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A Segunda Guerra Mundial:

1939 - 1945

• A Segunda Guerra Mundial que começou em 01 de setembro de 1939, foi a maior catástrofe provocada pelo homem em toda a sua existência. Setenta e dois países se envolveram e aconteceu em todos os continentes (direta ou indiretamente). O número de mortos superou os cinquenta milhões havendo ainda uns vinte e oito milhões de mutilados.

• É difícil de calcular quantos outros milhões saíram do conflito vivos, mas completamente inutilizados devido aos traumatismos psíquicos a que foram submetidos (bombardeios aéreos, torturas, fome e medo permanente). Outra de suas características, talvez a mais brutal, foi o fim da diferença entre aqueles que combatem no front e a população civil na retaguarda. Essa guerra foi total. Nenhum dos envolvidos selecionou seus objetivos militares excluindo os civis.

• Atacar a retaguarda do inimigo, suas cidades, suas indústrias, suas mulheres, crianças e velhos passou a fazer parte daquilo que os estrategistas classificavam como "guerra psicológica" ou "guerra de desgaste". Naturalmente que a evolução da aviação e das armas permitiu que a antiga separação entre linha de frente e retaguarda fosse suprimida.

• Se a Primeira Guerra Mundial provocou um custo de 208 bilhões de dólares, esta atingiu a impressionante cifra de 1 trilhão e 500 bilhões de dólares, quantia que, se investida no combate da miséria humana teria acabado com ela. Aproximadamente 110 milhões de homens e mulheres foram mobilizados, dos quais apenas 30% não sofreram morte ou ferimento.

• Como em nenhuma outra guerra, a inteligência humana foi utilizada integralmente para criar instrumentos cada vez mais mortíferos.

Causas diplomáticas:

• Quase todos os historiadores concordam que a causa diplomática mais profunda da Segunda Guerra Mundial tem sua origem no Tratado de Versalhes, assinado entre as potências vencedoras da Primeira Grande Guerra (Estados Unidos, Inglaterra, França) e as Vencidas (a Alemanha e a Áustria). A Alemanha foi humilhada pelos vencedores pelo Tratado de Versalhes.

Causas Políticas:

• A conjuntura externa caótica e a situação interna de desespero conduzem Hitler ao poder na Alemanha em 1933. Atuando implacavelmente, em menos de um ano sufocou todos os movimentos oposicionistas (sociais-democratas, comunistas e liberais) dando início à "Revolução Nacional-socialista" que tinha como objetivo fazer a Alemanha retornar ao grau de potência européia.

• Naturalmente que para tal era necessário romper com o tratado de Versalhes, pois este impedia a conquista do "espaço vital", como o rearmamento. Ele diminuiu desemprego e atendeu as necessidades da poderosa burguesia financeira e industrial da Alemanha. Para evitar a má vontade das potências ocidentais, Hitler coloca-se como campeão do anti-comunismo a nível mundial, assinando com o Japão (novembro de 1936) e com a Itália (janeiro de 1937) o Pacto Anti-Comintern - cujo fim é ampliar o isolamento da URSS e, quando for possível, atacá-la.

Os antecedentes imediatos:

• A Guerra Civil EspanholaNas eleições de 1936 a Frente Popular vence as eleições na Espanha. Em 18 de julho, os generais Mola e Francisco Franco rebelam-se contra a República, representando a coligação de forças conservadoras (a direita monarquista, a Igreja católica, e os grupos fascistas da Falange Espanhola) iniciando a guerra-civil que durou dois anos e nove meses.

Guernica:

• Enquanto a França e a Inglaterra optaram pela política de não intervenção, Hitler e Mussolini auxiliaram abertamente os nacionalistas de Franco (Legião Condor e Grupo de Tropas Voluntárias).

