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GLÊNIO FERNANDES LEITE
MARIA ALCIONE FREITAS E SILVA
A DETERMINAÇÃO DA ALTURA PERCENTUAL DO
CENTRO DE GRAVIDADE DE JOVENS E IDOSAS
UBERLÂNDIA
2005
2
INTRODUÇÃO
O crescente envelhecimento da população brasileira tem exigido dos
pesquisadores a realização de investigações que contribuam para a identificação
dos problemas em relação às pessoas com 60 anos ou mais de idade, com o
objetivo de facilitar a implantação e implementação de políticas voltadas para essa
faixa etária.
As questões relativas à Terceira Idade têm crescido em importância
ultimamente, uma vez que o envelhecimento da população é um fenômeno global
que traz importantes repercussões nos campos social e econômico,
especialmente nos países em desenvolvimento, por isso, acredita-se que a
regionalização dos estudos contribuiria para a realização de pesquisas mais
abrangentes.
O processo de envelhecimento populacional está acontecendo em vários
países do mundo. O crescimento da população idosa nas regiões desenvolvidas
do planeta fará com que, possivelmente no ano 2025, dos 11 países detentores
das maiores populações de idosos em números absolutos (todas acima de 16
milhões), a maioria pertença ao Terceiro Mundo. O Brasil encontra-se em fase de
transição econômica e também social, por exemplo, no envelhecimento de sua
população. Estima-se que, em 2025, o Brasil contará com 31,8 milhões de
habitantes com 60 ou mais anos de idade e que ocupará o 6º lugar, no mundo, em
contingente de idosos (VERAS, 1994).
O Brasil está deixando de ser caracterizado como um “país de jovens”, pois
a população tem apresentado mudanças nas taxas médias de crescimento,
alterando as estruturas etárias. Em 1900, 44% da população estavam na faixa
entre 0 -14 anos e 3,3% com mais de 60 anos. Já em 1991, 34,7% estavam entre
0 -14 anos e 7,4% com mais de 60 anos. Essa progressão anuncia para 2025 uma
duplicação dos números da população idosa para 15,1% (PASCHOAL, 1996).
Com o passar dos anos tanto os homens quanto as mulheres apresentam
crescentes limitações no desempenho das tarefas básicas. Este declínio pode
3
levar à dependência de outras pessoas para realizar as atividades de vida diária
(AVDs). (PETROSKI, 1997; OKUMA, 1998).
Segundo Amorim e Dantas (2003), o envelhecimento manifesta-se por
declínio das funções dos diversos órgãos em relação ao tempo, não se
conseguindo definir um ponto exato de transição como as demais fases, podendo
começar a aparecer no final da segunda década da vida, de forma ainda pouco
perceptível, até que apareçam no final da terceira década, as primeiras mudanças
funcionais e/ou estruturais atribuídas ao envelhecimento.
De acordo com Perez apud Oliveira (2003), o envelhecimento é um
processo lento, progressivo e inevitável, caracterizado pela diminuição da
atividade fisiológica e da adaptação ao meio externo acumulando-se processos
patológicos com o passar dos anos. Além disso, ele é acelerado na maturidade e
provoca uma perda funcional progressiva no organismo.
Na revisão de literatura sobre o envelhecimento, o centro de gravidade e as
quedas verificam que não há um consenso sobre a definição do envelhecimento,
mas compreende-se que é um processo biológico, natural, gradual, universal e
irreversível, que acelera na maturidade e que provoca uma perda funcional
progressiva no organismo, podendo ser acelerado ou desacelerado por diversos
fatores, porém não pode ser revertido. Sabe-se ainda, que diversos fatores como
o meio ambiente, o hábito de fumar, a alimentação, a depressão, o estilo de vida,
a prática de atividade física e o estresse influenciam na velocidade e intensidade
do processo de envelhecimento de cada um.
As quedas estão presentes em todas as épocas da vida, ninguém aprende
a andar sem antes ter experimentado algum tipo de queda, a posição de pé é
bastante complexa, adquirida, aprendida e por isto frágil. Cair é perder o equilíbrio
sem poder recuperá-lo. Não se pode recuperar este desequilíbrio quando as
capacidades de adaptação postural estão inadaptadas ou sobrecarregadas em
face desta situação (REIGENWIRTZ, 2000).
As quedas não estão relacionadas unicamente a fatores considerados de
risco, relacionados ao indivíduo, havendo fatores extrínsecos, que dependem de
uma situação, ligada não só a atividade como também ao meio ambiente ( ALVES
JUNIOR, 2001).
