Energia que vem da agricultura

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Artigo publicado no jornal O Estado de Minas em 30 de outubro de 2006.

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A Semen-tes Biomatrixacaba de pa-trocinar a edi-ção do livroColetâneas dereceitas commilho, elaborado pelaEmater-MG, resultadode 25 anos do Festival dePratos Típicos com Mi-lho, realizado anual-mente durante a tradi-cional Festa Nacional doMilho, em Patos de Mi-nas (Alto Paranaíba). Éum rico e variado cardá-pio que encanta o pala-dar de brasileiros e deestrangeiros que visi-tam nosso país. Traz 132receitas, entre biscoitos,bolos de fubá e de mi-lho verde, pamonhas,mingaus, saladas, faro-fas, suflês, salgados, so-bremesas e tortas docese salgadas. O milho é,certamente, o cereal demais forte ligação eidentidade com os hábi-tos alimentares dos bra-sileiros. É usado na ali-mentação humana e deanimais desde a coloni-zação do Brasil, sendomatéria-prima paramuitos produtos indus-trializados. A história re-gistra que a pamonhafoi trazida ao Brasil pe-los escravos africanos. Omilho tem grande valornutritivo, com grãos ri-cos em carboidratos,além de proteína, fibrase vitaminas do comple-xo B e E e sais minerais,como fósforo e potássio.

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Energia que vem da agricultura

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MARA LUIZA GONÇALVES FREITAS

Coordenadora da Área de Estudos de

Mercados da CBM Agroenergia

agroenergia@agroenergia.com.br

A redução dos impactos daação humana na natureza, no úl-timo quarto do século 20, contri-buiu de modo decisivo para oinício do processo de desenvol-vimento de tecnologias, que tor-nassem possível o uso de fontesde energias limpas e renováveis.

Essa preocupação foi acirra-da principalmente pela instabi-lidade política nas principais re-giões produtoras de petróleo doplaneta registradas nos últimosanos, que comprometem emparticular a oferta do produto aomercado consumidor, a preçosatrativos. O caso mais recente eemblemático que se pode ressal-tar é o caso Brasil X Bolívia, naquestão da nacionalização dasubsidiária da Petrobras instala-da em território boliviano.

Além disso, dados da Asso-ciação Brasileira do Gás NaturalVeicular (2005) indicam que asreservas de energia fóssil, petró-leo e gás natural, têm duração fi-nita de 43 e 68 anos, respectiva-mente, em relação à elevação doconsumo no planeta. Esse fator,combinado com a expansão de-mográfica mundial, e conse-guinte crescimento da frota vei-cular, fortaleceu as discussõesem torno da redução de emis-são de gases poluentes na at-mosfera, a intensificação doefeito estufa, conduzindo assimà chancela do Protocolo de Kyo-to, do qual várias nações, inclu-sive o Brasil, se tornaram signa-tárias. Nesse documento, prevê-se, a redução de emissão de po-luentes na atmosfera, via a pre-servação ambiental e o respecti-vo desenvolvimento e uso deenergias renováveis.

A partir do Protocolo de Kyo-to, o governo brasileiro passou adiscutir a inclusão de outrasfontes de energia em sua matrizenergética, formada anterior-mente, essencialmente por pe-tróleo e energia hidroelétrica ede biomassa, conforme se ob-serva na tabela.

TABELAO agronegócio, nesse con-texto, passou a ter um papel-chave no processo de posicio-namento do Brasil no chamadoMercado de Créditos de Carbo-no e produção de energia verde,conhecida como agroenergia.Pode-se dizer que essa nova ati-vidade legitimamente coloca opaís na dianteira do processo deinovação e fornecimento deuma nova modalidade energé-tica mundial, imprescindívelpara o processo de desenvolvi-mento e sobrevivência das eco-nomias e da própria humanida-de. Essas alternativas nascemfundamentalmente de produ-tos conhecidos da pauta de pro-dução nacional, como , a cana-de-açúcar e o milho (etanol) evárias oleríferas, como a soja, amamona, o dendê, o babaçu, apalma forrageira, o amendoime o girassol (biodiesel).

A discussão sobre o desenvol-vimento de cadeias produtivas,voltadas à indústria da agroe-nergia, tornou-se estratégica nonível do governo federal, pormeio do estabelecimento doPlano Nacional de Agronergia e

as Diretrizes de Política deAgroenergia, para os o períodode 2006 a 2011, via criação deuma ação interministerial, en-volvendo os Ministérios da Agri-cultura, Pecuária e Abasteci-mento (Mapa), Ciência e Tecno-logia (MCT), Minas e Energia(MME) e Desenvolvimento, In-dústria e Comércio (MDIC). Essachancela estatal, causou impac-to também na mudança do no-me da antiga Secretaria de Pro-dução e Comercialização ligadaao Mapa, que atualmente pas-sou a ser denominada de Secre-taria de Produção e Agroenergia,demonstrando o real interessedo governo brasileiro em apoiareste mercado, fomentando, es-pecialmente pela agricultura fa-miliar (no caso de produtos vol-tados para a produção de bio-diesel, como mamona, palmaforrageira e dendê).

Preliminarmente, é possívelverificar que o produtor deve sepreparar para esse novo am-biente, que certamente ofereceinúmeras outras vertentes deagregação de valor ao seu produ-to. É claro que ainda estamos

diante de um mercado em fasede regulamentação e organiza-ção, dada a sua complexidade:várias são as cadeias produtivasque contribuem para a produ-ção de energia renovável (bio-diesel e etanol). Contudo, estra-tegicamente, é interessante ob-servar a movimentação do mer-cado, uma vez que nesse século,estamos diante do processo debifurcação da atividade de pro-

dução agrícola, visando o atendi-mento tanto da área de alimen-tação, altamente demandantede elevados níveis de qualidade,rastreabilidade e certificação,quanto da área de produção decombustíveis, altamente de-mandante de qualidade e escala.

Lidar com a mudança vai re-querer uma revisão de valores eanálise estratégica do mercado. É oque concluímos nesse momento.

LUIZ PAULO LIMA/AE - 3/7/95

Plantação dedendê, umadas fontesbrasileirasde energiaalternativa,ao lado dacana, soja,mamona e milho

COMPOSIÇÃO DA MATRIZ ENERGÉTICA (EM %)

Fonte Mundo Brasil

Petróleo 35,3 43,1Carvão mineral 23,2 6Gás natural 21,1 7,5Biomassa tradicional 9,5 8,5Nuclear 6,5 1,8Hidrelétrica 2,2 14Biomassa moderna 1,7 23Outras renováveis 0,5 0,1

FONTES: Instituto de Economia Agrícola, Ministério de Minas e Energia e Ministério da Agricultura, 2005.

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