• Os republicanos, cada vez mais isolados, pediram apoio à URSS. Devido à distância, e ao bloqueio naval, o auxílio soviético não consegue equilibrar a situação a favor dos republicanos, que terminam por ser derrotados em março de 1939. Esta guerra serviu para Hitler experimentar sua estratégia da blitzkrieg (avanço de carros de combate conjugados com bombardeios aéreos maciços) e detectar a indecisão e fraqueza dos aliados ocidentais. Enquanto que para Stalin, serviu de lição, não podia se envolver num enfrentamento direto com a Alemanha.

Anschluss:

População austríaca recebe os alemães:

• A ascensão de Hitler ao poder e seu nacionalismo exacerbado fizeram com que os alemães que habitavam países vizinhos, entrassem em ebulição, desejando integrarem-se na Grande Alemanha. Já em março de 1938, Hitler havia anexado a Áustria (Anschluss), tornando-a província do Reich. Com isso a integridade territorial da Tchecoslováquia ficou ameaçada. Os Sudetos, região fronteiriça com a Alemanha, possuía uma população de origem germânica que perfazia 65% dos habitantes, apesar de legalmente pertencer a Tchecoslováquia desde 1919.

Região dos Sudetos:

Acordo de Munique:

• É justamente nesta região que os Tchecos tinham seu sistema defensivo, nos moldes franceses. Hitler começa a exercer pressão junto ao governo tcheco para anexá-la. O perigo de guerra torna-se iminente. Neste exato momento, Chamberlain, primeiro-ministro conservador da Inglaterra e Daladier, Presidente da França, propõem encontrar-se com Hitler em Munique. O Acordo de Munique terminou com uma estrondosa vitória dos nazistas, pois receberam o acordo para poder ocupar os Sudetos em troca de uma simples promessa de paz - que não seria cumprida.

Invasão da Tchecoslováquia:

• Esse acontecimento convenceu Hitler ainda mais da fraqueza dos aliados ocidentais, estimulando-o a reivindicar a plena integração do "corredor polonês" ao Reich. Em março de 1939 a Tchecoslováquia deixa de ser independente, transformando-se no "Protetorado da Boemia e Morávia".

O pacto Germano-Soviético de não agressão:

• Para poder invadir a Polônia, havia a necessidade da neutralização de uma das potências vizinhas da Alemanha. A Inglaterra e a França já haviam cedido a Tchecoslováquia e provavelmente iriam à guerra se a Polônia fosse invadida. Qual a reação da URSS? Hitler, veterano da Primeira Guerra Mundial sabia que a Alemanha não poderia repeli-la, isto é, ser obrigada a lutar simultaneamente, no Ocidente e no Oriente.

• Assim pensou em fazer um acordo com Stalin, temeroso que uma invasão (os exércitos russos haviam sido desbaratados pelos alemães entre 1914/16) pusesse abaixo as conquistas industriais da Rússia Soviética, não hesitou. A recente demonstração de fraqueza da Inglaterra e França, fez com que estendesse sua mão calorosamente ao maior adversário do comunismo.

• Em agosto de 1939, é assinado o Pacto Germano-soviético de não-agressão, cujas cláusulas secretas implicam na partilha da Polônia, reconhecendo o domínio soviético sobre os Estados Bálticos (Letônia, Estônia e Lituânia).

A 1ª fase da ofensiva Nazi-fascista:

• Em 01 de setembro de 1939, as tropas alemãs cruzam a fronteira polonesa e marcham em direção a Varsóvia que será a primeira capital européia a conhecer o bombardeio aéreo. Apesar dos esforços, os poloneses não têm condições de deter a poderosa máquina militar alemã. Pela primeira vez é utilizada em larga escala a estratégia da blitzkrieg - a "guerra relâmpago" - maciças operações com divisões blindadas que atuam como pinças, encurralando o inimigo, isolando-o em bolsões, para posteriormente levá-los ao esmagamento ou à rendição.

A Blitrizkrieg:

Invasão da Polônia:

• A Inglaterra e a França enviam ultimatos, exigindo a retirada imediata das forças alemãs do território polonês - dando-lhes um prazo de vinte quatro horas – se a Alemanha não saísse da Polônia, a Guerra estaria declarada. Em 3 de setembro, a guerra é finalmente declarada. A Polônia resistiu por pouco mais de um mês, terminando por render-se incondicionalmente.