4
O meio ambiente às vezes nos proporciona algumas surpresas que nos
levam a ter uma perda do equilíbrio que podem ocasionar em uma queda do
nosso corpo ao solo. Uma queda pode acontecer tanto no interior de nossa
residência como fora dela, em decorrência de uma diversidade de situações.
Sejam elas em escadas ou saída de elevadores mal regulados, ou ambientes
comprometidos também por uma iluminação deficiente, ausência de corrimão ou
mesmo devido ao espaçamento e à inclinação entre os degraus (ALVES JUNIOR,
2001).
Em um estudo do equilíbrio em idosos por meio da fotogrametria
computadorizada, Barbosa e Silva em 2001, tiveram por objetivo verificar a
correlação entre as oscilações do corpo no plano frontal com a presença ou não
de quedas. Participaram deste estudo quarenta mulheres na faixa etária de 65 a
84 anos (72,5 ± 5,3) sem histórico clínico de patologias neurológicas, utilização de
órteses ou implantes metálicos em membros inferiores. Verificou-se não existir
associação estatística em relação a Atividade Física (p = 0,884); Índice de massa
corporal (p < 0,721) e associação estatística em relação a Idade (p = 0,003); uso
de medicamentos (p = 0,017 ) e grau de oscilação corporal (p < 0,001). Este
estudo piloto sinaliza a possibilidade de correlacionar quedas com o grau de
oscilação do corpo no plano frontal. Entretanto, estudos futuros são necessários
para quantificar as oscilações em outros planos do corpo.
A queda é considerada como um dos principais problemas do esqueleto do
idoso, sendo um importante fator de mudança em virtude das conseqüências que
a queda pode trazer para os idosos, como por exemplo, fraturas que podem vir a
deixá-los incapacitados e até mesmo acamados ou dependentes de outras
pessoas para realizar as AVDs. A identificação do idoso com tendência a queda é
um fator fundamental no processo preventivo ante a ocorrência do fato.
Fabrício, Rodrigues e Costa Junior em 2004, investigaram a história de
quedas relatadas por idosos, identificando fatores possivelmente relacionados,
assim como local de ocorrência, causas e conseqüências. O Estudo foi realizado
com 50 idosos, de ambos os sexos, com idade de 60 anos ou mais, residentes em
Ribeirão Preto, SP, que haviam sido atendidos em um hospital público. Foram
5
consultados prontuários e realizadas visita domiciliares para aplicação de um
questionário estruturado com perguntas abertas,fechadas e mistas relativas à
queda.
Os dados obtidos mostraram uma realidade que não difere
substancialmente daquela encontrada em outros países. A maioria das quedas
ocorreu entre idosos do sexo feminino (66%), com idade média de 76 anos, no
próprio lar do idoso (66%). As causas foram principalmente relacionadas ao
ambiente físico (54%), acarretando sérias conseqüências aos idosos, sendo as
fraturas as mais freqüentes (64%). A queda teve grande impacto na vida do idoso
no que se refere às atividades da vida diária. Provocou maior dependência para a
realização de atividades como: deitar/ levantar-se, caminhar em superfície plana,
cortar unhas dos pés, tomar banho, caminhar fora de casa, cuidar das finanças,
fazer compras, usar transporte coletivo e subir escadas.
O estudo pode mostrar que a queda ocorrida entre os idosos traz sérias
conseqüências físicas, psicológicas e sociais, reforçando a necessidade de
prevenção da queda, garantindo ao idoso melhor qualidade de vida, autonomia e
independência.
Uma boa postura é a atitude que uma pessoa assume utilizando a menor
quantidade de esforço muscular e, ao mesmo tempo, protegendo as estruturas de
suporte contra traumas. Os desvios posturais tais como a lordose cervical, cifose
dorsal, lordose lombar e escoliose podem levar ao uso incorreto de outras
articulações, tais como as dos ombros, braços, articulações temporo-
mandibulares, quadris, joelhos e pés.
Manter posturas erradas por tempo prolongado pode acarretar alterações
posturais ocasionando enrijecimento das articulações vertebrais e encurtamento
dos músculos.
Esses defeitos estruturais causam alterações das curvaturas normais da
coluna vertebral, tornando-a mais vulnerável as tensões mecânicas e traumas.
Considerando os dados citados acima, a respeito do contingente idoso, da
heterogeneidade que envolve o envelhecimento, a relevância social deste estudo
está em contribuir para melhorar significativamente as AVDs em pessoas idosas.
