chocolate são mais adequa-dos. Porém. não existe uma regra. Eu mesma, como boa gourmand que sou, já me dei-xei seduzir por profiteroles e brownies depois de uma re-feição mais elaborada”, expli-ca Andressa.

Já no quesito bebidas, as so-bremesas também podem ser harmonizadas. Existem várias opções. “Em geral, doces com chocolate vão bem com vinhos do Porto. As à base de frutas fi-

cam melhor com vinhos com teor de açúcar um pouco mais baixo. O importante é manter a doçura entre a sobremesa e o vinho bem equivalentes, para que os sabores não se sobrepo-nham”, ensina a chef Daniela.

“O principal é ter a certeza de não existir desarmonia en-tre o sabor da sobremesa e o da bebida. O que deve predo-minar, por exemplo, é o sabor do que está se comendo, a bebi-da é apenas um coadjuvante. O ideal são os licores e/ou vinhos mais adocicados como, por exemplo, o Viu Manent Noble, Semillion e Botrytis”, finaliza a chef pâtissier Simone.

Por Daniela Prosdócimo

IngredIentesMassa: ½ xícara (chá) de manteiga amolecida¼ de xícara (chá) de açúcar1 xícara (chá) + 2 colheres de (sopa) de farinha de trigo1 pitada de sal1 gema de ovo1 colher (sopa) de nata fresca recheio: ½ xícara (chá) de mel½ xícara (chá) de açúcar comum1 xícara (chá) de açúcar mascavo claro1 tablete de manteiga sem sal 3 colheres (sopa) de rum1 pitada de raspas de casca de laranja¼ de xícara (chá) de nata1 xícara (chá) de amêndoas laminadas (torradas)1 xícara (chá) de damasco seco picado

tArtElEtE dE CArAMElo E AMêndoAs, CoM ruM E dAMAsCo

Modo de fazerMassa: amassar todos os ingredientes até que for-mem uma massa lisa e ho-mogênea. Deixar descansar na geladeira por 30 minu-tos. Abrir a massa e enfor-mar tarteletes individuais. Pré-assar em forno quente (160 graus) e reservar.Recheio: Em uma panela, coloque o mel, os dois açúca-res, a manteiga e a raspa de laranja. Ferva, mexendo por 10 minutos, até que o açúcar tenha se dissolvido e o cara-melo fique mais grosso. Adi-cione o rum com cuidado, pois o açúcar irá soltar va-por. Mexa até que volte a fi-car homogêneo. Adicione a nata, o damasco e as amên-doas laminadas torradas. Deixe engrossar um pouco. Coloque nas forminhas com a massa pré-assa-da e volte ao forno por 5 minutos. Sirva morna com sorvete de creme.

sugestãodoleitor

Marianna d’amore

Jornalista e tradutora

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Edição 16 | Ano 1 • 21

téCniCA pArA prEpArAr flAMBAdosProfessora Graziela Milanese

Flambagem (Flambé) é uma técnica culinária que consiste em adicionar uma bebida destilada (com alto teor alcoolico) em uma panela quente e levantar chamas que envolverão a preparação que nela esteja sendo realizada.

No momento do procedi-mento, o cliente à mesa pode ser seduzido pelas labaredas e pela beleza do fogo envolvendo a comida.

Existe uma hipótese de que os mouros inventaram a técni-ca no século (XIV), afinal eles foram também os grandes pre-cursores da técnica de destilar bebidas, disseminando o co-nhecimento nos países do Oci-dente enquanto os ocuparam

por quase 800 anos.Alguns autores defendem

diferentes “criadores” da téc-nica, o que torna a discussão mais complicada. Então, nes-te caso, discutir quem inven-tou torna-se menos impor-tante do que descobrir como as técnicas de flambagem fo-ram empregadas em diferen-tes ocasiões.

diCAs dE sEgurAnçA:• Ao iniciar o procedimen-

to, é necessário que a quan-tidade exata a ser utiliza-da esteja em um recipiente menor que a garrafa. Nes-te momento, o mais impor-tante é retirar a frigidei-ra do fogo antes de colocar

a bebida, para que a chama não levante muito rápido e provoque acidentes.

• No caso dos flambados ela-borados em frigideiras (co-mo crepes e frutas), muitas vezes é possível aumentar a chama e inclinar a frigideira para que o fogo atinja a be-bida e entre em combustão. Caso a pessoa não consiga através deste procedimen-to, pode riscar um fósforo e encostá-lo rapidamente no líquido da panela – nunca deixar o palito dentro da pa-nela – ou seguir o procedi-mento abaixo.