• Qual a razão da Inglaterra e principalmente a França, não terem aproveitado o momento em que a maior parte das tropas alemãs estavam na Polônia e atacarem a Alemanha? De certa forma, a Primeira Guerra Mundial condicionou os aliados ocidentais a acreditarem que a Segunda seria semelhante. Isto é, os alemães atacavam, os franceses se defendiam e finalmente levariam o inimigo ao esgotamento.

• Nem a França nem a Inglaterra estavam preparadas para a nova dinâmica da guerra, que ao contrário da Primeira, se caracterizava por sua extraordinária mobilidade, propiciada pelo desenvolvimento dos blindados e da aviação de bombardeio. Durante nove meses as tropas inglesas e francesas esperaram o ataque alemão, dando um tempo precioso para que Hitler não só liquidasse com a Polônia como ocupasse mais 500 mil Km² antes de voltar suas forças contra eles.

Invasão da Dinamarca:

• Em abril de 1940 as divisões alemãs ocupam a Dinamarca (praticamente sem resistência) e a Noruega - onde conseguem expulsar um corpo expedicionário anglo-francês em Narvik. A ocupação do Frente Norte, deveu-se a necessidade de evitar uma ofensiva inglesa pelo Báltico, como também preservar o abastecimento de matérias-primas estratégicas vindas da Suécia. Em maio de 1940, os Países Baixos são atacados. A Holanda é invadida no dia 15 e a Bélgica treze dias depois.

Invasão da Noruega:

Invasão da Holanda:

• Até então os nazistas haviam enfrentado países pequenos e de poucos recursos humanos e materiais, quase sem tradição militar. Esperava-se que a França fosse resistir com mais eficiência, pois contava igualmente com a colaboração de um corpo expedicionário britânico. Os exércitos franceses tinham um número igual em homens, tanques e aviação, além de terem sido vitoriosos na 1ª Guerra. No entanto, a catástrofe francesa foi ainda maior pelo inesperado ataque das tropas alemãs.

• Os franceses haviam concentrado suas mais eficientes tropas na fronteira com a Bélgica, pois fora dali que os alemães iniciaram a invasão em 1914. Estavam confiantes na segurança que a Linha Maginot lhes dava e se preocuparam com a região das Ardenas, ocupadas por florestas e extremamente acidentada. Por via das dúvidas colocaram na saída da floresta, um dos seus menos capazes exércitos, o 9º regimento.

Linha Maginot:

Linha Maginot:

• Foi exatamente nessa região que se deu o golpe de força alemão dividindo o exército francês em dois, fazendo com que o flanco esquerdo se retirasse juntamente com o corpo expedicionário britânico para a costa do Atlântico. O pânico estabeleceu-se na retaguarda francesa. Milhares de refugiados entupiam as estradas e impediam o deslocamento de tropas necessárias para tapar as brechas.

• A estrada para Paris abriu-se para os alemães. Enquanto isso, mais de seiscentos mil homens estavam sitiados na Linha Maginot, assistindo impotentes o desastre militar e político de seu país. O exército francês pulverizou-se em menos de três semanas, surpreendendo inclusive os alemães.

• As tropas nazistas desfilam por Paris em 14 de junho e cinco dias depois alcançam a costa atlântica. Dia 22 de junho ocorre o armistício de Compiègne, onde a França se rende. O país é dividido em duas zonas, uma ocupada pelos alemães, outra pelo governo colaboracionista do Marechal Petain. O espírito derrotista contaminou o país, fazendo com que somente o Gen. Charles de Gaulle pregasse a necessidade da continuação da luta.

• O restante das tropas anglo-francesas conseguem evitar a destruição completa graças a fuga de Dunquerque. Apesar da catástrofe francesa, a Inglaterra, agora sob a liderança de W. Churchill, promete continuar na guerra até a vitória final ("sangue, suor e lágrimas").

Marechal Charles de Gaulle:

A fuga de Dunquerque:

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