9 Comorbidades Psiquiátricas Em Dependência Química

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Breve análise sobre as mais comuns comorbidades de caráter psiquiátrico em dependentes químicos.

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Comorbidades Psiquiátricas em Dependência Química

XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE PSIQUIATRIAPSIQUIATRIA

Apresentação:Apresentação:

Marcos ZaleskiMarcos Zaleski

Porto AlegrePorto AlegreOutubro de 2007Outubro de 2007

• Comorbidade pode ser definida como a ocorrência de duas entidades diagnósticas em um mesmo indivíduo.

1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃO

mzaleski@terra.com.br

Os transtornos mais comuns incluem os transtornosdo humor, como a depressão, tanto uni como bipolar; transtornos de ansiedade; transtornos do déficit de atenção e hiperatividade e transtornos alimentares.

Transtornos psicóticos e da personalidade, além de outros comportamentos compulsivos, também apresentam estreita correlação com o abuso de substâncias.

1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃO

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• Diversos estudos, principalmente na Europa e Estados Unidos da América (E.U.A.) têm relatado os efeitos negativos do uso/dependência de substânciaspsicoativas entre pacientes com transtornos mentais.

1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃO

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• Há evidências de que mesmo o uso infreqüente e depequenas doses de drogas, legais ou ilegais, podemlevar o indivíduo com transtornos mentais graves a conseqüências mais sérias do que as vistas na população geral.

1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃO

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• As prevalências de comorbidade em dependência química variam de 0,5% a 75% na população geral.

2. EPIDEMIOLOGIA2. EPIDEMIOLOGIA

•A prevalência entre adolescentes varia muito de serviço para serviço,entre 40 a 80%.

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• Essa ampla variação tem sido atribuída a diferenças no tipo de estudo realizado, no tipo de serviços, nosmétodos de avaliação, nas definições de transtornos,em variações nas características sócio-demográficas, variações na disponibilidade de drogas ilícitas e conforme a região geográfica estudada.

2. EPIDEMIOLOGIA2. EPIDEMIOLOGIA

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A incidência de comorbidade psiquiátrica com abusoe/ou dependência de substâncias e transtornos mentais graves parece estar aumentando.

2. EPIDEMIOLOGIA2. EPIDEMIOLOGIA

Este fenômeno tem sido atribuído ao aumento e disponibilidade de álcool e drogas na população geral.

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Os transtornos da ansiedade entre crianças, adolescentes e adultos são consideradas como o grupo de doenças psiquiátricas de maior prevalência (em torno de 25%) na população geral.

2. EPIDEMIOLOGIA2. EPIDEMIOLOGIA

Entre os dependentes de álcool que estão emtratamento, em torno de 2/3 apresentam sintomas quefazem parte dos critérios diagnósticos de transtorno de

ansiedade.

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O início precoce do THB, ainda na adolescência, pode aumentar o risco para uso de substâncias.

Cerca de metade dos indivíduos diagnosticados com AOS pelos critérios da DSM-IV apresentam um diagnóstico psiquiátrico adicional, e 26% destes apresentam transtornos do humor.

2. EPIDEMIOLOGIA2. EPIDEMIOLOGIA

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O TDAH é o transtorno psiquiátrico maissub-diagnosticado entre adolescentes e adultos.

2. EPIDEMIOLOGIA2. EPIDEMIOLOGIA

Adolescentes e adultos com TDAH apresentam um outro diagnóstico psiquiátrico, especialmente abuso/dependência de álcool (33%), abuso/dependência de outras drogas (20%).

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O abuso de substâncias psicoativas e psicose são comumente encontrados em conjunto.

2. EPIDEMIOLOGIA2. EPIDEMIOLOGIA

Taxa de esquizofrenia é 3,4 vezes maior em indivíduos com diagnóstico de transtorno pelo uso de álcool e 5,9 vezes pelo uso de drogas do que na população em geral.

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Os Transtornos da Personalidade (TP) do agrupamento B, do tipo Anti-social e Borderline são os mais freqüentemente observados em dependência ao álcool e outras drogas na população adulta.

O diagnóstico de TP em crianças e adolescentes requer que os sintomas mal-adaptativos estejam presentes por mais de um ano.

A única exceção é o TP do tipo anti-social, que só pode ser diagnosticado após os 18 anos.

2. EPIDEMIOLOGIA2. EPIDEMIOLOGIA

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Os Transtornos Alimentares são presentes principalmente em adolescentes do sexo feminino.