Já a relevância científica situa-se na possibilidade de contribuir com a ampliação
6
da literatura sobre o assunto, uma vez que não encontramos estudos relacionados
com a influência da alteração do CG no plano transversal nas quedas das pessoas
idosas.
Hall (2000) salienta que o deslocamento do centro de gravidade (CG) pode
ocorrer em função do posicionamento dos segmentos corporais em um
determinado instante, pois todo momento em que um braço, uma perna, um dedo,
o tronco, ou seja, as massas corporais se movem, a localização do CG é alterada
na direção da mudança do peso, por isso torna-se importante conceituar o CG,
como o único ponto, em relação a um corpo, em torno do qual seu peso está
igualmente balanceado em todas as direções.
A localização do centro de gravidade (CG) é importante para o
conhecimento do local de sua projeção na base de sustentação e,
conseqüentemente, o estado de equilíbrio do corpo, além de facilitar o
entendimento da mecânica desse corpo nas atividades motoras diárias e
esportivas (FERREIRA, 2003).
De acordo com Hay e Reid (1985), a localização do CG de objetos
geometricamente definidos é facilmente percebida pelo ponto de encontro de suas
diagonais. Porém, em corpos cuja geometria não é regular, como o corpo humano,
o critério utilizado para essa localização é um pouco mais trabalhoso. Neste caso,
sua localização tende a ser mais próxima de onde há mais massa distribuída.
Um dos grandes problemas que ocorre devido o processo do
envelhecimento é a queda dos idosos. Entre os estudos pesquisados verificamos
que eles não relacionam as alterações do CG com as quedas, por isso surge
nosso interesse em realizar este estudo para saber se há alterações da altura
percentual do CG com o decorrer dos anos e se está influência no risco de
quedas.
Assim, o objetivo geral desta pesquisa é determinar a diferença entre a
altura percentual do Centro de Gravidade das jovens universitárias e das idosas e
verificar se, esta variável influência no risco de quedas neste último grupo. Com
relação aos objetivos específicos objetivos específicos procuraremos com esta
pesquisa calcular o Centro de Gravidade das jovens e das idosas; determinar se
há diferença entre a altura percentual do Centro de Gravidade entre jovens e
7
idosas no plano transversal e por último avaliar se a altura percentual do CG
influência no índice de quedas das idosas.
METODOLOGIA
A partir do número total dos idosos que participam do projeto AFRID no
Campus da FAEFI foram selecionadas para serem a população da pesquisa as
idosas. O número de idosas praticantes de atividades físicas no Campus são 420.
O acesso ao número de alunos matriculados no primeiro semestre do curso de
EF foi realizado a partir de consulta à lista geral da coordenação do curso onde
encontramos os nomes de todos os alunos regularmente matriculados no curso de
Licenciatura em Educação Física da UFU. Verificamos que há 299 alunos
matriculados e que destes 137 são do gênero masculino e 162 do feminino.
A amostra dos sujeitos para a pesquisa foi constituída por 23,6% da população
das idosas praticantes de atividades físicas no projeto AFRID e 24,7% das
universitárias do curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade
Federal de Uberlândia.
Para a composição da amostra foram adotados alguns critérios tanto para as
idosas quanto para as universitárias, conforme descrito abaixo.
A amostra das idosas foi constituída por 99 indivíduos com idade entre 53 e 86
anos, assíduos e praticantes de atividade física no programa de origem, com
disponibilidade e vontade de participar da pesquisa.
Já a amostra das universitárias foi constituída por 40 jovens regularmente
matriculados no curso de Educação Física, com idade entre 18 e 25 anos, do
gênero feminino, que tiveram disponibilidade para participar da pesquisa.
Para a realização desta pesquisa foram utilizados duas balanças da marca
Filizola com escala de 0 a 150kg e precisão de 100 gramas, sendo uma para
medir a massa corporal dos indivíduos e outra, para medir o CG das mesmas na
8
Prancha de Reação, um estadiômetro profissional da marca Sunny e uma ficha de
registro (anexo I).
A coleta de dados foi feita no Laboratório de Biomecânica da FAEFI/UFU em
duas etapas, sendo um dia para os jovens e outro para os idosos, e para isto foi
adotado os seguintes procedimentos. Primeiro, o indivíduo era orientado a subir
na balança na posição ortostática, sem os sapatos e meias, de forma que o
mesmo ficasse de costas para a balança, para que fosse aferida sua massa
corporal. Posteriormente ficava na posição ortostática de costas para o
estadiômetro para que sua estatura fosse aferida (protocolo de Frankfurt).