• Já nos casos de panelas al-tas, é indicado que seja colo-cada bebida em uma concha e que a mesma seja disposta

na chama da boca do fogão, para que seja possível a ob-tenção do fogo. Então adi-ciona-se a bebida em cha-mas à preparação.

CrEpE suzEttEUm dos flambados mais co-

nhecidos é o Crepe Suzette. Muitas referências são conta-das sobre a sua criação, mas en-tende-se que foi criado por vol-ta do século XIX. Em 1898, no restaurante francês Marie s o prato já era uma especialidade.

Elabora-se uma massa de crepe e cozinham-se os discos.

Em uma frigideira faz-se um caramelo de açúcar e adi-ciona-se suco de laranja.

Colocam-se os discos de crepe na frigideira e adiciona-

se licor de laranja (tradicio-nalmente o Grand Marnier) e uma bebida destilada (utiliza-se conhaque).

Assim que iniciar a fervura, inclina-se a panela no fogo pa-ra que a combustão aconteça. Quando o fogo para, deixa-se reduzir a calda e adicionam-se raspas de laranja ao final.

Exemplos mais comuns de pratos flambados não necessa-riamente são somente de doces e frutas, as carnes e aves tam-bém podem ter a técnica em-pregada:

Carnes e Aves: Strogo-noff, Steak Diane, Cordornas flambadas ao conhaque etc.

Frutas: Bananas Foster, Bombe Alaska, Cherries Jubilee

Crepes: Crepes Suzette

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NoPonto ChurrasCoNa Argentina e no Uruguai, o churrasco típico é chamado de asado, e é o prato nacional de ambos países. Tradicionalmente é feito na grelha com uso de lenha, mas também se usa carvão pela praticidade.

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seLigue!

ChurrasCo argENtiNo, assim E assadoConsiderada por muitos como a melhor carne do mundo, o churrasco portenho conquista espaço nos campos brasileiros

Jaqueline Frizon

No futebol eles se enfren-tam, mas quando o assunto é culinária, hermanos e brasi-leiros deixam a disputa de la-do para apreciar as particula-ridades desse e do outro lado do campo. A Argentina, não há dúvidas, é um país riquís-

simo, seja pela cultura, pelas belas paisagens ou pela culi-nária, fato é que a capital do tango vem conquistando, a ca-da dia, o paladar tupiniquim. O clima ameno, a música en-volvente e a famosa gastro-nomia tornam-se ainda mais atraentes pela proximidade com o Brasil, não é a toa que

a cultura portenha se faz tão presente por aqui. Basta olhar o número de restaurantes ar-gentinos em São Paulo para entender que, na culinária, o time do Maradona não perde para os brasileiros.

As famosas parrillas argen-tinas, como são conhecidos os restaurantes portenhos, estão

ganhando espaço – e preferên-cia, entre os habituais restau-rantes italianos ou japoneses instalados nos bairros tradi-cionais de São Paulo. O ponto alto do local já começa pela de-coração, passa pela carta de vi-nhos até chegar com o que de melhor o país sabe produzir, carne. O diferencial não come-ça com a preparação do chur-rasco, vem desde a criação do gado, tudo para garantir textu-ra e sabor únicos, fundamental para os exigentes apreciadores do bom churrasco.

difErENCiaLO gado da argentina, de ori-

gem europeia, carrega na gené-tica finas camadas de gordura por toda a carne, o que resulta em um sabor singular, segundo os especialistas no assunto. A textura da carne se deve ao fa-to de o animal não desenvolver muito os músculos por conta de o terreno onde o gado é criado ser plano. Como não precisa fa-zer força para pastar na planí-cie, o animal acaba não forta-lecendo os músculos. Além dos terrenos planos, o gado é criado em confinamento e alimentado com ração, o desenvolvimento e a engorda são rápidos processos e o animal é abatido cedo.

O preparo da carne para o churrasco tem uma particula-ridade que começa pelo corte. Apesar de os cortes mais no-bres estarem localizados na parte central do animal, pra-ticamente todas as partes são apreciadas. “Como chef observo que o preparo de um churrasco argentino é um corte mais gros-so de carne, deriva-se do no-me asado. Praticamente todas as partes do bovino são apro-veitadas, como órgãos e glân-dulas como o tino de sabor le-vemente adocicado e intenso.

Eles utilizam muitos embuti-dos como a morcela (ou chou-riço). E é mais tradicionalmen-te visto como uma preparação importante para as famílias de fim de semana”, garante o chef e professor do Centro especia-lizado em Gastronomia (CEG), Fernando CorsiEiger.

