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Ac. Marina Martinichen Furlaneto2015
A Artrite Idiopática Juvenil (AIJ) - antes denominada artrite reumatoide juvenil (ARJ) - é uma doença inflamatória crônica que afeta crianças com idade igual ou inferior a 16 anos e acomete
as articulações, e eventualmente outros órgãos como pele, olhos e coração. Sua principal manifestação clínica é a artrite, localizada
em uma ou mais articulações.
Embora os quadros clínico e patológico estejam bem documentados, ainda são vagos os conhecimentos sobre a
etiologia precisa que desencadeia o processo autoimune e os mecanismos patogênicos iniciais.
• Uma série de fenômenos imunológicos é desencadeada:• Hiperativação de células T e B;
• Recrutamento de polimorfonucleares para o sítio inflamatório;
• Liberação de citocinas pró-inflamatórias;
• Hipertrofia sinovial com formação do pannus;
• Atividade osteoclástica exacerbada.
1) Idade de início inferior a 16 anos;
2) Artrite em uma ou mais articulações, definida portumefação (edema) ou pelo menos 2 dos seguintes sinais:limitação da movimentação, dor ao movimento, calor ou rubor;
3) Duração da doença: 6 semanas ou mais;
4) Exclusão de outras doenças reumáticas.
• De acordo com o padrão de acometimento e a presença de sinais sistêmicos nos primeiros 6 meses de evolução:
1)Oligoarticular (pauciarticular);
2)Poliarticular;
3)Sistêmica.
• Acomete quatro ou menos articulações;
• Atinge preferencialmente as grandes articulações;
• Hemossedimentação normal ou levemente aumentada e fator reumatoide negativo.• Tipo I: início precoce, antes dos 5 anos, predomina em
meninas. Iridociclite crônica*.
• Tipo II: início tardio, depois dos 8 anos, predomina em meninos.
Artrite no tornozelo esquerdo, mais bem vista posteriormente
Uveíte com sinéquias que dão à pupila um aspecto irregular
• Compromete cinco ou mais articulações;
• Poliartrite com acometimento de grandes e
pequenas articulações;
• Soronegativa: Fator reumatoide (FR) negativo, início nos primeiros anos de infância, manifestações sistêmicas discretas.
• Soropositiva: FR positivo, início depois dos 8 anos, nódulos subcutâneos frequentes, lesões ulcerativas das extremidades inferiores (vasculite), artrite rapidamente progressiva, mau prognóstico.
Artrite da 4ª metacarpofalangiana de ambas as mãos, mais acentuada à direita
• Manifestações sistêmicas precedem a artrite:• Febre alta (acima de 39,4ºC), em 1 ou 2 picos diários, às vezes com
calafrios, com duração maior que 2 semanas;
• “Rash” reumatóide nos acessos febris ou após banho quente;
• Linfadenopatia generalizada e simétrica;
• Esplenomegalia e hepatomegalia;
• Manifestações sistêmicas precedem a artrite:• Pericardite e derrame pericárdico;
• Dor abdominal de intensidade variável, epigástrica ou umbilical;
• Mialgia e artralgia nos surtos febris;
• Poliartrite dentro dos primeiros 6 meses da doença;
• Anemia grave, hemossedimentação muito aumentada, fator reumatoide e anticorpos antinucleares ausentes.
AIJ Sistêmica com envolvimento poliarticular (punhos, joelhos,
tornozelos)
Cisto sinovial em tornozelo esquerdo
• Não existem exames laboratoriais específicos para a doença.
� Indispensáveis:• HEMOGRAMA: anemia de doença crônica, leucocitose e trombocitose
• VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO (VHS) E PROTEÍNA C-REATIVA(PCR)
� Outros exames que devem ser solicitados:• FATOR REUMATOIDE (FR): presente no soro de 10% a 15% das crianças e
denota doença mais agressiva e erosiva, similar à artrite reumatoide doadulto.
