ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO · letramento encontram-se nos livros de alfabetização atuais? PARA...

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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

Leitura Deleite:

“O Mal do Lobo

Mau”

de Cláudio Fragata.

REFLEXÃO SOBRE AS MEMÓRIAS DAS PRÁTICAS DE LEITURA E DE ESCRITA

Atividade 01: Em duplas ou trios, leiam os depoimentos de Patativa do Assaré e de Paulo Freire acerca de suas experiências de prática leitora e escritora. Posteriormente, recorde e relate seu processo de alfabetização.

ATIVIDADE 01: DISCUSSÕES SOBRE CURRÍCULO

1. O QUE É CURRÍCULO?

2. QUAIS INFORMAÇÕES DEVEM CONSTAR DO CURRÍCULO ESCOLAR?

3. QUEM DETERMINA AS DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DO

CURRÍCULO?

CURRÍCULO - Fatores Políticos;

- Fatores Econômicos;

- Fatores Sociais;

- Fatores Culturais;

- Fatores Escolares.

- Conhecimentos Escolares

- Procedimentos

- Relações Sociais

MÉTODOS/PROCEDIMENTOS DE “ALFABETIZAÇÃO”

Atividade 02: Em duplas ou trios, discutam as questões abaixo:

A) Quais os métodos de alfabetização que você conhece/já ouviu falar?

B) O que conhece de João de Deus, Sampaio Doria e Emilia Ferreiro?

Método

Soletração/alfabético

Método Fônico

Silabação

Método da

Palavração

“João de Deus”

Método Analítico

Autonomia Didática

“Reforma Sampaio

Dória”

Lei 1750/20

Império 1880 1890 1920

Métodos Mistos

Analíticos-sintéticos

Construtivismo

1930 1970 Democratização do

Ensino

1980

ALFABETIZAÇÃO OU LETRAMENTO?

ATIVIDADE 01: DISCUSSÕES SOBRE ALFABETIZAÇÃO

A – Qual a diferença entre Alfabetização e Letramento?

B - Conhecer o código é suficiente para compreensão global de um texto?

C – A compreensão da função social de um texto depende do conhecimento do código escrito? Podemos dizer que existem pessoas alfabetizadas e não-letradas, bem como letradas e não alfabetizadas? Podemos dizer que somos alfabetizados e letrados?

D – A escola de hoje parte do ensino a partir da perspectiva do Letramento?

ATIVIDADE 02:

Analise, em grupos, o(s) texto(s) entregue(s) pelo formador e responda:

a – Qual sua função social?

b – Quais os interlocutores receptores potenciais?

c – Quais os portadores textuais potenciais?

Texto 01:

Texto 02:

“Meus olhos falam quando te vêem... Não percebes? Eles dizem: te amo!

Fizeste-me aguçar, em meu coração, todo amor de que se impregnaram meu corpo e alma. Já não tenho mais palavras para dizer-te... Mas, se meu silêncio e pensamento forem vozes, vais ter que me ouvir a toda hora, todo instante...! De dia, farfalhar da folhagem das árvores...! De noite, no sibilo da brisa...! A minha presença sempre te envolverá... Já não sei mais para onde ir...! Sem ti, andar na multidão é solidão.

Nós dois juntos, nunca haverá deserto!”

Texto 03:

Teoria dos Grafos

[...] A noção de isomorfismo é estendida aos grafos direcionados, considerando a orientação dos arcos.

Texto 04:

Texto 04:

ATIVIDADE 3: Qual texto está “melhor” escrito?

Texto 1 Texto 2

Agora veja o texto produzido pelas crianças, em sua versão manuscrita.

Texto 1 Texto 2

ALFABETIZAÇÃO X LETRAMENTO

ATIVIDADE ESCRITA Quais as diferenças entre os textos oferecidos pelas cartilhas antigas e os livros de alfabetização atuais? De acordo com o que vimos na aula de hoje, quais características da alfabetização encontram-se nas antigas cartilhas e quais características do letramento encontram-se nos livros de alfabetização atuais?

