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JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br1 SETEMBRO • OutubrO 2014

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br 2SETEMBRO • OutubrO 2014

Márcio Alemany Presidente

NNossa Advoca-cia Pública atra-vessa uma fase

gloriosa de resultados pró Governo, contri-buindo permanente-mente para o aumento da arrecadação e, com todo brilho, de-fendendo e ganhando causas milionárias para o Estado e para a Cidadania. Todas essas conquistas frequentes e nesses últimos quatorze anos sem o devido reco-nhecimento. Como todos sabem, perma-necemos por mais de vinte anos, antes da edição da MP 2048 de 29 de junho de 2000, sem obtermos qualquer aumento remuneratório que

expressasse alguma compensação para es-tímulo ou recuperação financeira. Ficamos a ver navios, enquanto a Magistratura e o Mi-nistério Público avan-çavam premiando seus quadros e, sem compe-tição, levando, a todo momento contingentes da Advocacia Pública para suas fileiras. Vive-mos já há algum tempo como celeiro dessas duas carreiras. Quando todas as equipes da Advocacia Pública se fortalecem unidas em contínuo aprendizado na prática diuturna na defesa do Estado, com a cultura produzida em nossas Procura-dorias, atingindo um incomparável nível de competência, surge um concurso público para o preenchimento de vagas na Magistratura ou no Ministério Públi-co e nos leva precioso número de profissionais do mais alto gabarito. O que fazer? Ficarmos

à mercê da famigerada mesa de negociação do Ministério do Planeja-mento, de pires na mão mendigando melhorias salariais nesses anos todos, com essa fre-quente perda de equi-pes? Ou voltarmos a paralisar para exigirmos mais atenção e respeito ao nosso ingente traba-lho? Estamos no aguar-do das eleições gerais para termos o mesmo Governo que não soube nos dar o devido valor ou de novo que venha e acorde para importância do que temos realizado. Qual esperança nos nutre? A certeza do que temos vivenciado ou a expectativa de sermos reconhecidos e tratados com mais dignidade. Não alimentamos ilu-sões, em função desse tempo decorrido, mas não queremos perma-necer ludibriados, com adiamentos ou com a promessa de soluções que não acontecem. Nossa melhor reação

esta sendo novamente esboçada, paramos por um dia hoje e adiante paralisaremos por mais tempo. O necessário para termos nossos pleitos atendidos, para que nos vejam com mais respeito, respon-sabilidade e sensibi-lidade. Acaso o atual Governo venha a se reeleger, também não deixaremos de fazer essa cobrança, já que nada fez para o aten-dimento de nossas carreiras, deixando-nos à míngua e sujeitos a uma inflação reconhe-cida que corroí nossos subsídios. Não pode-rão fazer mais falsas promessas, pois já são nossos conhecidos e bem sabemos dos seus truques e tapeações. Devemos ficar mais uni-dos e atentos para que essas cobranças melhor se efetivem até a con-quista de nossos plei-tos. E, em caso de novo Governo, da mesma forma prosseguiremos

em nossa luta, para que sejamos cada vez mais reconhecidos e recompensados. Nos-sa Advocacia Pública tem exercido um pa-pel relevante na Defe-sa Jurídica do Estado e da Cidadania, nossa participação na De-fesa do Patrimônio Público tem a cada dia mais se efetivado e os resultados es-tão sempre à mostra, somos partícipes de uma honrosa história que nos eleva honra e consola mas que, sem premiação e reconhecimento, nos levará ao desestímulo e à fragilização. Es-taremos sempre sen-síveis ao diálogo com qualquer Governo, mas não abrimos mão dos nossos pleitos, pois são eles medidas que nos possibilitam prosseguir sempre com mais eficiência e dedicação na defesa dos interesses do Es-tado e da Cidadania.

Sem Mais Adiamentos

[...]Mas justiça atrasada não é justiça, senão injustiça qualifi-cada e manifesta. Porque a dilação ilegal nas mãos do julgador contraria o direito escrito das partes, e, assim, as lesa no patri-

mônio, honra e liberdade... Os tiranos e bárbaros antigos tinham por vezes mais compreensão real da justiça que os civilizados e

democratas de hoje [...]. (Rui Barbosa)

O juiz é o direito tornado homem. Na vida prática, só desse homem posso esperar a proteção prometida pela lei sob uma forma abstrata. Só se esse homem souber pronunciar a meu favor a palavra justiça, poderei certificar-me que o direito

não é uma promessa vã. (Piero Calamandrei)

Prezado Associado,Seja um colaborador do seu jor-nal. Envie artigos, monografias, ca-sos pitorescos de sua vida foren-se, biografias de juristas famosos e tudo que se relacione com as-suntos jurídicos. Os trabalhos após analisados, poderão ser publicados.Obs: Os textos não deverão ultra-passar duas laudas, espaço dois.

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br3 SETEMBRO • OutubrO 2014

A Advocacia-Geral da União (AGU) assegurou no Supremo Tribunal Federal (STF) a validade da Relação de Serviços Extrajudiciais Vagos, elaborada pelo Con-selho Nacional de Justiça (CNJ). Segundo os advoga-dos, foram declarados vagos os serviços notariais e de registro cujos responsáveis não tenham assumido a vaga por meio de concurso público de provas e títulos, conforme prevê a Constituição Federal.

A discussão chegou ao STF após uma tabeliã do Car-tório Distrital de Novo Mundo, em Curitiba/PR, entrar com ação contra a determinação

AGU comprova no STF validade de lista do CNJ sobre cargos vagos em cartórios

de vacância expedida pelo CNJ. A autora alegou que foi aprovada em concurso de re-moção para o cargo, em 1990.

A Secretaria-Geral de Con-tencioso (SGCT), órgão da AGU, no entanto, explicou que a autora foi nomeada escrivã distrital de Guamirim, na Comarca de Irati/PR, após aprovação em concurso públi-co. Posteriormente, passou a exercer titularidade temporária do Cartório Distrital de Novo Mundo/PR, em 1989, sem ter prestado concurso público es-pecífico para a serventia extra-judicial.

A Advocacia-Geral ressaltou que, no julgamento do Manda-

do de Segurança nº 28.279, o STF já havia reafirmado “ine-xistência de direito adquirido de substituto que preenchera os requisitos do artigo 208 da Carta pretérita à investidura na titularidade de Cartório, quan-do a vaga tenha surgido após a promulgação da Constituição de 1988”.

A manifestação da SGCT também ressaltou decisão do Supremo, de abril de 2014, no Mandado de Segurança nº 26.860/DF, destacando que o artigo 236, § 3º, da Cons-tituição Federal exige que o ingresso na atividade notarial e de registro depende de con-curso público, “não se permi-

tindo que qualquer serventia fique vaga, sem abertura de concurso de provimento ou de remoção, por mais de seis meses”.

A Advocacia-Geral ob-servou, então, que a tabeliã exerceu a atividade por conta de um concurso de remoção, sem ter, na verdade, realizado concurso público para a titu-laridade de cartório, uma vez que foi aprovada em 1985 para o cargo de escrivã.

Em decisão colegiada, nesta terça-feira (30/09), a 2ª Turma do STF acolheu os argumentos apresentados na manifestação da AGU e rejei-tou o recurso da autora.

BSPF - 02/10/2014A Advocacia-Geral da União

(AGU) confirmou, na sessão do Supremo Tribunal Federal desta quarta-feira (02/10), a validade do teto constitucional estabelecido para as remune-rações dos servidores públi-cos. A defesa do dispositivo legal destacou que a limitação permite o equilíbrio e a equa-lização da realidade atual do Serviço Público.

A atuação da AGU ocorreu no Recurso Extraordinário nº 609.381, ajuizado contra deci-são do Tribunal de Justiça de Goiás favorável ao pagamento integral a militares da reserva e pensionistas da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do estado dos respectivos ven-cimentos. Segundo a ação, o entendimento violava o inciso

XI do artigo 37 da Constituição, que determina que as remune-rações não podem exceder o subsídio dos ministros do STF.

Na tribuna do Plenário, o Advogado-Geral da União, mi-nistro Luís Inácio Adams, sus-tentou a efetividade do texto constitucional, com fundamento nos princípios da moralidade e da racionalidade da Adminis-tração Pública. Para ele, esses elementos são privilegiados com a aplicação da norma. “A preservação e efetiva aplicação do teto constitucional garante que as remunerações estejam submetidas a esses dois regra-mentos”, reforçou.

Adams lembrou que, antes da Constituição de 1988, o sistema remuneratório permitia situações “absurdas” em que servidores recebiam remune-

rações superiores àqueles que ocupavam funções mais quali-ficadas. Destacou, então, que atualmente a Administração Federal possui 4.865 servido-res que estão submetidos ao limite remuneratório, cujas re-munerações giram em torno de R$ 730 milhões.

