View
216
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
INSTITUTO DE COMPUTAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO EM INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
A CONTRIBUIÇÃO DAS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DE PESSOAS COM
BAIXA VISÃO
ANAIR BONGIOVANI
CUIABÁ – MT
2011
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
INSTITUTO DE COMPUTAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO EM INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
A CONTRIBUIÇÃO DAS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DE PESSOAS COM
BAIXA VISÃO
ANAIR BONGIOVANI
Orientador: Prof. MSc. Luciana Correia Lima de Faria
Borges
Monografia apresentada ao Curso de
Especialização em Informática na Educação –
Modalidade a Distância – do Instituto de
Computação da Universidade Federal de Mato
Grosso, em parceria com a Universidade
Aberta do Brasil, como requisito para
conclusão do Curso de Pós-graduação Lato
Sensu em Informática na Educação.
CUIABÁ – MT
2011
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
INSTITUTO DE COMPUTAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO EM INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
CERTIFICADO DE APROVAÇÃO
TÍTULO: A CONTRIBUIÇÃO DAS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DE PESSOAS COM BAIXA VISÃO
AUTOR: ANAIR BONGIOVANI
Aprovada em 26/04/2011
______________________________________
Prof. MSc. Luciana Correia Lima de Faria Borges
IC/UFMT
(Orientador)
______________________________________
Prof. Dr. Patricia Cristiane de Souza
IC/UFMT
______________________________________
Prof. MSc. Clodoaldo Nunes
IFMT
4
DEDICATÓRIA
Dedico primeiramente a Deus, que sempre me ajudou e deu inspiração para realizar
este trabalho, as minhas filhas Djully Camille e Tassy Manoela, em prova de todo meu
amor por elas e ao meu esposo Valdir que muito tem me apoiado nesta caminhada.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos que contribuíram para que eu conseguisse chegar ao final deste
curso, aos professores, coordenadores e tutores deste curso, e principalmente á
minha orientadora, professora Luciana Farias Borges, pela dedicação e compreensão.
6
RESUMO
Este trabalho apresenta um breve relato sobre tecnologias assistivas e sua importância
para a construção da autonomia para pessoas com necessidades especiais. Uma
linha do tempo mostrando os avanços e conquistas através da legislação, também
descreve algumas tecnologias assistivas para pessoas com baixa visão, com a
intenção de facilitar e dar suporte para que estas pessoas possam tem melhor
qualidade de vida e de comunicação, partindo de uma visão inclusiva, também um
estudo de casos onde são analisadas algumas pessoas com baixa visão e sua reação
frente às tecnologias apresentadas.
7
Sumário
Dedicatória ......................................................................................................... 4
Agradecimento ....................................................................................................5
Resumo ...............................................................................................................6
Sumario ...............................................................................................................7
Lista de figuras ................................................................................................... 3
CAPITULO I
Introdução ........................................................................................................ 10
CAPITULO II
2.1. A legislação Brasileira e a TA ....................................................................13
2.2.2 Legislação Nacional- educação inclusiva - linha do tempo. ...................18
2.3 Documentos Internacionais ........................................................................21
2.4 O cuidado com todos os alunos, inclusos ou não ..................................23
2.5 - TECNOLOGIAS ASSISTIVAS .................................................................26
2.6- O COMPUTADOR NO CONTEXTO DA ACESSIBILIDADE ESCOLAR....26
Capitulo III ..................................................................................................... ...28
3.1 As tecnologias assistivas voltadas para pessoas com baixa visão ............28
3.1.1A importância da visão ..............................................................................29
3.1.2-Definição de baixa visão ..........................................................................29
3.1.3- Conceitos sobre deficiencia visual ..........................................................30
3.1.4 Tipos de tecnologias assistivas para pessoas com baixa visão.............31
8
3.1.4.1-Leitores de tela .....................................................................................33
3.1.4.2- Ampliadores de Tela ..........................................................................33
3.1.4.3 Lupa eletrônica para televisão ..............................................................34
3.1.4..4 Dosvox .................................................................................................35
3.1.4.5.1 Manipulação de arquivos ...................................................................38
3.1.4.5.2 Jogos .................................................................................................39
3.1.4.5.3 - Internet .............................................................................................41
CAPITULO IV
4 - A utilização e Analise das tecnologias para baixa visão, um estudo de
caso .............................................................................................................. 43
4.1.1 Do planejamento ..................................................................................... 43
4.1.2 Estudo de caso com pessoa com baixa visão grave................................45
4.1.3 caso com baixa visão moderada ............................................................46
4.1.4 - caso -professor com baixa visão .......................................................... 47
Considerações finais. .......................................................................................48
Referencias bibliográficas .................................................................................50
9
Lista de figuras
Figura 1 - Suporte para texto ou livro
Figura 2- Pulseira de peso
figura 3 - Estabilizador de punho com ponteira para digitação,
figura 4 -haste fixada a cabeça para digitação
figura 5 - mouse acionador
figura 6- mouse acionador
figura 7 - sopro pelo microfone.
figura 8- Campo visual de pessoa com problemas
Figura 9 – Classes de acuidade visual
Figura 19 - Equipamento: prancha de leitura com trilhos metálicos
Figura11 - Tela inicial do DOSVOX
Figura 12- Tela de seleção do DOSVOX
Figura 13– Tela DOSVOX para escolha de jogos.
Figura 14 – Jogo da forca.
Figura 15-Jogo de cartas:
10
Introdução
As inovações tecnológicas e as mudanças ocorridas no mundo atual
demandam novas necessidades de escolaridade além de permitirem a
evolução no processo educativo. Os recursos tecnológicos disponibilizados
devem contribuir para a mudança dos paradigmas educacionais.
Vivemos hoje na sociedade do conhecimento, onde geralmente quem tem
conhecimento detém o poder, porém muitos possuem conhecimento, mas não
sabem o que fazer com o mesmo, onde e como utilizar. É preciso que o
professor que intermedia o conhecimento passe a ter uma postura que faça
com que os alunos percebam o que pode ser e o que não pode ser útil na sua
vida, utilizando os conhecimentos que julgue importante para sua realização
como cidadão e descartando os conteúdos que apenas ocupam espaço, não
acrescentado nada a vida de cada um.
Sabemos que os recursos tecnológicos, se forem utilizados corretamente, são
fortes aliados para a construção do conhecimento dentro das salas de aula. Os
alunos têm contato com muita tecnologia fora da sala de aula. Temos, por
exemplo, celulares que são verdadeiros meios tecnológicos, com televisão,
internet etc. Na escola, na grande maioria das vezes estes recursos não são
oferecidos e são até mesmo “proibidos”. Os educadores estão um tanto
acostumados ao quadro, giz e apagador, e muitas vezes tem receio de utilizar
as novas tecnologias. Hoje em dia ainda é comum encontrar professor que tem
medo de manusear um computador e deixa de usar este recurso como aliado a
seu favor em sala de aula.
A inclusão de pessoas com de necessidades especiais já faz parte da cultura
da maioria das escolas. Porém falta aos educadores conhecimento dos
recursos que podem ser utilizados com estes indivíduos, que geralmete
acabam ficando deixados de lado sem muitas perespectivas de aprendizagem.
11
Pessoas com necessidades especiais requerem cuidados e dedicação, para
que possam aprender muito além do que uma pessoa que não possui nenhum
problema.
Hoje em dia o ensino deve atender às diferenças individuais de cada um,
respeitar o grau de dificuldade. Mesmo com relação às pessoas “sem
deficiência” esse aspecto deve ser observado, sendo preciso respeitar o ritmo
de cada um.
Todos possuem capacidade de adquirir conhecimentos, porém esta capacidade
difere de pessoa para pessoa, uns possuem mais facilidades, enquanto outros
encontram maiores dificuldades, ou aprendem de maneira mais lenta.
Com este trabalho procura-se demonstrar a contribuição das tecnologias
assistivas para portadores de baixa visão, a fim de garantir o acesso ao
conhecimento e ao direito à cidadania, bem como identificar e compreender a
importância das tecnologias assistivas no desenvolvimento cognitivo de
pessoas com baixa visão. Compreender importância que assumem essas
tecnologias no âmbito da Educação Especial proporcionando à pessoa com
baixa visão, maior independência, qualidade de vida e inclusão social.
