A Gestão da Informação Para o Desenvolvimento Paraense José Raimundo Trindade Presidente do...

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A Gestão da Informação Para o Desenvolvimento Paraense

José Raimundo TrindadePresidente do IDESP

Doutor em Desenvolvimento Econômico

ROTEIRO

1. Desenvolvimento Econômico: Inovação, Informação e Espaço

2. Políticas Públicas e Desenvolvimento Endógeno3. A Gestão da Informação como Componente Estrutural do Desenvolvimento: a ferramenta SIE

ALGUMAS DEFINIÇÕES CLÁSSICAS

“As nações mais opulentas geralmente superam todos os seus vizinhos tanto na agricultura como nas manufaturas;geralmente porém distinguem-se mais pela superioridade na manufatura do que na agricultura” (Adam Smith, 1776).

Smith identificava como causas do desenvolvimento:i)a qualidade da força de trabalho;ii)a organização do trabalho;iii)a tecnologia (as máquinas).

“No sistema de comércio livre, cada país, naturalmente, destina seu capital e seu trabalho a empregos que lhe sejam mais benéficos. Estimulando a indústria, recompensando a criatividade e usando eficazmente a natureza, aumenta a produção e difunde o benefício geral” (David Ricardo, 1815).

Ricardo identificava como causas do desenvolvimento: i) as forças livres do mercado; ii) o potencial comparativo natural de cada nação.

“É um expediente muito comum e inteligente de quem chegou ao topo da magnitude chutar a escada pela qual subiu a fim de impedir os outros de fazerem o mesmo. Qualquer nação que, valendo-se de taxas protecionistas e restrições a navegação, tiver levado sua capacidade industrial a um grau de desenvolvimento que impeça as outras de concorrerem livremente com ela não fará coisa mais sábia que chutar a escada [do desenvolvimento das nações concorrentes]” (List, 1885).

List observa quanto ao desenvolvimento das nações:i)a impossibilidade da “convergência”;ii)as nações são concorrentes pela acumulação de capital.

Desenvolvimento e Economia do Conhecimento

“Refere-se a uma situação na qual os agentes econômicos têm a sua disposição um volume sem precedentes de informação e conhecimento” (Pascal Petit).

Desenvolvimento: como defini-lo?

Crescimento econômico: implica maior produção ou acumulação de riquezas.

Desenvolvimento econômico: implica maior produção e mudanças nas disposições técnicas e institucionais, pelas quais se chega a esta produção.

O crescimento é algo estático, não implica em alterações significativas na estrutura reprodutiva da economia: relação, tipos e integração setorial.

Ex: a produção mineral paraense implica em crescimento do PIB, porém não necessariamente significa integração e diversificação macroeconômica.

O desenvolvimento é algo dinâmico, implica alterações estruturais, encadeamento produtivo e integração setorial.

O conceito de desenvolvimento compreende a idéia de crescimento, superando-a.

Ex: um possível “transbordamento” da produção mineral paraense, via forte intervenção pública, pode levar ao encadeamento de setores e a constituição de “sistemas produtivos locais”.

O desenvolvimento exige a integração de seis diferentes dimensões (SACHS, 2004):

a) Social, compreende a integração das populações ao processo de crescimento econômico.

b) Ambiental, compreende a sustentação das condições de vida e a não dispersão (depredação) dos recursos naturais.

c) Territorial, relacionado à distribuição eficiente (econômica e ambientalmente) dos recursos, das populações e das atividades produtivas.

O desenvolvimento exige a integração de seis diferentes dimensões (SACHS, 2004):

d) Econômica, sendo a viabilidade econômica a conditio sine qua non para que se dê as demais dimensões. Porém, isoladamente, não implica desenvolvimento.

e) Política, compreende a governança democrática, Implica em liberdade de atuação e organização social.

f) Educacional, Informacional e Tecnológica, implica domínio educacional, tecnológico, disponibilização e democratização da informação.

Desenvolvimento endógeno/sustentado

Crescimento econômico condicionado aosseguintes fatores:• Acesso ao mercado de consumo.• Baixa concentração de renda.• Mercado de trabalho menos segmentado.• Elevado grau de formalização.• Elevado grau de instrução formal. • Acesso tecnológico.

• Daí o esforço do Estado para:

1. Estimular a introdução de inovações tecnológicas, gerenciais e organizacionais no nível empresarial.

2.Intervenções no nível mesoeconômico: construir institucionalidade política e administrativa em apoio ao desenvolvimento.

3.Definir e atuar sobre as condições de financiamento e disponibilidade de crédito.

4.Estabelecer a configuração mais includente como parâmetro para atuação governamental. Ex: Priorizar o subsídio para setores mais integrados e de maior potencialização dos recursos regionais.

Desenvolvimento econômico local e Território: IDL’S

• As iniciativas de desenvolvimento local: lógica de desenvolvimento que considera tanto a dinâmica e características empresariais locais, quanto a intervenção pública planejada sobre os sistemas locais de produção.

