1 Economia Brasileira Acadêmicos: Josué; Ismael. 2 Teoria da inflação inercial e políticas de...

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Economia Brasileira

Acadêmicos: Josué; Ismael

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Teoria da inflação inercial e políticas de estabilização

Capítulo 13

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Objetivos do Capítulo

Apresentar o diagnóstico heterodoxo de inflação inercial.

Mostrar as alternativas de combate à inflação inerentes ao diagnóstico de inflação inercial.

Discutir os diferentes planos de estabilização aplicados ao Brasil.

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Taxa de inflação anual (1977-2001)

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500

1000

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2001

 IGP-DI - geral - centrado - fim período

Taxa de Inflação Anual (1977-2001)

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13.1 A tentativa de decifrar a inflação brasileira – o diagnóstico da inflação inercial

Início da transição democrática em 1985: grave crise econômica com diagnóstico de causas impreciso e parcial.

A dívida era o aspecto mais aparente da crise econômica. Porém, muitos consideraram superada até mesmo a crise da dívida quando o Brasil, a partir de 1983, ajustou seu balanço de pagamentos e apresentou superávits comerciais.

Após dois ajustamentos com efeitos recessivos (1981 e 1983), o ajuste de fluxo das contas externas foi finalmente alcançado. A inflação, porém, ao invés de baixar, como esperava o governo, dadas as políticas ortodoxas adotadas sob orientação formal do FMI, subiu do patamar de 100% ao ano para 200% em 1983 apesar da forte recessão de então.

A inflação estabilizou-se inercialmente nesse novo nível até o final de 1985.

A partir de 1984 o grande problema deixa de ser a balança comercial e o controle da inflação torna-se o centro das preocupações.

Os instrumentos ortodoxos de controle fiscal e política monetária não pareciam surtir os efeitos esperados.

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13.1 A tentativa de decifrar a inflação brasileira – o diagnóstico da inflação inercial

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13.1 A tentativa de decifrar a inflação brasileira – diagnóstico da inflação inercial

Teoria da inflação inercial: uma interpretação alternativa do processo inflacionário, segundo a qual a solução do problema, embora difícil, não era tão custosa quanto a teoria ortodoxa apontava.

Grande influência do pensamento de Ignácio Rangel:– A inflação tem origem em pontos de estrangulamento

na oferta de certos bens em linha com o pensamento estruturalista;

– Rangel via a inflação como um mecanismo de defesa da economia, ou seja, uma forma de moderar os ciclos econômicos e manter elevada a taxa de investimento;

– Rangel acreditava no poder de monopólio das grandes empresas e, em particular dos grandes intermediários de bens agrícolas, era tal que, na recessão, o processo inflacionário era acelerado para acomodar suas demandas e impedir a diminuição de sua renda.

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13.1 A tentativa de decifrar a inflação brasileira – diagnóstico da inflação inercial

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13.1 A tentativa de decifrar a inflação brasileira – diagnóstico da inflação inercial

Lacuna nas teorias convencionais e na teoria de Rangel: a estabilidade da inflação em determinados patamares. Fenômeno este particularmente visível na economia brasileira.

Problema básico: a defasagem nos aumentos de preços das empresas resultava no repasse automático da elevação de custos para os preços, independentemente da demanda.

A essa característica somava-se o processo de formação de preços numa economia oligopolizada, margem fixa ou mark up, que não leva necessariamente a um aumento da taxa de inflação, mas à manutenção dos níveis de inflação em um determinado patamar.

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13.1 A tentativa de decifrar a inflação brasileira – diagnóstico da inflação inercial

Bresser e Nakano (1983) distinguem os fatores Aceleradores, mantenedores e sancionadores da inflação.

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13.1 A tentativa de decifrar a inflação brasileira – diagnóstico da inflação inercial

Aceleradores:

O que acelerava ou desacelerava a taxa de aumento dos preços?

Aumento da quantidade nominal de moeda acima do aumento da renda (análise ortodoxa ou monetaristas); Excesso de demanda em relação à oferta agregada (keynesianos), estrangulamentos na oferta e efeitos propagadores dos aumentos setoriais de preços (estruturalistas); continua...

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Aceleradores:

O poder monopolista de empresas, sindicatos e do próprio governo, que eram capazes de impor choques constantes de preços, os quais, em seguida, se propagavam para o resto da economia (administrativistas).

