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2º Ciclo de Estudos
Mestrado em Ensino de História e Geografia no 3º Ciclo do
Ensino Básico e Ensino Secundário
A pertinência da saída de campo no processo de aprendizagem de História e Geografia. O caso do Alto Douro Vinhateiro Joel Diogo Birrento Aguiar
M 2016
2
Joel Diogo Birrento Aguiar
A pertinência da saída de campo no processo de
aprendizagem de História e Geografia. O caso do Alto
Douro Vinhateiro
Relatório realizado no âmbito do Mestrado em Ensino de História e Geografia do
Ensino Básico e Ensino Secundário, orientado pelo Professor Doutor Luís Antunes
Grosso Correia
Coorientada pela Professora Doutora Maria Felisbela de Sousa Martins
Supervisores de Estágio, Professor Doutor Luís Alberto Marques Alves e Carmen do
Céu Gonçalves Ferreira
Faculdade de Letras da Universidade do Porto
setembro de 2016
iii
A pertinência da saída de campo no processo de
aprendizagem de História e Geografia. O caso do Alto
Douro Vinhateiro
Joel Diogo Birrento Aguiar
Relatório realizado no âmbito do Mestrado em Ensino de História e Geografia do
Ensino Básico e Secundário, orientado pelo Professor Doutor Luís Antunes Grosso
Correia
coorientada pela Professora Doutora Maria Felisbela de Sousa Martins
Orientadoras de Estágio, Dra. Deolinda Dias e Dra. Sandra Nunes
Supervisores de Estágio, Professor Doutor Luís Alberto Marques Alves e Carmen do
Céu Gonçalves Ferreiras
Membros do Júri
Professor Doutor Luis Alberto Marques Alves
Faculdade de Letras - Universidade do Porto
Professor Doutor Luís Antunes Grosso Correia
Faculdade de Letras – Universidade do Porto
Professora Doutora Maria Helena Mesquita Pina
Faculdade de Letras- Universidade do Porto
Classificação obtida: 18 valores
iv
Agradecimentos
No culminar de um trabalho desta natureza, procuro manifestar a minha
sincera gratidão e reconhecimento a todos aqueles que, direta ou indiretamente
contribuíram para a realização deste trabalho.
Em primeiro lugar, aos meus Orientadores, o Professor Luís Grosso Correia e
a Professora Felisbela Martins, pela dedicação, pelas orientações, pela
disponibilidade, pelos conselhos e profissionalismo. Foram duas pessoas muito
importantes em que ao longo destes dois anos, aprendi bastante sobre o ensino da
História e Geografia. Sem dúvida, que contribuíram para a minha evolução enquanto
professor.
À Professora Sandra Nunes, minha Orientadora Pedagógica em História,
agradeço a forma humana como me recebeu e todos os ensinamentos transmitidos.
Uma palavra muito especial para a Professora Deolinda Dias, minha
Orientadora Pedagógica no âmbito do estágio na disciplina de Geografia, por toda a
colaboração que teve na elaboração desta atividade. Agradecer todo o seu apoio,
ensinamentos e incentivos que me transmitiu desde o início do ano letivo 2015/2016 e
que me tornaram no professor que sou hoje.
Aos meus colegas de estágio, Francisco Pereira e Olinda Ribeiro, por tudo o
vivemos juntos e pelas conversas e desabafos, que muitas vezes traziam um novo
ânimo. Agradecer as suas presenças nesta atividade, pois sem eles não seria possível a
sua realização.
Uma palavra especial para os meus amigos e colegas de Mestrado, Hugo
Moreira e Rita Mendonça, que certamente serão amigos para toda a vida e que foram
um bom apoio. A todos os meus colegas praxistas que me acompanharam desde o 1º
ano da Licenciatura até este momento, o meu obrigado. Grandes momentos passados
e vividos que jamais serão esquecidos.
A toda a comunidade educativa da Escola Secundária João Gonçalves Zarco,
pela forma simpática e acolhedora como me receberam e permitiram que participasse
nas atividades desenvolvidas.
v
Essenciais para a concretização deste trabalho foram as duas turmas de 11º
ano que participaram nesta saída de campo, a eles vão os meus agradecimentos pois,
fizeram-me crescer enquanto pessoa e enquanto professor.
Agradeço, de uma forma especial, a todos os meus amigos e companheiros de
arbitragem de basquetebol, que me apoiaram neste ano difícil e me possibilitaram
subir de categoria na arbitragem.
Aos meus pais, avó e irmão, por toda a paciência, apoio e compreensão que
demonstraram durante este período. Pelo interesse, carinho e dedicação
incondicionais, ao longo de todo o meu percurso académico, o mais sincero obrigado
aos meus pais.
vi
Resumo
Atualmente, sendo as saídas de campo uma experiência de aprendizagem cada
vez menos utilizadas pelos professores, procuramos ao longo deste trabalho perceber
qual o impacto e a pertinência que a realização deste género de atividades pode ter ao
nível das aprendizagens desenvolvidas pelos alunos, especialmente nas áreas
disciplinas de História e Geografia. Numa época em que se fala cada vez mais do uso
de novas tecnologias na sala de aula, pretendemos implementar uma estratégia de
aprendizagem que não decorre no espaço da sala de aula, mas que permite aos alunos
construir o seu conhecimento de uma forma mais apelativa e motivadora.
Desenvolvido no âmbito do estágio pedagógico, realizado na Escola
Secundária João Gonçalves Zarco, no ano letivo 2015/2016, o presente estudo
concretizou-se através da realização de uma saída de campo à cidade de Peso da
Régua, para duas turmas do 11º ano de escolaridade. Pretendíamos com este estudo,
tentar integrar a História e a Geografia nesta região, fazendo com que os alunos
aplicassem os conhecimentos aprendidos na sala de aula, no espaço onde estavam
inseridos. Era nosso objetivo também saber qual a evolução que os alunos iriam ter
entre o antes e o depois da realização desta atividade.
Para a recolha e tratamento dos dados foram utilizados instrumentos diversos
(na sua maioria, questionários), posteriormente submetidos a uma análise de cariz
quantitativo ou qualitativo, consoante a natureza dos dados suscitados. As opiniões
expressas pelos alunos também foram análise de conteúdo de respostas para verificar
os momentos que mais destacaram nesta experiência.
Análise de todos estes dados revelou uma melhoria significativa de
conhecimentos dos alunos depois de terem efetuado a saída de campo. Da análise ao
conteúdo das opiniões dos alunos, estes identificaram várias aspectos positivos que
decorreram na realização desta atividade. Ficou claro, qua a implementação das saídas
de campo aliadas ao desenvolvimento do trabalho de campo com os alunos, é uma
excelente estratégia de ensino-aprendizagem.
Palavras-chave: saída de campo; trabalho de campo; Alto Douro
Vinhateiro; História; Geografia; paisagem
vii
Abstract
Currently, with the field trips a learning experience less and less used by
teachers, we seek throughout this work to realize the impact and the importance of
carrying out this kind of activities can have in terms of learning developed by the
students, especially History and Geography subjects. At a time when we talk
increasingly the use of new technologies in the classroom, we intend to implement a
learning strategy that does not arise in the classroom space, but allows students to
build their knowledge in a more appealing way and motivating.
Developed in the teaching practice, held in the Escola Secundaria João
Gonçalves Zarco, the school year 2015/2016, this study manifested itself by
conducting a field trip to the city of Peso da Regua, for two groups of the 11th degree
schooling. We intended with this study, try to integrate the history and geography in
this region, so that the students applied the knowledge learned in the classroom, in the
space where they were inserted. Our goal was also to know the progress that students
would be between the before and after this activity.
For the collection and processing of data various instruments were used
(mostly questionnaires), subsequently subjected to an analysis of quantitative and
qualitative, depending on the nature of raised data. The opinions expressed by the
students were also responses from content analysis to check the moments that stood
out in this experience.
From the analysis of all these dates revealed a significant improvement of
knowledge of students after they have made the field trip. Analyzing the content of
the students opinions they identified several positive aspects that took place in this
activity. It was clear, the field trips implementation allied to the development of field
work with students is an excellent teaching-learning strategy.
Keywords: field trip; fieldwork; Douro vineyards; History; Geography; landscape
viii
Índice
Agradecimentos .......................................................................................................... iii
Resumo ......................................................................................................................... vi
Abstract ...................................................................................................................... vii
Introdução .................................................................................................................... 1
Capítulo I – Enquadramento teórico do estudo ........................................................ 3
1. As atividades práticas fora do contexto da sala de aula ................................................ 3
1.1 As visitas de estudo, saídas de campo e trabalho de campo: conceitos e
potencialidades. ...................................................................................................... 4
1.2 As potencialidades educativas das saídas de campo ........................................ 8
1.3 Aspectos a considerar na organização de uma saída de campo ..................... 10
1.4 Limitações na realização de saídas de campo ................................................ 13
1.5 A importância do trabalho de campo ............................................................. 15
2. A região do Alto Douro Vinhateiro ..................................................................................17
2.1 A delimitação da Região Demarcada do Douro ............................................ 18
2.2 Critérios utilizados para a justificação da candidatura .................................. 19
Capítulo II – Enquadramento metodológico do estudo ......................................... 23
1. Delimitação do âmbito do estudo ......................................................................................23
1.1 A Escola Secundária João Gonçalves Zarco .................................................. 24
1.2 Seleção e caracterização da amostra .............................................................. 25
2. A saída de campo ...................................................................................................................27
2.1 A preparação da saída de campo .................................................................... 27
2.2 A realização da saída de campo ..................................................................... 33
3. Instrumentos de recolha de dados ......................................................................................36
3.1 O Questionário Inicial .................................................................................... 36
3.2 O guião da saída de campo ............................................................................ 37
3.3 Balanço da saída de campo ............................................................................ 39
3.4 O Questionário Final ...................................................................................... 40
4. Tratamento da informação recolhida ................................................................................40
4.1 A Análise Quantitativa ................................................................................... 40
ix
4.1.1 O guião da saída de campo ....................................................................... 40
4.2 A Análise Qualitativa ..................................................................................... 41
4.2.1 O Questionário Inicial e o Questionário Final .......................................... 41
4.2.2 O guião da saída de campo ....................................................................... 42
4.2.3 Balanço dos alunos ................................................................................... 43
Capítulo III – Apresentação dos resultados ............................................................ 44
1. Questionário Inicial ...............................................................................................................45
1.1 Sensações descritas pelos alunos antes da saída de campo ............................ 48
2. Guião da saída de campo ..................................................................................................... 50
2.1 Sensações descritas pelos alunos durante a saída de campo .......................... 53
2.2 Temas que os alunos mais aprofundaram durante a saída de campo ............. 55
3. Opinião dos alunos sobre a saída de campo ...................................................................56
4. Questionário final ...................................................................................................................62
Capítulo IV – Interpretação dos resultados ............................................................ 67
1. Descrição sumária da saída de campo e do ambiente vivido – perspectiva do
professor ........................................................................................................................................67
2. Os instrumentos de recolha .................................................................................................69
2.1 Questionário Inicial ........................................................................................ 69
2.2 O guião da saída de campo ............................................................................ 70
2.3 Questionário Final .......................................................................................... 71
3. Percepções dos alunos ..........................................................................................................72
4. A temática de estudo da saída de campo .........................................................................73
Considerações Finais ................................................................................................. 75
Bibliografia ................................................................................................................. 79
Anexos ......................................................................................................................... 83
1
Introdução
Com a realização deste relatório, pretendemos apresentar os resultados do
trabalho de investigação levado a cabo durante o estágio pedagógico, realizado no
âmbito do Mestrado em Ensino de História e Geografia no 3º Ciclo do Ensino Básico
e Secundário. A iniciação à prática profissional decorreu na Escola Secundária João
Gonçalves Zarco, durante o ano letivo 2015/2016.
As saídas de campo, e o seu papel no processo de ensino-aprendizagem das
disciplinas de História e de Geografia, aparecem aqui como o tema central deste
trabalho. Assim, a investigação foi estruturada para dar resposta a um objetivo: saber
a pertinência que as saídas e o trabalho de campo possuem na evolução dos
conhecimentos por parte dos alunos. Para dar resposta a este desafio levantado, foi
planeada e implementada uma saída de campo à cidade de Peso da Régua e região
Demarcada do Douro, para duas turmas do 11º ano de escolaridade, cujo principal
objetivo era levar os alunos a conhecer uma realidade distinta da que estavam
habituados e desenvolver competências históricas e geográficas.
No primeiro capítulo deste relatório, pretendemos enquadrar teoricamente a
problemática em estudo, centrando a nossa atenção, em primeiro lugar, na distinção
de conceitos como: visitas de estudo, saídas de campo e trabalho de campo.
Procuramos também desenvolver as vantagens e limitações das saídas de campo,
assim como, da importância que o trabalho de campo possuí neste tipo de atividade.
Além disso, procuramos desenvolver um pouco sobre o Alto Douro Vinhateiro, como
surgiu e quais foram os critérios utilizados para que fosse declarado e formalmente
homologado como património mundial pela UNESCO.
No segundo capítulo, apresentamos as opções metodológicas subjacentes à
realização do estudo de caso, começando por delimitar o universo de estudo e amostra
selecionada. No seguimento, são identificados os objetivos da investigação, assim
como as diversas etapas que incorporam a preparação e a implementação da saída de
campo a Peso da Régua. No final deste capítulo, são demonstrados os instrumentos de
recolha de dados construídos e aplicados, bem como os procedimentos adotados no
tratamento da informação.
2
O terceiro capítulo, é dedicado à apresentação dos resultados obtidos dos
instrumentos de recolha de dados utilizados, fase anterior, durante e depois da saída
de campo.
Na sequência do capítulo III, surge a interpretação de dados contemplada no
capítulo IV, onde procuramos resumidamente interpretar os dados apresentados no
capítulo III.
Por fim, o relatório termina com algumas considerações finais, onde se
salientam os aspetos mais importantes deste trabalho de investigação, bem como as
conclusões do estudo, das limitações do mesmo e das perspetivas de investigação
futura sobre esta temática.
3
Capítulo I – Enquadramento teórico do estudo
Ao longo do presente capítulo pretendemos explicitar de uma forma clara, os
referenciais teóricos que sustentam este estudo. Neste presente trabalho, começamos
por clarificar o conceito de visita de estudo, saída de campo e trabalho de campo,
assim como, as potencialidades de cada um. Para além disto, iremos identificar qual o
melhor conceito que se adequa a este trabalho e justificar corretamente. De seguida,
será apresentado as potencialidades, organização e limitações de uma saída de campo,
assim como da importância do trabalho de campo. Para concluir o capítulo, irá ser
procedida a caracterização da região do Douro, dando destaque ao processo que a
conduziu a património mundial da UNESCO.
1. As atividades práticas fora do contexto da sala de aula
As atividades práticas sempre tiveram uma importância relevante nos
currículos de ciências pelas potencialidades que possuem no desenvolvimento de
capacidade dos jovens. Porém, é também no nosso entender importante em áreas
disciplinares como História e Geografia.
Ao analisarmos a definição de atividade prática, podemos verificar que esta
está longe de ser consensual. Para Hodson (1992 apud Almeida, 1992, p.43)
“qualquer estratégia de aprendizagem que exija num aluno uma atitude ativa em vez
de passiva, levando a aprender melhor com a experiência direta, pode ser designada
por atividade prática”. Apesar de esta definição que Hodson atribui, existe uma outra
perspetiva de Miguéns (1991) que considera as atividades práticas, os exercícios, as
experiências, as experimentações, as demonstrações, as investigações ou projetos e
trabalho de campo. Ao constatar as duas visões, no nosso entender a visão sobre
atividade prática dada por Miguéns é mais direcionada e objetiva para o estudo em
questão.
4
1.1 As visitas de estudo, saídas de campo e trabalho de campo: conceitos e
potencialidades.
O professor ao longo do seu percurso profissional, contacta com diversas
realidades dentro da sala de aula. Nessa realidade, acaba por contactar com turmas e
alunos que são completamente diferentes nos mais diversos níveis: escolar, familiar,
económico, social e cultural. O facto de contactar com realidades tão diferentes,
obriga também ao professor se adaptar a cada turma e a formular estratégias de
ensino-aprendizagem diversificadas. O facto de o professor se ir reformulando ao
longo do tempo, acaba por fazer com que não fique acomodado ao longo do seu
percurso profissional, mas também proporciona aos alunos novas oportunidades de
sucesso escolar. Neste sentido, e sendo História e Geografia consideradas disciplinas
teórico-práticas, achamos as atividades práticas realizadas fora do contexto da sala de
aula uma experiência educativa que o professor pode e deve promover durante o
processo de ensino-aprendizagem.
Ao analisarmos qual o melhor conceito que se adequa às atividades fora do
contexto da sala de aula, somos logo direcionados para o conceito de visita de estudo.
Se analisarmos o conceito de visita de estudo, de acordo com o Ofício do ME/DREN
nº 21/4 de 11 de Março de 2004, este é designado da seguinte maneira: “Deverá
considerar-se visita de estudo toda e qualquer atividade decorrente do Projeto
Educativo da Escola e enquadrado no âmbito do desenvolvimento dos projetos
curriculares de escola/agrupamento e de turma, quando realizada fora do espaço físico
da escola ou da sala de aula” (ME/DREN, 2004).
Apesar disso, somos frequentemente confrontados com várias terminologias
como saída de campo, visita de campo, trabalho de campo, e saída de estudo, que
muitas vezes acabam por serem considerado como sinónimos de visita de estudo.
Porém, é importante ter a noção que apesar de todas estas terminologias serem
associadas a visitas de estudo, todas elas possuem um significado diferente. Neste
presente estudo apenas vamos centrar sobre distinguir o que é uma visita de estudo,
saída de campo e trabalho de campo.
Talvez, devido à existência da confusão de terminologias, (Almeida,1998)
considera que os termos saída de campo e visita de campo são termos mais restritos
por considerar que estão diretamente direcionados a deslocações em ambientes
5
abertos. Esta definição será importante para mais tarde definirmos qual o melhor
conceito para se empregar neste estudo. Para além da definição destes conceitos,
(Almeida, 1998) acaba por definir o termo trabalho de campo, “como algo que
envolve a execução de tarefas concretas, nomeadamente a recolha de seres vivos ou
amostra de rochas, o manuseamento de instrumentos vários para a recolha de dados
ou a cartografia de áreas delimitadas”. Apesar de esta definição não estar
efetivamente errada, na nossa opinião está muito dirigida, vocacionada para a área de
ciências, não correspondendo a uma verdadeira definição de trabalho de campo, como
iremos verificar mais à frente.
Ao analisarmos a existência de vários conceitos como por exemplo saída de
campo ou visita de campo, no nosso entender a diferença não é significativa, o que
traduz num mesmo significado. Este exemplo, aplica-se também aos conceitos saída
de estudo e visita de estudo. Todavia, existe uma ligeira diferença entre saída de
campo e visita de estudo que está diretamente relacionada com a sua conexão.
Podemos constatar desde logo uma diferença na utilização dos conceitos nas
áreas disciplinares de História e Geografia. Na área disciplinar de História, tanto no
meio académico como no meio escolar, é mais frequente a utilização do termo “visita
de estudo”. Na área de Geografia, com particular destaque no meio académico o
termo mais utilizado é saída de campo. Ao longo do meu percurso académico,
particularmente no ano em que realizei Erasmus em Espanha, todas as saídas fora do
contexto da faculdade eram designadas como saídas de campo.
No contexto educativo português, a utilização do termo visita de estudo é o
mais comum. Assim, este termo é utilizado numa área disciplinar de Espanhol como
numa área disciplinar de História ou Geografia. Mas será correto utilizar o mesmo
conceito para as mais diversas áreas disciplinares? Será uma visita de estudo na área
disciplinar de Geografia igual à área disciplinar de Português? A resposta é
obviamente negativa. Sendo assim, no nosso entender não faz sentido utilizarmos um
mesmo conceito que é comum a todas as áreas disciplinares, porém trabalhado de
uma maneira completamente diferente. Para além desta situação, atualmente os alunos
identificam muito uma visita de estudo como um passeio, o que não é de facto esse o
grande objetivo. Esta ideia de que as visitas de estudo acabam por ser associadas a
passeios, é defendida por Monteiro (1995) que apesar de considerar que as visitas de
estudo são das estratégias mais motivantes porque permite a saída do aluno do espaço
escolar, considera também que estas devem ser entendidas como mais que um simples
6
passeio. Na mesma linha de pensamento, Almeida (1998, p. 52) considera que a
principal dificuldade para muitos professores, está relacionada com a distinção entre o
conceito de visita de estudo e excursão.
O facto da existência de todos os documentos legais e normativos dos
organismo que tutelam a educação utilizarem o termo visita de estudo, também pode
estar diretamente relacionada com a utilização do mesmo.
Devido a esta conexão de visita de estudo com passeio/excursão, vários
autores referem que se deve formular outro tipo de objetivos para as atividades
realizadas fora da sala de aula, nomeadamente a realização de saídas de campo e
trabalho de campo. Para Del Carmén e Predinaci (1997) a realização destas atividades
dá mais ênfase à aprendizagem de aspetos conceptuais ou procedimentais, mas
defende que a definição de objetivos é imprescindível para tipo de atividades, com o
objetivo de o aluno aprender determinados conceitos, procedimentos e atitudes.
No seu estudo “As saídas, um recurso para a aprendizagem em educação
infantil”, Tejada Cuesta (2009) define saída de campo como sendo “uma experiência
educativa que se realiza em grupo e que implica um deslocamento dirigido a outros
espaços fora ou dentro do recinto escolar”. A autora defende que para a realização
deste tipo de atividades, tem que haver finalidades e objetivos previamente definidos.
Para além disso, destaca que esta atividade tal como outras, requere motivação e
planificação, elaborando os materiais necessários para o antes, o durante e o pós saída
de campo.
Para Brusi (1992 apud por Del Carmén e Predinaci, 1997) as saídas de campo,
favorecem um maior conhecimento do aluno do meio que o rodeia, pois permite que
tomem conhecimento da diversidade, complexidade e a multiplicidades de variáveis
existentes. Também permite que os alunos tenham uma atitude de investigação
assente em práticas procedimentais que não podiam ser realizadas no contexto da sala
de aula.
Na opinião de Compiani e Carneiro (1993), as saídas de campo incentivam o
espírito de colaboração e interajuda entre alunos e também é importante para a
aprendizagem de novos conceitos. Estes dois autores refletem muito na importância
das saídas e do trabalho de campo na Geologia. Eles afirmam que estas atividades
permitem, não só, recolher material necessário para desenvolver no contexto de sala
de aula, como também desenvolve nos alunos as atitudes, os valores e as destrezas
7
indispensáveis no intuito de capacitá-los para investigar e procurar explicar situações
observadas.
Num texto publicado na revista “La Gaceta Didática”, Pulgarin Silva (1998)
define o conceito de saída de campo como sendo “uma estratégia didática desde a
qual se promove a compreensão do entorno. É a melhor maneira de assimilar,
compreender e interpretar a paisagem geográfica”. A autora considera que as saídas
de campo possibilitam a aprendizagem significativa do espaço geográfico em que
vivemos, pelo que permite alcançar o principal objetivo das ciências sociais que é
compreender o mundo real. Assinala também que é através desta estratégia que o
aluno consegue confrontar o seu pensamento, com o que está escrito e com o que
sentimos.
Ao longo de todas as leituras que tivemos a oportunidade de fazer sobre
autores que falam sobre as saídas de campo, em todas elas focavam um conceito
muito importante, o trabalho de campo. Vários autores, defendem que a saída de
campo tem de ter obrigatoriamente trabalho de campo e que é esse mesmo aspecto
que diferencia uma excursão/passeio de uma saída de campo. Sendo assim, importa
revelar qual o significado de conceito de trabalho de campo.
Para definir o conceito de trabalho de campo, recorremos a um dicionário de
Geografia Aplicada que nos indica de uma forma precisa e concreta o seu conceito.
Posto isto, trabalho de campo é definido como uma “prática tradicional nos trabalhos
de investigação em Geografia que se consubstancia na busca e produção da
informação geográfica, útil para se compreenderem aspetos geográficos que permitem
a compreensão de diferentes questões e temas” (Fernandes, Trigal e Sposito, 2016, p.
495). O termo trabalho de campo é utilizado por vários autores na descrição de saídas
de campo, sendo fundamental para os alunos de Geografia o fazerem. Como refere
Pulgarin Silva (1998), são muitos os lugares que podem ser motivos de trabalho de
campo, como por exemplo: rios, bosques, montanhas, indústrias, centros urbanos e
museus. Neste contexto, e uma vez que os alunos nesta atividade visitaram o Museu
do Douro podemos afirmar que o trabalho de campo também foi feito na parte
disciplinar de História.
Na nossa opinião estas distinções que fizemos sobre estes conceitos fazem
todo o sentido, e permitem ter outra visão sobre as atividades práticas. O nosso
objetivo era desmistificar um pouco sobre o conceito de visita de estudo porque
atualmente está associado a passeios ou excursões feitas com os alunos. É importante
8
ter a noção que visita de estudo e saída de campo são conceitos que são diferentes,
sendo que as saídas de campo estão diretamente ligadas ao trabalho de campo.
O que acaba por diferenciar uma visita de estudo de uma saída de campo, está
relacionada não só com o espaço em que a visita/saída se realiza, mas também com o
trabalho de campo existente. Para Almeida (1998) as visitas de estudo podem ter ou
não trabalho de campo incluído, porém, achamos que o que diferencia uma visita de
estudo de uma saída de campo acaba por ser mesmo esse fator. Uma saída de campo,
não tendo trabalho de campo, não pode ser considerada como tal, tem de ser
considerada como um passeio ou excursão.
Desta forma, e estabelecendo a diferença que existe entre visita de estudo e
saída de campo, ao longo deste trabalho iremos utilizar a designação de “saída de
campo” para caracterizar esta atividade.
1.2 As potencialidades educativas das saídas de campo
As saídas de campo são caracterizadas como sendo uma estratégia motivadora
e estimulante para os alunos, uma vez que rompem com a rotina diária a que o aluno
está sujeito. Estas estratégias acabam por ter um impacto muito positivo nos alunos,
pois permite que o processo de ensino-aprendizagem seja feito fora do edifício
escolar, em particular, da sala de aula.
