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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Unidade Universitária de Betim
Curso de Graduação em Administração
“Nós não vamos pagar nada?”:
um estudo sobre os impactos da Petrobras na comunidade do bairro Petrovale em Betim/MG.
Greidson de Almeida
Betim 2009
Greidson de Almeida
“Nós não vamos pagar nada?”:
um estudo sobre os impactos da Petrobras na comunidade do bairro Petrovale em Betim/MG.
Monografia apresentada ao programa de Graduação da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção de titulo de Bacharel em Administração. Orientador: Armindo dos Santos de Sousa Teodósio
Betim 2009
Greidson de Almeida
“Nós não vamos pagar nada?”: um estudo sobre os impactos da Petrobras na comunid ade do bairro
Petrovale.
Monografia apresentada ao programa de Graduação da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
____________________________________________________________ Armindo dos Santos de Sousa Teodósio (Orientador) – PUC Minas
____________________________________________________________ Walter Tedeschi – PUC Minas
Betim, 01 de dezembro de 2009
A meus pais e minha esposa, pelo incondicional incentivo.
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador, Professor Armindo dos Santos de Sousa Teodósio, pelo
empenho e paciência em suas orientações, só assim este trabalho seria possível.
Aos meus familiares que souberam entender as noites em claro.
A todos que de alguma maneira contribuíram para esta construção.
“A simples reprodução de uma idéia não
contribui para a formação de uma sociedade
melhor”.
Cláudia Souza Passador
Liliane Canopf
João Luiz Passador
RESUMO
Este estudo tem por objetivo analisar a visão dos stakeholders da Petrobras no
bairro Petrovale em Betim/MG. São discutidos no marco teórico da pequisa as
diferentes correntes da Responsabilidade Social Empresarial, as abordagens que
estruturam a Gestão Ambiental e suas implicações para as partes interessadas nas
atividades das organização, através da análise crítica da chamada Teoria de
Stakeholders. Trata-se de um estudo de caso em uma comunidade próxima às
instalações dessa empresa pertrolífera, que apresenta baixos índices de
desenvolvimento humano e se caracteriza por ser uma região de grande
vulnerabilidade social. Busca-se com este estudo compreender a relação de
empresa e comunidade impactada pelas atividades produtivas da organização,
como se estabelecem os processos de diálogo entre as partes e os principais
conflitos e perspectivas de avanço da Responsabilidade Social Empresarial que se
apresentam nessa realidade. O estudo se inscreve no âmbito da pesquisa qualitativa
e recorreu a diferentes estratégias para coleta de dados, incluindo o levantamento
bibliográfico, visita e interação em profundidade com associações de moradores do
bairro, aplicação de questionários para os moradores da região e também clientes
da empresa e realização de entrevista semi-estruturada com o gestor da relação
com stakeholders da organização. Os dados indicam que perduram vários conflitos e
demandas em relação aos stakeholders do bairro Petrovale, apesar do amplo
discurso de apoio da organização à Responsabilidade Social Empresarial e mesmo
de várias ações de investimento social da organização no município de Betim, Além
disso, pode-se constatar os desafios enfrentados pela comunidade para se organizar
e estabelecer diálogos mais horizontais e participativos com a organização.
Palavras-chave: Responsabilidade Social Empresarial, Stakeholders,. Gestão
Ambiental, Investimento Social Empresarial.
ABSTRACT
This study analyzes the vision of the stakeholders of Petrobrás in the neighborhood
Petrovale in Betim/MG. The theoretical discussion is based in the analyses of
different currents of the Coporate Social Responsibility, the approaches that structure
the Environmental Management and its implications for the interested groups in the
activities of the organization, through the critical analysis of the called Theory of
Stakeholders. It is a case study in a community near to the plant of that petrol
company, that it presents low nevels of human development and it is characterized
by being an area of great social risk. This study tries to understand the company
relationship and community, as they settle down the dialogue processes between this
group and the principal conflicts and perspectives of progress of the Corporate Social
Responsibility that come in that reality. The study is based in the qualitative research
marks and it uses different strategies for data collection, including the documental
analyses, visits and interaction in depth with members of the neighborhood
associations, application of questionnaires for the residents of the area and
customers of the company and interview semi-structured with the manager of the
relationship with stakeholders of this organization. The data indicate that several
conflicts and demands persist in the relation between this stakeholders and the
corporation, in spite of the wide speech of support of the organization to the
Corporate Social Responsibility and even of several actions of social investment of
the organization in the municipality of Betim. There are many challenges for this
stakeholders, related to organize their association and to establish more horizontal
and participatory dialogues with the organization.
Key-words: Corporate Social Responsibility. Stakeholders. Environmental
Management, Corporate Social Investmet.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 Os quatro niveis de responsabilidade social............................................25
FIGURA 2 As três abordagens da responsabilidade social.......................................28
FIGURA 3 Niveis de investimento sócio ambiental privado ......................................30
FIGURA 4 Stakeholders envolvidos em um processo decisório ...............................36
FIGURA 5 Distribuição de Stakeholders ...................................................................38
FIGURA 6 Esquema referencial teórico ....................................................................40
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 Surgimento e evolução da responsabilidade social ...............................22
QUADRO 2 5 Abordagens da responsabilidade social ........................................26/27
QUADRO 3 Ganhos empresariais a partir da Responsabilidade Social ...................31
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Faixa etária dos clientes respondentes ...................................................45
TABELA 2 Faixa salarial dos clientes respondentes .................................................46
TABELA 3 Faixa etária dos moradores respondentes ..............................................47
TABELA 4 Gênero dos moradores respondentes .....................................................47
TABELA 5 Tempo em que habitam no petrovale ......................................................48
TABELA 6 Região x impacto sofrido .........................................................................52
TABELA 7 Percepção dos moradores quanto ao trânsito de caminhoes pesados causados pelas atividades da regap .........................................................................53
TABELA 8 Relação regap petrovale..........................................................................53
TABELA 9 Frequencia de solicitações aceitas pela regap ........................................55
TABELA 10 Percepção dos moradores quanto ao bairro petrovale ..........................56
TABELA 11 Satisfação dos moradores quanto ao bairro petrovale ..........................56
TABELA 12 Percepção dos moradores quanto a segurança da petrobras ...............57
TABELA 13 Frequencia de reuniões de moradores com a presença de um representante da regap .............................................................................................58
TABELA 14 Avaliação quanto aos eventos realizados pela petrobras no bairro petrovale....................................................................................................................59
TABELA 15 Relacionamento regap e prefeitura........................................................60
TABELA16 Relacionamento petrobras e midia .........................................................60
TABELA 17 Relacionamento regap e ong.................................................................60
TABELA 18 Perspectivas para o petrovale no futuro ................................................61
TABELA 19 Perspectivas para a regap no futuro......................................................62
TABELA 20 Informação dos moradores quanto a expansão da regap .....................62
TABELA 21 Modo que os moradores se informaram sobre a expansão...................62
TABELA 22 Itens que terão possibilidade de maior crescimento com a expansão da regap (percepção dos moradores) ............................................................................63
TABELA 23 Investimento que a regap deverá realizar no petrovale com sua expansão...................................................................................................................64
TABELA 24 Motivação para a escolha dos postos petrobras ...................................65
TABELA 25 Opinião quanto as propagandas veiculadas pela petrobras ..................65
TABELA 26 Preocupação da petrobras com o meio ambiente em betim (visão dos clientes).....................................................................................................................67
TABELA 27 Satisfação com a petrobras entre os clientes betinenses......................67
TABELA 28 Importancia da regap para o desenvolvimento sustetavel para betim...68
TABELA 29 Maior beneficio que a regap trouxe para betim .....................................68
TABELA 30 Maior prejuizo que a regap trouxe para betim .......................................69
TABELA 31 Maior problema de betim que a regap poderia ajudar a solucionar......69
TABELA 32 Persepção do relacionamento da regapcom o governo ........................71
TABELA 33 Persepção do relacionamento da regap com as ong de betim..............72
TABELA 34 Perspectivas para a repag no futuro......................................................73
TABELA 35 Perspectivas para o bairro petrovale no futuro ......................................74
TABELA 36 Item que tera maior crescimento com a expansão da regap ................75
TABELA 37 Item que tera maior impacto negativo com a expansão da regap .........75
TABELA 38 Principal beneficiado com a expansão da regap ...................................75
LISTA DE GRAFICOS
GRAFICO 1 Estado civil dos clientes ........................................................................45
GRAFICO 2 Genero dos clientes ..............................................................................46
GRAFICO 3 Estado civil dos moradores respondentes ............................................47
GRAFICO 4 Media de filhos por moradores respondentes ......................................48
GRAFICO 5 Grau de escolaridade dos moradores ...................................................49
GRAFICO 6 Maior problema no bairro petrovale ......................................................51
GRAFICO 7 Classificação dos moradores quanto a poluição atmosferica causadas pelas atividades da regap .........................................................................................52
GRAFICO 8 Canal usado pelos moradores quando há necessidade de revindicações..................................................................................................................................54
GRAFICO 9 Classificação do dialogo petrobras e petrovale.....................................54
GRAFICO 10 Frequencia de participação dos moradores nas reuniões comunitárias..................................................................................................................................55
GRAFICO 11 Avaliação do desenvolvimento do bairro petrovale pelos moradores .56
GRAFICO 12 Saude no petrovale .............................................................................57
GRAFICO 13 Frequencia que a regap busca a opinião dos moradores ..................58
GRAFICO 14 Relacioanmento prefeitura e associação petrovale.............................59
GRAFICO 15 Participação da prefeitura na solução de problemas no petrovale......59
GRAFICO 16 Como é vista as propagandas veiculadas pela petrobras...................61
GRAFICO 17 Possiveis impactos gerados com a expansão da regap .....................63
GRAFICO 18 Quem ganhara mais com a expansão da regap .................................64
GRAFICO 19 Local onde os clientes tem maior contato com a marca petrobras .....65
GRAFICO 20 Local onde a população busca informações sobre a regap ................66
GRAFICO 21 Importancia que a regap tem para betim ............................................67
GRAFICO 22 Maior efeito poluidor da petrobras em betim......................................69
GRAFICO 23 Politica ambiental de betim (avaliada pela população) .......................70
GRAFICO 24Informações sobre as ong de betim.....................................................70
GRAFICO 25 Avaliação dos programas desenvolvidos pela regap .........................70
GRAFICO 26 Percepção do bairro petrovale pelos moradores de betim..................71
GRAFICO 27 Percepção do relacionamento da regap com a midia .........................72
GRAFICO 28 Maior impacto ambiental já causado pela petrobras ..........................73
GRAFICO 29 Maior preocupação do poder publico de betim com a regap ..............73
GRAFICO 30 Informação dos moradores de betim quanto a expansão da regap ...74
GRAFICO 31 Midia em que os moradores de betim ficaram sabendo da expansão da regap ....................................................................................................................71
LISTA DE SIGLAS ONG - Organizações Não-Governamentais MG - Minas Gerais PTB - Posto Telegráfico de Betim REGAP - Refinaria Gabriel Passos RSC - Responsabilidade Social Corporativa RSE - Responsabilidade Social Empresarial Petrobras - Petróleo Brasileiro S/A
SUMÁRIO:
1. – INTRDUÇÃO......................................................................................................16
1.1 – Justificativa e Problematização .............. ......................................................17
1.2 – Objetivos .................................... .....................................................................19 1.2.1 – Objetivo Geral:............................ ...............................................................199 1.2.2 – Objetivos Específicos: ..................... .........................................................199
2 – ESTADO DA ARTE ................................. ...........................................................20
2.1 – Responsabilidade Social paradoxal: ........... .................................................20 2.1.1 - Responsabilidade social Corporativa versus necessidades dos stakeholders: ...................................... .....................................................................29 2.1.2 - Responsabilidade social e suas abordagens :.........................................34 2.2 – Importância dos Stakeholders para a gestão empresarial e a RSE..........................35 2.2.1 – Tipos de stakeholders: ..................... ..........................................................38 2.2.2 – Diálogo com os stakeholders: ............... ....................................................39
3 – ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS:..................... ............................................42
3.1 – Investigando os Desafios Da R.S.E. da Petrobr as: .....................................44
4 – ANALISE DOS DADOS:............................. ........................................................50
4.1 – Caracterização da Organização: ............... ....................................................50
4.2 – Analise dos Dados de Campo:.................. ....................................................51 4.2.1 – Questionário aplicado nos moradores do bair ro Petrovale: ...................51 4.2.3 – Questionário aplicado nos clientes de posto s Petrobras: ......................64
4.3 – Proposta de Intervenção: ..................... ....................................................77/78
5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS:.......................... .....................................................79
6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:.................... ...............................................81
APÊNDICES: ............................................................................................................84
16
1 – INTRODUÇÃO
A presente pesquisa apresenta uma proposta de estudo sobre os impactos
que uma organização pode causar a comunidade na qual está situada. Este estudo
foi realizado através de estudo de caso na REGAP (Refinaria Gabriel Passos) em
Betim.
Inicialmente foi feito um levantamento teórico sobre as teorias de
Stakeholders, sua real importância para as organizações e que principalmente como
se dá sua relação com as empresas. Em um segundo momento foi levantado um
referencial teórico sobre a RSE (Responsabilidade Corporativa Empresarial), sua
importância para as organizações e principalmente a importância para a sociedade.
Em outro momento é apresentado uma pesquisa de campo realizada com os
moradores do bairro Petrovale, alunos da PUC Minas em Betim (na qualidade de
clientes Petrobras) e com os gestores da REGAP e da Regional Petrovale.
Juntamente com a apresentação da pesquisa é feita uma criteriosa analise dos
dados coletados.
Dada a analise dos dados descritos anteriormente, o pesquisador apresenta
seu plano de intervenção indicando ações que podem levar a um melhor
relacionamento entre comunidade e empresa a partir do efetivo exercício da
Responsabilidade Social Empresarial.
17
1.1 – JUSTIFICATIVA E PROBLEMATIZAÇÃO
O mundo está vivendo um tempo em que as pessoas estão se
preocupando muito mais com sua saúde, bem estar social, saúde financeira e o
impacto que suas ações podem provocar no meio ambiente, passando por um
processo de educação ambiental na qual os cidadãos estão cobrando seus direitos.
Direitos esses que estão cada vez mais disseminados impulsionados pela
democratização do acesso as informações, a população munida deste conhecimento
começa a cobrar das empresas soluções e prevenções sobre possíveis impactos
que elas possam sofrer por essas organizações, que se vêem na necessidade de
efetuar estudos sobre os stakeholders. Mesmo a classe de baixa renda consegue
acesso rápido a informações. As Organizações não governamentais (ONGs),
associações e outras entidades levam até esse público o conhecimento da causa e
posteriormente o pensamento de cobrança.
Esta crescente necessidade de informação dos stakeholders vem
levando a um processo de elevada exposição por parte das empresas que agora
divulgam seus balanços ambientais. Empresas que agora se vêem na necessidade
de investir nas reivindicações e necessidades de quem estão a sua volta. ONGs e
associações de bairro nos dias de hoje tem voz ativa nos mais diversos planos
organizacionais . Contudo esta relação ainda é um pouco turbulenta, principalmente
quanto as organizações de proteção ambiental.
Com estes fatos apresentados fica muito claro que é imprescindível para um
bom resultado e uma boa imagem organizacional que as empresas invistam nesta
crescente “onda verde”.
Este estudo deve ser visto como ponto de convergência de diversas
disciplinas da administração, com um incremental que a comunidade estará
participando ativamente dentro das metodologias estudadas, assim propiciando
tanto a comunidade quanto ao pesquisador uma oportunidade de ampliar seus
conhecimentos. Para a sociedade civil este estudo pretende mapear, analisar e
expor soluções de integração da sociedade com a organização, afim de que
estreitem suas relações sendo que uma parte não afete a outra. E para o
18
pesquisador este estudo pretende por em pratica os conhecimentos adquiridos no
banco escolar e propiciar a experiência da pesquisa cientifica.
A empresa estudada será a Petrobrás que segundo a opinião pública é uma
organização que investe em trabalhos de cunho social em todo o país. A
organização utiliza os diversos meios de comunicação em massa para passar a
população uma imagem de empresa preocupada com a sociedade. Também é de
grande divulgação quanto ao apóio as práticas esportivas. Perante a opinião publica
a empresa mostra-se socialmente responsável.
Em Betim, M.G., encontra-se a Refinaria Gabriel Passos (REGAP), com seus
12,5 km2, que abrangem não somente a cidade de Betim , mas também Ibirité e
Sarzedo iniciaram suas atividades quando a região ainda era considerada rural.
Segundo informações divulgadas em seu web site, ao redor da empresa nasceram
quatro bairros (Petrolina, Petrovale, Cascata e Ouro Negro). Hoje esta região é
altamente populosa e os possíveis impactos feriam também proporções bem
maiores. Contudo, o que será fruto de estudo é a relação da REGAP com as
comunidades vizinhas. Como se dá o relacionamento Petrovale e Petrobras frente
aos impactos?
19
1.2 – OBJETIVOS
1.2.1 – Objetivo Geral:
Analisar o relacionamento entre a REGAP e seus stakeholders da
comunidade Petrovale.
1.2.2 – Objetivos Específicos:
� Identificar e analisar os impactos da REGAP na comunidade do Petrovale;
� Problematizar as demandas da comunidade perante a empresa e as fontes
de conflito nessa relação;
� Discutir as estratégias desenvolvidas pela comunidade para se relacionar
com a empresa frente a suas demandas e interesses;
� Analisar como a empresa gerencia seu relacionamento com a comunidade;
� Analisar quais são os pontos vulneráveis dos stakeholders segundo a
percepção da empresa e das próprias comunidades;
� Propor um plano de intervenção para melhorar a relação dos stakeholders do
Petrovale para com a Petrobras.