Para determinar o posicionamento do Centro de Gravidade (CG) no plano
transversal foi utilizado o método da Prancha de Reação descrito por Hall (1993).
Essa medida determina o posicionamento do CG em relação ao eixo longitudinal
no plano transverso.
A figura 2 mostra o método da Prancha de Reação utilizado para aferir as
massas no Laboratório de Biomecânica da FAEFI/UFU.
Para a análise estatística foi utilizado a estatística descritiva (média, desvio-
padrão e o coeficiente de variabilidade), o teste t-Student para a determinação de
diferença entre as médias sendo considerando o nível de significância de 5%
(p≤0,05), além disso foi realizado a Correlação de Pearson para avaliar o
relacionamento existente entre as variáveis, considerando o nível de significância
de 0,05.
9
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados aqui expostos fundamentam-se nos dados coletados na
pesquisa.
Tabela 1 População e amostra da pesquisa.
INDIVÍDUOS UNIVERSO POPULAÇÃO AMOSTRA % OBTIDA
JOVENS 299 162 40 24,7
IDOSOS 450 420 99 23,6
Analisando a tabela 1 verificamos que o universo desta pesquisa foi composto
por 299 alunos de ambos os gêneros regularmente matriculados e freqüentes no
curso de Educação Física da UFU e por 450 idosos de ambos os gêneros
praticantes de atividade física no Projeto AFRID. Em seguida a tabela traz a
população, número total de alunas (162) no curso de Educação Física/UFU e de
idosas (420) pertencentes ao Projeto AFRID da FAEFI/UFU. Posteriormente
verificamos a amostra, número de alunas (40) e idosas (99), adotadas para a
realização da pesquisa. Por fim a tabela mostra a porcentagem correspondente à
amostra tanto das jovens como das idosas participantes da pesquisa.
Tabela 2 Valores das variáveis das jovens universitárias
NÚMERO IDADE
(anos)
MASSA CORP.
(kg)
ESTATURA
(cm)
ALTURA CG
(cm)
ALTURACG
(%)
1 18,0 46,6 159,2 89,9 56,5
2 18,0 53,0 157,2 86,9 55,3
3 18,0 50,5 165,5 90,8 54,9
4 19,0 54,7 160,6 91,1 56,7
5 19,0 55,0 160,8 88,8 55,2
6 19,0 60,5 168,5 94,2 55,9
7 19,0 51,6 161,0 90,0 55,9
8 20,0 48,3 154,5 89,2 57,7
10
9 20,0 55,3 159,0 90,5 56,9
10 20,0 56,8 158,0 88,1 55,7
11 20,0 59,3 172,5 98,4 57,1
12 20,0 60,0 170,0 97,6 57,4
13 20,0 50,1 161,0 91,5 56,8
14 20,0 70,2 159,0 89,4 56,2
15 20,0 48,5 155,5 88,0 56,6
16 20,0 55,4 167,2 94,2 56,4
17 20,0 50,2 155,7 88,6 56,9
18 20,0 47,9 165,0 92,0 55,8
19 21,0 49,5 167,5 93,0 55,5
20 21,0 54,1 170,8 98,7 57,8
21 21,0 59,8 168,7 93,3 55,3
22 21,0 49,8 161,0 93,3 57,9
23 21,0 64,0 166,0 95,2 57,4
24 21,0 56,5 160,8 92,8 57,7
25 21,0 57,6 160,0 89,9 56,2
26 21,0 45,5 161,0 91,2 56,6
27 21,0 54,6 166,5 92,3 55,5
28 21,0 47,6 162,0 88,4 54,6
29 21,0 51,2 158,0 89,9 56,9
30 21,0 61,5 173,3 97,2 56,1
31 21,0 63,5 168,5 94,7 56,2
32 22,0 50,0 157,3 87,3 55,5
33 22,0 50,3 159,0 88,8 55,8
34 23,0 62,8 161,5 90,1 55,8
35 24,0 81,8 161,2 89,5 55,5
36 24,0 57,7 160,5 92,9 57,9
37 24,0 47,7 155,3 86,1 55,5
11
38 25,0 46,7 162,5 90,5 55,7
39 25,0 48,5 156,4 88,0 56,3
40 25,0 62,5 172,0 96,2 55,9
A tabela 2 traz os valores das variáveis, idade (em anos), massa corporal (em
kg), estatura (em cm), altura do Centro de gravidade (em cm) e a altura do CG
normalizado pela estatura das jovens universitárias.