Umas das grandes diferenças que marca as visitas de estudo e as saídas de
campo, deve-se ao facto de os alunos não encararem as visitas de estudo como aulas,
mas sim como passeios. Nas saídas de campo, estas devem ser vistas como uma aula,
num contexto diferente do habitual, sendo o espaço onde decorre a saída de campo, o
principal fator para motivar os alunos.
Com as saídas de campo, os alunos concretizam o saber teórico aprendido nas
salas de aulas e podem colocar esses saberes em prática através do contacto com o
meio. Sendo assim, esta atividade promove uma aprendizagem significativa, através
de interligação que estabelece entre a teoria e a prática.
Como refere López Martín (2007) estas atividades “melhoram a aprendizagem
ao facilitar a aquisição de habilidades e ao relacionar as suas aprendizagens com a sua
aplicação imediata para explicar a realidade. Contribuem para a educação ambiental
9
do aluno fomentando uma consciência de proteção e de uso sustentável do meio
natural”. Podemos assim concluir, que a saída de campo é também uma estratégia
fundamental para a educação da cidadania, uma vez que o contacto com o meio
proporciona a formação pessoal e social do aluno. Para Monteiro (1995, p.189) este
tipo de atividades desenvolvem o clima interpessoal, sendo que para o autor “muitas
vezes, mais importante que os conhecimentos que se adquire, são as descobertas
mútuas que se proporcionam”.
Foi já referido anteriormente, que esta estratégia ganha importância ao
permitir a integração de saberes onde o aluno pode descobrir/aprender novos dados e
relacionar com os conhecimentos já aprendidos. Neste presente trabalho, procuramos
desenvolver situações de aprendizagem que concretizassem a integração de saberes
históricos e geográficos. As saídas de campo apresentam potencialidades didáticas
específicas no processo de ensino-aprendizagem nas disciplinas de História e
Geografia.
Na educação histórica, este tipo de atividades são muito importantes para
desenvolver a consciência cívica dos alunos. Para além disso, contribui para a
sensibilidade e o respeito pelo património histórico e cultural. Assim, permite
desenvolver a identidade dos alunos, a sua integração no meio que os envolve,
conhecendo melhor o país/sociedade em que está inserido. A mesma ideia é defendida
por Pulgarin Silva (1998) onde define a saída de campo “como a melhor metodologia
para compreender o real e obter mudanças de atitude em relação à natureza, à
sociedade e ao homem”. São estas algumas das vantagens que permitem aos alunos
serem no futuro cidadãos ativos, participativos e integrados na sua comunidade.
Na educação geográfica, as saídas de campo, possuem um maior potencial
didático e possibilitam uma maior aprendizagem através da observação direta dos
territórios e das paisagens. Esta atividade deve ser adaptada ao nível etário dos
estudantes envolvidos, porém, é extremamente necessário que esta seja feita desde o
início da aprendizagem do aluno. Através da observação in loco, o aluno descreve o
que é visto, sendo muito importante para se interpretar os fenómenos geográficos,
resultantes da interação do homem com o meio envolvido.
As saídas de campo devem assumir-se como uma estratégia fundamental que
deve ser usada pelos professores para uma formação integradora e integral de cada
aluno. Após analisadas as definições de saída de campo dado por vários autores, é no
nosso entender, definir saída de campo como uma atividade realizada dentro ou fora
10
do recinto escolar que envolva trabalho de campo. A saída de campo está diretamente
ligada ao trabalho de campo, sendo assim, é impossível dissociar um conceito do
outro.
1.3 Aspetos a considerar na organização de uma saída de campo
A saída de campo, sendo uma atividade curricular, necessita naturalmente de
uma preparação e planificação cuidada, à semelhança de qualquer ação pedagógica.
Só fazendo uma organização e planificação correta da atividade, é que se irá
rentabilizar todas as suas potencialidades pedagógico-didáticas que oferece.
A preparação das saídas de campo devem começar, a partir de
setembro/outubro quando os professores começam a elaborar o Plano Anual de
Atividades. O passo seguinte, é começar a definir objetivos da atividade, estando
centrado nos conteúdos de aprendizagem a lecionar que se apresentem como viáveis
para a realização da mesma. Não sendo um passeio ou um excursão, a saída de campo
é parte do processo de ensino-aprendizagem e, como tal, a definição dos objetivos de
natureza cognitiva, procedimental e atitudinal, são imprescindíveis.
No caso das saídas de campo interdisciplinares, devem ser elaborados
objetivos que visam a articulação de conteúdos de aprendizagem cognitiva,
procedimental e atitudinal.
Uma das etapas mais importantes de toda a programação desta atividade é a
escolha dos locais a visitar. Esta etapa é condicionada pela região/cidade prevista para
se visitar e também pelas características dos alunos que poderão participar na
atividade. Tal como Monteiro (1995, p.190) relembra “se a visita de estudo se
enquadra num projeto em que intervêm várias disciplinas, a deslocação deve prever a
visita a diferentes locais ou a um local que possibilite leituras diversas”.
O professor que coordena e organiza a saída de campo, deve conhecer
previamente os locais a visitar, realizando uma viagem exploratória para a recolha de
informações ou recursos pedagógicos de apoio e para estabelecer contactos com as
instituições que tutelam os espaços a visitar. Esta viagem exploratória, serve para o
reconhecimento do percurso a efetuar e para realizar uma estimativa ao tempo
necessário para percorrer o itinerário entre o local de partida e os locais a visitar. Ao
11
programar desta forma a atividade, o professor irá aproveitar ao máximo o tempo da
visita e dos recursos que poderão ser explorados.
A definição da data é também um dos pontos fundamentais, tendo o professor
que ter em conta determinados fatores, como por exemplo: a planificação anual e de
unidade didática, a estação do ano que poderá ser mais proveitosa a saída de campo, a
planificação antecipada da atividade para que esta seja aprovada pelos órgãos
competentes, a obtenção das autorizações do encarregados de educação e o
estabelecimento de contactos com a empresa de transportadora, assim como das
instituições a visitar. Neste estudo, a definição quanto à data da realização da
atividades, assim como os contactos com as instituições a visitar só foram efetuados a
partir do mês de fevereiro.
Como já foi referido anteriormente, este tipo de atividade exige ao professor
um trabalho prévio de preparação que envolve um processo de planificação, mas
também, um trabalho que se tem de realizar com os alunos. Aqui é importante fazer
com os alunos um conhecimento prévio dos locais a visitar e dos conteúdos a abordar
no decorrer da saída de campo. Este momento de conhecimento prévio com os alunos
pode ser feito através da utilização de um recurso audiovisual. Neste ponto, optamos
por demonstrar aos alunos os sítios os locais onde eles iriam visitar, assim como,
foram dadas indicações acerca das normas de conduta a serem cumpridas pelos
alunos, bem como o material que seria necessário para esta atividade.
O aspeto mais importante na elaboração da saída de campo é o processo de
ensino-aprendizagem que se vai levar a cabo nesta atividade. Assim, o tratamento dos
conteúdos e a exploração os locais a visitar devem ser acompanhados de um
roteiro/guião onde estejam previstas tarefas para os alunos realizarem. No
roteiro/guião poderão também integrar “excertos de pequenos textos literários ou
jornalísticos sobre o local a visitar, dados e informações especializadas“ (Monteiro,
1995, p. 191). Para além de todos estes aspetos, Monteiro (idem, p.191) salienta que
no roteiro/guião “deverão ser assinaladas as paragens previstas durante o percurso,
bem como aspetos que merecem ser observados: um rio, um monumento, uma
atividade, uma produção artística”.
Para além do roteiro/guião, podem ser utilizados outras estratégias e atividades
possíveis de serem realizadas nas saídas de campo, como afirma Monteiro (1995, pp.
188-195). Neste estudo apenas utilizamos o guião, devido aos muitos locais a visitar e
12
ao tempo que não chegaria para fazer outras atividades para além daquela que os
alunos realizaram.
Durante a realização da saída de campo, o professor deve evidenciar um
discurso pensado e preparado previamente, para aplicar em diferentes situações ou
contextos, mas também demonstrar flexibilidade perante situações imprevistas que
inevitavelmente acontecem numa atividade como esta.
Na preparação da atividade, é importante o professor definir como se irá
processar a avaliação dos alunos. A existência de roteiro/guião é um importante
instrumento de recolha de dados que permite avaliar o desempenho dos alunos
participantes na saída de campo. Sendo assim, o professor estará a desenvolver a
avaliação cognitiva e procedimental. A avaliação atitudinal também é alvo de
elaboração por parte do professor, porém devido ao número elevado de alunos
existente nesta atividade a mesma ficou a cargo da professora Orientadora de estágio.
Para Monteiro (1995, p.194) “a avaliação dos resultados é uma etapa importante em
qualquer ato pedagógico. Deverá ser feita uma avaliação coletiva a todo o processo,
identificando-se os aspectos positivos e negativos. É a análise crítica do trabalho de
organização e concretização da visita que possibilitará a introdução de alterações em
experiências futuras”. Os resultados obtidos pelos alunos, deve servir para o professor
ter uma perspetiva sobre o seu trabalho, o qual deve ser objeto de avaliação e reflexão
pessoal.
Para Pulgarin Silva (1998) “a profundidade do tema ou problema a trabalhar
durante a saída, se define de acordo com o grau de escolaridade, a motivação do
grupo, os conhecimentos prévios do alunos e os objetivos traçados na planificação do
trabalho de campo”. Todo e qualquer processo adotado tem de estar de acordo com as
características da turma, assim como os recursos utilizados de acordo com a faixa
etária dos alunos.
Após a realização da saída de campo os saberes desenvolvidos devem ser
rentabilizados, através de trabalhos de sistematização, realização de exposições,
produção de textos, entre outras atividades. Os alunos também devem realizar um
balanço da atividade, sendo também importante o professor aproveitar a oportunidade
para esclarecer dúvidas existentes e consolidar os conhecimentos dos alunos. No
decorrer do processo ensino-aprendizagem, devem ser rentabilizados os saberes
desenvolvidos durante a saída de campo, de forma a aproveitar as situações vividas
pelos alunos para facilitar a sua aprendizagem.
13
Contudo, existem vários condicionalismos que muitas vezes se afiguram como
limitações para a concretização das saídas de campo, como iremos tratar de seguida.
1.4 Limitações na realização de saídas de campo
A implementação pedagógica de estratégias práticas como as saídas de campo,
são penalizadas pela existência de limitações e obstáculos para a realização destas
atividades. Para Almeida (1998, p. 64) a natureza dos obstáculos é diversa podendo
“ser agrupados em motivos institucionais, pessoais ou decorrentes das próprias
características dos alunos”.
Ao longo do tempo, vários autores têm referido situações que constituem
obstáculos e limitações para a concretização destas atividades. Para Mason (1980) e
para Baillet, Clevel e Maglione (1989 apud Almeida, 1998, p. 64), o professor é cada
vez mais confrontado com um maior número de exigências, o que acaba por provocar
uma menor disponibilidade para planificar este tipo de atividades. Para além deste
fator, a necessidade de uma deslocação prévia aos locais a visitar aliada à falta de
tempo do professor são fatores que acabam por contribuir para a não realização destas
atividades.
A existência de turmas demasiado grandes é outro dos fatores que podem
constituir como um obstáculo à realização de saídas de campo. O elevado número de
alunos a participar nestas atividades poderá diminuir a eficácia da aprendizagem dos
alunos e tornar mais difícil o seu controlo. Ao longo dos últimos anos, os professores
revelaram-se contra o aumento do número de alunos por turma, impossibilitando de
fazer atividades mais práticas.
Além destes fatores, Wiley e Humphereys (1985 apud Almeida, 1998, p.64)
afirmam que o professor que organiza esta atividade entra por vezes em conflito com
os professores que são mais organizados em termos de planificação de aula, pois a
realização de uma saída de campo interfere com atividades letivas de outras
disciplinas. De facto, este fator é bastante importante porque muitos professores
acabam por ser demasiado intransigentes na cedência das suas aulas, o que por vezes
dificulta na organização e planificação da atividade. As dificuldades económico-
14
financeiras tanto da parte dos estabelecimentos de ensino, como dos alunos podem ser
outro aspeto que contribui para a não prática desta técnica de ensino.
Como refere López Martín (2000 p.100), as saídas de campo são cada vez
mais uma realidade preocupante. Este autor constata que cada vez menos se sai com
os alunos para o campo, e quando se faz, as saídas são meras excursões. Ele acaba por
apontar algumas das possíveis causas que possam contribuir para a fraca adesão a
estas atividades, tais como: o medo do professor da responsabilidade que se assume
neste tipo de atividades extraescolares, o baixo grau de satisfação dos professores
nestas atividades, a falta de formação dos docentes em aspetos práticos de campo e a
falta de uma boa planificação e metodologia que impede um bom aproveitamento da
atividade. Também Hana (1992 apud Almeida, 1998, p. 65) assinala, como limitações
o facto de certas atividades exigirem uma certa destreza física e capacidade de correr
riscos com os alunos, algo que nem todos os professores estão disponíveis, assim
como, a falta de confiança científica de alguns professores quando saem da sala de
aula. Almeida (1998, p.65), revela que uma das maiores dificuldades que os
professores apresentam fora da sala de aula, é o facto de não conseguirem controlar e
evitar o surgimento de situações imprevistas. O receio que estas situações aconteçam,
aliado à falta de confiança científica origina desmotivação para os docentes
realizarem saídas de campo.
Por último, referir alguns fatores que durante uma saída de campo podem ter
reflexos nos alunos e que poderão condicionar a mesma. Na opinião de Keown (1985
apud Almeida, 1998 p. 66) “nas deslocações ao ar livre são múltiplos os fatores de
distração, como a variação de temperatura, vento, moscas, falta de lugar para sentar,
que perturbam a eficácia da aprendizagem, o que não quer dizer que o professor não
possa e não deva ultrapassar estes obstáculos”. A variação da temperatura acabou por
ser um fator importante para o decorrer desta saída de campo, como iremos verificar
mais adiante neste estudo.
Ao longo da sua prática letiva, muitos professores que organizaram saídas de
campo foram confrontados com alguns obstáculos e limitações que aqui fomos
enunciando. O importante é o professor ao pretender organizar e implementar esta
estratégia esteja preparado para ultrapassar todos estes obstáculos e limitações, para
assim proporcionar aos alunos uma experiência de ensino-aprendizagem diferente do
que eles estão acostumados durante o ano.
15
1.5 A importância do trabalho de campo
Como já foi referido anteriormente, o trabalho de campo é fundamental em
áreas disciplinares como a Biologia, a Geologia mas também em áreas como a
História e a Geografia. Tem um grande valor didático uma vez que permite, através
do contacto vivido com o meio físico e social, a experiência dos conhecimentos
próprios e aquisição de outros saberes, de forma integrada e global. Na opinião de
Cavaco (1994, p.11) “mais do que a tradicional visita de estudo que muitas vezes
constitui uma atividade esporádica, destinada a ilustrar um tema ou a proporcionar
uma ocasião informal de encontro, o trabalho de campo deve constituir uma prática
regular, um ponto de partida para o questionar ou o requestionar dum acontecimento,
ou um passo de pesquisa integrada num plano de trabalho”. Esta autora destacou a
importância do trabalho de campo no 1º ciclo, dando a conhecer o seu interesse e
valor. Mais importante do que implementar o trabalho de campo em História ou
Geografia, é fundamental começar desde cedo a implementar esta atividade também
no dealbar do ensino básico.
Outros autores, como Soto Gonzalez (1998), têm escrito sobre a importância
do trabalho de campo, afirmando também que este deve ser implementado desde as
mais pequenas idades. Para ele, este tipo de atividades tem de estar presentes desde o
início da aprendizagem até ao Ensino Secundário. Defende que para as crianças mais
pequenas, o trabalho de campo pode-se desenvolver “através de propostas de
itinerários pelo pátio da escola e pelos arredores desta”. Defende que à medida que o
aluno vai evoluindo, este tipo de exercícios terão de ser adaptados à sua faixa etária
para retirar o máximo proveito deste tipo de atividades realizadas fora da sala de aula.
Martínez Puche (2012), considera que o trabalho de campo foi “concebido
como uma estratégia pedagógica, e um instrumento de consolidação, registo de dados,
e por vezes, de contraste com o que o aluno aprendeu na aula”.
Uma das características que com este tipo de atividades se pode desenvolver
no aluno, é o seu poder de observação que é fundamental para o desenvolvimento do
seu raciocínio analítico e o despertar do seu espírito crítico. De facto, a observação e o
contacto com o meio são muito importantes nestas atividades, pois os alunos estão em
contacto muitas das vezes com realidades diferentes das que estão acostumados.
Das vantagens apresentadas por diversos autores, Orion e Hisfstein (1991)
apresentam estudos nos quais, os alunos participantes em atividades de trabalho de
16
campo apresentam maiores capacidades de observação, memorização e de relembrar
fatores. Segundo Leite e Santos (2004, p. 1) “o trabalho de campo apela ao
cruzamento das diferentes ciências para a compreensão da realidade, estimula a
tomada de iniciativa e a tomada de decisão.”
Para que haja um bom aproveitamento do trabalho de campo, é fundamental
que haja uma boa planificação, utilizar uma metodologia adequada e dedicar o tempo
necessário a cada uma das tarefas programadas. Martin (2000, p. 101) considera que
“o trabalho de campo deve ser desenvolvido de forma contextualizada com um
conjunto de atividade de ensino-aprendizagem articuladas entre si, que contribuíam
para conectar os conhecimentos dos alunos antes, durante e depois da saída”. Os
materiais elaborados para a saída devem estar pensados para exercitar destrezas como
a observação, mas também para fomentar a reflexão no aluno, para este expor as suas
ideias e exercitar capacidades.
Atualmente nas escolas portuguesas existem determinadas limitações que por
vezes, inviabiliza a prática das saídas e do trabalho de campo. Porém, estas atividades
devem ser desenvolvidas sempre que possível, respeitando as idades dos alunos
envolvidos e alguns princípios definidos. Na perspetiva de Bailey (1970 apud Brito e
Poeira, 1991, p. 32) existem três pontos em que o professor deve seguir:
1º- Identificar as viagens de acordo com as aulas teóricas de modo a que os
alunos possam dominar e entender a informação que retiraram da observação direta.
2º - Aproveitar o trabalho de campo para reforçar a interdisciplinaridade da
Geografia, não restringindo apenas ao “funcionamento” da disciplina.
3º - Tentar sempre fazer observações integradas na paisagem, pois só assim se
podem inter-relacionar com os diferentes elementos que a constituem, não caindo no
erro de proceder a análises demasiado sectoriais que podem tornar-se exaustivas,
dificultando a motivação dos alunos.
Ao analisar os princípios sistematizados por Bailey, podemos verificar que a
interdisciplinaridade aparece de uma forma destacada. A Geografia está sempre
associada à interdisciplinaridade, pois é uma área disciplinar onde se pode cruzar com
áreas como a Biologia, Geologia e História. Ao analisarmos os programas do Ensino
Secundário de História A e Geografia A, podemos verificar que a
interdisciplinaridade não aparece explicita no programa de História A. Já no de
Geografia, ainda que pouca referência haja, aparece a possibilidade de haver
interdisciplinaridade com outras áreas. Como afirma Vidal Perez (2005, p. 24), o
17
espaço, objeto de estudo por excelência da Geografia é “uma construção social e
histórica da ação humana”. Esta é uma das razões para que facilmente haja a
possibilidade de “casar” as duas áreas disciplinares. De facto, existe desde sempre
uma relação de proximidade entre estas duas disciplinas que pode ser promovida
através de várias atividades, sendo as saídas de campo as mais indicadas. Quando se
leciona Geografia, por exemplo, a par de saberes geográficos específicos, é possível
também trabalhar determinados conteúdos de História. A analisarmos o espaço
geográfico podemos concluir, que este é o resultado de diferentes épocas históricas
que vão deixando as suas marcas. Posto isto, as saídas de campo aliadas ao trabalho
de campo, são atividades que podem proporcionar e promover o encontro entre estas
duas disciplinas.
A paisagem é muito importante, principalmente em determinadas áreas, sendo
a Região do Douro um excelente exemplo disso mesmo. Pode ser encarada como uma
estratégia ou recurso na educação geográfica e histórica. O conceito de paisagem é
geográfico, porém é um conceito muito abrangente e suscetível de ser analisado e
interpretado por diversas áreas do saber. Também através da paisagem, podemos
integrar a interdisciplinaridade observando fenómenos históricos e geográficos.
Em suma, é importante destacar o papel importante que o trabalho de campo
pode ter no processo de ensino-aprendizagem. Devido à sua metodologia, este não
pode ser confundido com passeios ou excursões, e deve atingir múltiplos objetivos
que podem e devem ser explorados conforme for o objetivo que o professor pretenda.
2. A região do Alto Douro Vinhateiro
Para desenvolver um pouco sobre esta região, tornou-se fundamental consultar
a candidatura do Alto Douro Vinhateiro a património mundial. Com isto, pretendemos
verificar quais os critérios que se utilizaram para justificar esta candidatura, assim
como, conhecer a importância que este território possuí no nosso país.
A expressão Alto Douro, que foi difundida no século XVIII, “refere-se à área
do vinhedo de qualidade, demarcada na sequência Instituição da Companhia Geral da
Agricultura das Vinhas do Alto Douro por alvará régio de 10 de Setembro de 1756”
(Pereira, 1991, p. 12).
18
O Alto Douro Vinhateiro apresentou no dia 30 de junho de 2000 a sua
candidatura para inscrição na lista de património mundial da UNESCO, como
paisagem cultural, evolutiva e viva. Constitui o território mais bem conservado da
Região Demarcada do Douro, “a primeira região vinícola a ser demarcada à escola
mundial” e que “abrange uma área total que ultrapassa os 250 000 hectares” (Pina,
1992). Esta região é caracterizada como heterogénea, onde “apresenta, no entanto,
sempre o Rio Douro como sua espinha dorsal, enquadrado por um vale encaixado
onde a vinha se encontra em múltiplos socalcos” (Pina, 1992). A área proposta para a
inscrição na lista do património mundial, compreende 24.600 hectares, a que
corresponde a cerca de um décimo do total da Região Demarcada do Douro. A sua
zona, é considerada representativa de três unidades de paisagem: Baixo Corgo, Cima
Corgo e Douro Superior.
O documento da candidatura visa, no essencial, o reconhecimento do “valor
excecional e universal” da paisagem vitícola duriense, dentro dos critérios
estabelecidos na Convenção do Património Cultural e Natural. Ao analisarmos desde
o começo a candidatura, podemos verificar que esta deve-se à Fundação Rei Afonso
Henriques que promoveu e financiou uma equipa multidisciplinar. Esta equipa foi
liderada pelo Prof. Fernando Bianchi, a qual teve múltiplas tarefas tais como:
“pesquisa de informação, investigação de gabinete, construção de hipóteses, trabalho
de campo para validar perceções construídas, contribuições de inúmeros especialistas
sectoriais” (Aguiar, 200).
2.1 A delimitação da Região Demarcada do Douro
A paisagem Duriense é caracterizada como sendo uma “obra conjugada do
Homem e da natureza” resultante de um processo multissecular de adaptação de
técnicas e saberes específicos de cultivo da vinha.
Um dos pontos fundamentais desta candidatura foi o Estudo de Caracterização
Paisagística que constituiu “um dos suportes fundamentais da candidatura, e incluiu a
sensível tarefa de delimitar uma mancha representativa de toda a Região Demarcada
do Douro” (Aguiar 2001, p. 145). Esta delimitação foi resultado de um trabalho de
campo multidisciplinar e de pesquisa bibliográfica. Para que houvesse uma
19
delimitação, o espaço territorial escolhido tinha de possuir três características muito
importantes a saber:
1º Fosse representativo do carácter da paisagem da Região Demarca do Douro
e das três sub-regiões, da mais atlântica à mais mediterrânea;
2º Reunisse de forma coerente a maioria do conjunto de valores mais
significativos;
3º Apresentasse um bom estado de conservação no seu todo admitindo-se
apenas um número mínimo de intrusões pontuais.
Sendo assim, foi designado o Alto Douro Vinhateiro que representa uma
mancha onde se encontra o espaço territorial que mais representativo e melhor
conservado está da Região Vitícola.
O Alto Douro Vinhateiro, compreende uma área de 24.600 hectares que se
estende ao longo das encostas do rio Douro e dos seus afluentes, em especial dos rios
Varosa, Corgo, Távora, Torto e Pinhão. A restante área composta por 225.400
hectares é considerada como “zona-tampão”.
2.2 Critérios utilizados para a justificação da candidatura
Os critérios utilizados para justificar a candidatura do Alto Douro Vinhateiro
para património mundial da Unesco foram os seguintes:
- O Alto Douro ilustrar de forma exemplar o conceito de Paisagem Cultural,
onde esta paisagem é caracterizada como sendo uma “obra conjugada da natureza e
do Homem” (Aguiar, 2000, p. 32). É destacado o papel que o Homem teve, onde
soube “vencer os constrangimentos resultantes dos declives extremos, da escassez de
água, de falta de solo e da abundante pedregosidade e explorar os trunfos que culturas
mediterrâneas, sobretudo a vinha, possuem de adaptação às condições climáticas e à
natureza dos solos” (idem, p. 32).
- “O Alto Douro testemunha uma importante troca de influências durante um
dado período e numa área culturalmente determinada” (ibidem, p. 32). A área
proposta é caracterizada com sendo uma paisagem cultural evolutiva e viva que
representa a Região Demarcada do Douro. Esta área conjunta várias técnicas viáveis
da utilização das terras, conciliando as técnicas do passado com as de hoje.
20
- “O Alto Douro é um exemplo notável de paisagem que ilustra diferentes
etapas da história humana” (ibidem, p. 32). É caracterizado como sendo um exemplo
excecional entre a relação do Homem com os elementos naturais. Aparecer de ser
uma área difícil à fixação humana, o Homem foi capaz de adaptar culturas
mediterrânicas como a vinha, a oliveira e a amendoeira, plantando-as em socalcos
adaptados às encostas rochosas e declivosas.