20
2 – ESTADO DA ARTE
2.1 – Responsabilidade Social paradoxal:
Em tempos que a população mundial vive em tensão com os desastres
naturais provocados pelo uso inconseqüente das fontes naturais e da
despreocupação com o meio ambiente, se faz necessário um estudo sobre a
responsabilidade empresarial e comunitária da preservação dos recursos naturais,
bem como a garantia de qualidade de vida das gerações futuras. Dentro deste
contexto estrutura-se a Responsabilidade Social Empresarial (R.S.E.), que pode ser
entendida segundo Richard Daft citado por Lourenço (2002) como uma obrigação
que a administração tem para a sociedade e a organização de preservar o bem estar
e os interesses dos mesmos. Em outras palavras, a administração não pode pura e
simplesmente ser responsável somente pela sustentabilidade financeira, devendo
sim zelar pelo bem estar das gerações presentes e futuras, alcançar objetivos e
cumprir metas respeitando o ambiente na qual esta inserida faz uma organização se
tornar socialmente responsável. A R.S.E. contrapõe-se a diversos conceitos da
Administração tradicional, dizendo que as empresas não somente devem ser
instituições geradoras de lucro, mais instituições preocupadas com o ambiente que
estão situadas, e com o dever de manter equilíbrio entre desenvolvimento
econômico e crescimento das responsabilidades para com a sociedade.
Em uma Administração contemporânea, os ideais da R.S.E. é muito mais bem
visto e aceito, visto que o capital humano tem ganhado cada vez mais valor e
significância dentro do contexto empresarial. De acordo com Lyra (2006) a R.S.E.
pode ser entendida como uma obrigação que a organização assume com a
sociedade, a autora completa dizendo que ser socialmente responsável é focar
todos os esforços no aumento de impactos positivos sobre os stakeholders e
diminuir os impactos negativos sobre a sociedade. Por fim, a autora coloca que o
maior desafio da responsabilidade social é atender as reivindicações da sociedade.
21
A R.S.E. é um desafio no qual todas as empresas devem encará-los com total
seriedade, essa “onda verde” que se espalha por todo o planeta é um retrato da
preocupação da humanidade com todos os anos de exploração do meio ambiente. A
exploração irresponsável das gerações anteriores é refletias nesta geração. Por tal
motivo e conseqüências destas explorações irresponsáveis, a geração presente vive
em um planeta degradado e condenado a um possível colapso. O papel de
conservar o meio ambiente é de todos e principalmente daqueles que mais o
degradam, visto que são também os que mais necessitam de uma ambiente seguro
e estável.
Segundo Malafaia (2006) a responsabilidade social é um compromisso que as
organizações têm de preencher suas necessidades com responsabilidade para que
as gerações futuras possam preencher suas necessidades e habilidades sem
nenhum prejuízo. Isso vale dizer que as organizações devem pensar em um
processo produtivo sustentável e responsável. Responsabilidade na qual os
consumidores começam a apresentar em suas mudanças de hábitos quanto a
escolha na hora da compra. É crescente o número de países que boicotam
mercadorias de nações em que há exploração irresponsável do meio ambiente ou
de trabalho.
Ainda sobre a R.S.E. existem correntes contra essa pratica, Paul Hawken
citado por Malafaia (2006) diz em uma fala muito pessimista que independentemente
dos diversos órgãos e organizações de preservação ambiental que lutam por tal
causa, o mundo está sentenciado ao colapso e a degradação, pois as grandes
organizações são as mais poderosas forças de destruição.
Falas pessimistas sobre a R.S.E. ainda são comuns principalmente pelas
varias empresas que maquiam seus balanços sociais e pelo fato que não há uma
normatização especifica para tais balanços. Esta realidade está em mudança devido
ao rápido e importante crescimento de pesquisas na área, principalmente por
grandes entidades sociais e acadêmicas.
Sobre a R.S.E. recai uma grande carga negativa por parte da própria cultura
hunama, visto que o maior paradoxo é que as pessoas não mudam seus hábitos de
consumo por uma determinada empresa não ser socialmente responsável. Ninguém
para de usar garrafas pet mesmo sabendo que tal material demora mais de 400
anos para se decompor. O primeiro paradoxo se dá quando as pessoas cobram das
22
empresas a responsabilidade com o meio ambiente, mas em conta partida não se
inserem na cadeia de degradação.
Contudo muitos autores vêem a responsabilidade social como uma promessa
para o bem estar publico, com as organizações pagando bons salários criando
novos empregos, melhorando as condições de trabalho e buscando o lucro
respeitando as condições e restrições legais impostas pela sociedade.
(LOURENÇO, 2002, p. 4).
Para entender melhor o conceito de R.E.S, faz-se necessária uma analise do
surgimento da mesma. O Quadro 1 resume desde os primeiros pensamentos até os
dias atuais traçando uma visível evolução dos conceitos. Conceitos esses que
tornam-se estratégicos no mundo organizacional.
Surgimento e evolução da Responsabilidade Social Em presarial
Décadas: Evento:
10 e 20
Iniciam-se as discussões quando Henry Ford decidiu que parte dos dividendos dos acionistas iriam para um fundo de reserva, para aumentos salariais e aumento da capacidade produtiva. A Suprema Corte de Michigan decidiu em favor dos acionistas, pois segundo ela a responsabilidade corporativa só deveria ser feita se trouxesse ganhos para os acionistas
40 Segunda guerra mundial – A idéia de que as organizações deveriam responder somente para seus acionistas começou a cair por terra, com o crescimento industrial dos EUA diversas decisões da corte americana foram filantrópicas.
50 O fato de a justiça estabelecer a lei de filantropia corporativa foi a propulsão para trazer este assunto a publico, vendo a importância da inserção da empresa na sociedade e suas devidas responsabilidades.
50 e 60 As universidades começam a discussão sobre a importância da responsabilidade social.
60 Os estudiosos começam, a publicar as primeiras apresentações de problemas sociais e suas possíveis soluções, nos EUA as empresas já se preocupavam com a questão ambiental e as suas atitudes com campo social.
70 Surge a preocupação de como e quando as empresas devem responder e demonstrar suas ações sociais, nesta mesma época fica evidente a importância de se divulgar este tipo de trabalho.
90 até hoje As participações dos escritores bem como a do meio acadêmico apresentam a discussão sobre ética e moral nas empresas. Assim enfatizando a importância da discussão do meio empresarial sobre a responsabilidade social.
Quadro 1: Surgimento e evolução da responsabilidade social. Fonte: Adaptado de GARCIA (2002, p 76)
23
O quadro acima resume o surgimento e evolução do conceito de R.S.E. e a
sua importância. O curioso é que ao contrário que muitas pessoas pensam, as
primeiras discussões foram “plantadas” por Ford, evidenciando a importância da
discussão para as organizações. Ford pensava muito alem da sua época. Seu
pensamento pode ser explicado com a lógica de mercado, para vender é preciso de
clientes. Esses clientes são os seus stakeholders, assim como empregados e
demais sociedade. Este crescimento de discussões deve-se em grande parte a
comunidade acadêmica que por sua vez vem ao longo da história aprofundando e
expandindo cada vez mais seus conhecimentos.
Porem cria-se um segundo paradoxo da R.S.E. quanto a verdadeira visão das
organizações sobre suas responsabilidades. Muito se tem falado sobre as
organizações serem socialmente responsáveis, mais esse pensamento é realmente
voltado para a sociedade, para a economia, ou para o mercado? Como o descreve o
quadro 1, Ford foi o precursor da R.S.E., porem com a visão mais deteriorada sobre
as responsabilidades empresariais, visto que, suas reais pretenções não eram
combater o desenvolvimento desordenado do inicio do século, ou o consumo
inconseqüente das fontes naturais, mais ele visualizava o mercado e a receptividade
do seu produto.
Ford plantou muito bem essa raiz mercadológica, principalmente em seu
segmento (automobilístico) que são grandes vilões e que somente agem
responsavelmente quando seguem atrás de seus interesses comerciais. A partir do
momento em que o estado começa a intervir na atividade produtiva (quanto a sua
exploração dos recursos naturais) é que as organizações investem mediocremente
em mecanismos de combate aos impactos causados por suas atividades.
Em toda história da humanidade foram os estudiosos que influenciaram
pensamentos e ações, e com a R.S.E não foi, ou não é diferente, visto que, a partir
das discussões cientificas que o tema passou a realmente ser disseminado para
todas as classes, passando de uma fala empresarial e política para uma demanda
social. Na própria história brasileira a influencia dos estudantes foram de suma
importância para a nação, e por que não falar de R.S.E. nas faculdades, sendo
essas grandes formadoras de opinião e geralmente engajadas em movimentos
sociais.
O terceiro paradoxo da R.S.E. é ser vista como caridade das empresas para a
sociedade, principalmente pelo fato de grande maioria das organizações estarem
24
situadas as margens de bairros carentes. Esse paradoxo pode ser um dos mais
polêmicos a serem relatados, visto que, as empresas impactam diretamente na vida
das pessoas que residem próximas a ela. Em suma, as organizações tratam esses
programas como ajudas ou doações feitas a comunidade, quando na verdade esses
programas tendem a maquiar os impactos causados por suas atividades produtivas
e pelo modelo falho de gestão dos recursos naturais utilizados.
Segundo Canopf, Passador e Passador (2005) a responsabilidade social é
vista como uma obrigação legal, outros tem uma visão mais distorcida ainda, vendo
a responsabilidade social como caridade. Os autores completam dizendo que as
empresas como membros da sociedade devem ter uma participação efetiva e
responsável dentro da comunidade.
O quarto paradoxo da R.S.E. é a participação da sociedade, item pouco
discutido sobre a ótica das responsabilidades. A sociedade não só tem, como deve
participar, auditar e fiscalizar as ações das empresas. As próximas gerações só
terão um futuro mais prospero se as comunidades se inserirem dentro das
discussões da R.S.E., isso é dever da sociedade civil, não somente das
governanças publicas. A sociedade precisa ser mais proativa, buscar seus direitos e
impor suas opiniões.
Vinha (2003) aborda uma visão que a responsabilidade social é um marco
para a sociedade, pois esta deve aprender a controlar (assim como o Estado) as
ações tomadas pelas empresas. Esta opinião enfatiza a verdadeira função/obrigação
da sociedade em reivindicar seus direitos como ser humano, ou seja, o direito a
preservação e qualidade de vida são de todos. A sociedade não deve somente
esperar que as empresas façam sua parte, ela deve buscar interação com as
organizações a fim de defender seus ideais e direitos.
O combate as mazelas sociais não são as únicas responsabilidades das
empresas, pelo o contrário as organizações devem trabalhar em função de seu
crescimento dentro da economia e inversamente proporcional, a diminuição dos
impactos gerados.Ideal este completado por Malafaia (2006) que deixa bem claro
que a responsabilidade social não somente combate a pobreza e a miséria, mais
busca o desenvolvimento social em todas as esferas, não somente a econômica.
Esse desenvolvimento passa pela educação, pelo respeito ao meio ambiente e as
gerações futuras. Sob essa perspectiva são criados vários grupos de proteção
ambiental e proteção aos direitos do homem.
25
Archie Carroll citado por Lourenço (2002) diz que a R.S.E. pode ser dividida
em quatro níveis: O econômico que é o tipo mais encontrado nas organizações, visto
que o lucro é sua principal aspiração. Essa responsabilidade econômica é pura e
simplesmente a produção de bens e serviços que a sociedade precisa, com um
preço que gere lucratividade para a empresa e seus sócios. A responsabilidade legal
é o puro cumprimento da legislação vigente. A responsabilidade ética diz respeito ao
comportamento da sociedade com as organizações, mesmo que isto não esteja
previsto juridicamente. E por fim a responsabilidade discricionária, que Lourenço
(2002 p. 3) define como sendo “uma contribuição social não imposta pela economia,
pela lei ou pela ética”. Esta visão pode ser melhor exemplificada conforme figura
abaixo:
Figura 1. Os quatro níveis de responsabilidade social
Fonte: LOURENÇO (2002 p.2)
Nessa discussão entra o quinto paradoxo da R.S.E, visto que, a
responsabilidade econômica é a mais simples a ser assegurada pelas organizações,
mesmo porque esta responsabilidade e fator fundamental para a manutenção das
empresas e dos lucros de seus acionistas, em conjunto também trabalha-se a
responsabilidade legal que também é fundamental para a funcionalidade das
26
organizações. Até esta faze as empresas estão sendo coniventes com seus
interesses absolutos.
O paradoxo se dá quando fala-se do todo da pirâmide, a começar pela
turbulenta discussão sobre Ética nas organizações. A primeira pergunta que surge é
se existe Ética nos negócios, e principalmente nas relações empresa/comunidade.
Nos casos de empresas com um índice de emissões de grande quantidade de
poluentes, essa relação Ética pode cair por água abaixo quando a empresa não
divulga os verdadeiros riscos de suas atividades produtivas. Fato que não só se
contradiz a Ética, mas também a a própria responsabilidade legal,que é item básico
da pirâmide.
Esse paradoxo fica ainda mais eminente quando fala-se em responsabilidade
discricionária, pois a que ponto uma organização pode contribuir para a qualidade de
vida de alguém? Principalmente das comunidades mais próximas a ela? Acredita-se
que programas sociais, cestas básicas e outras atividades bastante duvidosas
amenizam os impactos gerados. Mas essas ações são contraditórias a Ética e
principalmente ao conceito de R.S.E., que por Canopf, Passador e Passador (2005)
e pode ser melhor observada no quadro 2:
Tipo de abordagem Características Autores
O fenômeno da moda é um comportamento temporário que melhor se encaixa para a situação.
Sproles (1985) Responsabilidade
Social como Modismo A moda é uma espécie de retrato que como é o tempo
e a sociedade daquele momento Tomei e Lerner (1997)
O principio do bem estar social neoliberal Friedman (1988)
A organização deve cumprir objetivos próprios e os da sociedade
Friedman (1988)
Empresa-cidadã é uma necessidade do mercado globalizado
Soares (2002)
Liberais, Neoliberais e
Afins
A empresa ética, ou seja, socialmente responsável é vista como a solução no mundo corporativo para as pressões do mundo dos negócios.
Canopf, Passador e Passador (2005)
27
(continuação)
Tipo de abordagem Características Autores
Apesar do lucro ser a principal função ética do gestor, este deve agora alcançá-lo de acordo com as novas demandas da sociedade estando de acordo com os novos objetivos sociais do mundo corporativo.
Soares (2002)
Os stakeholders influenciam e sofrem influencias devendo ser tratados como investidores ou tomadores de decisão.
Sousa e Almeida (2003)
As empresas são as responsáveis pelo esfacelamento da identidade das pessoas e conseqüentemente da sociedade.
Freitas (1997)
Apoio a movimentos culturais e a ecologia são atitudes cidadãs das empresas. Freitas (1997)
Legitimação Social
A sensibilidade social já está institucionalizada dentro das organizações, e o não cumprimento acarretará na perda dos clientes.
Ventura (2003)
Preocupação com o outro e com as gerações futuras. Srour (1998)
Questão Ética Ética como fator fundamental para a sobrevivência das organizações.
Srour (1998)
A responsabilidade social deve estar alinhada aos objetivos estratégicos da empresa.
Ashley, Coutinho e Tomei (2000) Responsabilidade
Social Corporativa
A simples reprodução de uma idéia não contribui para a formação de uma sociedade melhor.
Canopf, Passador e Passador (2005)
Quadro 2: Cinco abordagens de R.S.E.
Fonte: Adaptado de Canopf, Passador e Passador (2005)
O quadro 2 evidencia a importância de boa parte dos conceitos que permeiam
a R.S.E em diferentes tempos e abordagens. Iniciando toda uma discussão sobre a
RS.E. como modismo, que é uma visão muito polêmica que pairou sobre o as
organizações durante muito tempo, até que a sociedade começou, mesmo que
discretamente, a participar as discussões sobre a ótica das responsabilidades.
As demais abordagens colocam os stakeholders (sociedade) com centro das
atenções, mais será que realmente funciona assim? É o que a abordagem sobre a
28
Responsabilidade Social Corporativa cita como os stakeholders como periféricos as
ações organizacionais.
Ainda sobre as discussões quanto a responsabilidade social, Montana e
Charnov citados por Lourenço (2002) destacam outra abordagem sobre o tema.
Essa abordagem se divide assim: Obrigação social, quando a organização toma
uma postura eticamente social, porem procurando o lucro entre essas ações.
Reação social, visão mais passiva, da organização quanto às reivindicações de
grupos como: sindicatos, consumidores e outros. E a sensibilidade Social que a
organização é mais proativa quanto suas ações e responsabilidades. A disposição
desta abordagem pode ser melhor compreendida visualizando a figura abaixo:
Figura 2. As três abordagens da responsabilidade social
Fonte: Archie Montana e Charnov citados por Lourenço (2002 p.3)
Em fim o sexo paradoxo da R.S.E. é quanto a obtenção de lucro sendo
socialmente responsável, discussão dicotômica principalmente quanto aos lucros
obtidos pelas ações sociais. É de estrema relevância citar os incentivos fiscais
concedidos as empresas que mantém algum programa social. Esses incentivos não
seriam pagos com o dinheiro da sociedade que é impactada pelas ações
degradantes das empresas?
Boa parte das empresas ainda não estão preparadas para assumirem esta
visão socialmente responsável, assim cometendo graves erros quando vão se inserir
neste grupo de organizações socialmente responsáveis. Isso muita das vezes é
provocado pela ânsia de atender as exigências do mercado sem antes traçar um
planejamento estratégico, segundo Vasconcelos citado por Lyra (2006) as empresas
29
na ânsia de praticar ações socialmente responsáveis acabam pecando e acordando
para um pensamento estratégico quando é criticada publicamente por praticas em
desacordo ou inadequadas.
2.1.1 - Responsabilidade social Corporativa versus necessidades dos
stakeholders:
Nesse clima de encontros e desencontros, que se sustenta o alicerce da
R.S.E na capacidade de ouvir todos os interesses das diferentes partes, como os
acionistas e os demais stakeholders, na busca da satisfação do desejo de todos.
(MALAFAIA, 2006). Essa busca, ou ideário de se sustentar entre a obtenção de
lucro e a Responsabilidade Social é sem duvida o grande desafio das organizações
modernas.
Cabe a sociedade se organizar, se informar e principalmente se consientizar
que o problema é de todos, não somente das governanças (o que é muito cotado).