Tabela 3 Mostra os valores médios, o desvio-padrão, os valores mínimo e máximo
das variáveis idade, massa corporal, estatura e a altura percentual do CG das
jovens.
IDADE
(anos)
MASSA
CORP. (kg)
ESTATURA
(cm)
ALTURA CG
(%)
MÉDIA 20,9 54,9 162,5 56,3
DESVIO-PADRÃO 1,9 7,3 5,2 0,9
MINIMO 18,0 45,5 154,5 54,6
MÁXIMO 25,0 81,8 173,3 57,9
A tabela 3 mostra o valor médio, o desvio-padrão, os valores mínimo e
máximo da idade (em anos), a massa corporal em kg, a estatura em cm e a altura
do CG normalizado pela estatura corporal das jovens universitárias regularmente
matriculadas no curso de Educação Física da UFU. Analisando-a verificamos que
a média da idade foi de 20,9 anos, a média da massa corporal foi 54,9 kg, a média
da estatura foi 162,5 cm e a média da altura percentual do CG foi 56,3. Com
relação ao desvio-padrão das variáveis analisadas verificamos que os valores
correspondentes à idade, à massa corporal, à estatura e à altura percentual do CG
são 1,9 ano; 7,3 kg; 5,2 cm e 0,9 % respectivamente. Analisando os valores
mínimo e máximo dessas mesmas variáveis obtivemos respectivamente 18,0 e
25,0 anos; 45,5 e 81,8 kg; 154,5 e 173,3 cm e 54,6 e 57,9 %.
12
Gráfico 1 Idade e altura % das jovens universitárias.
IDADE E ALTURA % DO CG DAS JOVENS
54,50
55,00
55,50
56,00
56,50
57,00
57,50
58,00
17,0 19,0 21,0 23,0 25,0
IDADE
AL
TU
RA
% D
O C
G
O gráfico 1 refere-se aos dados obtidos na tab.2 em que observamos a
distribuição das jovens universitárias segundo sua idade em relação à altura do
CG normalizada pela estatura. Fazendo a análise da distribuição da amostra em
função das idades apresentadas, podemos verificar que a maioria (cerca de 60%)
se agrupa entre as idades de 20 e 21 anos sendo os 40% restantes distribuídas
entre as idades de 17 a 19 anos e 22 a 25 anos.
A tabela 4 Valores das variáveis das idosas
NÚMERO IDADE MASSA CORP. ESTATURA ALTURA CG ALTURA %
1 53,0 62,8 149,6 87,6 58,5
2 53,0 55,5 149,0 86,9 58,3
3 53,0 56,8 152,5 87,4 57,3
4 53,0 54,3 156,0 90,3 57,9
5 53,0 67,0 164,4 94,5 57,5
6 54,0 57,5 145,0 82,5 56,9
7 54,0 54,3 158,0 93,6 59,2
8 55,0 54,0 148,5 84,9 57,2
13
9 55,0 84,5 153,2 89,3 58,3
10 55,0 72,1 159,0 85,9 54,0
11 55,0 56,0 145,2 80,8 55,7
12 55,0 55,4 152,0 76,7 50,4
13 56,0 98,0 154,8 83,2 53,8
14 57,0 64,0 157,0 91,5 58,3
15 57,0 95,3 157,6 89,8 57,0
16 58,0 74,0 154,0 89,9 58,4
17 58,0 67,1 159,5 90,2 56,6
18 58,0 71,3 160,2 93,0 58,0
19 58,0 62,3 153,4 91,4 59,6
20 59,0 80,3 169,5 100,6 59,4
21 59,0 54,4 156,2 90,9 58,2
22 60,0 53,5 152,3 86,1 56,5
23 60,0 67,7 160,0 95,3 59,6
24 61,0 60,8 149,5 85,5 57,2
25 61,0 60,8 157,0 92,1 58,6
26 61,0 79,9 159,5 92,5 58,0
27 62,0 74,7 156,6 88,8 56,7
28 62,0 74,7 151,7 89,0 58,7
29 62,0 62,3 152,5 87,9 57,7
30 62,0 58,6 146,5 84,7 57,8
31 63,0 57,9 152,0 86,1 56,6
32 63,0 60,5 150,3 87,6 58,3
33 63,0 57,3 155,0 86,6 55,9
