View
213
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
1
A implementação de um programa de reintegração com intuito de
mostrar a eficácia na readaptação de funcionários com LER/DORT à
estrutura da empresa.
Kellene Mara Cavalcante Ribeiro1
kellenemara@hotmail.com
Dayana Priscila Maia Mejia²
Pós-graduação em Ergonomia: Saúde, Segurança e Otimização de Processos– Faculdade Ávila
Resumo
Com as atuais mudanças nas leis previdenciárias especificamente com a criação do NTEP –
Nexo técnico epidemiológico em 2007, faz-se necessário por parte das empresas à introdução
de mecanismos de implementação de controle dos riscos ergonômicos ocupacionais que
correlacionam o grupo de CID ao CNAE das empresas. Este artigo tem como objetivo relatar
a importância de se fazer um programa de reintegração de funcionários afastados com
diagnósticos de LER/DORT. Tem por metodologia o estudo e analise das ações empregadas
em uma empresa do Polo Industrial de Manaus do ramo eletroeletrônico. Verificou-se que as
ações implementadas com o programa de reintegração que vão deste a orientação, avaliação
física, analise de postos, revezamento de atividades, acompanhamento da evolução do estado
físico até o restabelecimento e reintegração a estrutura da empresa, estão sendo eficazes no
gerenciamento da saúde ocupacional dos funcionários que fazem parte deste programa.
Palavras-chave: Ergonomia; Reintegração; NTPE; LER/DORT.
1.Introdução
O Brasil é considerado como um país de industrialização tardia. Efetivamente, nossa base
econômica era agropecuária até 1936, quando a mudança para o Estado Novo de Getúlio
Vargas definiu a prioridade para a industrialização. Outro salto ocorreu em 1956, com o
franco investimento industrial. (COUTO,2007).
Em 1957 surge um modelo de indústria que geraria emprego e renda para o país e para a
região do Amazonas. O Pólo industrial de Manaus (PIM), hoje composto por mais de 400
empresas que ocupam cerca de 1,7 mil hectares, representa um dos três setores econômicos
industrial, comercial e agropecuário, contemplados pelo modelo de desenvolvimento do
governo brasileiro denominado Zona Franca de Manaus(ZFM), sua finalidade é de integrar
sócio-economicamente a região Amazônica ao país, garantindo assim soberania do Brasil nas
fronteiras do norte. Os marcos iniciais das atividades do PIM fora: a aprovação do primeiro
projeto de industria para instalar-se na ZFM, em 1968, e a inauguração do Distrito Industrial
em 1972.
Atualmente, o PIM representa a maior força econômica da ZFM, e do Estado do Amazonas,
pois seu continuo crescimento conferiu a cidade de Manaus a terceira maior renda dos pais
seu faturamento do PIM verificado em 2010 foi superior à meta prevista inicialmente que era
de US$ 33 bilhões. O montante superou em 35,18% o faturamento alcançado em 2009, de
aproximadamente US$ 26 bilhões. Em um comparativo com 2008, até em tão ano de maior
faturamento do PIM, quando atingiu US$ 30 bilhões, o aumento foi 17%.
1 Pós-graduanda em Ergonomia: Saúde, Segurança e Otimização de Processos
2 Orientadora; Fisioterapeuta Especialista em Metodologia da Pesquisa do Ensino Superior,Mestranda em
Bioética e Direito em Saúde
2
Além desta corrida pela qualidade de seus produtos, as indústrias do PIM, com as de todo o
país, buscam meios de garantir a integridade física de seus colaboradores, tendo em vista os
índices de: absenteísmo, acidente de trabalho, queixa de trabalhadores sobre áreas dolorosas
ou desconforto, perdas de produtividade, dispêndio de tempo e equipe técnica para
administrar as incidências de afastamento e remanejo de funcionários, custos para auxilio à
saúde com funcionários afastados; além das atuais praticas do Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE) na prevenção de doenças ocupacionais, que envolvem ações de fiscalizações
(enquéritos civis públicos, procedimentos administrativos investigatórios, termo de
ajustamento de conduta-TAC).
1.1.Nexo tecnico epdemiológico
O NTEP é uma metodologia que consiste em identificar quais doenças e acidentes estão
relacionados com a prática de uma determinada atividade, com a adoção do NTEP, a empresa
deverá provar que as doenças e os acidentes de trabalho não foram causados pela atividade
desenvolvida pelo trabalhador, ou seja, o ônus da prova passa a ser do empregador, e não mais
do empregado.
Recentes pesquisas do Ministério da Previdência mostraram que o registro de doenças
ocupacionais aumentou consideravelmente. No registro de doenças do sistema osteomuscular,
que abrangem todas as lesões causadas por esforços repetitivos (LER), houve um acréscimo
de 512,3%.
Com a criação do NTEP, a perícia do INSS relaciona cada uma das profissões com as doenças
de maior incidência dentro do ramo de atividade. Ou seja, a doença é classificada
automaticamente como ocupacional. Segundo Remígio Todeschini, diretor de Saúde
Ocupacional do Ministério da Previdência, não houve crescimento no número de acidentes, e
sim a notificação real do adoecimento dos trabalhadores durante a jornada de trabalho, e mais
as empresas vão ficar mais atentas para a prevenção de acidentes e doenças. Ou seja, oferecer
um ambiente de trabalho mais seguro, além de melhorar a qualidade de vida dos
trabalhadores.
Art. 1º O Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 6 de maio
de 1999, passa a vigorar com as seguintes alterações:
"Art. 201-D.....
§ 6º .....
I - até 31 de dezembro de 2009, a empresa deverá implementar o Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais e de Doenças Ocupacionais previsto em lei, caracterizado pela plena
execução do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA e do Programa de
Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, conforme disciplinado nas normas
regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego, devendo ainda estabelecer metas de
melhoria das condições e do ambiente de trabalho que reduzam a ocorrência de benefícios por
incapacidade decorrentes de acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais em pelo menos
cinco por cento em relação ao ano anterior.
Com base nas mudanças as empresas começam a investir em mecanismo de regulação com
intuito de amenizar os riscos ocupacionais.