Nesta mesma visão a abordagem de Vinha (2003) completa sustentando a
afirmativa que as empresas juntamente com sociedade devem criar alternativas que
solucionem à crise de sustentabilidade.
A sociedade civil se organiza, mesmo que em baixa escala, para disseminar o
conhecimento de seus direitos e deveres, e a importância de todos estarem
envolvidos na busca de um melhor relacionamento com as organizações.
Grandes ONG’s e institutos foram criados para a discussão do assunto,
Lourenço e Schroder (2003) citam o Instituto Ethos quando conceituam R.S.E como
indo alem da postura legal da empresa, significando a mudança da postura com foco
na geração de valores para todos.
As organizações em suma, seguem uma linha de raciocínio de investimentos
em R.S.E. , isso vale dizer que investem primeiro em que mais as convém. Estes
investimentos “na teoria” deveriam ser focados na necessidade de seus
stakeholders, contudo na realidade é visto que na grande maioria dos casos as
necessidades dos stakeholders são deixadas de lado para dar lugar a um jogo de
interesses.
30
Tal fato pode ser visualizado pelo estudo de Costa citado por Teodósio e
Carvalho Neto (2003) que exemplificam os níveis de investimentos sócio-ambientais
privados e onde as empresas preferem investir primeiro. As empresas investem
primeiro internamente, em suas políticas organizacionais, em segundo vem os
investimentos para o publico ao redor da organização e por fim os recursos são
focados para a luta de direitos sócio-ambientais, exemplificados na figura abaixo:
Figura 3. Níveis de investimento sócio-ambiental privado
Fonte: Costa citado por Teodósio e Carvalho Neto (2003, p.6)
A figura 3 exemplifica a realidade quanto ao direcionamento dos
investimentos em R.S.E. das organizações. As empresas mantém grande parte dos
recursos disponíveis dentro da organização, posteriormente investe ainda em seus
ativos, ainda com um enfoque pouco voltado para as suas responsabilidades, como
por exemplo instalar filtros em chaminés, coisa que geralmente é feita não pela
preocupação com o meio ambiente, mais para cumprimento de normas ou leis.
Somente após imobilizar grande parte dos recursos dentro da organização, as
empresas extrapolam seu parque fabril, e somente então tem os primeiros contatos
com a sociedade civil e com os problemas por ela sofrida. Algumas empresas,
mesmo com toda discussão dobre R.S.E., ainda vêem não viáveis os investimentos
na sociedade.
A visão mais critica da responsabilidade social corporativa ficam por conta de
Lourenço (2002) que evidencia a importância econômica que a organização enfoca
sobre este assunto, pois as empresas investem na responsabilidade social
unicamente pensando no que podem desfrutar (economicamente) destas ações,
31
levantando os possíveis retornos para a empresa. No quadro abaixo estão listados
alguns ganhos pleiteados pelas organizações, destacando principalmente o valor se
sua marca.
Tipos de Retorno para a Empresa Efeito das ações socialmente responsáveis
Em imagem e em vendas Fortalecimento e fidelidade à marca e ao produto
Em aumento no valor da empresa Valorização da empresa na sociedade e no mercado
Em publicidade Geração de mídia espontânea
Em tributação Possibilidade de isenções fiscais em âmbitos
Municipal, Estadual e Federal para as empresas
patrocinadoras ou diretamente para os projetos
Em produtividade e pessoas Maior empenho e motivação para os funcionários
Sociais Mudanças comportamentais da sociedade
Quadro 3 .Ganhos empresariais a partir da responsabilidade social
Fonte: Lourenço (2002 p.5)
A busca pelo investimento de retorno, por parte das organizações é um dos
grandes problemas na discussão da R.S.E., pois esse relacionamento com os
Stakeholders não deveriam ser encarados como um negocio, ou investimento na
marca. Assim como é colocado no quadro 3, acontecem em tais ações
“responsáveis”. Se observado, o ganho social é o ultimo da lista, e o melhor quando
comparado aos demais.
As ações das empresas não vão mudar o comportamento da sociedade, o
máximo que pode ocorrer é a mudança de opinião, principalmente das pessoas com
menor conhecimento e grau de escolaridade. Tal vez por isso os investimentos das
empresas são em sua grande maioria realizados em bairros com baixa infra
estrutura e de classes muito baixas, caracterizando muita das vezes como doações.
Hoje as organizações estão mais suscetíveis ao propósito, e quanto ao
continuo crescimento, é explicito o desenvolvimento de literaturas e estudos sobre a
responsabilidade social, que deixa de ser um ato filantrópico e passa a ser
ferramenta competitiva. (ASHLEY, COUTINHO E TOMEI, 2000)
O movimento de responsabilidade corporativa juntamente com a abertura das
empresas para a sociedade cria a necessidade de um informativo do que e quanto
32
se investe em ações sociais, cria-se então o balanço social que contabilmente se
demonstra todo investimento em tal área. No Brasil os primeiros balanços foram
publicados em 1991 e daí por diante foi adotado por um crescente número de
empresas mesmo sem ser obrigatório. (MALAFAIA, 2006)
Essa necessidade de um modo de controle ou exposição dos investimentos
partiu das empresa que precisavam de expor seus investimentos e as áreas que
eles estavam sendo aplicados. Cria-se uma visão muito controversa sobre esses
balanços, principalmente por ele não ser voltado a sociedade civil, mais sim para
relações de negócios, principalmente internacional.
Estes balanços hoje são usados por grande parte das industrias como
instrumento de marketing societal, ou seja, não é dada a devida importância a esse
que futuramente pode ser um instrumento de sustentabilidade responsável entre as
empresas.
Malafaia (2006) critica a falta de veracidade dos balanços, tornando-os
ferramentas mercadológicas, outra critica é que este balanço é voltado para o
conhecimento da sociedade sobre o avanço social que as empresas tem durante o
ano, porém com uma linguagem contábil que grande maioria das pessoas não
entendem, a informação que era de muitos agora para a ser de poucos.
Citado este lamentável fato, é importante colocar que uma das vertentes da
R.S.E é levar ao conhecimento de seus diversos stakeholders suas intenções e
investimentos a serem feito. Porem esbarrar ou se aproveitar da falta de
conhecimento da grande maioria da população trás lacunas nessa responsabilidade
que para muitos pode ser vista como uma maquilagem e/ou instrumento de
impedimento para aqueles que se beneficiariam com algumas medidas citadas no
balanço ambiental. A sociedade deve por sua vez tomar conhecimento destas
ações, Vinha citada por Malafaia (2006) afirma que o problema é de todos, a
sociedade, as empresas e o poder publico devem se unir em uma única esfera, em
um único objetivo.
Grupos com ONG, associações de moradores e até mesmo grupos
independentes devem fazer frente as empresas um dialogo justo e que mostre
verdadeiramente sua força e seus objetivos. Segundo Lourenço (2002) as partes
interessadas estão fazendo maior pressão sobre as empresas, influenciando-as na
visão do que realmente é a responsabilidade social empresarial.
33
Esse gerenciamento das variáveis sócio-ambientais também pode ser
chamado de gestão ambiental, que por sua vez procura o equilíbrio ecológico e o
desenvolvimento econômico. Esta gestão tem como objetivo traçar, organizar e
executar objetivos pré definidos em convergência com a comunidade interessada, os
stakeholders. (CARNEIRO, 1993)
As reivindicações são geralmente feitas por grupos ambientais e pelo poder
publico que representa o objetivo comum de uma maneira mais formal um grande
número de stakeholders, não somente de um pequeno nicho.
Este objetivo comum tão falado no desenvolvimento sustentável deve partir
das organizações para com a sociedade minimizando conflitos para que ambas as
esferas (social e empresarial) trabalhem em um único “norte”, o de preservar os
recursos para as gerações futuras. (MALAFAIA, 2006).
O trabalho das stakeholders é verificar e fiscalizar se as ações estão sendo
cumpridas. Este grupo tem grande influência, pois são verdadeiros formadores de
opinião, motivo pelo qual as organizações dedicam tal respeito.
Um fato muito relevante quanto ao relacionamento empresa/Stakeholders é a
ausência de pesquisas que os envolva nas tomadas de decisões junto as
organizações. Grande parte dos trabalhos realizados pelas empresas não são
pesquisados junto as comunidades. Infelizmente fica-se bem claro que a intenção
das empresas não é a R.S.E. somente, mais sim a busca por resultados.
Os indicadores de produção sustentável segundo Lyra (2006) avaliam os
aspectos de interesse e retornos organizacionais sobre as praticas sociais
praticadas pelas organizações. Não existe um indicador que busque os
Stakeholders, que levante sua percepção sobre o trabalho da organização, muitas
vezes só é usado como objeto de mensuração a reputação e a aceitação da
organização por parte da sociedade como um todo, não do grupo de Stakeholders
mais próximo.
Outro tema a ser abordado dentro de R.S.E. é o conceito de cidadania
empresarial. Segundo Ashley, Coutinho e Tomei (2000) um erro comum é as
pessoas dizerem que responsabilidade social corporativa é sinônimo de cidadania
empresarial, na verdade a cidadania empresarial é um dos itens que compõem a
responsabilidade social corporativa. Ainda sobre o assunto Ashley, Coutinho e
Tomei (2000) citam uma reunião que Bill Clinton realizou em 1996 com lideres
trabalhistas, empresários e estudantes. Nesta reunião Clinton destaca cinco
34
princípios da cidadania empresarial: ambientes de trabalho favoráveis, saúde e
plano de previdência, segurança no trabalho, investimento nos empregados e
parceria com os empregados.
Quando fala-se em cidadania empresarial as organizações focam em
pensamentos intra-organizacionais, geralmente voltados para seus funcionários. Na
verdade tal conceito aplica-se em um ambiente macro-organizacional, ou seja, com
todos os elementos fundamentais para a organização (seus Stakeholders).
Ashley, Coutinho e Tomei (2000) criticam tais princípios da cidadania
empresarial, pois esses princípios da cidadania empresarial deve ser mais
relacionados as dimensões e relações com os stakeholders
2.1.2 - Responsabilidade social e suas abordagens :
Dias e Teodósio (2006) apresentam quatro abordagens sobre o
questionamento ético e social das empresas. Estas abordagens não constituem um
campo de pesquisa independente assim como na teoria dos stakeholders.
A primeira abordagem é a Neoclássica que segundo Dias e Teodósio (2006)
define a responsabilidade social como sendo ações que tem como interesse o
aumento da lucratividade dos acionistas respeitando a legislação. Esta abordagem
defende o repasse dos custos com projetos sociais para seus clientes ou até para a
sociedade.
A abordagem da ética empresarial é composta por valores morais e
permeada pela ética. Para esta abordagem ser socialmente responsável é um dever
de todos. Esta abordagem é de caráter filosófico e pode ser resumida como
permeada de caráter normativo. (DIAS e TEODÓSIO, 2006)
A abordagem de negócios e sociedade é contratual, ou seja, ela diz que as
empresas para se legitimar perante a sociedade devem cumprir determinadas
funções sociais. Quanto maior o poder de uma organização maior é sua rede de
stakeholders, os impactos que ela pode causar, e a demanda que ela atue na
amenização destes impactos. (DIAS e TEODÓSIO, 2006)
35
Enfim a abordagem da gestão de questões sociais que trabalham na gestão
estratégica as os diversos problemas sociais a serem tratados pelas organizações.
Sugere implicitamente a médio e longo prazo que tudo que é bom para a empresa é
bom para a sociedade.
2.2 – Importância dos Stakeholders para a gestão empresarial e a RSE:
Os Stakeholders são as pessoas interessadas direta ou indiretamente nas
atividades empresariais, ou seja, quem estabelece uma relação com alguma
organização. Essa relação pode ser como cliente, fornecedor e como comunidade
(pessoas que são impactadas com as atividades industriais).
Segundo Daft citado por Lourenço (2002) os Stakeholders são grupos
internos ou externos as organizações interessadas em seu bom desempenho, sendo
que cada Stakeholder tem um modo particular de ver este desempenho, mesmo
sendo os interesses iguais ou divergentes. As empresas incluíram em suas
estratégias o relacionamento com os stakeholders. (VINHA, 2003). Para Savage
citado por Lyra (2006) os stakeholders são indivíduos ou grupos que tem interesse
nas ações de uma determinada empresa e que tenha habilidade para influenciá-la.
O grupo formado pelos Stakeholders deve ser observado pelas organizações,
são detentores de importantes informações, e são demandantes de investimentos
por parte das organizações. Investimentos esses para manter uma boa relação e
confiabilidade, como por exemplo os clientes e a sociedade como um todo.
Os stakeholders estão cada vez mais informados, pois o processo educativo
político e ambiental está cada vez mais ganhando fortes proporções, deste modo
essa comunidade interessada está ganhando novos e importantes adeptos, pessoas
ou ONG’s (Organizações Não Governamentais) que fazem seu papel como
cidadãos e buscam seus direitos, mostram suas necessidades para as
organizações. (CARNEIRO, 1993).
As esferas sociais influenciam em todo o processo decisório organizacional,
sendo de suma importância de as organizações conhecerem profundamente seus
stakeholders, que por sua vez são peças estratégicas para o sucesso empresarial.
36
Os principais stakeholders podem ser facilmente visualizados na figura abaixo, onde
Rosseto (1997) faz uma menção de quais os envolvidos em um processo decisório.
Figura 4. Stakeholders envolvidos em um processo decisório
Fonte: Rosseto (1997, p. 112)
As decisões organizacionais devem ser tomadas levando em conta os
diversos Stakeholders envolvidos. Quanto aos Stakeholders cabe a
responsabilidade de controlar e cobrar ações das empresas, principalmente quanto
se trata da participação dentro da sociedade. As empresas também fazem parte dos
atores sociais e devem sim participar e buscar ativamente os interesses sociais.
A sociedade está cada vez mais controlando e fiscalizando o trabalho das
empresas, como prova disso é o crescente número de organizações querendo
divulgar suas ações sociais para a comunidade, principalmente através de grandes
meios de comunicação em massa. A boa imagem organizacional é de grande valia.
(MALAFAIA, 2006).
Ainda segundo Malafaia (2006) o dialogo com os Stakeholders é de grande
importância, pois são estes que vão levantar ou não a marca e o nome da empresa,
é através deste dialogo que as organizações reservam verbas e criam metas para se
tornar legitima esta relação. Segundo Martinelli citado por Malafaia (2006) as
empresas esperam assim ganhar credibilidade e possivelmente competitividade.
37
As empresas devem divulgar a importância desses investimentos e fazê-los
de fato, sendo assim, a organização deve fazer com que seus Stakeholders
acreditem que para ter um ambiente ameno e estável, que essa relação seja menos
conflituosa possível.
Quanto às empresas estas devem utilizar de todas as formas possíveis
quanto à relação com os stakeholders, utilizando seus funcionários e mostrando que
o relacionamento com a comunidade é importante para a organização. Sempre que
possível estimular para que estes participem de programas voluntários nas
comunidades, desde que não interfira na execução de suas tarefas. (GARCIA, 2002)
Do mesmo modo que qualquer empresa luta por seus direitos, por isenções
de impostos, em fim, os Stakeholders devem lutar, dever fazer jus de sua
importância. Os Stakeholders devem se manter não em uma posição de guerra, mas
devem estar voltados para seus direitos e deveres, principalmente como sociedade.
Lourenço (2002) afirma que os stakeholders são uma espécie de sócios que
não só tem, mas deve esperar retorno das empresas, eles devem levantar suas
reivindicações, fundamentá-las e posteriormente averiguar se tais “promessas”
foram cumpridas. “empresa e o empresário que tratam os seus stakeholders com
negligência podem sofrer importantes perdas empresariais” (LOURENÇO, 2002. p.
6).
De acordo com Queiroz (2005) a preocupação com os princípios éticos, e é
claro com os Stakeholders é necessária para estabelecer critérios e parâmetros para
quer as atividades empresariais possam ser chamadas de socialmente
responsáveis. Esta preocupação não é somente econômica, mais também quanto
ao respeito à ética, valores e cultura. Os Stakeholders devem ter seus direitos
preservados.
Ainda sobre o conceito de Stakeholders é importante dizer que são indivíduos
de todas as classes e etnias, essa diversidade deve ser respeitada e compreendida.
Queiroz (2005) afirma que é crescente a necessidade de uma boa relação com
funcionários, clientes, enfim com todas as partes interessadas. A autora coloca que
está relação de boa relação se expande para outras camadas e porque não dizer
que o mundo é um Stakeholder.
38
2.2.1 – Tipos de stakeholders:
Segundo Nunes (2009) existem sete tipos de stakeholders, sendo assim
divididos: Stakeholder adormecido é Aquele que tem poder para impor sua vontade
nas não o usa, Stakeholder arbitrário é aquele que possui legitimidade mas não
influencia a empresa (falta poder de influencia), Stakeholder dominante é aquele que
tem influencia e poder, Stakeholder perigoso é aquele que usa medidas extremas
para tentar legitimas o poder que não o pertence (muitas vezes por meio de
violência), Stakeholder dependente é aquele que tem legitimidade porem usa um
outro Stakeholder para levar suas reivindicações e enfim o Stakeholder definitivo
que nada mais é aquele que sabe, reivindica e legitima seu poder sempre que
possível.
Os Stakeholders vistos e avaliados de tal forma mostram-se importantes e
decisivos no futuro de uma organização. Esta por sua vez deve levantar quais são
seus Stakeholders e mapeá-los, Teodósio (2009) apresenta o seguinte esquema:
Figura 5: Distribuição de Stakeholders
Fonte: Notas de aula de Teodósio (2009).
39
Verificando tal modelo proposto, os Stakeholders mais impactados ficam na
franja, ou seja o grau de importância destinado a tais grupos é muito menor do que
realmente demandam.
Segundo Teodósio (2009) o modelo proposto na figura 5 exemplifica todos os
stakeholders alocando-os em grupos. O interessante é que os grupos foram
formados conforme a necessidade de cada Stakeholder, ou seja, são alocados
conforme seus interesses. Teodósio (2009) coloca este modelo como a abertura das
empresas para os stakeholders de franja, ou seja, aqueles que estão na borda da
periferia.