A associação entre Transtornos Alimentares e dependência de álcool não é direta, sendo, ao menos em parte, influenciada pela presença de outra comorbidade, como os transtornos de humor e o transtorno do estresse pós-traumático.

2. EPIDEMIOLOGIA2. EPIDEMIOLOGIA

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Recentemente, tem havido uma maior preocupação com a associação entre Transtorno de Uso de Substâncias e outros comportamentos compulsivos.

Os principais são o uso excessivo de computador, o comprar compulsivo e o jogo patológico.

2. EPIDEMIOLOGIA2. EPIDEMIOLOGIA

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O maior problema decorrente da associação entreoutros transtornos psiquiátricos e abuso e/ ou dependência de substâncias é o diagnóstico diferencial econsequentemente, o planejamento daintervenção, pois ocorre uma superposição de sintomas,tanto da ansiedade como da intoxicação ou síndrome de abstinência de substâncias. Um transtorno pode exacerbarou mascarar o outro.

3. DIAGNÓSTICO3. DIAGNÓSTICO

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O diagnóstico primário muitas vezes é difícil de ser estabelecido inicialmente.

3. DIAGNÓSTICO3. DIAGNÓSTICO

Muitas drogas podem produzir sintomas psicóticos, ansiosos ou depressivos durante a intoxicação e mesmo durante os quadros de abstinência a elas.

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DIAGNÓSTICO ADEQUADODIAGNÓSTICO ADEQUADO::

3. DIAGNÓSTICO3. DIAGNÓSTICO

1. História familiar e questões específicas sobre possíveisdistúrbios psiquiátricos. As informações devem ser colhidas junto ao paciente e também a familiares e amigos.

2. Exames laboratoriais: alterações por consumo crônico de álcool, alterações metabólicas e hormonais, doençasinfecto-contagiosas, exames neurológicos e detecção de drogas na urina.

3. Questionários ou testes. mzaleski@terra.com.br

DIAGNÓSTICO ADEQUADODIAGNÓSTICO ADEQUADO::

3. DIAGNÓSTICO3. DIAGNÓSTICO

4. Observação clínica. Observação durante o período de desintoxicação. A persistência ou não de sintomas psiquiátricos após este período pode facilitar o correto diagnóstico.

5. Conhecimento adequado e aplicação dos critérios diagnósticos da CID-10 e da DSM – IV, para detecção das principais comorbidades associadas à dependência química.

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4. TRATAMENTO4. TRATAMENTO

PRINCÍPIOS GERAIS:

1. Abordagem compreensiva.

2. Tratamento integrado.

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4. TRATAMENTO4. TRATAMENTO

1.Considerar a combinação específica da comorbidade e o estágio de motivação.

2.Considerar o uso de farmacoterapia para o tratamento do transtorno psiquiátrico, desintoxicação e fase inicial de recuperação e prevenção de recaída.

3. Uso de técnicas psicossociais para aumentar a motivação, auxiliar na resolução de problemas ambientais e no manejo de situações difíceis.

ESTRATÉGIAS DE MANEJO BIOPSICOSSOCIAL:ESTRATÉGIAS DE MANEJO BIOPSICOSSOCIAL:

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4. TRATAMENTO4. TRATAMENTO

4. Fornecer apoio familiar e informação sobre tratamento adicional de apoio, como grupos baseados nos 12 passosde Alcoólicos anônimos e outros grupos de auto-ajuda.

5. Apoio psiquiátrico para o controle de sintomaspsicóticos, mania e depressivos com ou sem risco de suicídio.

ESTRATÉGIAS DE MANEJO BIOPSICOSSOCIAL:ESTRATÉGIAS DE MANEJO BIOPSICOSSOCIAL:

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4. TRATAMENTO4. TRATAMENTO

•As psicoterapias têm se mostrado consistentes, quando avaliadas em pesquisas clínicas tanto para AOS quanto para as comorbidades em geral.

• As terapias cognitivo-comportamentais (TCC), e as que utilizam abordagens motivacionais são utilizadas para melhor adesão ao tratamento.

•Técnicas de prevenção de recaída são importantes durante o processo de manutenção da abstinência a AOS.