2.As doenças ocupacionais
Sugundo Veronesi (2008), os estudos das doenças ocupacionais tiveram sua existencia devido
a associação direta com a evolução direta tecnológica. Em 1700 Bernardino Ramazzini
relacionam as doenças de origem ocupacional que acomentem os trabalhadores em mais de 50
atividades, ao descrever a doença dos escribas e notários, em seu livro “as doenças dos
trabalhadores”.
3
Em 1891, nos Estados Unidos da América, já eram feitas referencias à “entorse das
lavadeiras”. Mais tarde, em 1895 Fritz de Quervain, nascido em Sion no Valais-suiça,
descreveu um tipo de lesão de punho e que posteriorme recebeu o seu nome. Bridge, em 1920,
relatou patologia semelhante, classificando como doença dos tecelões.
No Japão apartir de 1958, foram descritos casos Occupational Cervic Obrachial Disorder ou
Desordem ocupacional Cervicobraquial em perfuradores de cartão, operadores de caixas
registradoras e datilógrafos. No Brasil em 1973, durante o século XII Congresso Nacional de
Prevenção de Acidentes do trabalho, o Instituto Nacional de Serviços Sociais (INSS)
reconheceu a tenossinovite ocupacional nas lavadeiras e engomadeiras.
Em 1998, o Instituto Nacional de Serviços Sociais (INSS) escreveu, por meio de seus técnicos
um documento instrutivo sobre as LER/DORT, onde se definiram todas as características das
LER/DORT, surgindo à instrução normativa INSS/DC, que em 2003 foi atualizada.
2.1.Definições de Ler/DORT
Para MENDES,LEITE (2008), os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho
(DORT) foram inicialmente denominados lesões por esforços repetitivos (LER) por
apresentarem um fator causal relacionado à maior velocidade e à repetição dos movimentos
executados durante a jornada de trabalho. Os DORT são distúrbios funcionais que ocorre
principalmente nos membros superiores e têm aumentado nos últimos anos em razão do
desenvolvimento industrial, à organização do trabalho e ambiente ocupacional.
Para GALAFASSI (1998), a sigla LER pode ter conotação errônea, uma vez que já
confirmaria a presença de uma alteração anatomopatológica, explicando a preferência pelo
termo DORT. Sobre o mesmo assunto BORGES (2000), opta pelo uso de LER, concordando
com as críticas à dicotomia entre as chamadas doenças profissionais (cujo nexo causal entre
fator de ambiente de trabalho e efeito à saúde é imediatamente realizado) e as doenças
relacionadas ao trabalho (cujo nexo causal, por ser mais complexo é de difícil comprovação),
o que tem dificultado a identificação e prevenção deste fenômeno.
2.2.Etiologia das ler/DORT
Para VERONESI (2008), a etiologia desse conjunto de afecções é complexa, pois como já foi
mencionado, abrange várias fatores, inclusive hábitos diários, sobrecarga psicossocial, uso de
drogas e outros, entretanto a carga dinâmica, ou seja, o movimento repetitivo é geralmente
solicitado aos músculos dos ombros, antebraços, punhos e mãos para execução de tarefas e a
carga estática, ou de contração isométrica é mantida, é geralmente requerida aos músculos do
pescoço e da cintura escapular, a fim de manter os membros superiores fixos em determinadas
posições para executar as tarefas parecem ser fatores bastante significativos.
Para MENDES,LEITE (2008), a etiologia dos DORT é multifarorial e inclui as condiçoes da
tarefa de trabalho, os fatores individuais e os fatores organizacionais. A repetitividade da
tarefa executada é um fator importante destes distúrbios osteomusculares, principalmente
quando está associado a posturas inadequadas, advindas de um trabalho muscular estático
e/ou com aplicação de força excessiva. Os fatores organizacionais incluem a mão- de- obra
despreparada, o ritmo de trabalho e as horas extras.
Considerando LER/DORT como um fenômeno multifatorial, vários são os fatores que
contribuem para sua manifestação na realidade laboral. MIRANDA & DIAS (1999)
apresentam três grandes grupos como fatores causais, como sendo consensuais, apesar das
diferentes abordagens existentes a cerca deste tema, entre eles destacam-se:
Fatores de natureza ergonômica - força excessiva, alta repetitividade de um mesmo padrão de
movimento, posturas incorretas dos membros superiores, compressão das delicadas estruturas
dos membros superiores, incluindo fatores ambientais como frio, vibração, ventilação e
4
ruídos, má adaptação do mobiliário, falta de manutenção em equipamentos e ferramentas, más
concepções de postos de trabalho, exigência física desnecessária em função da disposição ou
das dimensões de equipamentos e instrumental de trabalho.
Fatores de natureza organizacional e psicossociais - concentração de movimentos para um
mesmo indivíduo, horas extraordinárias, dobras de turno, ritmo apertado de trabalho, ausência
de pausas, jornada de trabalho exagerada, gratificação por produtividade, cobrança excessiva
por produção e qualidade por parte da supervisão ou da chefia, incompatibilidade entre a
formação e as exigências do trabalho, atividades monótonas, conflitos disfuncionais,
problemas nas relações e interações humanas, ambientes de trabalho hostis, privação da
criatividade e potencialidades individuais colocadas em segundo plano, empobrecimento e
fragmentação da tarefa.
Fatores sócio-econômicos e culturais, como o medo do desemprego, baixa remuneração e
falta de reconhecimento social, ausência de perspectivas de desenvolvimento humano e
pessoal e más condições de vida.
Assim, LER/DORT seria uma manifestação da falência dos mecanismos psicológicos,
individuais e coletivos, de resistência por parte dos trabalhadores, diante de práticas
administrativas e gerenciais autoritárias, rígidas e opressivas existentes nas organizações. Na
mesma linha, SMITH (1996) afirma que são oito os fatores de risco que interferem na
possibilidade de ocorrência de LER/DORT, sendo eles: a freqüência dos movimentos; a
postura da articulação envolvida; a força necessária para realizar a tarefa ou a carga que exige
forças; a vibração; as condições ambientais; as características da organização do trabalho; as
condições psicossociológicas e os fatores de risco de ordem individual, como o sexo. As
condições de vida fora do ambiente de trabalho também devem ser consideradas, podendo ter
contribuição na gênese dos distúrbios.