2.2.2 – Diálogo com os stakeholders:
Vendo a veemente importância dos Stakeholders as organizações estudam a
necessidade de se estabelecer um melhor dialogo com este grupo, no intuito de
diminuir a probabilidade de confrontos entre as partes. Setores específicos são
criados, profissionais são devidamente capacitados para estabelecer melhor dialogo
e conseqüentemente um melhor relacionamento empresa/ Stakeholders.
Sobre o dialogo com os Stakeholders Lourenço (2002) diz que estes estão
mais conscientes do seu papel dentro da sociedade e por sua vez estão fazendo
maior pressão sobre as empresas, e que este fato influi diretamente nos
pensamentos e ações do empresariado sobre o que é verdadeiramente a
responsabilidade social.
Vinha (2003) reforça colocando que historicamente a sociedade vem
cobrando mais das empresas. Malafaia (2006) completa dizendo que a importância
e a atenção que os consumidores dão ao fato, inclusive deixando de observar preço
e qualidade, os consumidores estão aprendendo qual a importância do consumo
consciente, e selecionando na hora da compra as empresas que possuem um
melhor relacionamento com a sociedade.
Os Stakeholders sabendo aproveitar sua importância, pode sim fazer a
diferença, quanto uma determinada organização for tomar qualquer decisão que os
40
envolva. Sabendo utilizar os canais disponibilizados, toda a sociedade estará mais
engajada com as responsabilidades. Principalmente quando todos se
conscientizarem que o problema é de coletivo.
Enfim a sociedade ganha com este diálogo e este “movimento verde” que traz
maior qualidade de vida, maiores garantias futuras. As pessoas ganham com as
empresas investindo no ambiente que as cerca, e acima de tudo, ganham respeito e
voz ativa dentro das organizações. (MALAFAIA 2006)
Após analise dos conceitos citados, pode-se resumir todo o conteúdo deste
referencial teórico conforme o esquema apresentado na figura 6. Este esquema
mostra de forma simplificada a relação dos conceitos de desenvolvimento
sustentável e os stakeholders, quais as técnicas que as empresas utilizam para
chegar até a comunidade. E o que as empresas esperam receber como resposta da
sociedade (feedback).
Figura 6: Esquema referencial teórico
Fonte: Elaborado pelo autor em 2009.
41
As organizações estão inseridas entro das comunidades, ou seja, também
são atores sociais, cuja participação torna-se fundamental para manutenção das
necessidades sociais. Na figura 6 observa-se que as empresas mantendo um
trabalho de comunicação e interação com seus Stakeholders através de vários
métodos como o de R.S.E. ou até quanto uma gestão ambiental suficiente, recebe
da sociedade um feedback que será o maior termômetro dos seus trabalhos e
projetos.
Essa relação deve ser criada em um ambiente baseado na Ética, no dialogo
aberto e nas relações de respeito mutuo. O quadro atual da R.S.E. e preocupante,
pois as organizações estão muito mais preocupadas com o retorno financeiro de
seus investimentos, do que o retorno positivo de suas ações responsáveis.
A figura 6 mostra a relação das empresas com seus stakeholders e a relação
de troca entre as partes, que segundo Ashley, Coutinho e Tomei (2000) o conceito
de responsabilidade social vem focando a cada dia mais na relação com
Stakeholders. Daí a receptividade das empresas pelo tema de cidadania
empresarial.
42
3 – ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS:
A presente pesquisa adotou metodologia de enfoque qualitativo, visto que
segundo Godoy (1995a) este tipo de pesquisa proporciona ao pesquisador um
contato direto com a realidade estudada, e que deve ser usado quando o mesmo
tem uma visão clara e objetiva sobre seu objeto de estudo. A pesquisa qualitativa é
valida assim como a quantitativa, podendo até levantar dados quantitativos, porém a
diferença entre as duas é que a pesquisa qualitativa não mede os dados estudados.
(GODOY, 1995a)
A pesquisa de campo foi realizada em forma de um estudo de caso, que por
Godoy (1995b) é um tipo de pesquisa que tem como objetivo uma análise
aprofundada e uma visão detalhada sobre o ambiente ou situação pesquisada. O
estudo de caso tem por objetivo a convivência do pesquisador com seu objeto de
pesquisa. Esta proximidade proporciona uma melhor análise e possíveis soluções
para os problemas levantados.
Ainda sobre estudo de caso, Filho (1984) diz que este tipo de pesquisa
permite um maior aprofundamento e visa uma compreensão de processos. A
escolha desta metodologia foi diretamente influenciada por essas idéias de maior
aprendizado e conseqüentemente maior interação com a realidade atual.
O caso estudado é da Refinaria Gabriel Passos (REGAP) da Petrobrás que
está em Betim a trinta e um anos. Com o surgimento da REGAP , houve um
importante crescimento populacional e econômico na região, passando de área com
fortes traços rurais para um núcleo de alta densidade urbana, ocupando a posição
de segunda economia do Estado de Minas Gerais. Grande parte deste crescimento
deve-se a instalação da refinaria.
Ao redor da refinaria cresceram grandes comunidades como os bairros
Petrolina, Cascata, Ouro Negro (em Ibirité e Sarzedo respectivamente), em Betim
aconteceu o surgimento do bairro de classe media baixa denominado Petrovale, ao
redor da refinaria. Este estudo será mais focado no Petrovale pois é o mais próximo
da empresa e possivelmente o mais impactado. O bairro Petrovale, segundo dados
da regional PTB anexo 2, tem cerca de cinco mil moradores, sendo considerado um
bairro muito populoso, podendo este fator ser de grande importância na coleta de
dados. Sobre este universo foi retirada uma amostra não probabilística por
43
conveniência de vinte e quatro moradores que participam efetivamente das reuniões
da associação de bairro. Outro fator é que a refinaria mantém um programa de ajuda
a comunidade mais carente do bairro, segundo a associação de moradores este
programa é paliativo com o programa federal Fome Zero. Yin citado por Teodósio
(2000) diz que o estudo de caso ajuda na compreensão de um determinado
fenômeno, seja ele organizacional ou social.
Ainda analisando os stakeholders, a empresa possui 1000 funcionários
diretos e 1000 indiretos, sendo que em períodos de parada para manutenção este
número pode dobrar. São muitos stakeholders envolvidos direta ou indiretamente
com a refinaria.
Segundo Teodósio (2000) este tipo de pesquisa tem sido muito usada na
Administração, um outro incremental é que este tipo de estudo envolve uma serie de
técnicas de coleta de dados como entrevistas, aplicação de questionários e analise
documental.
Para o levantamento de dados primários foram feitas entrevistas com o gestor
responsável pelas áreas sociais e ambientais da REGAP, sendo extraído o máximo
de informações sobre o que a unidade da Petrobras faz para combater os possíveis
impactos sofridos pelas comunidades vizinhas, em especial ao bairro estudado.
Foram também temas de entrevistas as ações de conscientização (sobre poluição,
emergências e impactos) que a empresa desenvolve para com a comunidade. Junto
aos moradores foram levantados, através de questionários, quais são os maiores
impactos sofridos (positivos e negativos), o que estes esperam da empresa e qual o
grau de importância que os mesmos dão a atividade da empresa. Junto a gestora da
regional foi feito uma entrevista levantando a percepção dos moradores quanto aos
problemas enfrentados.
Após a coleta de dados foi utilizada a análise dos conteúdos que segundo
Godoy (1995b) se divide em três fases: Pré-análise, exploração do material e
tratamento dos resultados. Após feita a pré-analise onde se separa o material mais
relevante para a pesquisa, a exploração do material que é exatamente o estudo
aprofundado sobre o material coletado e por fim o tratamento dos resultados que
pode ser tanto quantitativo quanto qualitativo. No presente trabalho foi explorado
com mais veemência os dados qualitativos. Quanto à relevância teórica do estudo
Teodósio (2000) diz que só acontece quando a teoria é confirmada por um ou mais
44
casos. Outra advertência que Teodósio (2000) coloca é quanto ao erro que o
pesquisador pode cometer, quando não verifica a fidelidade e segurança dos dados.
Quanto à acessibilidade dos dados Godoy (1995b) deixa explícito que pode
haver dificuldades no acesso as informações, principalmente se as mesmas forem
de cunho pessoal ou particular, nestes casos é recomendado fazer uma pesquisa
com amostra menor. No caso estudado houve resistência por parte da organização
em fornecer alguns dados, pois o tema é polêmico geraa atrito entre as partes.
Quanto à ocorrência de fatores que prejudicariam a investigação, é importante
destacar que dado ao fato de ser uma comunidade carente e de pouco grau de
instrução, vários tipos de resistência poderiam se manifestar na interação com o
pesquisador. No entanto, a elaboração dos questionários e entrevistas levaram em
conta o grau de conhecimento e de escolaridade da população pesquisada, a fim de
reduzir o risco de dupla interpretação por parte dos pesquisados, bem como o
pesquisador procurou estabelecer um relacionamento próximo, aberto e franco junto
aos indivíduos investigados, mitigando a probabilidade de ocorrência dessas
problemas, que acabaram por não acontecerem de forma evidente e/ou significativa
na investigação. Além disso, o pesquisador acessou também boa parte das
informações necessárias junto a associação existente, a regional PTB anexo 2,
dentro do bairro Petrovale, como forma de cruzar os dados e aumentar a
confiabilidade das informações colhidas em campo.
3.1 – INVESTIGANDO OS DESAFIOS DA R.S.E DA PETROBRA S:
A primeira entrevista foi realizada com a gestora da área de relacionamento
com a comunidade, a entrevistada 1 trabalha a 17 anos na REGAP, na função atual,
a entrevistada tem 7 anos. Tempo este que se mostra relevante para a pesquisa,
visto que a entrevistada detém bastante conhecimento sobre a relação comunidade
empresa.
Foram levantados em forma de questionário a percepção dos consumidores
betinenses quanto a Petrobras e ao bairro Petrovale. O universo pesquisado foi os
alunos de Administração da PUC Betim, visto que o curso proporciona debates e um
45
maior conhecimento sobre responsabilidade social. A amostra foi de 50 (cinqüenta)
alunos, ou seja, 10 (dez) por cento do universo de 500 estudantes.
Tabela 1: Faixa etária dos clientes respondentes
ITEM FREQ. ABSOLUTA FREQ. RELATIVA
17 ├─ 20 6 12%
20 ├─ 24 14 28%
24 ├─ 28 12 24%
28 ├─ 32 6 12%
32 ├─ 36 2 4%
36 ├─ 40 6 12%
40 ├─ 48 2 4%
Acima de 48 2 4%
TOTAL 50 100% Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
A amostra entrevistada pelo fato de ser em um curso universitário não causou
surpresas quanto a faixa etária ficando 28% dos respondentes com idade entre 20 à
23 anos pelo menos. Item que refletiu no levantamento do estado civil dos
respondentes, 72 por cento são solteiros (ver gráfico 1).
Gráfico 1: Estado civil dos Clientes
24%
72%
2% 2%
Casados
Solteiros
Viuvo
Separado
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Quanto a divisão dos gêneros as mulheres predominaram com 72 por cento
(ver gráfico 2).
46
Gráfico 2 e: Gênero dos Clientes
72%
28%
Feminino
Masculino
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Outro fato relevante é a faixa salarial da amostra, visto que como
consumidores o poder aquisitivo é de fundamental importância quanto a escolha no
ato da compra ou contratação de um serviço.
Tabela 2: Faixa salarial dos clientes respondentes
ITEM FREQ. ABSOLUTA FREQ. RELATIVA
01 ├─ 03 Salários 17 34%
03 ├─ 05 Salários 16 32%
05 ├─ 07 Salários 7 14%
Acima de 07 Salários 6 12%
Não responderam 4 8%
TOTAL 50 100% Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Como observado, 34 por cento da amostra tem salários que variam entre 1 a
2 salários e 32 por cento com 3 a 4 salários, isso vale dizer que a maioria dos
consumidores respondentes são de classe média, fator relevante para o resultado
da pesquisa podendo refletir quanto a percepção de impacto econômico e social que
a Petrobras trouxe para Betim.
A segunda entrevistada foi a líder de bairro (Regional Petrovale), que foi
escolhida pelo pesquisador pois tem um alto grau de conhecimento sobre o assunto
abordado e ao fato dela ser moradora do Petrovale a dezenove anos. A entrevistada
2 participa de ações comunitárias desde que mudou para o bairro. Fatos muito
relevantes a pesquisa, visto que, a entrevistada 2 participou ativamente tanto dos
programas, quanto das negociações com a REGAP.
Quanto aos moradores do bairro Petrovale foi aplicado um questionário a 24
pessoas residentes no bairro, esse questionário foi aplicado em uma reunião
realizada na regional PTB anexo II Petrovale. A escolha da amostra se dá ao fato
47
que os moradores respondentes teoricamente são os mais interessados no
desenvolvimento do bairro, visto que propuseram a participar de tal reunião.
Tabela 3 Faixa etária dos moradores respondentes
ITEM FREQ. ABSOLUTA FREQ. RELATIVA
17 ├─ 20 4 17%
20 ├─ 25 0 0%
25 ├─ 30 1 4%
30 ├─ 35 5 21%
35 ├─ 40 6 25%
40 ├─ 45 3 13%
Acima de 45 2 8%
Não responderam 3 13%
TOTAL 24 100% Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
A amostra pesquisada possui uma característica muito importante e de total
relevância para a pesquisa, 25% das pessoas estão entre 35 a 39 anos. Como um
todo, averigua-se um maior esclarecimento e uma opinião mais formada sobre o
tema pesquisado. A faixa etária predominante (35 a 40 anos) traz maior
confiabilidade a pesquisa, visto que, os moradores não somente responderam, mas
também se interessaram pelo assunto
Gráfico 3 Estado civil dos moradores respondentes
62%
38%
Casados
Solteiros
Tabela 4 Gênero dos moradores respondentes
ITEM FREQ. ABSOLUTA FREQ. RELATIVA Feminino 22 92% Masculino 2 8%
TOTAL 24 100% Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
48
Gráfico 4 Media de filhos por moradores respondentes
29%
25%
38%
8%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
Não tem filhos
1 ├─ 3
3 ├─ 7
7 ├─ 9
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
A pesquisa foi realizada em uma reunião comunitária, onde percebe-se uma
presença massiva das mulheres como principais interessadas em discutir sobre os
assuntos da comunidade, 92 por cento da amostra são mulheres. Outro item
relevante é o fato de 62 por cento da amostra ser composta de pessoas casadas,
com média de 3 a 6 filhos (38 por cento). Isso vale dizer que são pessoas
preocupadas com o futuro de seus descendentes, ou seja, o futuro de seus filhos.
Por outro lado mostra um dos grandes problemas enfrentados pela região, um forte
crescimento demográfico desordenado. Fato comum em locais de baixo nível de
renda e escolaridade.
Tabela 5 Tempo em que habitam no Petrovale
ITEM FREQ. ABSOLUTA FREQ. RELATIVA
07 ├─ 14 anos 9 38%
14 ├─ 21 anos 13 54%
21 ├─ 28 anos 0 0%
28 ├─ 35 anos 2 8%
TOTAL 24 100% Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
49
Gráfico 5 Grau de escolaridade dos moradores
13%
41%
13%
20%
13%1a. ├─ 5a. Serie ensinofundamental
5a. ├─ 9a. Serie ensinofundamental
Ensino médio incompleto
Ensino médio completo
Não responderam
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Item que merece destaque é que 54% dos entrevistados moram de 14 a 20
anos no bairro Petrovale, característica essa que reflete quanto às analises de
desenvolvimento do bairro, relação e negociação com a refinaria, impactos sofridos
ao longo dos anos e a analise que como se sentem sendo Stakeholders da REGAP.
Outra característica que merece destaque é que a maioria dos moradores (41 por
cento) possuem apenas de quinta a oitava serie do ensino fundamental,
comprovando o gráfico 2 quanto as famílias com mais números de filhos geralmente
terem menor formação escolar.Item no qual pode ser colocado como um problema
na discussão com a REGAP, já indicado por Malafaia (2006) que diz que os
balanços ambientais divulgados pelas empresas contém uma linguagem contábil, e
que somente pessoas com um bom grau de conhecimento saberão interpretá-los.
50
4 – ANALISE DOS DADOS:
4.1 – CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO:
A Petrobras é uma empresa brasileira de exploração e beneficiamento de
petróleo, líder nacional em seu ramo de atuação e uma das maiores empresas
petrolíferas do mundo. Hoje a empresa é respeitada internacionalmente pelo
importante know how em seu principal ramo de atuação, a extração e refino do
petróleo. (PETROBRAS, 2009)
Para analisar tal empresa se faz necessário um breve comentário sobre sua
história. Empresa fundada em 1953, foi monopolista na atuação de extração e refino
de petróleo no país até o ano de 1997. A empresa tem como referência seu continuo
crescimento, econômico e físico. Hoje a Petrobrás torna o Brasil auto-sustentável
quanto ao consumo de petróleo e derivados. (PETROBRAS, 2009)
Atualmente a empresa mantém 15 refinarias, sendo 11 dentro do país e 4 em
terras internacionais. Argentina, Japão e Estados Unidos são as nações que
abrigam tais refinarias. A empresa vem recebendo diversas premiações e títulos de
empresa mais sustentável e responsável socialmente.
A Petrobrás é conhecida pela população como um todo, por ser uma empresa
preocupada com o social, com a economia e com a ecologia. Diversos programas
são lançados anualmente com a premissa de desenvolvimento sustentável. Projeto
Peixe-Boi, Agenda 21, Ação e Cidadania são alguns desses projetos que a empresa
mantém ou patrocina.
O “carro-chefe” de qualquer campanha de divulgação é a Responsabilidade
Social, até em seu balanço anual, a empresa deixa explicito seus investimentos em
tal área, sendo também uma das empresas brasileiras que mais investem em
esporte, independente da modalidade.