A carne é assada nas par-rillas, que nada mais são que as nossas churrasqueiras. O nosso churrasco, aliás, seria o assado dos hermanos,que lá conta com dois tipos, o asado a laparrilla, que é feito na chur-rasqueira, e o asado criollo, com espeto fincado no chão. O tempero do churrasco argenti-no fica por conta do sal fino e do chimichurri, tempero tra-dicional argentino usado no preparo de carnes (veja receita no box ao lado), diferentemen-te do que estamos acostuma-dos a usar. Os argentinos acre-ditam que o sal grosso resseca a carne e colocam o sal fino minutos depois que a carne já foi para a parrilla. O corte grosso e o modo mal passado deixam a carne suculenta. Pa-ra quem faz questão que a car-ne esteja bem passada, os res-taurantes argentinos “abrem” o corte da carne ao meio para que ela asse por dentro.

aComPaNhamENtoA gastronomia internacional

sofre influências do país local, com os vizinhos argentinos não foi diferente. Alguns restauran-tes portenhos no Brasil acaba-ram por adaptar seus pratos ao gosto dos clientes brasileiros. É o que garante o chef da Parrilla De La Montanã, Oscar Yannelli. “O arroz é um exemplo da ne-cessidade de adaptação, no car-dápio argentino o arroz não é usado como acompanhamen-to, ou mesmo a farofa que lá não existe”, salienta Oscar. Os acompanhamentos tradicio-nais de um bom churrasco por-tenho contam com “salada, pu-rê de batatas, batatas fritas e o mais importante o chimichur-ri”, assegura o chef e professor no CEG, Fernando CorsiEiger.

Os cortes portenhos mais tradicionais são feitos de forma longitudinal e direto na fibra da carne. Se você espera encontrar uma pi-canha nas parrilllas, saiba que os cortes dos herma-nos são diferentes dos do brasileiro e que, se tem um que é mais parecido, esso é o lagarto. Nas parrillasar-gentinas são pedidos oa-sado de tira, o vacio, o bi-fe de chorizo, o ojo do bife, bife ancho e o tapa de cua-

o sEgrEdo Está No CortEdril. Para se familiarizar com os cortes, veja abaixo:lomoargentino é parecido com o nosso filé mignonOjo de bife é similar ao con-tra filé Bife anchoa ponta (coste-la) é semelhante ao contra filéBife de chorizo lembra o miolo do contra filéTapa de cuadrila é pareci-da com a nossa picanhaBife de tira é semelhante ao miolo da picanhaVacio lembra a fraldinha

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outros PaísEsO prato da culinária japonesa chamado jingisukan (conhecido no Brasil como “Genghis Khan”) é um tipo de churrasco. Foi inventado em Hokkaido, na região norte do país.

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sempreumaopção

O sommelier da Ville du Vin, Marcelo Ribeiro é en-fático ao dizer que um bom vinho faz a diferença no prato portenho, para ele, “as melhores opções são os tintos intensos, pode-rosos e encorpados, tanto como os Malbec e Caber-net Sauvignon de Mendo-za”, garante. A temperatu-ra do vinho é fundamental, “para os tintos encorpa-dos, como os Gran Reser-va, a temperatura indica-da é por volta dos 18 ºC, já os tintos leves e fruta-dos, entre 15ºC e16ºC. Hoje existem vários acessórios, como os Wine Coolers, que são muito úteis para man-

harmoNização ter a temperatura”, aconse-lha Marcelo, que confessa que a preferência feminina é pa-ra os vinhos mais macios e de corpo médio, como os Malbec Reserva Luigi Bosca, Santa Júlia Magna, Andeluna Mer-lot Reserva, Las Perdizes Pi-not Reserva.Nelton Fagundes, sommelier da Enoteca Decanter, com-plementa, “para o churras-co argentino, os vinhos tintos são a melhor escolha. Vi-nhos a base de uvas Malbec como o Luigi Bosca Reserva que apresenta bastante fres-cor; a base de uvas Tannats mais musculosos, com sabor pronunciado, taninos firmes e robustos como um Tanna-tBouza do Uruguai e, ainda, os vinhos a base de Cabernet

Sauvignon e Carménère do Chile são outras ótimas opções, como por exem-plo, um Cabernet Sauvig-non De Martino Reserva. Os tintos tendem a escol-tar melhor a suculência das carnes vermelhas. O seu sabor pronunciado se funde bem com os taninos e a acidez dos tintos destes países. Vinhos europeus também vão bem desde que tenha estas caracte-rísticas”, afirma Nelton.Exemplos de boa pedida no acompanhamento do churrasco portenho: Qui-mera, AchavalFerner, Q Zuccardi Malbec, Gala 2 Luigi Bosca, Las Perdizes Reserva Don Juan, Riglos-Gran Corte.