3.Cresce a ciência ergonomia
3.1Definição
Ergonomia pode ser definida como o trabalho inter-profissional que, baseado num conjunto
de ciências e tecnologias procura o ajuste mútuo entre o ser humano e seu ambiente de trbalho
de forma confortável, produtiva e segura basicamente procurando adaptar otrabalho às
pessoas. (COUTTO 2007).
A Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e o seu trabalho, equipamento e
ambiente, e particularmente a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e
psicologia na solução dos problemas surgidos desse relacionamento.(Itiro 2001).
A Ergonomia integra os conhecimentos fisiológicos e psicológicos quando estuda o homem
na situação real de trabalho para identificar os elementos críticos sobre a saúde e a segurança
originados nestas situações e a partir daí elabora recomendações de melhoria das condições de
trabalho, bem como desenvolve instrumentos pedagógicos para qualificar os trabalhadores.
Neste sentido, o trabalhar é considerado como algo complexo e tem-se que ponderar sobre a
variabilidade intra -individual, onde o homem em atividade varia constantemente no tempo,
aprende e é marcado pelas situações vivenciadas (ASSUNÇÃO & LIMA, 2002).
A prática da Ergonomia tomou um impulso enorme no Brasil nos últimos anos,
principalmente por conta da pressão social sobre as empresas. Considerando que as lesões
ergonômicas costumam evoluir mal, principalmente se ao retorno o trabalhador encontra as
mesmas condições desencadeadoras. (COUTO 2007).
3.2.Nr 17.6
Visando estabelecer parâmetros que "permitam a adaptação das condições de trabalho às
características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de
5
conforto, segurança e desempenho eficiente", o Ministério do Trabalho e Previdência Social
instituiu a Portaria n° 3.751, em 23/11/90, que baixou a Norma Regulamentadora n° 17 (NR-
17) que trata especificamente da ergonomia.
A Norma apresenta parâmetros para o posto e organização do trabalho. O objetivo é o de
adaptar as condições de trabalho, dando um arranjo à área de trabalho para a economia de
movimentos, redução de manipulações e repetições, melhora do ritmo do trabalho, adequação
do formato ao operador, o que possibilita a diminuição da atividade muscular
(NASCIMENTO; MORAES, 2000).
Comenta a NR17 em seu item 17.6.3 alinea c:
“quando do retorno ao trabalho após qualquer tipo de afastamento
igual ou superior a 15 dias, a exigência de produção deverá permitir
um retorno gradativo aos níveis de produção vigentes a época
anterior ao afastamento”.
Assim não há para esse tipo de ação a escolha entre atender ou não atender mais sim sua
efetiva realização, pois implica diretamente o ambiente institucional que adequa e guia as
práticas dos profissionais abrangidos na temática.
Comumente os afastamentos do trabalho são demorados e o retorno ao trabalho quase sempre
é complicado, permeado pela pouca receptividade das empresas, que tendem a marginalizar o
funcionário e pela dificuldade deste em retomar o cotidiano profissional, tendo ainda rejeição
dos próprios colegas pelas limitações apresentadas.
Segundo (MARIA MAEMO), o trabalhador afastado poderá ter dois tipos de alta, a alta da
perícia médica do INSS, sem restrições, que resultará no retorno gradual em sua função
original, com acompanhamento do Serviço Médico ou SESMT - Seviço Especializado em
Segurança e Medicina do Trabalho, e a alta da perícia médica do INSS, com restrição, é
concedida a quem, no entender da perícia, apresenta limitação de sua capacidade de trabalho.
4.Referencial teórico
Moura (2001) afirma que o uso dos sistemas de trocas de postos ou rotações em empresas,
baseia-se em uma proposta, na qual a simples modificação de posto de trabalho passa a ser
considerada um rodízio de tarefas e, assim, tem-se a pretensão de garantir a redução dos riscos
ergonômicos. As medidas que alguns autores mostram para adequação do trabalho ao
operador incluem o incremento da variabilidade de tarefas, evitando-se posições estáticas do
corpo e os movimentos repetitivos, utilizando para tal, uma rotação de postos entre elas.
O rodízio nos postos de trabalho oferece a possibilidade de alternar o tipo de solicitação
biomecânica (Jonsson,1988; Roquelaure et al., 1997; Ellis, 1999).
Em comum nos estudos, encontram-se as vantagens da rotação dos postos de trabalho
(HENDERSON, 1992;CANADIAN CENTRE for OCCUPATIONAL HEALTH e SAFETY,
1992 e KUISER, VISSER e KAMPER1994). Os autores afirmam que o uso desses sistemas
de trocas de postou ou rotação baseia-se em uma proposta na qual a simples mudança de
posto de trabalho passa a ser considerada um rodízio e assim tem a pretensão de garantira
diminuição dos riscos ergonômicos.
Na maioria das empresas do setor, é alta a incidência de distúrbios osteomusculares
relacionados ao trabalho (DORTs), particularmente na extremidade superior (Silverstein,
1991).
DORTs tais como síndrome do túnel do carpo, tendinites, tenossinovites e tensões crônicas do
músculo, estão ligadas ao trabalho repetitivo, que requerem posturas inábeis contínuas ou
repetitivas (ARMSTRONG et al., 1982).
6
A Previdência Social constata que, há quase 10 anos, as LER/ DORT representam entre 80 a
90% das doenças relacionadas ao trabalho notificadas e, certamente, o maior gasto pelo longo
tempo de incapacidade no trabalho (MAENO, 2001).
O homem passa, em média, um terço de sua vida em atividade laboral. É justificável,
portanto, que o dimensionamento correto do posto de trabalho seja etapa fundamental para o
bom desempenho do trabalhador. Qualquer erro cometido neste dimensionamento, pode
submetê-lo a sofrimentos por longos períodos (NASCIMENTO; MORAES, 2000).
A ergonomia é responsável por propiciar satisfação para a empresa/cliente; isso dentro dos
aspectos em minimizar e/ou eliminar custos humanos, prevenir distúrbios, lesões, doenças e
acidentes, melhorar a satisfação e conforto do trabalhador, aumentar a produtividade e a
qualidade dos produtos, diminuir os índices de absenteísmo.
O objetivo da ergonomia, então, é de aumentar a eficiência do trabalho humano, fornecendo
dados para que este trabalho possa ser dimensionado com as reais capacidades do organismo
(DELIBERATO, 2002).
