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8/19/2019 10 falácias
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Falácias
1 – Falácia do apelo à força
A falácia do apelo à força consiste em apresentar ameaças em vez de razões.
Este apelo à força no argumento é, por vezes, brutal, outras vezes, é mais subtil.
Exemplo de um argumento falacioso do apelo à força:
Se não saíres do meu quintal, solto o meu cão.
Não queres que solte o meu cão.
Deves sair do meu quintal.
2 – Falácia do apelo ao povo
A falácia do apelo ao povo consiste na tentativa de provar que algo é verdadeiro ou que uma
norma é legítima, tendo como premissa que essa afirmação ou norma é aceite pela maioria
das pessoas.
Exemplo de uma falácia do apelo ao povo:
A maioria das pessoas acredita que Deus existe.
Deus existe.
A falácia do apelo ao povo tem a seguinte forma:
A maioria das pessoas pensa que p.
p
Para contrariar o argumento falacioso do apelo ao povo, temos de construir um contra-
argumento que apresente boas razões que sirvam para derrubar o argumento falacioso.
3 – Falácia do apelo a emoções
A falácia do apelo a emoções é a que apela a emoções ou a outros factores psicológicos, em
vez de apresentar razões.
É o argumento que utiliza sentimentos em vez de razões.
Ex.:
Se tiver negativa no teste de Filosofia, a minha mãe põe-me a trabalhar nas férias de Verão.
Não posso ter negativa no teste de Filosofia.
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4 – Falácia do argumento ad hominem (Falácia do ataque pessoal)
É o argumento que, em vez de apresentar razões para p, critica a pessoa que defende não p.
Ex.:
Dizes que os árabes são terroristas, porque não conheces a religião árabe.
Os árabes não são terroristas.
5 – Falácia do apelo à ignorância
É o argumento que parte de premissas que afirmam ignorância sobre um assunto, para
concluir algo sobre o assunto (é o argumento que conclui que algo é verdadeiro, por não se ter
provado que é falso, ou que conclui que algo é falso, por não se ter provado que é verdadeiro)
Ex.:
Ninguém provou até agora que Deus existe.
Deus não existe.
Ex.:
Saddam Hussein ainda não provou que não tem armas de destruição massiva.
Saddam Hussein tem armas de destruição massiva.
6 – Falácia da generalização precipitada
Esta falácia ocorre quando se transforma uma proposição singular ou particular numaproposição universal (trata-se sempre de uma generalização baseada numa amostra
insuficiente).
Ex.
Tive negativa no teste de Filosofia.
Vou ter negativa em todos os testes de Filosofia.
Ex.:
Fakir, o árabe, é terrorista.
Todos os árabes são terroristas.
7 – Falácia do “depois disso, por causa disso”
É a falácia que pressupõe que, por uma coisa se seguir a outra, aquela teve de ser causada por
esta.
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Ex.:
Se colocar alguns piolhos na sua cabeça, a febre vai baixar.
A febre baixou por causa da acção dos piolhos na sua cabeça.
(Nota: Na Idade Média, tinha-se por hábito colocar piolhos na cabeça dos doentes para curar a
febre, porque se acreditava que, como a cabeça do doente se encontra quente e os piolhos
não gostam do quente, que os piolhos, ao saírem da cabeça do doente, levavam consigo a
febre!!!)
Ex.:
Tomei um antigripine e no outro dia já não tinha febre.
Fiquei sem febre por ter tomado um antigripine.
(Nota: A acção de muitos dos comprimidos que tomamos é apenas psicológica, pois o efeito
que deles seria de esperar sobre o organismo não chega sequer a acontecer. Muitas das vezes
são as próprias defesas do nosso organismo que combatem as nossas doenças.)
8 – Falácia da circularidade ou petição de princípio
A falácia da circularidade ou petição de princípio é aquela que conclui algo que já está
pressuposto nas premissas (muitas vezes, a conclusão não é mais do que uma reafirmação
daquilo que se encontra nas premissas).
Esta falácia tem a seguinte forma:P
Logo, P
Ex. A nudez é perniciosa.
Logo, a nudez é imoral.
Ex. Há mais desempregados.
Logo, a taxa de desemprego aumentou.
9 – Falácia do apelo à autoridade
A falácia do apelo à autoridade é aquela que se apoia numa certa autoridade para suportar
uma opinião, quando, na verdade, a autoridade não tem os requisitos necessários para que se
possa aceitar a opinião.
Para que o apelo à autoridade não seja falacioso, a pessoa que faz o papel de autoridade tem
de cumprir os seguintes requisitos:
1 – A pessoa tem de estar qualificada para ter uma opinião de perito acerca do assunto.
2 – Tem de haver acordo entre os peritos do campo em questão.
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3 – Aquilo que a pessoa afirma tem de ser levado a sério porque não havia motivo para que
não fosse levada a sério.
A falácia do apelo à autoridade tem a seguinte forma:
R afirma que P.
Logo, P.
Ex.: O psicólogo Daniel Sampaio afirmou que a PIONEER é a melhor marca de aparelhos de
som.
Logo, a PIONEER é a melhor marca de aparelhos de som.
Esta falácia do apelo à autoridade não cumpre nenhum dos requisitos mencionados.
Ex. O Bispo afirmou que Deus existe
Logo, Deus existe.
Esta falácia do apelo à autoridade não cumpre o primeiro requisito.
10 – Falácia da bola de neve
A falácia da bola de neve é aquela que pretende mostrar que uma proposição P é inaceitável,
extraindo, para isso, consequências inaceitáveis de P e consequências das suas consequências.
O argumento é falacioso quando pelo menos um dos seus passos é duvidoso ou falso. A
falsidade de uma das premissas é ocultada pelo desenrolar lógico do argumento.
A falácia da bola de neve tem a seguinte forma:
Se A, então B.
Se B, então C.
Se C, então D.
Logo, Se A, então D.
Esta falácia pode ter ainda mais passos de argumentação.
Ex.: Se o presidente Bush enviar mais tropas para o Iraque, vai aumentar o número de
soldados americanos mortos.
Se aumentar o número de soldados americanos mortos, vai aumentar o número e a escala de
manifestações nos EUA contra a guerra.
Se aumentar o número e a escala de manifestações nos EUA contra a guerra, vai criar-se um
estado de anarquia nos EUA.
Logo, se o presidente Bush enviar mais tropas para o Iraque, vai criar-se um estado de
anarquia nos EUA.
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Assim, a partir de uma proposição A que não se aceita à partida, extrai-se como consequência
a proposição D que é inaceitável pela generalidade das pessoas. As pessoas não querem D,
ainda que aceitem a proposição A. Mas o encadeamento lógico das várias premissas conduz de
forma enganadora a pessoa a aceitar a conclusão obtida. Não querendo as pessoas que D
ocorra, elas acreditam que também não podem aceitar A. Assim:
Se A, então D.
Não D.
Logo, não A.
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