Observar e analisar o interesse de alunos, pessoas, com baixa visão pelas
novas tecnologias que estão a seu dispor.
Para isso a metodologia adotada será a pesquisa bibliográfica e de campo,
através de método indutivo, utilizando levantamento de dados, feito entrevistas
com portadores de baixa visão, utilização das tecnologias assistivas
disponiveis; analise de casos.
Este trabalho tem por objetivoe utizar as tecnologias assistivas em pessoas
com baixa visão.
Essa monografia estará organizada nos seguintes capitulos, além dessa
introdução: Capitulo 2 – nesse capitulo será tratado sobre a legislação
brasileira e as tecnologias assistivas. O capitulo 3 - versara sobre as
tecnolgias assistivas para pessoas cegas e com baixa visão, já no capitulo 4
13
2
CAPITULO II
2.1. A legislação Brasileira e as Tecnologias
Assistivas
Conforme o artigo 8º da Lei Federal 7.853/89, é crime punível com reclusão de
um a quatro anos e multa recusar, suspender, cancelar ou fazer cessar, sem
justa causa, a inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer
curso ou grau, público ou privado, porque é portador de deficiência.
É preciso que um aluno com deficiência seja respeitado, não com privilégios,
mas com garantias de acesso ao conhecimento com igualdade aos demais
alunos. A diferença não pode ser negada, mas sim trabalhada para que a
mesma possa ser compreendida por todos.
Os alunos com deficiência precisam ter disponíveis todas as tecnologias
possíveis, para assim garantir o acesso ao conhecimento e o seu
desenvolvimento na totalidade. Não se pode comprometer o sucesso de alunos
com necessidades especiais pela falta de recursos que auxiliem na superação
das suas dificuldades funcionais no ambiente escolar e fora dele.
Conforme Miranda
[...] atualmente são desenvolvidos novos modelos de
aprendizagem dos conhecimentos e novas concepções, mais
bem instrumentadas que as do passado, sobre o papel do
14
professor e a mediação entre o aluno e o saber. A aplicação de
tecnologias modernas de tratamento da informação estimula a
pesquisa, bem como novos suportes pedagógicos, atraentes e
melhores adaptados às dificuldades das crianças, com novas
formas de efetuar uma avaliação de competências, de trabalhar
de maneira seletiva sobre os déficits de desempenho, de
fornecer ajudas necessárias. (MIRANDA, 1999b, p. 02)
Hoje em dia existem muitas possibilidades de recursos com baixo custo, que
podem ser utilizados nas salas de aula inclusivas, dependendo da necessidade
de cada aluno que freqüenta a sala, vão desde suporte para textos, à
tecnologias mais elaboradas com computadores adaptados e uso de softwares
mais refinados.
A figura 1 apresenta um suporte para texto ou livro. Esse objeto possui a função
de auxiliar o usuário como recurso de apoio para a leitura, digitação de textos,
dando a possibilidade de um maior conforto ao mesmo. O suporte constitui-se
de uma prancheta, onde é adaptado o livro ou o texto.
Figura 1 suporte para texto- fonte: http planetaeducação.com.br/potal.asp?artigo-6222
A figura 2 apresenta uma Pulseira de peso, que serve para facilitar melhor
controle do Membro Superior, consiste em faixa em tecido almofadado de
pesos cilíndricos intercambiáveis, que podem ser graduados.
15
Figura 2 pulseira de peso- fonte planeta educação.com.br/portal/artigo. asp?artigo=622
A figura 3 apresenta um Estabilizador de punho com ponteira para
digitação, tecnologia para pessoas principalmente com paralisia cerebral, que
apresentam essas necessidades (estabilização de punho e abdução de
polegar).
Figura 3 estabilizador de punho com ponteira para digitação - fonte www.planeta educação.com.br
A figura 4 representa uma haste fixada. É uma haste que é fixada na cabeça
para facilitar a digitação para pessoas com comprometimento de membros
superiores.
16
Figura 4 haste fixada a cabeça para digitação. fonte: planetaeducação.com.br
As figuras 5 e 6 representam mouses acionadores estes mouses apresentam
as funções do mouse padrão e outras especiais, tornando assim possível o
acesso da pessoa portadora de deficiência física aos recursos da informática.
Figura 5 mause acionador
Fonte: http://www.tecnologiaassistiva.net/novo/produto.php?id=9
17
Figura 6 mouse acionador
Fonte: http://www.apaedepenapolis.com.br/novo/vprojetos.php?proCodigo=3
A figura 7 representa um microfone adaptado para que, pessoa com
deficiências múltiplas possa acessar o computador, o mesmo é preso a cabeça
por uma haste.
.
Figura 7sopro pelo microfone- bento.ifrs.edu.br/acessibilidade/pdf
O avanço tecnológico e o uso de computadores, muito tem contribuído e a
contribuir para que esses cidadãos possam se desenvolver e terem uma vida
normal, levando em conta suas limitações.
Conforme Grandi
18
O uso do computador na educação tem como objetivo
promover a aprendizagem dos alunos e ajudar na construção
do processo de conceituação e no desenvolvimento de
habilidades importantes para que ele participe da sociedade do
conhecimento e não simplesmente facilitar o seu processo de
aprendizagem. É preciso criar-se ambientes propícios aos
alunos, que lhes possibilitem aprender através da
compreensão do que estão desenvolvendo e da percepção do
que são capazes de produzir. Estes ambientes devem oferecer
uma atmosfera estimulante, desafiadora e criativa, para que, de
fato, auxiliem no processo de alfabetização.( GRANDI 2005 p
65).
É importante criar para o aluno um ambiente de aprendizagem desafiador, onde
os mesmos possam sentir-se capazes e acreditarem que são agentes ativos na
construção do conhecimento.
Tecnologia Assistiva é um termo novo, o mesmo é utilizado para identificar
todos os recursos e serviços que contribuem para melhorar as habilidades de
pessoas com deficiência, procurando, assim, promover a independência e
facilitando a inclusão, contribuindo para a construção da autonomia das
pessoas com necessidades especiais, minimizando as barreiras do
aprendizado e desenvolvimento.
2.2.2 Legislação Nacional- educação inclusiva - linha
do tempo
Para melhor compreender a evolução do sistema e o processo de inclusão de
pessoas com necessidades especiais é apresentada a cronologia a seguir:
19
1854 – É fundado o Instituto Benjamin Constant no Rio de Janeiro, RJ, sob a
denominação de Imperial Instituto dos Meninos Cegos. Sendo esta a primeira
instituição de educação especial da América Latina.
1857 – INES- Instituto Nacional de Educação de Surdos no Rio de Janeiro, RJ,
por D. Pedro II
1988 – O artigo 208 da Constituição Federal estabelece o direito das pessoas
com necessidades especiais de receberem educação, preferencialmente na
rede regular de ensino.
1989 – Criada a Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa
Portadora de Deficiência CORDE Lei n.º 7.853, que dispõe sobre a integração
das pessoas com deficiência, e institui a tutela jurisdicional de interesses
coletivos ou diferentes de pessoas com deficiência, definindo crimes e outras
providências.
1990 – ECA- , lei 8.069 Estatuto da Criança e do Adolescente. No Art. 53.
assegura a todos o direito à igualdade de condições para o acesso e
permanência na escola e atendimento educacional especializado,
preferencialmente na rede regular de ensino.
1996 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Lei n.º9.394/96-
assegura aos alunos com necessidades especiais currículos, métodos,
recursos educativos e organização específicos para atender às suas
necessidades específicas.
1998 – PCNS- Parâmetros Curriculares Nacionais do MEC fornecem as
estratégias para educação de alunos com necessidades educacionais
especiais.
1999 - Decreto n.º 3.298 regulamenta a Lei n.º 7.853/89 que trata da Política
Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência. Este decreto
estabelece a matrícula compulsória em cursos regulares em escolas públicas e
particulares de pessoas com deficiência.