Para Wisner (1987), a realização da atividade no trabalho estabelece um compromisso entre a
adoção de uma postura específica corporal e as exigências da tarefa a ser feita. Assim, se
houver inadequações entre a postura e as características da atividade desenvolvida, duas
respostas podem surgir: perda da eficiência na execução da atividade e/ou a presença de
alterações posturais.
Moura (2001) cita, ainda, o aspecto legal, conforme a Norma Regulamentadora Geral da
Segurança Industrial dos Estados Unidos, secção 5110 do Occupational Safety and Health
Standarts Board, relacionando portadores de lesões por esforços repetitivos, sugerindo que em
locais onde há a prevalência de tais problemas, devem ser implantados e estabelecidos
controles administrativos, tais como: rotação de postos de trabalho, ritmos de trabalho e
intervalos ou pausas mais significativas.
Deliberato (2002), afirma que “o fenômeno DORT deve ser entendido com sendo o produto
das interações que ocorrem entre o ser humano e seu ambiente, havendo a presença de
condições físicas e psíquicas predisponentes, associadas a um ambiente de trabalho
facilitador, cada vez mais incentivador de aspectos quantitativos em detrimento aos aspectos
qualitativos”.
Uma empresa que procura oferecer condições ergonômicas de trabalho aumenta a
produtividade da equipe e previne-se contra os altos custos do tratamento e do afastamento do
funcionário (GAIGHER FILHO E MELO, 2001), sejam por afecções músculo-esqueléticas
relacionadas ao trabalho (AMERT) ou até mesmo depressão.
Metodologia
O estudo teve como método a implementação de um programa de reintegração de
funcionários que se encontravam ausentes de suas atividades laborais com diagnóstico
relacionados a LER/DORT, para ser implementado houve a necessidade dos estudos de
fatores como: tempo de exposição, os seguimentos corpóreos requisitados e a biomecânica
empregada em cada atividade, conteúdo da tarefa, ritmo do trabalho, o layout e a organização
do posto, tendo com objetivo mostrar a eficácia com as ações adotadas.
Resultados e discurssão:
A empresa do estudo em questão é uma empresa do ramo de Eletroeletrônico localizada no
distrito industrial de manaus, com 700 funcionários, CNAE 23.40- 0, trabalhando em 3
turnos, com a finalidade de montagem e fabricação de aparelhos decodificadores.
Visando atender um dos requisitos normativo da NR 17, o programa de reintegração busca
readaptar os funcionários com a realização de rodízio de atividades, visando o conforto, o
7
bem estar e proporcionar condições adequadas de trabalho. O programa baseia-se em
revezamentos de atividades, permitindo que o funcionário permaneça 25% do tempo total de
trabalho diário em um determinado posto de trabalho, o intuito deste é diminuir sobrecargas a
uma única estrutura realizando compensações para evitar o agravamento da lesão já instalada
bem como novas lesões por overuse em outros seguimentos.
A NR17 em seu item 17.6.3 alinea:
“quando do retorno ao trabalho após qualquer tipo de afastamento
igual ou superior a 15 dias, a exigência de produção deverá permitir
um retorno gradativo aos níveis de produção vigentes a época
anterior ao afastamento”.
Para desenvolver e por em prática o item da NR citada acima a empresa deste estudo
implementou o programa de reintegração, neste foram adotados procedimentos internos de
execução descritos abaixo:
1. Cartilha de orientações;
2. Avaliação Cinesiofuncional de retorno;
3. Escolha e Analise de Postos a serem laborados pelos funcionários do programa de
reintegração;
4. Planilha de controle do revezamento
5. Acompanhamento da evolução do estado físico até o restabelecimento e reintegração a
estrutura da empresa.
6. Saída do Colaborador reestabelecido do programa de reintegração
1. Cartilha de orientações
Orientar os funcionários quanto aos procedimentos a serem adotados caso houvesse um novo
afastamento e ainda explicar todo o conteúdo do programa de reintegração e suas diretrizes,
este contendo:
1. Histórico da empresa;
2. Ramo de atividade;
3. Política de gestão;
4. Orientações gerais;
5. Procedimentos do programa de reintegração.
1.1. Avaliação Cinesiofuncional de retorno
A avaliação cinésiofuncional de retorno é direcionada a coletar dados importantes quanto a
vida pregressa profissional do funcionário.
A empresa conta dentro do seu quadro profissional – SESMT, com um fisioterapeuta cujas
atribuições e responsabilidade são: avaliar, planejar, por meio de métodos, técnicas e recursos
terapêuticos específicos para cada etapa existencial e/ou patologia, em uma perspectiva de
prevenção agravos, reabilitação e promoção da saúde, com intuito de observar com o tempo a
evolução do quadro físico do indivíduo. O fisioterapeuta da empresa para execução desde
procedimento, dispões de uma ficha de avaliação, esta contendo informação como:
1. Dados das atividades desempenhadas na empresa;
2. Causa do afastamento;
3. Sintomas referidos pelo funcionário;
4. Ações tomadas no período de afastamento;
5. Exames apresentados;
6. Aplicação de testes funcionais.
8
AVALIAÇÃO DE RETORNO ÀS ATIVIDADES LABORAIS
Data da Avaliação: ……./……./………
DADOS PESSOAIS: Nome:……………………………………………………………......……………..……… Idade:……….
Estado Civil:…………………….......………….. Sexo:………………….Filhos:…………..…
DADOS OCUPACIONAIS:
Ocupação na Empresa:……………………………………….. Data de Admissão:….../……./…….
Data do Afastamento: ……./……./……. Data do Retorno: ……/……../……..
DADOS DAS ATIVIDADES LABORAIS:
………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………
CAUSA DO AFASTAMENTO:
……………….………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………
DADOS SOBRE OS SINTOMAS REFERIDOS PELO FUNCIONÁRIO:
………….……………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………
AÇÕES TOMADAS NO PERÍODO DE AFASTAMENTO:
………………………………………………………………………………………………………………….........
......................................................................................................................................................
HOUVE MELHORA DOS SINTOMAS NO PERÍODO EM QUE ESTEVE AFASTADO (A)?