-“O Alto Douro constitui um exemplo distinto duma paisagem representativa
de uma cultura sob uma certa vulnerabilidade” (ibidem, 32). Apesar do Alto Douro
ter uma natureza geomorfológica e climática adversa à fixação humana, através da
vinha, da amendoeira e da oliveira foi possível viabilizar uma atividade económica
dinâmica. Apesar disso, é vulnerável “aos caprichos da natureza, às variações dos
mercados e do gosto, e mais recentemente, à escassez de mão-de-obra e
consequentemente à viabilização pela mecanização dos trabalhos da vinha” (ibidem,
p. 32).
Ao analisarmos a relação que existiu entre o homem e a natureza durante
séculos nesta região do país, podemos introduzir o conceito de Geo-História. Este
conceito foi formulado pelo historiador francês Fernand Braudel entre 1940 e 1945,
num contexto perturbador, já que foi capturado pelas tropas nazis durante o período
da II Guerra Mundial, desenvolvendo este e outros temas durante a sua prisão
(Ribeiro, 2015, p. 606). Este conceito acaba por surgir na primeira metade do século
XX, onde vários historiadores franceses ligados à escola Annales, acabaram por dar
um novo impulso na relação existente entre a História e a Geografia. Porém, foi com
Fernand Braudel que este conceito começou a ser utilizado, principalmente depois da
sua obra “O mediterrânio e o mundo mediterrâneo na época de Filipe II”, onde afirma
que “uma civilização é, na base, um espaço trabalhado, organizado pelos homens e
pela história”. (Braudel, 1983, p.107). A grande relação que este autor pretende fazer
é a ligação entre o homem e o espaço, que ao analisarmos nesta candidatura desta área
está muito presente. Esta área não pode ser considerada apenas como geográfica, nem
como histórica, mas uma junção das duas que irá dar ao conceito de geo-história.
Para além dos critérios já identificados, existem ainda três componentes de
distinção que contribuem para a autenticidade e integridade deste espaço territorial,
são eles: a antiguidade da Região Demarcada, os terraços e o cruzamento de culturas.
Relativamente à antiguidade da Região Demarcada, esta “é a mais antiga
21
região vitícola demarcada e regulamentada do mundo. As primeiras demarcações
ocorreram entre 1757 e 1761, na sequência de legislação regulamentadora produzida
pelo Estado desde 1756” (Aguiar, 2000, p. 16). Estas demarcações são conhecidas
como demarcações pombalinas, e foram acompanhadas por uma ampla legislação
regulamentadora, e por um sistema de classificação e qualificação de vinho. Para
além disso, as demarcações feitas no século XVIII, apesar de ao longo do tempo os
seus limites terem sido alterados, assumiram uma continuidade temporal até aos
nossos dias. No período pombalino, as maiores explorações e as maior adegas estão
concentradas no Baixo Cargo, com especial destaque nas freguesias da Régua,
Godim, S. João de Lobrigos, S. Miguel de Lobrigos e Cambres. A Régua, “torna-se o
centro polarizador desta região, em grande parte devido às maiores facilidades de
comunicação e à mais intensa atividade comercial que aí se desenvolve (...)” (Pereira,
1991, p. 21).
Os terraços (socalcos), foram construídos para cultivar a vinha nas encostas
íngremes e pedregosas do Douro, que amparados por muros de xisto, combinam hoje
com novas formas de armação da vinha. A paisagem vitícola do Douro, é
caracterizada como sendo uma arquitetura complexa, onde se pode visualizar
diferentes técnicas de organização dos terrenos. “Ao lado das vinhas em patamares e
de vinhas ao alto, que datam das últimas décadas do século XX, ainda subsistem
várias centenas de quilómetros de antigos socalcos de geometria variável, consoante a
inclinação da encosta, mas também correspondentes a técnicas de terraceamento de
diferentes épocas” (Aguiar, p. 18). A paisagem predominada pela construção de
socalcos em Peso da Régua, foi muito apreciada pelos alunos que a classificavam
como mais bonita ao vivo do que em imagens.
O cruzamento de culturas está também diretamente relacionado com os vários
vestígios arqueológicos encontrados em toda a região que é ocupada desde os tempos
pré-históricos. “Apesar da irregularidade do caudal do rio e das dificuldades de
navegação, o vale do Douro constituiu um corredor de povos e culturas, que aqui se
cruzaram e misturaram, durante milénios, em vagas sucessivas e promíscuas” (idem,
p. 30). A romanização teve um impacto grande nesta região, uma vez que foi com os
romanos que se veio a definir as linhas de ocupação do território e as atividades
económicas. Além da ocupação romana, esta região foi ocupada por Suevos (século
V), Visigodos (século VI) e Árabes (século VIII-XI). A Reconquista cristã também
contribuiu para a mistura cultural que se fez sentir nesta região. Em finais da Idade
22
Média, fixaram-se várias comunidades religiosas, com destaque para os monges da
Ordem de Císter, “que fundaram diversas quintas nas encostas do Douro, muitas
ainda existentes, nas melhores zonas de produção vitícola” (ibidem, p. 30).
Os vinhos do Douro, e em particular os vinhos do Porto, representam uma das
imagens de marca desta região. Durante muitos séculos os habitantes do Alto Douro
desenvolveram técnicas de cultivo da vinha e de produção de vinhos, introduzidas
desde a Época Romana e aperfeiçoadas desde a Idade Média até à atualidade (Aguiar
2001, p. 148).
O património vernacular também é referenciado nesta candidatura, onde
explicita que contribuem para este património os aglomerados e quintas, casas de
habitação e anexos de produção, os territórios de vinhedos e olivais, os caminhos e as
conduções de água, os cais de embarque e a via-férrea, entre outros. Com a
candidatura a património mundial da UNESCO, o Alto Douro Vinhateiro visava
também obter “um olhar mais atento para a conservação deste território” (idem, p.
149).
O turismo assume atualmente um papel fundamental nesta região, onde é uma
peça fundamental para a sua economia e sociedade. Para Aguiar (2001, p. 152) o
turismo acaba por representar para os agentes económicos “uma oportunidade de
reforçar a componente da venda direta dos seus vinhos conhecido que é o papel das
Rotas dos Vinhos na promoção da imagem dos produtos dos seus aderentes veiculada
por uma componente de comunicação muito pessoal, fator eficaz de fidelização dos
consumidores, e a oportunidade de integrar nessa imagem a eloquência da paisagem”
Nas últimas décadas a Região Demarcada do Douro ficou claramente afetada
pelo envelhecimento da população. Exemplo disto, é um estudo feito por Helena Pina
sobre a freguesia de Cambres, pertencente ao concelho de Lamego. Esta freguesia
apesar de ter um ótimo enquadramento natural e paisagístico, a tendência da sua
população será para envelhecer. Segundo Pina (2005, p. 4) a “população com menos
de 21 anos, se no final do século XIX ultrapassava os 45%, posteriormente registou
uma acentuada redução, não atingindo os 21% em 2001! O envelhecimento estrutural
em Cambres e inegável”. Esta não é a única freguesia em que o envelhecimento da
população está cada vez mais presente, sendo algo comum em toda a Região do
Douro. Posto isto, torna-se cada vez mais essencial a adoção de medidas para a
fixação de população jovem nesta região do país.
23
Capítulo II – Enquadramento metodológico do estudo
Neste capítulo procuraremos explicar as escolhas de natureza metodológica
subjacentes à realização do estudo de caso, começando por caracterizar o universo de
estudo e a amostra utilizada. De seguida, serão identificados os objetivos deste estudo,
assim como as etapas e os procedimentos para a realização desta saída de campo. Por
fim, iremos explicitar os instrumentos de recolha de dados utilizados e os métodos de
análise dos resultados dos mesmos.
1. Delimitação do âmbito do estudo
O estudo que aqui se apresenta insere-se no âmbito do estágio pedagógico,
realizado na Escola Secundária João Gonçalves Zarco, no ano letivo 2015/2016,
durante o segundo ano de Mestrado em Ensino de História e Geografia no 3º Ciclo do
Ensino Básico e Ensino Secundário. O segundo ano do Mestrado é a iniciação à
prática profissional, envolvendo um estágio pedagógico numa escola. Neste ano são
disponibilizados várias escolas para receber estagiários, ao qual preferi escolher como
primeira opção a Escola Secundária João Gonçalves Zarco, em Matosinhos. De referir
que não conhecia a escola, porém, devido às boas referências que a escola tinha decidi
optar por esta. As razões que me levaram a escolher esta escola, estão relacionadas
com o facto desta escola ser reconhecida pelo excelente trabalho realizado ao longo
dos anos com os seus alunos, mas também pela existência de turmas de nível no
Ensino Básico.
Ao longo deste ano letivo, na área disciplinar de Geografia trabalhei com
turmas de 10º e 11º ano de escolaridade. Na área disciplinar de História, lecionei em
três níveis diferentes, 8º, 9º e 12º ano de escolaridade.
24
1.1 A Escola Secundária João Gonçalves Zarco
A Escola Secundária João Gonçalves Zarco está situada na Avenida
Villagarcia de Arosa, na zona sul da cidade de Matosinhos. É uma escola pública
direcionada para a formação de jovens que frequentam o 3º Ciclo do Ensino Básico e
o Ensino Secundário. Atualmente, esta escola possui uma população escolar oriunda
não só de diferentes áreas da cidade de Matosinhos, mas, também, das localidades
mais próximas.
No ano de 2009, a escola foi objeto de requalificação, âmbito do projeto de
intervenção da empresa Parque Escolar. A escola encontra-se bem preservada e com
excelentes condições para que o processo ensino-aprendizagem decorra da melhor
forma. A Biblioteca é uma mais-valia que a escola apresenta, assim como, o pavilhão
gimnodesportivo, os laboratórios e as salas de informática. As salas são equipadas
com computador, projetor multimédia e de quadro interativo.
A comunidade escolar é de grande dimensão, o corpo docente da escola
encontra-se estabilizado, pertencendo a maior parte ao quadro da escola, porém, é um
corpo docente relativamente envelhecido. O pessoal não docente é bastante atencioso
e competente nas tarefas que realizam e estão sempre disponíveis para ajudar nos
problemas existentes no dia-a-dia de uma escola. Esta escola possuí contrato de
autonomia desde 2007, e disponibiliza uma oferta educativa diversificada com
inúmeros projetos inovadores, nacionais e internacionais. Caracterizada pela
qualidade com que realiza todas as suas práticas, a escola obteve, em 2013, pelos
serviços prestados nas áreas da Ação Social, da Papelaria, do Bufete e da Gestão dos
Serviços Administrativos, o Certificado de Qualidade ISO 9001 (ESGZ, 2014, p. 2).
Os alunos, na sua generalidade apresentam vontade de aprender e revelam
interesse pela escola. Os resultados são bastante satisfatórios tanto no Ensino Básico
como no Ensino Secundário. No Ensino Básico e nas turmas do Curso de Ciências e
Tecnologias do Ensino Secundário, como já referi anteriormente, as turmas são
divididas por níveis. Os alunos de nível mais baixo, que revelam mais dificuldades,
são acompanhados ao longo do ano através de diversos programas de apoio educativo,
com o objetivo de terem o melhor proveito escolar possível. Nas turmas de nível,
podemos verificar um contraste grande entre as turmas de nível mais elevado e as
25
turmas de nível mais baixo. Para a atribuição destas turmas, os alunos do 7º e do 10º
ano (no caso de Ciências e Tecnologias) são submetidos a testes diagnósticos de
Português e Matemática. O aluno através do resultado que obtém nestes testes, é
classificado com um nível de conhecimento, sendo depois atribuído uma turma.
Segundo o Projeto Educativo da Escola Secundária João Gonçalves Zarco,
para os anos 2014-2018, é missão fundamental da escola “prestar à comunidade um
serviço público de qualidade, proporcionando aos estudantes a aquisição e
certificação de competências científicas, técnicas e comportamentais que lhes
permitam assumir, com sucesso, num cenário de um mundo em mudança, um papel
social e profissionalmente ativo”.
Os principais objetivos do projeto são:
1.º Promover o desenvolvimento pessoal e social dos alunos, contribuindo
para uma cidadania ativa, formando cidadãos críticos, intervenientes e solidários.
2.º Melhorar os resultados escolares dos alunos, qualificando as aprendizagens
e desenvolvendo competências em literacias.
3.º Reforçar o envolvimento e participação de alunos e de Pais e EE na vida da
Escola.
4.º Promover a formação e atualização científica e pedagógica permanente de
todos os agentes educativos.
5.º Proceder a uma sistemática atualização das práticas, recorrendo a
metodologias participativas, garantindo a contextualização das análises e dos
resultados.
6º Reforçar a imagem da ESJGZ na comunidade local e nacional, como uma
instituição de referência e de qualidade.
É neste contexto educativo que se realizou este estudo e, a partir do qual foi
feita a seleção da amostra.
1.2 Seleção e caracterização da amostra
Para a realização deste estudo, tive como critério fundamental a seleção das
duas turmas de 11º ano de Geografia em que lecionava. Estas turmas tinham como
professora de Geografia, a professora Deolinda Dias, que foi minha Orientadora
Pedagógica no âmbito do estágio em Geografia. Numa reunião com a minha
26
Orientadora, ficou acordado levar as duas turmas porque assim a viagem ficaria mais
económica e tornaria a minha amostra mais significativa.
O estudo foi realizado com uma amostra de 40 alunos, dos quais 22 eram
raparigas e os restantes 18 eram rapazes, de duas turmas do 11º ano de escolaridade,
no ano letivo 2015/2016. Podemos verificar que se trata de uma distribuição igual no
género, pois, apenas se verifica uma ligeira vantagem do género feminino no número
total de alunos. Relativamente à faixa etária dos alunos, esta é compreendida entre os
14 e os 17 anos de idade. Como já referi anteriormente, ambas as turmas eram
lecionadas em Geografia, pela mesma professora. Apesar disso, eu, no âmbito de
estágio acompanhei mais a turma B, tendo observado e lecionado mais aulas do que
na outra turma. Na disciplina de História as duas turmas tinham o mesmo professor, e
no âmbito do estágio nesta disciplina, estas turmas não faziam parte das que lecionei
durante o ano em História.
Quadro 1. Composição por género e turma dos indivíduos da amostra.
Alunos da
amostra
Total Rapazes Raparigas
Total da amostra 40 18 22
Turma A 21 8 13
Turma B 19 10 9
A turma A, era constituída por 21 alunos (13 raparigas e 8 rapazes) e a turma
B, era constituída por 19 alunos (9 raparigas e 10 rapazes). Como podemos verificar
através dos dados apresentados na tabela, as turmas apresentam resultados
equilibrados em termos de género.
Na amostra não são considerados cinco alunos da turma A, dois por faltarem à
saída por estarem doentes, e três por não obtendo a obrigatória autorização dos
encarregados de educação, não participaram na saída de campo. Na turma B, não
foram considerados três alunos, um por estar doente e os outros dois, por não obterem
27
a obrigatória autorização dos encarregados de educação, também não participaram
nesta atividade.
No que respeita às características das turmas, com base no conhecimento
adquirido ao longo do ano, através das aulas lecionadas e também assistidas da
Orientadora e dos colegas, podemos afirmar que se tratavam de duas turmas
completamente distintas. Posso dizer que a turma B, revelou ser uma turma bastante
participativa, embora a participação oral fosse um pouco desorganizada. Apesar de ter
alunos com muitas capacidades, por vezes, existiam comportamentos de alguns
alunos desadequados à sala de aula. Contudo, nas aulas em que eu lecionei, a turma
revelou sempre ser participativa, interessada e curiosa. Para além disto, pode
verificar-se que se trata de uma turma com boa capacidade de raciocínio e perspicácia
na análise de diferentes situações. Esta turma revelou ter sempre um bom desempenho
em contexto de participação oral na sala aula, sendo os resultados escritos geralmente
superiores à da turma A.
Embora não tenha participado tão ativamente no percurso da turma A ao longo
do ano letivo, consegui aperceber-me durante os momentos que contactei com a turma
e através da análise que a professora de Geografia fazia, que o seu desempenho era
muito irregular nas aulas, estando num nível inferior à turma B. Esta turma, também
apresenta grande apatia nas aulas, não sendo uma turma muito participativa. Nos
testes escritos, os resultados refletem muito a participação e o interesse da turma na
sala de aula, revelando serem no geral menos positivos e claramente inferiores aos da
turma B.
Nas duas turmas, existem alguns alunos mais perturbadores e indisciplinados,
que por vezes perturbam o processo de ensino-aprendizagem, havendo vários casos de
faltas disciplinares na turma B.
2. A saída de campo
2.1 A preparação da saída de campo
Para que a realização desta saída de campo fosse uma realidade, foi necessária
a elaboração de um conjunto de procedimentos, tais como: o tratamento de assuntos
28
administrativos/burocráticos, trabalho de pesquisa sobre a região e os locais a visitar,
a seleção de recursos educativos e uma preparação científica para esta atividade.
Todos estes processos são fundamentais para a elaboração deste tipo de
atividades práticas. Ao longo da sua preparação, pude constatar como é difícil o
professor tratar, pensar e realizar várias tarefas para que nada falhe no dia da saída de
campo.
Esta atividade teve a particularidade de ser pensada de uma forma
interdisciplinar, pois iria ser realizada uma experiência de ensino integrado de
História e Geografia. Na nossa opinião, achamos que as saídas de campo são um
elemento fundamental para a construção do conhecimento de uma forma mais
motivadora para os alunos. Neste presente trabalho, procuramos saber qual o impacto
que esta saída de campo teve na evolução dos conhecimentos dos alunos.
Os passos e as indicações seguidas para organizar e realizar a saída de campo
tiveram como referência as indicações fornecidas no regulamento interno da Escola
Secundária João Gonçalves Zarco. Nos aspetos mais direcionados para as questões
administrativas/burocráticas, tive uma excelente ajuda da minha Orientadora
Pedagógica de Geografia.
Sendo a saída de campo uma atividade, que na nossa opinião é bastante
importante nas disciplinas de História e Geografia, começamos pela leitura dos
programas oficiais do Ensino Secundário das respetivas disciplinas a respeito desta
estratégia de ensino/aprendizagem.
Ao analisarmos os respetivos programas, podemos verificar que não existe
uma grande referência sobre esta estratégia. Apesar disto, ao analisarmos o programa
de Geografia A, podemos verificar que o trabalho de campo é referido quando são
abordadas as sugestões metodológicas gerais. Como refere o Programa de Geografia
A (2001, p.14) “a recolha de informação deve fomentar a observação direta (de
naturalista, a estruturada) recorrendo a visitas de estudo e ao trabalho de campo ou a
iniciativas individuais e a pesquisa documental, baseada em publicações estatísticas,
documentação cartográfica, relatórios, legislação (nacional e comunitária), textos de
imprensa, livros, Internet, etc”.
No programa de História A do Ensino Secundário as saídas de campo não são
referenciadas nas sugestões metodológicas gerais. Ao analisarmos o programa,
constatamos que as saídas de campo surgem como situações de aprendizagem em
determinados temas ao longo dos três anos.
29
Após consultar os respetivos programas de Geografia e de História do Ensino
Secundário, tornou-se necessário, em conjunto com a Orientadora de Geografia,
conceber esta atividade, definir locais que fossem favorecer a integração de saberes
geográficos e históricos, enquadrados nos respetivos programas curriculares de 11º
ano de escolaridade.
Desde o início do ano letivo, tinha sugerido que fosse realizada uma saída de
campo a Peso da Régua. A razão para a escolha desta região e concretamente desta
cidade, foi o facto de eu como aluno ter efetuado esta saída no meu 11º ano de
escolaridade. Nesta saída enquanto aluno, tive a oportunidade de aprender
determinados conteúdos de uma forma diferente do que tinha aprendido nas aulas
teóricas. Sendo assim, achei desde o início do ano que seria muito interessante a
realização de uma saída de campo à região do Douro, mais concretamente à cidade de
Peso da Régua.
A preparação desta saída passou por várias indefinições quanto ao percurso a
realizar, assim como, a data que seria melhor para as turmas a sua concretização.
Numa primeira fase, os alunos iriam visitar o Museu do Douro, a Casa de Varais e a
por fim, a Quinta do Seixo, e a visita iria ser realizada no final do segundo período.
Porém, como os finais de período são sempre complicados devido aos testes que os
alunos têm que efetuar, decidimos adiar para o início do terceiro período. Com tudo
isto, fui contactado pelo proprietário da Casa de Varais que me informou que não
seria possível a visita a esta quinta na data pretendida. Sendo assim, o proprietário
aconselhou a visitar a Quinta de Tourais, no qual conhecia o dono e tinha boas
referências. No decorrer desta semana, iniciámos os contactos com a Quinta do Seixo
que cobrava 3 euros de entrada por aluno, e tivemos a analisar também que esta
quinta ficava um pouco deslocada do espaço onde nos iriamos centrar durante o dia.
A Orientadora Pedagógica de Geografia sugeriu que dois dos locais da saída
fossem a barragem de Bagaúste e a Quinta de Santa Eufêmia. A barragem de
Bagaúste seria um local importante, pois, iria permitir aos alunos recordarem
conteúdos lecionados no ano anterior sobre os recursos hídricos. A Quinta de Santa
Eufêmia iria substituir a Quinta do Seixo, por ser mais próxima do local da restante
saída de campo, assim como, por a entrada ser mais barata para os alunos. De forma a
integrar a História na atividade, e tendo em conta o território em que se encontra Peso
da Régua, sugeri que os alunos fossem visitar o Museu do Douro, com o objetivo de
30
conhecerem a história da região envolvente. Assim, depois de várias discussões e
sugestões, ficaram definidos os locais a visitar durante a saída de campo.
Após a definição dos locais a visitar, tivemos que elaborar os objetivos desta
atividade. Assim, foram definidos os seguintes objetivos de natureza geral e
interdisciplinar:
Aplicar os conhecimentos lecionados nas aulas;
Desenvolver a aprendizagem geográfica, como a capacidade de observação;
Contribuir para promover e sensibilizar os alunos do património histórico-
natural da região;
Contribuir para a formação integral dos alunos;
Desenvolver a interdisciplinaridade entre História e Geografia;
Estimular as relações interpessoais, a cooperação e a sociabilidade entre os
alunos.
Na disciplina de História definimos como objetivos específicos:
Desenvolver as competências específicas da História, como tratamento de
informação/utilização de fontes, compreensão histórica (temporalidade, especialidade
e contextualização) e comunicação em História;
Promover o contacto e o interesse dos alunos pelo património histórico-
cultural, melhorando o seu conhecimento sobre a região em estudo;
Compreender as transformações ocorridas na cidade de Peso da Régua e da
região envolvente, assim como o papel que a produção de vinho teve na sua evolução;
Valorizar o Museu do Douro como meio privilegiado de acesso ao
conhecimento.
No que se refere à disciplina de Geografia definimos os seguintes objetivos
específicos:
Consolidar e aprofundar as aprendizagens desenvolvidas nos temas “A
população: evolução e diferenças regionais”, “Os recursos hídricos” e “As áreas rurais
em mudança”.
Desenvolver competências geográficas de observação de paisagem, sendo
capaz de refletir a partir daí;
Compreender a evolução da cidade em estudo no tempo e no espaço,
construindo o seu conhecimento a partir do contacto direto com o espaço vivido;
31
Aplicar e desenvolver com os alunos conteúdos temáticos, procedimentais e
atitudinais de natureza geográfica;
Analisar a importância das saídas de campo no ensino/aprendizagem da
Geografia.
Após a elaboração do documento com os objetivos da atividade, este serviu de
suporte a um procedimento seguinte que foi a apresentação da iniciativa em reunião
de Departamento de Ciências Sociais e Humanas, que aconteceu no mês de fevereiro.
De seguida, o documento foi apresentado e aprovado pelos respetivos Conselhos de
Turma, em março de 2016, e por último foi apresentado e aprovado no Conselho
Pedagógico no mês já referido. A data definida para a saída de campo foi o dia 12 de
abril de 2016.
Depois do final do segundo período letivo, realizamos uma viagem
preparatória e de reconhecimento de locais a visitar, para fazer uma estimativa do
tempo de viagem, definir os principais pontos de paragem e de estudo, bem como
obter informações junto do museu e das quintas que iriamos visitar. Esta viagem foi
muito importante, porque me permitiu preparar melhor pedagogicamente e
cientificamente esta atividade. O contacto com as pessoas responsáveis quer pelo
museu, quer pelas quintas foi importante porque se disponibilizaram a ajudar no nosso
estudo de caso.
No início do mês de março, iniciamos os contactos com a empresa de
camionagem que nos iria transportar aos locais a visitar e efetuamos a marcação da
viagem para dia 12 de abril. Realizamos, também, por contacto telefónico as
marcações das visitas ao museu e às quintas. A visita ao Museu e à Quinta de Tourais
seria gratuita para os alunos, apenas teriam de pagar um euro para visitar a Quinta de
Santa Eufêmia.
Mais tarde, juntamente com a professora Orientadora de Geografia,
formulámos o pedido de autorização para, desta feita, a atividade ser aprovada pela
Direção da Escola. Após a aprovação por parte da desta, foi elaborado e entregue aos
alunos, o pedido de autorização destinado aos Encarregados de Educação, contendo
informações sobre o custo da viagem, locais a visitar, hora da partida e hora de
chegada à escola.
Durante a semana anterior à saída de campo, procedeu-se à recepção e
confirmação das autorizações dos Encarregados de Educação, bem como da quantia a
32
pagar pela viagem do autocarro. Nos pagamentos que os alunos efetuaram gostaria de
destacar a importância que a Orientadora Pedagógica teve, pois, comparticipou a
viagem de vários alunos que não tinham capacidade económica para ir.
Um momento muito importante que ocorreu antes da realização da saída de
campo foi a preparação que os alunos tiveram para a mesma. Não havendo tempo
para sensibilizar os alunos para a aula de campo, acabei por fazer uma intervenção de
25 minutos, tendo falado e demonstrado através da visualização de imagens os locais
que iriamos visitar. Houve a necessidade de falar com os alunos, pois, estes
consideravam que iam “passear” e não trabalhar. Assim, consideramos importante
informar aos alunos que se trataria de uma aula de campo, e não de um passeio a Peso
da Régua. O interessante foi verificar o desconhecimento que muitos alunos tinham
sobre o que seria uma aula de campo. Após dar a informação de que seria apenas mais
uma aula com a diferença que seria fora de uma sala de aula, alguns alunos revelaram
algum desapontamento. Na nossa opinião, este contacto prévio com as turmas foi
importante para esclarecer com os alunos, os objetivos da saída de campo e para
verificar quais os conhecimentos prévios que os alunos tinham sobre o local a visitar.