20
2000 – A Lei n.º 10.098 estabelece normas gerais e critérios básicos para a
promoção de acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade
reduzida mediante a eliminação de barreiras e de obstáculos nas vias e
espaços públicos, no mobiliário urbano, na construção e reforma de edifícios e
nos meios de transporte e de comunicação.
2000 - Lei N.º 10.048 estabelece a prioridade de atendimento às pessoas com
deficiência e determina que os veículos de transporte coletivo a serem
produzidos deverão ser planejados de forma a facilitar o acesso a seu interior
das pessoas com deficiência.
2001 - Plano Nacional de Educação explicita a responsabilidade da União, dos
Estados e Distrito Federal e Municípios na implementação de sistemas
educacionais que assegurem o acesso e a aprendizagem significativa a todos
os alunos.
2001 - Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica
endossa a necessidade de que todos os alunos possam aprender juntos em
uma escola de qualidade.
2001 - Decreto n.º 3.956, da Presidência da República do Brasil, que
reconhece o texto da Convenção Interamericana para a "Eliminação de Todas
as Formas de Discriminação contra a Pessoa Portadora de Deficiência"
Convenção da Guatemala, reafirmando o direito de todas as pessoas com
deficiência à educação inclusiva.
2001 - Parecer CNE Conselho Nacional de Educação/CEB (Câmara de
Educação Básica nº 17 aponta os caminhos da mudança para os sistemas de
ensino nas creches e nas escolas de educação infantil, fundamental, médio e
profissional.
2004 - Decreto nº 5296 de 02 de dezembro regulamenta as Leis n° 10.048, de
08 de novembro de 2000 e, 1.098, de 19 de dezembro de 2000 que
estabelecem normas gerais e critérios básicos para a promoção da
acessibilidade em vários âmbitos.
21
Fonte: http://www.xtimeline.com/timeline/Evolu--o-da-Educa--o-Especial-no-Brasil---principais-
documentos.
2.3 Documentos Internacionais
Os movimentos para a inclusão de pessoas com necessidades especiais
passaram a ser uma constante no mundo inteiro e defendida pela ONU
conforme segue abaixo:
1948 – Pela Declaração Universal de Direitos Humanos, estabelece que os
direitos humanos são os direitos fundamentais de todos os indivíduos, e todos
devem ser respeitados na sua totalidade 1971 – A ONU proclama os direitos
das pessoas mentalmente retardadas, com deficiência intelectual.
1975 - ONU Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes , estabelece os
direitos de todas as pessoas com deficiência, sem qualquer discriminação
1980 - Carta para a Década de 80 estabelece metas dos países membros para
garantir igualdade de direitos e oportunidades para as pessoas com deficiência.
1993 – Normas sobre Equiparação de Oportunidades para Pessoas com
Deficiência ONU estabelece padrões mínimos para promover igualdade de
direitos direito à educação em todos os níveis para crianças, jovens e adultos
com deficiência, em ambientes inclusivos.
1994-Declaração de Salamanca -Princípios, Política e Prática em Educação
Especial proclamada na Conferência Mundial de Educação Especial sobre
Necessidades Educacionais Especiais reafirma o compromisso para com aEducação para Todos e reconhece a necessidade de providenciar educação
para pessoas com necessidades educacionais especiais dentro do sistema
regular de ensino.
1999 – Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação contra a Pessoa Portadora de Deficiência – Guatemala -
22
condena qualquer discriminação, exclusão ou restrição por causa da
deficiência que impeça o exercício dos direitos das pessoas com deficiência,
inclusive à educação.
Para garantir plenos direitos a todos os seres humanos e principalmente a
pessoas com necessidades especiais, é necessário muito mais que a lei, faz-
se necessário: uma escola que respeite as diferenças de cada um; ofereça
igualdade de condições para o acesso ao conhecimento seja com alternativas
pedagógicas, ou tecnológicas que atendam às necessidades especiais de cada
aluno; ambiente acolhedor onde todos aprendam a conviver com as diferenças.
Para promover a inclusão faz-se necessário identificar as pessoas com
necessidades especiais, conforme Baptista:
O movimento de inclusão tem origens que decorrem dos limites
nos processos de identificação dos sujeitos com necessidades
educativas especiais; das criticas aos mecanismos excludentes
da escola em geral e, em particular, das alternativas paralela
de atendimento, com proposições pedagógicas que tendias a
minimizar os desafios propostos aos alunos; das
transformações nas concepções de alternativas de intervenção
em educação e saúde .
A evolução desse movimento mostra uma tendência que
mantêm e atualiza princípios norteadores de uma educação
‘”ampla” propondo a inclusão escolar cujos pontos
fundamentais seriam uma ampliação dos sujeitos inseridos em
contextos comuns de ensino e a necessária transformação da
escola e das alternativas educativas para favorecer a educação
de todos, com garantia de qualidade.(...) a presença dos alunos
reconhecidamente “diferentes” no ensino comum pode
contribuir para que nos questionemos sobre a real capacidade
da escola e dos sistemas educacionais, no sentido de
promover a educação dos alunos em geral. (BAPTISTA p10
2004)
23
Uma educação de qualidade deve garantir ao ser humano independentemente
da condição física a possibilidade de participar ativamente da vida política
social e econômica da nação, e isto constitui a base para uma sociedade mais
justa e igualitária.
2.5 - O cuidado com todos os alunos, inclusos ou não
Um ponto importante que precisa ser observado nas escolas diz respeito à
questão de os professores na volúpia de incluir alguns alunos, acabarem por
excluir outros. Na sala de aula é necessário dar atenção especial a todos, tratar
com igualdade e isonomia. É preciso ter cuidado para não dar atenção especial
para o aluno com necessidades e esquecer dos demais. Conforme diz: Rocha
e Cortelazzo.
Outro aspecto que tem sido observado desde o início do
Projeto e que alguns professores, pela falta de preparação, na
tentativa da inclusão de uns acabam por excluir outros. Isto é, à
medida que se passa a dar atenção especial a um aluno em
uma sala de aula com 30 outros alunos que não têm a mesma
necessidade especial, o professor corre o risco de preparar a
sua aula para esse aluno com dificuldades em detrimento dos
demais que não precisam da mesma facilitação, da mesma
tecnologia ou do mesmo ritmo. Ao invés de criar um ambiente
de solidariedade, tolerância e colaboração de modo que todos
os outros alunos recebam o aluno com deficiência, transforma-
se esse aluno em um indivíduo indesejável, já que ele passa a
ser o catalisador das atenções do professor. Há que se ter
medida para o equilíbrio e a motivação de uma prática
cooperativa e colaboradora em direção à inclusão de fato.
(ROCHA E CORTELAZZO. P 3 2006)
É necessário que o educador esteja consciente, ao assumir sala com aluno
especial, de que seu planejamento deve atingir a todos independentemente de
ter ou não necessidades especiais. Se o educador pretende formar cidadãos
críticos e participativos, devera então promover situações em que levem o
24
educando a ser sujeito ativo no processo de ensino aprendizagem;
participando, questionando dando sugestões e principalmente ser consciente
dos direitos e deveres de cidadãos.
Para que realmente a inclusão ocorra é necessário mudar a escola, conforme
aponta Mittler;
A inclusão não diz respeito a colocar as crianças nas escolas
regulares, mas a mudar as escolas para torná-las mais
responsivas às necessidades de todas as crianças; diz respeito
a ajudar todos os professores a aceitar a responsabilidade
quanto à aprendizagem de todas as crianças nas suas escolas
e prepará-los para ensinar aquelas crianças que estão atual e
correntemente excluídas das escolas por qualquer razão.
(MITTLER 2003, p. 16):
Preparar a escola e o professor é fator primordial para que a inclusão aconteça
de fato. Se não houver esta preparação, corre-se o risco de os alunos serem
matriculados na escola e deixados de lado, fazendo de conta que estão sendo
incluídos, quando na verdade estão à margem de tudo.
Assim espera-se que a inclusão aconteça de fato na prática escolar e a pessoa
com necessidade especial sinta-se importante e capaz de superar suas
limitações.