………………………………………………………………………………………………………………………
…………………................................................................................................………………
DADOS SOBRE EXAMES APRESENTADOS E QUE CONSTAM NA EMPRESA:
………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………….…….…………………………………………………
EXAME FÍSICO
INSPEÇÃO:
………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………….….………………………………………………………………………
PALPAÇÃO:………………………………………………………………………………………………………
TESTES DE AMPLITUDE DE MOVIMENTOS ATIVOS:
OMBRO:
Abdução:
Flexão: Rot. Interna:
Adução:
Extensão: Rot. Externa:
Obs:……………………………………………………………………………………………………...................
PUNHOFlexão:
Desvio Radial: Circundução:
Extensão:
Desvio Ulnar:
Obs:…………………………………………………………………………………………………………………
MÃO
Flexão dos dedos:
Abdução: Oponência:
ensão dos dedos:
Adução: Pinça Pulpar:
Obs:…………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………..…………….…………………………………………………………….....
COLUNA CERVICAL:
Flexão:
Rot. Lat. Esq.: Incl. Lat. Esq.:
9
Extensão:
Rot. Lat. Dir.: Incl. Lat. Dir.:
Obs:…………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………..…………….………………………………………………………………
COLUNA LOMBAR:
Flexão:
Rot. Lat. Esq.: Incl. Lat. Esq.:
Extensão:
Rot. Lat. Dir.: Incl. Lat. Dir.:
Obs:…………………………………………………………………………………………………………………
CONCLUSÃO:
………………………………………………………………………………………………………………………
Fig. 1 Ficha de Avaliação de retorno
2.2 Analise de Postos a serem laborados pelos funcionários do programa de reintegração
Para Itiro (2001), o enfoque ergonômico tende a desenvolver postos de trabalho que reduzam
as exigências biomecânicas, procurando colocar o operador em uma boa postura de trabalho,
os objetos dentro dos alcances de movimentos e que haja facilidade de percepção de
informações. Ainda, o mesmo autor relata que, diversos critérios podem ser adotados para
avaliar a adequação de um posto de trabalho.
Para adequação dos postos foram analisados fatores ergonômicos como:
1. Tempo de exposição;
2. Seguimentos corpóreos requisitados e a biomecânica empregada em cada atividade;
3. Conteúdo da tarefa, ritmo do trabalho;
4. Layout e a organização do posto;
5. Aplicação de ferramentas ergonômicas.
1. Informações do posto de Trabalho
Setor: Produção
Função: Testador
Atividade Principal: Encaixe da tampa do Decoder.
Data:
14/06/2011
2. Tarefas previstas
Retirar a tampa da bancada ao lado para que seja encaixada no decodificador.
3. Tarefas e atividades realizadas / Modo operatório
A descrição das atividades do encaixe da tampa;
1- Pegar a tampa da bancada;
2- Encaixar o cabo flat;
3- Encaixar a tampa no decoder;
Posturas Adotadas nas Tarefas
Seqüência de ações Biomecânica Parte do corpo
Pegar a tampa da Bancada
FREQUÊNCIA: Intermitente
- Rotação
- Rotação externa
- Cervical
- Ombro Esq.
10
Encaixa o cabo flat
FREQUÊNCIA: Intermitente
- Flexão
- Flexão com rotação
interna.
- Discreta Flexão
- Cervical
- Ombro Dir.
- Punho
Encaixar a tampa do decoder
FREQUÊNCIA: Intermitente
- Flexão
- Flexão
- Flexão
- Cervical.
- Ombro.
- Cotovelos.
TRADUÇÃO DA FREQUÊNCIA
1. PERMANENTE A exposição se processa durante toda a jornada de trabalho sem interrupção.
2. INTERMITENTE A exposição se repete algumas vezes durante a jornada de trabalho com os tempos
somado totalizando longos períodos.
3. EVENTUAL A exposição se repete algumas vezes durante a jornada de trabalho, com os
tempos somados totalizando curtos períodos
4. ESPORÁDICO A exposição se repete em períodos irregulares, não fazendo parte da jornada
normal de trabalho
5. Análise dos Equipamentos dos Postos de Trabalho. Requisito NR (17.4)
Todos os equipamentos que compõem o posto de trabalho estão adequados às características psicofisiológicas dos
trabalhadores e à natureza do trabalho executado.
6. Análise das Condições Ambientais de Trabalho. Requisito NR (17.5)
Conforme PPRA vigente 2011
Todos os valores encontrados atendem a legislação.
Ambiente climatizado. Iluminação artificial.
REQUISITOS
VALORES
ENCONTRADO
S
LIMITE
TOLERÁVE
L
RUIDO (dB) 79,7 85
TEMPERATURA
(IBUTG) Ambiente
climatizado -
LUMINOSIDADE 812 300
4. Análise do Mobiliário do Posto de Trabalho. Requisito NR (17.3)
O mobiliário utilizado no posto de trabalho atende aos requisitos da NR. Possuindo;
Altura ajustável à estatura do trabalhador;
Características de pouca ou nenhuma conformação do assento;
Borda frontal arredondada;
Encosto com forma levemente adaptada ao corpo para a proteção da região lombar.
O posto de trabalho dispõe de apoio para os pés ajustados corretamente com relação à altura do
colaborador.
11
(LUX)
O ruído está abaixo do limite de tolerância segundo o
anexo I da NR 15.
A temperatura está abaixo do limite de tolerância.
A iluminação esta atendendo a exigência da NBR 5413.
Espaço físico: Suficiente para o desenvolvimento
da atividade desenvolvida.
7. Análise da Organização do Trabalho. Requisito NR (17.6)
a) Norma de produção
Atividade Principal: Encaixar a tampa do decoder.
Pressão por produtividade: Não foi identificado.
Regime de trabalho: O empregado trabalha em regime
de cinco (5) por dois (2). Em horário comercial com
início às 06h00minh até as 15h45minh de segunda-feira
a sexta-feira Com uma hora para a refeição e pausas de
10 minutos pela tarde e pela manhã.
Carga horária: 8:00h por dia.
Ausentar-se do posto: O trabalhador possui liberdade
para ausentar-se com objetivo de atender as
necessidades fisiológicas (Ingerir água e ir ao sanitário)
desde que avise previamente o líder de produção.
b) Exigência de tempo.