34 64,0 80,2 160,4 92,1 57,4
35 64,0 61,1 148,0 85,4 57,7
36 64,0 60,8 159,3 92,1 57,8
37 64,0 63,7 152,3 90,4 59,3
14
38 64,0 68,0 154,0 88,2 57,2
39 64,0 52,6 155,0 84,5 54,5
40 64,0 65,1 156,8 85,4 54,4
41 64,0 64,2 159,6 83,5 52,3
42 65,0 123,2 159,9 89,6 56,0
43 65,0 69,0 157,5 92,1 58,4
44 65,0 52,5 156,0 88,5 56,7
45 65,0 67,8 147,5 87,0 59,0
46 65,0 71,2 152,6 89,5 58,6
47 65,0 66,6 157,3 85,8 54,6
48 65,0 65,2 151,4 85,2 56,3
49 65,0 61,6 151,3 79,6 52,6
50 66,0 64,5 153,5 91,1 59,3
51 66,0 56,9 157,7 94,5 59,9
52 66,0 81,5 168,7 92,1 54,6
53 66,0 63,0 145,7 81,9 56,2
54 67,0 51,0 151,4 88,7 58,6
55 67,0 83,3 160,0 94,6 59,1
56 68,0 51,8 156,5 92,0 58,8
57 68,0 57,5 143,5 85,3 59,4
58 68,0 57,7 152,8 89,4 58,5
59 68,0 86,0 152,0 91,9 60,4
60 68,0 72,2 147,0 83,6 56,9
61 68,0 65,9 151,0 87,4 57,8
62 68,0 50,7 141,0 86,9 61,6
63 68,0 74,3 157,3 90,6 57,6
64 69,0 61,3 152,7 88,1 57,7
65 69,0 55,4 146,3 82,8 56,6
66 69,0 71,0 160,2 95,9 59,9
15
67 69,0 74,7 151,1 81,6 54,0
68 69,0 61,3 149,7 81,0 54,1
69 70,0 55,2 152,6 88,5 58,0
70 70,0 59,1 143,3 84,6 59,1
71 70,0 44,9 159,5 86,7 54,3
72 70,0 69,3 159,3 83,6 52,5
73 71,0 67,7 146,0 82,1 56,2
74 71,0 54,4 155,2 90,5 58,3
75 72,0 57,0 149,4 90,5 60,6
76 73,0 76,2 164,0 95,9 58,5
77 73,0 81,5 161,2 95,0 58,9
78 73,0 80,5 152,3 87,3 57,3
79 73,0 64,1 148,9 85,8 57,6
80 73,0 53,6 160,2 97,4 60,8
81 74,0 51,4 159,3 94,2 59,2
82 75,0 64,0 158,8 92,4 58,2
83 75,0 64,2 144,5 83,2 57,6
84 75,0 62,6 145,1 85,0 58,6
85 75,0 63,7 157,3 88,5 56,3
86 76,0 59,4 147,4 85,2 57,8
87 77,0 54,9 147,0 86,4 58,8
88 77,0 64,1 153,4 87,9 57,3
89 78,0 57,9 142,0 78,9 55,5
90 79,0 52,2 147,3 86,3 58,6
91 80,0 56,4 149,1 89,4 60,0
92 81,0 47,5 144,5 82,7 57,3
93 81,0 55,2 164,2 94,9 57,8
94 82,0 67,0 150,3 87,4 58,1
95 82,0 53,8 140,6 81,9 58,3
16
96 82,0 76,4 148,1 82,4 55,6
97 84,0 60,5 152,8 93,8 61,4
98 84,0 56,5 151,2 84,3 55,8
99 86,0 85,9 157,5 85,0 54,0
A tabela 4 traz os valores obtidos para as variáveis idade em anos, massa
corporal em kg, estatura em cm, altura do Centro de gravidade em cm e a altura
do CG normalizado pela estatura (em %) das idosas praticantes de atividades
físicas no projeto AFRID.
Tabela 5 Idade, massa corporal, estatura e a altura percentual do CG das idosas.
IDADE
(anos)
MASSA
CORP. (kg)
ESTATURA
(cm)
ALTURA DO
CG (%)
MÉDIA 66,6 64,8 153,4 57,4
DESVIO-PADRÃO 8,2 11,9 5,9 2,0
MINIMO 53,0 44,9 140,6 50,4
MÁXIMO 86,0 123,2 169,5 61,6
A tabela 5 traz a média, desvio-padrão, os valores mínimo e máximo da idade
em anos, a massa corporal em kg, a estatura em cm e a altura % do CG, das
idosas praticantes de atividade física no Projeto AFRID. Analisando-a verificamos
que a média da idade foi de 66,6 anos, a média da massa corporal foi 64,8kg, a
média da estatura foi 153,4cm, e a média da altura percentual do CG foi 57,4cm.
