View
8
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
www.cursocejus.com.br
Aula 01
Introdução
Email do professor: atiladias@gmail.com
Azul – Importante
Vermelho – Muito Importante
Todas as questões de processo civil são referentes ao código e não a sumulas ou jurisprudências.
Atenção para o código, deve ser lido.
Sempre cai na prova da OAB questões especificas sobre juizado, competência e ação de terceiros.
Questões para estudar: www.questoesdeconcursos.com.br
www.cursocejus.com.br
Jurisdição
1) Jurisdição
As vezes surgem conflitos acerca do cumprimento de normas que regulam nossa sociedade. Quando
esse conflito acontece é necessário a intervenção de alguém para resolvê-los.
Quem é responsável para solucionar esses conflitos será o Estado mediante um processo.
O poder que o Estado tem poder uno e indisponível.
Poder que é investido ao estado a fim de solucionar os conflitos sociais que venham a ocorrer na
sociedade seja a cerca de conflito de normas, ou seja, de sua interpretação.
Os conflitos não são apenas individuais, podem ser coletivos também.
Havendo conflitos de ordem coletiva pode ser proposta demanda coletiva (ação civil publica serve
para promover ações publicas ou ação de direito homogêneo).
2) Vias alternativas de Jurisdição
Apesar de possuir a jurisdição o estado não possui condições de resolver todos os conflitos
existentes em nossa sociedade.
Assim, o Estado criou vias alternativas de jurisdição, essa arbitragem não é jurisdição em si mas
sim um meio para resolver conflitos sem a decisão do estado.
Em regra a autotutela não existe no ordenamento jurídico existindo somente como exceção.
a) Autotutela
Definição: Diante de um conflito entre partes, uma vontade ira prevalecer sem a intervenção ou
autorização do poder judiciário.
A autotutela é uma exceção prevista expressamente pelo legislador.
Ex: 1) Legitima defesa (defesa, por meios necessários e moderados, de conduta
sem autorização do estado); 2) Desforço imediato do esbulho (art 1210, I, do CC,
a imediatividade permite a ação); 3) Estado de necessidade (art 188 CC); 4)
Direito de retenção.
www.cursocejus.com.br
b) Auto composição
A auto composição é quando as partes entram em acordo. Uma parte renuncia seu pedido e a outra
parte o reconhece, as partes transacionaram (dentro ou fora do processo).
b.1) Transação
Art 475 – N: São títulos executivos judiciais sentenças homologatórias de transação ainda que
inclua matéria não posta em juízo (não foi pedida na petição inicial).
Na hora do acordo, as partes podem acordar sobre matéria que não foi posta em juízo.
b.2) Renuncia
Quando o autor ou o réu renuncia ao seu direito. (art 269 CPC, II e V)
b.3) Arbitragem
As partes vão escolher um terceiro a fim de que este resolva seus conflitos (lei 9.307 de 96).
Essa escolha será feita mediante um contrato.
Obs: No âmbito da relações trabalhistas é possível a utilização da arbitragem
Ressalta-se que previamente ao conflito, pode ser estabelecido contratualmente mediante contrato
que entre as partes, todos os seus conflitos serão decididos mediante arbitragem.
Contratos administrativos - > as partes que se impõe a arbitragem terão que aceitar a decisão. A
decisão proferida pelo procedimento de arbitragem possui caráter impositivo.
Ainda, em relação ao mérito da decisão, não será possível ser questionada perante o poder judiciário
por recurso.
A matéria que poderá ser discutida pelo poder judiciário será a validade da decisão, seus aspectos
formais (aspectos procedimentais não respeitados, o respeito ao que foi decido em contrato).
Ressalta-se que o principio do contraditório também esta presente nessa opção, assim, uma decisão
que foi proferida sem a avaliação de defesa pode ser uma decisão questionada pelo poder judiciário
por ser este um aspecto formal.
A arbitragem Se divide em clausula compromissória e compromisso arbitral.