O trabalho é considerado moderado e é realizado de
forma intermitente, com micro pausas de
aproximadamente 2 segundos entre cada ciclo da
atividade.
c) Ritmo de trabalho
Dentro das condições das ações técnicas realizadas pelo
trabalhador durante a execução da atividade o ritmo é
considerado moderado.
d) Conteúdo das tarefas
A tarefa possui as seguintes atividades:
1- Pegar a tampa da bancada;
2- Encaixar o cabo flat;
3- Encaixar a tampa no Decoder.
e) Mecanismo de regulação.
Há pausas rápidas para beber água e ir ao banheiro,
livremente, de acordo com a necessidade do trabalhador,
desde que avise previamente o líder de produção.
A empresa XXXXX possui um programa de ginástica
laboral que acontece diariamente por um período de 10
minutos às 9h e 30mim;
Existe também o acompanhamento fisioterapeutico
12
especializado em ergonomia, para proporcionar um
ambiente de trabalho saudável ao trabalhador.
f) Análise dos Aspectos e Impactos
Impacto da tecnologia sobre os trabalhadores O trabalho é realizado de forma manual não existindo a
necessidade do uso de ferramentas manuais.
Impacto da condição do maquinário e
mobiliário atual sobre os trabalhadores
A altura da bancada com relação à cadeira não exige
movimentos biomecanicamente desnecessário ou que
por ventura poderiam ser lesivos ao trabalhador.
Impacto de material e matéria prima sobre os
trabalhadores
Não foi identificado.
Impacto de método sobre os trabalhadores
O método de encaixe do cabo flat poderia ser melhorado
com a orientação do trabalhador quanto a melhor forma
do encaixe.
Impacto das políticas e práticas relacionadas à
gestão de pessoas sobre os trabalhadores
Não foi identificado.
8. Análise Quanto ao Risco Ergonômico
Preocupações Ergonômicas / Fatores Biomecânicos
Interfaciais N.A.;
Posturais e biomecânica A ação de maior significância presente na atividade é a
ação de encaixe do cabo flat, durante esse encaixe
acontecem movimentos de flexão de ombro em torno de
50 graus de amplitude, este estando dentro do limite
aceitável de acordo com estudos direcionados.
Movimentacionais N.A.
Psicossociais Não foi identificado conflito entre indivíduos, e grupos
sociais, dificuldades de comunicação e interações
interpessoais;
Espaciais/Arquiteturais:
Não foi identificado problema de isolamento acústico,
insolação, aeração e iluminação natural do ambiente,
áreas de circulação e layout de instalações das estações de
trabalho, ambiência gráfica, cores do ambiente e dos
elementos de arquitetura.
Informacionais Não foram identificados problemas com visibilidade,
legibilidade, compreensibilidade e quantidade de
informação.
13
Organizacionais:
O colaborador é treinado para a execução das suas
atividades, é oferecida a participação nos lucros da
empresa anualmente, existem metas a serem cumpridas.
Instrumentais: Não é feita a utilização de nenhum instrumento na
realização da atividade.
Esforço físico em realizar a atividade:
A atividade não requer esforço físico quanto a sua
realização, não é feito o transporte manual de carga, não há a
necessidade de deslocamento ou outro fator que poderia vir
a requerer do trabalhado a realização de grande esforço
físico.
9. Conclusão das análises Ergonômicas
Para fins de estudo destas atividades foi feito o estudo minucioso da biomecânica corporal em cada posto
de trabalho, que mostrou a inexistência de posturas ou padrões de movimentos que poderiam vir a gerar
desconforto ao colaborador, isso se levando em consideração estudos recentes de angulações e padrões de
movimento considerados de risco.
Para quantificar os riscos da atividade estudada foram aplicadas ferramentas de análise ergonômica
internacionalmente reconhecidas como RULA, REBA, e Moore & Garg.
A aplicação da ferramenta ergonômica RULA possui uma variação de escores entre 1 e 7 sendo que os
valores 1 e 2 representam ausência de risco, 3 e 4 baixo risco 5 e 6 riscos médios e 7 alto risco de lesão, para o
posto de colocação da tampa a ferramenta apresentou o escore 3 que caracteriza a atividades com baixo
potencial para o desencadear de lesões.
A ferramenta REBA, possui uma variação de escore entre 1 e 15 onde 1 representa ausência de risco, 2 e
3 baixo risco de lesão, de 4 a 7 risco médio, de 8 a 10 alto risco de lesão e de 11 a 15 risco muito alto de lesão.
A aplicação da ferramenta REBA para o posto de colocação da tampa apresentou escore 4 que indica baixo
risco de lesões.
O quadro de interpretação da ferramenta Moore & Garg interpreta valores menores que 3 como baixo
risco de lesões biomecânicas, valores entre 3 e 7 risco duvidoso ou questionável, valores maior que 7 como alto
risco de lesão biomecânica. Para o posto de colocação da tampa a ferramenta apresentou um escore de 2 que
quantifica a atividade como baixo risco de lesão biomecânica.
COM BASE NA OBSERVAÇÃO DIRETA, NA AUSÊNCIA DE POSTURAS BIOMECÂNICAS
DESFAVORÁVEIS PARA OS SEGMENTOS ESTUDADOS, NOS VALORES APRESENTADOS PELAS
FERRAMENTAS DE ANÁLISE ERGONÔMICA, NA IMPLEMENTAÇÃO DAS MEDIDAS DE MITIGAÇÃO
ADOTADAS PELA EMPRESA, COM TUDO ISSO É POSSÍVEL CONCLUIR QUE A ATIVIDADE NÃO
REPRESENTA FATOR DE RISCO.
10. Termo de encerramento
A presente AET (Análise Ergonômica do Trabalho) da xxxxxxxx, do setor de produção na atividade de
colocar a tampa do decoder realizada no mês de Junho de 2011, tendo sido elaborada e desenvolvida pelos
profissionais abaixo assinado, no total de 07 (sete) folhas, sendo todas as páginas rubricadas e esta devidamente
assinada. Não contendo nada no verso.
14
11. Referencias bibliográficas
COUTO. Hudson de Araujo. Como gerenciar a questão das ler/DORT: lesões por esforços repetitivos,
distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. Ed. Ergo, 1998.