Na semana seguinte, foi entregue o questionário inicial.
Ao longo do mês de março de 2016, foram pensados e realizados os recursos e
as atividades a desenvolver na saída de campo. Estes recursos elaborados, constituem
instrumentos de recolha de dados deste estudo, pelo que iremos desenvolver mais no
ponto 3 do presente capítulo.
O principal recurso utilizado durante esta atividade foi o guião que elaboramos
para os alunos realizarem as tarefas propostas durante o dia. A realização deste
recurso, teve como objetivo ser um instrumento de recolha de dados, assim como, um
instrumento de avaliação para a disciplina de Geografia. Para além do guião da saída
de campo, foi elaborado um questionário inicial e um questionário final.
A elaboração destes recursos foi acompanhada pela Orientadora-cooperante de
Geografia da escola, mas também, pelos orientadores do presente relatório final de
Mestrado.
Para a realização desta atividade houve que contar com a colaboração
fundamental dos meus colegas de estágio, que com a sua presença e trabalho
contribuíram para a realização da mesma.
A elaboração de uma saída de campo, implica que haja uma boa preparação,
organização e planificação para que esta atividade seja aproveitada ao máximo pelos
33
alunos. Para isso, foi necessário aprofundar os conhecimentos acerca da cidade de
Peso da Régua e da região envolvente, através de pesquisa bibliográfica que retratasse
a evolução da cidade e da região tanto numa perspetiva histórica, como geográfica.
Além das leituras efetuadas, foram também importantes as indicações fornecidas
pelos orientadores do estágio profissionalizante realizado na referida escola e do
presente relatório.
2.2 A realização da saída de campo
Relativamente ao percurso pelo qual adotamos, é importante referir que houve
a preocupação de mostrar aos alunos locais que lhes permitissem integrar
simultaneamente conhecimento de História e de Geografia. Deste modo, elaboramos
um percurso que iria ter cinco paragens: Museu do Douro, ponte pedonal de Peso da
Régua, Quinta de Tourais, barragem de Bagaúste e por fim a Quinta de Santa
Eufêmia. Para que os alunos compreendessem a história da região envolvente,
optamos por iniciar o percurso no Museu do Douro. De seguida, iriamos visitar a
ponte pedonal de Peso da Régua, para que os alunos, através da observação direta,
mais abrangente, pudessem caracterizar o tipo de povoamento dominante na
paisagem, assim como, caracterizar morfologicamente a paisagem agrária. A seguinte
paragem iria ser feita na Quinta de Tourais, onde seria importante que os alunos
verificassem o tipo de produção e características de uma quinta familiar. Por
conseguinte, iriamos visitar a barragem de Bagaúste onde os alunos iriam recordar e
aplicar conhecimentos adquiridos sobre os recursos hídricos. Por fim, iriamos visitar a
Quinta de Santa Eufêmia na qual os alunos iriam conhecer quais as características de
uma quinta industrial.
Assim, por volta das 8 horas da manhã os alunos reuniram à porta da escola,
onde os professores que iriam acompanhar a atividade já aguardavam. Depois de
agrupados todos os alunos por turmas, foi feita a chamada e fornecidas algumas
informações relativamente ao comportamento que os alunos deveriam ter durante o
dia. Foi novamente referenciado que haveria um instrumento de avaliação e que seria
apenas mais uma aula. O percurso até ao Museu do Douro foi feito de camioneta, para
rentabilizar tempo e custos.
34
A chegada ao Museu do Douro, ocorreu por volta das 10 horas da manhã,
onde depois de reunir todos os alunos, foram distribuídos os guiões e fornecidas
algumas indicações importantes sobre os mesmos. As turmas foram divididas em dois
grupos, no qual, cada uma iniciou um percurso com o seu guia pelo Museu. À medida
que efetuavam o percurso, havia pequenas paragens para esclarecer informação
relevante e para ajudar os alunos a responderem a algumas questões do guião. A visita
a este museu foi muito importante e interessante para os alunos, pois permitiu que
estes pudessem saber a história da região do Douro desde a pré-história, até à
atualidade. No final desta visita, os guias demonstraram satisfação pelo
comportamento e participação das turmas, porém, diziam que os alunos estavam
muito presos ao guião e por vezes não estavam com atenção às explicações dadas.
Após a visita ao Museu do Douro, fizemos uma pausa para o almoço, que iria
decorrer ao ar livre em frente ao rio, porém, devido às condições meteorológicas não
foi possível. A parte da manhã desta visita ficou marcada pelo mau tempo que se fez
sentir com a ocorrência de precipitação. Na minha opinião, esta foi talvez a parte mais
difícil de gerir na saída de campo, pois não tinha pensado num sítio alternativo para o
almoço. Sendo assim, a maioria dos alunos acabaram por almoçar dentro da estação
de comboios, sendo este o ponto mais negativo que mais tarde os alunos referiram no
questionário final.
Depois do momento do almoço, embora estivesse previsto no guião que
fossemos à ponte pedonal de Peso da Régua, acabamos por não o fazer, devido ao
mau tempo que se fazia sentir, porém, a atividade prevista para esta passagem foi na
mesma realizada. Assim, fomos diretos para a Quinta de Tourais, onde uma vez que
chegamos uma hora antes do previsto, os alunos tiveram que esperar esse tempo.
Durante o tempo de espera ocorreu uma melhoria significativa no tempo, passando de
uma manhã com chuva para uma tarde de sol e calor. Foi devido a este fator que a
saída de campo teve pormenores muito interessantes. Ao analisar o comportamento
dos alunos, pude verificar que estes, devido ao calor se encontraram irrequietos e
impacientes até à hora da visita à Quinta de Tourais.
Após o tempo de espera em que procuramos controlar os alunos, deu-se o
início da visita à Quinta de Tourais. Nesta visita, o comportamento dos alunos foi
mais complicado, pois, estavam mais distraídos e havia muito barulho, sendo difícil
para o responsável da quinta comunicar e explicar as dúvidas dos alunos. Ao discutir
com a professora cooperante de Geografia e com os colegas de estágio, comentamos
35
que os alunos não tinham demonstrado um grande interesse neste local e que se
encontravam muito agitados. Apesar destes pontos menos positivos, esta quinta foi
interessante porque permitiu aos alunos perceberem todo o processo pelo que o vinho
passa até ao produto final.
No seguimento desta visita, fomos até à barragem de Bagaúste. A paragem
neste ponto, revelou-se bastante positiva devido ao interesse que os alunos
manifestaram. Neste local foi possível os alunos visualizarem ao vivo a abertura da
barragem para a passagem de um barco, o que se revelou interessante pois
conseguiram relacionar conteúdos que já tinham aprendido no ano letivo anterior.
Também foi possível observar que os alunos não tiveram grande dificuldade em
responder às perguntas do guião relacionadas com esta paragem.
Por fim, aconteceu a última paragem ocorreu na Quinta de Santa Eufêmia.
Nesta altura do dia, depois de os alunos acordarem cedo, caminharem durante o dia,
com as mudanças de estado de tempo, observamos que estavam cansados não só
fisicamente como também a nível psicológico. A prova disso foi que vários alunos
vieram ter comigo, explicando que não iam responder à última parte do guião porque
já não tinham condições para estarem concentrados.
O cansaço é um ponto interessante desta atividade, pois permite refletir sobre
qual o tempo que se adequa para uma saída de campo. Será que é mais proveitoso
fazer uma saída de campo só para parte da manhã? Será que fará mais sentido fazer da
parte da tarde? Quanto tempo seria ideal para uma saída de campo? São tudo
perguntas que permitem uma reflexão sobre qual a melhor forma de se implementar
este tipo de atividades.
Esta visita apesar de ser interessante, muitos dos alunos não estavam com
muita atenção. Também é importante referir que a responsável da quinta não se
colocou no melhor lugar para ser ouvida pelos 40 alunos participantes. Como muitos
não conseguiam ouvir as explicações, começaram a dispersar e a distrair os restantes
colegas. No interior da quinta, foram explicadas e verificadas quais as diferenças que
existem entre uma quinta familiar e uma mais industrial. Os alunos também puderam
identificar que as técnicas de produção eram distintas da quinta anterior, assim como,
os países para onde era exportado o vinho. Para os alunos foi interessante poderem
observar os socalcos existentes e saber qual a sua importância naquela região. A visita
terminou com um lanche oferecido aos alunos e professores pela responsável da
quinta.
36
No final desta visita regressamos à escola, onde chegamos por volta das 19
horas, ou seja, foi um dia completo numa saída de campo. Como os alunos saíram da
escola por volta das 8 horas da manhã e só chegaram às 19 horas da tarde, pude
concluir que talvez o número de horas tenha sido demasiado. De facto, à chegada da
escola muitos dos alunos comentaram que estavam muito cansados e que só queriam
ir para casa descansar.
Na nossa opinião, todos estes comportamentos dos alunos são de enorme
importância, e que podem ser importantes para no futuro se definir concretamente
sobre qual o tempo ideal para a realização deste tipo de atividades para adolescentes.
3. Instrumentos de recolha de dados
Para obtermos informação pertinente e adequada para responder aos objetivos
traçados para este estudo, procedemos à construção de um conjunto de instrumentos
de recolha de dados de que se seriam capazes de fornecer e produzir informação
essencial para se analisar a evolução dos alunos. Os instrumentos de recolha de dados
foram elaborados em função das três fases que constituem este estudo: a preparação, a
realização e por fim a avaliação.
No presente estudo, serão considerados como instrumentos de recolha de
dados, o questionário inicial (Anexo 5), o guião da saída de campo (Anexo 4) e o
questionário final (Anexo 6). Destes três documentos, o guião da saída de campo foi
considerado como um instrumento de avaliação do processo de ensino-aprendizagem
dos alunos, tendo sido considerado na avaliação na disciplina de Geografia. Para além
dos instrumentos de recolha de dados já mencionados, utilizamos o
comentário/opinião dos alunos (Anexo 12) em relação à saída de campo para fazer
uma melhor análise da mesma. Em cada uma das fases que constituem este estudo,
serão apresentados os instrumentos construídos para a recolha de dados.
3.1 O Questionário Inicial
Um dos grandes objetivos deste trabalho era verificar se os alunos tinham uma
evolução nos seus conhecimentos em História e Geografia, com a participação numa
saída de campo. Sendo assim, consideramos interessante verificar quais os
37
conhecimentos que os alunos tinham sobre a história da região, assim como, sobre
algumas temáticas já abordadas nas aulas de Geografia, que seriam abordadas nesta
saída. Após esta reflexão, elaboramos o questionário inicial (Anexo 5) no qual os
alunos teriam de responder a 10 perguntas sobre conteúdos temáticos.
Para além das perguntas relacionadas com conteúdos temáticos sobre História
e Geografia, eram questionados sobre se já tinham visitado a cidade de Peso da Régua
e também sobre as sensações que uma foto tirada na visita anterior feita por mim lhes
transmitia.
O nosso principal objetivo com este questionário inicial era verificar quais os
conhecimentos que os alunos tinham nas duas áreas, procurando saber quais os pontos
em que tinham mais dificuldade ou não sabiam responder. No global, pretendíamos
verificar se depois da saída de campo efetuada, havia algum tipo de evolução nos
conhecimentos dos alunos. Este questionário foi entregue na semana anterior à
realização da atividade.
3.2 O guião da saída de campo
O guião (Anexo 4) foi elaborado com o objetivo de ser um guião prático e de
resposta fácil para os alunos. Na nossa opinião a presença de um guião ou de um
roteiro numa saída de campo é essencial, pois irá fazer com que os alunos apliquem
os seus conhecimentos. O principal problema que existe nas “visitas de estudo” é o
facto de os alunos irem apenas dar um “passeio” e voltar poucas horas depois. Na área
disciplinar de Geografia é essencial existir um guião numa saída de campo, pois em
Geografia os alunos estão em contacto com o meio envolvente e através da
observação que fazem, aplicam os seus conhecimentos. Um dos objetivos principais
deste trabalho, é essencialmente também demonstrar que História e Geografia não se
aprendem somente através da leitura de livros, visualização de imagens, mas que é
fundamental a observação e o trabalho de campo.
Na área disciplinar de História ao longo de todo o meu percurso escolar, não
efetuei nenhuma saída de campo, sendo que as minhas aulas eram feitas através da
análise do manual escolar. Uma vez que tive aulas muito direcionadas para a parte
teórica e pouco para a parte prática, acho fundamental aprender História pelo espaço,
pois irá permitir aos alunos conhecer melhor os factos da história nacional. Através
38
desta saída a Peso da Régua, os alunos poderiam conhecer a evolução desta cidade,
assim como, de toda a região envolvente, percebendo de forma mais realista o porquê
de esta região ser tão importante para o país.
De uma forma resumida, procuramos, de seguida, explicar os objetivos de
cada uma das tarefas que constavam no guião.
Com a primeira paragem no Museu do Douro, pretendia-se que os alunos
estivessem em contacto com a história da região do Douro, percorrendo a evolução
desta região desde a pré-história até à atualidade. Ao elaborar o guião, pretendíamos
que em cada espaço temporal os alunos tivessem tarefas para realizar, para assim
verificarem como a região evoluiu ao longo dos séculos. Para a realização destas
tarefas, os alunos teriam de estar atentos à guia do Museu, assim como aos painéis lá
disponíveis, onde se encontravam algumas das respostas às tarefas pedidas. Com a
procura que os alunos teriam de fazer nos painéis para responder às atividades
pedidas, pretendíamos que os alunos exercitassem a pesquisa de informação, e
também desenvolver nos alunos os hábitos de consulta desses painéis que existem na
generalidade dos museus.
Durante a hora do almoço, momento para os alunos descomprimirem e
relaxarem, tínhamos idealizado fazer um almoço junto ao rio para que os alunos
observassem a grande riqueza paisagística. Porém, não foi possível realizar o almoço
neste local devido ao mau tempo que se fez sentir na parte da manhã, como já referi
anteriormente.
Na segunda paragem, apesar de os alunos não estarem na ponte pedonal que
seria a ideia inicial, realizaram na mesma a tarefa num local perto da Quinta de
Tourais, onde puderam observar a paisagem para assim aplicarem conhecimentos que
tinham aprendido sobre o tipo de povoamento, assim como, características da
paisagem agrária. Como primeira tarefa nesta paragem, foi pedido também aos alunos
que indicassem três dos afluentes do rio Douro.
Na terceira paragem, pretendíamos que os alunos estivessem em contacto com
uma quinta familiar. Nesta quinta era importante que os alunos estivessem atentos a
todo o processo da elaboração do vinho, assim como, conhecer quais os principais
países importadores do seu vinho. Para além disso, teriam de estar atentos ao tipo de
turismo que era praticado nesta quinta, à tecnologia utilizada, ao número de mão-de-
obra utilizada e a outras características pedidas na tarefa 36.
39
Na quarta paragem, com a ida à barragem de Bagaúste pretendíamos que os
alunos observassem uma barragem, assim como, rever um pouco os conteúdos
aprendidos no ano letivo anterior sobre os recursos hídricos e o transporte fluvial.
Como já referi anteriormente, a observação que os alunos fazem nas saídas de campo
é fundamental e importante, e isso ficou bem claro quando tivemos a oportunidade e a
sorte de ver a abertura da eclusa da barragem que era algo que os alunos dentro de
uma sala de aula não o poderiam visualizar.
Na quinta e última paragem, pretendíamos que os alunos tivessem em contacto
com uma quinta industrial, para verificarem as diferenças que existe entre uma quinta
familiar e uma industrial. Posto isto, os alunos teriam que realizar tarefas que estavam
diretamente relacionadas com os conteúdos que estudaram sobre o tema da agricultura
durante o presente ano letivo. Para além disso, poderiam integrar também
conhecimentos sobre o turismo rural estudado este mesmo ano. Por fim, pretendíamos
verificar se as sensações que a paisagem transmitia eram as mesmas das que tinham
indicado no questionário inicial. Para isso, fomos ao local exato onde a foto tinha sido
tirada para ser colocada no questionário inicial. Mais à frente, iremos verificar quais
as diferenças de sensações que os alunos indicaram antes e durante a saída de campo.
Também foi pedido aos alunos para indicarem quais os conteúdos temáticos de
Geografia que efetuaram com esta aula de campo. Com esta questão, procurávamos
saber se os alunos associaram os conhecimentos adquiridos durante a saída de campo,
com as aprendizagens que tinham efetuado em Geografia.
Toda a construção deste guião foi pensada no ponto de vista científico,
pedagógico e didático e adaptado ao nível etário e cognitivo dos alunos envolvidos.
Dessa forma, procuramos construir este guião com formulações pedagogicamente
adequadas e corretas para os alunos em questão.
3.3 Balanço da saída de campo
Um instrumento que consideramos também importante na recolha de dados foi
o comentário que os alunos efetuaram sobre a atividade por escrito (Anexo 12). Este
comentário estava integrado no questionário final, que foi entregue aos alunos duas
semanas depois da realização da saída de campo. Neste questionário, pedimos aos
40
alunos que indicassem dois aspetos positivos e negativos que esta saída teve na
opinião deles.
Com isto pretendíamos que os alunos tivessem a oportunidade de realizarem a
sua avaliação da atividade, refletindo de uma forma ponderada depois de duas
semanas. Na nossa opinião, os comentários dos alunos são fundamentais para
sabermos a perspetiva que os alunos possuem sobre esta atividade, assim como,
permitir aos professores melhorarem os aspetos mais negativos que tiveram durante a
mesma.
3.4 O Questionário Final
No dia 26 de abril de 2016, os alunos realizaram o último questionário (Anexo
6), que eram as mesmas perguntas do questionário inicial, excetuando as questões 1 e
12 e acrescentamos a pergunta 13 para saber a opinião dos alunos sobre a saída de
campo.
O objetivo deste instrumento era comparar as respostas dos alunos com as que
haviam dado no questionário inicial, com o principal objetivo de verificar se houve
evolução nos conhecimentos dos alunos. Assim, pretendíamos verificar se a
realização desta atividade tinha tido um impacto positivo, através da análise das
respostas que os alunos tinham dado.
4. Tratamento da informação recolhida
Uma vez apresentados os instrumentos que utilizamos para a recolha de dados,
temos que clarificar quais os procedimentos de análise dos dados que decidimos
adotar para esta investigação. Foram utilizados métodos diferentes para a análise dos
instrumentos da recolha de dados.
4.1 A Análise Quantitativa
4.1.1 O guião da saída de campo
41
O guião foi alvo, numa primeira fase de uma avaliação quantitativa, tendo sido
como já referi anteriormente, um elemento de avaliação dos alunos na disciplina de
Geografia A no 3º período. Este guião, como já foi referido, contemplava tarefas que
os alunos teriam que realizar e solucionar ao longo do dia.
Após a realização da saída de campo, foram atribuídas às tarefas cotações, que
podem ser verificadas nos critérios de correção do guião da visita de estudo, conforme
o anexo 7.
A atribuição das cotações foi feita de uma forma homogénea, porque
consideramos que não existem tarefas particularmente valorizadas, estando os valores
igualmente distribuídos pelos itens de resposta. Foram efetuados dois critérios de
avaliação para o guião, um para História e outro para Geografia. Esta situação deve-se
ao facto, de só a parte de Geografia servir como elemento de avaliação para os alunos.
O critério de avaliação de História foi independente e não contou como elemento de
avaliação dos alunos, somente para a recolha de dados para a investigação.
De seguida, tivemos que efetuar as correções de acordo com os critérios que
anteriormente foram estabelecidos, atribuindo a classificação que cada aluno obteve.
Sendo assim, optamos por fazer 100 pontos para cada disciplina e a respetiva
classificação. A escala da classificação foi a seguinte:
Insuficiente: 0 a 4.9 valores
Suficiente: 5 a 6.9 valores
Bom: 7 a 8.9 valores
Muito Bom: 9 a 10 valores
Foram avaliados quarenta guiões, uma vez que oito alunos faltaram à
atividade pelas razões já referidas anteriormente. De referir que no final da saída de
campo todos os alunos entregaram o seu guião. Com esta avaliação, conseguimos
verificar quais as tarefas que os alunos revelaram maior ou menor dificuldade.
4.2 A Análise Qualitativa
4.2.1 O Questionário Inicial e o Questionário Final
Como já foi referido anteriormente, estes dois instrumentos foram construídos
com o objetivo de fazer uma comparação do que seria antes da saída de campo (QI) e
o depois da saída de campo (QF), para verificarmos se houve algum tipo de evolução
42
dos conhecimentos dos alunos. Para tal, foi feita uma análise qualitativa com o
objetivo de perceber quais os pontos fracos que os alunos tinham antes da atividade, e
verificar se após a saída houve alguma evolução.
Assim, foi feita uma primeira análise do questionário inicial onde se verificou
a percentagem de sucesso de cada aluno por tarefa. As que tiveram menor
percentagem de sucesso, foram alvo de uma análise mais cuidada para verificar a
evolução depois da saída de campo. Duas semanas após a realização da atividade, foi
entregue aos alunos o questionário final com uma estrutura idêntica à primeira. Neste
questionário final foi feita uma análise cuidada sobre a percentagem de sucesso dos
alunos em cada tarefa.
Para não revelar a identidade dos indivíduos que participaram neste estudo de
caso, procedemos, à atribuição de um número a cada aluno e à codificação dos
diversos instrumentos de recolha de dados. Sendo assim, optamos por atribuir um
código a cada instrumento, completando com a turma e o número do aluno que o
preencheu. Por exemplo, QI 2-A corresponde ao questionário inicial respondido pelo
aluno número 2 da turma A.
Para proceder a uma melhor análise dos dados relativos aos inquéritos,
optamos por analisar os dados através das percentagens de sucesso a cada questão
respondida pelos alunos.
4.2.2 O guião da saída de campo
No guião para além de uma análise de cariz quantitativo, achamos que seria
interessante proceder também a uma análise do conteúdo de um desafio presente no
guião. Com efeito, interessou-nos, essencialmente, perceber quais as sensações que os
alunos destacavam quando observavam a paisagem que já tinham visualizado numa
imagem no questionário inicial. O principal objetivo, era verificar se existiam
alterações nas sensações referidas pelos alunos antes e durante a observação da
paisagem.
43
4.2.3 Balanço dos alunos
Os dados recolhidos através deste instrumento foram alvo de uma avaliação
qualitativa, recorrendo à análise de conteúdos das opiniões emitidas pelos alunos
acerca da saída de campo em que participaram. Na nossa opinião, este é um
instrumento fundamental para verificarmos se esta atividade teve ou não, um efeito
positivo nos alunos.
Para verificarmos a opinião dos alunos, pedimos no questionário final que
estes indicassem dois aspetos positivos e negativos da atividade que participaram.
Para uma melhor leitura dos comentários dos alunos, procedemos à elaboração de
categorias para que assim permitissem acolher “unidades de registo com carga
avaliativa, no sentido de vir a estabelecer a direção e a intensidade das atitudes do (s)
sujeitos (s) em relação a determinados objetivos” (Esteves, 2006, p. 111).
Depois de analisar o conteúdo dos comentários dos alunos, definimos duas
categorias de análise. Uma que contempla os aspetos que os alunos gostaram mais na
atividade e outra que está relacionado com os aspetos que menos lhes agradaram.
Após a definição das categorias, foram elaboradas os indicadores que
permitem compreender melhor o sentido da própria categoria, de acordo com a
opinião dos alunos inquiridos (idem, p. 116).
Para cada uma das categoria foram definidos 6 indicadores para uma melhor e
mais fácil leitura dos dados. Para uma melhor compreensão das categorias e dos
indicadores estabelecidos, elaboramos o seguinte quadro.
44
Quadro nº2: Categorias e indicadores criados a partir da opinião dos alunos sobre a
saída de campo.
As etapas finais de análise do conteúdo que realizamos são concretizadas nos
capítulos III e IV, contemplando a apresentação e a interpretação dos resultados.
Categorias Indicadores
Aspetos que os alunos
gostaram na saída de
campo
Contacto com a realidade
Caráter lúdico
Beleza da paisagem
Conhecimentos adquiridos
Locais visitados
Custo da viagem
Aspetos que os alunos
não gostaram na saída de
campo
Estado do tempo
Cansaço
Almoço
Falta de cumprimento de
horários/organização
Guião da visita de estudo
Locais visitados
45
Capítulo III – Apresentação dos resultados
Após a conclusão sobre os pressupostos metodológicos adotados no presente
estudo, segue-se a apresentação dos resultados desta investigação, que será feita tendo
em conta cada um dos instrumentos utilizados.
1. Questionário Inicial
Como já foi referido anteriormente, com este questionário inicial pretendíamos
verificar os conhecimentos prévios que os alunos tinham sobre a história da região
envolvente, assim como sobre alguns temas de Geografia que seriam abordados ao
longo desta saída de campo. Para uma melhor e mais fácil análise dos resultados,
calculamos para cada questão a taxa de sucesso obtida pelos alunos.
Para melhor facilidade de leitura dos inquéritos foi elaborada uma grelha
(Anexo 9) com os resultados obtidos pelos alunos no questionário inicial, para assim
verificarmos quais as questões em que os alunos tinham mais dificuldades de
resposta. Porém, antes de analisarmos os resultados deste questionário, achamos
interessante referir alguns aspetos que achamos que são relevantes.
Este questionário foi respondido na semana anterior à realização desta
atividade por 36 alunos. Na sua entrega, foi explicado aos alunos que não contaria
para a nota, pelo que não interessava que algumas respostas fossem copiadas. Foi
esclarecido que caso não soubessem responder a alguma questão para deixar em
branco, pois seria muito mais interessante e fiável para o estudo em questão.
Ao analisarmos os resultados deste inquérito, desde logo temos uma pergunta
que acaba por revelar resultados interessantes. Na primeira pergunta deste
questionário, os alunos foram confrontados com a seguinte questão: Já alguma vez
visitaste Peso da Régua? Os resultados acabaram por ser bastante interessantes,
conforme podemos verificar no seguinte quadro:
46
Tabela nº3: Resultados à questão 1 do QI
Dos 36 alunos inquiridos, 78% (28 alunos) nunca tinham visitado o Peso da
Régua, sendo que apenas 22% (8 alunos) o tinham feito. Esta pergunta acaba por
revelar dados interessantes, pois dá uma ideia geral do pouco conhecimento que
atualmente os jovens portugueses possuem do seu território. Este desconhecimento
está patente na pergunta relacionada com a localização do cidade de Peso da Régua,
onde os alunos como iremos verificar têm dificuldades em localizar corretamente.
