A Tribuna 05 09 2013 Convênio Unisantos Petrobrás.pdf

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petroleogas@atribuna.com.brPetróleo&GásMARCELOSANTOS

DAREDAÇÃO

Universidades, instituições depesquisa e seus profissionaisterão uma verba gigante paradesenvolver projetos para o se-tor de petróleo e gás – R$ 26bilhões.Ovalor,queserárepas-sadopelaspetrolíferas emope-ração no País, é uma estimati-va da Agência Nacional de Pe-tróleo, Gás Natural e Biocom-bustíveis (ANP)paraoperíodoquevaidesteanoaté2020.A UniSantos está entre as

instituições de todo o País queadquiriram o direito de ser be-neficiadas. O Instituto de Pes-quisa Científica e Tecnológica(Ipeci) da universidade conse-guiu credenciamento junto àANPemjaneirode2011.Ainda não há projetos da

UniSantos vinculados a essesrecursos.Issoporqueofluxodeparcerias para pesquisas de-pende do avanço das petrolei-ras na Bacia de Santos, queaindaestáemsuafase inicial.Esse aporte bilionário tam-

bém garantirá a instalação doCentro de PesquisaTecnológica emPetróleo eGásda Baixada Santista (Cenpeg-BS), que receberá R$ 77 mi-lhõesde repassesdaPetrobras.Ele ficaráemumaáreadoanti-go Colégio Santista e as obrasdevem começar no próximoano, segundo a presidente daestatal,GraçaFoster.A ANP explica que os con-

tratos de concessão para ex-

ploração eproduçãodepetró-leo e gás contra com umacláusula que define o repassede recursos para pesquisa emdesenvolvimento (P&D).

A intenção do governo é darcondições tecnológicas para aexpansão da indústria e de ou-tros segmentos de petróleo egás do setor noPaís.Dessa for-

ma, o Brasil não se tornará ummero exportador, exaurindosuas reservas sem agregar va-loràeconomia.A chamada cláusula de P&D

obrigaàsconcessionáriasinves-tir 1% da receita bruta parapesquisa, desenvolvimento einovação.Simultaneamente, a ANP

credenciou 25 instituições deensinoepesquisa–nesteboloestáaUniSantos.“A ANP credencia e certifi-

caa instituiçãoquetemmate-rial humano, infraestrutura ecapacidadeparaprestarservi-ços para essa indústria”, afir-maadiretora-adjuntadoIpe-ci/UniSantos, Adriana Flo-rentinodeSouza.

VERBAJÁDISTRIBUÍDA

Entre 1998 e o segundo tri-mestre de 2013, a cláusulade P&D distribuiu R$ 8,06bilhões. Segundo a ANP, osrecursos foram calculadoscom base na produção de35 campos.A participação da Petro-

bras é esmagadora – a esta-tal investiu R$ 7,85 bilhões,que equivalem a 97,4% dototal.Emsegundo lugar apa-rece a Repsol Sinopec, comR$ 35,17 milhões (apenas0,44%).

PROJETOSFINANCIADOS

Nosúltimosseteanos,aagên-cia aprovou repasses a 1.058projetos.Detodososrecursosgarantidos pela cláusula,me-tade precisa ser destinada àsinstituições credenciadas àANP e com estudos autoriza-dos pela agência. Mas o res-tante fica à disposição dasconcessionárias, que podemutilizá-lo em pesquisas emsuas próprias instalações ouemsuassubsidiárias.

TrintaalunosdeEngenhariadePetróleodaUniSantosparticipamdo 1oQuizEngep, eventodoEncontrodeEngenhariadeExploraçãoeProduçãodePetróleoemMacaéapartir dodia9.Oquiz testaoconhecimentodosuniversitários sobreomundodopetróleo.

Trabalhadores na plataforma P-37: concessionárias dos blocos de produção precisam destinar 1% da receita bruta para a área de P&D

AANP concluiu em agosto a pri-meira edição do Prêmio ANP deInovação Tecnológica para pro-jetos brasileiros que receberamrecursos da Cláusula de Investi-mentos emPesquisa e Desenvol-vimento (P&D). O vencedor foi oSistema de Separação Submari-na Água Óleo (SSAO) - ProjetoPiloto deMarlim. Confira oSSAO e os outros quatro traba-lhos finalistas.>>SistemadeSeparaçãoSubmari-naÁguaÓleo (SSAO)Éoprimeiro sistemaemtodoomundode separaçãodaáguaextraída competróleo.OprojetoédaPetrobras e foi instaladonaplataformaP-37, no campodeMarlim, edesenvolvido emconjunto comaamericanaFMC.Oempreendimento recebeuUS$90milhõesda cláusuladeP&D (fundoformadopor repassesdaspetrolíferasparapesquisa).Osistemadesenvolvido separaaáguaproduzidaporumpoçodepetróleoeodevolveaoreservatório, aumentandosuapressãoe, consequentemente, aproduçãodeóleoeo fatorderecuperação.Aproduçãodeóleo,gáseáguadopoçoédirecionadaaumseparador trifásico submarino,ondeaáguaéseparadaebombeadapara reinjeção.Aprimeira reinjeçãodeáguaproduzidapelopoçoMRL-141

