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SUICIDIO
Enciclopédia Delta de História Geral: 2.500 aC, cidade de Ur –12 pessoas ingeriram veneno
SUICIDIO
Suicídio
Gesto de coragem
Gesto e covardia
Ato de sucesso
Ato de fracasso
Direito legitimo
Ato criminoso contra si próprio
Um assassinato em que a vítima e agressor são a mesma pessoa
...o suicídio foi a quarta causa de morte na população entre 10 e 24 anos em 2001.
No período de 1996 a 2002, foram registrados 400 a 500 suicídios a cada ano em SP, 80% na população até 54 anos de idade
Informações da Secretaria Municipal de São Paulo (2003):
Cerca de 815.000 pessoas se mataram no ano 2000 em todo o mundo
Uma taxa de 14.5 para cada 100.000 habitantes
Um suicídio a cada 40 segundos
Organização Mundial da Saúde (OMS):
“(...) a tentativa de suicídio é mais freqüente do que pensa a maioria das pessoas (...) Contudo o mais preocupante nesses resultados é a constatação de que são os jovens, em sua maioria mulheres, aqueles que mais buscam a morte voluntária”
Dutra, refere que:
“A cada ano, aproximadamente 31.000 suicídios ocorrem nos EUA, e estima-se que 5.000 desses estão sob cuidados de um profissional da saúde mental, ou estiveram, 30 dias antes da tentativa de suicídio (...) é estimado que o número de terapeutas afetados por clientes que tentam suicídio pode variar entre 5.000 e 15.000 por ano”
Em relação a pratica do suicídio EUA, Hass admite:
Na atualidade a patologia suicida é uma patologia social, então a terapêutica não pode ser senão comunitária. Sua prática ultrapassará o campo do consultório individual para impor como necessários o contato do médico com a família do paciente, as autoridades políticas, educacionais ...
Angermani- Camon. Suicídio: uma alternativa à vida, uma visão clinico existencial. São Paulo: Traço, 1986
Cassorla mostra resultados de estudos realizados no Brasil com jovens suicidas:
“(...) estes provinham de lares perturbados, desfeitos, com um número significativo de doenças crônicas, somáticas e mentais, onde o alcoolismo é freqüente e não raro alguns membros dessas famílias têm problemas judiciais”
não é possível prever o suicídio
identificar seus indícios
avaliar os níveis de risco
intervenção
Fukumitsu comenta que nos EUA, em algumas clinicas, se dispõe de um formulário que é preenchido e assinado pelo paciente (suspeito de tentativa de suicídio), no qual este se compromete a não realizar essa prática
Estes formulários apontam para duas questões:
-o paciente é responsável pelas suas escolhas
-de que se está despreparado para perder clientes por suicídio, porque não há procedimentos definidos a seguir diante dessa situação
Trata-se de compreender o que está por trás da intenção suicida, a razão existencial do gesto extremo
Devemos prestar atenção não ao suicídio em si, mas a falta de sentido da vida
O psicoterapeuta deve buscar compreender:
Qual comunicação que não pode ser comunicada
Qual palavra que não pode ser dita
Qual gesto não pode ser efetivado
Devemos prestar atenção não ao suicídio em si, mas a falta de sentido da vida
Hass diz respeito a experiência de perder um cliente devido ao suicídio:
Perder um cliente devido ao suicídio era meu grande medo e então se tornou uma realidade (...) A perda de um cliente traz um impacto devastador: em ambos os níveis: profissional e pessoal
Como um psicoterapeuta pode compreender e instrumentar uma
intervenção?
Risco suicida e implicações no processo terapêutico
É um sintoma e um ato. É uma questão ontológica
De qualquer forma ele envolve uma intencionalidade; a liberdade de escolher como viver ou morrer
Sinais suicidas que aparecem no setting terapêutico
Falta de esperança
Comportamento social introvertido
Falta de energia
A Organização de Saúde Mental aponta características do estado mental do paciente suicida :ambivalência, impulsividade e rigidez
Ambivalência: desejo de viver e morrer se confundem. Há urgência de se libertar da dor de viver e ao mesmo tempo há um
Muitos suicidas não querem morrer, apenas estão desconformes com a vida
O risco suicida diminui quando se oferece suporte para que o desejo de viver seja ampliado
Ambivalência : Habita no sujeito ao mesmo tempo o desejo de viver e morrer
Impulsividade: O suicídio é também um ato impulsivo, como tal é temporário e dura alguns minutos ou horas.
Normalmente é despertado por situações negativas do cotidiano
Rigidez: Nos suicidas os pensamentos, sentimentos e ações estão como que enrijecidos.