ESTRATÉGIAS DE MANEJO BIOPSICOSSOCIAL: ESTRATÉGIAS DE MANEJO BIOPSICOSSOCIAL: COMENTÁRIOS GERAISCOMENTÁRIOS GERAIS

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4. TRATAMENTO4. TRATAMENTO

A. Estabelecimento de uma aliança terapêutica.

B. Resistência a mudanças de estágio.

C. Redução da aderência.

D. Abandono precoce de tratamento.

DIFICULDADES NA ABORDAGEM DO PACIENTE:

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4. TRATAMENTO4. TRATAMENTO

TRATAMENTO INTEGRADO COM COMORBIDADE

PSIQUIÁTRICA

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(organograma)

1º CONHECIMENTO

PERGUNTAR SOBRE PROBLEMAS RELACIONADOS AO USO DE AOS

NÃO

SEM ABUSO/ABSTÊNIO

ACONSELHAR HABITOS SAUDÁVEIS

MELHORA USO ABUSIVO

DIAGNÓSTICO PARA AOS

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DA CID 10CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DA DSM IV

DEPENDÊNCIA

ENCAMINHAR PARA TRATAMENTO ESPECIALIZADO

DESINTOXICAÇÃOINTERVENÇÃO BREVE/ ENTREVISTA MOTIVACIONALATENDIMENTO FAMILIARPREVENÇÃO DE RECAÍDA

INTERVENÇÃO BREVE/ENTREVISTA

MOTIVACIONAL

NÃO MELHORA

SIM

2º CONHECIMENTO

INVESTIGAÇÃO DIAGNÓSTICA PARA DEPENDÊNCIA DE AOS E COMORBIDADE

DIAGNÓSTICO PARA COMORBIDADE

PSIQUIÁTRICA COM AOS

•ANAMNESE

•HISTÓRIA FAMILIAR

•CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS CID 10

•CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DSM IV

•TESTES, ESCALAS E ENTREVISTAS

•EXAMES LABORATORIAIS

CONFIRMAÇÃO DIAGNÓSTICA

PARA DEPENDÊNCIA

DE AOS

AGUARDAR 2 A 4 SEMANAS APÓS O INÍCIO DO TRATAMENTO/DESINTOXICAÇÃO:

NOVA AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA PARA COMORBIDADE PSIQUIÁTRICA

SIMNÃO SIM

NÃO

TRATAMENTO INTEGRADO

TRATAMENTO INTEGRADO DEPENDÊNCIA DE AOS X COMORBIDADE PSIQUIÁTRICA

DEPENDÊNCIA DE AOS X DIFERENTES TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS

PRIMEIRAS 2 A 4 SEMANASDESINTOXICAÇÃOIB/EMMEDIDAS GERAISFARMACOTERAPIA

TRANSTORNOS DE ANSIEDADE/DEPRESSIVOS

THB

TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE

TRANSTORNOS PSICÓTICOS

TRANSTORNOS ALIMENTARES

TDAH

INDICAÇÃO DE FARMACOTERAPIA

PARA TRATAMENTO DE

SINTOMAS ESPECÍFICOS DE CADA

TRANSTORNO

ALIANÇA TERAPÊUTICA VISANDO

MANUTENÇÃO DA

ABSTINÊNCIA

3º CONHECIMENTO

MUDANÇAS DE ASPECTOS

DISFUNCIONAIS DO TRANSTORNO

REDUÇÃO DA RESISTÊNCIA A MUDANÇAS DE ESTÁGIO E DO ABANDONO PRECOCE

DO TRATAMENTO

4º CONHECIMENTO

5º CONHECIMENTO

FASE DE ACOMPANHAMENTO E MANUTENÇÃO

PREVENÇÃO DE RECAÍDA

AGENTE ANTI-CRAVING

AGENTE AVERSIVO

OUTRAS PSICOTERAPIAS

GRUPOS DE AUTO-AJUDA

4º CONHECIMENTO

5º CONHECIMENTO

FOLLOW-UP

Este trabalho faz parte das

DIRETRIZES DA ABEAD SOBRE COMORBIDADES PSIQUIÁTRICAS

EM DEPENDÊNCIA QUÍMICA

Autores: Marcos Zaleski; Ronaldo Laranjeira; Ana Cecília Marques;

Sílvia Brasiliano; Sérgio Nicastri; Patricia Brunferntrinker Hochgraf;

Analice Gigliotti; Tadeu Lemos; Félix Kessler; Marcos Romano; Hamer Alves;

Valter Abelardino e Lílian Ratto.

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