ocorreuem31demarçoúltimoatravésdopoço injetorMRL-211.Essa tecnologiaelimina anecessidadede tratamentoabordode11mil barris deáguapordia,bemcomoreduçãodanecessidadededescartedestaáguaeadiminuiçãodousodeprodutosquímicosnoseu tratamento.Tambémparticipamdapesquisa aPrysmian, Statoil e ESSS.

>>MonitoramentoSísmicoPerma-nenteemÁguasProfundas (MSP)OMSPéaplicadonocampodeJubarte, no litoral suldoEspíritoSanto, naBaciadeCampos.OsistemaédesenvolvidopelanorueguesaPetroleumGeophysical Services (PGS) eéoprimeiroamonitorarde formapermanente reservatóriosdaPetrobrasemáguasprofundas.Oprojeto recebeuR$99,4milhõesemrecursosda cláusuladeP&D.Asísmicapermite gerenciarosreservatóriosemtemporeal.Ogerenciamentodos reservatórios,dopontodevistadaspressõesdeinjeçãodeágua, podeserotimizado, repercutindopositivamentenaproduçãoenofatorde recuperaçãodeóleo, bemcomonasegurançadasoperações.Osistema foi instaladoa1.300metrosdeprofundidade.Acaptaçãodos sinais refletidoséfeitaporumconjuntode721

estações receptoras colocadas aolongode36kmdecabosde fibraótica ligadosàP-57. Tudoéconectadoao sismógrafoóticoeletrônico.Aprimeiraaquisiçãodedados sísmicos3Ddealtadefiniçãofoi concluídaemfevereiro.

>>BoiadeSustentaçãodeRiser(BSR)Facilitaoprocessodeescoamentodopetróleopormeiodos risers emáguasultraprofundas.Oriser éumtuboque levagásepetróleoparaaplataforma.ABSRpromoveodesacoplamentoentreosmovimentosdonavioeadinâmicados risers deaço.APetrobrasinvestiuR$6,2milhõesda cláusuladeP&Dnoprojetoparaadaptaçãoereparodaboiaprotótipo.ABSRgarantemais segurançanotransportedopetróleodopoçoatéaplataforma.A tecnologia foiescolhidapelaPetrobraspara serusadanos camposdeLula-NEeSapinhoá.

>>BombaMultifásicaSubmarinaHélico-Axial (BMSHA)Está instaladaeoperandodesde14de julhonocampodeBarracuda,naBaciadeCampos, interligadaaopoçoprodutor 7-BR-073HPA-RJSeàplataformaP-48. Éabombamultifásica comomaiordiferencialdepressãodomundo (60bar) – osqueestãoemoperação vãoaté45

bar. Isso possibilitaaumentar avazãodaproduçãoem6milbarris/dia.Oganhodeproduçãoéde45%dopotencial dopoço.Oprojeto foi desenvolvidoemconjunto comanorueguesaFramoEngineeringcomUS$31milhõesdacláusuladeP&D.

>>InjeçãoSubmarinadeÁguadoMar (RWI,em inglês)DesenvolvidopelaPetrobras emconjunto comaFramoEngineering,quesubcontratouaFMC.ARWIviabilizaa injeçãoouoaumentodacotade injeçãodeáguaemcamposondeasplataformasapresentemrestriçõesparaa instalaçãodossistemasconvencionais.Atecnologia jáestá sendoutilizadanocampodeAlbacora,naBaciadeCampos.Os três sistemasdeAlbacoraserão interligadosàP-25e injetarão 16.500m3/diadeáguaemsetepoços, atingindo80%detodaa injeçãonocampo.Bombasinstaladasno subsolomarinhoinjetamáguadomardiretamentenospoços sempassarpelaplataformae comumtratamentomínimo.Aáguaé captadaa 100metrosdo leitomarinho, passaporumfiltropelabomba, recebeinjeçãodenitrato esegueparaasárvoresdenatal para injeçãonospoços.