O Advogado-Geral afirmou, ainda, que o alcance do teto constitucional, com a redação dada pelo artigo 9º da Emenda Constitucional, em atenção ao artigo 17 dos Atos das Disposi-ções Constitucionais Transitó-rias, se impõe inclusive como exceção à irredutibilidade dos subsídios e vencimentos dos ocupantes de cargos e em-pregos públicos, norma igual-mente prevista no artigo 37 da Constituição (inciso XV).

O relator da ação, ministro

Teori Zavascki, acatou os ar-gumentos da AGU em defesa da validade da limitação re-muneratória na forma como dispõe o artigo 37, inciso XI, da Constituição e deu provi-mento ao recurso, afastando as alegações de direito adqui-rido dos servidores de Goiás autores da inicial. O voto foi acompanhado pela maioria dos ministros, vencidos os mi-nistros Marco Aurélio, Celso de Mello e Ricardo Lewando-wski, presidente do STF. Foi reconhecida a repercussão geral da ação, de modo que o julgamento deve ser seguido nos processos que estavam suspensos aguardando o exa-me da Corte.

Ref.: RE 609381 - STF.Com informações da Asses-

soria de Imprensa da AGU

Atuação da AGU garante no STF teto salarial para o funcionalismo público

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br 4SETEMBRO • OutubrO 2014

A Alemanha saiu arrasada após a 1ª Guerra Mundial. Com a assinatura do tratado de paz, perdeu seus territórios ultramarinos e, na Europa, a Alsácia -Lorena e a Prússia Oriental e foi obrigada a pagar inde nizações que logo provocaram o colapso de sua moeda e causaram desem-prego em massa. Os exércitos aliados ocupa ram a região do Reno e impuseram rigorosas limitações ao tamanho do Exército e da Mari nha alemães. Mergulhada em profunda recessão, a Alemanha viu surgir a voz da liderança de Adolf Hitler, que evocava o orgulho nacionalis ta alemão, glorificando a raça ariana e culpan-do judeus e comunistas pela derrota na guerra, criando o poderoso Partido Nazista.

Já em 1934, Hitler se tornava o líder absoluto do país e começou um projeto de rearmamento de suas forças, contra riando o Tratado de Versalhes, porém sem en contrar protestos de outros países. Em 1936 reocupou a região do Reno sem resistência al guma dos Aliados e estabeleceu uma aliança com Mussolini, que criara o fascismo na Itália. Sua atenção virou para a Áustria, que possuía um forte partido nazista, mas também o desejo de permane-cer independente. Mesmo assim, Hitler invadiu o país em 1938 e ocupou Viena sem encontrar resis tência. Depois rumou em direção à Tchecoslováquia, região onde havia uma grande população

Em 1939 Setembro Começava Malalemã que sofria de preconceitos das popula ções tcheca e eslovaca. Hitler tra-tou de fomentar a revolta dos alemães no país com o intuito de co meçar uma guerra, visando as ricas reservas de minério de ferro e da indústria bélica da Checoslováquia. A Europa finalmente reagiu e Inglaterra, França e Rússia

pressionaram Hitler. Este prometeu que se os Sudetos, região fronteiriça da Tcheca, fosse ane xada à Alemanha, ele não faria mais nenhuma exigência territorial na Europa. A Inglaterra concordou, mas Hitler quebrou sua promessa e invadiu o país inteiro, certo de que Inglaterra e França não estariam dispostos ou seguros para retaliar.

A reivindicação inicial da Alemanha na Polônia era bem simples: a devolução do porto alemão de Dantzig e livre acesso a ele e à Prússia Oriental através da Polônia, o chamado, corredor polonês. A Polônia se recusou e Hitler sabia que seu próximo avan-ço traria retaliações sérias das potências europeias. Por isso,

tratou de trazer a Rússia para seu lado, num trato para dividir a Polônia entre os dois países. Como a Rússia não gostou nada de ter sido rejeitada pela Inglaterra quando se ofereceu para fazer uma aliança, acabou acei tando a proposta, sob a promessa de receber de volta o território perdido em 1918.

No dia 1º de setembro de 1939 a Alemanha invadiu a Polônia. As máquinas e as táticas de guerra alemãs eram modernas e eficazes, o oposto do apresentado pela Polônia. No lado leste, Hitler atacava com o apoio russo e do lado oeste Inglaterra e França reagiam quase que letargicamente, com

ideias táticas ultrapassadas e lentidão. Lutando a pé, o exército po lonês não foi páreo para os blinda dos e a força aérea alemães. No dia 17 de setembro entraram as tropas russas e Varsóvia caiu a 28 de se tembro. Era o início dos 6 anos do maior conflito armado da história da humanidade, anunciado diversas ve zes e que poderia ter sido evitado se as sanções à Alemanha tivessem sido menos rigorosas após a primeira guerra e se as potências europeias tivessem agido energicamente quando viram Hitler marchar sobre os países vizinhos com a bandeira do militarismo, ódio e intolerância.

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br5 SETEMBRO • OutubrO 2014

Allam SoaresProcurador Federal

A escravidão é um sistema econômico

e social que se fundamenta na exploração de trabalho escravo, tendo sido praticada entre outros por assírios, sumérios, indianos e chineses. Mesmo a economia da Grécia Antiga era dependente de seus escravos, sendo as Ilhas Sagradas de Delfos o mais importante mercado escravista do Egeu. À época, era habitual a escravização dos prisioneiros de guerra e devedores insolventes – o que foi incrementado pela posterior expansão do Império Romano, havendo, ainda, países que utilizavam o trabalho escravo de mulheres e crianças. Já o tráfico africano teve o seu apogeu nos séculos XVII e XVIII, sendo destinado às plantações nas colônias europeias e

“As nações são formadas e mantidas vivas pelo fato de terem um programa para o

amanhã.” (Ortega y Gasset)

americanas.Ao tempo da 2ª

Guerra Mundial, os nazistas, por igual, utilizaram o trabalho escravo, escolhido, principalmente, entre os judeus e eslavos mais saudáveis. Nos Estados Unidos, Abraham Lincoln proclamou, em 1862, que todos fossem legalmente livres a partir de janeiro de 1863. O Congresso Americano todavia só em 1865 aprovou a 13ª Emenda à Constituição, que aboliu a escravidão em todos os Estados da América do Norte, ratificando, assim, a constitucionalidade da Proclamação de Lincoln. Foi este o 1º País que aboliu essa prática infame.

Após a Guerra de 1939/1945, as Nações Unidas passaram a usar a palavra escravo também aos que não pudessem, voluntariamente, abandonar seu trabalho. Há pouco tempo, a ONU estimou que,

nessas condições, existem mais de 250 milhões de pessoas, principalmente na África, Ásia e América do Sul, em geral em áreas extrativistas e agrícolas. Inobstante o grande avanço civilizatório a esse respeito, há, ainda, um enorme caminho para que se chegue à abolição universal da escravatura, na forma conceituada pela ONU.

Recentes estudos alertaram que a devastação ambiental tem íntima relação com o que se poderia chamar de a “moderna escravidão”, já que ela jamais deixou de existir, tão somente alterando sua forma. Há os que se poderia chamar de escravizados já na vida intra-uterina, ou seja, são mercadoria ao nascer e os que nascem livres, mas cujas condições sócio-ambientais levam a uma vida miserável, da qual dificilmente podem fugir.

Inimigos da natureza – indiferentes ao futuro humano – descumprem a modesta legislação ambiental existente, ao invadirem áreas preservadas para destruírem florestas e explorarem nocivamente outros recursos naturais.

Esta exploração prejudica a vida do povo brasileiro, com repercussão imediata nos indígenas, em modestos agricultores e nos ribeirinhos que, assim, se convertem numa “reserva estratégica” de trabalho forçado.

A Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional e o Protocolo de Palermo abordam a cooperação internacional para o combate a tais organizações criminosas e foram subscritos por quase todos os países. Falta a vontade política desses países para a eficaz repressão aos destruidores das áreas de preservação ambiental, com a criação das áreas de florestas públicas de uso sustentável. Uma das urgentes tarefas nacionais é, pois, tornar inviável a nociva exploração ambiental e a destruição das fontes de subsistência, o que leva os mais pobres a tornarem-se permeáveis a esse trabalho que a ONU considera

escravo. Ao contrário disso, o que se vê são tentativas de desqualificação dos que defendem uma agenda ambiental positiva com a agravante de alardearem empreendimentos, que consideram grandiosos, mas que, constantemente, não terminam ou não são benéficos ao País.