Das refinarias em solo brasileiro, a REGAP é a sétima em capacidade
instalada, ou seja, capacidade de refino de petróleo. A REGAP movimenta cerca de
1,26 bilhões de Reais por ano somente com impostos (ICMS), tendo atualmente 31
51
anos de efetivo funcionamento. Cerca de 80% da refinaria fica localizado em Betim,
os 20% restantes se dividem entre Ibirité e Sarzedo. (PETROBRAS, 2009)
A refinaria possui vários programas sociais, como a exemplo de outras
refinarias e um trabalho com as comunidades mais próximas. Assistências como
cursos profissionalizantes, eventos culturais e treinamentos são algumas das
atividades desempenhadas com as comunidades vizinhas.
4.2 – ANALISE DOS DADOS DE CAMPO:
4.2.1 – Questionário aplicado nos moradores do bair ro Petrovale:
Sobre os questionários aplicados aos moradores do bairro Petrovale foram
observados uma grande reclamação sobre a exposição ao cheiro de gás, visto que,
67 por cento dos moradores indicaram como maior problema enfrentado pelo bairro
Petrovale é a exposição ao cheiro de gás.
Gráfico 6 Maior problema do bairro Petrovale
0%
0%
0%
4%
4%
25%
67%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%
1
Cheito de Gás
Saúde
Transito de caminhões pesados
Violencia
Poluição sonora
Transporte
Educação
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Á poluição do ar gerada pela REGAP, 71 por cento dos moradores
responderam que o maior impacto sofrido, informação que evidência que as
52
atividades produtivas da Petrobras afeta consideravelmente a comunidade (ver
tabela 6).
Tabela 6 Região X Impacto sofrido
ITEM FREQ.
ABSOLUTA FREQ.
RELATIVA Poluição do ar 17 71%
Poluição Sonora 0 0% Transito de Caminhões 2 8%
Risco de acidentes 5 21% TOTAL 24 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Gráfico 7 Classificação dos moradores quanto a poluição
atmosférica causadas pelas atividade da REGAP
50%
33%
0%
17%
0%0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Insuportavel
Incomoda muito
Não sabem
Incomoda pouco
Não incomoda
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Ainda sobre os impactos causados pela REGAP, os 50 por cento dos
moradores classificaram como a poluição atmosférica sendo insuportável. Com tal
informação pode-se dizer que os moradores se sentem muito afetados com as
atividades da Petrobras, e que este impacto possivelmente é a maior causa de
reclamação e insatisfação dos moradores quanto a empresa.
Na verdade hoje essa questão da poluição é a coisa que mais aflige a gente, mais já melhorou muito a dez / quinze anos atrás era insuportável. Realmente as vezes eles soltam cheiro forte e enxofre., a gente não consegue ficar dentro de casa. Quando você passou para cá deve ter sentido um cheiro de enxofre, esse cheiro chega vem pra dentro da casa da gente, aqui agora não está muito forte, mas vem pra dentro da casa da gente. A gente quase morre. (Entrevistada 2, 2009)
Outro impacto que a comunidade sofre, esse bem visível em uma observação
primária da realidade do bairro, é o grande fluxo de caminhões pesados e com
53
material altamente perigoso, conforme observado na tabela 6, 46 por cento dos
respondentes dizem que este transito incomoda muito o bairro.
Tabela 7 Percepção dos moradores quanto ao transito de
caminhões pesados causados pelas atividades da REGAP
ITEM FREQ. ABSOLUTA FREQ. RELATIVA Insuportável 4 17%
Incomoda Muito 11 46% Insuportável 4 17%
Incomoda Muito 11 46% Não sei 2 8%
Incomoda Pouco 6 25% Não incomoda 1 4%
TOTAL 24 100% Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Vendo tais problemas enfrentados pela comunidade do bairro Petrovale,
mostra-se necessário averiguar como a comunidade procura se relacionar e
comunicar com a REGAP sobre os problemas por ela gerados. Vinha (2003) diz que
a sociedade juntamente com as empresas devem se organizar para a solução de
problemas em conjunto. A partir desta perspectiva é levantado o grau de satisfação
da relação entre Petrovale e REGAP (ver tabela 8).
Tabela 8 Relação REGAP e Petrovale
ITEM FREQ.
ABSOLUTA FREQ.
RELATIVA Péssima 2 8%
Ruim 6 25% Mais ou menos 10 42%
Muito boa 5 21% Excelente 1 4% TOTAL 24 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
A comunidade classifica seu relacionamento com a REGAP como mediado,
42 por cento dos moradores classificaram este relacionamento como mediano,
contudo para tira conclusões é preciso averiguar os gráficos 8 e 9 abaixo:
Gráfico 8 Canal usados pelos moradores quando há necessidades de reivindicações
54
0%
4%
13%
33%
50%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%
Regional Petrovale
Grupos independentes
Abaixo assinado
Não sei
Associação demoradores
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Gráfico 9 Classificação do dialogo Petrobras e Petrovale
4%
25%
46%
13%8%
4%
0%5%
10%15%20%25%30%35%40%45%50%
Muito aberta Algumaabertura
Não sei Poucaabertura
Nenhumaabertura
Não sabem ounão
responderam Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
O gráfico 9 explica o que a tabela 8 e o gráfico 8 mostram, o canal mais usado pelos
moradores para chegar até a Petrobras é a associação de moradores (50 por cento),
e como já observado, 42 por cento dos moradores classificam o relacionamento com
a empresa ruim. É explicita a falta de sincronia entre os Stakeholders e a associação
de moradores. O gráfico 9 justifica tal afirmação quanto apresenta que 46 por cento
dos moradores não sabem classificar como é o dialogo com a Petrobras. Vinha
citada por Malafaia (2006) diz que o problema é de todos, ou seja, as pessoas
devem se unir em um único “norte” estando em sincronia. A entrevistada 2 disse que
“a nossa comunidade ainda não tem claro a força e os direitos dela”.
Tal falta de sincronia e principalmente informação é o fato de 29 por cento da
amostra (ver tabela 9) responder que as reivindicações são sempre atendidas.
Julga-se necessário estar bem informado das reivindicações para responder tal
questão. Justamente o contrario é o que os dados anteriores mostram.
55
Tabela 9 Freqüência de solicitações aceitas pela REGAP
ITEM FREQ. ABSOLUTA FREQ. RELATIVA Sempre as atende 7 29%
Regularmente as atente 1 4% As vezes são atendidas 4 17%
Raramente são atendidas 6 25% Nunca são atendidas 3 13%
Não sabem ou não responderam 3 13% TOTAL 24 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Mais uma informação é a baixa freqüência dos moradores nas reuniões
comunitárias, conforme o gráfico 10, 46 por cento dos moradores vão “as vezes” nos
encontros. Número muito baixo que reforça ainda mais a importância de todos
estarem juntos e lutando por um mesmo ideal. Nesse mesmo gráfico verifica-se o
mais alarmante, que 25 por cento dos moradores nunca participam de reuniões
comunitárias, fato preocupante visto que tal questionário foi aplicado em uma dessas
reuniões. Isso mostra o baixo nível de informação e conhecimento dos moradores.
Gráfico 10 Freqüência de participação dos moradores nas reuniões comunitárias
8%13%
46%
8%
25%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
Sempre Regularmente As vezes Raramente Nunca Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Frente aos dados anteriormente citados, faz-se importante averiguar a opinião
dos moradores quanto ao bairro que residem, a tabela 10 mostra que 58 por cento
dos moradores se dividem entre o Petrovale ser um bairro desenvolvido ou
privilegiado pelo fato de ter grandes indústrias. Mas essa afirmação é justificada pela
tabela 11 que indica o mesmo percentual de moradores que vêem como bom ou
ótimo morar no Petrovale. Concluindo-se que a resposta foi levada muito mais pela
satisfação e pelo apego sentimental ao local, do que pela realidade assistida.
56
Tabela 10 Percepção dos moradores quanto ao bairro Petrovale
ITEM FREQ. ABSOLUTA FREQ. RELATIVA Desenvolvido 7 29% Privilegiado 7 29% Degradado 2 8%
Marginalizado 2 8% Muito seguro quanto aos riscos ambientais 0 0%
Com graves riscos ambientais 3 13% Outros 3 13% TOTAL 24 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Tabela 11 Satisfação dos moradores quanto ao bairro Petrovale
ITEM FREQ. ABSOLUTA FREQ. RELATIVA
Detesto morar no Petrovale 0 0% Moro no Petrovale porque não tenho outra
escolha 5 21%
Indiferente 3 13%
Morar no Petrovale é bom 7 29%
Morar no Petrovale é ótimo 7 29%
Outros 1 4%
Não sabem ou não responderam 1 4% TOTAL 24 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Apesar da opinião aparentemente distorcida, ou influenciada muito mais pela
emoção do que pela razão, os moradores apontam falhas estruturais do bairro
Petrovale. Nos gráficos a seguir, tal afirmação pode ser observada:
Gráfico 11 Avaliação do desenvolvimento do bairro Petrovale pelos Moradores
13%
50%
21%
13%
4%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Desordenado Pouco planejado Mais ou menos Organizado Muito Organizado Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
57
Gráfico 12 Saúde no Petrovale
25% 25%
46%
4%0%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
Péssima Ruim Mediana Boa Ótima
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Os problemas estruturais apontados pelos moradores são o mau
planejamento quanto ao desenvolvimento do bairro Petrovale (50 por cento), e a
situação da saúde pública é classificada como mediana por 46 por cento dos
moradores. Tais números confirmam que o bairro não é tão desenvolvido quanto os
moradores julgam ser.
Como a REGAP é uma empresa muito grande, ela está trazendo muitas empresas no ramo de petróleo para cá. Você pode ver que o bairro está recuando, outro fato é que a estrada que dá acesso a comunidade, não é nosso é da \Petrobrás. A Petrobras cedeu para o Petrovale, pois senão ficaríamos ilhados aqui. Em contra partida agente que da manutenção. Outro agravante é o fluxo de caminhão, mas não temos outra saída. Quanto a poluição, o índice de doenças respiratórias é muito alto. (Entrevistada 2, 2009)
Quando perguntado aos moradores sobre o que acham da segurança da
Petrobras, 54 por cento são preocupados, informação essa que é justificada pela
fala de Lourenço (2002), quando diz que os Stakeholders são partes interessadas
em um bom desempenho da organização. A segurança, é um índice de bom
desempenho das políticas organizacionais.
Tabela 12 Percepção dos moradores quanto a segurança da Petrobras
ITEM FREQ.
ABSOLUTA FREQ.
RELATIVA Muito preocupados 3 13%
Preocupados 13 54% Indiferentes 2 8%
Pouco preocupados 2 8% Sem nenhuma preocupação 3 13% Não sabe ou não respondeu 1 4%
TOTAL 24 100% Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
58
Observada essa preocupação dos moradores e as falas sobre os programas
desenvolvidos na comunidade, verifica-se uma dissintonia entre as partes quanto as
reais necessidades dos moradores, como pode ser verificado no gráfico 13, 29 por
cento da amostra afirma que foram raras as vezes que a empresa procurou a
opinião dos moradores quanto as suas pretensões com a comunidade.
Gráfico 13 Freqüência que a REGAP busca a opinião dos moradores
17%13%
8%
29%
21%
13%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%S
empr
e
Reg
ular
men
te
As
vese
s
Rar
amen
te
Nun
ca
Não
sab
emou
não
resp
onde
ram
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Na tabela a seguir essa falha de comunicação pode claramente ser
observada pelo fato de 38 por cento dos moradores nunca terem participado de
reuniões que houvesse a presença de pelo menos um representante da REGAP.
Carneiro (1993) diz que para o funcionamento perfeito da gestão ambiental, as
empresas devem administrar a R.S.E e as competências ambientais.
Tabela 13 Freqüência de reuniões de moradores
com a presença de um representante da REGAP
ITEM FREQ. ABSOLUTA FREQ. RELATIVA Sempre 4 17%
Regularmente 1 4% As vezes 5 21%
Raramente 5 21% Nunca 9 38% TOTAL 24 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Um dado que afirma a falta de comunicação entre o Petrovale e a Petrobras é
a classificação dos eventos realizados pela empresa no Petrovale, somente 38 por
cento da amostra classifica-os como bons. Este índice tão baixo é justificado pelo
baixo grau de relacionamento e busca de informações dentro da comunidade.
59
Tabela 14 Avaliação quanto aos eventos realizados pela Petrobras no bairro Petrovale
ITEM FREQ. ABSOLUTA FREQ. RELATIVA Péssimos 4 17%
Ruins 2 8% Regulares 5 21%
Bons 9 38% Ótimos 2 8%
Não sabem ou não responderam 2 8%
TOTAL 24 100% Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Nos gráficos a seguir os moradores avaliam a participação do poder publico
junto aos impactos sofridos e aos movimentos sociais do bairro Petrovale.
Gráfico 14 Relacionamento Prefeitura e associação Petrovale
4%
33%
17%
33%
8%
4%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
Ótima Boa Indiferente Regular Péssima Não sabem ounão
responderam
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Gráfico 15 Participação da Prefeitura na solução de problemas no Petrovale
4%
21%
25%
38%
13%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
Ótima Boa Indiferente Regular Péssima Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
60
O gráfico 14 divide a opinião dos moradores quanto ao relacionamento da
associação com o poder púbico, visto que 33 por cento as pessoas acham bom e os
mesmos 33 por cento vêem como regular este relacionamento. O gráfico 15 pode
responder este dado nos apresentando que 38 por cento dos respondentes vêem
que o emprenho do poder publico em resolver os problemas pela comunidade
enfrentados é regular. Malafaia (2006) diz que os problemas são conjuntos e que os
poderes privados e públicos devem trabalhar em sintonia para solucioná-los. Esta
fala de Malafaia (2006) pode ser considerada na próxima tabela:
Tabela 15 Relacionamento REGAP e Prefeitura
ITEM FREQ. ABSOLUTA FREQ. RELATIVA Amistoso 6 25% Polêmico 1 4%
Controverso 2 8% Não existe 1 4%
Não sei 14 58% TOTAL 24 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Tabela 16 Relacionamento Petrobras e mídia
ITEM FREQ. ABSOLUTA FREQ. RELATIVA Amistoso 6 25% Polêmico 2 8%
Controverso 2 8% Não existe 1 4%
Não sei 13 54% TOTAL 24 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Tabela 17 Relacionamento REGAP e ONG
ITEM FREQ.
ABSOLUTA FREQ. RELATIVA Amistoso 8 33% Polêmico 0 0%
Controverso 0 0% Não existe 1 4%
Não sei 14 58% Outros 1 4% TOTAL 24 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Não há como não se espantar com o dados que as tabelas 15, 16 e 17, pois
ambas evidenciam o grande problema enfrentado pela comunidade do Petrovale. A
falta de informação sobre os acontecimentos que permeiam a relação empresa e
61
Stakeholders.Na tabela 15 e 17, 58 por cento dos moradores não sabem nada sobre
o relacionamento da REGAP com a prefeitura e com as ONG, e na tabela 18, 54 por
cento não sabem sobre o relacionamento da Petrobras com a mídia. Lourenço
(2002) afirma que os Stakeholders são como acionistas e que devem acompanhar
os relacionamentos da empresa de perto, e como todo acionista, acompanhar seus
resultados.
O Gráfico 16 mostra a ainda mais a desinformação por parte dos moradores
do Petrovale quanto a empresa, visto que 42 por cento disseram que nem as ações
de propaganda não são conhecidas. Essas propagandas normalmente são
veiculadas a televisão.
Gráfico 16 Como e vista as propagandas veiculadas pela Petrobras
0%
0%
8%
17%
33%
42%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45%
Gasto superfulo
Outros
Ferramentas de propaganda
Divulga pouco seus projetos sociais
Empresa socialmente responsável
Não conheço tais propagandas
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Quanto ao futuro do Petrovale, 58 por cento acreditam que o bairro vai estar
mais desenvolvido e os mesmos 58 por cento acreditam que a REGAP estará
gerando mais empregos no futuro.(ver tabelas 18 e 19). A entrevistada 2 critica
dizendo que “a Petrobras não tem interesse que a nossa comunidade cresça, pois
eu acho que ela tem planos para usar este espaço.”
Tabela 18 Perspectivas para o Petrovale no futuro
ITEM FREQ. ABSOLUTA FREQ. RELATIVA Vais estar mais desenvolvido 14 58%
O sistema de transporte vai estar melhor 4 17% Vais aumentar a criminalidade 3 13%
O bairro vai estar mais degradado 1 4% Não mudará muita coisa 2 8%
TOTAL 24 100% Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
62
Tabela 19 Perspectivas para o REGAP no futuro
ITEM FREQ. ABSOLUTA FREQ. RELATIVA A refinaria vai estar maior 4 17% Haverá mais empregos 14 58%
Aumentará a emissão de poluentes 2 8% Não mudará muita coisa 0 0%
Não sei 4 17% TOTAL 24 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
“...mantêm muitas empresas terceirizadas, agente vê muitas da Bahia, muitas pessoas do Rio Grande do Sul. A minha percepção é que seria bom que tivesse esse lado mais voltado para o povo de Betim.“ (Entrevistado 2, 2009)
Quanto indagados sobre a possibilidade de expansão da REGAP os
moradores mais uma vez se mostraram desinformados sobre o assunto. Sobre a
amostra pesquisada 46 por cento dos entrevistados não sabiam sobre tal projeto de
expansão.
Tabela 20 Informação dos moradores quanto a expansão da REGAP
ITEM FREQ. ABSOLUTA FREQ. RELATIVA Conhecem muito 1 4% Conhecem muito 0%
Ouviram falar 6 25% Conhecem pouco 6 25% Não conhecem 11 46%
TOTAL 24 100% Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Este persistente problema de falta de informações poderá trazer prejuízos a
comunidade, pois este projeto poderá impactar toda a população do bairro
Petrovale. A tabela 21 confirma a desinformação dos moradores, 42 por cento não
ficaram sabendo sobre a possibilidade de expansão. Segundo Canopf, Passador e
Passador (2005) empresas como membros da sociedade devem ter uma
participação efetiva e responsável dentro da comunidade, coisa que não se verifica
quanto a comunidade não conhece as reais intenções da organização.