Fonte:ANP

GERALDOFALCÃO/AGÊNCIAPETROBRAS /ARQUIVO

DAREDAÇÃO

Pequenas perante a Petrobrase as gigantes multinacionais, aQueiroz Galvão Exploração eProdução (QGEP) e a BarraEnergia também apostam nasriquezas do pré-sal. A AgênciaNacional do Petróleo, Gás Na-tural e Biocombustíveis (ANP)aprovounomês passado o pla-nodasempresasdedesenvolvi-mentodoCampodeOliva.Oliva fica a leste dos cam-

pos de Uruguá e Tambaú e a185 quilômetros da costa, naalturado litoral sul fluminen-se. Situado no bloco BS-4, ocampo é operado pela Quei-

roz Galvão com duas parcei-ras. Uma delas é a Barra, com30% de participação, e OGX,com 40%. A parcela restanteé daQueirozGalvão.O BS-4 conta ainda com o

campodeAtlanta,quetempla-no de desenvolvimento já emexecução.De acordo com as empresas,

o plano deOliva prevê a perfu-raçãodeumpoçodeAquisiçãode Dados de Reservatório em2016.Oestudopermitirá com-provar a estimativa de reservas(aindanãodisponível) esupor-tar a curva de produção. Tam-bém será feita a perfuração de

cinco poços de produção e trêsde injeção que serão conecta-dos ao campo de Atlanta. Aprimeira produção de petróleodeOlivaéesperadapara2021.Controlada pelo grupo da

construtora de igual nome, aQueiroz Galvão pretende setornar uma companhia degrande porte no setor de pe-tróleo até 2020.A empresa adquiriu direitos

deexploraçãoemnovereserva-tórios nas bacias de Santos,Campos, Jequitinhonha e Ca-mamu-Almada.Odestaquedaempresa é o campo deManati,na Bahia, onde detém 45% do

controle.Manati é omaior naproduçãodegásnoBrasil.Já a prioridade da Barra

são as bacias de Santos, Cam-poseEspíritoSanto.Aempre-sa foi fundada por brasileirose em 2010 recebeu aporte deUS$ 500 milhões do fundodeenergiaFirstReserve.Em abril de 2011, conse-

guiu mais US$ 500 milhõesde outro fundo de energia, oRiverstone Holdings. Nomês seguinte obteve outrosUS$ 200 milhões de váriosfundos. Segundo a Barra, osUS$ 1,2 bilhão são destina-dosainvestimentos.

QueirozGalvãoeBarra investemnaBaciadeSantos

❚❚❚ Uma das 25 instituiçõescredenciadaspelaAgênciaNa-cional de Petróleo (ANP) parareceber recursosdacláusuladePesquisa & Desenvolvimento(P&D),aUniSantosdisputaes-sas verbas pormeio do Institu-to de Pesquisa Científica eTecnológica(Ipeci).A ANP dividiu as institui-

ções credenciadas por blocosdepesquisa.OIpecidaUniSan-tos é acompanhado pelo Gru-po de Eletroquímica AplicadadaUniversidadeFederaldoPa-raná, Laboratório de EnsaiosNãoDestrutivos e Inspeção daAbendi, doCentro deTecnolo-gia da Informação Renato Ar-cher (CTI) e do Instituto deEstudosAvançados(IEAv).Essas cinco instituições po-

dem obter recursos para estu-dos nas áreas de Avaliação daConformidade,Monitoramen-to eControle, segundo boletimdaprópriaANP.A diretora-adjunta do Ipeci,

Adriana Florentino de Souza,afirma que a universidade in-vestiunacontrataçãodeprofes-soresdoutores e comexperiên-ciaempesquisaacostumadosatrabalhar com agências de fo-mento, como Capes, CNPq eFapesp.

Segundo ela, esse investi-mentodeudestaqueàuniver-sidade no campo da pesquisaerefletiunaqualidadedeensi-nodosalunos, levandoaANPacredenciaroIpeci.A diretora-adjunta diz que

o Ipeci pode contemplar suaslinhasdepesquisacomasexi-gidaspelaANP,atuandocombiotecnologia, meio ambien-te,geofísicaeatéDireito.Entretanto, a UniSantos

aindanãotemprojetos finan-ciados pela cláusula de P&D.Adriana explica que o acessoa esse dinheiro depende dointeresse das concessioná-rias, que são as petrolíferas.“Para ter acesso é precisouma concessionária se inte-ressar por nossa linhadepes-quisas”.Há ainda um dificultador

para isso, que é a exploraçãoainda incipiente do pré-sal.“Aindanãotemosprocessosatodovapornaexploração”.Porém,elaachaqueéques-

tãode tempoparaosprojetosde pesquisas começarem aser patrocinados pelas gigan-tes do setor, afinal o creden-ciamento pela ANP é um tre-mendo cartão de visitas paraaUniSantos.

Fronteirasampliadas

R$26biparaP&DR$26biparaP&DPetrolíferas investirão verbabilionáriaempesquisas nos próximosnoveanos

UniSantos investe parareceber verba da cláusula

ProjetosdepontapremiadospelaANP

Quinta-feira 5 ATRIBUNA C-1setembro de2013 www.atribuna.com.br