Há alguns anos, notável ambientalista norueguesa, Arne Naess, escreveu que o nível de exploração dos recursos naturais levaria a um desastre ambiental e que, para evitar isso, seria urgente a procura de meios alternativos, para que se produzissem bens e energia, sem prejuízo de que se continuasse a exploração das fontes energéticas então vigentes, até que se conseguisse as chamadas energias limpas.

Ainda hoje, tem gente que finge não entender a lógica desse raciocínio!

Meio Ambiente e Escravismo

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br 6SETEMBRO • OutubrO 2014

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) rea-firmaram jurisprudência da Corte segundo a qual, no caso de condenação patri-monial imposta por tribunal de contas, somente o ente público beneficiário possui legitimidade para propor a ação de execução. A matéria, com repercussão geral reco-nhecida, foi analisada pelo Plenário Virtual do STF, que negou Recurso Extraordinário com Agravo (ARE 823347) e manteve a ilegitimidade do Ministério Público do Estado do Maranhão (MP-MA) para atuar em tal hipótese. A deci-são majoritária seguiu a ma-nifestação do relator, ministro Gilmar Mendes.

No caso dos autos, o MP maranhense questionou acórdão do Tribunal de Justi-ça local (TJ-MA) que o julgou ilegítimo para executar as decisões do Tribunal de Con-tas que impõem a responsa-bilização de gestor público ao pagamento de multa por desaprovação de contas. No Supremo, o MP-MA sustentou sua legitimidade para propor a ação, afirmando que a sua atuação na hipótese “nada mais seria que exercício de defesa do patrimônio público, preconizado pela Constitui-ção Federal, artigo 129, III”.

ManifestaçãoO relator do recurso, mi-

nistro Gilmar Mendes, mani-festou-se pela existência de repercussão geral da matéria,

visto que “a discussão trans-borda os interesses jurídicos das partes”. Para ele, “há significativa relevância da controvérsia, nos termos da repercussão geral, e respec-tivas vertentes jurídica, políti-ca, econômica e social”.

Quanto ao mérito, ele des-tacou que o tema é objeto de atenção do STF há décadas. A jurisprudência consolidada em julgamentos no Plenário e nas Turmas e também em de-cisões monocráticas, afirmou o relator, compreende que “a ação de execução pode ser proposta tão somente pelo ente público beneficiário da condenação imposta pelos tribunais de contas”. O relator destacou que o entendimen-to foi firmado no julgamento do RE 223037, de relatoria do ministro Maurício Corrêa (aposentado).

O ministro sustentou ain-da que, diante do exposto no artigo 129, inciso III, da Constituição Federal, não se comporta interpretação am-pliativa. “É ausente a legi-timidade ativa do parquet”, concluiu.

Por maioria, foi reconhe-cida a repercussão geral da matéria, vencido o ministro Marco Aurélio. No mérito, foi negado provimento ao recurso e reafirmada a juris-prudência da Corte, vencidos os ministros Marco Aurélio e Dias Toffoli.

Processo relacionado: ARE 823347

Execução de condenação por tribunal de contas

só pode ser proposta por entidade beneficiária

Errata1. Na Capa da edição de agosto de 2014 o Dia dos Pais foi fixado

em 9 de agosto, quando, acertadamente, seria o segundo domingo de agosto, ou seja, dia 10.

A T E N Ç Ã OSenhores(as) Associados(as),

Temos verificado que alguns associados, que pagam a mensalidade através de Boleto Bancário do Banco do Brasil, o fazem com atraso, ou, até mesmo, deixam de fazê-lo no vencimento, causando problemas para a nossa contabilidade.

Convêm lembrar que a mensalidade é a única receita da APAFERJ, nos termos do art. 11, I do Estatuto da entidade.

Como é sabido, a APAFERJ tem várias despesas a serem pagas, mensalmente, como por exemplo, salários dos funcionários, condomínio, telefones, luz, contador, manutenção de equipamentos, confecção do jornal da APAFERJ, correio etc. Portanto é absolutamente necessário que a receita mensal não sofra decréscimo em razão do atraso ou não pagamento da mensalidade, no valor de R$ 80,00, sem nenhum reajuste desde janeiro de 2010.

Posto isto, apelamos aos colegas – associados que procurem pagar a mensalidade no prazo fixado, ou seja, até o 5º.(quinto) dia útil do mês subsequente, a fim de que não haja solução de continuidade em nossos compromissos.

Solicitamos, também, nos comunicar qualquer problema referente ao não recebimento do Boleto Bancário, que para a APAFERJ, custa R$ 5,30 em cada emissão, e outras eventuais ocorrências, como à mudança de endereço, falecimento etc., para que possamos tomar as providências cabíveis.

Fernando F. de Mello

Diretor Financeiro

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br7 SETEMBRO • OutubrO 2014

Antonio C. Calmon N. da GamaDiretor de Divulgação da APAFERJ

Fatos . Fatos . Fatos . Fatos . Fatos .Momento

Literário

Flash

PENSAMENTO

CONFERÊNCIAA XXII Conferência Nacional dos Advo-gados, que se rea-lizará de 20 a 23 de outubro no Riocentro será de suma impor-tância para os espe-cialistas da área jurí-dica. A expectativa é de que compareçam ao conclave em tor-no de 20 mil pessoas o que confirma ser o maior evento jurídico da América Latina. O Ministro Luis Roberto Barroso, do STF fará a palestra de abertu-ra cujo tema será A Constituição Demo-crática e Efetivação de Direitos. Além deste, destacamos os seguintes: A evo-lução dos direitos hu-manos com o jurista

Fabio Konder Com-parato; Avaliação do Poder Judiciário com o professor Dal-mo Dallari; Eficácia dos Direitos Sociais, Procurador Regional da República, Daniel Sarmento e O poder do juiz com a minis-tra do STF Carmem Lúcia entre outros temas de alta rele-vância para o múnus jurídico.

CONPAFEstão abertas as ins-crições para o XV Congresso Nacional dos Procuradores Federais. O Encon-tro deste ano acon-tecerá na cidade de São Paulo entre os dias 26 e 28 de no-vembro e terá como tema principal “Pro-curador Federal For-talecer a carreira é investir no futuro do Brasil”. O hotel esco-lhido para o encontro foi o Hilton Morumbi, localizado dentro do Centro Empresarial

Nações Unidas. As reservas deverão ser feitas pelos telefo-nes 11 2845-0100 ou 0800-5960000. Não deixe de fazer sua re-serva e inscrição, va-mos prestigiar nosso encontro nacional.

FESTA NATALINAA Diretoria da APAFERJ, continua nos preparativos da nossa festa natali-na, acreditamos que no próximo número daremos aos Asso-ciados, informações detalhadas sobre o evento. O local como já revelamos será no Clube Marimbas, em Copacabana. Espe-ramos contar com a sua presença e fami-liares.

PARCERIAAutoridades America-nas reuniram-se com membros da AGU, objetivando reforçar o combate ao se-qüestro internacional de crianças e garantir agilidade nos proces-sos judiciais que en-volvem a matéria. A embaixadora Susan Jacobs, Conselheira Especial para assun-tos de crianças nos EUA solicitou o en-contro para discutir a aplicação da con-venção de Haia. O Procurador-Geral da União, Paulo Kuhn participou da reunião. Trata-se de reforçar a parceria entre Brasil e os Estados Unidos

no combate a este tipo de crime.

FALECIMENTONão poderia deixar de comunicar o fa-lecimento, ocorrido no mês de setembro, do primo deste colu-nista, Antonio Carlos Calmon N. da Gama, pessoa que sempre abrilhantou a nossa carreira quando em exercício na Procu-radoria Jurídica do INSS. Nossos since-ros sentimentos aos seus familiares em especial a sua espo-sa Thereza e seu filho Desembargador Fede-ral, Guilherme Calmon N. da Gama.

LANÇAMENTO O Livro Audiências Públicas de autoria do Procurador Fede-ral Eduardo Fortuna-to Bim, tem por obje-to ampliar o conheci-mento sobre normas para realização de audiências públicas. Para Eduardo “as audiências públicas veem ganhando no-toriedade por causa do processo deci-sório desenvolvido pelas agencias regu-ladoras, bem como para inúmeras obras de infraestrutura rea-lizadas no país”. Pu-blicado pela Editora Revista dos Tribunais em formato impres-so e digital, procura-se dar soluções para problemas que envol-vem a matéria. Vale a pena conferir.

O soneto MENSAGEM A UM PAI, publicado na edição de agosto, na página 7, por ter saído incompleto, está sendo republicado nesta edição.

MENSAGEM A UM PAI

Por mim galgou montanhas, singrou mares,Atravessou insone as madrugadas.Transformou em alegria mil pesaresTornou retas e planas as estradas.