Tabela 21 Modo que os moradores se informaram sobre a expansão
ITEM FREQ. ABSOLUTA FREQ. RELATIVA Televisão 1 4%
Radio 1 4% Pela Propria empresa 2 8%
Internet 1 4% Jornais 1 4%
Informativos regionais 3 13% não ficaram sabendo 10 42%
Outros 3 13% Não responderam 2 8%
TOTAL 24 100%
63
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Quanto aos item que terão maior crescimento com a possível expansão da
REGAP 63% dos moradores indicam que será o crescimento de vagas de emprego,
o que contrapõe o que a entrevistada 1 diz, quanto ao pequeno ou quase inexistente
número de moradores do bairro que efetivamente trabalha dentro da refinaria.
Tabela 22 Itens que terão possibilidade de maior crescimento com
a expansão da REGAP (percepção dos moradores)
ITEM FREQ.
ABSOLUTA FREQ. RELATIVA Emprego 15 63%
Segurança 1 4% Infra estrutura do Petrovale 2 8%
Transporte 1 4% Projetos sociais 0 0%
Não melhorara nada 3 13% Outros 2 8% TOTAL 24 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Os gráficos a seguir mostram a dicotomia entre os pensamentos e
perspectivas dos moradores quanto a realidade assistida em a possibilidade de
expansão da REGAP:
Gráfico 17 Possíveis impactos gerados com a expansão da REGAP
4%
8%
13%
13%
25%
38%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40%
Danificação da estrutura doPetrovale
Aumento da Criminalidade
Aumento demografico
Outros
Degradação do meioambiente
Aumento no transito decaminhões pesados
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
64
Gráfico 18 Quem ganhará mais com a expansão da REGAP
4%
13%
17%
21% 21%
25%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
Outros A REGAP O Petrovale Betim Não sei Osmoradores
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Ao analisar os gráficos observa-se total falta de sincronia entre as respostas,
visto que 38 por cento dos moradores julgam que o maior impacto com uma
expansão da REGAP seria o transito de caminhões pesados, e 25 por cento da
amostra diz que os moradores serão os maiores beneficiados pela expansão do
bairro. Esta discrepância das respostas pode ser justificada pela baixa escolaridade
da maioria dos entrevistados.
Em fim foi perguntado aos moradores qual seria um bom investimento que a
REGAP poderá realizar no bairro com sua expansão, e 29 por cento das respostas
foram o investimento em educação. Índice este que mostra a preocupação com a
fragilidade do baixo nível de escolaridade que acomete a população do Petrovale
Tabela 23 Investimento que a REGAP deverá
realizar no Petrovale com sua expansão
ITEM FREQ. ABSOLUTA FREQ. RELATIVA Infra-estrutura 6 25%
Saúde 5 21% Escolas 7 29%
Segurança 0 0% Não sei 6 25% TOTAL 24 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
4.2.3 – Questionário aplicado nos clientes de posto s Petrobras:
65
A pesquisa realizada com clientes dos postos Petrobras levantou a percepção
deste outro grupo de Stakeholders quanto a empresa. A tabela 24 demonstra que 72
por cento dos clientes Petrobras abastecem na rede BR por confiarem nos produtos
oferecidos pela marca.
Tabela 24 Motivação para escolha dos postos Petrobras
ITEM FREQ.
ABSOLUTA FREQ. RELATIVA Confiança na qualidade dos produtos
Petrobras 36 72% Melhor preço 5 10%
Melhor atendimento 1 2% Respeito com meio ambiente 1 2%
A Petrobras tem respeito com o meio ambiente 1 2% A Petrobras é socialmente responsável 5 10%
Não responderam 1 2% TOTAL 50 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Após verificar que a confiabilidade da marca Petrobras é sua principal
característica , o gráfico 19 mostra que 64 por cento da amostra tem maior contato
com e empresa pela televisão. Isso vale dizer que o maior numero d informações
percebidas pelos clientes são sobre as propagandas divulgadas pela marca.
Gráfico 19 Local onde os clientes tem maior contato com a marca Petrobras
0%10%20%30%40%50%60%70%
Radio
Revistas
Não ten
ho co
ntato
Outro
s
Não re
spon
deram
Jorn
ais
Posto
s de
conbu
stive
is
Televis
ão
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Tabela 25 Opinião quanto as propagandas veiculadas pela Petrobras
ITEM FREQ.
ABSOLUTA FREQ.
RELATIVA Concordam, pois a Petrobras é socialmente
responsável 17 34% A empresa divulga pouco seus projetos sociais 13 26%
É um gasto supérfluo 1 2% Puro merchandising 14 28%
Não conheço tais propagandas 5 10% TOTAL 50 100%
66
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
A tabela 25 completa a afirmação do gráfico 19, sabendo que a maioria
dos clientes Petrobras têm contato com a marca somente pela televisão, ou seja, as
propagandas. Verifica-se que 34 por cento da amostra concorda com as
propagandas veiculadas pela empresa e vêem a Petrobras como empresa
socialmente responsável, conforme as ações publicitárias que a empresa divulga.
Malafaia (2006) comunga da idéia de que os Stakeholders devem ser
pessoas bem informadas. Assim como nos questionários aplicados aos moradores
do bairro Petrovale, o restante da população betinense não tem conhecimento sobre
a REGAP, o gráfico 20 mostra que 30 por cento da amostra não tem conhecimento
sobre a refinaria. O descaso por parte dos Stakeholders fica por conta da própria
pergunta que indagava como eles buscavam informações sobre a REGAP. A grande
maioria das respostas mostra que não há interesse por parte dos Stakeholders em
se informarem. Ainda sobre a erronia visão dos Stakeholders é constatado que
assim como no bairro Petrovale, os betinenses não se valorizam com grandes
detentores de importância para a empresa, contrapondo as falas de Lourenço (2002)
que diz que os Stakeholders são como acionistas e que devem ter conhecimento
sobre as ações da empresa.
Gráfico 20 Local onde a população busca informações sobre a REGAP
2%
2%
8%
8%
12%
18%
20%
30%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%
Outros
Radio
Através dos postos de combustiveis
Internet
Por passar em frente
Jornais
Terlevisão
Não tenho quase informação nenhuma
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Outra falha de conhecimento e descaso com as causas ambientais de
Betim é claramente observada na análise das tabelas a seguir:
67
Tabela 26 Preocupação da Petrobras com o meio ambiente em Betim (Visão dos clientes)
ITEM FREQ. ABSOLUTA FREQ. RELATIVA Muito preocupada 3 6%
Preocupada 17 34% Indiferente 20 40%
Pouco preocupada 5 10% Sem nenhuma preocupação 5 10%
TOTAL 50 100% Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Tabela 27 Satisfação com a Petrobras entre os clientes betinenses
ITEM FREQ. ABSOLUTA FREQ. RELATIVA Totalmente satisfeito 2 4%
Satisfeito 21 42% Indiferente 23 46% Insatisfeito 3 6%
Totalmente insatisfeito 0 0% Não responderam 1 2%
TOTAL 50 100% Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Em ambas as tabelas, os moradores se mostraram indiferentes a
preocupação da Petrobras com o meio ambiente de Betim (40 por cento) e com a
satisfação com a Petrobrás em Betim (46 por cento). Vinha (2003) cita a importância
de a sociedade aprender a controlar, assim como o estado, as ações das
organizações. A população de Betim se mostra contraria a essa teoria, visto que é
perceptível do desinteresse sobre a R.S.E. A pesar desse aparente desinteresse,
REGAP como Sendo importante para Betim
Gráfico 21 Importância que a REGAP tem para Betim
40%
54%
4%
2%
0%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%
Essencial
Importante
Mediano
Pouco importante
Não tem importancia
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
A importância da REGAP pode também ser observada quanto 58 por cento
da amostra aponta como a refinaria sendo importante para o desenvolvimento
68
sustentável de Betim A entrevistada 1 deixa claro a preocupação da empresa para
com a comunidade.
O relacionamento com as comunidades vizinhas é extremamente respeitoso, tomando por base princípios de transparência e desenvolvimento de ações conjuntas. Dentre os diversos desafios naturais numa empresa de grande porte, considero como o maior deles a nossa capacidade de encontrar instrumentos que sejam mobilizadores e potencializadores das diversas habilidades, capacidades e conhecimentos das nossas comunidades que se traduzam, cada vez mais, em autonomia e conquista de qualidade de vida, em especial para as crianças, adolescentes e jovens, os mais vulneráveis.” (Entrevistada 1, 2009)
Tabela 28 Importância da REGAP para o Desenvolvimento Sustentável para Betim
ITEM FREQ.
ABSOLUTA FREQ.
RELATIVA Muito importante 8 16%
Importante 29 58% Indiferente 9 18%
Pouco importante 3 6% Não foi importante 1 2%
TOTAL 50 100% Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Percebe-se falta de conhecimento por parte da amostra pesquisada, pois a
próxima tabela traz que 60 dos respondentes acreditam que o maior beneficio que a
REGAP trouxe para Betim é o crescimento econômico. Este dado se contrapõe a
tabela anterior, visto que se houvesse uma real importância da REPAG para o
desenvolvimento sustentável de Betim os itens da tabela 35 seriam mais
equilibrados.
Tabela 29 Maior beneficio que a REGAP trouxe para Betim
ITEM FREQ.
ABSOLUTA FREQ.
RELATIVA Desenvolvimento econômico 30 60%
Empregos 23 46% Crescimento demográfico 3 6%
Geração de impostos 14 28% Exposição positiva da cidade na
mídia 3 6% Desenvolvimento industrial 17 34% Apoio a população carente 2 4%
TOTAL 92 184% Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Obs.: O somatório das respostas ultrapassa 100% visto que poderiam ser escolhidos até dois itens simultaneamente
O maior efeito poluidor da Petrobras em Betim pode ser observado pelo
gráfico abaixo, os clientes também percebem que o grande potencial poluidor da
REGAP é as emissões atmosféricas, a poluição do ar é indicada por 68 por cento.
69
Gráfico 22 Maior efeito poluidor da Petrobras em Betim
2%
2%
2%
2%
8%
16%
68%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%
Poluição sonora
Degradação das matas
Outros
Não responderam
Não causa impacto ambiental relevante
Contaminação das aguas
Poluição do ar
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Como maior prejuízo que a REPAG trouxe para Betim, 4 por cento indicaram
como sendo a favelização da cidade. A tabela 37 justifica ambos os dados
apresentados
Tabela 30 Maior prejuízo que a REGAP trouxe para Betim
ITEM FREQ. ABSOLUTA FREQ. RELATIVA Crescimento desordenado (favelização) 22 44% Exposição negativa da cidade na mídia 0 0%
Impactos ambientais 17 34% Transito de caminhões pesados 5 10%
Gerou poucos empregos para pessoas da região 4 8%
Gera poucos impostas para Betim 0 0% Não trouxe prejuízo algum 2 4%
TOTAL 50 100% Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Tabela 31 Maior problema de Betim que a REGAP poderia ajudar a solucionar
ITEM FREQ.
ABSOLUTA FREQ.
RELATIVA Desemprego 9 18%
Degradação ambiental 15 30% Criminalidade 15 30%
Transporte publico 2 4% Acesso a saúde 0 0%
Educação 5 10% A Petrobras não tem obrigação de resolver nenhum problema
de BETIM 2 4% Outros 2 4% TOTAL 50 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Os itens que a Petrobras mais poderia investir em Betim é no combate a
violência e a degradação ambiental (30 por cento cada). Esta tabela justifica os
dados anteriores, comprovando que os maiores impactos da REGAP em Betim
foram a degradação ambiental é a violência. Com a chegada de uma grande
organização para um determinado local há naturalmente uma migração de pessoas
em busca de emprego para tal região.
70
Os itens a seguir evidenciam a falta de informação plena dos clientes
Petrobras quanto a cidade em que residem, e alarma ainda mais pois são
estudantes universitários que não tem opinião formada sobre o assunto.
Gráfico 23 Política ambiental de Betim (avaliada pela população)
2%
28%
44%
22%
4%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
Muito boa Boa Desconheço Ruim Muito Ruim
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Gráfico 24 Informações sobre as ONGs de Betim
0% 0%
14%8%
78%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
Todas A maioria Algumas Poucas Nenhuma
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Gráfico 25 Avaliação dos programas desenvolvidos pela REGAP
12%
12%
28%
6%
42%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45%
Exemplo para outras empresas
Essenciais para on desenvolvimento de Betim
Obrigação da empresa
São somente ferramentas de divulgaçlão da marcaPetrobras
Não sabem ou não conhecem nenhum projeto
71
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Gráfico 26 Percepção do bairro Petrovale pelos moradores de Betim
2% 8%
10%
26%0%4%
50%
Desenvolvido
Priveilegiado pelo fato de tergrandes industrias
Degradado
Marginalizado
Muito seguro quanto aos riscosambientais
Com graves riscoa ambientais
Não conheço
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
A falta de comprometimento com a postura de Stakeholder é indicada pelos
46 por cento que não conhecem a política ambiental de Betim, pelos 78 por cento
das pessoas que não conheces nem uma ONG de Betim apoiada pela Petrobras,
pelos 42 por cento que não sabem ou não conhecem os programas sociais
desenvolvidos pela refinaria. E enfim os 50 por cento dos clientes da Petrobras e
moradores de Betim que não conhecem o bairro Petrovale, porem que em dados já
analisados eles o julgaram como favelizado sem se quer conhecê-lo.
Extremamente vulnerável, com famílias na linha da pobreza e miséria, e uma forte dependência para formar laços de ajuda. Atuamos para quebrar estes laços através de programas educacionais, de forma a que eles possam definir e encontrar caminhos para ampliar seus horizontes, exigir do poder público o que deve, ocupar espaços democráticos como Agenda 21, Fóruns de Defesa e Conselhos de Direitos. (Entrevistada 1)
Tabela 32 Percepção do relacionamento da REGAP com a o governo
ITEM FREQ.
ABSOLUTA FREQ.
RELATIVA Amistoso 25 50% Polêmico 6 12%
controverso 4 8% Não existe 0 0%
Não sei 13 26% Outros 1 2%
Não responderam 1 2% TOTAL 50 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
72
Tal vez por uma fala mais politizada dentro do curso de administração os
entrevistados conseguem opinar sobre a relação da REGAP com o governo( 50 por
cento vê como amistosa), porem não conseguem ou não sabem opinar sobre a
relação da refinaria com as ONG de Betim (56 por cento).
Tabela 33 Percepção do relacionamento da REGAP com as ONGs de Betim
ITEM FREQ. ABSOLUTA FREQ. RELATIVA
Amistoso 16 32%
Polêmico 4 8%
controverso 2 4%
Não existe 0 0%
Não sei 28 56%
TOTAL 50 100% Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Quanto a midia, os clientes puderam expressar melhor suas opiniões, visto
que já se colocaram como conhecedores das progagandas veiculadas pela
Petrobras, 52 por centro da amostra pesquisada vê esse relacionamento Petrobrás e
mia como amistoso. (ver gráfico 27).
Gráfico 27 Percepção do relacionamento da REGAP com a mídia
52%
8%
8%
6%
24%
2%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%
Amistoso
Polêmico
controverso
Não existe
Não sei
Outros
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Os dois próximos gráficos evidenciam o descrédito dos clientes e moradores
de Betim quanto as políticas publicas, quanto aguçados sobre o maior dano
ambientai que a Petrobras já causou 54 por cento responderam que foi o vazamento
de petróleo na Bahia de Guanabara, porem quanto indagados sobre o item de maior
preocupação do poder publico com a Petrobras em Betim, a resposta de 34 por
73
cento foi a arrecadação de impostos. Incrivelmente apenas 2 por cento, ou seja, uma
pessoa respondeu que seria a degradação ambiental (ver gráficos 28 e 29).
Gráfico 28 Maior impacto ambiental já causado pela Petrobras
16%
54%
4%0%
24%
2%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Afundamento daplataforma P-36
Vazamento naBahia de Guanabara
Incêndio da VilaSocó em Cubatão
Não causounenhum dano
ambiental maior
Não sei Não responderam
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Gráfico 29 Maior preocupação do poder publico de Betim com a REGAP
34%
12%
6%
26%
18%
2%
2%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40%
Arrecadação de impostos
Divulgação de Betim na midia
Ampliaç~]ao da refinaria
Arrecadação de mais impostos
Geração de empregos para Betim
Degradação ambiental
Outros
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Sobre as perspectivas para o futuro não ficaram muito diferentes quanto aos
moradores do bairro Petrovale, 54 por cento vislumbram que a REGAP vai gerar
mais empregos e 36 por cento vêem que o bairro Petrovale vai estar mais
desenvolvido.
Tabela 34 Perspectivas para a REGAP no futuro
ITEM FREQ.
ABSOLUTA FREQ.
RELATIVA Vai estar com espaço físico maior 10 20%
Haverá mais empregos 20 40% Vai aumentar a emissão de
poluentes 6 12% Não mudará muita coisa 4 8%
Não sei 7 14% Outros 1 2%
Não responderam 2 4% TOTAL 50 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
74
Tabela 35 Perspectivas para o bairro Petrovale no futuro
ITEM FREQ.
ABSOLUTA FREQ.
RELATIVA Vai estar mais desenvolvido 18 36%
Sistema de transporte mais bem estruturado 2 4% Aumento da criminalidade 4 8%
Vai estar mais degradado pelas atividades da REGAP 10 20%
Não mudará muita coisa 14 28% Outros 2 4% TOTAL 50 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
A seguir opinião dos clientes dos Postos Petrobras e moradores de Betim,
quanto a possibilidade de expansão da REGAP:
Inicialmente, averigua-se grande desinformação dos Stakeholders quanto os
reais iinteresses de expansão da REGAP, entre 48 e 54 por cento da amostra
pesquisada não sabe ou não conhece sobre o assunto.
Gráfico 30 Informação dos moradores de Betim quanto a expansão da REGAP
0% 10%
42%
48% Conheço muito
Conheço muito
Conheço pouco
Não conheço
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Gráfico 31 Mídia em que os moradores de Betim ficaram sabendo sobre a expansão da
REGAP
14% 0%
6%
8%
4%
54%
14% Televisão
Radio
Internet
Jornais
Informativos regionais
Não sabem
Outros
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Quanto perguntados sobre qual índice terá maior crescimento com a possível
expansão, 74 por cento não se hesitaram em dizer que será o número de empregos.