Com relação ao desvio-padrão das variáveis analisadas verificamos que os
valores correspondentes à idade, à massa corporal, à estatura, à altura percentual
do CG foram respectivamente 8,2 anos; 11,9 kg; 5,9 cm e 2,0%. Analisando os
valores mínimo e máximo das variáveis idade em anos, massa em kg, estatura em
cm; altura percentual do CG em cm obtivemos respectivamente 53,0; 44,9; 140,6;
50,4; e 86,0; 123,2; 169,5; 61,6.
Comparando os valores das tabelas 3 e 5, percebemos que a altura
percentual do CG das idosas é maior do que a das jovens em 1,1%.
17
Gráfico 2 Idade e altura % das idosas do projeto AFRID.
IDADE E ALTURA % DO CG DAS IDOSAS
50,00
52,00
54,00
56,00
58,00
60,00
62,00
50,0 55,0 60,0 65,0 70,0 75,0 80,0 85,0 90,0
IDADE
AL
TU
RA
% D
O C
G
Analisando o gráfico 2 verificamos que 1 pessoa (0,01% da amostra)
apresenta a altura percentual do CG menor que 52 cm, 18 (0,18% da amostra)
estão classificadas com o CG entre 52 e 56 cm, 75 (0,76% da amostra) estão com
o CG entre 56 e 60 cm e 5 (0,05% da amostra) estão no intervalo a cima de 60.
Fazendo a análise por intervalo de idade verificamos que: cinco pessoas têm
53 anos, duas: 54 anos, cinco: 55 anos, uma pessoa tem 56 anos, duas: 57 anos,
quatro: 58 anos, duas: 59 anos, duas: 60 anos, três: 61 anos, quatro: 62 anos,
três: 63 anos, oito: 64 anos, oito: 65 anos, quatro: 66 anos, duas: 67 anos, oito: 68
anos, cinco: 69 anos, quatro: 70 anos, duas: 71 anos, uma pessoa tem 72 anos,
cinco: 73 anos, uma tem 74 anos, quatro: 75 anos, uma: 76 anos, duas: 77 anos,
uma com 78 anos, uma: 79 anos, uma com 80 anos, uma pessoa com 81 anos,
três: 82 anos, duas: 84 anos e uma pessoa com 86 anos. Esses dados mostram a
dispersão da amostra.
Além disso, o gráfico 2 refere-se aos dados obtidos na tab.5 em que
observamos a distribuição das idosas segundo sua idade em relação à altura do
CG normalizada pela estatura. Fazendo a análise da distribuição da amostra em
função da altura percentual do CG apresentada, podemos verificar que 5% estão
18
acima de 60,0%, a maioria (cerca de 78%) se agrupa no intervalo entre 56,0 e
60,0%, e o restante, 17% distribuídas abaixo de 56,0%.
Tabela 6 Teste t - Student para variáveis independentes
MÉDIA
JOVENS
MÉDIA
IDOSAS
t-VALOR df p
ALTURA %
DO CG
56,2864 57,41615 -3,39569 137 0,000896
A tabela 6 mostra a análise do Teste t – Student para variáveis independentes
com o nível de significância de p<0,05, entre as variáveis altura % do CG entre
jovens e idosas. O resultado mostrou uma diferença estatisticamente significante
(p= 0,000896) entre essas variáveis.
De acordo com Powers e Howley (2000) o envelhecimento está associado a
uma perda de massa muscular. Esta pode ocorrer de duas formas, uma lenta, em
que cerca de 10% da massa muscular é perdida entre os 25 e os 50 anos de
idade, a outra, ocorre de forma rápida, onde aproximadamente 40% da massa
muscular é perdida após os 50 anos de idade.
De acordo com Pickles em 2000, as alterações posturais são evitáveis, e
começam a surgir aos 40 anos de idade e por isso estas pessoas tendem a
reduzir sua estatura, e, além disso, as pessoas a cima desta faixa etária tendem a
ter uma posição mais inclinada do tronco à frente, característica das pessoas da
terceira idade.
Além disso, de acordo com Hall (2000), a localização do CG do corpo humano
vária de acordo com a distribuição de seus componentes, ossos, músculos,
gordura, água, entre outros. Quando ocorre o envelhecimento, há perda da massa
muscular, e aumento do tecido adiposo Pickles (2000). A massa muscular é mais
densa que a gordura isso faz com que o CG seja deslocado em busca da maior
concentração das massas. Por isto, verificamos conforme mostra a tabela 6 que
com o decorrer da idade há um aumento da altura percentual do CG tornando o
indivíduo mais propenso a vir a ter quedas.