- Tudo podes fazer com que sonhares.Ele me disse em vezes reiteradas.- Difícil é manter o que conquistares.São palavras por mim nunca olvidadas

Guiou-me pelas sendas da Verdade.E me ensinou a buscar FelicidadeNas coisas mais modestas desta Vida

Sempre me lembro dele com Saudade,Está longe de mim na Eternidade,Mas perto na Gratidão nunca esquecida!

R.Robinson S. Junior

“Se ficarmos nos preocupando apenas com os erros, nunca encontraremos a paz”. Ajahn BrahmXIV CONPAF, João Pessoa

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br 8SETEMBRO • OutubrO 2014

Eu tive o imenso privilé-gio de conviver, por longos anos, com o Doutor Ricardo Buarque Franco Neto, o De-cano da Advocacia Pública Federal, que foi Presidente da ANPAF e, posteriormen-te, seu Secretário-Geral, in-fatigável, atento e prestati-vo, lutando, cotidianamente, pelos ideais que defendia com firmeza e coragem.

Doublé de Jornalista e Advogado, buscava obter a perfeição nos trabalhos que elaborava e nas iniciativas que adotava, lastreado em notável experiência profis-sional, que se fazia notar principalmente nas reuniões de que participava, indican-do-nos, com sua voz mansa e afável, os melhores cami-nhos a serem trilhados.

Era amante incondicional das letras e das artes, dota-do de extraordinária capaci-dade para redigir textos alu-

Ricardo Buarque Franco Neto começou no serviço público em 1961como redator da “Revista Rodovia”, do extinto Departamento Nacional de Estrada e Rodagens (DNER), hoje DNIT. Em 1977 tomou posse como Procurador Federal, atuando junto ao DNER até 1991.

Durante sua trajetó-ria, também foi assessor do Ministro Extraordi-nário do Planejamento (1965/1967); Chefe do

sivos aos temas mais varia-dos, aceitando no entanto, com absoluta naturalidade, qualquer sugestão tendente a aprimorá-los, porquanto tinha a vocação de conciliar e abominava atitudes auto-ritárias.

A morte do Dr. Ricardo, além de comover os inúme-ros amigos que conquistou em sua extensa e profícua existência, acarretou, tam-bém, sério impacto no de-sempenho das Associações dos Advogados Públicos Fe-derais, posto que perdemos um conselheiro brilhante e dedicado, cuja atuação foi marcante nas empreitadas destinadas ao fortalecimen-to e à valorização de nossa Classe, assertivas que po-dem ser comprovadas não apenas à vista da abundan-te documentação arquivada na ANPAF, como também com base no amplo elenco

Um Paladino da Advocacia Públicade cole-gas que poderão ratificar o meu enten-dimento, uma vez que traba-lhavam em Brasília, ci-dade esco-lhida pelo carioca Dr. Ricardo para mo-rar, amar e realizar obras mag-níficas

Independentemente da amizade e da admiração que me ligavam ao saudo-so Dr. Ricardo, penso que ele seria merecedor de um jornal inteiro para celebrar seus feitos e, utilizando a candente expressão de To-bias Barreto de Menezes,

Gabinete do Diretor-Ge-ral da Agência Nacional (1968/1969); Assessor do Ministro da Saúde (1970 a 1972); Assessor do Se-cretário de Indústria e Co-mércio/RJ (1974 a 1975); Assessor Especial do Mi-nistro do Desenvolvimen-to Urbano (1985/1986); Assessor Especial do Ministro dos Transpor-tes (1987/1991); Chefe de Gabinete do DNER (1991/1992) e Coordena-dor Jurídico e Consulto Jurídico Substituto do Mi-

nistério dos Transportes (1995/1997).

Na atividade privada, antes de ingressar no ser-viço público, atuou como advogado em escritórios especializados em Direi-to Cível (Família) e Tra-balhista. Também atuou como redator em jornais de grande circulação, como o Correio da Manhã e O Globo, passando ain-da pela Agência Brasil.

Jornalista profissional e advogado inscrito na OAB/RJ, Ricardo Buarque

Ricardo Buarque Franco Neto

deveria ter sido enterrado de pé; de pé como sempre viveu, com a cabeça acima do estômago e o estômago abaixo do coração.

Requiescat in pace, pre-zado amigo.

Rosemiro Robinson Sil-va Junior

Ao longo de sua extensa trajetória na Advocacia Pública, Ricardo Buarque Franco Neto foi essencial para o fortalecimento das Funções Essenciais à Justiça.

Franco Neto proferiu importantes palestras durante sua participa-ção, como “A Carreira de Procurador Federal”, no I Conpaf (2000), atuando ainda em relevantes pro-duções jurídicas como a “Mensagem Presidencial ao Congresso Nacional - Setor de Transporte”, com dados relacionados ao período de 1966 a 1967.

Faleceu em Brasíl ia/DF. Em 17 de setembro de 2011.

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br9 SETEMBRO • OutubrO 2014

A Advocacia-Geral da União (AGU) obteve liminar no Tri-bunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) que impede a deflagração da greve de ser-vidores da Justiça Eleitoral de São Paulo. O movimento pare-dista está previsto para (1º/10), a quatro dias do primeiro tur-no das eleições. Em caso de descumprimento da decisão, o Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Esta-do de São Paulo (Sintrajud) e os servidores deverão pagar solidariamente multa diária no valor de R$ 300 mil.

A Procuradoria-Regional da União da 3ª Região (PRU3) ajuizou ação após receber ofício do Presidente do Tribu-nal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE/SP), em caráter de urgência, comunicando o início da paralisação por tempo indeterminado a partir de 30 de setembro de 2014.

Para a Advocacia-Geral, a deflagração do movimento a menos de uma semana das eleições “mais do que inopor-tuna e irresponsável, revela-se manifestamente contrária ao Direito e atentatória aos

valores da cidadania e da de-mocracia, na medida em que coloca em risco a própria reali-zação do pleito”.

Na ação, a Procuradoria in-formou que o cenário prejudica a realização regular das elei-ções no estado que é o maior colégio eleitoral brasileiro. Da-dos do processo apontam que São Paulo conta com mais de 32 milhões de eleitores, 425 zonas eleitorais, 10.317 locais de votação, 88.808 seções eleitorais e 101.986 urnas ele-trônicas.Irregularidade do movimento

A PRU3 destacou na ação dirigida ao TRF3 que qualquer paralisação dos servidores da Justiça Eleitoral de São Paulo é prejudicial ao calendário dos turnos eleitorais e, por isso, não tem respaldo constitu-cional ou legal, pois afronta a regularidade da organização e execução das eleições.

Segundo os advogados, apesar dos servidores públicos civis serem contemplados pelo direito constitucional de greve, é inegável que há determina-das categorias que constituem exceção à regra, na medida

em que desempenham ativida-des indispensáveis à coesão social. “É exatamente o caso dos serviços prestados pela Justiça Eleitoral, destacada-mente em ano de eleição, aos quais se atribui a marca da es-sencialidade”, aponta trecho do pedido da AGU.

A Lei 7.783/89, que regu-lamenta a greve na esfera privada e foi estendida para a Administração Pública tempo-rariamente por determinação do Supremo Tribunal Federal, estabelece que em nenhuma hipótese, os meios adotados por empregados e emprega-dores poderão violar ou cons-tranger os direitos e garantias fundamentais de outrem.

O prejuízo ao processo eleitoral no país também foi levantando pelos advogados da União, que informaram que a greve geraria danos “inco-mensuráveis e irreparáveis” à sociedade brasileira. Além disso, alertaram que o movi-mento paredista coloca em risco todo o planejamento do processo eleitoral e o direito dos cidadãos brasileiros de exercerem o sufrágio universal,

AGU assegura multa diária de R$ 300 mil a sindicato e servidores da Justiça Eleitoral de SP em caso de greve

sendo concreto o perigo de dano. “Não é razoável impor a milhões de cidadãos o ônus decorrente de reivindicações corporativas. A paralisação dos serviços na Justiça Eleitoral paulista torna impossível ga-rantir a realização do primeiro turno das eleições do ano cor-rente, prevista para o próximo domingo (05/10), ato perfeita-mente hábil a gerar inestimável e irreversível impacto negativo junto à população e à Adminis-tração Pública”, ressalta outro trecho do pedido.

Diante das alegações apre-sentadas pela AGU, o TRF3 proibiu o início do movimento paredista. “Visando assegurar a ordem pública e na defesa da segurança jurídica, premis-sas jurídicas essenciais para a realização do processo eleito-ral, que tem início no próximo dia 5 de Outubro, concedo a presente medida liminar, para determinar a proibição de de-flagração do movimento gre-vista dos servidores públicos federais junto ao Tribunal Re-gional Eleitoral de São Paulo, marcado para o próximo dia 1º de Outubro”.