75
Tabela 36 Item que terá maior crescimento com a expansão da REGAP
ITEM FREQ.
ABSOLUTA FREQ.
RELATIVA Emprego 37 74%
Segurança 0 0% Infra estrutura do bairro
Petrovale 4 8% Transporte 0 0%
Projetos sociais 1 2% Outros 8 16% TOTAL 50 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
A visão dos clientes é bem clara quanto aos possíveis impactos gerados
devido ao processo de expansão, 56 por cento responderam que o meio ambiente é
que terá maior impacto negativo. Porem a tabela 38 mostra que a preocupação dos
respondentes não é somente com o meio ambiente, mais vêem na possibilidade de
expansão um crescimento sustentável, visto que 52 por cento afirmaram que a
cidade de Betim será beneficiada como um todo. Porem para isso acontecer,
políticas de gestão dos Stakeholders devem ser tomadas conforme as idéias de
Queiróz (2005), que cita a importância do alinhamento dos objetivos comuns.
Tabela 37 Item que terá maior impacto negativo com a expansão da REGAP
ITEM FREQ.
ABSOLUTA FREQ.
RELATIVA Meio ambiente 28 56%
Segurança 5 10% Poluição do ar 17 34%
Poluição sonora 1 2% |Infra estrutura do bairro Petrovale 1 2%
Aumento do transito de caminhões pesados 11 22% Poucos empregos para os moradores de Betim 7 14%
Aumento demográfico 4 8% Outros 2 4%
Não responderam 3 6% TOTAL 79 158%
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009 Obs.: O somatório das respostas ultrapassa 100% visto que poderiam ser escolhidos até dois itens
simultaneamente
Tabela 38 Principal beneficiado com a expansão da REGAP
ITEM FREQ.
ABSOLUTA FREQ.
RELATIVA A cidade de Betim como um todo 26 52%
O bairro Petrovale 2 4% A REGAP / Petrobras 17 34%
Os moradores de Betim (Geração de empregos) 2 4%
Ninguém ganhará com a expansão 0 0% Não sei 2 4%
76
(continuação)
ITEM FREQ.
ABSOLUTA FREQ.
RELATIVA Outros 1 2% TOTAL 50 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa em 2009
Esse alinhamento deve ocorrer até mesmo dentro do próprio grupo de
stakeholders, visto que todos devem caminhar numa mesma direção de num mesmo
objetivo comum. A organização dos stakeholders é que faz do grupo ter um grau de
importância indiscutível.
77
4.3 – PROPOSTA DE INTERVENÇÃO:
O que será feito
Por que Como Onde Quando Quem Quem financia Obstáculos esperados
Alternativas
Mostrar aos moradores do Petrovale a importância se ser um
Stakeholder
Foi verificado na pesquisa que os moradores não sabem o
grau de importância que tem para com a
REGAP
Reunião da Regional, uma
palestra explicativa
Regional PTB anexo II - Petrovale
Curto prazo
Gestora da Regional
Prefeitura de Betim - Não há desembolsos
Barreiras políticas - partidárias
Fazer movimento
junto a igrejas
Palestras sobre R.S.E. e
Gestão Ambiental
Foi verificado na pesquisa que os moradores do Petrovale
não tem conhecimento
sobres os temas
Reunião da Regional, uma
palestra explicativa
Regional PTB anexo II - Petrovale
Curto prazo
Estudantes de Administra-
ção
Trabalho voluntário –
Gerando certificado de horas extra curriculares
Barreiras políticas - partidárias
Executar proposta junto
a grupos culturais
Eleger um morador
como representante direto dentro da empresa
Ter uma pessoa conhecida e única para
negociar com a REGAP
Dialogo direto dom setor de
relacionamento externo
Regional PTB anexo II – Petrovale / REGAP
Médio Prazo
Morador do Petrovale
Prefeitura – Estagiário
Barreiras políticas –
partidárias, e Gestão da REGAP
Pessoa ser indicada pela
REGAP
Divulgação dos trabalhos
realizados junto a
comunidade
Para que tanto os moradores
quanto a população de Betim tenham conhecimento
Meios de propaganda e promoção de eventos no Petrovale
Televisão, jornais, rádios,
outdoors
Médio prazo
Petrobras Petrobras Empecilhos financeiros por
parte da Empresa
Convenio com a
prefeitura – Secretaria de comunicação
78
Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados da pesquisa em 2009.
(continuação)
O que será feito
Por que Como Onde Quando Quem Quem financia Obstáculos esperados
Alternativas
Levar ao conhecimento da população betinense o
que é a REGAP
Para interagir os seus
Stakeholders com a empresa
Meios de propaganda e promoção de
eventos nos postos Petrobras
Televisão, jornais e postos
Petrobras
Médio Prazo
Petrobras Petrobras Empecilhos financeiros por
parte da Empresa
Convenio com a
prefeitura – Secretaria de comunicação
e escolas Trabalhos
para diminuição do cheiro de gás
Foi percebido na pesquisa como maior
impacto sofrido pelo Petrovale
Instalação de equipamentos ou
canalização do gás
Petrobras Longo Prazo
Petrobras Petrobras em convenio com
prefeitura
Empecilhos financeiros por
parte da Empresa e barreiras políticas - partidárias
Mobilização popular, e procura a
movimentos de proteção a natureza e ao ser humano.
Via de acesso exclusiva ao
Petrovale
Fio constatado na pesquisa que a via de acesso
ao bairro pertence a
Petrobras e a um alto fluxo de
caminhões
Abrindo uma nova via que atenda
somente a comunidade. (com
transito de caminhões
pesados proibido)
Ligando a BR 381 ao bairro Petrovale –
Alça de acesso
Longo Prazo
Prefeitura de Betim
Prefeitura Barreiras políticas – partidárias
Orçamento do município
Fechar convênios
com empresas,
com o governo
estadual ou federal e com
a própria Petrobras
OBS.: Curto Prazo (0-12 meses)/ Médio Prazo (13-24 meses)/ Longo Prazo (25-36 meses)
79
5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Este trabalho acadêmico teve como intuito estudar as relações da REGAP
com seus Stakeholders, em um recorte mais detalhado, os moradores do bairro
Petrovale. Esta pesquisa foi realizada no intuito de mapear os impactos sofridos
pelos moradores e propor soluções para as relações de empresa sociedade. Este
trabalho se mostra relevante pois a relação da empresa com o bairro é pouco
valorizada, em contraposto os moradores sofrem com muitos problemas estruturais
e ambientais provocados pelo processo de refino do petróleo.
O tema de Responsabilidade Social Empresarial é muito discutido no meio
acadêmico, grandes estudiosos empenham boa parte do seu tempo em estudar a
relação das organizações com a sociedade, e por que não, com o mundo. Diversos
conceitos são criados dentro de um mesmo “norte”, o da preservação das gerações
futuras.
Pode-se detectar alguns paradoxos entre as discussões sobre o mesmo
tema. A R.S.E, mostra sua importância frente a discussão de outros conceitos como
os de Stakeholders, sua importância, seus objetivos. Esse grupo tão importante para
as decisões estratégicas vem tomando cada vez mais importância dentro e fora das
organizações. A discussão sobre Stakeholders torna-se tema de grandes
congressos, palestras e estudos.
Na presente pesquisa foram analisados os moradores do bairro Petrovale,
bem como sua relação com a REGAP. Foram também analisadas as percepções
dos clientes dos postos Petrobras em Betim. Foi visto que o grau de conhecimento
sobre as ações positivas e negativas são muito baixos, e a população da cidade
pouco se preocupa com as atividades impactantes da empresa.
Por outro lado os moradores do Petrovale vivem em uma difícil situação de
constantes impactos graves na vida cotidiana de cada morador. A REGAP também
foi ouvida, segundo ela própria, os moradores são assistidos por uma equipe
devidamente capacitada.
Ao longo da pesquisa foi observado baixo conhecimento da comunidade
quanto a assuntos da empresa, os moradores tem baixo envolvimento com as
questões do próprio Petrovale. Vendo tais características fica um importante e
80
extenso campo de pesquisa aberto. O tema mostra-se relevante por não haver
outros estudos na área. Levantar a falta de interesse da comunidade pode der o
inicio de um crescimento mais sólido e sustentável para o bairro Petrovale e para um
relacionamento mais frutífero em termos de RSE entre a REGAP e seus
stakeholders nessa região.
81
6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
ASHLEY, P. A.; COUTINHO, E. B. G.; TOMEI, P.A. Responsabilidade social corporativa e cidadania empresarial: uma análise co nceitual comparativa. In: XXIX Encontro Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração AMPAD, 09,2000 Florianopolis-SC Disponível em: < http://www.agenda21empresarial.com.b r/web213/Library/_ ResponsabilidadeSocialCorporativaeCidadania.pdf> Acesso em 18de ago. de 2009 CARNEIRO, José Mario B.; MAGYAR, Ana Lucia; GRANJA, Sandra Inês Meio ambiente, empresário e governo: conflitos ou parcer ia? Revista de Administração de Empresas (RAE) São Paulo 1993 Disponível em: <http://www.rae.br/artigos/677.pdf> Acesso em 15 fev. de 2009. DIAS, S. F. L. G., TEODÓSIO, A. S. S. Instrumentalidade e Altruísmo na Responsabilidade Social Corporativa . In: Integração, v.IX, p.1 - 16, 2006 Disponível em<http:// integracao.fgvsp.br>. FILHO, Joel Souto Maior Pesquisa em administração: em defesa do estudo de caso. Revista de Administração de Empresas (RAE) Rio de Janeiro out./dez.1894, PP 146-149 GARCIA, Bruno Gaspar et al. Responsabilidade social das empresas: a contribuição das universidades. São Paulo: Peirópolis, 2002. 406p. GODOY, Arlida Schmidt Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilid ades Revista de Administração de Empresas (RAE) São Paulo, v.35, n.2,p. 57-63 Mar./Abr. 1995a GODOY, Arlida Schmidt Pesquisa qualitativa: topos fundamentais Revista de Administração de Empresas (RAE) São Paulo, v.35, n.3,p. 20-29 Mai./Jun. 1995b GODOY, Arlida Schmidt Pesquisa qualitativa e sua utilização em administra ção de empresas Revista de Administração de Empresas (RAE) São Paulo, v.35, n.4,p. 65-71 Jul./Ago. 1995c INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL. Manual de primeiros passos de responsabilidade social empresa rial. 1998 43p. LOURENÇO, Alex Guimarães et al. Ganhos e perdas relacionados ao Comportamento social das empresas . Curitiba. XXII Encontro nacional de Engenharia de Produção. Outubro de 2002. Disponível em:<http://www.abepro. org.br/biblioteca/ENEGEP 2002_TR100_1253.pdf > Acesso em: 28 de fev. 2009
82
LOURENÇO Alex Guimarães; SHROLDER Débora de Souza. Vale investir em responsabilidade social empresarial? Stakeholders, ganhos e perdas. Instituto Ethos 2003 Disponível em: <http://www.ethos.org.br/_Uniethos/Documents/VALE %20INVEST IR%20EM%20RESPONSABILIDADE%20SOCIAL%20 EMPRE SARIAL%20_. Pdf> . Acessado em 17de ago. de 2009 LYRA,Mariana Galvão. Analise de stakeholders e processo de sustentabilid ade empresarial: o caso da empresa Alfa . 2006. Disponível em: <http://www.internethos .org.br/_Uniethos/Documents/O%20Caso%20da%20 Empresa%20Alfa.pdf> Acesso em: 15 de jun. 2009 MALAFAIA, Elisa Monteiro Avanço das praticas de responsabilidade social corporativa no setor de petróleo no caso Petrobras. 2006. 136f. Dissertação (Mestrado em Planejamento energético) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro Disponível em: <http://www.ppe.ufrj.br/ppe/ production/tesis/emmalafaia.pdf> Acesso em 27 de fev. 2009 NUNES, Paulo. Conceito de stakeholder. 2009. Disponível em: <http://www.knoow .net/cienceconempr/gestao/stakeholder.html>. Acessado em 31 mai. 2009 PASSADOR, Cláudia Souza; CANOPF, Liliane; PASSADOR, João Luiz. Apontamentos sobre a Responsabilidade Social no ENA NPAD: a construção de um conceito?. In: XXIX Encontro Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração EnAMPAD, 09,2005 Brasilia-DF Disponível em: <http://www.anpad. org.br/evento.php?acao=trabalho&cod_edicao_subsecao=30&cod_evento_edicao=9&cod_edicao_trabalho=148> Acesso em: 15 de jun. 2009 PETRÓLEOS BRASILEIROS SAS.Meio Ambiente e Sociedade 2009Disponível em: <http://www.petrobras.com.br/pt/meio-ambiente-e-sociedade/> Acesso em 29 de out. 2009 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS. Pró-Reitoria de Graduação. Sistema de Bibliotecas. Padrão PUC Minas de normalização : normas da ABNT para apresentação de projetos de pesquisa. Belo Horizonte, 2008. Disponível em <http://www.pucminas.br/ biblioteca/>. Acesso em:20 de fev. 2009 QUEIROZ, Adele et al. Ética e responsabilidade social nos negócios. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. 340p.
83
ROSSETTO, C. R.; CUNHA, C. J. C. A.; ORSSATTO, C. H. Os stakeholders no processo de adaptação estratégica: um estudo longit udinal .Passo Fundo, v.5, n.9, maio de 1997 Disponível em:<http://www.upf.tche.br/cepeac/download/rev n09_1997_art7.pdf> Acesso em 28 de fev. 2009 TEODÓSIO, A.S.S.; CARVALHO NETO, A.M. Público ou privado?: Investimentos sócio-ambientais de empresas. In: Anais do VII Encontro nacional sobre Gestão Empresarial e Meio Ambiente. São Paulo: EAESP / FGV & FEA / USP, 2003, pp. A-13 TEODÓSIO, A.S.S. Estudo de caso: um resgate do conceito de suas potencialidades . In: Vertente. Contagem/MG:PUC Minas Contagem, v2, n.4,jul./dez.2000, PP.31-38 TEODÓSIO, A.S.S.Notas de aula. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), Betim, 2009 VINHA, Valeria. Da.Regulação e Auto-Regulação no Contexto do desenvolvimento Sustentável e da Responsabilidade S ocial Empresarial: o caso do setor de petróleo & gás. In. III SEMINÁRIO DE ECONOMIA DO MEIO AMBIENTE, 2003 , São Paulo. IE/UNICAMP. Disponível em: <http://www.ie.ufrj.br/gema/pdfs/regulacao _e_auto_ regulacao_no_contexto_do_ desenvolvimento_sustentavel.pdf>. Acesso em: 25 de fev. 2009
84
APÊNDICES:
APENDICE A - QUESTIONÁRIO CLIENTES DE POSTOS DA RED E BR (PETROBRÁS)
1) Por que você escolheu abastecer em um posto Petrobrás? ( ) Confio na qualidade dos produtos da Petrobrás. ( ) A Petrobras tem o melhor preço. ( ) Postos têm o melhor atendimento. ( ) A Petrobrás tem respeito com o meio ambiente. ( ) A Petrobrás é socialmente responsável ( ) Outros. Cite:__________________________________
2) Onde você tem o maior contato com a marca Petrobrás?
( ) Televisão. ( ) Radio. ( ) Jornais. ( ) Revistas. ( ) Através dos postos de combustíveis. ( ) Não tenho contato. ( ) Outros. Cite:__________________________________
3) Como você classifica a Petrobrás quanto sua preocupação com o meio ambiente em Betim?
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Muito
Preocupada Preocupada Indiferente Pouco
preocupada Sem nenhuma
despreocupação 4) Qual o seu nível de satisfação com a Petrobrás em Betim?
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Totalmente Satisfeito
Satisfeito Indiferente Insatisfeito Totalmente Insatisfeito
5) Qual o grau de importância que a REGAP tem para Betim?
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Essencial Importante Mediano Pouco
importante Não tem
importância
6) Qual o maior beneficio que a REGAP trouxe para Betim? (Marque até 2 itens) ( ) Desenvolvimento econômico. ( ) Empregos. ( ) Crescimento demográfico. ( ) Geração de impostos ( ) Exposição positiva da cidade na mídia. ( ) Desenvolvimento industrial. ( ) Apoio a população carente. ( ) Não trouxe benefício algum ( ) Outros. Cite:__________________________________
7) Qual o maior prejuízo que a REGAP trouxe para Betim?
( ) Desenvolvimento desordenado (favelização).
85
( ) Exposição negativa da cidade na mídia. ( ) Impactos ambientais. ( ) Trânsito de caminhões pesados. ( ) Gerou poucos empregos para as pessoas da região ( ) Gera poucos impostos para Betim ( ) Não trouxe prejuízo algum ( ) Outros. Cite:__________________________________
8) Qual a importância da REGAP para o desenvolvimento sustentável de Betim?
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Muito
importante Importante Indiferente Pouco
importante Não foi
importante
9) Como você avalia a política ambiental da Prefeitura de Betim? ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Muito boa Boa Desconheço Ruim Muito Ruim 10) Como você obtém informações sobre a REGAP?
( ) Jornais. ( ) Radio. ( ) Televisão. ( ) Por passar em frente. ( ) Internet. ( ) Através dos postos de combustível. ( ) Não tenho quase informação nenhuma ( ) Outros. Cite:__________________________________
11) Como você avalia o bairro Petrovale?
