Almeida, Marcos Abreu Leitão as Vozes Centro - Africanas No Atlântico Sul

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A presente dissertação de mestrado atenta para a dimensão sociolinguística da experiência dos africanos escravizados levados ao Império do Brasil pelo contrabando de africanos, que Joaquim Nabuco denominou de "Trilogia infernal", encenada nos "sertões da África", no "mar" e nas "fazendas" do sudeste brasileiro. Meu objetivo foi investigar como o repertório linguístico dos africanos contribuiu para construir as "estrofes e prosódias" do Atlântico Sul e abordar a questão da comunicação em cada um dos palcos da "trilogia infernal" para, em seguida, buscar entender como a formação de novas linguagens, e os subsequentes intercâmbios culturais que elas permitiram, foram mobilizadas por muitos africanos escravizados na luta quotidiana contra a massiva escravização ilegal no Império do Brasil entre 1831 e c.1850. Dada a importância das rotas atlânticas que ligavam o centro-sul brasileiro com a região do Congo e de Angola, na África, a pesquisa concentrou suas atenções nos centro-africanos e suas habilidades linguísticas, isto é, como eles aprendiam e manejavam o português, negociavam comunidades de fala a partir de suas línguas maternas e intercambiavam suas bagagens culturais. Com isso, foi possível perceber como a questão da língua se articulava com as relações de poder e econômicas do contrabando de escravos e da escravidão ilegal em meio ao processo de construção do Estado Imperial.

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