2.5 - TECNOLOGIAS ASSISTIVAS
Um tema ainda recente, e utilizado para nomear os recursos e serviços que
visam melhorar, ampliar, e até mesmo proporcionar habilidades funcionais para
pessoas com necessidades especiais, para que possam ter mais liberdade e
autonomia.
A CAT (Comitê de Ajudas Técnicas) propõe e aprova a seguinte definição para
tecnologia assistiva, em uma instancia de estudos e de proposição de políticas
publicas d Secretaria Especial dos Direitos Humanos da presidência da
Republica (SEDH/PR):
25
Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de
característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos,
metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam
promover a funcionalidade, relacionada à atividade e
participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou
mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência,
qualidade de vida e inclusão social. (CAT, 2007)
Segundo Santarosa as tecnologias assistivas,
“[.. .] são uma nova janela que se abre para amenizar a
discriminação social existente em nossa sociedade com
relação às pessoas portadoras de algum tipo de
deficiência,vistas como incapazes de lidar e manusear com
instrumentos mais sofisticados como são os computadores”.
(SANTAROSA 2002, p.65)
.Cook e Hussey definem a TA citando o conceito do ADA - American with
Disabilities Act, como “uma ampla gama de equipamentos, serviços,
estratégias e práticas concebidas e aplicadas para minorar os problemas
funcionais encontrados pelos indivíduos com deficiências” (Cook e Hussey,
1995).
Pode-se entender através destas concepções que tecnologias assistivas
designa um conjunto de artefatos que podem propiciar a pessoa com
deficiência, autonomia para ser incluída socialmente.
Para Manzini:
Os recursos de tecnologia assistiva estão muito próximos do
nosso dia-a-dia. Ora eles nos causam impacto devido à
tecnologia que apresentam, ora passam quase despercebidos.
Para exemplificar, podemos chamar de tecnologia assistiva
uma bengala, utilizada por nossos avós para proporcionar
conforto e segurança no momento de caminhar, bem como um
aparelho de amplificação utilizado por uma pessoa com surdez
26
moderada ou mesmo veículo adaptado para uma pessoa com
deficiência. (MANZINI, 2005, p. 82)
Desta forma pode-se dizer que qualquer meio ou recurso utilizado para superar
uma necessidade especifica é uma tecnologia assistiva.
2.6- O COMPUTADOR NO CONTEXTO DA ACESSIBILIDADE ESCOLAR
Conforme já falado anteriormente as tecnologias assistivas tentam minimizar as
dificuldades de acesso de pessoas com deficiência através do uso dos
recursos tecnológicos. É extensa a gama de recursos disponíveis para que
uma pessoa com necessidades especiais possa se tornar autônoma, alguns
exemplos desses recursos são, tecnologias para auxiliar: o acesso à
informação, à comunicação, à locomoção, e a diversas atividades do dia a dia,
ao estudo lazer e trabalho.
Nesse contexto, cadeiras de rodas, bengalas, órteses e próteses, lupas,
aparelhos auditivos e o controles remotos são alguns exemplos de tecnologias
assistivas. Já voltados à informática, temos um conjunto de ferramentas e
programas que promovem acessibilidade, que permitem que portadores de
deficiências utilizem os recursos que o computador oferece. Veja o que diz
Galvão:
As possibilidades tecnológicas hoje existentes, as quais
disponibilizam essas diferentes alternativas e concepções
pedagógicas, para além de meras ferramentas ou suportes
para a realização de determinadas tarefas, se constituem elas
mesmas em realidades que configuram novos Ambientes de
construção e produção de conhecimentos, que geram e
ampliam os contornos de uma lógica diferenciada nas relações
do homem com os saberes e com os processos de
27
aprendizagem. As transformações na escola tradicional rumo à
atualização do seu discurso e das suas práticas, e em direção
a um maior diálogo com o que ocorre no mundo e na
sociedade hoje, tornam-se condição indispensável para a
retomada de relevância do seu papel social e para a
construção de uma escola verdadeiramente inclusiva.
(GALVÃO FILHO p. 114 2009)
São diversas as tecnologias assistivas que permitem a interação com o
computador, por exemplo, de leitores alternativas relacionadas ao mouse, que
permitem o acionamento de elementos de uma interface gráfica e/ou seleção
de seu conteúdo. Exemplos deste tipo de dispositivos são os acionadores, para
serem utilizados com os olhos com os pés e/ou com as mãos. Essas
ferramentas podem também se constituir de tela para deficientes visuais,
teclados virtuais para portadores de deficiência motora, mental, ou com
dificuldades de coordenação motora.
Apesar de já existir uma gama enorme de possibilidades de acessibilidade,
ainda há muito que se fazer para que a pessoa com necessidades especiais
tenha realmente autonomia.
É necessário lembrar que qualquer computador já possui alguns recursos de
acessibilidade porém muitos usuários desconhecem essa função.
Temos, por exemplo, no Windows a opção acessibilidade, por meio destes
recursos pode-se realizar diversas modificações na configuração do
computador, adaptando-o a diferentes necessidades dos usuários. Assim, se
não consegue usar o mouse pode configurar o teclado e utilizar as teclas para
realizar as funções do mesmo. Temos ainda as teclas de aderência, com a
opção de alto contraste na tela que possibilita o acesso a pessoas com
dificuldade visual.
28
3
Capitulo III
3.1 As tecnologias assistivas voltadas para pessoas com
baixa visão
3.1.1. A importância da visão
O meio com qual o ser humano se relaciona mais facilmente com o mundo
exterior chama-se visão, permitindo captar o que está próximo e até mesmo
distante e organizar estas informações no cérebro, bem como as informações
trazidas pelos demais órgãos. Conforme Gil,
“A visão é o canal mais importante de relacionamento do
indivíduo com o mundo exterior. Tal como a audição, ela capta
registros próximos ou distantes e permite “organizar, no nível
cerebral, as informações trazidas pelos outros órgãos dos
sentidos.(...)( GIL,p 7. 2004)
Olhando em volta visualiza-se o mundo que nos cerca repleto de cores, formas,
objetos, cada qual com suas próprias características e secularidades,
movimento, textura etc.
Tudo isso só é possível observar graças à capacidade de enxergar que os
seres humanos possuem. Portanto é pela visão que o ser humano pode se
relacionar mais intimamente com o ambiente que o cerca.
29
3.1.2-Definição de baixa visão
A Organização Mundial de saúde considera deficiente visual a pessoa que não
possui visão, total ou parcialmente, segundo critérios pré estabelecidos. A
baixa visão é o comprometimento de ambos os olhos mesmo após
procedimentos de correção, com uso de óculos ou lentes, porém ainda
conseguem desenvolver suas atividades.
Sá nos apresenta a conceituação referente à funcionalidade ou eficiência da
visão, conforme relato a seguir:
Funcionalidade ou eficiência da visão é definida em termos da
qualidade e do aproveitamento do potencial visual de acordo
com os aspectos de natureza orgânica, as condições de
estimulação, de ativação das funções visuais, da mediação e
orientação adequadas. Esta peculiaridade explica o fato de
Henrique, Fabiana e Rafael apresentarem níveis diferenciados
de desempenho visual no que diz respeito à desenvoltura e
segurança para a realização de tarefas, locomoção e
percepção de estímulos ou obstáculos. Por isto, é necessário
observar e entender o movimento dos alunos em direção ao
estímulo visual, o que fazem para enxergar e como
enxergam.(SÀ p 48-49 2008)
3.1.3- Conceitos sobre deficiencia visual
É bastante amplo o campo entre a visão perfeita e a cegueira, se pararmos
para observar a nossa volta, percebemos o grande numero de pessoas
acometidas com problemas visuais, com maior ou menor grau de
comprometimento.
Comforme Gil:
30
Chama-se visão subnormal (ou baixa visão, comopreferem
alguns especialistas) à alteração da capacidade funcional
decorrente de fatores como rebaixamento significativo da
acuidade visual, redução importante do campo visual e da
sensibilidade aos contrastes e limitação de outras capacidades.