Há pensamentos direcionados a idéia de suicídio, o sujeito não consegue pensar em outras possibilidades ou soluções para aliviar a dor
é quase impossível o terapeuta estar pronto para aceitar a possibilidade do
suicídio do cliente, mesmo sabendo sobre do risco eminente
Freqüentemente o terapeuta não vê claramente que o paciente é suicida, por isso é pego de surpresa
Mesmo na ausência da maioria dos fatores de risco, não é eliminada a possibilidade de suicídio.
Soma-se a isto o fato de que durante as entrevistas, freqüentemente a pessoa não discute seus pensamentos suicidas abertamente
Wise & Rundell apresentam uma lista de fatores de risco de suicídio
Psiquiátrico
•Depressão
•Alcoolismo. 50 vezes maior que a população geral, 25% de todos os suicídios
•Dependência química. 10% de morte de viciados são suicidas
•Disfunções da personalidade: compulsivos e boderlines
•Esquizofrenia
•Psicoses orgânicas
•Pessoas com tentativas anteriores de suicídio
•Histórico familiar: risco aumentado em gêmeos e adoção
•Pacientes e diálise tem risco maior que a população geral
Psicológico
•Histórico de perdas recentes
•Histórico de perdas de pais na infância
•Datas importantes, comemorativas, feriados etc
•Instabilidade familiar
•Isolamento social; perda de suporte social
Social
•Sexo: risco no homem é 3 vezes maior que na mulher
•Idade: aumento de probabilidade acima dos 45 anos; nas mulheres acima de 55 anos, depois a taxa declina
•Religião: protestantes e ateus tem maior risco que judeus e católicos
•Geografia: mais índice em conglomerados urbanos
•Estado civil:
divorciado>>solteiro>>viúvo>>casado
•Socioeconômico: extremos:
rico-pobre/aposentado,desempregado
Diante da ambigüidade dos sinais suicidas e frente a vulnerabilidade do terapeuta, é importante:
-documentar todas as situações (contatos telefônicos, sessões extras com o paciente)
-incluir no contrato terapêutico a cláusula que diga que o sigilo será quebrado em casos de risco de vida do cliente, mas lembrando que o terapeuta entrará m contato com a família somente nesse caso de risco suicida e com o consentimento do paciente
“...fazer pelos suicidas é oferecer a possibilidade de estar com, de lidar com o emergencial e, ao mesmo
tempo, ter a capacidade de se estar com o outro sem
fazer pelo outro”
“...na relação dialógica permite-se que o vazio possa se
expressar”
“...não se consegue tirar ninguém do vazio existencial, pois o vazio já está lá (...)Ajudamos nossos clientes a transformar o vazio estéril em vazio fértil”
“O objetivo principal do primeiro atendimento psicológico é o estabelecimento de um sustentáculo emocional para que o paciente possa, em seguida , descobrir novas possibilidades e alternativas para sua vida”
Angerami-Camon:
Três questões são necessárias levar em conta com pacientes suicidas:
1-reconhecer os fatores de risco
2-a atitude terapêutica é a escuta e a observação atenta do comportamento do cliente: avaliar o grau de depressão, as idéias suicidas, planos suicidas, o nível de autocontrole e a intenção suicida
3-se há potencialmente a possibilidade de suicídio deve-se explorar o problema do
suicídio com o cliente
Frente a indícios de potencial suicida é prudente:
Monitorar o dia a dia do clienteDisponibilizar o atendimento a domicilio nos finais de semana
Contar com um acompanhante terapêuticoEm casos críticos, internação em hospitais que tenham um trabalho interdisciplinar
Focalizar os temas sobre as características positivas do cliente
Em situações de tentativa suicida é necessário ampliar o sistema de apoio
Conscientizar a família sobre o risco porque é essencial contar com a ajuda familiar
Encaminhar para um psiquiatra ou profissional de saúde disposto a trabalhar interdisciplinarmente
A terapia familiar é muito importante quando mostra ideações suicidas. Algumas das tentativas de suicídio ocorrem em datas comemorativas, “reações de aniversário”
O terapeuta deve ter a mão telefones de emergência, de pessoas ligadas ao cliente e serviços públicos e privados
Na situação de efetivação da tentativa de suicídio
Encaminhar o mais rápido possível para o hospital próximo, em caso de envenenamento ou uso de medicação levar a bula ou saber o nome do produto
É necessário ficar com a pessoa, nunca deixá-la sozinha
Comunicar ao médico da família e se for possível solicitar sua presença no hospital
Referência Bibliográfica
FUKUMITSU, Karina. Suicídio e Psicoterapia. Uma visão gestáltica. São Paulo: Livro Pleno, 2005
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