A clausula compromissória se configura quando havendo um conflito pelas partes, esse conflito
será resolvido perante uma corte de arbitragem, é um acordo prévio ao conflito e feito por meio
contratual.
www.cursocejus.com.br
O compromisso arbitral é algo posterior ao conflito. As partes irão delinear como sera feito a
arbitragem desse conflito, é o dispositivo que ira regular a clausula compromissória estabelecida
pelas partes.
A arbitragem viola o principio da inafastibilidade da jurisdição, do direito de ação? Não porque o
direito de ação é um direito disponível mediante um contrato, mediante a arbitragem, não violando
assim os dispositivos da jurisdição.
b.3.1) Características da Arbitragem
a) As partes podem escolher o direito material (deve constar no contrato).
b) A escolha do arbitro será feito pelas partes.
c) A sentença arbitral é considerada como titulo executivo judicial. Art 475 – N, IV.
A sentença arbitral não precisará de homologação do judiciário para possuir efeitos e ser
considerada titulo executivo judicial.
d) É vedado, no âmbito das relações de consumo, art 51, VII, CDC, a utilização de comissão de
arbitragem.
3) Jurisdição
3.1.) Características
a) Heterocomposição
Terceiro resolvendo um conflito.
b) Imperatividade
As partes não podem se negar a descumprir.
c) Norma Individualizada
O poder judiciário ao examinar determinado conflito, devera aplicar uma norma abstrata e aplicar
nela os princípios e regras da CF, criando assim uma norma individualizada para aquela demanda
especifica.
d) Insuscetível de controle por outro poder
As decisões do poder judiciário não podem ser questionadas por outro poder, isso violaria a própria
jurisdição do Estado.
www.cursocejus.com.br
e) A jurisdição é una.
A jurisdição é especializada, sua atuação é dividida em prol de sua efetividade. Deve-se ficar claro
que apesar disso a jurisdição não é dividida.
A criação de órgão criou níveis de jurisdição, cada um terá poder sobre sua competência. Em poder
de uma competência, será possível a utilização de sua jurisdição total apenas em sua competência.
Ex: Um juiz com competência em Salvador, sua jurisdição valerá apenas em
Salvador.
3.2.) Jurisdição Voluntaria
O legislador por questões de politica jurídica entendeu que alguns atos jurídicos para terem validade
e eficácia, devem passar pelo crivo do judiciário para ter validade e eficácia.
Ex: Alvara para venda de bens de incapazes. O menor precisará de autorização do
juiz para a realização do mesmo.
3.2.1) Características:
a) Inquisitoriedade
O juiz, na jurisdição voluntaria, poderá dar inicio de oficio a demandas judiciais (art 1.160 do
CPC).
No caso da produção de provas, na Jurisdição voluntaria, o juiz tem possibilidade de produção
de prova plena (em vista de um interditado, ele pode requer a produção de provas).
b) Decisão contra a vontade das partes
O juiz poderá decidir contra a vontade das partes. Por exemplo, na venda de bens de incapaz,
apesar da vontade das partes ele poderá decidir que a venda não seja realizada.
c) Equitoriedade (art 1.109 do CPC)
O juiz poderá decidir por equidade. O juiz poderá adotar uma decisão que por sua visão seria
mais justa do que a aplicação de uma norma jurídica.
d) Não há o que se falar em coisa julgada (art 1.111 do CPC).
Na jurisdição voluntaria não existe partes, existem interessados.
www.cursocejus.com.br
e) O MP terá intervenção obrigatória em todas as demandas de jurisdição voluntaria. (art 1.105
do CPC).
3.2.2) Princípios
a) Principio da Inercia (art 989 do CPC)
O juiz não poderá de oficio por si só dar inicio a um processo, é necessário que as partes venham a
propor uma demanda perante o judiciário (regra). As exceções a esta regra vao estar previstas
expressamente no código.
a.1.) Regra do impulso Judicial (art. 262 do CPC)
Proposta a demanda judicial pelas partes, o juiz poderá impulsionar o processo de oficio.
(possui casos de exceção).
Ex: Art. 461 -> O juiz poderá tomar medidas que ache cabíveis para validar
suas decisões (multa).