Entre os dois extremos da capacidade visual estão situadas
patologias como miopia, estrabismo, astigmatismo, ambliopia,
hipermetropia, que não constituem necessariamente deficiência
visual, mas que na infância devem ser identificadas e tratadas
o mais rapidamente possível, pois podem interferir no processo
de desenvolvimento e na aprendizagem. (Gil , p6 2004)
Pode se observar na sociedade grande número de pessoas com baixa visão,
fato este muito comum no dia a dia é encontrar pessoas usando oculos ou
lentes de contato, porém muitas vezes acabam despercebidos devido ao
grande numero de pessoas com o mesmo problema.
Uma definição simples de visão subnormal é a incapacidade de
enxergar com clareza suficiente para contar os dedos da mão a
uma distância de 3 metros, à luz do dia; em outras palavras,
trata-se de uma pessoa que conserva resíduos de visão.
Até recentemente, não se levava em conta a existência de
resíduos visuais; a pessoa era tratada como se fosse cega,
aprendendo a ler e escrever em braille, movimentar-se com
auxílio de bengala etc. Hoje em dia, oftalmologistas, terapeutas
e educadores trabalham no sentido de aproveitar esse
potencial visual nas atividades educacionais, na vida cotidiana
e no lazer. (Gil , p6.2004 )
Considera-se socialmente pessoas com baixa visão as que praticamente não
conseguem enxerergar nada, ou que enxergam muito pouco do que esta
próximo a ela, pessosa que necessitam de algo mais potente para lhes auxilia-
las a desenvolver as atividades do dia a dia.
31
A figura número 8 ilustra a forma que pessoas comalgumas patologias visuais
conseguem enxergar, ou seja como se configura o campo visual de uma
pessoa com deficiencia visual.
Figura 8 campo visual de pessoa com problemas visuais
http://www.vejam.com.br/baixavisao/
3.1.4 Tipos de tecnologias assistivas para pessoas com baixa visão
É importante comentar sobre a necessidade do uso das tecnologias assistivas nas
escolas e em ambientes de trabalho, pois o conhecimento e o uso de computadores
é pré requisito para qualquer cidadão que deseja uma vaga de trabalho.
É função e papel da escola, com apoio do governo fornecer meios para que pessoas
com necessidades especiais sejam capacitadas para o uso das tecnologias
existentes, para que as mesmas possam trabalhar, pesquisar na internet entre
32
outras, funcionalidades que o computador oferece. Não ficando assim à margem da
realidade, uma vez que adquirir essa habilidade como os demais.
Não pode ser esquecido que qualquer pessoa pode ser acometida por alguma
deficiência em algum momento da vida, seja por um acidente de trabalho, ou outra
forma, podendo ser permanente ou temporária a deficiência, e nesse caso, também
precisara conhecer e compreender determinadas tecnologias assistivas para poder
desenvolver seu trabalho.
O quadro abaixo apresenta as classes de acuidade visual, a porcentagem de visão e
os auxílios possíveis:
Figura 9 – classes de acuidade visual.
CLASSES DE ACUIDADES VISUAL
Classe Acuidade % Auxílios
Normal 20/12 a20/25 150 a 80 Bifocais comuns.
Próximo doNormal
20/30 a20/60 60 a 30 Bifocais mais fortes; Lupas de
baixo poder.
Baixa VisãoModerada
20/80 a20/150 25 a 12 Lentes esferopris- máticas; Lupas
mais fortes.
Baixa VisãoSevera
20/200 a20/400 10 a 5 Lentes esféricas; Lupas de mesa,
com alto poder.
Baixa VisãoProfunda
20/500 a20/1000 4 a 2
Magnificação Vídeo; Lupamontada; Telescópio; Bengala;
Treinamento O-M
Próximo àCegueira
20/1200 a20/2500 1,5 a 0,8
Magnificação Vídeo; Livrosfalados; Braille; Aparelhos saídade voz; Bengala; Treinamento O-
M
Cegueira Total SPL SPLAparelhos saída de voz, Bengala,
Treinamento O-M
Fonte: http://www.vejam.com.br/baixavisao/
33
Vale lembrar que estas tecnologias são recursos utilizados para reduzir as
desvantagens na interação das pessoas com deficiência, na relação com o
ambiente, aumentando assim sua autonomia, seja na sua vida pessoal ou
profissional, trazendo um grande benefício na vida dessas pessoas.
As tecnologias precisam ser adequadas às necessidades de cada pessoa,
proporcionando maior facilidade e interação.
Hoje em dia já existem diversas tecnologias que podem ser utilizadas por pessoas
com baixa visão, destacando especialmente os leitores de tela, ampliadores, etc., os
quais apresentamos com mais detalhes nos subitens a seguir
3.1.4.1-Leitores de tela;
Os leitores de tela são programas que utilizam recursos de síntese de voz para
interagir com o usuário e ler o que está na tela, para este recurso é necessário
também possuir caixas de som ou fones de ouvido para receber as informações do
computador.
3.1.4.2- Ampliadores de Tela
Para que pessoas com baixa visão possam se comunicar-se com o computador
muitas vezes é necessário que os caracteres da tela sejam aumentados,
Temos por exemplo a Lente Pro que é um software que amplia os caracteres da tela.
Através desse programa, o que aparece na tela é ampliado numa janela, permitindo
que todos os detalhes sejam percebidos, mesmo por aqueles com grau muito baixo
de acuidade visual. Com esse recurso, o campo fica limitado e muitas vezes,
havendo a necessidade de observar o objeto inteiro para poder interpretá-lo.
Existem programas específicos, conhecidos como “Ampliadores de Tela”, que
possuem mais recursos para atender às necessidades de pessoas com baixa visão.
34
Estes programas ampliam o conteúdo da tela podendo expandir a imagem do
computador como se esta excedesse os limites do monitor.
3.1.4.3 Lupa eletrônica para televisão
Figura 099 prancha de leitura co trilhos metalicos
FONTE: http://www.bonavision.com.br/wp-content/uploads/2010/08/Entenda-as-Lupas-Eletrônicas-e-
saiba-porque-a-Lupa-Eletrônica-Bonavision-é-melhor.pdf
A figura 09 apresenta uma prancha para leitura, a mesma é formada com um
dispositivo que colocado sobre o livro cria a possibilidade de aumentar as letras, e
exibi-las na tela de um computador ou televisão, a mesma possui trilhos que
possibilita que o dispositivo possa ser movimentado sobre o livro.
35
No funcionamento deste dispositivo a câmera se movimenta horizontalmente nos
trilhos e os trilhos se movimentam verticalmente pela prancha, de modo a percorrer
toda a área de leitura.
A prancha de leitura pode ficar em qualquer posição: sobre uma mesa, ou inclinada
sobre as pernas de uma pessoa que esteja sentada em um sofá ou na
cama, proporcionando muito mais conforto para ler. Se a pessoa precisar visualizar
um material fora da prancha de leitura, a câmera sai de seu encaixe e pode ser
utilizada normalmente, inclusive com modificação do foco. O foco é calculado de
forma a caber uma palavra inteira na tela da TV e se mantém fixo graças a um
sistema próprio de ajuste. O aumento da imagem será maior quanto maior for a tela,
por exemplo, em tela de 20″ a imagem aumenta 40x, em tela de 40″, aumenta 80x.
3.1.2.4 Dosvox
O Dosvox é um sistema operacional para microcomputadores, que “conversa”, em
Português, com cegos, que se destina a facilitar o acesso de deficientes visuais a
microcomputadores. Através de seu uso é possível observar um aumento muito
significativo no índice de independência e motivação das pessoas com deficiência
visual, tanto no estudo, trabalho ou interação com outras pessoas.
O Dosvox conta também com programas de uso geral, como caderno de telefones,
agenda de compromissos, calculadora, preenchedor de cheques e cronômetro;
jogos de caráter didático e lúdico; ampliador de telas para pessoas com visão
reduzida; programas para ajuda à educação de crianças com deficiência visual;
programas sonoros para acesso à Internet, como correio eletrônico e FTP; leitor de
telas e janelas para Windows.