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br 10SETEMBRO • OutubrO 2014 10JoRNaL Da aPaFERJ - www.apaferj.org.brSETEMBRO • OUTUBRO 2014

O ato foi para alertar a popula-ção sobre a carência estrutural e a defasagem salarial sofridas pe-los membros da Advocacia Geral da União (AGU), Advogados da União, Procuradores da Fazenda Nacional e Procuradores Federais com atuação em diversos estados paralisaram suas atividades, nesta quarta-feira (1º de outubro).A mobilização é parte do Dia Na-cional de Paralisação da Advoca-cia Pública Federal. Em todo Brasil se encontram em atividade mais de 7.000 advoga-dos públicos federais.

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br11 SETEMBRO • OutubrO 201411 JoRNaL Da aPaFERJ - www.apaferj.org.br SETEMBRO • OUTUBRO 2014

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br 12SETEMBRO • OutubrO 2014

Em Brasília, a ANAJUR, ANAU-NI, ANPAF, APBC, ANPPREV, SINPROFAZ e UNAFE organiza-ram um ato público em frente ao prédio do Ministério do Pla-nejamento, Orçamento e Ges-tão, no Bloco K da Esplanada dos Ministérios, às 10h.

Em seu discurso em Brasília, o Presidente da ANAUNI, Rom-mel Macedo, elencou os princi-pais motivos para a realização do ato público. “Estamos aqui para demonstrar a péssima si-tuação estrutural da Advoca-cia-Geral da União, que possui enorme defasagem no quantita-tivo de membros e servidores. Somente na carreira de Advo-gado da União, há mais de 600 cargos vagos”. Rommel Macedo afirmou que o Governo Federal mostra-se insensível aos pleitos da Advocacia Pública. “Há uma enorme resistência do Poder Executivo à PEC 82, de 2007, e aos honorários de sucumbência para Advogados Públicos.”

Segundo o secretário geral adjunto da OAB/MA, Everton Pacheco Silva, que também é advogado da União, dentre as

reivindicações da Advocacia Pú-blica Federal está a concessão de autonomia da categoria a exemplo do que já ocorre com a Magistratura, Ministério Públi-co e, recentemente, com a De-

fensoria Pública, condição pre-vista na Proposta de Emenda à Constituição nº 82/2007.

O objetivo da mobilização, foi apresentar as dificuldades en-frentadas pelos Advogados da

União, Procuradores da Fazenda Nacional, Procuradores Federais e Procuradores do Banco Cen-tral do Brasil, que sofrem com enormes carências estruturais e defasagem remuneratória. Em todo Brasil se encontram em ati-vidade mais de 7.000 advogados públicos federais.

Os Advogados públicos fe-derais orientam governantes, principalmente, nos atos que geram despesas para os cofres públicos, evitando a má apli-cação dos recursos públicos e defendem a União Federal em causas judiciais. Esses advo-gados garantem a execução de políticas públicas (conjunto de ações do Estado para o bem co-letivo), seja pela defesa judicial ou pelo assessoramento jurídi-co aos dirigentes do governo federal. Por exemplo: assesso-rando a criação e defendendo o sistema de cotas e o ENEM, na área educacional; assessorando a criação e execução das obras do PAC, na área de infraestrutu-ra, assessorando e defendendo a implementação do programa bolsa família e minha casa mi-

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br13 SETEMBRO • OutubrO 2014

nha vida, na área social, a de-marcação de áreas indígenas e de territórios de quilombolas, entre outras políticas públicas.

Atuam, ainda, na cobrança e recuperação dos créditos pú-blicos (da União e de suas au-tarquias e fundações públicas), bem como no combate ao mau uso do dinheiro público.

Segundo os advogados públi-cos federais, o Governo Federal trata a AGU de modo discrimi-natório e insensível, apesar das três greves deflagradas pela ca-tegoria em menos de uma déca-da. “Se estas greves não tives-sem ocorrido, o cenário da AGU seria ainda mais dramático”, afirma o Advogado da União e um dos líderes da paralisação da categoria no Maranhão, Leo-nardo Marques.

A categoria também defen-de o Projeto do Novo Código de Processo Civil, que modifica os honorários de sucumbência e garante que o advogado públi-co também possam recebê-los. Honorário de sucumbência é o valor pago ao advogado da par-

te vencedora pela parte vencida em uma disputa judicial. Atual-mente, os únicos advogados a não receberem os honorários são os advogados públicos fe-derais, uma vez que todos os advogados privados e a grande maioria dos advogados públicos estaduais e municipais já rece-bem.

Fonte: OAB/MA e ANAUNI

COMISSÃO DA ADVOCACIA PÚBLICA FEDERAL PARTICIPA DE MOBILIZAÇÃO DE MEMBROS DA AGU

Brasília, 03/10/2014 – A Comissão da Advocacia Pública Federal da OAB/DF participou do Dia Nacional de Paralisação da Advocacia Públi-ca Federal, realizado na quarta-feira (1º), por membros da Advocacia-Geral da União (AGU) e entidades associativas (UNAFE, SINPROFAZ, ANAUNI, ANAJUR, ANPREV E APBC), em frente ao Ministério do Plane-jamento, Orçamento e Gestão. O evento, ocorrido em várias cidades, chamou a atenção do Governo ao descaso com a AGU e seus mem-bros. Foi realizada, ainda, uma caminhada até a sede do Governo Fe-deral, onde os membros da instituição fizeram um ato simbólico, com o depósito de Constituições Federais nas proximidades da rampa do Palácio do Planalto.Na ocasião, diversas entidades e membros da AGU destacaram a falta de diálogo com o Governo, a valorização condizente com a relevância das funções desenvolvidas pelos seus membros, apoio para aprovação da PEC 82 (a chamada PEC da probidade) e para os honorários de su-cumbência no projeto do Código de Processo de Civil que tramita na Comissão Especial, carências estruturais com quadros e remuneração defasados, e isonomia de tratamento entre as funções essenciais à justi-ça, como previsto na Constituição Federal.“O governo federal precisa reconhecer, tal como já se dá conta à socie-dade, que a AGU é uma das instituições mais importantes deste País, pois ela está sempre presente na elaboração e na execução das políticas públicas promovidas pelo Estado brasileiro”, ressaltou o Elomar Lobato, presidente da Comissão da Advocacia Pública Federal da OAB/DF. Cabe à AGU, as atividades de consultoria e assessoramento jurídicos da alta administração, inclusive dos Ministros e do Presidente da República.Além do presidente estiveram presentes, Paulo Álvares Babilônia, vi-ce-presidente da Comissão da Advocacia Pública Federal da OAB/DF, Wendson Ribeiro, secretário-geral adjunto da Comissão da Advocacia Pública Federal da OAB/DF, e os membros Paulo Renato Nardelli, Rober-to Mota, Francisca A. Norjosa e Marcelino Rodrigues.A APAFERJ, entidade mater da Advocacia Pública Federal, apoia, incon-dicionalmente, a iniciativa das demais organizações representativas dos Advogados Públicos Federais, esperando que, em breve tempo, venha a lume o reconhecimento da importância dos trabalhos desenvolvidos pelos referidos profissionais.

REIVINDICAÇÕESNo centro das reivindicações da mobilização está a concessão da

autonomia à Advocacia-Geral da União, como já ocorre com a Ma-gistratura, com o Ministério Público e, mais recentemente, como à Defensoria Pública. Este é um dos objetivos da Proposta de Emenda à Constituição nº 82/2007.

“Esta falta de autonomia resulta em problemas como ausência de estrutura predial, de logística e de pessoal. Os advogados públicos federais vêm sendo remunerados com subsídios e até mesmo verbas indenizatórias inferiores aos que são pagos às demais carreiras jurí-dicas”, explica o Advogado da União e um dos líderes da paralisação da categoria no Maranhão, Leonardo Marques.

Segundo os advogados públicos federais, o Governo Federal trata a AGU de modo discriminatório e insensível, apesar das três greves deflagradas pela categoria em menos de uma década. “Se estas gre-ves não tivessem ocorrido, o cenário da AGU seria ainda mais dramá-tico”, completa Marques.

A categoria também defende o Projeto do Novo Código de Pro-cesso Civil, que modifica os honorários de sucumbência e garante que o advogado público também possam recebê-los . Honorário de sucumbência é o valor pago ao advogado da parte vencedora pela parte vencida em uma disputa judicial. Atualmente, os únicos advo-gados a não receberem os honorários são os advogados públicos fe-derais, uma vez que todos os advogados privados e a grande maioria dos advogados públicos estaduais e municipais já recebem.