O resultado desta pergunta acaba por ser interessante, uma vez que iriamos
implementar uma saída de campo num local que para a maioria dos alunos era
totalmente desconhecida. Por esta mesma razão, as saídas de campo acabam por ter
uma papel muito importante, não só na aprendizagem, como também, na
possibilidade que dá aos alunos de estarem em contacto com realidades desconhecidas
para eles. Assim sendo, esta foi uma atividade que ainda deu mais prazer em planear,
pois muitos dos alunos iriam estar nesta cidade pela primeira vez.
Para além deste primeiro resultado, houve uma análise cuidada dos resultados
obtidos pelos alunos nas outras questões. Os critérios de correção dos inquéritos
foram estabelecidos com os meus Orientadores, sendo assim, por cada resposta
correta seria atribuído 2 pontos, 1 ponto para as repostas incompletas e 0 ou N/R para
as respostas erradas ou que não foram respondidas respetivamente. A atribuição
destes pontos foi com o objetivo de simplificar a sua correção e também a análise dos
resultados.
Para uma melhor análise dos resultados, decidimos apresentar os mesmos na
seguinte tabela.
Tabela nº4: Percentagem de sucesso obtida pelos alunos nas questões
respondidas
Sim Não
22% 78%
47
Para calcular a percentagem de sucesso para cada questão, foi tido em conta o
número total de alunos que tinham obtido o número total de pontos (2) para cada
pergunta. Ao analisarmos de uma forma geral, podemos concluir que das 11 questões
efetuadas aos alunos, apenas 4 questões tiveram uma percentagem de sucesso de 50%
ou mais. Na questão número 2 onde era pedido para os alunos identificarem a NUT I,
II e III, apenas 16 alunos conseguiram identificar com sucesso. Um dos fatores que
pode ter contribuído para este resultado, poderá estar expresso no facto de a maior
parte dos alunos nunca ter estado nesta cidade. Ao consultar a grelha do QI, podemos
verificar que todos os outros alunos tinham a resposta incompleta, grande
percentagem deles conseguiu identificar a NUT I e II, porém, não sabiam identificar a
NUT III a que o concelho pertencia.
Entre as perguntas 3 e 5.1 acabam por não serem satisfatórias, excetuando a
pergunta 5, onde 80% dos alunos conseguiram responder corretamente. Ao
analisarmos as percentagens, verificamos que são percentagens muito baixas, o que
revela desconhecimento por parte dos alunos relativamente à história da região. A
questão 3 na qual os alunos eram questionados sobre o ano em que a paisagem do
Alto Douro Vinhateiro tinha sido inscrita na lista do património mundial da
UNESCO, apenas 2 alunos responderam de forma correta. A questão número 4 que
estava diretamente relacionada com a ordem religiosa que se fixou no norte de
Portugal com a Reconquista Cristã, nenhum aluno respondeu de forma correta,
havendo uma grande percentagem de alunos que não responderam. Apesar destas
perguntas, a grande maioria dos alunos acaba por conseguir identificar o contrato que
Portugal assinou com a Grã-Bretanha em 1703, porém, poucos são aqueles que sabem
da sua importância.
As seguintes questões estão relacionadas com a área de Geografia. Nesta área
já podemos verificar que os resultados melhoram um pouco, apesar de metade das
questões não obterem resultados positivos. As questões 6, 7 e 10 possuem resultados
Questão 2 3 4 5 5.1 6 7 8 9 10 11
%
sucesso
da tarefa
44,4 5,5 0 80,5 36,1 36,1 27,7 52,7 72,2 33,3 58,3
48
negativos e estão relacionadas com a importância da construção de socalcos em
algumas regiões do país, os fatores naturais que condicionam a agricultura e duas
características gerais do clima Norte Transmontano respetivamente. Na questão 7
apesar do resultado ser negativo, os alunos indicam dois fatores naturais corretos que
condicionam a agricultura, porém, são três fatores naturais que condicionam a
agricultura. Uma vez que grande parte dos alunos indicavam somente dois, colocamos
como incompleta e portanto a cada aluno apenas foi atribuído 1 ponto.
Nas restantes questões (8, 9 e 11) em que os alunos tiveram um
aproveitamento satisfatório, estas estão relacionadas com as duas principais culturas
permanentes da região do Douro, a distinção entre minifúndio e latifúndio e algumas
vantagens que os alunos teriam que enunciar sobre a construção de barragens. Estas
foram as perguntas em que os alunos tiveram um aproveitamento satisfatório.
Com estes resultados, o nosso principal objetivo era verificar se com a saída
de campo os alunos teriam um melhor aproveitamento. Sendo assim, assumimos
como objetivo a melhoria de todos os resultados presentes no questionário inicial,
pois assim, iriamos verificar se haveria uma evolução nos alunos. Como iremos
verificar um pouco mais à frente, grande parte do objetivo foi cumprido.
Para além destes resultados já mencionados, foram ainda avaliadas as
sensações que uma fotografia transmitia aos alunos. Como já referi anteriormente, o
objetivo passava por verificar se as sensações que a imagem transmitia seriam iguais
antes e durante a saída. Em seguida, apresentamos os resultados referentes às
sensações obtidas pelos alunos.
1.1 Sensações descritas pelos alunos antes da saída de campo
Como última questão deste questionário inicial, foi pedido aos alunos que
descrevessem as sensações que tinham enquanto observavam uma fotografia
produzida na Quinta de Santa Eufêmia durante a viagem preparatória da saída de
campo. Os resultados estão expressos na seguinte tabela:
Tabela nº5: Sensações obtidas pelos alunos através de uma fotografia no
Questionário Inicial
49
Sensações Número de Referências %
Tranquilidade 25 30.5%
Paz 10 12.2%
Calma 9 11%
Serenidade 8 9.8%
Isolamento 5 6.1%
Liberdade 4 4.9%
Conforto 2 2.4%
Pureza 2 2.4%
Vazio 2 2.4%
Silêncio 2 2.4%
Energia espiritual 1 1.2%
Distância 1 1.2%
Bem estar 1 1.2%
Alegria 1 1.2%
Monotonia 1 1.2%
Descontração 1 1.2%
Admiração 1 1.2%
Harmonia 1 1.2%
Introspeção 1 1.2%
Cheiro a vinho tinto 1 1.2%
Relaxamento 1 1.2%
Calor 1 1.2%
Ar puro 1 1.2%
Ao analisarmos os resultados referentes a esta questão, podemos verificar que
houve 82 referências divididas por 23 sensações. Foi pedido aos alunos para eles
expressarem as sensações que a fotografia lhes transmitia, não impondo um número
mínimo de sensações, sendo assim, vários alunos referenciaram duas ou três
sensações. Podemos verificar que as sensações mais apontadas foram a Tranquilidade
(30.5%), Paz (12.2%), Calma (11%) e Serenidade (9.8%). Muitos dos alunos
50
acabariam por comentar no final do questionário que eram as sensações contrastantes
das que viviam na cidade.
Com apenas uma referência foram várias as sensações identificadas (13),
havendo sensações muito distintas das outras. Após verificar estes resultados, era
importante verificar quais as sensações que esta paisagem transmitia aos alunos
quando estivessem em contacto direto com ela. Este foi claramente o principal ponto
de interesse nesta questão.
2. Guião da saída de campo
Com o principal objetivo de integrar, simultaneamente, conteúdos históricos e
geográficos que os alunos pudessem mobilizar a partir da observação dos espaços da
cidade, o guião foi submetido, numa fase inicial, a uma avaliação de cariz
quantitativo.
Como já foi referido anteriormente, foi dada uma cotação de 10 valores a cada
área disciplinar, sendo que só a parte de Geografia contaria para a atribuição de
classificação no final do período.
Assim, a análise dos resultados será feita em duas partes, uma primeira
direcionada a História e logo depois a Geografia. Ao analisar a grelha (Anexo 11)
relativamente aos resultados relacionados com a visita ao Museu do Douro, foi
possível estabelecer de um modo genérico para os 40 alunos, dois perfis de
desempenho:
- treze alunos com desempenho bom, cujas classificações variam entre os 7 e
os 8.9 valores;
- vinte e sete alunos com um desempenho de nível muito bom, cujas
classificações variam entre os 9 e os 10 valores.
Figura nº1: Classificações obtidas pelos alunos no guião da saída de campo –
História
51
De uma maneira geral, é possível concluir que os desempenhos foram muito
positivos, dado que os resultados variam entre os 7,7 e os 10 valores. Verificou-se
uma preocupação da grande maioria dos alunos em concretizar as tarefas pedidas no
Museu do Douro.
Como já foi referido anteriormente, um dos principais objetivos era os alunos
verificarem como a região evoluiu ao longo dos séculos. Para além dos alunos
estarem atentos ao guia da visita, este guião contemplava a principal tarefa de os
alunos exercitarem a pesquisa de informação, para assim desenvolver nos alunos os
hábitos de consulta dos painéis existentes neste museu. Estes objetivos acabam por ser
inteiramente conseguidos e cumpridos. Mas, convém referir que da parte da manhã os
alunos estavam ainda bastante concentrados, e essa pode também ter sido uma razão
fundamental. O facto de os resultados serem bastante positivos, acabaria por se fazer
sentir também mais tarde no Questionário Final.
Os resultados referentes à parte de Geografia, acabam por ser bastante
positivos, porém diferentes em comparação com os resultados de História. Tal como
foi realizado para História, elaboramos um gráfico que nos demonstra os seguintes
resultados:
52
Figura nº2: Classificações obtidas pelos alunos no guião da saída de campo –
Geografia
Como podemos observar neste gráfico, predomina a classificação de Bom
(7,0-8,9) e a classificação de Muito Bom (9,0-10,0) registando-se 4 resultados
negativos e 1 com a classificação de Suficiente. Ao analisarmos a grelha de
classificação (Anexo 11), podemos verificar que no global, as notas acabaram por
variar entre o 1,9 e os 9,7 que foram a pior e melhor classificação respetivamente. De
referir que estes resultados positivos acabam por ser bastante satisfatórios, porém, não
é demais salientar que é possível que tenha havido algumas cópias por parte de alguns
alunos. O facto de serem 40 alunos, acaba por ser difícil de controlar e algum aluno
menos atento acaba sempre por perguntar ao colega a resposta à pergunta.
Os resultados menos positivos, estão diretamente relacionados pelos alunos
em questão terem deixado de responder ao guião a partir de um determinado
momento do dia, argumentando que estavam cansados fisicamente e que não tinham
capacidade para estarem atentos. De facto, foram vários os alunos que no final do dia
comentaram e revelaram a mim que estavam cansados fisicamente da atividade. Por
isso mesmo, podemos verificar já na última etapa do guião que alguns alunos
53
escrevem menos e outros acabam por deixar perguntas em branco. Sem dúvida, que o
fator cansaço acaba por ser determinante neste dia e uma questão a ser considerada
nas saídas de campo.
Relativamente ao desempenho das tarefas, de destacar que os resultados com
menos sucesso estão diretamente relacionados com a observação do espaço. Ao
analisar os guiões, conseguimos identificar a dificuldade de alguns alunos de indicar
três afluentes do Rio Douro. No que diz respeito à observação do espaço, vários
alunos revelaram dificuldade ao identificar o tipo de povoamento dominante e ao
caracterizar morfologicamente a paisagem agrária. Na última etapa onde os alunos
tinham que estabelecer as diferenças entre a Quinta de Tourais e a Quinta de Santa
Eufêmia, apesar de os resultados serem satisfatórios, apenas 13 alunos obtiveram
cotação máxima.
De revelar também o excelente desempenho dos alunos na etapa relacionada
com a Barragem de Bagúste, que foi um dos pontos mais altos da saída. O facto de os
alunos observarem a abertura da barragem, fez com que estes ficassem mais
motivados por verem algo que para muitos era novidade. Nesta etapa excetuando três
alunos, todos obtiveram cotação máxima em todas as questões.
2.1 Sensações descritas pelos alunos durante a saída de campo
Na quinta de Santa Eufêmia foi pedido aos alunos que identificassem as
sensações que a paisagem lhes transmitia. Sendo assim, colocamos os alunos no local
exato onde tinha tirado uma fotografia semanas antes. O principal objetivo, era
comparar as sensações antes e através de uma fotografia dentro de uma sala de aulas,
e durante o trabalho de campo. Os resultados estão expressos na seguinte tabela:
Tabela nº6: Sensações obtidas pelos alunos da paisagem através da
observação em campo.
54
Sensações Número de referências %
Tranquilidade 29 33,7%
Liberdade 13 15,1%
Paz 10 11,6%
Serenidade 8 9,3%
Calma 6 7,0%
Sossego 4 4,7%
Simplicidade 3 3,5%
Ar puro 3 3,5%
Silêncio 2 2,3%
Isolamento 2 2,3%
Medo 1 1,2%
Beleza 1 1,2%
Admiração 1 1,2%
Solidão 1 1,2%
Despreocupação 1 1,2%
Alegria 1 1,2%
Bem estar 1 1,2%
Trabalho 1 1,2%
Analisando os resultados, apesar de existir um maior número de referências
(86) no guião, estas estão distribuídas por um menor número de sensações. No QI o
número total de sensações referidas foi 23, no campo os alunos só registaram no total
18 sensações. Ao analisar o antes e o durante, podemos verificar que a sensação mais
referida é Tranquilidade, sendo que acaba por ser referida mais vezes no campo. Um
dado curioso está relacionado com a sensação de Liberdade, onde no QI apenas é
referida por 4 ocasiões, mas no campo acaba por ficar em segundo lugar das
sensações mais registadas com 13 referências. A Paz, Serenidade e Calma, são
sensações que também merecem algum destaque. Muito curiosamente, a sensação de
Isolamento que poderia ser uma das mais citadas pelos alunos, apenas foi referenciada
em duas ocasiões.
2.2 Temas que os alunos mais aprofundaram durante a saída de campo
55
Por último, foi também pedido aos alunos que identificassem quais os
conteúdos programáticos da disciplina de Geografia A que tinham aprofundado com
aquela aula de campo.
Tabela nº7: Temas que os alunos referiram terem sido os que mais aprofundaram na
saída de campo.
A partir destes dados, podemos verificar que numa aula de campo foram
apontados 7 temas que nas opiniões dos alunos acabaram por ser trabalhados direta ou
indiretamente. Os temas contemplam os dois anos de Geografia A no Ensino
Secundário, onde conseguimos atingir um dos nossos objetivos. Para além de
proporcionar aos alunos a oportunidade de contactarem diretamente com o espaço, era
nosso objetivo tentar aplicar o maior número de conhecimentos aprendidos pelos
alunos durante os dois anos. Uma vez mais, fica expressa a importância que uma aula
de campo pode ter para o desenvolvimento intelectual do aluno.
Em conclusão, os resultados do guião foram bastante positivos e superaram a
nossa expectativa, porém, estes resultados acabam por não ser na sua totalidade
fiáveis devido à facilidade que alguns alunos tinham em copiar por colegas. Ainda
assim, não deixam de ser positivos, tendo em conta que para a maioria dos alunos foi
a primeira aula de campo. Alguns alunos acabaram por acusar cansaço no final da
atividade, o que os desleixou em algumas respostas que deram na parte final do guião.
Fica uma vez mais expressa a importância da utilização de um guião numa saída de
campo, porém se pudesse alterar, faria o guião mais pequeno e mais prático.
Temas Número de referências %
Agricultura 32 39%
Recursos hídricos 28 34,1%
Turismo 6 7,3%
População 6 7,3%
Recursos do subsolo 4 4,9%
Recursos energéticos 3 3,7%
Transportes 3 3,7%
56
3. Opinião dos alunos sobre a saída de campo
Na sequência desta atividade que efetuamos, foi pedido aos alunos na
realização do Questionário Final que expressassem a sua opinião sobre a mesma. Para
isto, foi pedido a cada aluno que indicasse dois aspetos positivos e negativos que
tenham ocorrido nesta aula de campo. A informação e as opiniões dos alunos foram
registadas e tratadas segundo o Quadro 2 já revelado anteriormente. Sendo assim,
dividimos as opiniões dos alunos em duas categorias.
A primeira categoria foi designada como “Aspetos que os alunos gostaram na
saída de campo”, sendo completada com 6 indicadores que visam possibilitar uma
melhor compreensão dos dados.
Assim no indicador “Contacto com a realidade”, em relação à opinião dos
alunos, escolhemos quatro opiniões que retratam esta importância.
“Um dos aspetos positivos foi o contacto com o espaço rural, pois é algo
invulgar dentro da cidade. {...}.” OE 4-A
“{...} outro dos aspetos positivos foi poder aprender coisas vendo ao vivo e
não por um powerpoint. {...}.” OE 12-A
“{...} a possibilidade de visitar uma região que nunca tinha visitado antes foi
bastante importante na aprendizagem de algumas matérias. {...}.“ OE 16-B
“{...} um dos aspetos positivos foi estar em contacto com uma região diferente
daquela que vivemos. {...}.” OE 18-B
Como podemos verificar, o contacto com outra realidade diferente daquela
que os alunos estão acostumados no seu dia a dia acaba por ser um aspeto em que os
alunos apontam como algo positivo.
A beleza da paisagem também foi outro dos fatores que os alunos invocaram
como sendo algo bastante positivo.
“Nesta visita de estudo vi paisagens excelentes que desconhecia. {...}.” OE 9-
B
“{...} a paisagem que tivemos oportunidade de ver na Quinta de Santa
Eufêmia foi bastante bonita. {...}.” OE 11-B
57
“Como positivo posso destacar a excelente paisagem. {...}.” OE 19-B
Outro indicador que decidimos criar, face às opiniões que os alunos positivas
que os alunos emitiram, relaciona-se com os “Conhecimentos adquiridos” durante a
saída de campo. Sendo assim, selecionamos seis opiniões de alunos que indicaram
este indicador.
“Foi uma visita de estudo bastante produtiva, aprendi coisas novas e relembrei
algumas matérias referentes ao ano anterior {...}.” OE 11-A
“Um dos aspetos positivos foi o facto de termos aprendido e adquirido novos
conhecimentos de uma forma interessante {...}.” OE 19-A
“{...} aprofundamos os nossos conhecimentos relativamente à vinha entre
outras coisas. {...}.” OE 20-A
“{...} foi uma atividade dinâmica e pude aprender coisas novas. {...}.” OE 1-B
“Com esta visita aprendi muito mais e consegui perceber melhor a matéria
sobre a agricultura. {...}.” OE 5-B
“Pude rever conhecimentos que adquiri em anos anteriores {...}.” OE 9-B
Os locais visitados ao longo desta atividade, também foram alvo de
comentários positivos por parte dos alunos.
“{...} Os aspetos positivos foi ter tido a oportunidade de conhecer a barragem
de Bagaúste e o Museu do Douro.” OE 8-A
“As visitas às quintas foram interessantes e consegui aprender com elas {...}.”
OE 18-A
“Os dois grandes aspetos positivos desta visita foram a visita ao Museu do
Douro e à Quinta de Santa Eufêmia. {...}.” OE 7-B
“A ida ao Museu do Douro foi um dos pontos altos desta visita de estudo.
{...}.” OE 17-B
“Com a visita às quintas do Douro, pude ter mais conhecimento sobre as suas
produções e quais os processos que cada um possui.{...}.” OE 22-B
Criamos ainda um indicador que apenas é constituído por uma ocorrência que
faz referência ao custo da viagem, o qual achamos ser um fator importante indicado
por parte do aluno.
58
“Foi bastante interessante o facto de termos sempre algo que visitar durante o
dia, e o custo tendo em conta tudo o que visitamos foi muito bom.” OE 10-B
Acabamos por dar importância a opinião deste aluno, pois foi feito um esforço
para que a saída de campo não ultrapassasse os 10 euros, com o objetivo de que todos
os alunos pudessem participar na atividade. Ainda assim, como já referi anteriormente
e devido às dificuldades económicas de alguns alunos, a Prof. Deolinda Dias ajudou
monetariamente alguns alunos.
Para além da categoria relacionada com os aspetos positivos, foi também
pedido aos alunos que indicassem quais os aspetos negativos que no seu ponto de
vista tinham acontecido durante esta saída de campo. Sendo assim, optamos através
da análise das opiniões dos alunos por dividir esta categoria em 6 indicadores. Desde
logo, o indicador que aparece com o mais número de ocorrência está relacionado com
o estado de tempo. Vários foram os alunos que referiram o estado de tempo como
sendo o principal aspeto negativo durante o dia.
“O negativo foi o estado de tempo na parte da manha mas de resto foi tudo
positivo. {...}.” OE 6-B
“{...} Os negativos foi basicamente o estado de tempo.” OE 10-A
“{...} O facto de ter estado mau tempo foi o principal fator negativo desta
visita de estudo{...}.” OE 14-A
“{...} O que realmente prejudicou esta visita de estudo foi o clima chuvoso.”
OE 18-A
“{...} A nível negativo, o tempo foi uma desvantagem nesta visita de estudo
{...}.” OE 20-A
“Um dos aspetos negativos foi que estava quase sempre a chover, o que tornou
a visita menos atrativa {...}.” OE 5-B
“{...} Um dos aspetos negativos foi a mistura climática, de manhã estava
chuva e frio e de tarde esteve sol e calor.” OE 9-B
“{...} Só consigo identificar um fator negativo que foi o estado de tempo da
parte da manhã.” OE 20-B
No geral, a grande maioria dos aspetos negativos apontados pelos alunos sobre
a atividade, está relacionado com o estado de tempo. Para além do estado de tempo,
59
vários foram os alunos que apontaram o local de almoço como um dos fatores
negativos.
“{...} O não ter sítio para almoçar foi juntamente com o tempo o principal
aspeto negativo”. OE 7-A
“{...} A falta de local para almoçar foi um dos fatores negativos”. OE 14-A
“{...} O facto de só termos tido uma hora para almoçar, só nos deu uma hora
para andar à vontade”. OE 16-A
“{...} Má organização em relação ao sítio para almoçar.” OE 1-B
“{...} Podíamos ter almoçado num sítio melhor (estação de comboios).” OE
21-B
Foram vários os alunos que apontaram o almoço como um dos aspetos
negativos. Esta situação ocorreu devido ao facto de estar a chover e de ter planeado
um local que ficaria perto do rio em que os alunos pudessem observar a paisagem.
Devido ao mau tempo, tivemos que improvisar e o local que escolhemos para os
alunos estarem mais protegidos foi a estação de comboios. Este foi o momento em
que tivemos mais dificuldade durante todo o dia, pois não tínhamos planeado outro
local caso houvesse ocorrência de precipitação.
Houve também a criação de outro indicador relacionado com os locais
visitados, onde três alunos fazem críticas aos locais visitados.
“{...} Um dos aspetos mais negativos foi a visita à Quinta de Torais {...}.” OE
4-A
“{...} O senhor da primeira quinta que fomos não soube interagir muito bem
connosco.” OE 5-B
“{...} Na segunda quinta não se ouvia muito bem as explicações porque a
senhora só falava para uma parte do grupo. {...}.” OE 14-A
“{...} Um dos aspetos negativos foi a muito longa e demorada visita ao Museu
do Douro.” OE 13-A
Para além deste indicador, foi criado um relacionado com o cansaço que já foi
comentado anteriormente e que consideramos que tenha sido um fator para no final do
dia os alunos estarem muito dispersos e irrequietos. Posto isto, selecionamos algumas
opiniões dos alunos sobre este indicador.
60
“A visita de estudo foi muito interessante e completa mas muito longa e
cansativa.” OE 5-A
“Foi muito interessante e boa para aliviar o stress mas o tempo da viagem foi
muito longo.” OE 24-A
“{...} Achei que a viagem e a duração da visita de estudo foram muito
longas.” OE 19-B
Três alunos também fizeram algumas críticas relativamente à organização ou à
falta de cumprimento de horários. A organização está diretamente relacionada com o
facto de não ter pensado num espaço alternativo para o almoço e a falta de
cumprimento de horários está relacionada com o tempo de espera pelo responsável da
Quinta de Tourais.
“Como negativo destaco não ter local para comer e a falta de cumprimento de
horários. {...}.” OE 8-A
“Para além do tempo que foi negativo assinalo também a organização do
espaço para almoçar.” OE 2-B
“A visita pode ter sido melhor coordenada a nível de horas, apesar disso a
visita foi bastante educativa, bem estruturada e a meu ver foi cativante para os alunos
sendo que não o fazemos todos os dias.” OE 14-B
O guião também foi alvo de comentários por parte dos alunos, apontando
algumas características que estão relacionadas com a sua dimensão. Tal como eu já
referi anteriormente, também os alunos acharam que o guião foi demasiado extenso e
que perderam muito tempo com ele.
“{...} Achei que o questionário era demasiado longo e cansativo.” OE 9-B
“{...} Na minha opinião acho que perdemos demasiado tempo com o guião em
vez de podermos observar mais.” OE 16-B
“{...} Para além do tempo, achei que o questionário era demasiado grande.”
OE 18-B
Os momentos lúdicos e de convívio foram também, momentos em que para os
alunos foram agradáveis, assim como a relação que estabeleceram entre colegas e
professores.
61
“O convívio com os colegas e com os professores foi muito bom porque
podemos estar mais descontraídos. {...}.” OE 9-A
“{...} gostei muito da ligação que foi criada entre alunos e professores.{...}.”
OE 19-A
“Foi bom porque aprendemos e estivemos em contacto com a natureza e
mantivemos um relacionamento com os professores mais próximo.” OE 11-B
Na nossa opinião, esta possibilidade de estar em contacto com os alunos num
ambiente diferente, que apesar de ser uma aula é mais descontraído, permite não só
aos professores se darem a conhecer, como também os alunos terem uma perspetiva
diferente dos professores.
Houve também a existência de alguns alunos que afirmaram que esta atividade
não teve aspetos negativos e que no global foi significativa.