DUTTON, Mark. Fisioterapia Ortopédica, exame, avaliação e intervenção. Ed. Artmed, 2006.
MONTEIRO NETO. Luis Ferreira. Avaliação Admissional. apostila. Bio cursos AM, 2009.
VERONESI JUNIOR. José Ronaldo. Fisioterapia do trabalho: cuidando da saúde funcional do
trabalhador. Ed. Andreoli, 2008.
2.3 Planilha de controle do revezamento
A adoção do rodízio nas tarefas ajuda a reduzir a sobrecarga existente em diversas atividades,
sobretudo se as atividades forem biomecanicamente críticas, podendo gerar lesões para os
trabalhadores. Muitas empresas que instituiu o rodízio em sua organização o consideram
muito positivo, pois possibilita que o trabalhador realize padrões diferentes de movimentos,
evitando o aparecimento de doenças (COUTO, 2002).
Criada para manter o controle de informações e ações, decorrente do revezamento das
atividades executadas pelos funcionários do programa de reintegração. Possui dados como:
1. Setor de trabalho;
2. Postos de trabalho;
3. Nome dos funcionários;
4. Horários da troca de posto/atividade( revezamento)
5. Pausas existentes
Fig. Planilha de controle de Revezamento
2.4 Acompanhamento da evolução do estado físico até o restabelecimento e reintegração
a estrutura da empresa.
15
O acompanhamento ocorre diariamente sendo executado através de fichas de anotações, onde
o funcionário poderá relatar qualquer evento do dia, tendo por finalidade verificar e registrar o
sintomas físicos referidos e situações que decorrem por parte das atividades que estão sendo
desempenhadas.
Levando em consideração e respeitando a individualização física, psíquica e intelectual de
cada indivíduo, são realizadas reavaliações, incluindo solicitação de novos exames para a
confirmação do restabelecimento funcional, tais ações acontecem em intervalos que variam de
4 (quatro) a 6 (seis) meses, com finalidade de verificar a evolução clínica funcional do
funcionário.
FICHA DE ACOMPANHAMENTO IN LOCUO
Nome:....................................................................................................................................................... ......
Data:......../........./............ Hora: ..................Posto:..................................................... .....Linha:.................
Informações Colhidas :
Presença de Dor? ( ) Sim ( ) Não
.....................................................................................................................................................................................
.................................................................................................................................................................................
Data:......../........./............ Hora: ..................Posto:..........................................................Linha:.................
Informações Colhidas :
Presença de Dor? ( ) Sim ( ) Não
.....................................................................................................................................................................................
.....................................................................................................................................................................................
Fig.4 Ficha de Acompanhamento
2.5 Saída do Colaborador reestabelecido do programa de reintegração
E ainda: “o indivíduo é considerado capaz para exercer uma determinada atividade ou
ocupação quando reúne as condições morfopsicofisiológicas compatíveis com o seu pleno
desempenho” (TREZUB, 2006).
Ao passo que os eventos culminam para o desfecho esperdado após o restabelecimento do
funcionário o mesmo é reinserido no coxtesto das atividades como um todo da empresa.
16
TERMO DE LIBERAÇÃO DO PROGRAMA DE REINTEGRAÇÃO PROFISSIONAL
Declaramos para os devidos fins que a colaboradora XXXXXXXXXXXXXXX, fez parte do programa de
reintegração profissional da Empresa XXXXXXX desde o dia 22/10/2010 por ter sido afastada pelo INSS
apresentando exame que constatou doença osteo-muscular e que no presente momento, após a realização de
novos exames que constataram não haver nenhuma alteração às estruturas queixadas anteriormente, não havendo
ainda qualquer queixa por parte da trabalhadora, e que o objetivo do programa foi alcançado, NÃO
APRESENTANDO ATUALMENTE NENHUMA LIMITAÇÃO FÍSICA FUNCIONAL não havendo assim a
necessidade da permanência desta no programa de reintegração.
Manaus, 20 de junho de 2011
___________________________________ ____________________________________
XXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXX
Fisioterapeuta Responsável Fisioterapeuta Responsável
Fig. Termo de Leiberação do Programa
5.Conclusão
Após o retorno que geralmente é de um período longo de afastamento, funcionários se
deparam com um cenário onde a situação é o desconhecido, sentimentos de insegurança,
angustia onde quase sempre encontram um ambiente com pouca receptividade por parte da
empresa tendo ainda que lidar com a rejeição dos colegas, pelas limitações apresentadas.
Nesse contexto as empresas necessitam ficar com um funcionário com baixa produtividade,
não podendo exigir desempenho, fez-se necessário neste estudo mostrar a importância da
implementação de um programa que viesse suprir tais necessidades tanto do funcionário
quanto da empresa, deixando de lado o descaso e o despreparo por parte desta.
O programa vem se mostrando eficaz ao passo que os objetivos anunciados tanto no
atendimento e cumprimento normativo quanto na recuperação físico funcional de
funcionários, quando por estes adotadas as devidas ações do programa tornando freqüente o
retorno de funcionários a plena atividade , tendo ainda como retorno por parte desde, o baixo
índice de um novo afastamento com nexo ocupacional, além disso, se resguardando para
possíveis causas trabalhistas.
Referencial
COUTO. Hudson de Araujo. Como gerenciar a questão das ler/DORT: lesões por esforços
repetitivos, distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. Ed. Ergo, 1998.
COUTO. Hudson de Araujo. Ergonomia Aplicada ao Trabalho.Conteudo Basico Guia
Pratico. Ed.Ergo,2007.
DUTTON, Mark. Fisioterapia Ortopédica, exame, avaliação e intervenção. Ed. Artmed,
2006.
LIDA. Itiro. Ergonomia Projeto e Produção. Ed.
OLIVEIRA. João Ricardo Gabriel. A pratica da Ginastica Laboral Ed. Sprint,2002.
MENDES. Ricardo Alves, LEITE.Neiva. Ginástica Laboral-Principios e Aplicação
Práticas. Ed. Manole,2008.
17
MONTEIRO NETO. Luis Ferreira. Avaliação Admissional. apostila. Bio cursos AM, 2009.
VERONESI JUNIOR. José Ronaldo. Fisioterapia do trabalho: cuidando da saúde
funcional do trabalhador. Ed. Andreoli, 2008.