A exceção a esta regra deve ser expressa.
Ex: Art 465 – J do CPC -> Caso o devedor condenado não realize o
pagamento em 15 dias será apresentado multa e a requerimento do credor expedir
mandado. (questão de prova).
Ex2: Sumula 5.631 SFT, impetrado mandado de segurança pelas partes, o
juiz percebe erro na indicação do polo passivo, nesse caso, quando o juiz
determinar a modificação e a parte não realizar o pagamento das custas, o juiz
deverá extinguir o processo sem resolução de mérito.
a.2.) Principio da congruência
O juiz em sua sentença esta vinculado ao que foi postulado na petição inicial. Se a sentença
for diversa estará violando o principio da congruência e por tabela o principio da inercia. (At
460 do CPC).
Vide as sentenças Sintra petita, extra petita ou ultra petita.
Se o juiz for omisso cabe embargos de declaração no prazo de 05 dias.
b) Principio da Investidura
Ocorre por concurso publico (concurso de juiz) ou por indicação para ocupar os tribunais.
c) Principio da Territoriedade
O juiz só poderá exercer jurisdição onde possuir competência.
www.cursocejus.com.br
Toda vez que o juiz quiser realizar ato fora de seu território, ele deverá solicitar ao juiz que possui
competência no território visado a realização de seu ato processual (regra).
c.1) Exceções
Um oficial de justiça de salvador não poderá fazer uma citação em feira de Santana, mas o
juiz poderá solicitar uma citação por correio ainda que essa citação seja especifica de oficial
de justiça. (art 222 do CPC).
O oficial de justiça só poderá atuar no território onde o juiz tiver competência ou ainda nas
comarcas contiguas (regiões metropolitanas) a esta competência (art 230 do CPC).
A citação por correio poderá ser feita para qualquer local do território nacional.
Ressalta-se ainda o caso de terrenos divididos em competências. Metade do terreno
corresponde a competência de juiz A e a outra metade corresponde a competência de juiz B.
A citação valera para o terreno inteiro então a competência nesse caso se estenderá para o
terreno inteiro.
Não se deve confundir o local para onde a competência será estendia para onde a decisão terá
efeitos.
Uma pessoa que declarada divorciada em são Paulo continuara divorciada em salvador
(competência diversa).
d) Principio da Indelegabilidade
O juiz não poderá delegar suas funções (tomar decisões) para outros (regra).
d.1) Exceções
Um tribunal não possui estrutura para a realização de instrução probatória, assim, o relator
pode determinar que o juiz de 1 grau realize a fase probatória. O ato que requer que o juiz
realize ato é chamado de carta de ordem (art 492 CPC).
Ainda, nos processos de competência originarias do congresso federal, a execução de seus
atos processuais poderão ser delegadas, por meio de carta de ordem, para os juízes de
primeiro grau executarem (art 102, I, CF – Atos executórios e não atos decisórios).
Atos de mero expediente ou de administração, que não possuem caráter decisório, são
permitidos aos servidores públicos. (art 93, XIV, CF e art 162 paragrafo 2 do CPC).
Carta precatória não é uma exceção porque o juiz não estará delegando, o juiz da outra
competência que ira realizar.
e) Principio da Inafastabilidade
www.cursocejus.com.br
O judiciário não poderá se eximir de julgar, é obrigação do estado e do magistério julgar aquela
demanda que foi posta a julgamento. (art. 5, XXXV, CF).
O estado não pode requerer o esgotamento das vias administrativas para a propositura de demandas
judiciais (regra).
Sua exceção se encontra nas questões desportivas (art. 217, CF) que precisam do esgotamento das
vias administrativas, no habeas data (remédio jurídico de previsão constitucional onde se exige ao
poder publico informações de sua própria vida) quando houver uma recusa administrativa, no
mandado de segurança (art. 5 da lei 12.016 de 2009)
f) Principio do Juiz natural
É vedado a criação de juízos de exceção para o julgamento de determinados processos ou fatos.
Recommended