Esta não é uma tecnologia muito recente, apesar de já estar sendo desenvolvida há
alguns anos apenas agora estou conhecendo. Vejam:
(http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox/)
36
O DOSVOX vem se desenvolvendo desde 1993 e muitos aspectos
humanos, técnicos e políticos estiveram envolvidos na sua criação e
disseminação. Aqui você conhecerá os primórdios do DOSVOX, seus
primeiros desenvolvedores e usuários, alguns dos caminhos
percorridos, e entenderá porque ele foi desenvolvido e porque
continua sendo o sistema mais usado no Brasil por deficientes
visuais.
O projeto DOSVOX é vitorioso porque teve a capacidade de tornar pessoas cegas de
terceiro mundo, com um baixo nível de escolaridade, capazes de utilizar o
computador, trazendo assim muitos benefícios às suas vidas.
O DOSVOX vai interagindo com o usuário através da voz, questionando o que
desejamos fazer e dando-nos uma resposta.
Ele consiste em um editor de textos que permite que deficientes visuais possam
produzir e ler informações textuais em microcomputadores, através de uma interface
que utiliza intensivamente a síntese de voz. (http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox/)
O DOSVOX é um sistema para microcomputadores da linha PC que
se comunica com o usuário através de síntese de voz, viabilizando,
deste modo, o uso de computadores por deficientes visuais, que
adquirem assim, um alto grau de independência no estudo e no
trabalho.
O sistema realiza a comunicação com o deficiente visual através de
síntese de voz em Português, sendo que a síntese de textos pode
ser configurada para outros idiomas.
A comunicação entre o usuário e a maquina é muito simples no DOSVOX, pois o
mesmo estabelece um dialogo através de programas específicos.
(http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox/)
O que diferencia o DOSVOX de outros sistemas voltados para uso
por deficientes visuais é que no DOSVOX, a comunicação homem-
máquina é muito mais simples, e leva em conta as especificidades e
limitações dessas pessoas. Ao invés de simplesmente ler o que está
escrito na tela, o DOSVOX estabelece um diálogo amigável, através
37
de programas específicos e interfaces adaptativas. Isso o torna
insuperável em qualidade e facilidade de uso para os usuários que
vêm no computador um meio de comunicação e acesso que deve ser
o mais confortável e amigável possível.
A figura 10 apresenta a tela inicial do programa DOSVOX, contendo o nome do
programa e seus autores, cumprimenta o interlocutor, e pergunta seu desejo.
Figura 10 tela inicial do DOSVOX
Fonte: tutorial DOSVOX
O dosvox é fácil de compreender e manusear, precisa apenas possuir um bom
conhecimento e domínio do teclado, ou seja a posição das teclas, letras e números.
É importante que se faça o reconhecimento do teclado facilitando assim o
aprendizado da posição das teclas.
3.1.4.5.1 Manipulação de arquivos
38
Após a pergunta DOSVOX – o que você deseja? E ao pressionar a letra "A" são
informados pelo sistema: "Número de arquivos neste diretório:" "Arquivos: use as
setas para selecionar, depois tecle sua opção."
A partir deste momento, usando as setas para cima e para baixo, são falados um a
um os arquivos do sistema. Quando um arquivo desejado é citado, pode-se escolher
uma função a ser realizada com ele, bastando para isso acionar uma tecla. Para se
saber as funções de manipulação de arquivos pressiona-se "F1", para ajuda.
A figura 11 mostra a tela do DOSVOX que contem os arquivos para a seleção, onde
o interlocutor escolhe em qual das opções deseja se conectar.
Figura 11 tela de seleção do DOXVOX
Fonte: tutorial DOSVOX
3.1.4.5.2 Jogos
O sistema DOSVOX dispõe de alguns jogos que visam não somente o
entretenimento, mas também facilitar a aprendizagem do ambiente, na medida em
39
que, jogando, o usuário está ao mesmo tempo aperfeiçoando sua interação por meio
do teclado e com o sistema de um modo geral.
Os jogos são acionados teclando a opção "J" seguido de uma letra que representa a
abreviatura do jogo desejado. A tecla "F1" apresenta então o "menu de jogos".
Figura 12 tela Dosvox, para escolha de jogos.
Fonte: tutorial DOSVOX
A figura 13 representa a tela do DOSVOX para a escolha dos jogos onde o
interlocutor escolhe a letra do jogo que deseja jogar.
A maior parte dos jogos do DOSVOX têm uma interface alfanumérica, mas são povoados de
efeitos sonoros. Desta forma, eles podem ser usados com prazer mesmo por pessoas que
não são deficientes visuais.
40
Figura 13 jogo da forca
Fonte: tutorial DOSVOX
A figura 14 representa o jogo da forca, o mesmo pergunta a letra e comunica o que
desenhou caso o interlocutor não acerte.
É importante lembrar que “mesmo nos jogos que possuem interface gráfica, o
comando é feito unicamente pelo teclado, e a informação visual é útil para favorecer
o compartilhamento do jogo entre pessoas que enxergam com as que não
enxergam.”(TUTORIAL DOSVOX)
41
Figura 14 jogo de cartas.
Fonte: tutorial DOSVOX
A figura 15 representa a imagem DOSVOX que aparece na tela ao acessar um jogo
de cartas.
3.1.4.5.3 - Internet
Acessibilidade na web, refere-se às condições ou soluções oferecidas pelos sites
para que pessoas com necessidades especiais tenham acesso a internet e a
comunicação virtual. A acessibilidade na web é fator primordial para a inclusão
digital de pessoas com qualquer tipo de necessidades especiais.
Hoje em dia é comum nos depararmos com interfaces mal elaboradas em que sua
estrutura não está bem definida, que dificultam até mesmo o acesso de pessoas
sem necessidades especiais.
42
Para que o acesso seja garantido é necessário que os sites ofereçam meios para
que pessoas com necessidades especiais, seja ele motor, cognitivo, visual, auditivo,
de forma a poder usufruir dos recursos de uma melhor maneira.
É notória a evolução dos computadores e também a preocupação em tornar a web
mais acessível, disponibilizando os conteúdos a um maior número de pessoas,
garantindo assim o direito da busca e conquista dos espaços na sociedade.
Hoje muitos sites possuem instrumentos para pessoas com necessidade especiais,
porém nem todos. Isso resulta em negar a um ser humano a possibilidade de
autonomia.
Débora Conforto e Lucila Maria Costi Santarosa nos apresenta:
A acessibilidade à Internet é a flexibilização do acesso à informação
e da interação dos usuários que possuam algum tipo de necessidade
especial. Nessa perspectiva, a acessibilidade passa a ser entendida
como sinônimo do aproximação, um meio de disponibilizar a cada
usuário interfaces que respeitem suas necessidades e preferências.
A acessibilidade à Internet deve alicerçar-se na flexibilidade da
informação, permitindo que a mesma possa ser “visível”, convertida
em fala ou Braille, impressa e utilizada por diferentes dispositivos de
entrada - teclado, apontadores, voz. (CONFORTO e
SANTAROSA.2007 p.5)
Percebe-se que a tecnologia é muito importante, pois se torna os olhos dos cegos
para utilização do computador possibilitando a realização de diversas tarefas, dando
aos mesmos mais autonomia. A partir da interatividade (perguntas e respostas
faladas) proporciona aos portadores de deficiência visual a oportunidade do acesso
ao computador de forma semelhante aos videntes.
Para garantir a comunicação a traves de chat temos o Papovox que é o "Chat" do
DosVox, que possibilita a comunicação em tempo real entre pessoas através da
Internet, sendo que esta comunicação pode ser de duas formas: através da fala ou
do teclado, lembrando que o mesmo oferece também recursos de salas de bate
papo, transferência de arquivo etc.
43
4
CAPITULO IV
4 - A utilização e Analise das tecnologias para baixa visão, um
estudo de caso
4.1.1 Do planejamento
Para cumprir o objetivo dessa pesquisa que é identificar e compreender a
importância das tecnologias assistivas no desenvolvimento cognitivo de pessoas
com baixa visão seguiu-se o percurso metodologico de pesquisar, conhecer e
estudar as tecnologias para pessoas cegas e com baixa visão. Levantar casos de
pessoas com baixa visão e cegas, manter contato com asmesmas solicitando sua
colaboração no desenvolvimento da pesquisa de forma que pudesse ser observado
seu comportamento frente ao uso de tais tecnologias.