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br 14SETEMBRO • OutubrO 2014

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) reafir-maram jurisprudência da Corte segundo a qual, no caso de condenação patrimonial im-posta por tribunal de contas, somente o ente público benefi-ciário possui legitimidade para propor a ação de execução. A matéria, com repercussão geral reconhecida, foi anali-sada pelo Plenário Virtual do STF, que negou Recurso Ex-traordinário com Agravo (ARE 823347) e manteve a ilegitimi-dade do Ministério Público do Estado do Maranhão (MP-MA) para atuar em tal hipótese. A decisão majoritária seguiu a manifestação do relator, minis-tro Gilmar Mendes.

No caso dos autos, o MP maranhense questionou acór-dão do Tribunal de Justiça local (TJ-MA) que o julgou ilegítimo para executar as decisões do Tribunal de Contas que im-põem a responsabilização de gestor público ao pagamento de multa por desaprovação de contas. No Supremo, o MP-MA sustentou sua legitimidade para propor a ação, afirmando que a sua atuação na hipótese “nada mais seria que exercício de defesa do patrimônio públi-co, preconizado pela Constitui-ção Federal, artigo 129, III”.

ManifestaçãoO relator do recurso, minis-

tro Gilmar Mendes, manifestou-

se pela existência de reper-cussão geral da matéria, visto que “a discussão transborda os interesses jurídicos das par-tes”. Para ele, “há significativa relevância da controvérsia, nos termos da repercussão geral, e respectivas vertentes jurídica, política, econômica e social”.

Quanto ao mérito, ele des-tacou que o tema é objeto de atenção do STF há décadas. A jurisprudência consolidada em julgamentos no Plenário e nas Turmas e também em de-cisões monocráticas, afirmou o relator, compreende que “a ação de execução pode ser proposta tão somente pelo ente público beneficiário da condenação imposta pelos

tribunais de contas”. O relator destacou que o entendimento foi firmado no julgamento do RE 223037, de relatoria do ministro Maurício Corrêa (apo-sentado).

O ministro sustentou ainda que, diante do exposto no arti-go 129, inciso III, da Constitui-ção Federal, não se comporta interpretação ampliativa. “É ausente a legitimidade ativa do parquet”, concluiu.

Por maioria, foi reconhecida a repercussão geral da maté-ria, vencido o ministro Marco Aurélio. No mérito, foi negado provimento ao recurso e reafir-mada a jurisprudência da Cor-te, vencidos os ministros Marco Aurélio e Dias Toffoli.

Execução de condenação por tribunal de contas só pode ser proposta

por entidade beneficiária

A Advocacia-Geral da União (AGU) obteve êxito contra Mandado de Segurança que pleiteava a anulação de auto de infração sofrido por empresa de São José do Rio Preto/SP atuante no comércio de alimentos para animais. O Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) puniu a empresa por não ter registro junto ao Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), necessário para a produção e comercialização de “produtos mastigáveis”. Em sua defesa, a empresa

alegou que “produtos mastigáveis” não se enquadram na definição de “produtos alimentícios” e, por isso, não necessitam de registro junto ao órgão. Dessa forma, solicitou a nulidade do ato aplicado e a suspensão da interdição parcial sofrida.

Do outro lado, a Procuradoria-Seccional da União (PSU) de São José do Rio Preto/SP defendeu a necessidade de registro da empresa junto ao Dipoa. Ao discutir a matéria em juízo, a unidade da AGU justificou que, apesar de o auto de infração assinalar, inicialmente, “produtos mastigáveis”, este

foi retificado para “produtos alimentícios”, que necessitam de registro e legitimam, portanto, a atuação sofrida.

Na decisão, a 4ª Vara Federal de São José do Rio Preto/SP concordou com os argumentos dos advogados da União e apontou que a regulamentação e a fiscalização são fundamentais para garantir adequadas condições higiênico-sanitárias nos processos de fabricação, distribuição e comercialização de produtos destinados à alimentação animal. Por isso, o estabelecimento que trabalha nesta área deve estar devidamente registrado.

O juízo concluiu que, como a empresa autuada não possuía o registro adequado, havia fundamento no argumento da Advocacia-Geral em favor da legalidade do auto de infração. O magistrado negou a liminar destacando a obrigatoriedade de registro para as empresas e para os alimentos. “São registros distintos. Assim, embora não haja obrigatoriedade de registro para os produtos fiscalizados, as empresas precisam estar registradas”, consolidou a sentença, que estipulou para a empresa o pagamento das custas do processo.

Procuradoria confirma autuação de empresa por falta de registro para manipulação de

produto de origem animal

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br15 SETEMBRO • OutubrO 2014

Carmen Lucia Vieira Ramos LimaProcuradora Federal

Setembro/2014

No glorioso 7 de se-tembro de 1822 o

Brasil se tornou indepen-dente de Portugal. Em período anterior à Inde-pendência do Brasil, Por-tugal, como seu coloniza-dor, possuía, com a mais poderosa potência da época, no caso a Ingla-terra, dívidas em razão de acordos comerciais, que foram motivo de impedimento para que a Inglaterra reconhecesse o dito ato. Muito tempo após, na gestão do Pre-sidente Lula da Silva, o então Presidente do Ban-co Central do Brasil, Dr. Henrique Meireles, em visita a Londres, desco-briu no British Museum, um documento referente a um Acordo, no qual o Brasil assumia a dívida de Portugal junto à Ingla-terra. Para que cessasse o obstáculo, não impor-tando o tempo passado, o Brasil pagou a dívida à Inglaterra, e esta, diplo-maticamente, reconhe-ceu o Brasil como país livre e soberano. Devido ao interesse histórico-ju-rídico, a matéria merece aprofundamento.

O mês de Setembro marcou uma das declara-ções mais tristes dos últi-mos tempos, atribuída ao Papa Francisco: “Estamos vivendo a 3ª. Guerra Mun-dial fragmentada”. O teor variou algumas vezes, de-pendendo da mídia, tendo a palavra “fragmentada” ou não. A declaração par-tiu de uma pessoa alegre,

carismática e aceita de forma quase unânime por todas as pessoas.

Quem é católico come-morou o dia de São Cos-me e Damião, cuja história remonta ao séc. III D.C., quando 2 irmãos, gêmeos, mártires nas mãos de Dio-cleciano. Patronos dos ci-rurgiões. São identificados com o orixá ioruba Ibeji (tutor de gêmeos), devido á influência africana, pela crença popular eles são crianças, recebendo ofe-rendas de balas e festejos no dia 27.

•••

Estamos à mercê das nossas escolhas, que

são o motor de arranque do nosso agir. O resulta-do? Ah, este pode afetar um ou milhões, depen-dendo do propósito e da magnitude desse agir.

Escolhas. Tolo é acredi-tar que nós, por nós mes-mos, possuímos alguma coisa. Somos hóspedes da Vida. Este mundo aqui já estava antes de nascer-mos. Assim é mais fácil entender que comparti-lhamos todos do mesmo espaço, da mesma casa.

Vivemos momentos em que, mais do que nunca,

a humanidade necessita considerar a existência de dificuldades, privações, limitações, desigualdades e buscar encontrar em cada ser, suprimento de compreensão, de força interior e criatividade para superar o vazio, a insatis-fação, angústia e tédio que robotizam grupos sociais, gerando formas gigantes-cas de conflito e extinção.

Os movimentos sociais são vitais para conscientizar a população, levando-a a criar os mecanismos que antecedem a criação de novos espectros culturais e até para remexer o caldei-rão, trazendo à tona raspas sedimentadas, para serem renovadas. Eles geram de-sequilíbrios, mas projetam as intenções, a busca de melhorias necessárias. SE A REIVINDICAÇÃO É JUSTA, O CUMPRIMENTO DA NECES-SIDADE É INDISPENSÁVEL. Se esse propósito não é claro e provoca mais estra-gos do que melhorias, não se justifica.

