1808 A Vinda da Família Real “Como uma rainha louca, um príncipe e uma corte corrupta enganaram...

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1808A Vinda da Família Real

“Como uma rainha louca, um príncipe e uma corte corrupta

enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil”.

Antecedentes

• Ascensão de Napoleão ao trono francês 1804;

• Motivação: bloqueio continental 1806;

• Invasões napoleônicas. • Fuga: 29 de novembro de

1807;• Chegada ao Rio: 8 de

março de 1808.

Brasil, sede da monarquia portuguesa (1808-1821)

• Logo após a chegada do príncipe regente a Salvador, ele decretou a abertura dos portos, ou seja a livre exportação de produtos coloniais.

• O início do processo formal de independência do Brasil está associado à chegada da corte portuguesa ao Brasil, pois a colônia passou a ser o centro das decisões do governo português.

• No mesmo ano, D. João revogou a proibição de se instalarem manufaturas e indústrias no Brasil, imposta pelo Alvará de 1785. Isso, entretanto, não foi suficiente para promover um surto manufatureiro na colônia, devido à impossibilidade de nossos produtos concorrerem com os ingleses, abundantes e a preços mais baixos.

• A fim de ampliar ainda mais seu predomínio econômico sobre o Brasil, a Inglaterra pressionou Portugal a assinar os tratados de 1810, que lhe garantiam a taxação privilegiada de 15% de imposto sobre seus produtos vendidos no Brasil, enquanto as mercadorias portuguesas pagariam 16% e as dos demais países, 24%.

• Além das vantagens econômicas, os ingleses conseguiram outros benefícios, como o de qualquer cidadão inglês que infringisse a lei dentro do Império Luso seria julgado por leis e juízes ingleses.

• Estabeleceram ainda os tratados de liberdade de culto protestante para cidadãos ingleses, até então proibido.

Na medida em que o governo português dependia da proteção

britânica diante da ameaça napoleônica, na prática, a

Inglaterra conseguia subordinar os interesses lusos aos seus.

Governo Joanino (1808-1821)

• O Rio de Janeiro tornou-se a capital do Império Luso.

• Foram instalados órgãos públicos, como ministérios e tribunais, da Casa da Moeda e do Banco do Brasil.

• Além disso, foram criados o Jardim Botânico, as escolas de medicina da Bahia e do Rio de Janeiro, o Teatro Real, a Imprensa Real, a Academia Militar, a Academia Real de Belas-Artes, a Biblioteca Real, que constituíram estímulos à produção artística, científica e cultural da colônia.

A Gazeta do Rio de Janeiro, fundada em 10 de setembro de 1808, foi o primeiro jornal impresso no Brasil, nas máquinas da Impressão Régia, no Rio de Janeiro.

O Real Teatro de São João foi inaugurado em 12 de outubro de 1813, em 1824 nele foi promulgada, com a presença do Imperador e da Imperatriz, a Primeira Constituição Brasileira, mas no momento da solenidade o teatro pegou fogo. Foi reconstruído e reinaugurado por D. Pedro I, em 1826, passando a chamar-se Teatro São Pedro de Alcântara. Em 1838 foi arrendado por João Caetano, o maior artista do século XIX, mas tornaria a ser destruído pelo fogo em 1851 e em 1856. João Caetano o reconstruiu em 1857.

Jardim Botânico no Rio de Janeiro. Criado por D.João VI em 1819, originariamente denominado Real Horto, o Jardim Botânico, veio a tornar-se o principal laboratório de aclimatação de plantas e de experiências científicas em Botânica do Brasil.

Antiga sede da Escola de Belas Artes onde funcionou o Conservatório de Música de 1855 até 1872. Demolida em 1937.

Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios é o antigo nome (1816-1822) da atual Escola de Belas Artes, hoje unidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.

Criado por iniciativa de Dom João VI, em 06 de junho de 1818, sob denominação de Museu Real, o antigo Palácio é hoje Museu Nacional da Quinta da Boa Vista ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Biblioteca Real - 1810

Escolas médico-cirúrgicas-1808

• A administração joanina também propiciou a vinda da missão artística francesa, que retratou paisagens e costumes de brasileiros, tanto dos sertões quanto da corte no Rio de Janeiro, e cujo principal representante foi o pintor Jean-Baptiste Debret.

Política externa• D. João declarou guerra à França e invadiu

a Guiana Francesa, em 1809, devolvendo-a em 1817, após Napoleão Bonaparte ter sido derrotado pelas forças européias.

• Aproveitando-se das guerras pela independência da América espanhola, iniciadas com o período napoleônico, invadiu também o território pertencente à Espanha, ao sul do Rio Grande do Sul, transformando-a na Província Cisplatina.

Enquanto isso, em Portugal...

• A população conquistara a vitória sobre as tropas invasoras napoleônicas.

• Em meio a difusão intensa dos ideais iluministas, em 1820 eclodiu a revolução liberal na cidade do Porto, também conhecida como vintismo.

Revolução Constitucionalista do Porto

• Visava restaurar a dignidade de Portugal.• Exigia o afastamento de Beresford e o

imediato regresso de D. João VI.• Queria recuperar a economia portuguesa

arruinada.• Pretendia salvar o povo da miséria.

• Receoso de perder a Coroa – passada para suas mãos com a morte de sua mãe, D. Maria I –, o monarca português, família e corte retornaram a Portugal em abril de 1821, deixando seu filho D. Pedro como príncipe regente no Brasil.

Regência de D.Pedro (1821-1822)

• Durante a regência, Portugal exigiu:– A recolonização do Brasil.– O retorno de D.Pedro I.– A recuperação do monopólio.– A anulação do poder concentrado no Rio de

Janeiro.