( ) Desenvolvido. ( ) Privilegiado pelo fato de ter grandes indústrias ( ) Degradado. ( ) Marginalizado. ( ) Muito seguro quanto aos riscos ambientais ( ) Com graves riscos ambientais. ( ) Não conheço. ( ) Outros. Cite:__________________________________
12) Como você avalia os programas sociais desenvolvidos pela REGAP:
( ) Exemplo para outras empresas ( ) Essenciais para o desenvolvimento de Betim ( ) Obrigação da empresa ( ) São somente ferramentas de divulgação da marca Petrobrás ( ) Não sei ou não conheço nenhum projeto ( ) Outros. Cite:__________________________________
86
13) Qual o principal problema de Betim que a REGAP deveria ajudar a combater? ( ) Desemprego ( ) Degradação ambiental ( ) Criminalidade ( ) Transporte público ( ) Acesso a saúde ( ) Educação ( ) A Petrobras não tem obrigação de resolver nenhum problema de Betim ( ) Outros. Cite:_______________________________________________
14) Você conhece as ONG de Betim que recebem apoio da Petrobras?
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Todas A maioria Algumas Poucas Nenhuma
15) Qual a maior preocupação do poder publico (políticos) de Betim com a REGAP?
( )Arrecadação de impostos. ( ) Divulgação ou maior conhecimento de Betim para com o resto do país. ( ) Ampliação da refinaria. ( ) Arrecadação de mais impostos. ( ) Geração de empregos para Betim. ( ) Degradação ambiental. ( ) Outros. Cite:__________________________________
16) Qual o maior dano ambiental que a Petrobrás já causou?
( ) Afundamento da Plataforma P-36. ( ) Vazamento na Bahia de Guanabara. ( ) Incêndio da Vila Socó em Cubatão ( ) Não causou nenhum dano ambiental maior ( ) Não sei ( ) Outros. Cite:__________________________________
17) Qual o maior efeito poluidor da Petrobrás em Betim? ( ) Contaminação das águas. ( ) Poluição do ar. ( ) Poluição sonora ( ) Degradação das matas ( ) Não causa impacto ambiental relevante ( ) Outros. Cite:__________________________________
18) Qual o seu nível de conhecimento sobre o projeto de expansão da REGAP ? ( ) ( ) ( ) ( )
Conheço muito Conheço Conheço pouco Não conheço 19) Como você ficou sabendo do processo de expansão da REGAP?
( ) Televisão. ( ) Radio. ( ) Internet. ( ) Jornais. ( ) Informativos regionais. ( ) Não sabia antes disso. ( ) Outros. Cite: _______________________________________________________
87
20) Quais dos itens abaixo terão maior crescimento com a expansão de REGAP? ( ) Emprego ( ) Segurança. ( ) Infra estrutura básica do bairro Petrovale (Asfalto, saneamento básico) ( ) Transporte. ( ) Projetos sociais. ( ) Outros. Cite: _______________________________________________________
21) Quais dos itens abaixo terão maior impacto negativo com a expansão de REGAP?
(Marque até 2 itens) ( ) Meio ambiente ( ) Segurança. ( ) Poluição do ar. ( ) Poluição sonora. ( ) Infra estrutura básica do bairro Petrovale (Asfalto, saneamento básico). ( ) Aumento do transito de caminhões pesados. ( ) Vai gerar poucos empregos para os moradores de Betim. ( ) Aumento do número de moradores. ( ) Outros. Cite: _______________________________________________________
22) Qual sua opinião sobre as propagandas da Petrobras sobre sua responsabilidade social?
( ) Concordo, pois a Petrobras é uma empresa socialmente responsável. ( ) A empresa divulga pouco seus projetos sociais. ( ) São um gasto supérfluo. ( ) Acho que é puro marketing. ( ) Não conheço tais propagandas. ( ) Outros. Cite: _______________________________________________________
23) Quais são suas perspectivas para o bairro Petrovale no futuro?
( ) O bairro vai estar mais desenvolvido. ( ) O sistema de transporte vai estar melhor estruturado. ( ) Vai aumentar a criminalidade. ( ) O bairro vai estar mais degradado devido as atividades da REGAP. ( ) Não mudará muita coisa. ( ) Outros. Cite: _______________________________________________________
24) Quais são suas perspectivas para a REGAP no futuro?
( ) A refinaria vai estar maior (espaço físico). ( ) Haverá mais empregos . ( ) Vai aumentar a emissão de poluentes. ( ) Não mudará muita coisa. ( ) Não sei. ( ) Outros. Cite: _______________________________________________________
88
25) Como você vê o relacionamento da REGAP com a mídia? ( ) Amistoso ( ) Polêmico ( ) Controverso, ou seja, desperta duvidas quanto a seriedade de tal relação ( ) Não existe ( ) Não sei. ( ) Outros. Cite: _______________________________________________________
26) Como você vê o relacionamento da REGAP com a governo?
( ) Amistoso ( ) Polêmico ( ) Controverso, ou seja, desperta duvidas quanto a seriedade de tal relação ( ) Não existe ( ) Não sei. ( ) Outros. Cite: _______________________________________________________
27) Como você vê o relacionamento da REGAP com as ONG’s de Betim?
( ) Amistoso ( ) Polêmico ( ) Controverso, ou seja, desperta duvidas quanto a seriedade de tal relação ( ) Não existe ( ) Não sei. ( ) Outros. Cite: _______________________________________________________
28) Quem vai ganhar mais com a expansão da REGAP? ( ) A cidade de Betim como um todo ( ) O bairro Petrovale ( ) A REGAP/ Petrobras ( ) Os moradores de Betim que conseguirem emprego na REGAP ( ) Ninguém ganhará com essa expansão ( ) Não sei. ( ) Outros. Cite: _______________________________________________________
29) Tem mais alguma opinião sobre o assunto que não foi abordada no questionário? _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Idade:________________________ Sexo:____________________________ Cidade onde reside:________________________________________ Bairro onde reside:_________________________________________ Estado Civil:__________________ Escolaridade:__________________ Faixa salarial: _________________ Profissão:_____________________ Veículo:______________________
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APENDICE B - QUESTIONÁRIO MORADORES DO BAIRRO PETRO VALE
2) Em quê a REGAP mais prejudica a comunidade? ( ) Poluição do ar ( ) Poluição sonora (barulho) ( ) Transito de caminhões ( ) Riscos de acidentes ( ) Não prejudica ( ) Outros. Cite: _______________________________________________________
2) Como você avalia relação da REGAP com a comunidade do Petrovale?
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Péssima Ruim Mais ou menos Muito boa Excelente
3) Existe abertura da Petrobras para dialogar com as associações de moradores do Petrovale?
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Muita abertura Alguma abertura Não sei Pouca abertura Nenhuma
abertura 4) O que você acha do bairro Petrovale?
( ) Desenvolvido. ( ) Privilegiado pelo fato de ter grandes industrias ( ) Degradado. ( ) Marginalizado. ( ) Muito seguro quanto aos riscos ambientais ( ) Com graves riscos ambientais ( ) Outros. Cite:____________________________________________________.
5) Qual o maior problema que o Petrovale tem hoje?
( ) Violência ( ) Saúde ( ) Educação ( ) Transporte ( ) Cheiro de Gás ( ) Transito de caminhões pesados ( ) Poluição Sonora.
( ) Outros. Cite: _______________________________________________________ 6) O que você acha do “cheiro de gás” que sai da REGAP?
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Insuportável Incomoda Muito Não sei Incomoda Pouco Não incomoda
nada 7) Quanto ao trânsito de caminhões pesados?
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Insuportável Incomoda Muito Não sei Incomoda Pouco Não incomoda
nada
90
8) Como é a saúde pública no Petrovale? ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Péssima Ruim Mediana Boa Ótima 9) Como você vê o crescimento do Petrovale?
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Desordenado Pouco Planejado Mais ou
Menos Organizado Muito
Organizado
10) Como você avalia a REGAP quanto sua segurança (capacidade de prevenção de acidentes)?
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Muito
Preocupada Preocupada Indiferente Pouco
preocupada Sem nenhuma
despreocupação
11) O que você acha dos eventos que a REGAP realiza no Petrovale,? ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Péssimos Ruins Regulares Bons Ótimos 12) Com qual freqüência você participa das reuniões da associação de bairro (Petrovale)?
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Sempre Regularmente As vezes Raramente Nunca
13) Como você se sente morando no Petrovale?
( ) Detesto morar aqui. ( ) Moro aqui, porque não tenho outro lugar. ( ) Indiferente. ( ) Morar aqui é bom. ( ) Ótimo, adoro morar aqui. ( ) Outros. Cite: _______________________________________________________
14) Como você vê a relação das associações do Petrovale com a prefeitura? ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Ótima Boa Indiferente Regular Péssima 15) O que você sabe sobre a expansão da REGAP ?
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Conheço muito Conheço Ouvi falar Conheço pouco Não conheço
91
16) Como você ficou sabendo da expansão da REGAP?
( ) Televisão. ( ) Radio. ( ) Pela própria empresa ( ) Internet. ( ) Jornais. ( ) Informativos regionais. ( ) Não fiquei sabendo antes. ( ) Outros. Cite: _______________________________________________________
17) Quais dos itens abaixo terão maior crescimento com a expansão de REGAP?
( ) Emprego ( ) Segurança. ( ) Infra estrutura básica do bairro Petrovale (Asfalto, saneamento básico) ( ) Transporte. ( ) Projetos sociais. ( ) Não melhorará em nada. ( ) Outros. Cite: _______________________________________________________
18) Quais dos itens abaixo terão maior impacto negativo com a expansão de REGAP?
( ) Degradação do meio ambiente ( ) Aumento da Criminalidade. ( ) Danificação da estrutura do bairro Petrovale (Asfalto, saneamento básico). ( ) Aumento do transito de caminhões pesados. ( ) Aumento do número de moradores. ( ) Outros. Cite: _______________________________________________________
19) Qual a sua opinião sobre as propagandas de responsabilidade social da Petrobras?
( ) Concordo, pois a Petrobras é uma empresa socialmente responsável. ( ) A empresa divulga pouco seus projetos sociais. ( ) São um gasto supérfluo. ( ) Acho que é puro marketing. ( ) Não conheço tais propagandas. ( ) Outros. Cite: _______________________________________________________
20) Como você avalia a participação da prefeitura nos problemas que o Petrovale enfrenta hoje?
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Ótima Boa Indiferente Regular Péssima
21) Quais são suas perspectivas para o bairro Petrovale no futuro? ( ) O bairro vai estar mais desenvolvido. ( ) O sistema de transporte vai estar melhor desenvolvido. ( ) Vai aumentar a criminalidade. ( ) O bairro vai estar mais degradado devido as atividades da REGAP. ( ) Não mudará muita coisa. ( ) Outros. Cite: _______________________________________________________
92
22) Quais são suas perspectivas para a REGAP no futuro?
( ) A refinaria vai estar maior (espaço físico). ( ) Haverá mais empregos . ( ) Vai aumentar a emissão de poluentes. ( ) Não mudará muita coisa. ( ) Não sei. ( ) Outros. Cite: _______________________________________________________
23) Quem vai ganhar mais com essa expansão?
( ) Betim (economia/arrecadação de impostos, vinda de novas empresas) ( ) O bairro Petrovale (infra estrutura) ( ) A REGAP/ Petrobras ( ) Os moradores (empregos) ( ) Não sei. ( ) Outros. Cite: _______________________________________________________
24) Quais os investimentos que a REGAP deverá fazer no bairro Petrovale com a sua expansão?
( ) Infra estrutura. (melhoramento de ruas, avenidas e rodovia) ( ) Saúde (programas de apoio a saúde dos moradores) ( ) Escolas (cursos técnicos para os moradores) ( ) Segurança (apóio ao programa municipal “olho vivo”- cameras de segurança) ( ) Não sei. ( ) Outros. Cite: _______________________________________________________
25) Com que freqüência você participa de reuniões com a presença de algum representante da REGAP?
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Sempre Regularmente As vezes Raramente Nunca
26) com que freqüência a REGAP busca a opinião dos moradores quando vai realizar eventos ou apoiar alguma instituição,?
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Sempre Regularmente As vezes Raramente Nunca
27) Como os moradores procuram a REGAP quanto tem alguma reivindicação? ( ) Pela associação de moradores ( ) Por grupos independentes ( ) Por meio de documentos (abaixo assinado) ( ) Por meio da Regional PTP anexo II (Petrovale) ( ) Não sei. ( ) Outros. Cite: _______________________________________________________
93
28) Como a Petrobras reage frente às reivindicações de sua associação de moradores?
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Sempre são atendidas
Regularmente São atendidas
As vezes são atendidas
Raramente são atendidas
Nunca são atendidas
29) Como você vê o relacionamento da REGAP com a mídia?
( ) Amistoso ( ) Polêmico ( ) Controverso, ou seja, desperta duvidas quanto a seriedade de tal relação ( ) Não existe ( ) Não sei. ( ) Outros. Cite: _______________________________________________________
30) Como você vê o relacionamento da REGAP com a prefeitura?
( ) Amistoso ( ) Polêmico ( ) Controverso, ou seja, desperta duvidas quanto a seriedade de tal relação ( ) Não existe ( ) Não sei. ( ) Outros. Cite: _______________________________________________________
31) Como você vê o relacionamento da REGAP com as ONG’s de Betim?
( ) Amistoso ( ) Polêmico ( ) Controverso, ou seja, desperta duvidas quanto a seriedade de tal relação ( ) Não existe ( ) Não sei. ( ) Outros. Cite: _______________________________________________________
32) Você tem alguma opinião ou sugestão que não foi abordada na pesquisa? _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Idade:________________________ Sexo:____________________________ Tempo de que mora no Petrovale:_________________ Estado Civil:__________________ Número de filhos:__________________ Escolaridade:__________________
Roteiro de entrevista semi estruturado
94
APENDICE C – ENTREVISTA COM GESTORES ASSOCIAÇÕES DE BAIRRO / REGIONAL PTB ANEXO II
1) Fale-me sobe sua trajetória na associação de moradores do bairro Petrovale / regional
PTB anexo II e seu envolvimento com as questões sociais em especial com a Petrobrás.
2) Qual sua percepção sobre o papel da REGAP em Betim? Quais as contribuições que a REGAP trouxe para Betim? E os pontos negativos a serem superados?
3) Como você caracteriza o diálogo da comunidade do Petrovale com REGAP? Quais são os pontos positivos? Quais os problemas a serem superados?
4) Quais são as principais estratégias desenvolvidas pela comunidade do Petrovale para lidar com situações de conflito com a REGAP?
5) Como você vê o Petrovale economicamente e socialmente?
6) Como a comunidade do Petrovale se posiciona frente aos impactos sociais, ambientais, culturais e econômicos que a REGAP trouxe para Betim?
7) O que a REGAP tem feito para amenizar os impactos causados por sua atividade industrial sobre o bairro Petrovale?
8) Quais as contribuições que a REGAP trouxe para o bairro Petrovale? E os problemas a serem superados?
9) O que seria um ótimo relacionamento da comunidade do Petrovale com a REGAP? Justifique a sua resposta.
10) Como você avalia a relação das associações de moradores do Petrovale com a REGAP? O que há de positivo nessa relação? E os desafios a serem superados?
11) Como você avalia a relação da REGAP com o poder público de Betim? O que há de positivo nessa relação? E os desafios a serem superados?
12) Como você avalia a relação da REGAP com os órgãos de imprensa? O que há de positivo nessa relação? E os desafios a serem superados?
13) Como você avalia a relação da REGAP com as ONG’s de Betim? O que há de positivo nessa relação? E os desafios a serem superados?
14) Como você avalia a relação da REGAP com os consumidores de Betim? O que há de
positivo nessa relação? E os desafios a serem superados? (Perguntar primeiro se o entrevistado é cliente Petrobrás)
15) A REGAP realizou com a comunidade alguma pesquisa sobre os impactos gerados
pela expansão em Betim? Como foi?
16) Quais são os benefícios que a expansão da REGAP vai trazer para o Petrovale?
95
17) Quais são os problemas que a expansão da REGAP vai trazer para a relação da
comunidade do Petrovale e a Petrobras?
18) Como você vê a REGAP no futuro?
19) Como você vê o Petrovale no futuro?
20) Como você a cidade de Betim no futuro?
21) Existe alguma opinião ou sugestão que você gostaria de acrescentar? APENDICE D - GESTORES REGAP
22) Fale-me sobe sua trajetória profissional na REGAP e seu envolvimento com as
questões de responsabilidade social.
23) Qual sua percepção sobre o papel da REGAP em Betim? Quais as contribuições que a REGAP trouxe para Betim? E os desafios a serem superados?
24) Como você caracteriza o diálogo da REGAP com as comunidades do Petrovale? Quais são os pontos positivos? Quais os desafios a serem superados?
25) Quais são as principais estratégias desenvolvidas pela REGAP para lidar com situações de conflito com a comunidade do Petrovale?
26) Como você vê o Petrovale economicamente e socialmente?
27) Como a Petrobrás se posiciona frente aos impactos sociais, ambientais, culturais e econômicos que trouxe para Betim?
28) O que a REGAP tem feito para amenizar os impactos causados por sua atividade industrial sobre o bairro Petrovale?
29) Quais as contribuições que a REGAP trouxe para o bairro Petrovale? E os desafios a serem superados?
30) O que seria um ótimo relacionamento da REGAP com os stakeholders de Betim? Justifique a sua resposta.
31) Como você avalia a relação da REGAP com as associações de moradores do Petrovale? O que há de positivo nessa relação? E os desafios a serem superados?
32) Como você avalia a relação da REGAP com o poder público de Betim? O que há de positivo nessa relação? E os desafios a serem superados?
33) Como você avalia a relação da REGAP com os órgãos de imprensa? O que há de positivo nessa relação? E os desafios a serem superados?
96
34) Como você avalia a relação da REGAP com as ONG’s de Betim? O que há de positivo nessa relação? E os desafios a serem superados?
35) Como você avalia a relação da REGAP com os consumidores de Betim? O que há de
positivo nessa relação? E os desafios a serem superados?
36) A REGAP realizou alguma pesquisa sobre os impactos gerados pela expansão em Betim? Os stakeholders têm conhecimento desses estudos? Por que?
37) Quais são os benefícios que tal expansão vai trazer para o Petrovale?
38) Quais são os desafios que tal expansão vai trazer para o REGAP na sua relação com o
Petrovale?
39) Como você vê a REGAP no futuro?
40) Como você a cidade de Betim no futuro?
41) Existe alguma opinião ou sugestão que você gostaria de acrescentar?
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