Para isso foi contacado um professor com baixa visão que não consegue usar a
máquina, depende dos colegas para desenvolver suas ativdades diárias no
computador o referido professor possui 45 anos de idade, faz parte da rede
municipal, o motivo de te-lo convidado para fazer parte dos estudos foi oferecer a ele
uma oportunidade de conhecer meios para sua aoutonomia. Para este caso foram
instalados os programas no computador da escola e fornecido para que fosse
instlado no seu computador pessoal. o trabalho ocorreu durante tres semanas nas
horas atividades escolares.
44
Um jovem de 21 anos, com baixa visão severa, consegue ler algumas palavras com
letras ampliadas, porém não acessa o computador devido a acessibilidade.
Ac reside em uma cidade no interior de MT, os encontros foram mais espaçados,
sendo que foram realizados penas dois encontros, no mes de outubro e novembro
de 2010, os mesmos aconteceram na em casa, momento que Ac, fazia visitas.
Outro caso tem como objeto de estudo uma aluna que cursa o segundo ano e ainda
não encontra-se alfabetizada, a mesma tem 9 anos de idade e frequenta a escola,
demonstra grande vontade de aprender. O trabalho teve inicio na escola, sendo
que para tal foram realizados 3 encontros de aproximadamente 1 hora cada
encontro.
AC tem 21 anos e está parcialmente alfabetizado. O aluno já havia manuseado o
computador, porém diz que não se interessava muito, pois não conseguia ler o que
estava escrito.
O mesmo ainda não concluiu o ensino fundamental pois as escolas que freqüentou
não oferecia recursos para que o mesmo conseguisse dar prosseguimento aos seus
estudos.
__ Uma vez, ganhei do governo um kit com material para eu estudar,
as linhas eram mais grande onde eu escrevia, no caderno normal eu
não enxergo... e nem assim ó, no computador eu não consigo
enxergar, só assim algumas sombra, vulto, nas foto assim ó (
mostrando para a tela do computador querendo dizer que não
identificava o que estava vendo).
Para propor um trabalho de experimentação com o DOSVOX, primeiramente a
pesquisadora simulou para si uma experiência que proporcionasse o entendimento
da realidade de pessoas cegas
Para isso a pesquisadora fechou os olhos frente a um programa capaz de ler a tela
do computador, chamado DOSVOX,de forma a imaginar como as pessoas cegas se
sentiriam nessa prática.
45
Essa experiência apresentou-se bastante difícil devido à tentação de olhar o mundo
apresentado.
O que você deseja? Esta é a pergunta que se ouve ao iniciar o sistema, a pergunta
em si já traz a sensação de que algo será realizado, que o desejo será cumprido.
Mas não é tão simples assim, porém muito mais simples que muitas outras
realidades na vida de uma pessoa cega.
É preciso, como já foi falado anteriormente, conhecer muito bem o teclado, para
acionar com precisão a função desejada. O ideal é que as teclas estejam sempre na
mesma posição e não mudem de lugar, como os objetos utilizados no dia a dia. Isso
facilita o localizar do cego.
Com essa experiência foi verificado que este programa poderá ajudar as pessoas
que possuem baixa visão, pois traduz automaticamente tudo o que digitamos,
fazendo-nos perceber os erros cometidos imediatamente.
Percebeu-se de imediato que o DOSVOX é um importante meio de relação entre ser
humano e máquina, facilitando a inclusão social, e a melhora da qualidade de vida
de pessoas com cegueira ou baixa visão.
4.1.2 Estudo de caso com pessoa com baixa visão grave
Foi apresentado a AC o DOSVOX e seus recursos para que o aluno pudesse
interagir com o computador.
AC ficou encantado com as possibilidades encontradas, pois o programa
mencionava as páginas que iam sendo acessadas e o informava oralmente.
Tentamos acessar as páginas do Orkut, e a experiência mostrou-se interessante. AC
conseguiu perceber que existe forma de se comunicar facilmente com o computador.
Um fator que ele reclamou foi que as formas das falas deveriam ser diferentes, pois
muitas são letras soletradas. A sugestão que parecia a ele melhor era que as
palavras fossem completas, sem soletrar.
46
Foi explicado e demonstrado a ele, para que pudesse compreender que isso
acontecia apenas quando as letras eram digitadas.
Foram ouvidos alguns textos, e também foi solicitado ao aluno que escrevesse
algumas frases no programa, as quais foram escritas com muita dificuldade, pois o
mesmo tem muito pouco conhecimento de informática, para que o mesmo pudesse
perceber mais claramente o funcionamento do programa.
A maior dificuldade foi quanto ao conhecimento do teclado, pois sem o conhecer
amplamente fica mais difícil de manusear.
O aluno ficou muito feliz com as novas possibilidades que acabaram de conhecer,
falou até em mudar aqui para Lucas do Rio Verde - o mesmo mora em Itanhangá a
150km de Lucas do Rio Verde - para assim ver se conseguiria usar o computador
facilmente.
Foi falado a ele que o DOSVOX é gratuito e em qualquer lan house seria possível a
instalação e acesso, basta o proprietário permitir.
Foi passado a ele um pen drive com o programa, de forma a facilitar o seu uso.
4.1.3 Um caso com baixa visão moderada
Este estudo foi realizado com uma criança com baixa visão moderada,ainda em fase
de alfabetição, a criança nunca havia tido nenhum contato com o computador
dificultando assim a realização da tarefa.
Percebeu-se no entanto o fascinio fascinio e o encantamento da aluna em frente ao
computador. Com recursos para ampliar a telas tentou-se desenvolver algumas
atividades de leitura e escrita, esbarrou-se no problema de não ter em mãos nenhum
recurso que ampliasse as letras do teclado para que a mesma pudesse visualizá-las.
47
Este caso levou mais uma vez a acreditar no poder das tecnologias em função de
pessoas com necessidades especiais.
4.1.4 - caso - professor com baixa visão
Este caso chamou muita a atenção da pesquisadora, pois o professor observado é
bastante dependente de seus colegas para realizar as tarefas escolares.
Foram apresentados a ele o DOSVOX e o Lente Pró, a princípio demosntrou grande
interesse, disse que há muito tempo queria conhecer estas tecnologias, porém
faltou-lhe oportunidades. Reclamou que nehuma escola que trabalhou preocupou-se
em encontrar solução para o seu problema.
Foi instalado o dosvox em uma das máquinas da sala de professores para que o
mesmo pudesse utilizar. Também foi lhe oferecida copia para que instalasse em seu
computador pessoal a fim de melhorar a acessibilidade.
Percebeu-se no entanto com este caso que o profissional, mateve sua relação de
dependência dos colegas, não procurou utilizar os recursos disponíveis com a
desculpa que demora muito.
48
5
Considerações finais
É realmente fascinante perceber as formas de interação proporcionadas pelos meios
eletrônicos, podendo a comunicação ocorrer em tempo real, proporcionando e
enriquecendo o conhecimento.
As atividades realizadas pelos portadores de necessidades especiais, demonstraram
que todos possuem capacidades de aprendizagem.
As tecnologias são recursos que dispomos ao nosso favor a fim de facilitar a solução
dos problemas que surgem no nosso dia a dia, aproximando o máximo possível da
realidade social pessoas com necessidades especiais.
Os softwares, programas de desenhos, gerenciadores de base de dados, programas
para construção de gráficos, recursos da Internet são forte aliados dos professores e
alunos que optam por utilizarem os mesmos em suas práticas pedagógicas.
O computador pode auxiliar na apresentação de novos conteúdos, fornecendo
conhecimentos ao aluno, e dependendo da forma que for utilizado levando o aluno a
refletir elaborando novas formas de pensar.
A informática pode proporcionar experiências para o aluno descobrir suas
estratégias, extrapolar seus limites, fazer suas experiências, comparações e
relacioná-la com os fatos e ideias,, existentes em seu ambiente, criando novas
possibilidades de relacionamento e formas de construir conhecimento vencendo
barreiras impostas pela própria vida.