A ninguém é dado o direito de se escusar pelas más escolhas, vez que ao povo compete toda a hon-ra de se fazer representar, através do VOTO, ainda

que obrigatório.Estamos em época elei-

toral no Brasil. Presidente da República, Governadores de Estados, Parlamentares Federais e Estaduais serão eleitos. Temos 3 candida-tos mais destacados, no que tange à ocupação da Presidência da República, tornando-se, portanto, mais visíveis e encabeçando pes-quisas. Entretanto, todos os cidadãos, devidamente enquadrados nos disposi-tivos legais da CFB/88, que se candidatarem, são bem-vindos, pois se colocam à disposição do povo brasilei-ro, para representá-lo. Há os cargos mais destacados, res-salve-se, porém, de nenhum é esperado menos empe-nho e menor honradez, pois, a cobrança para repre-sentar um país continental, grandioso na esfera inter-nacional e com todo o tipo de conflitos para gerenciar, é grande e, não se espera menos dos seus eleitos. Ora, são muitos os Partidos Políticos que compõem o cenário político - partidário brasileiro. As coligações sustentam os 3 candidatos principais à Presidência da República e às Governan-ças Estaduais. Ignorar essa

forma de atuação é não perceber as diferentes manifestações que circun-dam o Poder. Comprovar, punir os ilícitos é tarefa dos diferentes organismos da ordem político-social existente. Entretanto, te-nho uma certeza: o maior poder coercitivo está em nós mesmos, no compro-misso de foro íntimo que temos de nos posicionar-mos com o instrumento de poder que é nosso - o VOTO -e depositarmos na urna eleitoral aquele nosso desejo expresso, livres de pressões, com a expectativa de estarmos escolhendo representan-tes adequados aos nossos anseios. Neste caso “as promessas”, se cumpridas e forem planos/projetos necessários, acrescentarão bônus ao comportamento do candidato. E não mais submeterão o eleitor-cida-dão à humilhante situação de atos ilícitos. As propos-tas que saem das ruas, das categorias trabalhistas, dos movimentos legitimam e fortalecem a vontade política. O desejo coletivo com menos discurso, mais atuação de cada Unidade federada e comprometi-mento dos 3 Poderes, com vistas à justiça social, me-didas de infraestrutura de urgência e a finalização de projetos necessários com verba pública empenhada, a divulgação de programas e previsão de conclusão, em quaisquer níveis de atuação, revigoram a Fede-ração Brasileira.

A grande verdade é que não existe querer res-peito sem saber respeitar. E respeitar os verdadei-ros detentores do Poder. Cada cidadão, o Povo. Nas dimensões individual e coletiva.

De Consciência e Escolhas E da Importância das Datas

Reflexões:• ”Se tentarmos expressar qualquer coisa que não seja parte de nós, ninguém nos dará mais crédito” - Waldo Emerson.• ”...para amar como convém os seus súditos e ser por eles temido como convém, deve valer-se do que é seu, não daquilo que é de outros...”- Maquiavel, O Príncipe-• Leonardo Boff, refletindo sobre a Paz disse: Perceber qual é o equilíbrio do movimento pertence ao âmbito da sabedoria existencial. Bem o entenderam Gandhi, Rigoberta Menchú, Luther King, Dom Helder Câmara: só meios pacíficos produzem a paz.• Churchill acreditava que o pilar da Democracia estava no homem comum que, com seu traje simples, sua caneta comum, em completa simplicidade, entrava na cabine da urna eleitoral e, então, exercia todo o poder necessário para eleger seu representante - O VOTO.• Toda escolha tem seu peso e sua medida.

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br 16SETEMBRO • OutubrO 2014

Flagrantes da festa dos aniversariantes do mês de SETEMBRONoite dos Aniversariantes

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br17 SETEMBRO • OutubrO 2014

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br 18SETEMBRO • OutubrO 2014

A P A F E R JR. Álvaro Alvim, 21/2º andar. CEP: 20031-010. Centro. Rio de Janeiro - Sede Própria e-mail: diretoria@apaferj.org.brportal: www.apaferj.org.brTel/Fax: (21)2532-07472240-2420

DIRETORIAPresidente - José Marcio Araujo de AlemanyVice-Presidente - Rosemiro Robinson Silva JuniorDiretor Administrativo - Miguel Carlos Melgaço Pas-choalDiretor Administrativo Adjun-to - Maria Auxiliadora CalixtoDiretor Financeiro - Fernando Ferreira de Mello Diretor Financeiro Adjunto - Dudley de Barros Barreto FilhoDiretor Jurídico - Hélio ArrudaDiretor Cultural - Carlos Al-berto MambriniDiretor de Patrimônio - Rosa Maria Rodrigues MottaDiretor de Comunicação So-cial - Antonio Carlos Calmon N. da Gama

CONSELHO REVISORNATOS:1. Wagner Calvalcanti de Albu-querque2. Rosemiro Robinson Silva Junior

TITULARES:1. Allam Cherém Soares 2. Edson de Paula E Silva3. Emygdio Lopes Bezerra Netto4. Fernando Carneiro5. Francisco Pedalino Costa6. Luiz Carlos de Araujo7. Mariade Lourdes Caldeira8. Newton Janote Filho9. Sylvio Mauricio Fernandes10. Tomaz José de SouzaSUPLENTES:1. Alzira Matos Oliveira da Silva2. Petrónio Lima Cordeiro3. Sylvio Tavares Ferreira

CONSELHO FISCALTITULARES:4. Eunice Rubim de Moura 5. José Carlos Damas6. Waldyr Tavares Ferreira

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Jornal da APAFERJEditor Responsável: Carlos Alberto Pereira de Araújo Reg. Prof.: 16.783Corpo Editorial: Antonio Calmon da Gama, Carlos Alberto Mambrini, Fernando Ferreira de Mello, Miguel Carlos Paschoal, Rosemiro Robinson Silva Junior.Supervisão Geral: José Márcio Araújo de AlemanyEditoração e Arte: Jane Fonseca - jane_fonseca@terra.com.brImpressão: Monitor MercantilTiragem: 2.000 exemplares

Distribuição mensal gratuita. Os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade

dos autores

As matérias contidas neste jornal poderão ser publicadas, desde que citadas as fontes.

TRIÊNIO 2014 / 2016

Setembro Mês das Flores

Antigamente contava-se apenas dez meses e setembro recebeu este nome por ser o sétimo mês. Posteriormente, foram acrescentados mais dois meses em homenagem a dois imperadores de Roma: Julho em homenagem a Júlio César e Agosto em homenagem a Augusto.

Setembro marca o inicio da Primavera, estação das flores, cujo equinócio no dia 21 (Óstara, tradição celta) marca o momento em que a luz ainda está em equilíbrio com a escuridão, mas já se prepara para crescer, marcando magicamente a chegada de um novo tempo. É também o mês de uma antiga e importante comemoração. O Grande Festival dos Mistérios Eleusis existiu por 1500 anos na antiga Grécia e durava de 23 de setembro a primeiro de ou tubro. Nele, celebrava-se a busca de Deméter por sua filha

Perséfone, raptada pelo deus da terra dos mortos e Senhor do submundo, Hades. O fes tival originou-se de rituais velados que ocorriam em homenagem a Deméter em seu santuário em Eleusis. Centenas de pessoas peregrinavam até a cidade para realizar o ritual.

Outro grande festival deste mês é o Festival de Dana da tradição celta que vai do dia 16 ao dia 18 e onde contata-se a Tríplice Deusa em seus três aspectos: Amor, Coragem e Sabe doria. Já na Grécia comemorava-se o nasci-mento de Athena, no dia 27, realizando ritu ais para despertar o conhecimento ao homenagear a Deusa da Sabedoria.

Outra curiosidade sobre o mês de setem bro é a crença dos antigos de que a Lua deste mês esconde as coisas perdidas na Terra. Acreditava-se que quem olhasse para a Lua crescente em setembro poderia pedir algo que tenha perdido há muito tempo.

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br19 SETEMBRO • OutubrO 2014

ANIVERSARIANTES DE OUTUBRO

Na última terça-feira do mês vamos fazer uma festa para comemorar o seu aniversário

COMPAREÇA!Com a sua presença haverá mais alegria e confraternização.

01 - Francisca Silva Rosas Gomes - Ufrj02 - Antonio Trajano L. R. da Silva - M. Faz03 - Herval da Silva França - Inss03 - José Torres de Medeiros - Inss03 - Valério Nunes Vieira - Agu04 - Doris Amorim Dias - Inss04 - Onilo da Silva - Inss05 - Joana D’arc Tenório - Inss06 - José Carlos Machado - Inss08 - Perla Kupfer - Inss11 - Guilherme Baldan C. dos Santos - Agu11 - Otacio Bispo F. de Andrade - Ufrrj13 - Frederico Teixeira Barbosa - Agu15 - Reynaldo Francisco Môra - Agu16 - Jonathas Jesuino da Silva - Ufrj16 - Marly de Figueiredo T. Paranhos - Inss17 - Teresa Angélica Follador - Incra18 - Arinaldo dos Santos - Inss20 - Manoel Fortunato R. de Azevedo - Incra21 - Marcello Teixeira Bittencourt - Agu21 - Vicente Sergio Mannarino - M. Faz22 - Dalmo Cruz Silva -