PARA CASA

PESQUISA – Seguir as normas da ABNT - Capa: apontar nome da faculdade, seu nome completo, nome do módulo

e nome do professor; - Desenvolvimento: conceitualização das três dimensões avaliativas

(diagnóstica, somativa e formativa); - Conclusão: Relacionar os conceitos das dimensões avaliativas com a

prática de avaliação presente nas escolas; - Referências Bibliográficas.

METODOLOGIA OU TECNOLOGIA?

Nasci em Londrina, no estado do Paraná. Sou chamado de caipira, pé-vermelho, nome que se dá a quem é daquela região, em função da cor da terra.

Londrina é uma cidade agrícola, e fui alfabetizado numa ótima cartilha na qual alguns também o foram, a Caminho Suave. Mas, como qualquer livro, não é bom para sempre, em qualquer lugar e nem para qualquer pessoa.

Leitura Reflexiva

Eu fui alfabetizado na Caminho Suave em 1960. "Eva via uvas" e eu, Mário, também as via.

Uva não era um elemento estranho à minha realidade. Eu era de uma cidade agrícola, naquele período. Portanto, Eva fazia parte do meu cotidiano. Isso significa que eu não tinha tanta dificuldade com aquele modo de ensino e, portanto, de aprendizagem.

A questão é que, em 1960, em nome da igualdade, de uma certa forma estranha até, mas compreensiva para a época, havia um menino em Caicó, no sertão do Seridó, no Rio Grande do Norte, de nome Cícero. Um menino como eu, nascido na mesma época que eu. E lá, em nome da metodologia de ensino e da especialidade que a educação carrega, se usava, também, a Caminho Suave.

Em 1960, em Caicó, no sertão do Seridó, Eva via uvas na cartilha e Cícero não as via. Uva era uma realidade estranha à realidade dele. Qual foi a consequência? No final do ano, Cícero foi reprovado. Qual foi a saída pedagógica dada? Fazer de novo a mesma série, com a mesma cartilha, vendo Eva as uvas que Cícero não via. Resultado: ele foi retido pela segunda vez.

Qual foi a grande saída que nós especialistas em educação demos? Ele fez, de novo, a mesma série, com a mesma Eva que via as uvas que ele não via. Consequência final: Cícero saiu da escola. Talvez, até, o pai o tenha tirado da escola com o argumento: "Meu filho, você não dá para o estudo, vá trabalhar." Pode ser que um de nós tenha dito: "Esse aluno é burro. Ele não consegue aprender." E, aí, ele saiu.

Estamos nós agora, um tempo depois, aqui, e de repente eu olho, daqui onde estou, e lá na porta, aquela por onde nós entramos, está o Cícero. O mesmo Cícero, aquele Cícero, da mesma idade que eu, eu o vejo, tem uma vassoura na mão, a cabeça, baixa. Eu olho para ele e falo: "Cícero, vem aqui, assiste. Senta conosco. Nós estamos falando de educação. Isso é uma coisa que te interessa. Tem a ver com cidadania, também é contigo."

Provavelmente, ele, de cabeça baixa, vai dizer: "Ô, professor, isso não é pra mim não. Isso é pra gente como vocês. Eu sou burro. Eu fui à escola e não aprendi nada. O professor dizia mesmo que eu era burro. Então, o senhor faz um favor pra mim, quando o senhor terminar, o senhor me chama que eu venho aqui varrer a sala, que pra isso eu sou bom."

Há milhares e milhares de Cíceros Brasil afora. Milhares deles por todo esse país, em toda a história, vítimas de um pedagocídio galopante que nós criamos dentro de nossa trajetória. Mas, primordialmente, nós temos milhares de Cíceros que são resultado da ação de elites predatórias, de políticos inconsequentes e de canalhas econômicos. Mas, nós temos também uma parcela dos Cíceros que é responsabilidade nossa. Que tem a ver com a nossa condição em educação; que tem a ver com o modo como organizamos o nosso trabalho. Cuidado! Muitas vezes, em educação, tem-se a sensação de que ela é o crime perfeito. Só tem vítimas. Não tem autores.