“Os aspetos positivos foram: o facto de termos aprendido e adquirido novos
conhecimentos de uma forma interessante e a ligação que foi criada entre alunos e
professores. Na minha opinião a visita não teve aspetos negativos.” OE 19-A
“A visita foi bastante interessante. Na minha opinião esta visita não teve
aspetos negativos.” OE 21-A
“{...}como negativos só consigo apontar mesmo o clima, toda a visita de
estudo foi bastante positiva.” OE 4-B
No final desta apresentação de resultados, convém referir a grande diferença
de ocorrências encontradas nas opiniões/comentários dos alunos. Não foi efetuado
qualquer cálculo quantitativo entre a primeira categoria relativa aos aspetos positivos
apontados pelos alunos e a segunda categoria que está relacionada com os aspetos
negativos. Nesta análise não era interessante verificar de forma estatística quais os
pontos mais fortes ou mais fracos da saída de campo, mas demostrar a diversidade de
opiniões que existiam nos alunos sobre a mesma.
Estas opiniões são fundamentais para percebermos o impacto que esta
atividade teve nos alunos, mas também será tida em conta nas conclusões do presente
estudo.
É nossa interpretação que os resultados são fundamentais para a nossa
conceção de ensino. O facto de ter sido o primeiro ano em que fui professor e também
62
ter sido a primeira saída de campo que organizei, é essencial saber quais os pontos
positivos e negativos que esta atividade teve para os alunos. Todos os aspetos
apontados pelos alunos foram tidos em conta na minha leitura, pois todas elas são
fundamentais para a minha evolução enquanto professor. Apesar de não ter havido
grande muitos aspetos negativos apontados pelos alunos, serão importantes para no
futuro não cometer os mesmos erros.
4. Questionário final
Aproximadamente duas semanas após a saída de campo, foi entregue aos
alunos o QF com o principal objetivo de verificar qual o impacto que a realização
desta atividade teve nos alunos. No que se refere ao nível dos conteúdos, o QF era
igual ao QI, excetuando as questões 1, 12 e 13. Este questionário é o nosso principal
instrumento de recolha de dados, pois permite verificar se com esta aula de campo
houve, ou não, uma evolução por parte dos alunos. Ao acontecer essa evolução, ela
iria estar refletida na melhoria substancial dos resultados referente ao QI
A aplicação deste questionário duas semanas após a saída, foi com o objetivo
de verificar se os alunos realmente tinham retido algumas aprendizagens adquiridas
durante a mesma. Sendo assim, optamos por dar um espaço de tempo que permitisse
aos alunos refletirem mais calmamente sobre a saída de campo.
Este QF foi respondido por 38 alunos e tal como no QI, foi elaborada uma
grelha (Anexo 10) onde constam os resultados discriminados de cada aluno para
facilitar a sua leitura. Tal como aconteceu na entrega do QI, foi referido novamente
aos alunos que este questionário não contaria para a nota, pelo que não interessava
que algumas respostas fossem copiadas. Foi esclarecido também que caso não
soubessem responder a alguma questão para deixar em branco, pois seria muito mais
interessante e fiável para o estudo em questão.
Tal como referi anteriormente, este questionário era exatamente igual ao QI,
exceptuando as questões 1, 12 e 13. Na primeira questão, os alunos foram
confrontados com o seguinte: Alguma vez tinhas efetuado aula de campo? O
resultado acaba por ser bastante interessante e permite retirar algumas reflexões. A
seguinte tabela demonstra o resultado desta questão.
63
Tabela nº8: Resultados à questão 1 do QF
Dos 38 alunos inquiridos, 63
% (24 alunos) nunca tinha efetuado
uma aula de campo, sendo apenas 37% (14 alunos) o tinham realizado. Este resultado
acaba por nos dar dados interessantes, pois reflete um pouco o que se passa em todas
as escolas. Se analisarmos que estes alunos possuem as disciplinas de História e
Geografia separadamente desde o 7º ano, e cerca de 63% nunca tinha efetuada uma
aula de campo, dá para elaborar algumas questões interessantes.
Desde logo, podemos elaborar a seguinte questão:
Que tipo de ensino se pratica em História e Geografia nas escolas
portuguesas?
Esta pergunta acaba por ser pertinente e de grande reflexão, pois na nossa
opinião o tipo de ensino que se pratica acaba por se refletir nestes resultado.
Analisando a minha experiência particular enquanto aluno, e tendo frequentado a
disciplina de História desde o 7º ano até ao 12º e a de Geografia desde o 7º até ao 11º,
durante estes seis anos somente fiz uma aula de campo em Geografia no 11º.
Resumidamente, durante os seis anos em que frequentei a disciplina de História,
nunca efetuei qualquer aula de campo, sendo que em Geografia onde o trabalho de
campo é considerado fundamental, apenas realizei uma aula em cinco anos.
Se na disciplina de História se compreende que haja pouco trabalho de campo
porque foi sempre associada à teoria, em que os programas são muito extensos e as
aulas muito expositivas, no que diz respeito à Geografia acaba por ser mais difícil a
sua explicação. Se Geografia deveria ser associada à prática, através da observação e
análise do espaço, é cada vez mais associada pelos alunos a uma disciplina teórica.
Com este estudo, pretendemos demostrar como a prática acaba por ser fundamental
não só em Geografia, como também na disciplina de História.
Sim Não
37% 63%
64
Após esta pequena reflexão, é importante também referir quais os principais
motivos para que atualmente o ensino de História e Geografia seja efetuado desta
maneira. Será culpa dos professores, das escolas, dos programas, nas poucas horas
letivas das disciplinas?
Com a minha experiência no ensino durante este ano, posso afirmar que acaba
por ser um pouco todos estes fatores. No que respeita aos professores, o facto de cada
vez mais verificarmos que os corpos docentes das escolas estão cada vez mais
envelhecidos, pode ser um fator. Para além deste facto, tal como referimos
anteriormente, o professor é cada vez mais confrontado com um maior número de
exigências, o que acaba por provocar uma menor disponibilidade para planificar este
tipo de atividades. No que se refere às escolas, podemos verificar que muitas delas
não têm tanta disponibilidade ou interesse em participar e ajudar nestas atividades.
Por fim, temos a extensão dos programas em História e Geografia quer no Ensino
Básico e Secundário que são alvo de muitas críticas dos professores. O facto de serem
programas muito alargados, e o número de horas letivas das disciplinas serem
reduzidas, acaba por ser difícil para um professor conciliar a teoria com a prática.
Estas são algumas reflexões que no nosso entender são necessárias serem
discutidas com o objetivo de melhorar e diversificar o ensino de História e Geografia.
No que diz respeito à análise do QF, elaboramos uma tabela que nos permite
verificar a evolução que os alunos tiveram nas diferentes questões presentes no
questionário.
Tabela nº9: Percentagem de sucesso obtida pelos alunos nas questões
respondidas no QI E QF
65
Os critérios de correção utilizados foram iguais aos do QI, ou seja, 2 pontos
para as respostas corretas, 1 ponto para as repostas incompletas, 0 pontos para as
respostas erradas e N/R para as não respondidas.
Numa análise geral, podemos verificar que os resultados são bastante
satisfatórios e que corresponderam positivamente às nossas expectativas. Se no QI
apenas quatro questões superaram os 50% de sucesso, no QF apenas duas questões
não superaram esse objetivo. Podemos verificar uma evolução bastante positiva em
todas as questões, excetuando a questão número 7, na qual os alunos obtiveram
resultados piores do que no primeiro questionário.
Analisando um pouco a evolução dos acontecimentos, podemos desde logo
verificar a evolução no que diz respeito ao saber localizar corretamente a cidade de
Peso da Régua. Se no QI foi relacionado o facto de grande parte dos alunos nunca
terem estado no concelho para justificar o resultado negativo, no QF podemos
concluir que o facto de os alunos terem conhecido este concelho, permitiu que
soubessem mais tarde o localizar corretamente. Podemos então concluir que no que
diz respeito à localização houve uma evolução bastante positiva.
Ao constatar os dados, podemos verificar que duas questões tiveram uma
grande evolução entre o antes e o depois da saída de campo. As questões 3 e 4,
relacionadas com a história da região tiveram uma grande evolução, com especial
destaque para a questão 4 onde no QI nenhum aluno tinha respondido corretamente e
no QF cerca de 84% já consegue identificar a ordem religiosa que se fixou no Norte
de Portugal com a Reconquista Cristã. A questão 5 embora no QI tenha tido um
resultado bastante positivo, podemos verificar que no QF todos os 38 alunos que
realizaram o mesmo, souberam identificar corretamente o tratado que Portugal
Questão 2 3 4 5 5.1 6 7 8 9 10 11
QI
%
sucesso
da tarefa
44,4 5,5 0 80,5 36,1 36,1 27,7 52,7 72,2 33,3 58,3
QF
%
sucesso
da tarefa
65,8 60,5 84,2 100 42,1 50 21,0 86,8 100 52,6 71
66
assinou com a Grã-Bretanha em 1703. Porém, na questão seguinte onde se pretendia
que os alunos justificassem qual a importância deste tratado, apesar de existir uma
ligeira melhoria, o resultado é negativo devido ao facto de muitos destes alunos não
terem respondido à pergunta.
Entre as questões 6 e 11 que estão relacionadas com a Geografia, podemos
verificar uma evolução significativa em todas as questões excetuando a questão 7. As
que merecem mais destaque são as questões 6 e 10, uma vez que no QI os seus
resultados foram bastante negativos. Apesar das percentagens de sucesso serem
relativamente mais baixas em comparação com as demais, não deixa de ser mais um
exemplo de melhoria por parte dos alunos.
Relativamente às questões 8, 9 e 11, apesar de estas já terem tido uma taxa de
sucesso positiva, sofreram uma evolução também bastante positiva, destacando a
questão 9 onde todos os alunos reponderam corretamente.
No que diz respeito à pergunta 7 aconteceu algo curioso, os alunos obtiveram
um resultado mais negativo do que no QI. O que se passou foi muito semelhante ao
QI, ou seja, alguns alunos identificaram três fatores mas apenas dois estavam corretos.
Sendo assim, e como se pode constatar na grelha de correção do QF, apenas 8 dos 38
alunos responderam com os três fatores corretos obtendo assim 2 pontos. Dos
restantes alunos, 27 obtiveram a resposta incompleta, dois 0 pontos por terem
respondido erradamente e apenas um aluno não respondeu à pergunta.
Por fim, a questão 13 tinha como o objetivo verificar se os alunos tinham
sentido que tinham aprendido com esta atividade. Dos 38 inquiridos, todos
responderam afirmativamente. Apesar de alguns aspetos negativos que os alunos
apontaram, acabamos por verificar que todos eles aprenderam com ela, reforçando
ainda mais o papel e a importância que as saídas de campo têm em História e
Geografia.
Em conclusão, podemos verificar que a utilização deste questionário foi
fundamental para saber a evolução que o aluno desde o antes e o depois da saída de
campo. A evolução que se verificou do QI para o QF é bastante significativa, o que
correspondeu aos objetivos e às expectativas geradas. Esta evolução dos
conhecimentos de todos os alunos, vem reforçar as ideias que temos vindo a
desenvolver ao longo do presente estudo sobre os efeitos que estas aulas têm sobre os
alunos. São aulas muito mais apelativas, cativantes e os alunos encontram-se num
espaço diferente e mais motivados para aprender.
67
Capítulo IV – Interpretação dos resultados
Partindo dos resultados obtidos com os diversos instrumentos aplicados e
apresentados já no capítulo anterior, procuramos neste capítulo analisar e interpretar
essa informação, relacionando com as teorias que sustentam o quadro teórico da
presente investigação.
1. Descrição sumária da saída de campo e do ambiente vivido
– perspetiva do professor
Esta saída de campo correu, de uma forma geral, bem e correspondeu às
expectativas que tínhamos criado, conhecendo o contexto e os alunos que
participaram nesta atividade.
O plano da saída de campo foi cumprido, percorrendo todas as paragens a que
estava destinado, excetuando a paragem da ponte pedonal devido às condições
metereológicas que se fazia sentir.
Durante a viagem até Peso da Régua não houve nenhum problema com o
autocarro, tendo os alunos tido um bom comportamento, aproveitando o tempo de
viagem para se divertirem.
A primeira paragem que efetuamos foi no Museu do Douro, onde aí dividimos
o grupo de alunos por duas turmas, tendo cada uma sido acompanhada por uma guia
do museu. Antes da visita, prevenimos os alunos para respeitarem determinadas
regras de conduta e de respeito pela instituição, assim como, dos seus guias. A visita
decorreu sem problemas, tendo os alunos sido participativos e atentos às explicações
dos guias. O facto de terem um guião para preencher, originou a que muitos alunos
por vezes estivessem mais preocupados em responder ao guião do que atentos às
indicações que lhes eram dadas. De facto, é importante salientar o empenho em que
os alunos demonstraram ao preencher a parte do guião relacionados com o Museu do
Douro. No Questionário Final, vários alunos apontaram o Museu do Douro como o
local mais interessante na visita.
68
Após a visita ao museu, decorreu a hora do almoço, que como já referi
anteriormente, devido ao mau tempo que se fazia sentir, fomos obrigados a alterar o
seu local. A estação de comboios foi um local pouco comum para o almoço, porém,
foi a melhor solução encontrada naquela altura.
A segunda passagem seria feita na ponte pedonal de Peso da Régua, porém,
não foi possível realizar esta paragem devido à chuva forte que se fazia sentir. Sendo
assim, antecipamos a ida à Quinta de Tourais, onde durante o tempo de espera
realizamos as atividades que seriam para ser realizadas na paragem anterior. Aqui, fui
o responsável por dar algumas indicações e perguntando aos alunos sobre o tipo de
povoamento existente na paisagem, assim como esta era caracterizada. Segundo
Oliveira (1992 apud Almeida, 1998, p.64) “o número ideal de alunos em visitas com
trabalho de campo deve ser de 12 a 15, podendo ir até às 20-22 pessoas, no caso de a
idade ser superior a 17-18 anos.” Esta citação, representa bem a dificuldade que tive
em alguns momentos para controlar todos os 40 alunos, pois apesar de grande parte
deles estar com atenção, alguns estavam dispersos e destabilizavam outros elementos.
Por conseguinte, acabamos por verificar que o número de alunos para a realização do
trabalho de campo foi elevado, e que, por isso, em alguns momentos o trabalho de
campo não rendeu como pretendido. Também será importante referir a variação de
temperatura que fez sentir num espaço de uma hora, o que levou a que alguns alunos
estivessem demasiado excitados e difíceis de controlar.
Na visita à Quinta de Tourais apesar de o responsável da quinta ter tentado
estabelecer uma comunicação positiva entre os alunos, não houve uma grande
empatia. Com isto, os alunos acabaram por dispersar um pouco, não revelando um
grande interesse ao conhecer a quinta.
Na barragem de Bagaúste acabamos por ficar surpreendidos com o interesse
que os alunos revelaram sobre esta. Neste local fui dando algumas indicações sobre a
mesma, e fomos revendo temas relacionados com os recursos hídricos aprendidos no
ano letivo transato. Durante o tempo em que estivemos neste lugar, houve uma
excelente participação dos alunos às perguntas que eram feitas por mim. O facto de
terem assistido à abertura da barragem, foi também interessante, pois nunca o tinham
presenciado.
Por fim, deu-se a última paragem desta saída de campo na Quinta de Santa
Eufêmia. O cansaço fez-se sentir nos alunos, fazendo com que estes estivessem com
pouca concentração e algo irrequietos. Uma parte dos alunos nesta paragem não
69
realizou algumas tarefas ou apresentou respostas iguais entre si. Esta situação foi
evidente, quando determinados alunos estavam mais interessados em procurar saber
quem já tinha completado a tarefa para poder copiar em seguida. A responsável pela
visita na quinta, admitiu que teve alguma dificuldade em comunicar com os alunos,
pois alguns espaços eram apertados e nem todos os alunos a conseguiam ouvir. O
final desta visita, terminou com um lanche que os responsáveis da quinta ofereceram
aos professores e alunos.
A viagem de regresso fez-se sem sobressaltos, aproveitando os alunos para
descansarem e se divertirem, nos finais da saída do campo.
2. Os instrumentos de recolha
Dada uma visão geral do que foi a saída de campo, e sobretudo, interpretando
aquilo que foram algumas das visões que obtivemos durante o dia em que esta
atividade se realizou, interpretemos agora os resultados dos instrumentos da recolha
de dados utilizados.
Como já referimos anteriormente, o instrumento utilizado para a avaliação dos
alunos foi o guião, porém é através do Questionário Inicial e Final que tiramos uma
conclusão sobre o antes e o depois da saída de campo.
2.1 Questionário Inicial
Como já pudemos verificar através dos resultados do QI, havia um grande
desconhecimento por parte dos alunos da região do Douro. Esta situação está
diretamente relacionada com o facto de muitos dos alunos nunca terem conhecido ou
visitado a região em questão. Porém, ficamos um pouco surpreendidos com alguns
resultados revelados. Houve percentagens de sucesso por tarefa muito reduzidos, o
que tanto na área disciplinar de História como na de Geografia se fez sentir.
Estes resultados acabariam por ser mais motivadores para este estudo, pois
assumimos o compromisso de fazer com que as percentagens de sucesso por tarefa,
tivessem uma melhoria significativa no QF.
70
A dificuldade em que os alunos tiveram ao tentar localizar a cidade de Peso da
Régua, foi algo que ficamos surpreendidos. Para além disso, determinadas questões
que tinham sido abordadas nos conteúdos do presente ano letivo também acabaram
por ter resultados bastante negativos. Também por este motivo, a saída de campo
tornou-se importante, pois iria permitir esclarecer determinadas dúvidas que os alunos
ainda possuíam sobre alguns temas.
Este instrumento de recolha de dados, expressa muito bem o antes da saída de
campo e é fundamental para nós verificarmos a evolução que os alunos tiveram, entre
o antes e o depois da realização da atividade.
2.2 O guião da saída de campo
Dos resultados apresentados relativos ao guião, já tivemos oportunidade de
constatar que existe uma pequena discrepância do desempenho entre as duas áreas
disciplinares. Da parte da manhã, onde os alunos estiveram concentrados no Museu
do Douro, os resultados acabaram por exceder as expectativas iniciais. O entusiasmo
e a motivação que os alunos demonstraram foi alvo de atenção da nossa parte. Estes
fatores serão importantes, pois irão refletir também no QF quando os alunos forem
sujeitos a um novo questionário.
Após o almoço e devido a todas as circunstâncias que já foram relatadas
anteriormente, houve algum relaxamento por parte de alguns alunos, o que ficou
refletido nas classificações atribuídas na área disciplinar de Geografia. Apesar de tudo
isso, os resultados acabaram por ser bastante satisfatórios. Obviamente que os
resultados não poderão ser 100% fiáveis, uma vez que alguns alunos copiavam as
respostas de outros que já tinham solucionado as questões. Todavia, esta é uma
situação difícil de controlar, pois existiam 40 alunos e é impossível controlar as
respostas que estes dão. Na correção, dá para verificar a existência de respostas
iguais, o que nos leva a pensar que houve em determinados momentos repostas
copiadas.
Em suma, a existência de um guião numa saída de campo é fundamental e
indispensável. Ao elaborar este recurso, tentei sempre adaptar à faixa etária em
questão, apesar disso penso que poderia em alguns momentos ser mais prático. É
fundamental ter a consciência destes aspetos, pois num futuro quando efetuar uma
71
saída de campo, irei ter em atenção determinados aspetos que por inexperiência não
me ocorreram.
2.3 Questionário Final
Este instrumento de recolha de dados, acaba por ser o mais importante para
retirarmos conclusões sobre a importância que as saídas de campo podem ter no
processo de ensino-aprendizagem. Este questionário foi entregue aos alunos, duas
semanas após a realização da atividade, e tinha como objetivo saber até que o ponto
os alunos tinham evoluído nos seus conhecimentos.
Os resultados não podiam ter sido mais animadores, onde apesar de não haver
uma taxa de sucesso positiva em todas as tarefas, conseguimos verificar uma grande
evolução nos resultados. Isto acaba por refletir que o trabalho de campo desenvolvido
com aos alunos, acabou por ter resultados bastante positivos. No nosso entender, é
bastante relevante estes resultados terem sido obtidos após duas semanas da
realização da atividade. O espaço de tempo escolhido para a realização deste
questionário, foi com o propósito de verificar se os alunos tinham retido os
conhecimentos adquiridos durante a atividade. Após estes resultados, estamos de
acordo com a opinião que Orion e Hisfstein (1991) apresentam sobre os alunos
participantes em atividades de trabalho de campo. Estes defendem que os que
participam nestas atividades apresentam maiores capacidades de observação,
memorização e de relembrar fatores.
Concluindo, quando se organiza e planeia este tipo de atividades, é
fundamental contrastar o antes e o depois da saída de campo para obter informações
se a mesma foi útil na aprendizagem dos alunos. Por conseguinte, a utilização de
instrumentos de recolha de dados como o QF acaba por ser fundamental para a
obtenção desses resultados.
3. Perceções dos alunos
72
Após a análise efetuada aos comentários e opiniões dos alunos em relação à
atividade realizada, verificamos que os alunos tiveram uma opinião muito positiva em
relação à mesma.
Desde o momento em que foi comunicado aos alunos que iriam ter uma saída
de campo, ficou clara a sua motivação e a que a atividade tinha despertado o seu
interesse. Foram apontados pelos alunos vários aspetos positivos sobre a saída de
campo em que participaram.
As sensações que suscitaram os alunos foram muito positivas, sendo destacado
o interesse que a atividade originou com a possibilidade de terem uma aprendizagem
assente na observação concreta de determinados conteúdos que estavam habituados a
aprender dentro de uma sala de aula. Podemos constatar que vários alunos declararam
terem aprendido bastante com esta saída de campo, relativamente a conteúdos
geográficos mas também históricos, dando exemplos dessas aprendizagens. O
desenvolvimento cultural também foi destacado pelos participantes, o que
naturalmente, justifica a organização de atividades do género no futuro. O papel
desempenhado pelos professores também foi alvo de comentários por parte dos
alunos, onde estes destacaram a boa relação que existiu entre ambos durante todo o
dia. Houve também referência a outros fatores tais como: os locais visitados, a
paisagem observada e os momentos lúdicos que se viveram durante a atividade.
Também foram apontados alguns aspetos que consideraram negativos e que
ocorreram durante a atividade. Porém, esses aspetos negativos foram muito pequenos,
comparados com a quantidade de referências positivas. Portanto, os aspetos negativos
referenciados pelos alunos não põem em causa o valor desta experiência de ensino-
aprendizagem. Apesar de serem referências residuais, têm que ser consideradas.
O que pretendemos destacar é a quantidade e diversidade de fatores e aspetos
que contribuíram para que os alunos gostassem da atividade. Esta saída de campo, foi
sem dúvida uma estratégia de ensino-aprendizagem muito apreciada pelos alunos.
4. A temática de estudo da saída de campo
73
A região do Douro, mais concretamente a cidade de Peso da Régua revelaram
ter sido uma escolha acertada para a realização deste estudo. O facto de ser
desconhecida para grande parte dos alunos, também foi motivo para que a atividade
se demonstrasse mais interessante.
A cidade de Peso da Régua foi escolhida não só pela sua história mas também
pela paisagem que predomina nesta localidade. Aqui houve a possibilidade de os
alunos poderem aprender conteúdos relacionados com a história da região mas
também recordar alguns conteúdos aprendidos no âmbito da Geografia. A facilidade
de acesso a esta localidade também pesou na escolha que tivemos de efetuar. Os
alunos ao cruzarem a ponte podiam ter uma outra perspetiva da cidade, num outro
ponto de vista. A possibilidade de serem abordados temas como a agricultura, os
recursos hídricos, turismo, população, recursos energéticos e transportes também foi
tido em conta.
A paisagem predominante foi alvo de comentários por parte dos alunos, onde
ficaram impressionados com o valor que possuía. Ao longo do dia, vários foram os
comentários de alunos que indicavam que era totalmente diferente conhecer a região
através da observação direta do que por imagens. Um exemplo disso é este
comentário: “Nesta visita de estudo vi paisagens excelentes que desconhecia {...}”
OE 9-B. Esta foi a opinião geral de quase todos os alunos no que se refere à
paisagem.
Com isto, pretendemos destacar a importância que muitas regiões do nosso
país possuem e que são desconhecidas pelos nossos alunos. Ainda existe muito por
explorar nesta região e o seu trabalho de campo é algo essencial. Esperemos que no
futuro esta região seja cada vez mais um local escolhido para a realização deste tipo
de atividades.
Em seguida, apresentamos uma foto retirada na parte final do dia de atividade
na Quinta de Santa Eufêmia.
74
Figura nº3: Fotografia de grupo tirada na Quinta de Santa Eufêmia, em 12 de
abril de 2016.
75
Considerações Finais
Ao definirmos saída de campo para História e Geografia, podemos considerar
todas as deslocações que se fazem dentro ou fora do recinto escolar, onde se realize o
devido trabalho de campo. Sem trabalho de campo, não pode haver saída de campo e
vice-versa. Importante definir a importância que esta atividade possui nas duas áreas
disciplinares, em Geografia por ser fundamental para o aluno conhecer o meio
envolvente, e em História por possibilitar o aluno de conhecer a história do seu país,
de uma determinada região ou localidade. O resultado deste trabalho reflete a
importância da realização desta atividade, numa região onde se conseguiu conciliar as
duas áreas disciplinares. Ao analisarmos os principais resultados, conseguimos
verificar uma diferença significativa que esta atividade produziu nos conhecimentos
dos alunos. Para isso, é importante comparar o antes e o depois da saída de campo. Ao
fazermos esta comparação acabamos por concluir que este tipo de atividades,
produzem um efeito muito positivo e motivante para os alunos.
Nas conclusões de um estudo desta natureza há que referir um aspeto muito
importante: estamos perante um estudo de investigação educacional e, por este
motivo, as conclusões que chegamos não são suscetíveis de generalizações abusivas.
Os resultados deste estudo, não significa que todos os professores que decidirem
adotar esta estratégia tenham os mesmos resultados. Com outros alunos, professores,
num contexto educativo distinto, naturalmente os resultados seriam diferentes. Com
este estudo de caso apresentado ao longo deste relatório, era nossa objetivo
compreender a pertinência das saídas de campo, no processo de ensino-aprendizagem
nas áreas disciplinares de História e Geografia.