Inss22 - Francisco Carlos C. N. da Gama - Inss22 - Gerson Paulo Sammartino - Fns22 - Solange Santiago Reis - Susep23 - Luci Romano Villela Teixeira - Mpas24 - Francisco Pedalino Costa - M. Faz24 - Lilian de Paula da Silva - Agu24 - Manuel de Jesus Soares - Cbia24 - Rosa Virginia C. de Carvalho - Agu25 - Ana Lucia da Rocha - Agu26 - Francisco Augusto Ramos - Embratur26 - Leila Rocancourt B. Martins - Inss26 - Roberto Osman Gomes Aguiar - Agu27 - Léa Pontes Castello Branco - Agu27 - Luiz Carlos de Araujo - Dep. P. Fed.28 - Walkiria Cordeiro Gerk - Mpas29 - Augusto Gonçalves da S. Neto - Agu29 - Heloisa Fernandes London - Inss29 - João Rodrigues Itaboray - M. Justiça30 - Maria Auxiliadora Calixto - Mpas30 - Vilma Freitas de M. Marcondes - Agu

ANIVERSARIANTES DE NOVEMBRO

01 - Job Eduardo da Paixão - Inss01 - Valdson Rangel Alecrim - Agu02 - David Polmon - Inss02 - Maria De Lacerda Vargas - M.saúde04 - Ney Vianna Fernandes Machado - Inss05 - Vanderlei Correa Pereira - Mpas06 - Eunice dos Santos Vieira - Inpi06 - Lair Martins da Silva - Inss06 - Maria da Conceição Moura Silva - Agu06 - Waldyr Tavares Ferreira - Mpas08 - Francisca Alves de Souza Gomes - Agu09 - Eliane da Silva Rouvier - Agu10 - Maria de Fátima de Araújo Dias - Frp12 - Eliana Cordeiro Maria - Inmetro12 - Orlando de Oliveira - Uff12 - Solange de Campos F.da Cunha - Fiocruz14 - Marta Aparecida Rocha - Inmetro14 - Sonia Mª. da Silveira

T. De Mello - Inss15 - Ayrton Sá Pinto de Paiva - Cnen15 - Jussara Ferreira da Silva Lopes - Iphan17 - Lêda Martins Cardoso - Inss19 - Marilea de Souza Mendonça - Inss20 - Helnor Valdetaro P. Coutinho - Uff20 - Lygia Câmara de A. E Silva - Inss20 - Vera Lucia Gomes de Almeida - Agu22 - Celias Rodrigues de Andrade - Inss23 - Luiz Carlos Guimarães - Inss24 - Alberto Sergio O. de Menezes - Inss25 - Albertino Gregório - Inss27 - Djalmo Luiz Cardoso Tinoco - Agu27 - Maria Lygia Abrahão de Carvalho - Inss28 - Iza Lia Lemos Munhoz - Agu28 - Vilma Carvalho Sodré - Incra29 - Uilton José de Alvarenga - Incra

JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br 20SETEMBRO • OutubrO 2014 JoRNaL Da aPaFERJ - www.apaferj.org.br 20SETEMBRO • OUTUBRO 2014

PEÇo a PaLaVRa

Rosemiro Robinson S. JuniorVice-Presidente

Meus caros e fiéis leitores: um ilustre e

carismático político brasileiro, que coleciona títulos de Doutor Honoris Causa, concedidos pelas mais respeitadas Universidades do mundo, declarou, certa vez, que jamais havia lido um livro em toda sua vida, declaração que, obviamente, ocasionou profunda perplexidade nas pessoas que admiram a Cultura.

Ao contrário do celebrado político, este modesto escriba, desde tenra idade, vem lendo um sem número de livros, incentivado, inicialmente, por seus amados e saudosos pais, ambos professores e, depois, pelo Irmão Adauto, que lecionava Português no Colégio Santo Antônio, o magnífico Colégio Marista de Natal, a bela e acolhedora capital do Rio Grande do Norte.

Como já escrevi alhures, os meus queridos pais, o Desembargador Rosemiro Robinson Silva e a Professora Maria Laura Fontoura Silva, eram incondicionais adeptos da Cultura, incutindo nos cinco filhos a importância de se cultuar a Prosa e o Verso, que enriquecem o espírito e iluminam

a mente, bem como tornando os seres humanos mais aptos para enfrentarem os percalços da Existência.

Dizia-se que o Irmão Adauto, cearense de boa cepa, falava e escrevia cerca de vinte línguas e dialetos, sendo as suas aulas majestosos espetáculos de sapiência, que nos encantavam e emocionavam, fazendo-nos sonhar com altos e olímpicos vôos literários e poéticos, momentos sublimes que, até hoje, apesar de já me encontrar no Inverno da Vida, ainda guardo na memória.

Hodiernamente, além da literatura jurídica, essencial para o melhor desempenho das minhas atividades, leio diariamente dois jornais e semanalmente duas revistas e, sempre que possível, um bom livro, a fim de me manter bem informado e atualizado, conservando a fome pantagruélica de absorver conhecimentos, o que me traz inenarrável satisfação intelectual.

Em matéria de literatura sou onívoro, ou seja, gosto de tudo: romances policiais, ficção científica, estórias sobre guerras, biografias etc., invejando a capacidade dos monumentais autores dos livros que devoro, cônscio da minha inamovível condição de

aprendiz de escritor e poeta de versos de pés quebrados.

Recentemente, chegou as minhas mãos a revista Veja, edição de 17 de setembro de 2014, que me agrada pela variedade dos temas e pelo profissionalismo dos seus articulistas, dos quais destaco o Jornalista Roberto Pompeu de Toledo, cuja redação tem a luminosidade do sol e a clareza da neve, não se devendo fazer abstração da fina ironia que, habitualmente, ornamenta os seus textos.

O artigo contido na supracitada edição e intitulado “A Xacina do testo”, da lavra do Jornalista suso referido, aborda a esdrúxula reforma ortográfica, a cargo dos professores Ernani Pimentel e Pasquale Cipro Neto, que integram o Corpo Técnico, criado na Comissão de Educação do Senado, para discutir o Acordo Ortográfico entre os países da língua portuguesa.

Conforme se constata, à leitura do artigo sob análise, a pretendida Reforma, a pretexto de “simplificação”, objetiva mutilar e achincalhar a língua portuguesa, estabelecendo um nivelamento por baixo, quando, acertadamente, é dever do Estado preservar e valorizar o idioma pátrio, repelindo, de modo firme e inabalável, a instauração do “Império da Ignorância”, expressão que utilizei no artigo denominado “Última Flor do Lácio”, publicado na edição

deste jornal de maio de 2011.

No aludido artigo, acompanhando o posicionamento sobre o tema do consagrado filólogo pernambucano Evanildo Bechara, entre outros notáveis cultores da Língua Portuguesa, repudiei a desastrada cartilha intitulada “Por uma vida melhor”, editada sob os auspícios do MEC, que considerava válidos e aceitáveis erros crassos de concordância, sob a pífia alegação de que se tratava de “linguagem popular”, misturando, sem qualquer cerimônia, o ensino correto da língua pátria com ideologia.

Voltando ao texto do Jornalista Roberto Pompeu de Toledo, cabe notar que ele cita um pioneiro, o general Bertoldo Klinger, que pontificou na Era Vargas, e também pretendeu conspurcar a beleza e a riqueza da Língua Portuguesa e, ainda, o senador Cristovam Buarque, ex-Reitor da UNB e membro da Comissão de Educação, que aprova, in totum, a infeliz iniciativa do professor Ernani.

No final de seu artigo, o ilustre Jornalista transcreve parte da carta da professora Marília Ferreira, presidente da Associação Brasileira de Linguística, endereçada ao senador Cristovam Buarque, condenando a desastrada proposta, que, certamente, será sepultada e esquecida, preservando-se nosso primoroso vernáculo.

Caso prospere a inaudita e inacreditável proposta do professor

Ernani, assim conclui o articulista:

“A alternativa é a xacina do testo em língua portuguesa. A anarqia. A ecatombe”.

Além disso, apesar da extrema gravidade do assunto, não resisto à piada. Se prevalecerem a anarqia e a ecatombe, Ney Matogrosso nunca mais poderá cantar “Eu sou homem com h”, pois o h será suprimido do início das palavras e o u que se segue ao q também cairá, passando a mulher querida a ser mulher qerida, cabendo acentuar que outras “inovações” concorrerão paroxisticamente para desfigurar a Língua Portuguesa.

A exemplo do que espera o eminente articulista, tenho fundadas esperanças de que o bom senso prevalecerá e não prosperará a malsinada proposta, recomendando-se aos professores que ensinem corretamente a língua portuguesa, não aceitando modismos e erros crassos, contribuindo, desse modo, eficazmente, para o crescimento pessoal e profissional dos seus alunos, os quais, de sua parte, poderão contribuir na ciclópica tarefa de extirpar do Brasil o analfabetismo e o “analfabetismo funcional”, seguindo a insuperável conduta de respeito à Última Flor do Lácio, que enriquece e unifica este País-Continente.

Última Flor do Lácio IILibros consule ut ab illis discas qui ante

nos cogitarunt“Consulta os livros para que saibas o

que pensaram antes de nós”.

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