• Sentindo-se ameaçados em sua autonomia, alguns indivíduos favoráveis à independência e contrários às medidas recolonizadoras por parte de Portugal formaram o Partido Brasileiro.

• No dia 09/01/1822, o Partido Brasileiro solicitou que D.Pedro I ficasse no Brasil, através de um abaixo-assinado com 8.000 assinaturas. (Dia do fico)

• As tropas portuguesas manifestaram-se contra a decisão do príncipe regente, que interferiu pessoalmente para forçar seu comandante a abandonar o Rio de Janeiro.

• Pouco depois a demissão em massa dos ministros portugueses levou D.Pedro a organizar um novo ministério, formado só por brasileiros, sob a chefia de José Bonifácio.

• Esse ministério estabeleceu, em maio de 1822, o “Cumpra-se”, decreto pelo qual as ordens de Portugal só seriam executadas dentro do território brasileiro com a expressa autorização do príncipe regente.

• Pela confirmação de seu comprometimento com os brasileiros, D.Pedro foi intitulado “defensor perpétuo do Brasil” pela câmara do Rio de Janeiro

• Em junho de 1822, D. Pedro convocou uma Assembléia Constituinte para elaborar a lei básica que deveria regulamentar a vida dos brasileiros, tornando cada vez mais inevitável uma confrontação com Portugal.

• Em agosto, enquanto estava em visita às comarcas da província de São Paulo, chegaram novas ordens de Lisboa, anulando suas decisões e exigindo seu imediato regresso.

• Mandado por José Bonifácio para colocar D.Pedro a par das notícias recém-chegadas da corte, o mensageiro Paulo Bregaro foi encontrá-lo na tarde do dia 7 de setembro, voltando de Santos, às margens do riacho Ipiranga, em São Paulo.

• Ao ler as notícias e as considerações feitas pelo conselheiro José Bonifácio e por sua esposa Dona Leopoldina, que o substituíra em sua ausência, D.Pedro decidiu proclamar o Brasil independente de Portugal.

• Algumas figuras políticas se destacaram na luta pela independência do Brasil. José Bonifácio defendia a monarquia como melhor regime político para o Brasil e, nesse momento, era grande aliado de D.Pedro.

A “eminência parda”:• José Bonifácio de

Andrada e Silva(1763-1838), nascido em Santos (Brasil), estudou mineralogia na Academia de Minas de Freiberg, professor de Metalurgia da Universidade de Coimbra.

•No dia 7 de setembro de 1822, D.Pedro proclamou a independência do Brasil.

1822: Nasce o Império do Brasil

• O povo vai às ruas para comemorar.• A independência não alcançou todas as

províncias.• Portugal ainda controlava a Bahia, o Grão-

Pará, o Maranhão, o Piauí e a Cisplatina (atual Uruguai).

• As lutas pela independência duraram cerca de dois anos.

A independência na Bahia• Na Bahia concentrou-se o maior foco de

resistência portuguesa, comandada pelo general Madeira de Melo.

• Na tentativa de impedir a Independência, os portugueses cometeram vários excessos, chegando, inclusive, a assassinar sóror Joana Angélica, superiora de um convento, sob a alegação de que ela dera refúgio aos “inimigos brasileiros”.

• Labatut dirigiu o primeiro ataque a Salvador e às suas forças somaram-se as de Cochrane e Taylor. No dia 2 de julho de 1823, derrotado, Madeira de Melo regressou a Portugal.

• Portugueses foram derrotados na Batalha de Pirajá.

• Idêntica capitulação sofreram as tropas portuguesas no Piauí, no Maranhão e no Pará.

• Na Província Cisplatina as tropas portuguesas foram cercadas em Montevidéu, pelo general Frederico Lecor, que havia aderido ao movimento emancipacionista do Brasil. Os portugueses, comandados por Álvaro da Costa, acabaram se rendendo pela fome, pois não chegavam alimentos até eles.

Com a vitória do governo imperial sobre esses focos de

resistência, estava assegurada a integração territorial do Brasil.

Anote aí!Levantes contra a

independência• O governador do Piauí não só

não quer aderir como ameaça invadir o Ceará. É derrotado e se rende.

• Maranhão e Pará são anexados ao governo do Rio de Janeiro graças à ação de Cochrane e Grefeld.

COROAÇÃO DE D. PEDRO I

"Sabiá cantou na mataEu cantei no meu terreiro

Viva o Rei do BrasilViva D. Pedro I."

Ordem e ProgressoOrdem e Progresso

O reconhecimento da Independência

• Áustria, Prússia e Rússia (Santa Aliança) queriam invadir o Brasil.

• A Inglaterra era aliada do Brasil.• Os EUA reconheceram a independência

do Brasil.• Portugal exige 2 milhões de libras

esterlinas (moeda inglesa) para aceitar a independência.

Ordem e ProgressoOrdem e Progresso

• O Brasil pega o dinheiro emprestado com a Inglaterra.

• A Inglaterra reconhece a independência, mas exige a renovação do tratado de comércio e navegação por mais 15 anos.

• Esse tratado dá aos ingleses oportunidades de obterem lucros fabulosos e pagarem menos impostos.

Ordem e ProgressoOrdem e Progresso

Se não tivesse sido pelos acordos o Brasil teria podido fomentar sua industrialização através de protecionismo e com isto ter adiantado seu

processo de desenvolvimento em quase um século?

Ordem e ProgressoOrdem e Progresso

“Portanto, não se pode afirmar que, se o governo brasileiro houvesse

gozado de plena liberdade de ação, o desenvolvimento econômico do

país teria sido muito intenso.”(Celso Furtado)