Para tentar responder ao grande objetivo deste estudo, organizamos e
planificamos uma saída de campo à cidade de Peso da Régua, para duas turmas do 11º
ano de escolaridade. Na planificação desta atividade, houve uma preocupação de
integrar saberes de natureza geográfica e histórica, devido a ser importante a
promoção de interdisciplinaridade.
Após os resultados terem sido analisados e interpretados, pensamos estar
agora em condições para dar uma resposta ao objetivo proposto para este estudo. Com
os resultados do nosso trabalho, podemos concluir que as saídas de campo podem
proporcionar um importante contributo para o desenvolvimento das aprendizagens.
76
Tendo em conta, que neste tipo de atividades é essencial que o aluno saiba colocar em
prática o que aprendeu na teoria, o trabalho de campo desenvolvido foi
imprescindível. Importante também, foi os alunos estarem em contacto com outras
realidades, e acima de tudo “aprender coisas ao vivo e não por um powerpoint” (OE
12- A).
Os resultados obtidos antes da saída de campo com o Questionário Inicial, e
depois da saída de campo com o Questionário Final, representam bem a importância
que estas atividades têm no desenvolvimento cognitivo dos alunos. O principal
elemento da recolha de dados que nos permitia verificar a evolução dos alunos, teve
resultados bastante positivos e excedeu as nossas expectativas iniciais. Os resultados
do guião também foram bastante positivos, porém, na parte final do dia as
percentagens de sucesso da realização das tarefas foram diminuindo.
Apesar de todos estes aspetos positivos, ficam por explicar algumas razões
que nos possam justificar algum cansaço e inquietação que se verificou ao longo do
dia. Terá sido o natural cansaço acumulado ao longo do dia, que tenha originado a
desmotivação de alguns alunos na parte final da saída de campo? Ou as mudanças
metereológicas que se fizeram sentir durante o dia, terá sido o principal fator para a
inquietação dos alunos? Os dados obtidos neste estudo, não nos permitem chegar a
uma conclusão definitiva, mas no nosso entender todos estes fatores poderão ter
contribuído para tal. Porém, também outros fatores podem ter contribuído para
alguma desmotivação, como alguns locais visitados ou o facto de o guião ter sido
extenso. Acaba por ser interessante constatar que os locais que suscitaram maior
interesse aos alunos como o Museu do Douro ou a barragem de Bagaúste, foram
também onde as tarefas tiveram um maior sucesso.
Na nossa opinião, as saídas de campo devem ser implementadas e
desenvolvidas desde os primeiros anos escolares, pois irá permitir ao aluno não ter um
total desconhecimento do que são aulas de campo. Por conseguinte, é também
importante referir que o facto de as escolas atualmente não terem grande
disponibilidade financeira para realizar este tipo de atividades, não pode servir de
pretexto para que estas não sejam efetuadas.
Para além dos instrumentos de recolha de dados fundamentais para o
desenvolvimento deste trabalho, os comentários e opiniões emitidos pelos alunos em
relação a esta atividade, permitiram identificar melhor os aspetos positivos e
negativos da mesma. As críticas foram muito importantes, pois numa próxima
77
iniciativa do género, será importante introduzir alterações no sentido de melhorar a
eficácia da aprendizagem.
A preparação desta saída de campo com os alunos foi também importante,
pois permitiu que estes não fossem com o espírito de só passear, mas tentando
conciliar momentos lúdicos com momentos de aprendizagem. No balanço final, não
restam dúvidas através dos comentários que os alunos efetuaram que esta foi uma
estratégia motivadora para eles.
Querer ensinar Geografia e História sem utilizar saídas de campo, é o mesmo
que um engenheiro informático não saber trabalhar com um computador. O trabalho
de campo que acompanha as saídas, é imprescindível para que os alunos desenvolvam
os objetivos e os conteúdos das matérias.
Em conclusão, as saídas de campo são muito mais que passeios ou excursões,
são um meio necessário para conhecer e valorizar o extraordinário património da
Região do Douro e para desenvolver com efetividades os objetivos e conteúdos de
História e Geografia no Ensino Secundário.
A presente investigação teve ao longo do percurso algumas limitações que
impediram sermos mais ambiciosos nos seus objetivos e conclusões. A pontualidade
da experiência é explicada pelo contexto em que o investigador se encontra, ou seja,
professor estagiário, com todas as condicionantes inerentes.
Sendo apenas professor estagiário na disciplina de Geografia nestas turmas,
não houve uma rentabilização das aprendizagens desenvolvidas em História, uma vez
que não era professor em nenhuma das turmas. Em Geografia foi possível fazer essa
rentabilização, porém, e devido também a serem turmas que iriam ter exame no final
do ano letivo, não houve muito tempo para as desenvolver de uma forma mais correta.
Seria interessante ter feito mais saídas de campo com as turmas, mas infelizmente e
também devido a estar condicionado pelo meu ano de estágio, não foi possível fazer
algumas das atividades previstas. Gostaríamos de ter verificado, se noutro ambiente,
com conteúdos diferentes dos que foram abordados, se esta estratégia de ensino-
aprendizagem iria ter o mesmo sucesso.
Existe, portanto, muito ainda para investigar e experienciar com este tipo de
estratégias. Num futuro próximo, era importante constatar até que ponto a variação de
temperatura, o cansaço e os locais visitados podem ou não contribuir para um maior
ou menor rendimento por parte dos alunos. Importante também seria definir qual a
média de horas a que se deve realizar uma saída de campo. Será mais rentável fazer
78
da parte da manhã, ou da parte da tarde? E quais as melhores horas para o fazer? São
tudo questões interessantes que podem vir a ser desenvolvidas e que nos permitiriam
tirar outro tipo de conclusões sobre este tipo de estratégias.
79
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82
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ME/DES (2001) Programa de História A – 10º, 11º e 12º anos. Ministério da
Educação: Departamento do Ensino Secundário (Brum, M., Silveira, C., e Mendes, C)
ME/DES (2001). Programa de Geografia A – 10º. e 11º anos. Ministério da
Educação: Departamento do Ensino Secundário (Luísa Alves, M., Manuela Brazão,
M., e Sousa Martins, O)
83
Anexos
84
Anexo 1
Objetivos da saída de campo
85
Objetivos Gerais e Interdisciplinares
Aplicar os conhecimentos leccionados nas aulas;
Desenvolver a aprendizagem geográfica, como a capacidade de observação;
Contribuir para promover e sensibilizar os alunos o património histórico-
natural da região;
Contribuir para formação integral dos alunos
Desenvolver a interdisciplinaridade entre História e Geografia
Estimular as relações interpessoais, a cooperação e a sociabilidade entre os
alunos.
Objetivos específicos (História)
Desenvolver as competências específicas da História, como tratamento de
informação/utilização de fontes, compreensão histórica (temporalidade, especialidade
e contextualização) e comunicação em História.
Promover o contacto e o interesse dos alunos pelo património histórico-
cultural, melhorando o seu conhecimento acerca da região em estudo;
Compreender as transformações ocorridas na cidade de Peso da Régua e da
região envolvente, assim como o papel que a produção de vinho teve na sua evolução;
Valorizar o Museu do Douro como meio privilegiado de acesso ao
conhecimento.
Escola Secundária João Gonçalves Zarco
Objetivos da Saída de Campo Interdisciplinar a Peso de Régua
Disciplinas: História e Geografia (11ºAno de escolaridade)
86
Objetivos Específicos (Geografia)
Consolidar e aprofundar as aprendizagens desenvolvidas nos temas “A
população: evolução e diferenças regionais”, “Os recursos hídricos” e “As áreas rurais
em mudança”.
Desenvolver competências geográficas de observação de paisagem, sendo
capaz de refletir a partir daí;
Compreender a evolução da cidade em estudo no tempo e no espaço,
construindo o seu conhecimento a partir do contacto direto com o espaço vivido.
Aplicar e desenvolver com os alunos conteúdos temáticos, procedimentais e
atitudinais de natureza geográfica;
Analisar a importância das saídas de campo no ensino/aprendizagem da
Geografia.
87
Anexo 2
Pedido de autorização da Saída de Campo
88
Ano(s)/Turma(s): 11º8/11º10 Total de alunos: 47
Disciplina(s) envolvida(s): Geografia
Professor Responsável: Deolinda Dias
Professor(es) Acompanhante(s): Estagiário Francisco Pereira Estagiária Maria Ribeiro Estagiário Joel Aguiar
Duração da viagem/visita 1 dia(s) Partida: Data 14/04/2016 Hora: 07:50 Partida: Data 14/04/2016 Hora: 19:00 Itinerário: Museu do Douro – Quinta de Tourais – Barragem de Bagaúste – Quinta de
Santa Eufêmia
Tipo de transporte: Camioneta Empresa: Joaquim Costa Ferreira Alojamento em: ------ Telefone: ---------
Orçamento Geral
Transporte 8€ Alojamento - € Seguro - €
Total: 9
Custo Individual 9 € (por aluno)
Página 1de 2 MOD.DIR.15.01
Proposta de Visita de Estudo
Local: Peso da Régua
Objetivos: Aplicar os conteúdos leccionados nas aulas; Motivar os alunos e promover a aprendizagem por descoberta (capacidade de observação); Desenvolver e aprofundar a interdisciplinaridade entre História e Geografia; Promover valores de preservação do património histórico-cultural e natural;
89
Proposta de Visita de Estudo
Locais/empresa(s) a visitar: Museu do Douro; Quinta de Tourais; Quinta de Santa
Eufêmia
Contactos a estabelecer: _________________________________Telef: _________________________________Telef: _________________________________Telef:
Nesse(s) dia(s) os alunos têm a(s) seguinte(s) aula(s):
Horas 11º 8 3ªfeira 11º 10 3ªfeira ªfeira
08:15h Geografia A Filosofia
09:10h Geografia A Filosofia
10:15h ESPI T2 Português
11:15h ESPI T2 Geografia A
12:05h ESPI T2 Geografia A
13:15h
14:10h ESPI T2 ESPC
15:10h ESPI T2 ESPC
16:15h ESPI T2
17:05h
Matosinhos, ______ de___________________ de ___________
O Professor Responsável: Deolinda Dias Professor(es) Acompanhante(s): Estagiário Francisco Pereira Estagiária Maria Ribeiro Estagiário Joel Aguiar
Aprovada em Conselho Pedagógico de ____/____/______ Autorizada pela Direção em ____/____/______
Após a aprovação de cada visita de estudo, o professor responsável deverá obter autorização do encarregado de educação. Deverá ainda informar a Direção e os restantes professores da turma da data e horário de realização da mesma com oito dias de antecedência.
Página 2 de 2 MOD.DIR.15.01
O Diretor _____________________
90
Anexo 3
Pedido de autorização aos Encarregados de
Educação
91
Autorização de visita de estudo
____________________________________________________, encarregado de
educação do aluno _________________________________________________,
nº ______, do ____º ano, da _____ turma, do Ensino _____________________
(Básico ou Secundário), autoriza o seu(sua) educando(a) a participar na saída de
campo a Peso da Régua, com o seguinte itinerário: Museu do Douro – Quinta de
Tourais – Barragem de Bagaúste – Quinta de Santa Eufêmia, no dia 12 de Abril de
2016, pelas 07:50 horas, com chegada prevista às 19 horas, participando com a
quantia de 9 euros.
Matosinhos, ________ de ____________________ de _________
____________________________________________
(Assinatura do encarregado de educação)
Página 91 de 1 MOD.DIR.16.01
92
Anexo 4
Guião da saída de campo
93
Escola Secundária João Gonçalves Zarco
Guião da
Saída de
Campo a Peso da Régua
Aluno:__________________________________________
11º _____ Nº _____12 de abril de 2016
94
1ª Etapa: Museu do Douro
Comecemos em cerca de 400 000 000 a.C. 1. Indica o período que data a formação geológica da Região do Douro.
O Museu do Douro, foi concebido como um museu de território, polivalente e polinuclear, vocacionado para reunir, conservar, identificar e divulgar o vastíssimo património museológico e documental disperso pela região devendo constituir um instrumento ao serviço do desenvolvimento sociocultural da Região Demarcada do Douro. Resultado da obra de reabilitação do emblemático edifício da antiga “Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro Vinhateiro”, este museu foi inaugurado a 20 de Dezembro de 2008.
Fonte: http://www.museudodouro.pt/museu-douro-missao-objetivos
Presta atenção à visita guiada pelo museu que terá uma
duração entre 40 a 45 minutos! As respostas às perguntas deste
guião, estão no museu.
95
25 000 a.C. 2. Refere como foram registados os primeiros vestígios da fixação humana na região.
_____________________________________________________________________________________________
3. Que representa esta imagem e onde se situa?
4. “ O Alto Douro constitui a ilha mediterrânea no Portugal Atlântico”.
Comenta esta afirmação de Orlando Ribeiro.
96
Segunda metade do século III d.C.
5. Quem foi Baco?
6. Regista os produtos característicos da Região do Douro.
7. Identifica o objeto que era utilizado para guardar e servir azeite.
Ano de 900 8. Qual foi a ordem religiosa que se fixou no Norte de Portugal com a Reconquista Cristã?
97
Ano de 1143 9. Refere quem foi o primeiro proprietário da Quinta do Paço do Monsul e de quem a recebeu?
Ano de 1703 10. Indica o tratado assinado com a Grã-Bretanha em 1703. Qual a sua importância?
Ano de 1756 11. Indica o ano em que foi criada a Companhia Geral da Agricultura e dos
Vinhos do Alto Douro. Qual foi a sua importância?
Ano de 1757 12. Que instrumentos eram utilizados na regulação da produção de vinho do Porto?
Primeiro Proprietário De quem a recebeu?
98
Ano de 1811 13. Indica a região de Portugal onde se concentrava o maior volume de mão-de-obra , entre final do século XVIII e o início do século XIX.
Ano de 1932
14. Menciona o tempo que demorava a construção de um barco Rabelo.
15. Refere três características destes barcos.
16. Indica o ano em que a paisagem do Alto Douro Vinhateiro foi inscrita na lista do Património Mundial da UNESCO.
17. Completa a cronologia da chegada do comboio às seguintes localidades.
Régua
Pinhão Tua
99
18. Refere qual foi a praga que afetou as vinhas na Região do Douro em 1863?
19. Menciona qual o continente para onde se exporta mais vinho do Porto.
2ª Etapa: Ponte Pedonal de Peso da Régua
Terminada a visita guiada ao museu, é hora de almoçar.
Enquanto almoças aproveita para observar, a paisagem.
100
20. Indica três afluentes do rio Douro.
21. Identifica o tipo de povoamento dominante na paisagem.
22. Caracteriza morfologicamente a paisagem agrária.
3ª Etapa: Quinta de Tourais
23. Refere a dimensão desta quinta.
24. Identifica as castas de vinha existentes na quinta.
A Quinta de Tourais, situada no Douro Património Mundial, pertence à família Coelho há três gerações. Até 1999 as uvas produzidas na quinta eram vendidas na totalidade a uma empresa exportadora para a produção de vinho do Porto. Em 1999, sob a responsabilidade enológica de Fernando Coelho, começaram a ser produzidos os primeiros vinhos.
Fonte: http://www.quintadetourais.com/index.php?section=6&subsection=16
101
25. Refere os países importadores dos vinhos da Quinta de Tourais.
26. Menciona o tipo de turismo que é praticado nesta quinta. ____________________________________________________________________________________________
4ª Etapa: Barragem de Bagaúste 27. Indica as áreas de influência da barragem de Bagaúste.
28. Apresenta três vantagens da construção de barragens.
102
29. Indica dois impactos negativos na construção de barragens.
5ª Etapa: Quinta de Santa Eufêmia
30. Estabelece as diferenças entre a plantação da vinha em patamares e ao alto.
Vinha em patamares
Vinha ao alto
31. Indica a importância da plantação de vinha ao alto.
A quinta de Santa Eufêmia é administrada pela quarta geração – sete bisnetos que desde 1994 fazem a comercialização dos preciosos vinhos finos e velhos do Douro – Vinho do Porto – mantendo os ancestrais conhecimentos de vinificação e envelhecimento do próprio néctar.
Fonte: http://qtastaeufemia.com/portugues/p2por.html A quinta de Santa Eufêmia é administrada pela 4ª geração – sete bisnetos que desde 1994 fazem a comercialização dos preciosos vinos finos e velho do Douro – Vinho do Porto – mantendo os ancestrais conhecimentos de vinificação e envelhecimento do prórpio néctar.
103
32. Caracteriza a mão de obra utilizada.
33. Refere os países importadores dos vinhos da Quinta de Santa Eufêmia.
34. Menciona qual a época do ano em que a quinta acolhe o maior número de turistas.
35. Indica os principais países de origem dos turistas.
36. Estabelece as diferenças entre a Quinta de Tourais e a Quinta de Santa Eufêmia.
Quintas Dimensão da propriedade
(ha)
Dimensão das
parcelas
Nº de mão de
obra utilizada
(nº)
Tipo de culturas
Tecnologia utilizada
Produtos exportados
Tipo de
TER
Tourais
Santa Eufêmia
104
37. Aponta dois benefícios da atividade turística para o desenvolvimento económico da região do Douro.
38. Observa a paisagem. Regista as sensações que ela te transmite.
39. Identifica quais os conteúdos programáticos da disciplina de Geografia A (10º e 11º ano) que aprofundaste com esta aula de campo?
_____________________________________________________________________________________________
105
Anexo 5
Questionário Inicial
106
1 – Já alguma vez visitaste Peso da Régua? Sim Não 2 – Indica a NUT I, II e III a que pertence a cidade de Peso da Régua.
3 - Em que ano a paisagem do Alto Douro vinhateiro foi inscrita na lista do Património Mundial da UNESCO?
_____________________________________________________________________________________________ 4 – Qual foi a ordem religiosa que se fixou no Norte de Portugal com a Reconquista Cristã? _____________________________________________________________________________________________ 5 – Indica o tratado assinado com a Grã-Bretanha em 1703.
5.1 - Refere sua importância.
Escola Secundária João Gonçalves Zarco
Nome:_________________________________________________ Turma:________________________________________________
107
6 – Identifica qual o objetivo da construção de socalcos em algumas regiões do país com relevo mais irregular.
7 – Assinala os fatores naturais que condicionam a agricultura.
8 – Indique as duas principais culturas permanentes da Região do Douro.
9 – Distingue minifúndio de latifúndio.
Minifúndio
Latifúndio
10 – Refere duas características gerais do clima Norte Transmontano.
11 – Enumera algumas vantagens da construção de barragens.
_____________________________________________________________________________________________ 12 – Observa a imagem. Regista as sensações que ela te transmite.
108
Anexo 6
Questionário Final
109
1 – Alguma vez tinhas efectuado aula de campo? Sim Não 2 – Indica a NUT I, II e III a que pertence a cidade de Peso da Régua.
3 - Em que ano a paisagem do Alto Douro vinhateiro foi inscrita na lista do Património Mundial da UNESCO?
_____________________________________________________________________________________________ 4 – Qual foi a ordem religiosa que se fixou no Norte de Portugal com a Reconquista Cristã? _____________________________________________________________________________________________ 5 – Indica o tratado assinado com a Grã-Bretanha em 1703.
5.1 Refere sua importância.
_____________________________________________________________________________________________ 6 – Identifica qual o objetivo da construção de socalcos em algumas regiões do país com relevo mais irregular.
Escola Secundária João Gonçalves Zarco
Nome:_________________________________________________ Turma:________________________________________________
110
7 – Assinala os fatores naturais que condicionam a agricultura.
8 – Indica as duas principais culturas permanentes da Região do Douro.
9 – Distingue minifúndio de latifúndio.
Minifúndio
Latifúndio
10 – Aponta duas características gerais do clima Norte Transmontano.
11 – Enumera algumas vantagens da construção de barragens.
_____________________________________________________________________________________________ 12 – Sentes que aprendeste com esta aula? Sim Não 13 – Indica dois aspectos positivos e dois negativos da saída de campo efectuada a Peso da Régua.
111
Anexo 7
Critérios de correção do guião da saída de campo
112
Critérios de correção – guião da saída de campo
1ª Etapa: Museu do Douro 1. Indica o período que data a formação geológica da Região do Douro. Período Pré-Câmbrico.
..................................................................................................................................2,5 pontos 2. Refere como foram registados os primeiros vestígios da fixação humana na região. Os primeiros vestígios foram gravados na pedra (xisto), onde estavam
representadas pinturas rupestre.
.....................................................................................................................................5 pontos 3. Que representa esta imagem e onde se situa?
A imagem representa cavalos, caprinos e arouques, ou seja, animais de caça.
Estavam representados ao ar livre, no Vale do Cõa em pedras como o xisto.
.....................................................................................................................................5 pontos
4. “ O Alto Douro constitui a ilha mediterrânea no Portugal Atlântico”.
Comenta esta afirmação de Orlando Ribeiro.
O Alto Douro é caracterizado por poucas chuvas, um Inverno moderado pelos
abrigo das altas vertentes e um verão com dias tórridos que facilmente
ultrapassam os 40 graus.
...................................................................................................................................10 pontos 5. Quem foi Baco? Deus do Vinho.
..................................................................................................................................2,5 pontos
113
6. Regista os produtos característicos da Região do Douro. Os produtos característicos são: vinho, sumagre, amêndoas e azeite.
....................................................................................................................................5 pontos 7. Identifica o objeto que era utilizado para guardar e servir azeite. Almotolia.
..................................................................................................................................2,5 pontos 8. Qual foi a ordem religiosa que se fixou no Norte de Portugal com a Reconquista Cristã? Ordem de Cister.
..................................................................................................................................2,5 pontos 9. Refere quem foi o primeiro proprietário da Quinta do Paço do Monsul e de quem a recebeu.
....................................................................................................................................5 pontos 10. Indica o tratado assinado com a Grã-Bretanha em 1703. Qual a sua importância? Tratado de Methuen. Este tratado foi importante, pois define benefícios
diplomáticos e comerciais nas trocas entre os tecidos ingleses e os vinhos
portugueses.
...................................................................................................................................10 pontos
Primeiro Proprietário De quem a recebeu?
Pedro Viegas D. Afonso Henriques
114
11. Indica o ano em que foi criada a Companhia Geral da Agricultura e dos
Vinhos do Alto Douro. Qual foi a sua importância?
Foi criada em 1756. Definiu e administrou em nome do estado a primeira zona
demarcada e regulamentada do mundo. Foi importante para resolver os o vinhos
adulterados e controlar o comércio.
..................................................................................................................................10 pontos
12. Que instrumentos eram utilizados na regulação da produção de vinho do Porto?
Altímetro Bússula Inclinómetro
....................................................................................................................................5 pontos 13. Indica a região de Portugal onde se concentrava o maior volume de mão-de-obra , entre final do século XVIII e o início do século XIX. A região do Douro.
....................................................................................................................................5 pontos 14. Menciona o tempo que demorava a construção de um barco Rabelo.
Menos de 2 meses.
.....................................................................................................................................5 pontos 15. Refere três características destes barcos.
Fundo liso (chato)
Materiais pobres como pinho, castanho e linho
Vela quadrangular
.....................................................................................................................................5 pontos
115
16. Indica o ano em que a paisagem do Alto Douro Vinhateiro foi inscrita na lista do Património Mundial da UNESCO. 14 de dezembro de 2001.
.....................................................................................................................................5 pontos 17. Completa a cronologia da chegada do comboio às seguintes localidades.
Régua
Pinhão Tua
1879
1880
1883
....................................................................................................................................5 pontos 18. Refere qual foi a praga que afetou as vinhas na Região do Douro em 1863? Filoxera.
.....................................................................................................................................5 pontos 19. Menciona qual o continente para onde se exporta mais vinho do Porto. Continente Americano.
.....................................................................................................................................5 pontos
2ª Etapa: Ponte Pedonal de Peso da Régua 20. Indica três afluentes do rio Douro. Ex:
Rio Cega; Rio Corvo; Rio Coa; Rio Tâmega; Rio Paiva; Rio Sabor, entre outros
que poderia ser apontados.
...................................................................................................................................10 pontos
116
21. Identifica o tipo de povoamento dominante na paisagem.
Povoamento disperso com pequenos aglomerados populacionais. .....................................................................................................................................5 pontos
22. Caracteriza morfologicamente a paisagem agrária. A paisagem agrária é caracterizada pela existência de minifúndios. Predominam
as pequenas propriedades com explorações de pequena dimensão. Relevo
irregular e rede de caminhos pouco densa.
.....................................................................................................................................5 pontos
3ª Etapa: Quinta de Tourais.
23. Refere a dimensão desta quinta. 7 hectares.
.................................................................................................................................2,5 pontos
24. Identifica as castas de vinha existentes na quinta. Touriga naciona, Alicante Bouchet e Touriga Franca.
.................................................................................................................................2,5 pontos 25. Refere os países importadores dos vinhos da Quinta de Tourais. Suécia, Brasil, Bélgica, Holanda, Alemanha, Dinamarca e Noruega.
.................................................................................................................................2,5 pontos 26. Menciona o tipo de turismo que é praticado nesta quinta. Turismo Rural.
.................................................................................................................................2,5 pontos
117
4ª Etapa: Barragem de Bagaúste
27. Indica as áreas de influência da barragem de Bagaúste. Peso da Régua, Tabuaço, Armamar, S.João da Pesqueira, Alijó, Sabrosa,
Lamego e Carrezedo de Ansiães.
.....................................................................................................................................5 pontos
28. Apresenta três vantagens da construção de barragens.
Produção de energia;
Armazenamento de água;
Diminuição de probabilidade de cheias.
...................................................................................................................................10 pontos 29. Indica dois impactos negativos na construção de barragens. Ex:
Destruição de ecossistemas ;
Custos de produção e manutenção.
...................................................................................................................................10 pontos
118
4ª Etapa: Quinta de Santa Eufêmia
30. Estabelece as diferenças entre a plantação da vinha em patamares e ao alto. Ex:
Vinha em patamares
Vinha ao alto
Dificuldade em uso de máquinas;
Só pode ser usada se a inclinação da
montanha não for muito acentuada;
Apenas permite o uso de mão-de-obra
humana
Facilidade em utilizar máquinas;
Permite uma maior quantidade de
plantação e rendimento.
...................................................................................................................................10 pontos
31. Indica a importância da plantação de vinha ao alto. Permite uma maior utilização e aproveitamento do terreno, originando uma
maior produção. Facilita o uso de tratores relativamente à vinha em patamares.