Para quem prefere seguir à risca o que manda a tradição, opções não faltam. É o caso do coordenador econômico-finan-ceiro, Juan Pablo Ferrante, que viaja a Argentina, pelo menos duas vezes ao ano, para visitar parentes e, nesse meio tempo, mata a saudade da família nos restaurantes portenhos do Bra-sil. Juan comenta que seu prato preferido é o asado de tira (cos-tela) e batatas fritas. Já o prato mais pedido no tradicional Es-tación Sur é o bife ancho (con-trafilé) com batata suflê, ga-rante Julio Mansilla, diretor do restaurante que complemen-ta “para harmonizar com esse prato, a maioria dos clientes pe-de um bom vinho”.

O vinho, aliás, faz toda a di-ferença na hora de saborear o churrasco portenho e, ape-

sar de os brasileiros, no geral, preferirem churrasco acompa-nhado de uma cerveja gelada, muitas pessoas passaram a har-monizar a carne à moda argen-tina. “A cerveja ainda é muito forte no nosso países há alguns exemplares maravilhosos, mas no aspecto harmonização, o vi-nho é disparado a melhor op-ção. Hoje é muito comum con-sumir vinho do que cerveja nas melhores churrascarias ou par-rillas do Brasil afora”, garante o sommelier da Enoteca Decan-ter, Nelton Fagundes, que com-plementa “As pessoas estão via-jando mais, degustando mais e com melhor atenção. Por isso, já notam esta diferença quan-do sua carne preferida é consu-mida com o vinho certo. Expe-rimente, com certeza você vai adorar”, finaliza o somellier.

destaque

Especiais

BifE dE ChorizoO professor de gastronomia e chef de cozinha, Fernando CorsiEiger, ensina uma receita especial do verdadeiro churrasco portenho.

IngredIentes1 bife de chorizo de 500 g (corte transversal do contra filé, com cerca de 3.5 cm de espessura). 1 colher (sopa) de sal grosso

Modo de fazerO bife precisa estar totalmen-te descongelado, possuir uma boa apresentação, com co-

bertura uniforme da capa de gordura. Somente tem-perar a carne minutos antes de ir para a grelha, que deve estar pré-aque-cida e com cerca de 25 cm de distância, o braseiro precisa estar bem forte. Tempere com sal grosso em ambos os lados e le-ve para grelhar por 8 mi-nutos de cada lado. Sirva com molho chimichurri e batatas fritas crocantes.

IngredIentes10 unidades de pimenta dedo-de-moça fresca(s) 1 unidade de pimentão verde 1 unidade de cebola 6 dentes de alho 1 xícara (chá) de água 1/2 xícara (chá) de azeite de oliva 2 ½ colheres (sopa) de orégano 2 colheres (sopa) de sal ½ colhere (sopa) de pimenta-do-reino branca

Modo de fazerCorte em pedaços pequenos os quatros primeiros ingre-dientes; lave antes a cebola caso queira tirar um pouco o ardido dela, coloque pri-meiro a cebola com um pou-co de água no liquidificador e ligue-o por um minuto, de-pois vá juntando aos poucos todos os ingredientes e bata-os por 4 minutos, ele forma-rá um molho um pouco pas-toso. Sirva em molheiras.

Fonte: Cybercook

ChimiChurri

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e s c o l h e ré

d i v i n o.

A escolha é um presente de Deus. O livre-arbítrio é Sua premissa. A natureza escolhe

o tempo todo. Por que a chuva cai aqui e não ali? Por que o sol bate nesta folha e não

naquela? Escolher também é uma arte. É prestar atenção. É conhecer e reconhecer.

Escolher é criar. Quais cores, que formas, quais aromas, quais sabores. Quanto? Quando?

Este é o prazer, a história e o negócio que a La Pastina… escolheu. Selecionar um a um,

cada ingrediente, de cada produtor, de cada cantinho do mundo, pensando em cada receita.

Principalmente, pensando em cada um dos nossos clientes. Escolher pessoalmente as

escolhas que a natureza já fez pelo mundo. A cor de um tomate, o aroma de um vinho,

a textura de uma azeitona. A partir de uma primeira escolha bem-feita, começa uma

sucessão de outras: que receita fazer, que toque pessoal dar. Ou, mais importante

que tudo, para quem fazer. Com quem celebrar um momento. A escolha é o que torna

único cada momento, cada celebração e cada indivíduo. Para nós, escolher é viver.

www.lapastina.com.brAP

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