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Mantenedores:

Conflito distributivo, ou seja, esforço dos agentes econômicos para manter sua participação na renda agregada, o aumento dos preços são realizados defasadamente, não têm outra alternativa senão repassar aumentos de custos para os preços, repetir no presente a inflação passada, indexando informalmente seus preços;

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Sancionadores:

Moeda e déficit público. A moeda é estritamente endógena e a inflação inercial é um incentivo ao déficit público e ao financiamento inflacionário de despesas.

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13.2 Uma nova estratégia de combate à inflação – As propostas de choque heterodoxo e de moeda indexada

Controlar a inflação dependeria de políticas administrativas, ou seja, políticas de rendas e controle de preços.

Em agosto de 1984, Francisco Lopes propõe o chamado choque heterodoxo, no qual defende um amplo congelamento de preços.

Os economistas ortodoxos adotaram a estratégia retórica de associar heterodoxia com populismo econômico, especialmente porque os dois principais choques fracassaram em razão de políticas populistas.

André Lara Resende propôs em 1984 a estratégia de moeda indexada, na qual uma reforma monetária permitiria por algum tempo a convivência de duas moedas. Dessa forma os agentes poderiam redefinir seus contratos na nova moeda.

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13.2 Uma nova estratégia de combate à inflação – As propostas de choque heterodoxo e de moeda indexada

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13.2 Uma nova estratégia de combate à inflação – As propostas de choque heterodoxo e de moeda indexada

Em novembro de 1984 André Lara Resende e Pérsio Arida publicam o artigo “Inertial inflation and monetary reform” que seria a base do Plano Real.

Segundo a proposta “Larida”, para os agentes econômicos que adotassem a nova moeda, os ajustes de preços na moeda antiga passariam a ser diários e sincronizados.

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13.2 Uma nova estratégia de combate à inflação – As propostas de choque heterodoxo e de moeda indexada

Desse modo, posteriormente, quando a reforma monetária eliminasse a moeda antiga, a âncora nominal representada pela nova moeda teria a capacidade de eliminar a inflação, já que não haveria preços atrasados ou adiantados: os preços relativos estariam razoavelmente equilibrados e seria possível realizar um ajuste neutro em termos distributivos.

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13.2 Uma nova estratégia de combate à inflação – As propostas de choque heterodoxo e de moeda indexada

FIM

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FIM

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FIM

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FIM

Heterodoxa: Choque de custos; Estrutura; Inércia.

Causas e Explicações: Não incorpora apenas choques de demanda, unicamente, para

explicar o aumento do nível dos preços, mas um olhar amplo, englobando o processo decisório do líderes formuladores de preços, considera a estrutura de mercado, certa rigidez de preços, juros, indexadores, câmbio, salários, tarifas e outros elementos.

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Heteroxa:

Inecial:

Inflação Inercial: Ocorre quando os preços de uma economia oferecem

resistência às políticas de estabilização para atacar as causas primárias da inflação, é a chamada memória inflacionária. Essa inflação inercial é decorrente de mecanismos de indexação, que reajustam o valor das parcelas de contratos pela inflação do período passado, ou seja, mesmo que não tenha uma razão do preço aumentar, ele aumenta baseado nessa memória inflacionária.

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1985

15 de janeiro: Tancredo Neves é eleito o presidente do Brasil por 489 votos contra 180 de Paulo Maluf na eleição presidencial indireta, que dá ao fim de Regime Militar.

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Ortodoxa:

Deriva da teoria quantitativa da moeda(TQM). Duas versões: Cambridge e Irving Fisher. Basicamente:

M.V=P.Y

Dado:

V e Y constantes;

M determina P.

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Quantidade de moeda (M)

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Na equação quantitativa da moeda, M representa os meios de pagamento.

v

Velocidade da moeda (V)

Na equação quantitativa da moeda, V é a velocidade de circulação da moeda (não observável). Também chamada de velocidade-renda da moeda, é a frequência média em que a unidade monetária é gasta num certo período de tempo, isto é, a quantidade de "giros" que ela dá durante um período determinado, criando renda. É o inverso do coeficiente marshalliano (k é a retenção de moeda, enquanto V é a utilização da moeda, em relação à renda nacional)..2 No curto prazo a velocidade da moeda é constante, tal que, a equação quantitativa expressa a relação de proporcionalidade entre o estoque da moeda e o nível de preço, porque o produto também é constante, tal que:

 

MV = PY; o que implica que: P = MV/Y

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P

Nível de preços (P)

Na equação quantitativa da moeda, P é o nível de preços

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Y

Produto real da economia (Y)

Na equação quantitativa da moeda, Y é o produto real da economia

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