...................................................................................................................................10 pontos
32. Caracteriza a mão de obra utilizada. 20 pessoas que trabalham durante todo o ano. São trabalhadores em que a faixa
etária se situa entre os 30-40 anos e com pouca instrução escolar.
.................................................................................................................................2,5 pontos 33. Refere os países importadores dos vinhos da Quinta de Santa Eufêmia. Brasil, Holanda, Inglaterra e China.
..................................................................................................................................2,5 pontos
119
34. Menciona qual a época do ano em que a quinta acolhe o maior número de turistas. Durante todo o ano, com destaque para o verão.
.
.................................................................................................................................2,5 pontos 35. Indica os principais países de origem dos turistas. Estados Unidos da América, Canadá, China e Holanda.
.................................................................................................................................2,5 pontos 36. Estabelece as diferenças entre a Quinta de Tourais e a Quinta de Santa Eufêmia.
Quintas Dimensão da
propriedade (ha)
Dimensão das
parcelas
Nº de mão de
obra utilizada
(nº)
Tipo de culturas
Tecnologia utilizada
Produtos exportados
Tipo de TER
Tourais 7 ha
Pequena 1 Permanente Homem
(manual)
Vinho de
mesa;
Rural
Santa Eufêmia
50 ha Pequena 20 Permanente Mecanizada Vinho do
Porto;
vinho de
mesa e
azeite
Enoturismo;
Rural
...................................................................................................................................15 pontos
120
37. Aponta dois benefícios da atividade turística para o desenvolvimento económico da região do Douro. Ex:
Divulgação da região;
Melhoria na economia.
Escoamento dos produtos;
.....................................................................................................................................5 pontos 38. Observa a paisagem. Regista as sensações que ela te transmite. Resposta livre do aluno.
39. Identifica quais os conteúdos programáticos da disciplina de Geografia A (10º e 11º ano) que aprofundaste com esta aula de campo? Resposta livre do aluno.
121
Anexo 8
Critérios de correção do Questionário Inicial e
Final
122
Critérios de correção – Questionário inicial e final
Todas as questões foram pontuadas com 2 pontos.
Resposta correta: 2 pontos
Resposta incompleta: 1 ponto
Resposta Errada: 0 pontos
Não respondido (N/R): 0 pontos
2 – Indica a NUT I, II e III a que pertence a cidade de Peso da Régua. NUT I – Portugal Continental
NUT II - Norte
NUT III - Douro
3 - Em que ano a paisagem do Alto Douro vinhateiro foi inscrita na lista do Património Mundial da UNESCO? 2001
4 – Qual foi a ordem religiosa que se fixou no Norte de Portugal com a Reconquista Cristã? Ordem de Cister
5 – Indica o tratado assinado com a Grã-Bretanha em 1703. Tratado de Methuen
5.1 Refere sua importância. Este tratado foi importante, pois define benefícios diplomáticos e comerciais nas
trocas entre os tecidos ingleses e os vinhos portugueses.
6 – Identifica qual o objetivo da construção de socalcos em algumas regiões do país com relevo mais irregular. Ex: A construção de socalcos tem como objetivos:
melhor circulação das máquinas;
promove a máxima infiltração das água;
permite um melhor aproveitamento do terreno, fazendo com que haja uma
maior produtividade;
reduz o risco de erosão.
123
7 – Assinala os fatores naturais que condicionam a agricultura. Os fatores são: o clima, o relevo e os solos.
8 – Indica as duas principais culturas permanentes da Região do Douro. Ex:
Vinha, oliveira e amendoeira.
9 – Distingue minifúndio de latifúndio.
Minifúndio Pequena propriedade. Predominam as explorações de pequena
dimensão.
Latifúndio Grande propriedade. Predominam as explorações de grande
dimensão.
10 – Aponta duas características gerais do clima Norte Transmontano.
11 – Enumera algumas vantagens da construção de barragens. Ex:
Produção de energia;
Armazenamento de água;
Diminuição de probabilidade de cheias.
Verões quentes e secos.
Invernos frios e rigorosos.
124
Anexo 9
Grelha com o resultado do Questionário Inicial
125
GRELHA DE RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO INICIAL
Aluno Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4 Questão 5 Questão
5.1
Questão 6 Questão 7 Questão 8 Questão 9 Questão
10
Questão
11
Total
Aluno 1-
A
Não 1 N/R N/R 2 N/R 0 2 N/R 2 N/R N/R 7
Aluno 2-
A
Não 1 N/R N/R 2 2 2 2 N/R 2 2 N/R 13
Aluno 4-
A
Não 1 N/R N/R 2 2 2 2 2 2 2 2 17
Aluno 5-
A
Não 1 0 N/R 2 2 2 2 0 2 2 2 15
Aluno 6-
A
Não 2 0 N/R 2 N/R N/R 1 2 2 2 0 11
Aluno 8-
A
Não 2 N/R 0 2 2 N/R 1 0 2 0 N/R 9
Aluno 9-
A
Não 1 0 N/R 2 2 2 1 2 2 2 0 14
Aluno
10-A
Não 2 N/R N/R 2 N/R N/R 2 2 2 0 2 12
Aluno
11-A
Não 2 0 N/R 2 N/R N/R N/R N/R 2 N/R 0 6
Aluno
14-A
Não 2 N/R N/R 2 N/R N/R 1 2 2 2 0 11
Aluno
15-A
Não 1 0 0 2 2 N/R 1 2 2 0 0 10
Aluno
17-A
Não 2 0 0 2 N/R 0 1 0 2 0 2 9
Aluno
18-A
Não 1 N/R N/R 2 2 0 1 0 0 2 2 10
Aluno
19-A
Não 2 N/R N/R 2 N/R N/R 2 2 2 0 2 12
126
Aluno
20-A
Não 2 0 0 2 2 2 1 0 2 0 2 13
Aluno
21-A
Sim 2 N/R N/R 2 N/R N/R 1 2 0 0 2 9
Aluno
22-A
Sim 2 N/R N/R 2 2 2 1 2 2 2 2 17
Aluno
24-A
Não 2 0 0 2 N/R 0 1 2 2 2 0 11
Aluno 1-
B
Sim 1 N/R N/R 2 2 0 1 0 2 0 0 9
Aluno 2-
B
Não 2 2 N/R 2 2 2 2 2 2 2 2 20
Aluno 4-
B
Não 1 0 N/R 2 N/R 2 0 2 2 2 N/R 11
Aluno 5-
B
Não 1 0 N/R 2 N/R 2 1 2 0 2 2 12
Aluno 7-
B
Sim 2 N/R N/R 2 N/R N/R 1 0 N/R N/R N/R 5
Aluno 8-
B
Sim 2 2 N/R 2 N/R N/R 1 0 2 N/R 2 11
Aluno 9-
B
Não 1 0 0 2 N/R N/R 0 0 2 0 2 7
Aluno
10-B
Não 1 N/R N/R N/R N/R N/R 1 N/R N/R N/R N/R 2
Aluno
11-B
Não 1 N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R 2 N/R N/R 3
Aluno
13-B
Sim 2 N/R N/R N/R N/R N/R 1 0 0 0 0 3
Aluno
15-B
Não 1 N/R 0 2 N/R N/R 1 2 2 0 2 10
Aluno
16-B
Não 1 0 0 2 2 2 2 2 2 0 2 15
Aluno
17-B
Sim 1 0 0 N/R N/R N/R 1 2 0 0 2 6
Aluno Não 1 N/R N/R 2 2 2 1 2 0 0 2 12
127
18-B
Aluno
19-B
Sim 1 0 0 N/R N/R N/R 1 N/R 2 N/R 2 6
Aluno
20-B
Não 1 N/R N/R N/R N/R 2 1 2 0 N/R 2 8
Aluno
21-B
Não 2 N/R 0 N/R N/R N/R 2 0 N/R N/R 2 6
Aluno
22-B
Não 0 N/R 0 2 N/R 2 2 2 2 0 2 12
%
sucesso
da tarefa
- 44,4 5,5 0 80,5 36,1 36,1 27,7 52,7 72,2 33,3 58,3
128
Anexo 10
Grelha com o resultados do Questionário Final
129
GRELHA DE RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO FINAL
Aluno Questão
1
Questão
2
Questão
3
Questão
4
Questão
5
Questão
5.1
Questão
6
Questão
7
Questão
8
Questão
9
Questão
10
Questão
11
Total
Aluno
1-A
Não 2 2 2 2 1 N/R 2 2 2 1 2 19
Aluno
4-A
Não 2 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 21
Aluno
5-A
Sim N/R N/R 2 2 2 2 1 2 2 1 2 17
Aluno
6-A
Não 2 2 2 2 2 1 1 2 2 2 2 20
Aluno
7-A
Não 2 N/R 2 2 2 0 1 2 2 2 1 16
Aluno
8-A
Não 1 N/R 2 2 2 1 1 2 2 2 1 16
Aluno
9-A
Sim N/R 0 2 2 N/R 2 1 2 2 1 2 14
Aluno
10-A
Não 2 N/R 2 2 N/R 2 2 2 2 1 2 17
Aluno
11-A
Sim 2 N/R 2 2 N/R N/R 1 2 2 1 2 14
Aluno
12-A
Sim 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 21
Aluno
14-A
Não 2 2 2 2 2 1 1 2 2 2 2 20
Aluno
16-A
Não 2 2 2 2 2 2 0 2 2 0 2 18
Aluno
17-A
Sim 2 2 2 2 N/R 2 1 2 2 0 2 16
Aluno
18-A
Não 2 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 21
Aluno Não 2 2 2 2 N/R 1 2 2 2 2 2 19
130
19-A
Aluno
20-A
Não 0 0 2 2 N/R 1 1 2 2 2 2 14
Aluno
21-A
Não 2 2 2 2 N/R 1 2 2 2 2 2 19
Aluno
22-A
Sim 1 N/R 2 2 N/R 1 1 2 2 2 2 15
Aluno
24-A
Não 2 2 2 2 1 1 1 2 2 2 2 19
Aluno
25-A
Sim 2 N/R 2 2 N/R 1 1 2 2 1 1 14
Aluno
1-B
Sim 2 2 2 2 2 2 1 2 2 2 1 20
Aluno
2-B
Sim 2 2 2 2 N/R 2 2 2 2 2 2 20
Aluno
4-B
Não 2 0 N/R 2 2 2 1 2 2 1 1 15
Aluno
5-B
Sim 0 0 0 2 N/R 2 1 2 2 1 2 12
Aluno
7-B
Não 2 2 2 2 N/R N/R 1 2 2 1 0 14
Aluno
8-B
Não 2 2 2 2 N/R 2 2 2 2 2 2 20
Aluno
9-B
Não 2 2 2 2 N/R N/R 0 0 2 2 2 14
Aluno
10-B
Não 2 2 2 2 2 N/R 1 2 2 2 2 19
Aluno
11-B
Não 2 2 2 2 2 N/R N/R N/R 2 1 N/R 13
Aluno
14-B
Sim 1 0 N/R 2 2 2 2 2 2 1 2 16
131
Aluno
16-B
Sim 1 2 2 2 2 2 1 2 2 0 1 16
Aluno
17-B
Sim 0 2 2 2 N/R N/R 1 1 2 0 2 12
Aluno
18-B
Sim 2 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 21
Aluno
19-B
Não N/R N/R N/R 2 N/R N/R 1 1 2 0 2 8
Aluno
20-B
Não N/R N/R N/R 2 N/R 2 1 2 2 1 1 11
Aluno
21-B
Não 0 N/R N/R 2 0 2 1 1 2 1 1 10
Aluno
22-B
Não 1 2 2 2 N/R 2 1 2 2 2 2 18
%
sucesso
da
tarefa
- 65,8 60,5 84,2 100 42,1 50 21,0 86,8 100 52,6 71
132
Anexo 11
Grelhas com os resultados do guião da saída de
campo
133
Grelha de resultado do Guião – História Questão 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 Somatório
Cotações 2.5 5 5 10 2.5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 10,0 Aluno 1-A 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 N/R 5 5 5 5 5 5 5 2.5 8,75 Aluno 2-A 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 10,0 Aluno 4-A 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 2 5 5 5 5 9,7 Aluno 5-A 2.5 5 5 1 5 5 2.5 2.5 5 5 5 5 5 N/R 5 5 5 5 5 8,1 Aluno 6-A 2.5 5 5 2 1 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 1 8,9 Aluno 7-A 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 2,5 9,75 Aluno 8-A 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 9,75 Aluno 9-A 2.5 5 5 2 5 5 2.5 2.5 5 5 3 5 5 5 5 5 5 5 5 8,00 Aluno 10-A 2.5 5 5 5 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 2,5 9,25 Aluno 11-A 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 2,5 8,75 Aluno 14-A 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 2,5 8,75 Aluno 15-A 2.5 5 5 10 5 2,5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 2.5 9,5 Aluno 17-A 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 10,0 Aluno 18-A 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 2,5 9,75 Aluno 19-A 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 10 3 5 5 5 5 5 5 2.5 9,55 Aluno 20-A 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 9 Aluno 21-A 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 10,0 Aluno 22-A 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 5 10 5 5 5 5 5 5 5 2,5 9,25 Aluno 24-A 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 2,5 8,75 Aluno 25-A 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 10,0 Aluno 26-A 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 2,5 8,75 Aluno 1-B 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 10,0 Aluno 2-B 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 10,0 Aluno 4-B 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 2,5 9,75 Aluno 5-B 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 5 10 5 5 5 5 5 5 5 5 9,5 Aluno 7-B 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 2,5 9,75
134
Aluno 8-B 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 5 10 5 5 5 5 5 5 5 5 9,5 Aluno 9-B 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 5 2 5 5 5 5 5 5 5 2,5 8,45 Aluno 10-B 2.5 5 5 5 5 5 2.5 2.5 5 2 2 5 5 5 5 5 5 5 5 7,9 Aluno 11-B 2.5 5 5 5 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 2,5 9,75 Aluno 13-B 2.5 5 5 5 5 5 2.5 2.5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 2,5 8,25 Aluno 14-B 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 10,0 Aluno 15-B 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 5 5 5 5 5 5 5 5 2,5 9,25 Aluno 16-B 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 10,0 Aluno 17-B 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 5 10 5 5 5 5 5 5 5 5 9,5 Aluno 18-B 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 10,0 Aluno 19-B 2.5 5 5 3 5 5 2.5 2.5 5 2 2 5 5 5 5 5 5 5 5 7,7 Aluno 20-B 2.5 5 5 N/R 5 5 2.5 N/R 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 8,75 Aluno 21-B 2.5 5 5 N/R 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 9,00 Aluno 22-B 2.5 5 5 10 5 5 2.5 2.5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 10,0
%sucesso
da tarefa 100 100 100 75 97,5 97,5 100 97,5 100 62,5 67,5 97,5 100 97,5 100 100 100 100 55
135
Grelha de resultado do Guião – Geografia Questão 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 Somatório Cotações 10 5 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 10 5 2,5 2,5 2,5 2,5 15 5 10,0 Aluno 1-8 6 2 2 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 4 4 2 2,5 2,5 2,5 8 5 7,5 Aluno 2-8 10 2 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 4 4 2 2,5 2,5 2 10 5 8,4 Aluno 4-8 10 5 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 3 4 2,5 2,5 2,5 2,5 15 5 9,2 Aluno 5-8 6 2 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 5 5 2 2,5 2,5 2,5 15 5 8,5 Aluno 6-8 6 2 3 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 4 5 2 2,5 2,5 2,5 12 5 7,9 Aluno 7-8 6 2 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 3 3 2 2,5 2,5 2 12 5 8,0 Aluno 8-8 6 2 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 7 2 2 2,5 2,5 2,5 14 5 8,6 Aluno 9-8 6 2 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 5 5 2 2,5 2,5 2,5 14 5 9,4
Aluno 10-8 10 5 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 10 5 2 1 2,5 2,5 10 5 9,3 Aluno 11-8 10 3 0 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R 4,3 Aluno 14-8 10 5 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 4 2 2 2,5 2,5 2,5 10 5 8,6 Aluno 15-8 10 5 5 N/R 2,5 2,5 2,5 5 10 10 4 2 2 2,5 2,5 2,5 15 5 8,8 Aluno 17-8 10 5 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 6 3 2,5 2,5 2,5 2,5 14 2,5 9,2 Aluno 18-8 6 5 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 4 4 2 1 2,5 2,5 15 5 8,7 Aluno 19-8 6 2 1 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 4 3 2 2,5 2,5 2,5 12 5 7,8 Aluno 20-8 10 2 3 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 4 2 2,5 2,5 2,5 2,5 14 5 8,4 Aluno 21-8 10 N/R 2 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 2 5 2 2,5 2,5 2,5 15 5 8,4 Aluno 22-8 6 5 2 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 6 5 2 1 2,5 2,5 15 5 8,7 Aluno 24-8 6 2 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 10 3 2 2,5 2,5 2,5 15 5 9,1 Aluno 25-8 6 2 2 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 4 2 1,5 1 2,5 2,5 13 5 7,2 Aluno 26-8 10 2 3 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 4 4 2 2,5 2,5 2,5 15 5 8,8 Aluno 1-10 10 5 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 5 5 2,5 2,5 2,5 2,5 15 5 9,5 Aluno 2-10 10 5 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 3 4 2,5 2,5 2,5 2,5 15 5 9,2 Aluno 4-10 10 5 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 8 5 2 2,5 2,5 2,5 15 5 9,7 Aluno 5-10 10 2 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 5 1 N/R 2,5 2,5 2,5 15 5 8,6
136
Aluno 7-10 10 2 1 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 3 2 2 1 2,5 2,5 10 5 7,6 Aluno 8-10 10 3 1 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 4 2 2 2,5 2,5 2,5 8 5 7,7 Aluno 9-10 10 2 1 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 8 2 2 2,5 2,5 2,5 10 5 8,4 Aluno 10-
10 6 2 1 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 5 N/R N/R 1,5 2,5 2,5 2,5 N/R N/R 4,8
Aluno 11-
10 10 5 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 2 2 1 2,5 2,5 2,5 15 5 8,8
Aluno 13-
10 6 2 1 2,5 2,5 2,5 2,5 3 10 10 N/R N/R N/R N/R N/R 2,5 10 N/R 4,6
Aluno 14-
10 6 5 3 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 N/R N/R 1 2 2,5 2,5 10 N/R 6,7
Aluno 15-
10 10 5 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 5 3 2,5 2,5 2,5 2,5 13 5 9,1
Aluno 16-
10 10 5 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 5 3 2 2 2,5 2,5 10 N/R 8,2
Aluno 17-
10 10 2 1 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 4 2 2 2,5 2,5 2,5 12 5 8,1
Aluno 18-
10 10 5 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 6 5 2,5 2,5 2,5 2,5 15 5 9,6
Aluno 19-
10 10 2 1 N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R N/R 1,3
Aluno 20-
10 6 2 1 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 6 4 1 2,5 2,5 2 10 5 7,7
Aluno 21-
10 10 5 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 6 2 2 2 2,5 2,5 10 N/R 8,2
Aluno 22-
10 10 5 5 2,5 2,5 2,5 2,5 5 10 10 6 5 2,5 2,5 2,5 2,5 15 5 9,4
%sucesso
da tarefa 62,5 40 55 95 97,5 97,5 97,5 95 97,5 95 5 22,5 20 72,5 92,5 87,5 37,5 80
137
Anexo 12
Transcrição dos comentários/opiniões dos alunos
participantes na saída de campo a Peso da Régua
138
Transcrição de aspetos positivos e negativos dos participantes da
saída de campo a Peso da Régua
11ºA
Comentário 4-A:
“Dois aspetos positivos: foram os conhecimentos aprendidos e o contacto com o
espaço rural. Dois negativos foram a visita à Quinta de Tourais que não foi
interessante e o tempo chuvoso”.
Comentário 5-A:
“Foi muito interessante e completa mas muito longa e cansativa”.
Comentário 6-A:
“O aspeto negativo foi o tempo da parte da manha, mas de resto foi tudo positivo. Foi
uma visita interessante e divertida”.
Comentário 7-A:
“Positivos: conhecer a barragem, a quinta de Tourais e o convívio com os meus
colegas. Negativos: não ter sítio para almoçar e o estado de tempo”.
Comentário 8-A:
“Como aspetos positivos, foram conhecer a barragem e o museu. Como negativos,
não ter local para comer e a falta de cumprimento de horários”.
Comentário 9-A:
“Aspetos positivos: o convívio com os colegas e professores e a aprendizagem lúdica.
Como negativos, o tempo e a organização”.
Comentário 10-A:
“Os aspetos positivos que retirei desta visita foi experienciar condições climáticas
diferentes e aprender o processo de fazer vinho. Os negativos foi basicamente o
estado de tempo”.
139
Comentário 11-A:
“Foi uma visita bastante produtiva, aprendi coisas novas e gostei de visitar as quintas.
Em contrapartida, a visita de alguns espaços foi cansativa, e o estado de tempo não foi
bom”.
Comentário 12-A:
“Dois aspetos positivos foram conhecer melhor o processo de produção de vinho e
poder aprender coisas vendo ao vivo e não por um powerpoint. Dois negativos foram
o estado de tempo e a visita muito longa e demorada ao museu do vinho”.
Comentário 14-A:
“Os aspetos positivos foram a aprendizagem das matérias estudadas e foi uma visita
de estudo interessante. Como negativos, o facto de ter estado a chover e não se ouvir
as pessoas das quintas, uma vez que só falavam para uma parte do grupo. Também a
falta de local para almoçar”.
Comentário 16-A:
“Nunca tido ido à Régua e é uma zona bonita, o convívio também foi interessante.
Como aspetos negativos, o mau tempo e o facto de só termos uma hora para andar à
vontade”.
Comentário 17-A:
“Como aspetos positivos foram as boas explicações e o bom transporte. A chuva e o
facto de não conseguir ouvir muitas coisas que foram ditas, foram os aspetos
negativos“.
Comentário 18-A:
“A visita foi interessante e consegui aprender com ela, o que a prejudicou foi o clima
chuvoso“.
Comentário 19-A:
“Os aspetos positivos foram: o facto de termos aprendido e adquirido novos
conhecimentos de uma forma interessante e a ligação que foi criada entre alunos e
professores. Na minha opinião, a visita não teve aspetos negativos”.
140
Comentário 20-A:
“Obtivemos uma visão mais realista da região e aprofundamos os nossos
conhecimentos, principalmente relativamente à vinha. A nível negativo, o tempo foi
uma desvantagem, tal como a falta de espaço para almoçar”.
Comentário 21-A:
“Na minha opinião esta visita não teve aspetos negativos”.
Comentário 22-A:
“Nesta visita, houve pessoas simpáticas e oferta de cocktail da Quinta de Santa
Eufêmia. Como negativos, foi o tempo chuvoso e a falta de espaços abrigados para
fazer piqueniques”.
Comentário 24-A:
“Foi interessante e boa para aliviar o stress. Como aspetos negativos, foi o mau tempo
e o tempo da viagem que foi longo”.
Comentário 25-A:
“Os aspetos positivos foram, o conhecimento geral da terra e a barragem, os negativos
foram a chuva a visita a pé ”.
141
Transcrição de aspetos positivos e negativos dos participantes da
saída de campo a Peso da Régua
11ºB
Comentário 1-B:
“Foi uma atividade dinâmica e aprendi coisas novas. Como negativos: foi a má
organização em relação ao sítio para almoçar ”.
Comentário 2-B:
“Como aspetos positivos foram o contacto com a agricultura e o tema da visita de
estudo. Como negativos foram o tempo e alguma falta de organização”.
Comentário 4-B:
“A visita foi bastante educativa, aprendi coisas bastante interessantes e contribuiu
para aprofundar o nosso conhecimento. Como aspeto negativo, realço o clima”.
Comentário 5-B:
“Dois aspetos positivos: aprendi muito mais e consegui perceber melhor a matéria
sobre a agricultura. Dois aspetos negativos: estava quase sempre a chover e o senhor
da primeira quinta que fomos ver não soube interagir muito bem connosco”.
Comentário 7-B:
“Os dois aspetos negativos são: a visita ao Museu do Douro e à Quinta de Santa
Eufêmia. Os dois negativos são as horas no autocarro e o clima irregular”.
Comentário 9-B:
“Puder rever conhecimentos do ano passado, vi excelentes paisagens. Como aspetos
negativos, o questionário era muito longo, e o clima”.
Comentário 10-B:
“Foi bastante interessantes, o facto de termos sempre algo que visitar durante o dia e o
custo tendo em conta tudo o que visitamos, foi muito bom”.
142
Comentário 11-B:
“Foi bom porque aprendemos e estivemos em contacto com a natureza”.
Comentário 14-B:
“A visita podia ter sido melhor coordenada a nível de horas, apesar disso a visita foi
bastante educativa, bem estruturada e a meu ver foi cativante para os alunos, sendo
que não o fazemos todos os dias”.
Comentário 16-B:
“Aspetos positivos: visitar um território que nunca tinha visitado antes e lembrar
algumas matérias da disciplina. Como aspetos negativos: paramos demasiado tempo
com o guião, em vez de podermos observar mais e o estado de tempo”.
Comentário 17-B:
“Como aspetos positivos foram: o convívio e a ida ao museu. Como aspetos
negativos, foi o facto de ter chovido e os caminhos por onde andamos”.
Comentário 18-B:
“Positivos: contacto com regiões diferentes daquelas onde vivemos e as visitas às
quintas. Como negativos, o tempo e o questionário ser muito grande”.
Comentário 19-B:
“Os aspetos positivos foram o vinho grátis e a excelente paisagem, e em contrapartida
o mau tempo e a longa viagem”.
Comentário 20-B:
“Para mim os aspetos positivos foram: a aprendizagem de forma diferente e conhecer
um local novo. Como aspeto negativo, foi o estado de tempo de manhã”.
Comentário 21-B:
“Foi uma visita de estudo interessante e muito educativa. Como aspetos negativos:
choveu e podíamos ter almoçado num sítio melhor”.
143
Comentário 22-B:
“Com esta visita, tive um melhor conhecimento das quintas do Douro e das suas
produções e de como produzem. Também foi importante o contacto com o meio rural.
Como aspetos negativos, o tempo instável que teve como consequência um almoço
num local pouco comum”.
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