49
O professor por sua vez precisa deixar que o aluno descubra, busque pesquise,
transforme suas hipóteses em conhecimento, sendo ao seu lado um grande
incentivador para as novas descobertas e possibilidades.
Com relação ao estudo de caso, experienciado com o aluno AC, vale registrar que foi
emocionante realizar esta atividade. Isso porque a pesquisadora conhece este
menino a muitos anos, e acompanha o seu sofrimento, devido a extrema pobreza da
família e seu problema de visão que é irreversível.
AC visualizou através dessa experiência com o DOSVOX uma nova possibilidade de
aprendizado e de comunicação com o mundo, expressando com a seguinte fala:
“Agora eu vou aprender, isso é muito bom, obrigado professora, você sempre se
preocupou comigo, eu nunca vou esquecer.” (depoimento AC, 2010)
Para que a inclusão ocorra realmente há um longo caminho a percorrer para que se
mude definitivamente o pensamento daqueles que não acreditam que todos possam
aprender. É preciso desenvolver a capacidade que o ser humano possui de se
adaptar e organizar em diferentes ambientes e diferentes momentos de sua vida.
50
Referencias bibliográficas
BAPTISTA- Claudio Roberto- A inclusão e seus sentidos: entre edifícios e
tendas- PPGEDU/UFERGS.
CAT, 2007a. Ata da Reunião III, de abril de 2007, Comitê de Ajudas Técnicas,
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
(CORDE/SEDH/PR). Disponível em:
<http://www.mj.gov.br/sedh/ct/corde/dpdh/corde/Comitê%20de%20Ajudas%20Técnic
as/Ata%20III%2019%20e%2020%20abril2007.doc> Acesso em: 05 jan. 2008.
CAT, 2007b. Ata da Reunião V, de agosto de 2007, Comitê de Ajudas Técnicas,
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
(CORDE/SEDH/PR). Disponível em:
<http://www.mj.gov.br/sedh/ct/corde/dpdh/corde/Comitê%20de%20Ajudas%20Técnic
as/A ta_V_CAT1.doc> Acesso em: 05 jan. 2008.
CAT, 2007c. Ata da Reunião VII, de dezembro de 2007, Comitê de Ajudas
Técnicas, Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
(CORDE/SEDH/PR). Disponível em:
<http://www.mj.gov.br/sedh/ct/corde/dpdh/corde/Comitê%20de%20Ajudas%20Técnic
as/Ata_VII_Reunião_do_Comite_de_Ajudas_Técnicas.doc > Acesso em: 05 jan.
2008.
CORTELAZZO, I. B. C. e ROCHA. C. A. Promovendo inclusão de portadores
com necessidades especiais: algumas constatações. Texto encaminhado para
publicação. Curitiba, UTP, 2006.
DOCUMENTARIO. As Borboletas de Zagorski, Londres: BBC 1963
DosVox - Disponível em http://www.intervox.nce.ufrj.br/dosvox (acesso em janeiro
2011).
51
FREIRE, Fernanda M. P. Educação Especial e recursos da informática:
superando antigas dicotomias. Biblioteca Virtual, Textos, PROINFO/MEC, 2000,
Disponível em: <http://www.proinfo.gov.br> Acesso em 14 jun. 2002.
GALVÃO FILHO, Teófilo A. e DAMASCENO, Luciana L. As novas tecnologias e
a tecnologia assistiva: utilizando os recursos de acessibilidade na educação
especial. Fortaleza, Anais do III Congresso Ibero-americano de Informática na
Educação Especial, MEC, 2002.
GALVÃO FILHO, Teófilo A. e DAMASCENO, Luciana L., Tecnologia Assistiva
para autonomia do aluno com necessidades educacionais especiais, Revista
INCLUSÃO, Brasília: Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação
(SEESP/MEC), ano 2, n. 02, p. 25-32, 2006. (disponível em:
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/revistainclusao2.pdf)
GALVÃO FILHO, Teófilo A. Tecnologia Assistiva para uma Escola Inclusiva:
apropriação, demandas e perspectivas. Tese (Doutorado em Educação) –
Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2009. (disponível em:
www.galvaofilho.net/tese.htm)
GALVÃO FILHO, T. A. A Tecnologia Assistiva: de que se trata? In: MACHADO,
G. J. C.; SOBRAL, M. N. (Orgs.). Conexões: educação, comunicação, inclusão e
interculturalidade. 1 ed. Porto Alegre: Redes Editora, p. 207-235, 2009. (disponível
em: www.galvaofilho.net/assistiva.pdf )
HOGETOP, Luisa; SANTAROSA Lucila. Tecnologias Adaptativa/Assistiva
Informáticas na Educação Especial: viabilizando a acessibilidade ao potencial
individual. In: Revista de Informática na Educação: Teoria, Prática – PGIE/UFRGS.
V. 5, Nº2, nov/2002.
LIMA, Cláudia Regina Uchôa de. Acessibilidade Tecnológica e Pedagógica na
Apropriação das Tecnologias de Informações e Comunicação por Pessoas
com Necessidades Educacionais Especiais. Dissertação de Mestrado, UFRGS –
POA, 2003.
52
MANZINI, E. J. Tecnologia assistiva para educação: recursos pedagógicos
adaptados. In:Ensaios pedagógicos: construindo escolas inclusivas. Brasília:
SEESP/MEC, p. 82-86, 2005.
MEC - http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/dec_def.pdf acessado em 15 de
novembro as 11:06
MIRANDA, T. G. A linguagem e o pensamento na elaboração conceitual. Ágere
– Revista de Educação e Cultura. Núcleo de Linguagem, Desenvolvimento e Ação
Pedagógica /Programa de Pós-Graduação em Educação / Universidade Federal da
Bahia. v. 1, n. 1(1999). Salvador: Quarteto, p. 147-166, 1999a.
MIRANDA, T. G. Interações dialógicas na construção da subjetividade de
alunos com necessidades educativas especiais. In: XIV Encontro de Pesquisa
Educacional do Norte e Nordeste. Anais do XIV Encontro de Pesquisa Educacional
do Norte e Nordeste, Salvador: Universidade Federal da Bahia, 1999b.
MIRANDA, T. G. Trabalho e Deficiência: velhos desafios e novos caminhos. In:
MANZINI, E. J. (Org.). Inclusão e Acessibilidade. Marília: ABPEE, 2006, v. 01, p.
159- 170.
MITTLER, Peter. Educação inclusiva: contextos sociais. Porto Alegre: Artmed,
2003.
NOSELA Paolo- Trabalho e Educação. O compromisso político como horizonte da
Competência técnica.Educação & Sociedade, são Paulo, Cortez, nº14,1983
PARO Vitor Henrique - Educação Para a Democracia, Editora Xamã,1ª edição –
2001
REGO, T. C. Vygotsky: uma perspectiva histórico cultural na educação.
Petrópolis: Vozes, 1995.
SANTAROSA, L. M. C. Cooperação na Web entre PNEE: construindo
conhecimento no Núcleo de Informática na Educação Especial da Ufrgs. In:
53
Congresso Ibero-americano de Informática na Educação Especial- III
CIIEE- SEESP/MEC, Fortaleza : ago. 2002, p. 64-79.
SANTAROSA, Lucila M.C. "Escola Virtual" para a Educação Especial: ambientes
de aprendizagem telemáticos cooperativos como alternativa de desenvolvimento.
Revista de Informática Educativa, Bogotá/Colombia, UNIANDES, 10(1): 115-138,
1997
Rede SACI – Solidariedade, Apoio, Comunicação e Informação – Disponível em
http://www.saci.org.br/index.php?modulo=akemi¶metro=1520 (acesso em
21/09/2003).
http://www.bonavision.com.br/wp-content/uploads/2010/08/Entenda-as-Lupas-
Eletrônicas-e-saiba-porque-a-Lupa-Eletrônica-Bonavision-é-melhor.pdf ACESSADO
EM 10/01 2011 , 30:12
http://www.xtimeline.com/timeline/Evolu--o-da-Educa--o-Especial-no-Brasil---
principais-documentos.
Recommended