19
Tabela 7 Análise de correlação de Pearson para as variáveis, idade, estatura e altura
percentual do CG .
ALTURA PERCENTUAL DO CG
IDADE 0,29
p=0,04993
ESTATURA -0,22
p=0,000023
A análise de correlação de Pearson para as variáveis idade, estatura com a
altura percentual do CG, utilizando um nível de significância de p<0,05 entre as
variáveis, podemos verificar que houve uma correlação entre as variáveis
testadas, portanto quanto maior a idade, maior a altura percentual e quanto maior
a estatura menor a altura percentual. Além disso, há uma diferença
estatisticamente significante de p=0,04993 entre a idade e a altura percentual do
CG e de 0,000023 entre a estatura e a altura percentual do CG.
CONCLUSÃO
O objetivo desta pesquisa foi o de determinar a diferença entre a altura
percentual do Centro de Gravidade das jovens universitárias e das idosas e
verificar se, esta variável influencia no risco de quedas neste último grupo.
Com base nos resultados encontrados pudemos constatar que houve uma
diferença estatisticamente significante entre a altura percentual do CG das idosas
praticantes de atividade física em relação ao das universitárias do curso de
Licenciatura em Educação Física da Universidade Federal de Uberlândia/MG.
Sabendo-se que a altura relativa do CG é um dos fatores que influencia a
estabilidade dos corpos podemos então concluir que a diferença estatisticamente
significante encontrada entre as alturas do CG de jovens e idosas associada à
sarcopenia, típica das pessoas de terceira idade, são fatores associados que
20
podem contribuir para a perda freqüente do equilíbrio corporal gerando, assim, os
elevados índices de queda observados nessa população.
Para que este problema seja amenizado propomos que sejam realizadas
atividades de reeducação postural uma vez que melhora a capacidade postural
das pessoas da terceira idade, a fim de podermos reduzir o risco de quedas. Para
conseguirmos isso, precisamos treinar o equilíbrio, além de melhorar a força e o
enduro dos músculos dos membros inferiores.
Propomos que sejam realizados novos estudos, que analisem a diferença da
altura percentual do CG, a relação cintura quadril e o aferimento das dobras
cutâneas, para que os dados venham a corroborar com os obtidos nesta pesquisa.
21
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES JUNIOR, Edmundo de Drummond. Construindo um programa de prevenção de quedas que seja capaz de influir na vida ativa de pessoas com necessidades especiais: preparando-se para um envelhecimento saudável. COMBRACE, Caxambu, 2001. AMORIM, F. S. e DANTAS, E. H. M. Resistência aeróbica e idosos. In: DANTAS, E. H. M e OLIVEIRA, R. J. Exercício, Maturidade e Qualidade de Vida. 2ª ed. Rio de Janeiro: Shape, 2003. BARBOSA, Miziara; ARAKAKI, Juliano; Silva, Marilete Fernanda da. Estudo do equilíbrio em idosos através da fotogrametria computadorizada. São Carlos: Congresso Brasileiro de Pesquisa em Fisioterapia. , 27 de abril - 1 de maio de 2001. FABRÍCIO, Suzele Cristina Coelho; RODRIGUES, Rosalina A Partezani; COSTA JUNIOR, Moacyr Lobo da. Causas e conseqüências de quedas de idosos atendidos em hospital público. Revista Saúde Pública, ;38(1):93-9. 2004. FREITAS, E. V.; GHORAYEB, N.; PEREIRA, J. B. M e GHORAYEB, C. Atividade Física no Idoso. In: Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2002. HALL, Susan J. Biomecânica. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A., 2000. HAY, J. G.e REID, J.G.As Bases Anatômicas e Mecânicas do Movimento Humano. Rio de Janeiro: Prentice-Hall do Brasil, 1985. PICKLES, B.; COMPTON, A.; SIMPSON, J. M.; VANDERVOORT, A. A. Fisioterapia na Terceira Idade 2ª ed. São Paulo: Livraria Santos Editora, 2000. POWERS, S. K., HOWLEY, E. T. Fisiologia do Exercício: Teoria e aplicação ao condicionamento e ao desenvolvimento. 3ª ed. Barueri: Manole, 2000. VERAS, R.P. País jovem com cabelos brancos. Rio de Janeiro: Relume& Dumara, 1994.
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