ABRAHÃO. Julia Issy. Reestruturação Produtiva e Variabilidade do Trabalho: Uma
Abordagem da Ergonomia. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ptp/v16n1/4387.pdf.
Acesso em 02/08/11.
AUGUSTO, V. et al. Um olhar sobre as LER/DORT no contexto clínico do
fisioterapeuta. Disponivel em : http://www.scielo.br/pdf/rbfis/v12n1/10.pdf. Acesso em 02/08/11.
BARTH. Deise Cristina. et AL. ANÁLISE DO IMPACTO DO RODÍZIO NO GRAU DE
RISCO POSTURAL E DE DESCONFORTO/DOR DE TRABALHADORES NA
DESOSSA DE FRANGO. Disponível em:
http://scholar.googleusercontent.com/scholar?q=cache:xUHRtOen_pUJ:scholar.google.com. Acesso em 02/08/11
BREGADA. Marília Meyer, LOPES. Roseli Esquerdo. O PROGRAMA DE
REABILITAÇÃO PROFISSIONAL DO INSS: APONTAMENTOS INICIAIS A
PARTIR DE UMA EXPERIÊNCIA. Disponível e:
http://www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/article/view/466.
Acesso em 02/08/11.
CAÑELLAS. Katia, et al. ADEQUAÇÃO ERGONÔMICA DE POSTOS DE
TRABALHO DE ESCRITÓRIOS EM BLUMENAU SC. Disponível: http://www.go-to-
idee.com.br/public/uploads/artigos/CKVENCAC2009Adequac%CC%A7a%CC%83o%20erg
ono%CC%82mica%20de%20postos%20de%20trabalho%20de%20escrito%CC%81rios%20e
m%20Blumenau%20SC.pdfv. Acesso em 07/08/11.
DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO - DECRETO 7.331 DE 19/10/2010 ALTERA O
REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL EM RELAÇÃO AO PPRA/PCMSO.
Disponível em : http://www.segurancanotrabalho.eng.br/noticia/01112010_4.pdf. Acesso em
02/08/11.
FILHO. João Carlos Pinto. NTEP e FAP ENTRAM EM VIGOR A PARTIR DE JANEIRO
DE 2010. Disponível: http://www.segurancanotrabalho.eng.br/artigos/fap_ntep_2010.doc.
Acesso em:07/08/11.
FILUS, Rodrigo, OKIMOTO. Maria Lúcia. O EFEITO DO TEMPO DE RODÍZIOS
ENTRE POSTOS DE TRABALHO NOS INDICADORES DE FADIGA MUSCULAR –
O ÁCIDO LÁTICO. Disponível em:
http://demec.ufpr.br/laboratorios/ergonomia/pdf/abe06RF.pdf. Acesso em 07/08/11.
JUNIOR. Elifas Laboissière. FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO (FAP) E
NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO: CARACTERÍSTICAS E GENERALIDADES.
Disponível em : http://www.ipog.edu.br/revistaipog/admin/uploads/artigos/13.pdf. Acesso em
02/08/11.
18
LONGEN. Willians Cassiano. GINÁSTICA LABORAL NA PREVENÇÃO DE
LER/DORT ? UM ESTUDO REFLEXIVO EM UMA LINHA DE PRODUÇÃO.
Disponível:
http://www.personalrobson.com.br/uploads/preven%C3%A7%C3%A3o%20da%20ler%20e%
20dort%20com%20laboral.pdf. Acesso: 07/08/11
MAEMO. Maria. Lesões por esforços repetitivos – LER. Disponível:
http://www.coshnetwork.org/sites/default/files/caderno8%20ler.pdf. Acesso em 07/08/11.
MAURO. Maria Yvone Chaves, et al. ESTUDO ERGONÔMICO DO TRABALHO DE
ENFERMAGEM FOCADO NOS RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS EM
UNIDADES DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO. Disponível: http://www.anent.org.br/congressos/III_congresso/PDF/estudo_ergonomico_do_trabalho_de_enfe
rmagem.pdf. Acessado em 07/08/11.
OLIVEIRA. Paulo Rogério Albuquerque. NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO
PREVIDENCIÁRIO – NTEP. Disponível:
http://www.spbancarios.com.br/download/17/nexo_epid2.pdf. Acesso: 07/08/11.
REVISTA PROTEÇÃO. Cresce o registro de doenças com o NTEP. Dísponível:
http://www.segurancanotrabalho.eng.br/noticia/doencasntep.pdf. Acesso em: 07.08.11.
RIBEIRO. Ana Rosa, et al. Implementação de rotação de trabalho em uma metalúrgica
de produtos Eletrônicos. Disponível:
http://revista.feb.unesp.br/index.php/gepros/article/viewFile/169/117. Acesso em 07/08/11.
ROSA. Marcos Antonio Salles, PILATTI. Luiz Alberto. Qualidade de vida no trabalho e a
legislação pertinente. Disponível: http://www.efdeportes.com/efd93/trabalho.htm. Acesso
em 07/08/11.
SARDÁ. Jamir João Junior, et al. Preditores de retorno ao trabalho em uma população de
trabalhadores atendidos em um programa de reabilitação profissiona. Disponível:
http://www.actafisiatrica.org.br/v1/controle/secure/Arquivos/AnexosArtigos/A284DF1155EC
3E67286080500DF36A9A/Acta_16_2_81_86.pdf. Acesso em 07/08/11.
SCOPEL. Miriam Junqueira. RETORNO AO TRABALHO: TRAJETORIA DE
TRABALHADORESMETALURGICOS PORTADORES DE LER/DORT. Disponóvel
em: http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/7233/000497098.pdf?sequence=1.
Acesso em 02/08/11.
VIDAL. Mario Cesar. INTRODUÇÃO À ERGONOMIA. Disponível:
http://maxipas1.tempsite.ws/principal/pub/anexos/20080808053544introducaoergonomia.pdf.
Acesso em 07/08/11.
WICZICK. Rodrigo Mendes, et al. A eficácia da fisioterapia preventiva do trabalho na
redução do número de colaboradores em acompanhamento no ambulatório de
fisioterapia de uma indústria de fios têxteis. Disponível em:
http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/763.pdf . Acesso em 02/08/11.
Recommended