• FATOR ANTINUCLEAR (FAN): confere maior risco para ocorrência de uveítenos casos de doença oligoarticular.
� Outros exames que devem ser solicitados:• FATOR REUMATOIDE (FR): presente no soro de 10% a 15% das crianças
e denota doença mais agressiva e erosiva, similar à artrite reumatoide doadulto.
• FATOR ANTINUCLEAR (FAN): confere maior risco para ocorrência deuveíte nos casos de doença oligoarticular.
• Radiografia simples, ultrassonografia;
• Tomografia computadorizada e ressonância magnética.
Doenças do tecido conjuntivo
Lúpus eritematoso sistêmicoCondições ortopédicas
Traumas
Dermato/polimiosite Osteocondrites
EsclerodermiaDoenças linfoproliferativas
Leucemia
Doença mista do tecido conjuntivo
Linfoma
Vasculites Neoplasias Localizadas e sistêmicas
EspondiloartropatiasArtrite psoriática
Anomalias congênitas
Mucopolissacaridoses
Doença inflamatória intestinalFebre familiar do Mediterrâneo
Artrite pós-infecciosa Febre reumática Hipermobilidades
Artrites infecciosas
Bacterianas Gota
Virais Artropatia diabética
MicóticasImunodeficiências
IgA
Doenças hematológicas
Anemia falciforme Hipogamaglobulinemias
HemofiliaReumatismo psicogênico
Talassemia
• Objetivos: diminuir a atividade inflamatória, prevenir asdeformações e a impotência funcional, aliviar a dor, assegurarà criança uma vida, tanto quando possível, normal, reduzir asconsequências psicológicas e evitar a iatrogenia.• Repouso;
• Atividades;
• Banhos quentes de imersão (10 minutos) ao levantar e ao deitar;
• Orientação escolar e profissional.
• O tratamento da AIJ é individualizado e depende do tipo deapresentação da doença. Tratamento específico precoce éfundamental para evitar complicações como deformidades elimitações físicas irreversíveis.
• Medicamentos: ibuprofeno, cloroquina, imunossupressores, corticosteroides;
• Fisioterapia;
• Cirurgia Ortopédica (em casos restritos).
• Articulares: deformidades, limitação, incapacidade funcional.
• Ósseas: osteoporose, distúrbios de crescimento localizado ougeneralizado (nanismo).
• Oculares: cegueira uni ou bilateral (tipo pauciarticular).
• Mortalidade: embora tenha diminuído, ainda é significativa (2-5%).
O prognóstico articular é melhor no tipo de início pauciarticular e nas poliarticulares com o fator reumatoide negativo em que as
artrites permanecem benignas e sem erosão óssea após os primeiros anos de evolução.
Paciente com 22 anos de idade e com artrite sistêmica desde 1 ano de idade, nãoresponsiva ao tratamento. Baixa estatura e alterações localizadas de crescimento.
AZEVEDO C. E. S.. Diagnósticos em Pediatria – 100 Casos Clínicos Comentados. São Paulo: Editora Atheneu, 1997. 403p.
BEHRMAN R. E., KLIEGMAN R. M. Nelson Princípios de Pediatria. 4ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2004. 918p.
CAMPOS S. O., MORAIS M. B., SILVESTRINI W. S.. Guia de Pediatria. Barueri, SP: Manole, 2005. 1632p. – (Guias de medicina ambulatorial e hospitalar / editor da séria Nestor Schor).
MURAHOVSCHI J.. Pediatria: Diagnóstico + Tratamento. 6ed. São Paulo: Sarvier, 2003. 811p.
OLIVEIRA S. K. F.. Reumatologia para pediatras. Rio de Janeiro: Editora Revinter Ltlda, 2003. 372p.
SHINJO S. K.. Reumatologia. São Paulo: Editora Atheneu, 2010. 449p. – (Série medicinaNET)
YOSHINARI N. H.. Reumatologia para o clínico. São Paulo: Rocca, 2000. 275p.
Ac. Marina Martinichen Furlaneto
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