• O desenvolvimento econômico local: processo no qual os atores locais mobilizam-se para apoiar diferentes ações, buscando criar, reforçar e preservar atividades e empregos, utilizando os meios e recursos do território.

Desenvolvimento econômico local: IDL’S

• As IDL’s supõem uma gestão flexível que trata de corrigir, ao mesmo tempo:

1. As imperfeições dos mercados que restringem o potencial de desenvolvimento e a possibilidade de inovações das micro, pequenas e médias empresas (MPME).

2. Os efeitos indesejáveis das intervenções públicas centralizadas.

3. A rigidez burocrática e regulamentadora.4. A submissão aos ciclos eleitorais.

Componentes das Iniciativas de Desenvolvimento local

• Qualificação dos recursos humanos.• Construção de redes e institucionalidades para reforçar o

funcionamento dos mercados.• Fomento de MPEs e criação de empresas.• Construção de entornos inovadores em nível territorial.• Integração e articulação das políticas públicas e de

intervenção pública com o sistema de produção local.• Importância dos fatores intangíveis (fatores de caráter extra-

econômico) como elemento de êxito nestas iniciativas.

Importância dos fatores intangíveis

• Liderança local com capacidade de mobilização dos atores sociais.

• Tomada de consciência e participação ampla da comunidade local.

• Diagnóstico minucioso dos pontos fortes e fracos e das oportunidades e potenciais gargalos, que permita a definição de orientações claras na formulação de objetivos e políticas.

• Uma estratégia de desenvolvimento elaborada sobre a base de cooperação dos próprios atores locais: públicos e privados.

Importância dos fatores intangíveis

• Conhecimento preciso do mercado de trabalho local e regional e das relações entre a capacitação, o emprego e o perfil produtivo do território em questão.

• Existência de uma agência de desenvolvimento local (ou regional), resultante da articulação dos diferentes atores.

• Alta sensibilidade quanto à importância dos fatores culturais e quanto à necessidade de incentivar as aptidões criativas e inovadoras na cultura local.

• Participação permanente da comunidade.

A INTERVENÇÃO PÚBLICA DEVE...

• Fomentar as diferentes iniciativas de desenvolvimento econômico local.

• Eliminar os obstáculos a essas iniciativas e facilitar os instrumentos de apoio apropriados.

• Disponibilizar informação, conhecimentos e análises.

• Incentivar a elaboração de planos de desenvolvimento pelas próprias entidades locais e incorporá-los às estratégias de desenvolvimento regional.

• Delegar funções de controle e de serviços a organismos autônomos, públicos, privados ou mistos e reforçar as funções de avaliação em conjunto com os atores locais.

A INTERVENÇÃO PÚBLICA DEVE...

• Atuar como catalisador e mediador, facilitando linhas de financiamento e promovendo ativamente o planejamento do desenvolvimento local. Isso implica:

• Ter uma visão prospectiva do desenvolvimento e compartilha-lo com os líderes locais e regionais.

• Dispor de um plano estratégico de desenvolvimento regional.

• Coordenar e articular o conjunto das políticas públicas tendo em vista o plano estratégico de desenvolvimento.

• Colaborar pelo funcionamento dos sistemas de informação e emprego locais, facilitando os recursos de P&D apropriados.

Potencialidades não mobilizadas

Problemas socioeconômicos

Situação de Inconformismo

Diagnose Participativa

Construção de umaAgenda de Mudanças

Processo deImplementação

Elaboração de umPlano de Ação

Informações Técnicas

Instrumentos disponíveis

Consistência técnica

Fórum de debates

Consultas formais e informais às lideranças

Processo de negociação

Mecanismos de controle e avaliação

Sistema de indicadores de processos e de

resultados

Etapas de um Processo de Desenvolvimento Endógeno

• O Governo do Pará disponibilizou a primeira versão do Serviço de Informação do Estado – SIE, um canal criado pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (Idesp) para dar visibilidade a informações públicas disponíveis sobre o Estado do Pará - sejam elas de fontes municipais, estaduais ou federais -, com o objetivo de facilitar o seu uso.

• Não há construção de Planejamento Estratégico e Desenvolvimento Local sem a sistematização e disponibilização de informações.

• A construção do SIE iniciou em 2008.

• Disponibiliza informações geoespaciais, estatísticas e registros administrativos e informações textuais.

• As informações abrangem os aspectos Ambientais, Demográficos, Sociais, Econômicos, Infraestruturais e Institucionais do Pará.

• Todos os órgãos do governo e a sociedade em geral tem livre acesso às informações desdobradas em mapas, tabelas e gráficos.

• Disponíveis na rede mundial de computadores, acessíveis de qualquer lugar do mundo, a qualquer momento.

Painel de Informações e Indicadores

Serviço de Informação Geoespacial

Estatísticas e Registros Administrativos

OBRIGADO!

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